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Gatilho de Liquefação Pelo Método Oslon
Gatilho de Liquefação Pelo Método Oslon
Rio de Janeiro
Abril de 2016
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE LIQUEFAÇÃO EM BARRAGENS DE REJEITO
ATRAVÉS DE ENSAIOS DE CAMPO
Examinado por:
ABRIL de 2016
Silva, Adriano Rosário de Lima e
iii
“Fracassar não é cair; é recusar-se a levantar.”
Provérbio Chinês
iv
Agradecimentos
Ao meu pai, José Maria, maior ídolo e exemplo. Obrigado por todo o amor,
Gustavo Medina, Júlia Gimenes e Rodrigo Costa, os quais acompanharam de perto esta
Aos grandes amigos Tomaz Rocha, Fernanda Andrade, Rafael Oliveira, Thiago
importante fase da vida. Obrigado Rachel, Ricardo Espósito, Bernardino, Ricardo Melo
do Rio de Janeiro. Em especial o corpo docente de Geotecnia, pelo qual tenho profunda
v
Com enorme admiração reconheço e agradeço aos ensinamentos do Dr. Leandro
Por último, mas não menos importante, agradeço à minha eterna companheira,
namorada e futura esposa Renata Daniel dos Santos. Obrigado pelo suporte e apoio
difíceis, você esteve sempre ao meu lado. Obrigado por tudo, amor eterno.
vi
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Abril/2016
RESUMO
Vick (1983) apresenta o método de alteamento por montante, o qual se mostra atrativo
o potencial de liquefação.
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
April/2016
ABSTRACT
Esposito (2000) noted the preference of Brazilian manufacturers to deposit fine tailings
mining into tailings dams, and a tendency of using granular waste for heightening
construction dikes.
Vick (1983) introduced the upstream method of heightening dikes, which is technical
liquefaction potential.
Accordingly, this work presents the correlation of measures obtained from in situ tests
line that provides ways of monitoring the liquefaction trigger occurrence in tailings
dams.
viii
Sumário
1. Introdução.................................................................................................................. 1
1.1. Generalidades ............................................................................................................... 1
1.2. Objetivos ....................................................................................................................... 2
1.3. Motivação do trabalho .................................................................................................. 2
1.4. Organização do Trabalho .............................................................................................. 3
2. Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 4
2.1. História da Mineração no Brasil .................................................................................... 4
2.2. Produtos da Mineração ................................................................................................. 5
2.3. Método Convencional de Disposição de Rejeitos ......................................................... 8
2.4. Liquefação estática em rejeitos granulares de mineração ......................................... 21
2.4.1. Estado crítico dos solos granulares ......................................................................... 22
2.4.2. Linha de estado crítico e linha de estado permanente ........................................... 25
2.4.3. Parâmetro de estado ψ ........................................................................................... 28
2.4.4. Razões de resistência de pico e liquefeita .............................................................. 31
2.5. Análise do potencial de liquefação de acordo com a metodologia de Olson (2001) . 32
2.5.1. Análise do solo quanto ao potencial de liquefação ................................................ 32
2.5.2. Análise do gatilho de liquefação ............................................................................. 35
2.5.3. Análise de estabilidade pós gatilho de liquefação .................................................. 38
2.6. Monitoramento dos gatilhos de liquefação mediante utilização de ensaios de campo
41
3. Conclusões e trabalhos futuros ................................................................................ 47
4. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 49
ix
1. Introdução
1.1. Generalidades
1
minério, segundo Boscov (2008), são obtidos, por vezes em maior escala, estéreis e
1.2. Objetivos
de campo.
técnico e econômico.
2
1.4. Organização do Trabalho
3
2. Revisão Bibliográfica
XVIII. De acordo com Ruchkys (2007), a descoberta do ouro na região de Vila Rica e
Mariana, data do final do século XVII, no entanto, somente a partir de 1729, a jazida de
País, a qual possuía um engenho com nove pilões e moinhos para pedras, tecnologia
ainda não conhecida no Brasil, visto que, até esta época, a exploração do ouro ainda
minério. De acordo com Ávila (2012), começaram a surgir então lavras mais
água.
