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Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

Faculdade de Engenharias e Tecnologias


Departamento de Desenho e Construção
Curso de Licenciatura em Educação Visual

ARTE AFRICANA E MOÇAMBICANA

Miguel Ribeiro da Silva


(+258) 84/86 747 8585
Correios electrónicos:
ribeirodasilva@up.ac.mz
slayribeiro@gmail.com.

http://www.up.ac.mz

FAET – Universidade Pedagógica de Maputo


Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
2

ARTE AFRICANA, CIVILIZAÇÕES


ANTIGAS

FAET – Universidade Pedagógica de Maputo


Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ As formas artísticas 3
mais antigas são as
pinturas e gravações
em pedra de Tassili,
Ennedi e Níger na GENERALIDADES
região do Saara (6000
aC ao século I dC)

Civilizações
A arte africana é um conjunto de manifestações artísticas produzidas
MALI
SUDÃO pelos povos da África negra ao longo da história.
NOK
IFÉ
IORUBÁ O continente africano acolhe uma grande variedade de culturas,
BENIN caracterizadas cada uma delas por idioma próprio, tradições e
LUBA
TCHOKWE
formas artísticas características.
IACA
SONGYE
EJAGHAM Na região do Sul do Sahara pode-se identificar características da
IGALA arte islâmica, bem como formas arquitectónicas de influência norte-
BAMILEQUE
africana da antiga civilização egípcia.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
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Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
4

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

1. CIVILIZAÇÃO DO MALI
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ O Império Mali
5
tornou-se o império
mais rico da África
Ocidental no limiar
do século XIII.
CIVILIZAÇÃO DO MALI

Civilizações O Império do Mali, foi um Estado que existiu na África Oriental no


período de 1230 a 1600 aproximadamente.
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON Mapa do Império de Mali (século XIV) O Império de Mali com seus reinos “vassalos” (século XIV)
BAMANA
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Sua peregrinação fez 6
o Império de Mali ser
conhecido por todo o
mundo, e os mapas
europeus passaram a EXPANSÃO
citá-lo.

Civilizações Após a morte do primeiro imperador do Império Mali, Sundiata Keita,


MALI assume o império Abu Bacar I, que ampliou o território do Império
SUDÃO Mali, conquistando o reino de Songai.
NOK
IFÉ
IORUBÁ No reinado de Kanku Mussá, o Império Mali chegou ao seu apogeu
BENIN em consequência da grande existência de minas de ouro na região e
LUBA
do controle das vias comerciais entre a Líbia e o Egipto.
TCHOKWE
IACA
SONGYE
Em 1324, Mansa Mussa realizou uma peregrinação a Meca,
EJAGHAM
IGALA passando pelo Egipto, levando consigo sessenta mil pessoas, e
BAMILEQUE toneladas de ouro para distribuir entre os necessitados e com a
BAMUM intenção de maravilhar os soberanos árabes.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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7

Expansão (Cont.)

O Atlas catalão de Abraão Cresques (1375), elaborado para o rei


Civilizações
da França Carlos V (1338-1380), o Sábio.
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE O mapa traz nitidamente o nome da capital (Ciutat de Melli), além
BOBO, BWA
DOGON
do rei de Mali, Mansa Mussa, sentado em seu trono e segurando
BAMANA uma bola de ouro.
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Ambas cidades 8
possuem preciosos
exemplares de
arquitectura em terra. ARQUITECTURA

Civilizações Tanto Tombuctu como Djenné, duas cidades do Mali que há


MALI séculos fizeram parte de um requintado e poderoso império,
SUDÃO descrevem a cultura, saber, espiritualidade e de uma grande
NOK riqueza há muito perdidas.
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
Ambas foram classificadas pela UNESCO como Património da
TCHOKWE Humanidade.
IACA
SONGYE
EJAGHAM De regresso para Mali, o imperador trouxe consigo um poeta-
IGALA
arquitecto, Abu Issak, mais conhecido como Es Saheli.
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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➢ O Imperador e o 9
Arquitecto,
construíram a grande
mesquita de Djinger-
ber, em Tumbuctu.
Arquitectura (Cont.1)

Civilizações

MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA Mesquita de Djinger-ber
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➢ A cidade tornou-se 10
um importante
entreposto comercial
entre a África do
Norte e a África Arquitectura (Cont.2)
Sudanesa.

A mesquita de Djenne era um dos principais centros de


Civilizações
peregrinação islâmica nas regiões meridionais do Sahara.
MALI
SUDÃO
NOK Djenne fica localizada
IFÉ no centro-sul do Mali,
IORUBÁ
próxima a um dos
BENIN
LUBA vales do rio Níger.
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA Mesquita de Djenne
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ No seu interior a 11
existência de uma
universidade do
mesmo nome
(Universidade de UNIVERSIDADE DO DESERTO
Sankoré).

Durante o começo do século XV, foram criadas várias instituições


Civilizações islâmicas. A mais famosa delas é a que foi erguida em Tombuctu, a
MALI Mesquita de Sankoré.
SUDÃO
NOK
IFÉ A universidade
IORUBÁ chegou a reunir
BENIN
mais de 25 mil
LUBA
TCHOKWE estudantes, que
IACA ali encontravam
SONGYE os melhores
EJAGHAM
IGALA professores de
BAMILEQUE teologia, direito,
BAMUM gramática,
ATTIE
BOBO, BWA
história ou
DOGON astrologia.
BAMANA Mesquita de Sankoré, Tombuctu - Mali
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➢ O trabalho de 12
rebocar uma
estrutura tão vasta é
tanto, que até os
miúdos colaboram. A FESTA DO RESTAURO

Tanto as mesquitas como as casas são feitas do mesmo material –


Civilizações
o banco, uma mistura de lama, palha e fibras de origem vegetal – e
MALI todas precisam dos mesmos cuidados.
SUDÃO
NOK
IFÉ
Os troncos embebidos nas paredes, têm a função de andaimes:
IORUBÁ para além de contribuírem para reforçar a estrutura, permitem aos
BENIN habitantes vencer a altura das suas paredes.
LUBA
TCHOKWE
IACA
O banco é posto a “curar” com semanas de antecedência e, antes
SONGYE de ser aplicado, este revestimento idêntico ao material usado na
EJAGHAM construção há cerca de sete séculos, é regular e sistematicamente
IGALA
amassado pelos pés dos mais pequenos.
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE Ao contrário do cimento ou do tijolo, não custa nada à comunidade.
BOBO, BWA A não ser um esforço que é ao mesmo tempo uma festa e um dever
DOGON
BAMANA
religioso, e por isso acompanhado por músicas e cantos.
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ A escultura do 13
império do Mali,
baseava-se nas
miniaturas ESCULTURA

Civilizações Na escultura
do império
MALI
SUDÃO
Mali, o material
NOK mais usado foi
IFÉ a terracota. A
IORUBÁ
madeira era
BENIN
LUBA também outro
TCHOKWE material, mas
IACA
menos usado.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
Arqueiro de terracota, de Mali (séc. Equestre/cavaleiro de terracota, de Mali
BAMANA XIII-XV?) 61,9 cm de altura (séc. XIII-XV?) 70,5 cm de altura
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Escultura (Cont.1)

Civilizações

MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA Figura sentada, Mali (século XIII) Homem do povo de Dogon (Mali)
DOGON de pé - Madeira

BAMANA
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Os tecelões e ourives 15
eram os mais
prestigiados pois,
tinham um
representante junto Escultura (Cont.2)
ao imperador.

