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PRODUÇÃO DE TEXTOS

Leitura Recomendada
Como fazer uma Resenha Crítica Conectivos
Daniela Diana
Gêneros Textuais
Professora licenciada em Letras

Texto Narrativo
A resenha crítica é gênero textual informativo, PUBLICIDADE

Artigo de Opinião
descritivo e opinativo sobre uma determinada
obra, por exemplo: livro, artigo, lme, série, Crônica

documentário, exposição de artes, peça Texto Dissertativo


teatral, apresentação de dança, shows.
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Nela, o resenhista sintetiza as ideias e expõe
Língua Portuguesa Produção de Textos
suas apreciações, in uenciando seus leitores.

Assim, a função da resenha crítica é fazer


uma análise interpretativa da obra expondo
considerações pessoais sobre o objeto analisado.

Esse texto é muito utilizado no mundo acadêmico, pois eles são lidos pelos
pesquisadores para conhecer melhor os aspectos positivos e negativos, expandir a
visão sobre o tema explorado e entender a abordagem utilizado pelo autor.

Como fazer uma boa resenha crítica: passo a passo


1. Conheça muito bem a obra

Para começar uma resenha crítica é necessário ler/assistir atentamente à obra


analisada.

Se necessário, pode-se fazer isso mais de uma vez para que nenhuma parte passe
despercebida. Assim, se cou alguma dúvida, não hesite em ler/ver novamente.
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2. Faça anotações sobre a obra

Durante a fase inicial, é importante ir fazendo algumas anotações sobre o tema, a PUBLICIDADE

estrutura da obra, o autor/autora.

Qual o nome da obra?

Quem é o autor/autora?
Qual a temática explorada pelo autor/autora e sua relevância?
Qual a opinião defendida pelo autor/autora?
Quando ela foi publicada, lançada ou apresentada?

Qual a estrutura e divisão apresentada (partes, capítulos, seções)?


A obra faz parte de outras, por exemplo, é uma trilogia?

3. Pesquise sobre o autor/autora

Para fazer uma resenha crítica é importante saber mais sobre o autor ou autora da obra,
por exemplo:

Qual o nome completo do autor/autora?


Qual o local e data de nascimento/morte do autor/autora?
O tema da obra produzida é recorrente em outras obras do mesmo autor/autora?

4. Crie sua opinião sobre a obra

Para produzir sua opinião sobre a obra analisada, responder algumas questões podem
ajudar a de nir melhor o caminho a ser seguido:

Gostou da obra?
Qual parte foi mais interessante?
Que relações ela pode ter com outras obras?
Quais as principais considerações e apreciações sobre o tema?
Sentiu que teve alguma parte que não cou muito bem explicada?
Quais as emoções geradas depois de ler/assistir a obra?

5. Produza a resenha crítica

Analisando as informações coletadas acima, chegou a hora de produzir o texto. Por


isso, recorra a todas as anotações feitas, pois elas serão valiosas e servirão de guia e
apoio para desenvolver melhor a resenha crítica.

A estrutura da resenha crítica segue o modelo dos textos dissertativos-argumentativos,


ou seja: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Sendo assim, con ra abaixo o que será contemplado em cada parte da resenha:

Introdução

Para começar a resenha, é necessário fazer uma exposição inicial sobre a obra, o tema
e o autor.

Essa parte inicial é mais informativa e tem como intuito situar o leitor para que ele
saiba o que vai encontrar no texto.

Esse resumo inicial pode ser feito da seguinte maneira:

A obra: título, subtítulo (se houver) e ano de publicação.


O autor: nome, nacionalidade, data de nascimento e morte, algumas características
que o destaque.
O tema: o tema central levantado pelo autor da obra e que será apresentado na
resenha.

No caso de ser uma resenha crítica acadêmica é obrigatório citar a obra nas normas da
ABNT e isso deve estar antes da introdução.

Nas normas da ABNT, as citações das obras é feita da seguinte maneira: sobrenome e
nome do autor, título da obra, edição, local, editora e ano da publicação.

Exemplo: BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 38 ed. São Paulo: Cultrix,
1994.

Desenvolvimento

O desenvolvimento da resenha envolve a maior parte do texto, que inclui os argumentos


e as apreciações do resenhista sobre o objeto analisado.

Nesse momento, as ideias e as opiniões que surgiram na análise anterior devem estar
bem fundamentadas, explicadas e coerentes.

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Isso porque as resenhas críticas pretendem in uenciar os leitores e o resenhista deve


utilizar esse espaço para argumentar, indicar os pontos positivos e negativos da obra,
sempre explicando o porquê da sua constatação.

Se a resenha crítica não tiver a posição do resenhista, ela pode ser considerada uma
síntese ou um resumo.

Em alguns casos, pode-se recorrer a outras obras que apresentem temas semelhantes
para contrapor alguns argumentos do autor, comparar conceitos e ideias, apresentando
assim, outro ponto de vista.

Conclusão

O nal da resenha contempla o fechamento das ideias e não é necessariamente uma


parte muito grande.

Embora no desenvolvimento a opinião do resenhista tenha sido exposta, aqui é hora de


sintetizar e opinar sobre alguns aspectos da obra:

A obra e o tema são relevantes no contexto atual?

A linguagem e a abordagem utilizada facilita o entendimento?


Quais os pontos positivos e negativos da obra?
Quais as principais contribuições da obra para o público?

Comparando a obra com outras do mesmo autor, quais as principais conclusões?

Exemplo de resenha crítica pronta


Segue abaixo uma resenha crítica do livro o “Menino Maluquinho” (1980), do escritor
Ziraldo Alves Pinto, feita pela professora Daniela Diana.