4
Este avanço tecnológico, ainda que fundamental para a exploração e extração do
na capacidade de explorar corpos com baixo teor mineral elevou a geração de rejeitos de
processo de mineração.
Segundo Boscov (2008), resíduo pode ser definido como qualquer matéria que é
outras. Seguindo esta definição, destaca-se que os principais resíduos gerados pelas
(2008) destaca ainda que os estéreis são geralmente dispostos em pilhas, e os rejeitos,
lavra e decapeamento da jazida de minério, que podem ser separados em dois grupos:
5
(2008), constituem-se nos resíduos provenientes de escavação dos solos e
explotados.
como a concentração das partículas com maiores teores de minério, para posterior
relatado por Vick (1983), consiste na recuperação do excesso de água dos resíduos para
água, a qual, de acordo com Vick (1983), não consiste na completa secagem dos
6
hidrociclones e filtros, do tipo tambor, disco ou correia, os quais funcionam por pressão
a vácuo.
minério, cujos objetivos são a extração dos elementos de interesse econômico, mediante
lavrado), as quais também são afetadas pelo método de disposição final, podendo
do depósito.
característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas que os compõem. Sob
esta ótica, diferenciam-se os rejeitos finos, passantes na peneira de nº 200, dos rejeitos
7
Tipo da mineralogia;
Massa específica dos grãos e mudanças do índice de vazios com o
tempo;
Resistência ao cisalhamento drenado e não drenado;
Susceptibilidade à liquefação;
Permeabilidade;
Composição química e mineralógica dos líquidos e sólidos constituintes
da polpa com identificação de possíveis ácidos, metais pesados ou
materiais tóxicos;
Concentração e velocidade de transporte da polpa
efluentes das fábricas/indústrias. Vick (1983) relata que estas estruturas podem ser
seguir.
8
Figura 1 – Barragem convencional para retenção de água, utilizada na contenção de rejeitos (Boscov, 2008)
Segundo Vick (1983), estas estruturas são construídas em estágio único, em sua
respectiva altura final de projeto e pouco diferem nos aspectos visual e funcional das
água. Vick (1983) relata a possibilidade de adotar taludes de montante mais íngremes,
visto estes não estarem sujeitos ao rebaixamento rápido, elemento de projeto em uma
fábrica e, segundo Vick (1983), representam o método mais comumente utilizado para
disposição, Vick (1983) relata que existem, basicamente, três métodos de alteamento de
9
denominações estas, as quais se referem à direção em que o eixo da crista se desloca, de
Figura 2 - Barragens por alteamentos sucessivos - Métodos construtivos: a) Montante, b) Jusante, c) Linha de
centro (Lima, 2006)
tempo, visto que o alteamento inicia com a construção de um dique de partida, capaz de
10
densidades e tamanhos, por efeito de força centrífuga. A polpa de rejeitos entra no
composto de partículas menos densas, em geral mais finas, que saem pela parte superior
densas, em geral mais grossas, que saem pela parte inferior do ciclone. O rejeito
dos diques, devendo a lama (rejeito overflow) ser lançada diretamente no reservatório,
11
Figura 4 - Hidrociclone (Espósito, 2015)
viabilidade econômica.
construtiva.
