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FEMINISMOS, GÊNERO E
DESIGUALDADES
Volume II
Editora Ilustração
Cruz Alta – Brasil
2021
Copyright © Editora Ilustração
CATALOGAÇÃO NA FONTE
F329 Feminismos, gênero e desigualdades [recurso eletrônico] /
organizadores: Nariel Diotto ... [et al.]. - Cruz Alta:
Ilustração, 2021.
v. 2. ; 21 cm
ISBN 978-65-88362-99-0
DOI 10.46550/978-65-88362-99-0
1. Feminismo. 2. Violência contra mulheres. 3.
Desigualdade de gênero. I. Diotto, Nariel (org.).
CDU: 396.2
Responsável pela catalogação: Fernanda Ribeiro Paz - CRB 10/ 1720
2021
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora
Ilustração
Todos os direitos desta edição reservados pela Editora Ilustração
Rua Coronel Martins 194, Bairro São Miguel, Cruz Alta, CEP 98025-057
E-mail: eilustracao@gmail.com
www.editorailustracao.com.br
Conselho Editorial
APRESENTAÇÃO�������������������������������������������������������������������13
Nariel Diotto
Gabriela Dickel das Chagas
Daiane Caroline Tanski
Raquel Buzatti Souto
Tiago Anderson Brutti
Capítulo 1 - FEMINISMO NEGRO E CIBERATIVISMO:
RELAÇÃO COM O ENFRENTAMENTO DA
DESIGUALDADE NO BRASIL����������������������������������������������21
Dandara Roberta Soares Conceição
Raquel Buzatti Souto
Capítulo 2 - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E CAMPANHAS DE
INCENTIVO PARA DENÚNCIA DOS AGRESSORES: UMA
ANÁLISE NO PERÍODO DE ISOLAMENTO SOCIAL DA
PANDEMIA DO COVID-19��������������������������������������������������35
Eduarda Sampaio da Veiga
Nadyni Almeida de Almeida
Aline Antunes Gomes
Capítulo 3 - A DICOTOMIA DAS CONCEPÇÕES (PRÉ)
FEMINISTAS DA FILÓSOFA HANNAH ARENDT�������������47
Raíssa Pedroso Becker de Lima
Daiane Caroline Tanski
Mariana Figueira Fontoura
Sabrina Figueira
Vanessa Steigleder Neubauer
Capítulo 4 - DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS
NO SÉCULO XXI: O CAPITALISMO E O MOVIMENTO
REACIONÁRIO BOLSONARISTA����������������������������������������57
Sawara Gonçalves Santos
Letícia Maria Pereira Siqueira
Virgínia Stern da Silva
Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
Nariel Diotto
Gabriela Dickel das Chagas
Daiane Caroline Tanski
Raquel Buzatti Souto
Tiago Anderson Brutti
(Organizadores)
Capítulo 1
FEMINISMO NEGRO E CIBERATIVISMO:
RELAÇÃO COM O ENFRENTAMENTO DA
DESIGUALDADE NO BRASIL
1 Considerações iniciais
2 Desenvolvimento
3 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
agressor.
A justificativa desta pesquisa encontra fundamento na
necessidade de inovações nas formas de prestar auxílio às vítimas
de violência doméstica, na medida em que é comum que esta
possua medo e/ou vergonha de relatar estes episódios, ou, ainda,
que não consiga um momento longe da observação do agressor,
para comparecer à Delegacia de Polícia e denuncia-lo.
Esta pesquisa é relevante, na medida em que a Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher exige maior atenção
da sociedade em geral, em que pese a existência de lei própria
para proteção, assim como medidas protetivas e assistência
especializada para a vítima, há uma grande dificuldade do Estado
tomar conhecimento das situações vivenciadas, uma vez que são
perpetradas dentro do ambiente doméstico, onde inexistem, muitas
vezes, testemunhas.
Foi utilizada como metodologia, a pesquisa bibliográfica,
qualitativa e expositiva, com o estudo da Lei n° 14.188/21 (Sinal
Vermelho contra a Violência Doméstica) e Lei nº 15.512/20
(Máscara Roxa), bem como pesquisas doutrinárias e análise de
artigos disponibilizados nas plataformas digitais.
1 Art. 7º. São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal; II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe
cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o
pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação
de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018); III - a violência sexual, entendida como
qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação
sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça
de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou
que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - a violência
patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades; V - a violência moral, entendida como qualquer conduta
que configure calúnia, difamação ou injúria.
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
4 Considerações finais
pelo atendente nos estabelecimentos referidos no art. 1.º aos telefones 180 ou 190
ou outro que, eventualmente, venha a ser disponibilizado pelas autoridades, para
essa finalidade. Parágrafo único. O atendente anotará os dados da pessoa que faz a
denúncia, seu nome, endereço e número de telefone para eventual contato.