O artesanato era bastante desenvolvido, os artesãos malineses


Civilizações
eram habilidosos na criação de suas peças de arte, estavam
MALI divididos em diversos grupos:
SUDÃO
NOK • Marceneiros;
IFÉ
IORUBÁ • Cesteiros;
BENIN
LUBA • Ferreiros;
TCHOKWE
IACA • Barqueiros;
SONGYE
EJAGHAM • Tecelões;
IGALA
BAMILEQUE • Ourives; etc.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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Escultura (Cont.3)

Civilizações

MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
Peça em terracota Peça feita em ouro
DOGON
BAMANA
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Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

2. CIVILIZAÇÃO DO SUDÃO
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Na Antiguidade 18
floresceram neste
território duas
civilizações: a Núbia
e o Kush (ou Cush).
CIVILIZAÇÃO DO SUDÃO

Civilizações Sudão era o maior país da


MALI África, com uma extensão
SUDÃO de 2.505.815 quilômetros
NOK
quadrados (antes da
IFÉ
IORUBÁ divisão). Limita ao norte
BENIN com o Egipto, ao leste com
LUBA o Mar Vermelho, Eritreia e
TCHOKWE
IACA
Etiópia, ao sul limitava com
SONGYE Quênia, Uganda e Zaire
EJAGHAM (actualmente limita com
IGALA
BAMILEQUE
Sudão do Sul), e ao oeste
BAMUM com a República Centro-
ATTIE africana, Chade e Líbia.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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➢ Do século XI a.C. ao 19
IV d.C., a Núbia fez
parte do reino de
Cush, Império núbio
egipcianizado que CIVILIZAÇÃO DO SUDÃO
governou o próprio
Egipto de 713 a 671
a.C.

Civilizações
MALI Desde tempos remotos, a faixa norte tem feito parte da região da
SUDÃO Núbia. Em 1570 a.C., data em que começou a XVIII Dinastia, a
NOK Núbia era uma província egípcia.
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA A economia Cushita era baseada em pedras preciosas, madeira de
TCHOKWE
IACA
ébano, marfim, e também diversos produtos que contribuíram
SONGYE decisivamente para a manutenção e crescimento da civilização
EJAGHAM egípcia.
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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➢ O Império de Cush 20
construiu três vezes
mais pirâmides que
os egípcios.
ARQUITECTURA

As diversas pirâmides de Meroé não chegam a ser tão grandes


Civilizações como as egípcias, porém impressionam pela precisão arquitetônica e
MALI pela sua rara beleza
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
Templo de Abu Simbel
BAMANA Pirâmides de Meroé
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ O templo fundado em 21
Jebal Barkal, uma
montanha sagrada,
transformou-se na
fonte de Arquitectura (Cont.2)
reivindicações de
Núbia ao trono
egípcio. A primeira capital do Império Cushita foi à cidade de Kerma, anterior a
Civilizações 5.000 a.C., considerada a cidade mais antiga da África, cujo tamanho
MALI compreendia 62 acres (1 acre = 4,046.86 m2) com mais de 200
SUDÃO casas, e edifícios maciços do tijolo que foram devotados ao comércio
NOK e às artes.
IFÉ
IORUBÁ
BENIN A segunda
LUBA capital foi
TCHOKWE
Napata,
IACA
SONGYE um centro
EJAGHAM sagrado e
IGALA devotado
BAMILEQUE
aos
BAMUM
ATTIE deuses.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA Ruinas de Meroé. Ruínas da cidade de Napata.
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ESCULTURA

O Império de Cush possuíu a cerâmica mais bela do mundo, assim


Civilizações
considerada por todos os povos, inclusive os gregos.
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE Exército de Cush. Placa de marfim esculpida com uma cena de um
leão atacando um Núbio.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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➢ Ao contrário das 23
rainhas do Egipto que
possuíam o poder
derivado dos seus
maridos, as rainhas de BAIXO RELEVO
Cush eram
governantes
independentes. A rainha Amanirenas reinou na cidade Meroé e quando o imperador
Civilizações romano Augustus tentou impor um imposto aos cushitas, Amanirenas
MALI e seu filho Akinidad, realizaram um ataque violento a um forte
SUDÃO romano na cidade Asuan.
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON Rainha Amamishakete
e seu companheiro
BAMANA
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ARTES MENORES

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
Coroa real da Antiga Núbia.
BOBO, BWA Colar Núbio feito de ouro. Está
inscrito com hieróglifos egípcios.
DOGON
BAMANA
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➢ Nos escritos do 25
Antigo Testamento,
Cush é conhecido
também por Núbia e
muitas vezes citado
CURIOSIDADES
como Etiópia.

Cush foi o local do Jardim do Éden. Genesis 2: 11-14, Um rio saía


Civilizações
MALI
do Éden para regar o jardim, e de lá se dividia em quatro braços:
SUDÃO
NOK • Fison/Pisom – aquele que rodeia toda terra de Havilá, onde
IFÉ existe ouro; e o ouro dessa terra é puro, e nela se encontram
IORUBÁ também o bdélio e a pedra de ônix.
BENIN
LUBA
• Geon/Giom – rodeia toda a terra de Cush.
TCHOKWE • Tigre – corre pelo oriente da Assíria.
IACA • Eufrates.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA Os historiadores gregos deixaram registados que os Cushitas
BAMILEQUE povoaram o Egipto, a Arábia, a Palestina, a Ásia Ocidental e a Índia.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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Curiosidades (Cont.)

Civilizações
Foram considerados, por Heródoto, como os mais altos, os mais
MALI bonitos; de maior longevidade entre as raças humanas e os mais
SUDÃO justos dos homens.
NOK
IFÉ
IORUBÁ
A civilização de Cush, com seu alfabeto, comércio e triunfos
BENIN arquitectónicos é considerada por alguns estudiosos, como superior
LUBA às civilizações mais desenvolvidas do mundo antigo.
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

3. CIVILIZAÇÃO NOK
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
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➢ O norte torna-se 28
islâmico a partir do
ano 1000, com a

CIVILIZAÇÃO NOK
civilização kanem,
cujos sucessores
dominam as rotas
comerciais do norte
da África.

Civilizações
A região onde fica a
MALI Nigéria abrigou, na
SUDÃO antiguidade, uma das mais
NOK avançadas civilizações da
IFÉ África Ocidental, a cultura
IORUBÁ
BENIN
Nok (500 a.C. a 200 a.C.).
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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Notas Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Por razões
29
desconhecidas, esta
cultura desvaneceu-
se por volta do Civilização Nok (Cont.1)
século II ou III da
nossa era.