12
Figura 5 - Método de alteamento por montante (Boscov, 2008)
de modo que o eixo formado pela crista se desloca no sentido de montante. Embora
menos oneroso, o método de alteamento por montante apresenta-se como o método que
requer maiores cuidados e maior controle quando de sua construção. (Klohn, 1982,
é desejável e, por vezes, mandatória, por questões estruturais. A praia de rejeitos pode
ser formada por um único ponto de descarga, que, no entanto, necessitaria de relocações
13
As Figuras 6a e 6b a seguir, ilustram os métodos de descarga periférica:
Figura 6a - Descarga periférica em barragens de rejeito através de espigotes espaçados (Vick, 1983)
Figura 6b - Descarga periférica em barragens de rejeito através de ponto único de descarga (Vick, 1983)
Figura 7 - Descarga periférica em barragens de rejeito através de espigoteamento contínuo (Boscov, 2008)
14
Vick (1983) alerta para a limitação da taxa de alteamento anual no método de
tais elementos podem ser dispensados, garantindo uma certa distância entre a bacia de
15
Em relação às desvantagens do método de alteamento por jusante, Vick (1983)
subsequentes são obtidas de modo a preservar o eixo da crista, com parte dos diques
16
Figura 9 - Método de alteamento por linha de centro (Vick, 1983)
presente autor avalia, com base no exposto, que o método de alteamentos sucessivos por
segurança e estabilidade.
finas direcionam-se a locais mais distantes dos pontos de lançamento, formando assim o
17
reservatório. Desta forma, é de extrema importância a manutenção e controle da linha
da bacia de decantação é a única que pode ser controlada durante a operação. A Figura
10, a seguir, apresenta os fatores que influenciam a posição da linha freática próxima à
18
Figura 10 - Fatores que influenciam a localização da superfície freática (Vick, 1983)
posição da linha de saturação. A Figura 10a mostra que, quanto mais próximo da crista
estiver o lago do reservatório, mais alta será a posição da linha de saturação próxima à
reduzindo então a posição da linha freática. Na Figura 10c, Vick (1983) apresenta como
Segundo Norman & Raforth apud Lima (2006), os rejeitos finos, após
19
adensamento por peso próprio, os quais liberam o licor ou a água do processo,
drenando-a para a superfície, e fundação, se esta for permeável. Esta água superficial
quando não eliminada, confere ao rejeito a condição saturada por muitos anos. Neste
20
Espósito (2000) consolida um conjunto de informações, demonstrando o estado
dos diques associada à utilização do método de alteamento por montante apresenta boa
21
Freire Neto (2009) aponta que, em países com elevada atividade sísmica, a
De acordo com Olson (2001) apud Silva (2010), o fluxo por liquefação é um
Freire Neto (2009) afirma que, quando de sua ocorrência, em campo, o processo
grande extensão. A massa de solo flui, espalhando-se até as tensões cisalhantes atuantes
O processo de liquefação pode ser ocasionado por um gatilho estático ou dinâmico, que
De acordo com Ribeiro (2015), o ângulo de atrito das areias é composto por três
parcelas, ângulo de atrito grão-grão ϕu, rearranjo dos grãos ϕd e dilatância ψ, os quais
variam de acordo com o índice de vazios inicial e0, conforme mostrado na figura 12 a
seguir.
22
Figura 12 - Comportamento do ângulo de resistência ao cisalhamento (φ) versus o índice de vazios inicial e0, para
uma areia média (Ribeiro, 2015, adaptado de Lambe e Whitman, 1969)
das areias ditas compactas, que, embora apresentem uma redução durante a fase inicial
13 a seguir, que se refere ao índice de vazios inicial da amostra, sob o qual, a mesma
23
Figura 13 - Obtenção do índice de vazios crítico em solos granulares (Pinto, 2006)
extremamente diferente, conforme a areia esteja com índice de vazios abaixo ou acima
Caso um solo granular com um índice de vazios maior do que o crítico seja
hipótese de drenagem impedida, a água ficará sob pressão positiva, diminuindo a tensão
24
2.4.2. Linha de estado crítico e linha de estado permanente
No que se refere à obtenção do índice de vazios crítico, Castro apud Freire Neto
Casagrande em 1937:
descritas por Casagrande, e afirma que este, através de ensaios realizados sob diversas
tensões confinantes, concluiu que o índice de vazios crítico é reduzido com o aumento
destas tensões. Obteve-se então uma linha que relaciona o índice de vazios crítico com o
logaritmo da tensão confinante, nomeada como “linha do estado crítico”. Esta linha está
25
Figura 14 - Obtenção do índice de vazios crítico em solos granulares (Freire Neto, 2009)
por Kramer apud Freire Neto (2009). Arthur Casagrande previu que caso a drenagem
De acordo com Castro & Poulos, 1977 e Poulos, 1981 apud Silva (2010), a linha
de estado permanente possui gênese semelhante à linha de estado crítico, porém, com
base em ensaios de compressão triaxial não drenados com tensão controlada. Nestas
velocidade constantes.