Art. 3º Quando não for possível haver a menção expressa da denúncia, por motivo de
segurança da denunciante, será utilizada a frase de passe “PRECISO DE MÁSCARA
ROXA”, para que o atendente preste ajuda. Parágrafo único. Mencionada a frase
de passe, o atendente deverá informar à pessoa que o produto não está disponível,
mas sendo recebido, requerendo os dados indicados no parágrafo único do art. 2.º,
efetuando imediatamente a comunicação às autoridades, pelos telefones 180, 190 ou
outro disponibilizado para esse fim.
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
Referências
1 Considerações iniciais
2 Desenvolvimento
(LAFER, 1988).
A reconstrução do tema dos direitos humanos elaborada
com base em desenvolvimentos ou sugestões contidas na obra de
Hannah Arendt permite identificar problemas que são importantes
e se tornaram relevantes em virtude da ruptura totalitária (LAFER,
1988).
Diante das obras de Hannah, principalmente da intitulada
“A condição Humana”, questionou-se se suas teses relacionadas a
esferas pública e privada eram ideias opostas à luta feminista (ASSIS,
2006). No entanto, após a autora trazer em sua obra a conceituação
do termo natalidade como inerente à vida e à capacidade de todos
os seres humanos, enfatizou-se a concepção de que a condição da
natalidade estaria interligada à ação, logo todos os sujeitos possuem
aptidão para serem integrantes ativos da política, e com isso as
mulheres também são incluídas como indivíduos de direitos, e
não somente integrantes da esfera privada e excluídas da sociedade
(ASSIS, 2006).
Destaca-se que ao Arendt se referir acerca da expressão
natalidade trouxe diversas conceituações, como nascimento, ou
seja, uma oportunidade do sujeito ao vir ao mundo dar início a
algo novo, mas, da mesma forma menciona que esse termo seria
inerente à ação –possibilidade de cada indivíduo de iniciar algo
novo. Com isso, seria demonstrada a singularidade dos seres
humanos, mediante sua inserção no mundo (ARENDT, 1991).
De acordo com Hannah Arendt essa capacidade de agir
seria o próprio conceito de liberdade: “Com a criação do homem,
veio ao mundo o próprio preceito de início; e isto, naturalmente, é
apenas outra maneira de dizer que o preceito de liberdade foi criado
ao mesmo tempo, e não antes, que o homem” (ARENDT, 1991,
p. 190).
Assim, a condição humana de natalidade atribui a
competência de realizar escolhas, de consentir, ou discordar com
o estado das coisas. Portanto, esse fato influência diretamente no
direito de igualdade dos sujeitos atribuindo-se esse direito não
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
3 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
e reprodutivos.
5 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
ajudando a disseminar”.
Durante anos o compartilhamento de fotos intimas era
considerado violência moral – crime de injuria, considerado de
menor potencial ofensivo -, contudo, com a aprovação da Lei nº
13.718/18, a divulgação de fotos íntimas de ex-namoradas, ex-
esposas, ex-companheiras ou qualquer outra mulher, maior de 18
anos, tornou-se crime, podendo o condenado pegar de 1 a 5 anos
de prisão (BRASIL, 2018).
A violência patrimonial contra a mulher no ambiente digital
consiste em uma ação praticada visando a obtenção de bens e/ou
valores monetários de maneira criminosa. Isso se dá utilizando-
se, na maioria das vezes, de redes de relacionamento virtual. Os
criminosos costumam criar perfis fakes, utilizando-se de fotos de
terceiros, nome fantasia, endereço inexistente com o objetivo de
dar golpes.
O criminoso após identificar a vítima, passa a estabelecer
uma relação com ela e, munindo-se de informações começa a
estabelecer um vínculo afetivo, de acordo com Monteiro (2019)
tem-se o objetivo de “criar um envolvimento amoroso e de
confiança que facilite a prática de golpes que sempre visam obter
vantagens econômicas”.
Após essa aproximação e com a criação de vínculo afetivo
e envolvimento amoroso os criminosos se manifestam. De acordo
com Ahmad (2018), são feitos pedidos como celulares e outros
bens de uso pessoal ou mesmo valores em dinheiro através de
transferências bancárias e semelhantes.
Os criminosos mais conhecidos por aplicar esse golpe são
os Scammers.
Geralmente, os scammers são da Nigéria, Gana e Malásia,
estruturados em quadrilhas com uma hierarquia definida.
Alguns membros recrutam crianças que entendem de
computação, nas escolas e têm facilidade em línguas
estrangeiras, são de famílias pobres e, muitas vezes, esta é
uma oportunidade de ganhar muito mais dinheiro do que
trabalhando de forma honesta (MONTEIRO, 2019, p. 57).
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
4 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
sociedade que receberá uma criança cidadã, para que, desde o seu
nascimento, haja a garantia da plenitude de seus direitos.