Civilizações Nok era uma civilização existente no norte da Nigéria que, no século
MALI V a.C. dominava a metalurgia.
SUDÃO
NOK
IFÉ Os Nok eram principalmente agricultores sedentarizados que
IORUBÁ cultivavam o inhame (para alimentação) e produziam óleo de palma,
BENIN sendo provável que não criavam gado.
LUBA
TCHOKWE
IACA
Os Nok habitaram uma ampla área de “480x160 Km” a norte da
SONGYE
EJAGHAM confluência do rio Níger com o Benue.
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
30

Civilização Nok (Cont.2)

Na Idade do Ferro usavam: Cobre;


Civilizações Estanho; Bronze; Ferro, para o fabrico de
MALI
lanças, machados, artefactos de metais,
SUDÃO
vasos, esculturas, estátuas e outros de
NOK
IFÉ
barro e cerâmica.
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
Ambas figuras, são esculturas da arte Nok
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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➢ Em contrapartida, os 31
animais são tratados
de forma realista, o

CARACTERÍSTICAS DA ARTE NOK


que faz pensar que as
representações
humanas se afastam
da realidade
voluntariamente.
• É mais expressionista do que naturalista.
Civilizações
MALI
SUDÃO
• Muitas vezes, os olhos são a parte do rosto que adquire uma
maior importância, pois são constituídos por largas semiovais
NOK
IFÉ
côncavas, colocadas simetricamente e em oposição ao todo da
IORUBÁ superfície do rosto. Noutras esculturas, são os lábios que ocupam
BENIN o lugar de traço dominante, apresentando-se em relevo por
LUBA
TCHOKWE
oposição ao resto do rosto.
IACA
SONGYE • Os Nok representaram pessoas e animais. As cabeças humanas
EJAGHAM
são modeladas segundo as formas geométricas em uso:
IGALA
BAMILEQUE esféricas, cónicas e cilíndricas; São em tamanho quase natural
BAMUM e as feições são estilizadas.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
• As cabeças humanas, mesmo quando mostram alguma tendência
BAMANA para o naturalismo, nunca são retratos.
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➢ A civilização de Nok é 32
sucedida pela Iorubá,
que a partir da cidade
de Ifé fundaram
várias cidades-
CABEÇA DE JEMAA
estado.

Civilizações A peça considerada mais importante


MALI
SUDÃO
da cultura Nok é a Cabeça de Jemaa,
descoberta em 1942.
NOK
IFÉ
IORUBÁ Foi modelada em forma esférica, a
BENIN cara é uma superfície lisa, com olhos
LUBA
TCHOKWE triangulares e nariz pouco saliente a
IACA que adere o lábio superior.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA Os olhos, o nariz e a boca são
BAMILEQUE perfurados e as orelhas estão “no
BAMUM ângulo do maxilar”.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON A Cabeça de Jemaa
BAMANA
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33

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

4. CIVILIZAÇÃO IFÉ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Situada no Sudoeste 34
da Nigéria, Ife teve o
seu apogeu entre os

CIVILIZAÇÃO IFÉ
séculos XII e XV,
quando foi a capital
da região.

Civilizações Poucas civilizações na África Subsariana são tão famosas pela sua
MALI arte e a sua cultura como a de Ife, antigo reino e terra natal do povo
SUDÃO
NOK yoruba (um grupo de 35 milhões de pessoas), na Nigéria.
IFÉ
IORUBÁ Os seus artistas criaram uma obra escultórica única, que se conta
BENIN entre as esteticamente mais prodigiosas e tecnicamente mais
LUBA
TCHOKWE
aprimoradas do continente negro.
IACA
SONGYE Trata-se de objetos de grande força visual, complexidade icónica e
EJAGHAM
IGALA
variedade de formas, que revelam a extraordinária mestria criativa e
BAMILEQUE técnica dos artistas e o gosto dos mecenas e cidadãos de Ife.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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➢ O bronze de Ifé parte 35
de um estilo de
modelação como a
Terracota. Seus
antecedentes têm
Civilização Ifé (Cont.1)
sido encontrados nas
terracotas de Nok.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE Escultura cabeça de bronze Yoruba, Ife
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA Terracota de Ifé
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➢ Os especialistas
afirmam que foi a partir
36
do ano 1000 que se
desenvolveu
verdadeiramente a arte
escultórica que deu
Civilização Ifé (Cont.2)
fama a Ife, elevando-a
aos píncaros das artes
africanas.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
Cabeças em bronze, Ife
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
Cabeças de Rainha e do Rei em bronze, Ife
BAMANA
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Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
37

CARACTERÍSTICAS

Civilizações A característica de Ife são escarificações faciais. Existem várias


MALI teorias, eles também têm buracos em que os cabelos são
SUDÃO
NOK
incorporados para simular barbas, bigodes, sobrancelhas.
IFÉ
IORUBÁ Técnica e visualmente, as obras de arte da antiga Ife contam-se
BENIN
LUBA
entre as mais importantes do mundo. Incluem cabeças de tamanho
TCHOKWE natural e figuras humanas em terracota e bronze.
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
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Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

5. CIVILIZAÇÃO DO IORUBA
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Constituem o 39
segundo maior grupo
étnico na Nigéria, com
aproximadamente
21% da sua
CIVILIZAÇÃO IORUBA
população total.

Civilizações
Os iorubás ou iorubas, também conhecidos como ou yorubá ou
MALI yoruba, são um dos maiores grupo étno-linguístico ou grupo étnico
SUDÃO na África Ocidental, composto por 30 milhões de pessoas em toda
NOK
região.
IFÉ
IORUBÁ
BENIN A maioria dos iorubás vivem em grande parte no sudoeste da
LUBA Nigéria; também há comunidades de iorubás significativas no Benin,
TCHOKWE
IACA
Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil.
SONGYE
EJAGHAM
A máscara Egungun é um dos mais significativos exemplos de culto
IGALA
BAMILEQUE aos antepassados dentro da tradição iorubana. O culto Egungun
BAMUM dramatiza a crença iorubá na vida após a morte.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Além disso, eles


40
possuem o papel de

Civilização Ioruba (Cont.1)


purificar o local, curar
as enfermidades e de
ajudar a resolver
disputas territoriais.

Assim, seus mascarados representam os espíritos dos ancestrais


Civilizações
MALI
mortos que retornam à Terra para visitar os seus descendentes
SUDÃO vivos.
NOK
IFÉ
A vestimenta usada pelo mascarado raramente reflete indícios de
IORUBÁ sua identidade, que é preservada porque evoca os ancestrais
BENIN
LUBA
masculinos.
TCHOKWE
IACA Nas máscaras é possível ver a imagem de coelho, e é visto como
SONGYE
EJAGHAM
aquele que tem a capacidade simbólica de afastar as más
IGALA influências. Uma vez que o coelho possui atividades noturnas,
BAMILEQUE analogamente, a máscara de culto Egungun com representação
BAMUM
desse animal é usada também à noite.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Na parte de trás das 41


máscaras pode-se
observar uma
representação de
coelho com suas
Civilização Ioruba (Cont.2)
orelhas pontiagudas.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
Máscara Egungun, Povo Iorubá
IGALA Nigéria, Madeira pintada (46,3 x 28 x 36,5 cm)
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
Máscara Egungun, Povo Iorubá
BAMANA Nigéria, Madeira pintada (46,3 x 26,5 x 36 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Por isso, ela representa 42
o princípio maternal na
cosmovisão Iorubá,
trazendo em si os
atributos de todas as MÁSCARAS GUELEDÉ
divindades femininas
tais como Iemanjá,
Oxum e Oyá.