26
Definido por Poulos em 1985, o conceito de estado permanente encontra-se
trajetória de tensões estão representadas na figura 15(b), sendo ϕs, obtido através de αs,
pelo carregamento não drenado. A figura 15(d) define a chamada linha de estado
efetivas confinantes.
27
(Casagrande, 1975; Poulos, 1981; Sladen et al, 1985; Cárdenas, 2004) apud
Silva (2010) afirmam que, embora obtidas para condições drenada e não drenada, as
linhas de estado crítico e de estado permanente são equivalentes. Kramer apud Silva
(2010) relata que, sendo a resistência não drenada do solo (Su), proporcional à tensão
susceptíveis para pontos abaixo da linha, conforme descrito por Kramer apud Silva
(2010). O parâmetro de estado ψ, definido por Been & Jefferies em 1985 é dado pela
equação 1:
Ψ = e0 – eep (1)
28
Sendo e0 o índice de vazios do solo in situ antes do cisalhamento, para uma dada
tensão confinante efetiva e eep o índice de vazios para o solo na condição de estado
permanente, sob a mesma tensão confinante. Define-se que, para valores positivos de ψ,
que, para valores negativos de ψ, o solo tende a se dilatar, não sendo susceptível à
estáticos como por carregamentos cíclicos. A partir dos gatilhos citados, em caso de
29
Realizando diversos ensaios triaxiais não drenados, submetidos a diferentes
resistência liquefeita (Su)LIQ. Em vista da liquefação não ocorrer para solos abaixo da
30
linha de estado permanente, a linha de fluxo por cisalhamento apresenta um cut-off a
carregamento rápido, ou por uma rápida elevação da linha freática, o que ocasionaria
fenômeno da liquefação.
pico (Su)PICO. No entanto, Olson (2001) apud Silva (2010) apresentou um método que
utiliza a resistência não drenada de pico (Su)PICO para análise do gatilho, e caso este
31
2.5. Análise do potencial de liquefação de acordo com a metodologia de Olson
(2001)
está condicionada, dentre outros fatores, à sua variação de volume sob o cisalhamento,
pode ser identificado, de acordo com Olson apud Silva (2010), utilizando grandezas
como a resistência à penetração corrigida, obtida através de ensaios de campo, SPT e/ou
CPT.
Com base no estudo de diversos casos históricos, Olson apud Silva (2010)
número de golpes SPT corrigido (N1)60, e com a resistência de ponta corrigida qc1,
32
Figura 20 – Avaliação do potencial de liquefação através de medidas NSPT (Silva, 2010)
33
Dentre estas, Olson propõe a aplicação das envoltórias de Fear e Robertson (1995), as
livre teórica transmitida pelo martelo, conforme relatado por Schmertmann e Palacios
sistemas manuais para a liberação de queda do martelo fazem com que a energia
normalização do número de golpes SPT com base no padrão internacional N60, em vista
Seed (1987) e Seed e Harder (1990) apud Rafael (2012) propuseram a correção
dos valores de NSPT, medido em campo, para (N1)60, normalizado em relação a 60% da
energia teórica de queda livre do martelo, corrigidas também para o nível de tensões.