Todo indivíduo tem direito a vida, liberdade e segurança
e, portanto, a violência obstétrica é violação aos direitos humanos
(da mulher e de seu filho ou sua filha, nascituro ou recém-nascido).
Em que pese leis garantam o parto humanizado e a excelência no
atendimento à mulher, ainda se sabe que, diariamente, situações de
violência obstétrica seguem acontecendo, uma vez que, infelizmente,
o modelo de sociedade patriarcal impediu a mulher de figurar como
sujeita de seus direitos e sua história, impondo formas e práticas de
conhecimento na área da saúde que evidenciam uma hierarquia do
corpo do homem em relação a mulher e à saúde feminina e, por
tais razões, dentre outras, o atendimento ao parto é frequentemente
relacionado à violência obstétrica enquanto violação dos direitos da
mulher.
A assistência à saúde feminina ainda se caracteriza pela
excessiva manipulação do corpo da mulher, que muitas vezes não
recebe a oportunidade de reconhecer-se como sujeito no processo
de dar à luz e trazer à tona essas situações é um debate necessário
para a sociedade em geral, haja vista ser inadmissível que ainda
desenvolvam-se ações que desrespeitosamente retiram da mulher
o seu protagonismo no momento de parir, a desqualificando e
retirando a autonomia em relação ao seu próprio corpo e a um
evento que envolve sua sexualidade. A necessidade de tal debate
também se evidencia pelo fato de que, apesar das políticas
públicas que garantem o devido atendimento a parturiente em
todo o processo gestacional, haja vista que a própria vertente da
humanização do nascimento vem ganhando forças, ainda há muito
o que se fazer para que tais políticas verdadeiramente efetivem-se e
ultrapassem barreiras institucionais.
Sabe-se que, após a Segunda Guerra Mundial, a utilização
de novas tecnologias e técnicas médicas trouxe à tona o processo de
mecanização do parto e a consequência desse fato foi o surgimento
de muitos problemas relacionados à violência obstétrica, razão pela
qual é necessário pensar e questionar as questões éticas e jurídicas
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
3 Considerações finais
Referências
Bibiana Terra
Bianca Tito
Julia Mendes Silva
Mariete Lopes da Costa
Marina Helena Vieira da Silva
1 Considerações iniciais
3 A realização do projeto
4 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
5 Considerações finais
Referências
RG8LaU81DDy~a5nefHFKFhXY~rtksWGJeaWw__&Key-Pair-
Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 23 set. 2021.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar. UFMG,
2010.
TOLEDO, A. Me empodera te empoderar. Trabalho de
Conclusão de Curso de Comunicação Social/Jornalismo.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017.
Capítulo 9
INTERSECCIONALIDADE E MOVIMENTOS
FEMINISTAS: UMA ANÁLISE DA OBRA
“MULHERES, RAÇA E CLASSE” DE ANGELA
DAVIS
Bibiana Terra
1 Considerações Iniciais
4 Considerações finais
classe são fundamentais para que se possa entender que não pode
haver um feminismo sem que ele seja interseccional, porque cada
mulher, dentro do contexto em que vive – racial, de classe, de
orientação sexual, ou qualquer outro – tem o seu histórico e suas
especificidades. Assim, a autora mostra que não se é possível pensar
nessas categorias de forma isolada.
Pode-se concluir, então, que a autora faz um entrelaçamento
entre os componentes econômicos, políticos e ideológicos do modo
de produção escravista e capitalista, mostrando como os diversos
tipos de opressão se entrecruzam na sustentação de projetos de
dominação de classe. Angela Davis, em diversas partes da obra,
mostra como o movimento feminista branco estava longe da
realidade das mulheres negras e que durante vários momentos elas
estiveram afastadas – em alguns momentos elas estiveram juntas
– mas em diversos momentos havia um distanciamento entre elas
pela falta de compreensão das necessidades especificas da mulher
negra e também por causa do racismo.
A autora formula a sua tese de forma bastante clara e
compreensível, conseguindo se fazer entender ao longo da sua
explicação. Ela é objetiva, argumentativa e também de fácil
entendimento, apresentando diversas notas de referência ao
longo do texto para que este possa ser entendido de modo geral.
Os argumentos que a autora utiliza são bastante consistentes e
convincentes, haja vista que ela se utiliza de fundamentos históricos
e depoimentos de personagens reais da história para corroborar a
sua tese.