Civilizações As máscaras Gueledé, juntamente com as Egungun e as Epa, são


MALI
SUDÃO
as mais populares entre os iorubá.
NOK
IFÉ O festival das Gueledé pode ocorrer em honra a uma divindade ou
IORUBÁ herói cultural, mas a sua função mais tradicional é a de aplacar a Iyá
BENIN Nlá (“A grande mãe”) e suas discípulas na Terra (“as mães
LUBA
TCHOKWE
poderosas”).
IACA
SONGYE Iyá Nlá é a esposa da divindade Obatalá (“O grande pai”) e é
EJAGHAM
IGALA
considerada a “Mãe Natureza”, ou seja, “a mãe de todos e a mãe de
BAMILEQUE todas as mães”.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Observa-se ainda a 43
presença de marcas na
face que são chamadas
de escarificações,
indicadores de
Máscaras Gueledé (Cont.1)
identidade e hierarquia.

Civilizações Os motivos esculpidos no topo da máscara estão relacionados a


MALI praticamente todos os aspectos da vida e crença dos iorubá.
SUDÃO
NOK
Ocupações profissionais, crítica social e mitos são apenas alguns
IFÉ dos muitos temas tratados nessas obras.
IORUBÁ
BENIN Em geral, as máscaras Gueledé são compostas por atributos
LUBA estéticos característicos dos iorubanos.
TCHOKWE
IACA
SONGYE Por exemplo, a figuração dos olhos que aparecem, em geral,
EJAGHAM vazados e em formato losangular; a representação do nariz
IGALA
(proeminente e triangular), bem como o queixo (em geral afinado) e
BAMILEQUE
BAMUM a maçã do rosto cheia.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ A característica mais 44
importante das Gueledé
é que as mulheres,

Máscaras Gueledé (Cont.2)


detentoras do poder da
natureza mais terrível e
belo, o da criação,
seriam também
detentoras do poder de
destruição.
Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON Máscaras Gueledé, Povo Iorubá
Nigéria, Madeira (40,5 x 36 x 45,5 cm) e (24,2 x 16,5 x 21 cm)
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Por outro lado, 45
esses mesmos
gêmeos podem
levar os seus
familiares à pobreza ESTATUETAS DE GÊMEOS
quando ofendidos
ou negligenciados.

Esse povo possui uma das mais altas incidências de nascimento de


Civilizações
MALI
gêmeos do mundo (nasce um par de gêmeos a cada 11 crianças),
SUDÃO um fenômeno atribuído a fatores genéticos.
NOK
IFÉ
Entre eles, os gêmeos são tidos como seres extraordinários,
IORUBÁ protegidos por Xangô, dividade dos raios e trovões, conhecido no
BENIN
LUBA Brasil também como o orixá da justiça.
TCHOKWE
IACA Em algumas regiões da Nigéria e Benim, os iorubá acreditam que os
SONGYE
EJAGHAM
gêmeos são responsáveis por trazer riqueza às suas famílias, desde
IGALA que sejam homenageados.
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
Por isso, é bastante comum que os pais de gêmeos dediquem aos
BOBO, BWA irmãos bastante atenção e, constantemente, ofereçam a eles
DOGON presentes, músicas, danças e alimentos especiais.
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Estatuetas de gêmeos 46
são substitutas de
gêmeos reais. Elas
serviriam para “fixar” o
espírito dos irmãos a um
certo nível espiritual e
Estatuetas de Gêmeos (Cont.1)
equilibrar as forças entre
os vivos e os mortos.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
Estatueta de Gêmeos (Ibeji), Povo Iorubá
BOBO, BWA Nigéria, Madeira (24 x 8 x 7 cm)
DOGON Estatuetas de Gêmeos (Ibeji), Povo Iorubá
Nigéria, Madeira, tecido, búzios, miçanga e fibra
BAMANA (46,5 x 14,5 x 10 cm) e (48 x 14 x 10 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Consequentemente, 47
essas esculturas
podem ser
concebidas como
esculturas únicas ou Estatuetas de Gêmeos (Cont.2)
em pares, conforme a
circunstância que
levou à sua criação. Os gêmeos, por se sentirem muito ligados, pressentem o sofrimento ou
Civilizações alegria um do outro, mesmo que distantes fisicamente. Por isso,
MALI acredita-se que possuem a mesma alma.
SUDÃO
NOK
IFÉ Quando um dos gêmeos morre, ele é honrado com a produção de uma
IORUBÁ escultura humana em madeira conhecida como Ibeji. Se os dois
BENIN morrem, ambos são honrados com um par de esculturas.
LUBA
TCHOKWE É o escultor quem determina as características formais da obra a partir
IACA
das tradições artísticas dos iorubá. No caso específico dos ibeji a sua
SONGYE
EJAGHAM estatueta quase sempre apresenta braços paralelos ao corpo cujas
IGALA mãos podem ou não ser arqueadas.
BAMILEQUE
BAMUM
Depois de pronta, a estatueta receberá os cuidados da mãe ou do
ATTIE
BOBO, BWA irmão que está vivo, que envolvem dar banho, enfeitá-la, bem como
DOGON oferecer alimentos, mantendo viva a memória do falecido entre seus
BAMANA familiares.
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
48

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

6. CIVILIZAÇÃO DO BENIN
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Este reino era 49
governado por uma
dinastia inicialmente
de senhores da
guerra, vindo depois CIVILIZAÇÃO DO BENIN
a assumir um
carácter mais
religioso.

Civilizações
Estado da África Ocidental, cuja capital é a cidade de Benim, um
MALI território atualmente pertencente à Nigéria. O fundador do reino foi o
SUDÃO povo Edo ou Bini do século XII.
NOK
IFÉ
IORUBÁ O Império entrou em decadência nos séculos XVIII e XIX,
BENIN culminando na sua anexação pelos ingleses em 1897. No século
LUBA XX, os obas, ou reis, assumem ainda a função de líderes, embora
TCHOKWE
IACA
apenas cerimonialmente.
SONGYE
EJAGHAM
Os artistas deste país eram bastante famosos na Idade Média pelos
IGALA
BAMILEQUE seus trabalhos em marfim incrustado, peças de joalharia, cabeças e
BAMUM peças para altares em bronze, e também pela produção de placas
ATTIE
ornadas por relevos.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
50
➢ A escultura do Benim
é mais naturalista
que a maioria dos
tótemes africanos. ESCULTURA

Civilizações
As superfícies de bronze estão concebidas para buscar contrastes
MALI com a ferida da luz sobre o metal, perceptíveis nas pulseiras de
SUDÃO cobre, armaduras de bronze e decorações do fundo, que salientam
NOK
os torsos das figuras rechonchudas.
IFÉ
IORUBÁ
BENIN Os traços das cabeças salientam afastando-se das proporções
LUBA naturais e o artista fê-las muito maiores, exagerando a modelagem
TCHOKWE
IACA
dos olhos, do nariz e dos lábios, que desenha com grande esmero.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
51

Escultura (Cont.1)

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE Escultura de Benin:Cabeça de Rei