𝐸𝑅
(𝑁1 )60 = 𝑁𝐶𝑁 ( 60 ) (4)
tensão vertical efetiva, expressa por Liao e Whitman (1985) apud Rafael (2012):
34
𝑃 𝑛
𝐶𝑁 = (𝜎´𝑎 ) (5)
𝑣0
Pa é a pressão atmosférica e n tem seu valor 0,5, sugerido por Olson (2001) apud
expressão:
𝑞𝑐1 = 𝑞𝑐 𝐶𝑞 (6)
1,8
𝐶𝑞 = 𝜎´ (7)
0,8+( 𝑣0 )
𝑃𝑎
plotar pares de valores das tensões verticais efetivas e das resistências à penetração
obtidas nos referidos ensaios. Conforme relatado em Silva (2010), de acordo com a
locação dos pontos no gráfico, têm-se duas hipóteses para avaliação da susceptibilidade
à liquefação:
35
gatilho de liquefação. Conforme previamente apresentado, a presente etapa constitui em
pico.
gráficos que a relaciona com a resistência à penetração, obtidas dos ensaios SPT e/ou
36
Figura 22 – Correlação da razão de resistência de pico x (N1)60 (Rafael, 2012)
𝑆𝑢 (𝑃𝐼𝐶𝑂)
𝜎´𝑣0
= 0,205 + 0,0075[(𝑁1 )60 ] ± 0,04 Para (N1)60 ≤ 12 (8)
37
Figura 23 – Correlação da razão de resistência de pico x (qc1) (Rafael, 2012)
𝑆𝑢 (𝑃𝐼𝐶𝑂)
𝜎´𝑣0
= 0,205 + 0,143𝑞𝑐1 ± 0,04 Para qc1 ≤ 6,5 MPa (9)
Determinar o fator de segurança contra o início de liquefação para cada fatia dos
(𝑆𝑢 )𝑃𝐼𝐶𝑂
𝐹𝑆𝑔𝑎𝑡𝑖𝑙ℎ𝑜 = (10)
𝜏𝑑
Analisam-se os resultados da equação (10) para cada fatia na SPR para os solos
conforme análise realizada nas verificações anteriores, deve-se então proceder com
cisalhamento liquefeita, e para os casos onde o gatilho não foi acionado, utiliza-se a
resistência de pico.
resistência liquefeita (Su)LIQ, a qual é obtida através dos gráficos que correlacionam a
e Rafael, 2012).
𝑆𝑢 (𝐿𝐼𝑄)
𝜎´𝑣0
= 0,03 + 0,075[(𝑁1 )60 ] ± 0,03 Para (N1)60 ≤ 12 (11)
39
𝑆𝑢 (𝐿𝐼𝑄)
𝜎´𝑣0
= 0,03 + 0,143𝑞𝑐1 ± 0,03 Para qc1 ≤ 6,5 MPa (12)
liquefeita (Su)LIQ multiplicando-a pela tensão vertical efetiva inicial σ´v0. A resistência
liquefeita é então associada aos segmentos da SPR com propensão à liquefação e cuja
análise de potencial de ativação do gatilho foi igual ou inferior a 1,0. Para os solos não
(𝑆𝑢 )𝐿𝐼𝑄
𝐹𝑆𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 = (13)
𝜏𝑑
Analisam-se os resultados da equação (13) para cada fatia na SPR que tenha
Olson & Stark (2001) recomendam que as análises de estabilidade pós gatilho
sejam repetidas até não haver redução significativa dos valores encontrados para FSfluxo.
40
dificultado devido às diversas incertezas perante as condições de contorno, como a
de campo
areno siltosos, diversos estudos vêm sendo realizados, como Jamiolkolwski & Masella
susceptibilidade à liquefação.
KGHM Zelazny Most (ZM), localizada a sudoeste da Polônia, conforme visto na figura
26 a seguir.