No que diz respeito aos dados utilizados pela autora no
decorrer de sua obra, esses são bastante adequados, no entanto,
insta relembrar, a autora deixa relatado a sua critica em relação ao
silêncio da historiografia estadunidense em relação as mulheres
negras no período da escravidão, afirmando que faltam alguns
olhares e trabalhos que explorem a situação específica e realística
das mulheres escravizadas. A abordagem escolhida pela autora
permite que a tese seja amplamente discutida, conduzindo o
leitor a uma necessária reflexão e compreensão dos movimentos
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
Referências
1 Considerações iniciais
3 Considerações finais
Referências
Katiussa Richter
Tiago Anderson Brutti
Gabriela Dickel das Chagas
1 Considerações iniciais
3 Considerações finais
Referências
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Acesso em: 11 mai. 2021.
PULEO, Alicia. “Filosofia e gênero: da memória do passado ao
projeto de futuro”. In: GODINHO, Tatau; SILVEIRA, Maria
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REALE, Miguel. Filosofia do direito. São Paulo: Saraiva, 2002.
REALE, Miguel. Fundamentos da concepção tridimensional do
direito. Revista Da Faculdade De Direito, Universidade De São
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Acesso em: 30 abr. 2021.
SAFFIOTI, Heleieth I. B. O poder do macho. São Paulo:
Moderna, 1987.
SAFFIOTI, Heleieth I. B. Violência de gênero: o lugar da
práxis na construção da subjetividade. 1997. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/18789/13973.
Acesso em: 20 abr. 2021.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A ecologia de saberes. In: A
gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo:
Cortez, 2010.
SILVA, Luciane Lemos da. CEVIC: a violência denunciada.
2005. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Saúde Pública, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis. Disponível em: https://repositorio.ufsc.
br/bitstream/handle/123456789/102249/221558.
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
1 Considerações Iniciais
5 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
a perícia. Quatro meses depois, quando Maria voltou para casa após
ter sido submetida a duas cirurgias, internações e tratamentos, ele a
manteve em cárcere privado durante 15 dias e tentou eletrocutá-la
durante o banho.
Mesmo após a vítima descobrir que o marido era quem
estava por trás dos atentados, ela só conseguiu sair da casa com
a ajuda de seus familiares que viram a gravidade da situação em
conseguiram apoio jurídico.
No primeiro julgamento de Marco Antônio ocorrido em
1991, o mesmo foi sentenciado a 15 anos de prisão, mas saiu do
fórum em liberdade. O segundo julgamento só foi realizado em
1996, no qual o ex-marido foi sentenciado a 10 anos e 6 meses de
prisão, no entanto por irregularidades processuais, mais uma vez a
sentença não foi cumprida.
Em 1998, o caso de Maria da Penha tomou conhecimento
internacional, onde o mesmo foi denunciado a Comissão
Interamericana de Direitos humanos da Organização dos Estados
Americanos (CIDH/OEA). Mesmo assim o Estado brasileiro não
se pronunciou e permaneceu omisso.
Por fim em 2001, após receber quatro ofícios da CIDH/
OEA, o Estado foi responsabilizado por negligencia, omissão
e tolerância em relação à violência doméstica. E foi instruído a
tomar as devidas medidas para que o caso se resolvesse e o réu fosse
sentenciado, e para que casos futuros não voltassem a ocorrer.
Outro caso, ocorreu recentemente no ano de 2020
no Espirito Santo, onde uma menina de 10 anos vinha sendo
estuprada pelo tio desde os seus seis anos de idade, a criança acabou
engravidando e concordou juntamente com seus responsáveis com
a realização de um aborto (CABETTE; BARBOSA, 2020).
Esta decisão não foi aceita por grupos radicais e inclusive
por alguns representantes do atual governo do Brasil, houveram
protestos em frente ao hospital que realizaria o procedimento e o
nome da vítima foi divulgado por pessoas que se denominavam
“ativistas pró-vida” na internet.
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Feminismos, Gênero e Desigualdades - Volume II
5 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
da situação criada por ele mesmo e ameaça a vítima para que não
o denuncie.
Além das Delegacias, existem outros lugares para buscar
ajuda, como, por exemplo, Unidades de Saúde, Defensoria Pública
Estadual, Polícia Militar, Centro de Referência da Assistência
Social, Centro de Referência de Atendimento à Mulher, Centro
de Referência Especializada em Assistência Social (ROSSETO;
SAUER, 2020)
Neste sentido, também merecem destaque as campanhas
“Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica” e “Máscara Roxa”,
essas ações têm o intuito de facilitar o resgate de mulheres em
situação de violência. A mulher deve desenhar um “X” na palma
da mãe e mostrá-la a um atendente de farmácia, ou solicitar uma
máscara roxa, essas condutas funcionam como códigos para que o
profissional comunique à polícia (RITT, 2020).
4 Considerações finais
Referências
1 Considerações iniciais
3 Considerações finais
Referências
1 Considerações Iniciais
4 Considerações finais
Referências
<http://www.bibliotecadigital.abong.org.br/handle/11465/883>.
Acessoem: 11 jul. 2021.
SOBRE OS AUTORES E AUTORAS
eduardo.virtual@hotmail.com