BOBO, BWA
DOGON Retrato feminino
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo Escultura em Bronze
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
52

Escultura (Cont.2)

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA Placa de latão
DOGON
BAMANA Obra em marfim
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
53

Escultura (Cont.3)

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE Bracelete em marfim

BOBO, BWA
DOGON Estatuária em bronze de um
mensageiro
BAMANA Estatua em madeira de um
ZIMBÁBUE mensageiro
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
54

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

6. CIVILIZAÇÃO LUBA
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Os bancos são
emblemas tão
55
potentes que muitas
vezes são mantidos
em locais secretos. CIVILIZAÇÃO LUBA

Civilizações Os Luba habitam a província de Shaba, no sudeste da República


MALI
SUDÃO
Democrática do Congo. São conhecidos pela preservação de seus
NOK relatos orais, poesia e artes visuais, principalmente aquelas ligadas à
IFÉ realeza, tais como emblemas e esculturas.
IORUBÁ
BENIN
Dentre esses artefatos destaca-se a produção de elaborados
LUBA
TCHOKWE
bancos, objetos que se imagina fazerem parte exclusivamente do
IACA mobiliário, mas na verdade são um dos mais importantes emblemas
SONGYE da realeza luba.
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE Em muitos casos, eles são tidos como um receptáculo do espírito de
BAMUM um rei já falecido, e estes não têm, portanto, uma função prática.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Os bancos em
cariátide, em que
56
chama atenção a
figura feminina, estão
relacionados ao
espírito de
Civilização luba (Cont.1)
importantes dirigentes
do passado.
Ele é geralmente mostrado ao público apenas em raras ocasiões,
Civilizações
como num cortejo, em que é carregado e exibido pelos membros da
MALI
SUDÃO corte ou num momento de investidura de um rei, onde aparece
NOK como mais uma dentre muitas insígnias do seu poder.
IFÉ
IORUBÁ
BENIN Há pelo menos dois tipos de bancos entre os luba:
LUBA • um em forma de cariátide, ou seja, com a presença de uma ou
TCHOKWE duas figuras femininas sustentando o assento; e
IACA
SONGYE
• o outro, composto geralmente de duas plataformas redondas,
EJAGHAM
IGALA uma na parte superior e outra em sua base, ligadas por quatro
BAMILEQUE suportes curvados e enfeitados com padrões geométricos
BAMUM entalhados.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
57

Civilização luba (Cont.2)

Mas para o banco se tornar efetivamente um receptáculo do espírito


Civilizações
de um chefe, a mulher ali esculpida precisa apresentar os atributos
MALI
SUDÃO de beleza que potencializarão a comunicação com o mundo
NOK sobrenatural, como as escarificações, penteados elaborados e
IFÉ expressão de serenidade e sabedoria.
IORUBÁ
BENIN
LUBA A figura feminina representada porta dois braceletes com marcas
TCHOKWE típicas do povo luba e revela ainda, em torno do umbigo, as
IACA escarificações, que são cicatrizes feitas na pele, marcadores de
SONGYE
identidade e hierarquia.
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
58

Civilização luba (Cont.3)

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA Banco Povo Luba
República Democrática do Congo, Madeira (35,5 x 26 x 21,7 cm)
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
59

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

7. CIVILIZAÇÃO TCHOKWE
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Apesar de
representar uma
60
mulher, a máscara
Pwo é dançada
exclusivamente por
homens.
CIVILIZAÇÃO TCHOKWE

Conhecidos tradicionalmente como excelentes caçadores e


Civilizações escultores, os Tchokwe habitam actualmente em Angola, República
MALI Democrática do Congo e também na Zâmbia.
SUDÃO
NOK
IFÉ As máscaras Chihongo e Pwo são as mais conhecidas dos Tchokwe
IORUBÁ e as mais apreciadas nos museus e coleções privadas ao redor do
BENIN
LUBA
mundo.
TCHOKWE
IACA A máscara Pwo costumava representar uma mulher madura que
SONGYE conseguiu provar a sua fertilidade ao ter uma criança. Mais
EJAGHAM recentemente, no entanto, essa máscara passou a representar,
IGALA
BAMILEQUE
possivelmente por influência europeia, uma moça jovem e o desejo
BAMUM de ter muitos filhos.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Quando completa, a
máscara Pwo é
61
acompanhada de uma
veste feita em fibras,
além da Civilização Tchokwe (Cont.1)
representação de
seios em madeira.

A máscara Pwo apresenta múltiplas facetas: pode representar uma


Civilizações figura feminina em geral, com seus traços caricaturais, ou
MALI
SUDÃO
secretamente ser o retrato de alguém importante e amado.
NOK
IFÉ O seu caráter versátil também é perceptível devido ao seu uso em
IORUBÁ
espetáculos performáticos bastante populares, que podem
BENIN
LUBA acontecer em diferentes ocasiões, desde cerimônias tidas como
TCHOKWE tradicionais dos tchokwe e, atualmente, até em comícios políticos e
IACA festas como a de Natal, por exemplo.
SONGYE
EJAGHAM
O rosto da máscara Pwo é geralmente ornamentado com a
IGALA
BAMILEQUE representação das tatuagens ou escarificações mais tradicionais dos
BAMUM tchokwe.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ É possível observar na 62
região da testa da
máscara aqui

Civilização Tchokwe (Cont.2)


apresentada o chamado
cingelyengelye,
entrelaçado cruciforme
de extremidades
triangulares.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
Máscara Mwana Pwo ou Pwo, Povo Tchokwe (ou Chokwe, Cokwe, Quioco)
BOBO, BWA Angola, Madeira pintada, miçangas, metais e fibra vegetal (41 x 26 x 27 cm)
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Masoji é a designação 63
de uma tatuagem de
cicatrizes em grãos

Civilização Tchokwe (Cont.3)


usada tanto por
homens quanto por
mulheres também na
região imediatamente
abaixo dos olhos.
A sua forma mais comum lembra a cruz de Malta. Encontrado tanto
Civilizações
MALI
em pingentes, como em tatuagens e escarificações o cingelyengelye
SUDÃO é o símbolo identitário mais conhecido dos tchokwe e simboliza para
NOK esse povo o deus supremo Nzambi.
IFÉ
IORUBÁ
BENIN Nas orelhas é possível observar o ukulungu, um gracioso adorno
LUBA feminino formado por um fio de latão com as extremidades
TCHOKWE enroladas em espiral. Atada ao rosto é fixada uma cabeleira de fibra,
IACA que faz referência aos penteados mais apreciados por esse povo.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
64

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

8. CIVILIZAÇÃO IACA
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Esses povos, entre 65
outros da África
central, como os
Tchokwe,
compartilham o CIVILIZAÇÃO IACA
mukanda, ritual de
puberdade masculina.