Quem nunca ouviu falar do menino que ‘tinha ventos nos pés’, o ‘olho maior que a
barriga’, ‘fogo no rabo’, ‘umas pernas enormes (que davam para abraçar o mundo)’ e que
‘chorava escondido se tinha tristezas’?

É assim que caracterizamos um dos personagens de Ziraldo, que com mais de 30 anos
de existência corrobora sua atemporalidade.

“O Menino Maluquinho”, lançado em 1980 pelo escritor e cartunista Ziraldo, é um


clássico da literatura e que continua conquistando o universo infanto-juvenil.

Em entrevista ao Diário Catarinense (2011), Ziraldo a rma que a ideia de criar o Menino
Maluquinho surgiu de considerações e observações pessoais:

“Eu já tinha visto o que tinha acontecido com meninos felizes e infelizes.
Os felizes viraram adultos mais bem resolvidos. Os infelizes e desamados,
caram adultos mais sofridos.”

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No tocante ao uso da inocência e da simplicidade, muitas obras de arte nos levam a


recordar da célebre frase de Leonardo da Vinci quando nos alerta que: “A simplicidade é
o último grau de so sticação”.

No livro o “Menino Maluquinho” isso não é diferente e se torna claro no momento em


que iniciamos a leitura. De partida, já nos familiarizamos com seus desenhos naif, sua
linguagem simples, ‘nada de especial’, diriam alguns, ‘tudo de essencial’, a rmariam
outros.

Assim, o essencial e o especial se mesclam numa narrativa uida, simples e familiar.


Isso porque a obra trata de aspectos do cotidiano, da simplicidade dos momentos, de
um menino travesso com uma felicidade contagiante.

Interessante notar que o sucesso da obra não fora passageiro, e seu reconhecimento
implicou no aumento considerável do número de vendas e edições ao longo desses
anos.

E, se pensarmos assim, já temos certeza que esse ‘personagem lendário’ adquiriu uma
posição de destaque, já que é considerada uma das maiores obras infanto-juvenis do
Brasil.

Atualmente, ela é utilizada nas escolas como ferramenta de acesso e, ainda, para
disseminar o gosto pela leitura.

Além disso, a obra foi adaptada para cinema, série televisiva e desenho animado,
expandindo ainda mais os corriqueiros momentos de travessuras desse menino tão
maluquinho.

Nesse momento, surgem as perguntas: o que torna uma obra literária parte do
imaginário de um povo? Como adquire uma posição de destaque?

Para responder essas questões, podemos pensar na psicologia e pressupor uma


identi cação da personagem com a nossa personalidade. Ou ainda, percorrer os
caminhos da linguística para explicar que uma linguagem simples e cheia de
signi cados absorve a atenção do público. Entretanto, aqui, a ideia não é esta!

Após a leitura ca claro que, com uma linguagem e uma narrativa simples, Ziraldo
conseguiu transmitir ao público, a trajetória e os momentos quase universais de uma
infância feliz.

Talvez por isso houve, durante essas décadas, enorme aceitação do público. Essa obra
vendeu cerca de 2,5 milhões de exemplares, ao mesmo tempo que acompanhou nossa
era digital.

Assim, hoje encontramos sites do Menino Maluquinho, com vídeos, jogos e quadrinhos.

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“E, como todo mundo, o menino maluquinho cresceu (...) E foi aí que todo
mundo descobriu que ele não tinha sido um menino maluquinho ele tinha
sido era um menino feliz!”.

A simplicidade com que o livro termina, nos leva a pensar que como toda criança
travessa, sua infância e trajetória de vida está repleta de acontecimentos tão ‘humanos’.

Destacam-se: fazer travessuras, ter inquietudes, se apaixonar, brincar com os


familiares, tirar nota baixa na escola, ter bons amigos, algumas namoradas, segredos,
jogar futebol, empinar pipa, se machucar, ter decepções e alegrias...

Todos os acontecimentos que resumem uma vida simples e feliz e que o tornam esse
‘cara legal’, são desvendadas pelo próprio Ziraldo no nal da estória.

O Maluquinho revela diante das coisas boas e nem tão boas da vida que consegue
sorrir e ter princípios e valores.

Segundo o poeta e lósofo estadunidense Henry Thoreau (1817-1862): “Muitos homens


iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro”.

Essa frase faz sentido na medida em que meu encontro com o “Menino Maluquinho” foi
de extrema identi cação, perceção, magia, catarse.

‘Devorei’ a obra nos espaçosos corredores de uma feira de livros na década de 90 na


cidade de São Paulo. Eu tinha 8 anos.

Naquele momento, inebriada com o cheiro de livros, luzes coloridas e brilhantes, vozes
em verso e prosa, e as mãos dadas ao papai, eu sabia que iria crescer, igual o Menino
Maluquinho.

Assim, o meu novo desa o a partir daí foi a busca para me tornar aquele ‘cara legal’
descrito por Ziraldo.

A nal, ‘ventos nos pés’, vontade de 'abraçar o mundo' e 'imaginação' eu já tinha, e


bastante.

Leia mais sobre esse tema:

Resenha: o que é e por que ela NÃO é um resumo


Resenha de lme: como fazer (com exemplos)

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  

Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela
Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e
gestão de conteúdos on-line.

Veja também

Resenha de lme: como fazer (com exemplos)

Resumo de Texto

Resenha: o que é e por que ela NÃO é um resumo

Como fazer capa de trabalho ABNT (modelo e guia)

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