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Todo ser humano

Tem dois cérebros

Um deles mora bem protegido

Pelos ossos do seu crânio

O outro cérebro

Vive em nossos intestinos

Vai ver que é por isso

Que são tão misteriosos

Os nossos destinos

Atrás do arranha-céu,
tem o céu, tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva
tem a chuva, tem a chuva
Que tem gotas tão lindas
que até dá vontade de comê-las

No meio da couve-flor
tem a flor, tem a flor
Que além de ser uma flor tem sabor
Dentro do porta-luva
tem a luva, tem a luva
Que alguém de unhas negras e tão afiadas
esqueceu de pôr
No fundo do para-raio
tem o raio, tem o raio
Que caiu da nuvem negra do temporal
Todo quadro-negro
é todo negro, é todo negro
E eu escrevo o seu nome nele
só pra demonstrar o meu apego

O bico do beija-flor
beija a flor, beija a flor
E toda a fauna a flora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte
tem arte, tem arte
E aqui passa com raça
eletrônico maracatu atômico
Eu não peço desculpa
E nem peço perdão
Não, não é minha culpa
Essa minha obsessão
Já não agüento mais
Ver o meu coração
Como um vermelho balão
Rolando e sangrando,
Chutado pelo chão

Psicótico,
Neurótico,
Todo errado...
Só porque eu quero alguém
Que fique vinte e quatro horas do meu lado
No meu coração, eternamente colado...
No meu coração, eternamente colado...

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