Civilizações
Os iaca vivem nos planaltos de savana, a sudoeste da República
MALI Democrática do Congo e nordeste de Angola, próximos aos povos
SUDÃO zombo, nkanu e suku.
NOK
IFÉ
IORUBÁ Os Iaca têm um ritual de passagem da adolescência para a vida
BENIN adulta e é tradicionalmente obrigatória para todos os rapazes, pois
LUBA prepara-os espiritual e também fisicamente para as tarefas
TCHOKWE
comunitárias que os aguardam quando se tornam adultos.
IACA
SONGYE
EJAGHAM No entanto, o domínio colonial na África, bem como a própria
IGALA dinâmica desses povos contribuíram para que mais recentemente os
BAMILEQUE rituais do mukanda fossem organizados apenas esporadicamente e,
BAMUM
ATTIE
na maioria das vezes, em versão reduzida.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ São os homens mais 66
velhos já iniciados
que educam,
supervisionam e
ditam as regras da Civilização Iaca (Cont.1)
vida no interior das
áreas de iniciação
(kimpasi).

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA Máscara Povo Iaca
SONGYE República Democrática do Congo
EJAGHAM Madeira pintada, fibra vegetal
IGALA (69 x 46,7 x 48,3 cm)

BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON Mascarados Iaca
BAMANA Ilustração: Claudio Rubiño, 2013.
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
67
➢ Após a circuncisão,
os rapazes são
levados para a área
de iniciação. Civilização Iaca (Cont.2)

Civilizações
A cerimônia de circuncisão precede o mukanda e é de grande
MALI importância para toda a comunidade, pois tem o papel de assegurar
SUDÃO o poder de procriação da nova geração de jovens adultos.
NOK
IFÉ
IORUBÁ
Essa nova etapa inclui a aprendizagem de certas aptidões manuais,
BENIN de cantos, danças, bem como o acesso a conhecimentos restritos
LUBA ao universo dos adultos.
TCHOKWE
IACA A maioria das máscaras iaca são produzidas para serem usadas
SONGYE
EJAGHAM durante as cerimônias de encerramento do ritual mukanda. As
IGALA máscaras asseguram o sucesso dessa fase crucial em que os
BAMILEQUE rapazes renascem ritualmente.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
68

Civilização Iaca (Cont.3)

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON Máscara Povo Iaca
BAMANA República Democrática do Congo Madeira pintada, fibra vegetal (69 x 46,7 x 48,3 cm)

ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo


Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
69
➢ A característica mais
conhecida do estilo
iaca é o nariz
arqueado e comprido.
Civilização Iaca (Cont.4)

Elas são normalmente esculpidas em madeira de Magnólia, leve e


Civilizações
MALI macia, permitindo que o escultor trabalhe suavemente suas formas.
SUDÃO
NOK Ao contrário de outros povos vizinhos, as máscaras iaca têm
IFÉ
IORUBÁ
habitualmente uma face pequena e uma “gola” de ráfia comprida e
BENIN cheia.
LUBA
TCHOKWE
Na literatura etnológica, esse tipo de nariz é interpretado como
IACA símbolo fálico, mas também pode ter uso funcional, já que alguns
SONGYE
EJAGHAM
estudiosos indicam que os iniciados tinham que morder um pedaço
IGALA de pão de mandioca e de carne de carneiro colocados no nariz de
BAMILEQUE uma máscara.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
70

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

9. CIVILIZAÇÃO SONGYE
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ A estatueta transmiti- 71
nos o conhecimento
dos grandes sábios
que foram os
escultores da antiga CIVILIZAÇÃO SONGYE
estatuária dos
songye.
Os songye/basonge, são um povo que vive na mesma região de
Civilizações
origem há muitos séculos. Essa região está localizada hoje no
MALI
SUDÃO sudeste da República Democrática do Congo, que surgiu como o
NOK país, que ele é hoje, só depois de muita luta contra o regime colonial
IFÉ
na África central que durou de 1893 a 1960.
IORUBÁ
BENIN
LUBA Foi nesse período que grande parte das mais importantes estátuas
TCHOKWE dos songye foi destruída.
IACA
SONGYE Algumas delas foram levadas para museus europeus; outras ainda
EJAGHAM
IGALA circulam entre grandes comerciantes de arte; mas, quase nada de
BAMILEQUE suas estátuas do passado restou, nem para eles próprios.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Por preconceito e 72
discriminação,
estátuas e estatuetas,
como a que vemos
aqui, foram definidas Civilização Songye (Cont.1)
como fetiche – ou
“coisa feita”,
“feitiço”.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON Estatueta Povo Songye (ou Songue; Songe)
República Democrática do Congo Madeira, metal, cabaça, penas e pele animal (56,5 x 39,8 x 42,6 cm)
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
73
➢ Alguns elementos
eram simbólicos (a

Civilização Songye (Cont.2)


pena de um pássaro,
pela sua raridade; a
pele de um mamífero,
pela sua rapidez).

Civilizações Como se vê pela “peruca”, pelas “saias” e outros “adornos” desta


MALI estatueta, a estatuária songye se caracteriza pelo acúmulo de
SUDÃO material animal, vegetal e mineral sobre a figura humana esculpida.
NOK
IFÉ
IORUBÁ Os songye conheciam as propriedades medicinais dos elementos
BENIN da Natureza ali contidos (da madeira da estatueta a conchas
LUBA
trituradas).
TCHOKWE
IACA
SONGYE Eles tentavam conviver bem com as forças cósmicas e
EJAGHAM atmosféricas, observando o movimento dos astros, como os da lua,
IGALA estabelecendo com isso um cronograma agrícola produtivo e isso
BAMILEQUE
estava directamente associado a sua estatuária.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Certos estudiosos de
74
hoje chamam-nas de
“estátuas
acumulativas” ou “de Civilização Songye (Cont.3)
força”.

Civilizações
MALI Depois da lua crescente, cheia e minguante, quando da escuridão
SUDÃO completa na lua nova, era em torno de suas estátuas que os
NOK
IFÉ
songye comemoravam a fecundidade das mulheres, uma boa
IORUBÁ colheita e sucesso na caça, esperando sempre haver nova prole e
BENIN farto alimento para todos.
LUBA
TCHOKWE
IACA Para os songye, elas foram símbolo da unidade e da perpetuação
SONGYE desse povo e são chamadas nkishi – quer dizer, “estátua de
EJAGHAM fertilidade da comunidade”.
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
75

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

10. CIVILIZAÇÃO EJAGHAM


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
GRANDE ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Essas máscaras
76
faziam parte da
associação ngbe, que
a utilizavam em CIVILIZAÇÃO EJAGHAM
funerais e em ritos
iniciáticos.