Figura 26 – Localização da Zelazny Most, mina e usina de cobre (Jamiolkowski & Masella, 2015)
41
A barragem de contenção de rejeitos de minério de cobre Zelazny Most
corresponde a uma área de 12,4 km² e seus diques periféricos apresentam 14,3 km de
extensão, com a crista variando entre 41m e 65m. O empreendimento iniciou em 1977 e
tem operação prevista até 2042, correspondendo à total exaustão do minério da região.
alteamento por montante, com o rejeito grosseiro utilizado no corpo dos maciços,
de alteamento da crista encontra-se dentro dos limites propostos por Vick (1983),
crista por, no mínimo, 200 metros e, adicionalmente ao dreno de pé, foram construídos
quatro níveis de drenos circunferenciais, à medida que a barragem foi sendo alteada,
estas observações.
Figura 27 – Método de alteamento por montante, fazendo o lançamento por espigoteamento (Jamiolkowski &
Masella, 2015)
42
Figura 28 – Estruturas de drenagem (Jamiolkowski & Masella, 2015)
de plasticidade dos finos, que não excedia a 15%. A figura a seguir apresenta uma faixa
maior teor de finos, conforme esperado devido ao método de lançamento por espigotes.
43
Figura 29 – Fração grosseira do rejeito de Zelazny Most (Adaptado de Jamiolkowski & Masella, 2015)
profundidades. Jamiolkowski & Masella (2015) relatam que, até 2013, com a exceção
Variabilidade espacial;
Profundidade da linha de saturação nos rejeitos;
Estado dos rejeitos em campo, e a susceptibilidade à liquefação estática.
CPTU, S-DMT e o CHT. Jamiolkowski & Masella (2015) apontam que o ensaio CHT
(Cross Hole Tests), através de checagem periódica, tem permitido monitorar, através da
acordo com os sucessivos alteamentos. Os autores afirmam que o ensaio de campo CHT
supracitados.
Figura 30 – Resultados de ensaios CHT no rejeito de Zelazny Most (Jamiolkowski & Masella, 2015)
e a velocidade de onda cisalhante Vs, que combinados com o parâmetro qc, obtidos em
& Masella (2015), estando o grau de saturação relativamente alto, próximo à unidade
(0,9 < S < 1,0), apreciam-se benefícios na resistência à liquefação cíclica. A figura 26
45
apresenta a influência do grau de saturação na resistência à liquefação cíclica. À medida
liquefação cíclica de uma areia parcialmente saturada pode chegar a 2,4 vezes a
areia de Toyoura.
Figura 31 – Efeito do grau de saturação na resistência à liquefação cíclica (Jamiolkowski & Masella, 2015)
46
3. Conclusões e trabalhos futuros
Com base na preferência das mineradoras brasileiras, citada por Espósito (2000),
método de alteamento por montante, jusante e linha de centro com seus respectivos
benefícios e preocupações.
utilização residem nos altos custos associados, como o maior volume de serviços de
engenharia geotécnica, como o que requer maiores cuidados e controle nos aspectos
rejeitos de mineração.
47
encontrando respostas nos ensaios de campo, importante ramo da engenharia
geotécnica.
susceptíveis à liquefação.
mineração, o presente autor sugere estudos de linha de pesquisa referente aos métodos
48
4. Referências Bibliográficas
ÁVILA, J. P. de, 2012. Barragens de rejeitos no Brasil, CBDB, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil.
BOSCOV, M. E. G., 2008. Geotecnia Ambiental, Oficina de Textos, São Paulo, SP,
Brasil.
MG, Brasil.
Copper Tailings at Zelazny Most Site. 3rd International Conference on the Flat
49
MIGUEZ, M. G., 2015. Notas de Aula da Disciplina Sistemas de Transportes III, UFRJ,
OLSON, S. M., 2001. Liquefaction analysis of level and sloping ground using field case
OLSON, S. M. & STARK, T. D., 2001. Liquefaction analysis of lower San Fernando
PINTO, C. de S, 2006. Curso Básico de Mecânica dos Solos, Oficina de Textos, São
50
VICK, S. G., 1983. Planning, Design and Analysis of Tailings Dams. John Wiley &
51