Civilizações Os ejagham, também conhecidos como ekoi, são um povo que


MALI habita tradicionalmente desde a extremidade do sudeste da Nigéria
SUDÃO
NOK
até o norte do Camarões.
IFÉ
IORUBÁ A máscara aqui apresentada possui chifres, revestimento de pele
BENIN
de antílope e é janiforme, isto é, possui a representação de duas
LUBA
TCHOKWE faces, neste caso, opostas e apresentando simetrias.
IACA
SONGYE Essa característica faz referência aos pares de opostos existentes
EJAGHAM na natureza e o equilíbrio entre as forças: o masculino e o feminino;
IGALA
o selvagem (reino animal) e o civilizado (reino dos seres humanos);
BAMILEQUE
BAMUM o mundo ancestral e o mundo dos vivos.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Essas máscaras
77
faziam parte da

Civilização Ejagham (Cont.1)


associação ngbe, que
a utilizavam em
funerais e em ritos
iniciáticos.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
Máscara Povo Ejagham (ou Ekoi)
BAMILEQUE Nigéria e República dos Camarões
BAMUM Madeira, fibra vegetal e pele de antílope
ATTIE (51,5 x 23 x 17 cm)

BOBO, BWA Máscara Povo Ejagham (ou Ekoi)


DOGON Nigéria e República dos Camarões
Madeira, fibra vegetal e pele de antílope
BAMANA (74 x 73,5 x 42 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ É comum elas 78
apresentarem
escarificações em
formato circular. Civilização Ejagham (Cont.2)

Assim, são incluídos outros tipos de contrastes mais ou menos


Civilizações
MALI abstratos como as noções de justiça e injustiça, vida e morte, noite e
SUDÃO dia etc.
NOK
IFÉ
IORUBÁ
Essas obras compõem um conjunto de máscaras que são utilizadas
BENIN no controle social, isto é, na manutenção e recuperação da ordem e
LUBA equilíbrio da comunidade.
TCHOKWE
IACA
SONGYE As duas faces da máscara possuem um aspecto de carranca que,
EJAGHAM além de ser uma convenção estética da produção artística ejagham,
IGALA mostra sua força e rigor. Atualmente, essas máscaras caíram em
BAMILEQUE desuso.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
79

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

11. CIVILIZAÇÃO IGALA


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Para cada festividade 80
igala são utilizadas
máscaras específicas

CIVILIZAÇÃO IGALA
que exaltam os
símbolos de sua
identidade,
retomando os ícones
de sua tradição.

Civilizações Os Igala habitam historicamente a margem leste do rio Níger, na


MALI Nigéria. Privilegiados pela sua posição geográfica tiveram contato
SUDÃO
com importantes tradições artístico-culturais de diversos povos e
NOK
IFÉ reinados, como os nupe, o Reino do Benim e, posteriormente, com
IORUBÁ os Iorubá, dos quais receberam influência cultural e linguística.
BENIN
LUBA
TCHOKWE Estima-se que a população igala actual chegue a 2 milhões de
IACA pessoas.
SONGYE
EJAGHAM
Os igala realizam uma série de festivais comemorativos. Essas
IGALA festas são recordações coletivas de fatos históricos e lendários que
BAMILEQUE
BAMUM podem ocorrer, dentre outras datas, no período da colheita do
ATTIE inhame.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Uma das festas mais 81
importantes é o culto
de Egu, festa em
honra aos mortos, a
qual esta máscara
Civilização Igala (Cont.1)
está intimamente
ligada.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
Máscara Povo Igala Nigéria
BAMANA Madeira policromada (35,5 x 25 x 27,5 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
82

Civilização Igala (Cont.2)

Civilizações
Algumas características estilísticas comuns a grande parte das
MALI máscaras igala são:
SUDÃO • a representação da face estriada (com escarificações
NOK semelhantes às encontradas nas esculturas de Ifé),
IFÉ
IORUBÁ
• o entorno ocular e pálpebras pintados de branco,
BENIN • cabeça esculpida de forma ovalada,
LUBA • orelhas circulares e figuração de barba (similares às
TCHOKWE
IACA
máscaras de culto Egungun dos iorubá).
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
83

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

12. CIVILIZAÇÃO BAMILEQUE


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ O elefante é um 84
animal que simboliza
o poder real entre os
povos do Camarões.
CIVILIZAÇÃO BAMILEQUE

O Camarões é composto por uma imensa diversidade de povos –


Civilizações
MALI
por volta de 250 – o que levou o país a ser conhecido como a
SUDÃO “pequena África”.
NOK
IFÉ
Elefantes, leopardos e búfalos são frequentemente associados ao
IORUBÁ
BENIN poder político entre os hierarquizados reinos das pradarias
LUBA (Grasslands) do Camarões. Entre os bamileque, uma das máscaras
TCHOKWE mais importantes é a conhecida como máscara elefante.
IACA
SONGYE
EJAGHAM Essa máscara é usada por membros de uma associação chamada
IGALA Kuosi, que desempenha o papel fundamental de assistir ao rei (fon)
BAMILEQUE na preservação da rígida hierarquia sociopolítica dos bamileque.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Em algumas regiões do
Camarões as contas 85
chegaram a ser usadas
como moeda de troca e
sua distribuição era
controlada
Civilização Bamileque (Cont.1)
exclusivamente pelo
rei.
O direito em possuir ou usar a máscara é fortemente controlado:
Civilizações apenas membros da realeza, oficiais da corte, detentores de títulos e
MALI importantes guerreiros são admitidos nessa associação de
SUDÃO
NOK
mascarados que actuam em funerais de pessoas de alta hierarquia,
IFÉ celebrações da própria associação, além de outros eventos de
IORUBÁ destaque.
BENIN
LUBA
TCHOKWE
Apesar de apresentar pequenas variações ao longo do tempo, a
IACA máscara elefante é sempre distinguida por suas orelhas grandes e em
SONGYE forma de disco e por dois painéis, um frontal e um traseiro,
EJAGHAM
representando a tromba do elefante.
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
Esse tipo de máscara é também comumente bordada com missangas,
ATTIE altamente valorizadas entre esses povos e provavelmente
BOBO, BWA introduzidas na região das pradarias (Grasslands) vindas pelo oceano
DOGON
Atlântico a partir de ateliês da Itália e da atual República Tcheca.
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Os motivos costurados
e com enfiadas de 86
contas da máscara
referem-se às manchas
da pele de animais
como o leopardo que, Civilização Bamileque (Cont.2)
assim como o búfalo,
tem sua imagem ligada
à realeza.
A vestimenta que acompanhava a máscara
Civilizações
MALI
tradicionalmente consistia numa túnica feita
SUDÃO de um tecido resistente tingido de índigo,
NOK enfeitado com peles de macaco; coletes de
IFÉ
IORUBÁ
contas e cintos. Acompanhava ainda um
BENIN espanta moscas feitos de rabo de cavalo.
LUBA
TCHOKWE
Além disso, muitas dessas máscaras, que
IACA
SONGYE são usadas até hoje, trazem um enorme
EJAGHAM chapéu em forma de disco feito com penas
IGALA vermelhas da cauda do papagaio cinza
BAMILEQUE africano
BAMUM
ATTIE Máscara Elefante
Povo Bamileque (ou Bamileke)
BOBO, BWA República dos Camarões
DOGON Tecido e miçangas
BAMANA (112 x 39,5 x 25 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
87

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

13. CIVILIZAÇÃO BAMUM


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Dentre os objectos 88
ligados à realeza
estão imponentes
cachimbos
elaborados segundo CIVILIZAÇÃO BAMUM
antigas tradições
artísticas.

Civilizações O povo bamum vive a oeste da República dos Camarões. Ele faz
MALI parte do “Reino Bamum” formado no final do século XIV, com
SUDÃO
dinastias existentes até os dias atuais e distinguidas por uma arte de
NOK
IFÉ corte bastante sofisticada.
IORUBÁ
BENIN Este bojo (ou corpo) de cachimbo com representação masculina é
LUBA
TCHOKWE
formalmente semelhante às máscaras reais produzidas tanto pelas
IACA culturas bamum (oeste), quanto as culturas bamileque e tikar
SONGYE (noroeste e sudoeste) dos Camarões.
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE Cachimbos são produzidos nessas regiões principalmente em
BAMUM cerâmica, mas alguns também em madeira ou bronze.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ É bastante comum a 89
representação de um
rosto humano (ou
com aparência
humana) de olhos
Civilização Bamum (Cont.1)
esbugalhados.

Este cachimbo, cuja piteira e boquilha estão ausentes, apresenta


Civilizações uma figura real coroada, onde a figuração do rosto maior, tal qual
MALI dos pequenos rostos que decoram a coroa, seguem padrões
SUDÃO
NOK
estéticos de representação antropomórfica dos povos dos
IFÉ Camarões.
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
Bojo de Cachimbo, Povo Bamum (ou Bamoun)
BAMANA República dos Camarões, Cerâmica (40,5 x 26,5 x 20 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ É bastante comum a 90
representação de um
rosto humano (ou
com aparência
humana) de olhos
Civilização Bamum (Cont.2)
esbugalhados.

Civilizações Tanto as bochechas infladas, quanto a representação da boca (que


MALI aparentemente sorri e pode aparecer aberta, fechada ou mostrando
SUDÃO
NOK
os dentes) exprimem em sua feição uma aparente “comicidade”,
IFÉ transparecendo um aspecto de “máscara teatral” aos nossos olhos.
IORUBÁ
BENIN
As formas moldadas em “X” encontradas na coroa dessa obra são
LUBA
TCHOKWE chamadas de “motivo da tarântula”. Associa-se essa aranha por
IACA vezes à sabedoria, por outras, ao poder ancestral.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
Acredita-se que a tarântula, por cavar um buraco e viver de baixo da
BAMILEQUE terra, possa ter acesso ao mundo ancestral, e nisto consistiria sua
BAMUM “sabedoria”.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
91

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

14. CIVILIZAÇÃO ATTIE


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ De acordo com a
cosmovisão de muitos 92
povos da costa
ocidental africana,
haveria um mundo
paralelo ao mundo dos
CIVILIZAÇÃO ATTIE
vivos que, em geral, é
associado ao mundo
ancestral.

Civilizações O povo attie vive no sudeste da Costa do Marfim, no lado oeste do


MALI rio Comoe e ao norte da cidade de Abidjan. Sua população era
SUDÃO
NOK
dividida tradicionalmente em 12 diferentes grupos linguísticos com
IFÉ unidade cultural e estilística, porém, sem centralização política.
IORUBÁ
BENIN
LUBA
Em função de sua proximidade social, são associados aos povos
TCHOKWE akan, tais como os anyi e os baulê. Isso se deveu, provavelmente,
IACA às intensas ondas migratórias ocorridas na região.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA A estatueta feminina attie, em consonância a essa visão de mundo,
BAMILEQUE é utilizada por sacerdotes como interlocutora, pois sua função
BAMUM principal seria fazê-los conhecer as mensagens provindas do mundo
ATTIE ancestral.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ A elaboração desta 93
figura feminina com
pernas e braços
musculosos é uma
característica estética Civilização Attie (Cont.1)
das estatuetas attie.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA Estatueta Povo Attie (ou Akye)
DOGON Costa do Marfim Madeira, tecido e contas (36,4 x 11,5 x 12 cm)
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ A elaboração desta 94
figura feminina com
pernas e braços
musculosos é uma
característica estética
Civilização Attie (Cont.2)
das estatuetas attie.

Civilizações Um dos seus principais aspectos é a representação plástica dos


MALI membros pesados, dos seios volumosos e as pernas ligeiramente
SUDÃO afastadas.
NOK
IFÉ
IORUBÁ Sua cabeça e rosto são sempre figurados da mesma maneira:
BENIN ovalada, com suavidade na forma e serenidade na expressão.
LUBA
TCHOKWE
IACA Os olhos são representados fechados e as escarificações (cicatrizes
SONGYE na pele que servem como indicadores de identidade e hierarquia de
EJAGHAM
seu portador) são dispostas no rosto em formato de pequenos
IGALA
BAMILEQUE círculos que compõem uma triangulação no centro da face e dão
BAMUM complementaridade estética ao elegante penteado de dupla ponta.
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
95

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

15. CIVILIZAÇÃO BOBO, BWA


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ É comum na arte 96
africana em geral que
alguns elementos da
natureza sejam
representados
CIVILIZAÇÃO BOBO, BWA
artisticamente.

Civilizações Os bobo vivem no sudoeste de Burkina Faso e geralmente se


MALI distinguem por quatro subgrupos: bobo-fing, mandaré, gbe e bwa
SUDÃO
NOK
(ou oule). Sua cultura artística, entretanto, possui diversos pontos
IFÉ em comum.
IORUBÁ
BENIN
Para os bwa, as máscaras actuam como intermediárias entre o reino
LUBA
TCHOKWE dos homens (mundo cultural) e o reino da natureza (mundo
IACA selvagem).
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
Para esses povos, o bom funcionamento do ciclo da vida depende
BAMILEQUE intrinsecamente do uso da máscara placa em função de sua
BAMUM capacidade de restauração do equilíbrio e da harmonia entre os
ATTIE
homens e as forças naturais.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ É comum na arte 97
africana em geral que
alguns elementos da
natureza sejam
representados Civilização Bobo, Bwa (Cont.1)
artisticamente.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA Mascarado Bwa, Dia de Mercado
Burkina Faso, década de 1980, Christopher D. Roy
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Os padrões 98
geométricos
presentes no centro
da máscara
simbolizam a terra e a
Civilização Bobo, Bwa (Cont.2)
água.

No caso desta máscara, esses elementos tendem à síntese e à


Civilizações
abstração, mas isso não nos impede de identifica-los com alguma
MALI
SUDÃO segurança.
NOK
IFÉ Na sua parte inferior, vemos a representação da cabeça de coruja,
IORUBÁ
BENIN
animal que, segundo alguns pesquisadores, teria a função de
LUBA afastar os maus espíritos. Essa analogia provém da noção de que a
TCHOKWE coruja, sendo capaz de ver na obscuridade da noite, estimularia
IACA
SONGYE
também o dom da clarividência.
EJAGHAM
IGALA Da região acima da testa pende um bico em forma de gancho que
BAMILEQUE
faz alusão ao Calao-Grande (Bucorvus abyssinicus), pássaro cuja
BAMUM
ATTIE importância simbólica ultrapassa as fronteiras de Burkina Faso.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Essa máscara tem um
contexto de uso 99
variado. Ela pode ser
dançada em ritos
iniciáticos, agrários,
fúnebres, mas também
Civilização Bobo, Bwa (Cont.3)
em dias de trocas
comerciais
(mercados). Os ciclos lunares, que rementem à noção de mudanças e
Civilizações passagens, também estão sugeridos na contraposição entre as duas
MALI
SUDÃO
extremidades da obra.
NOK
IFÉ Dessa interpretação se desdobra a noção de que o ciclo da lua teria
IORUBÁ
influência sobre a fertilidade humana (abundância de filhos) e
BENIN
LUBA riqueza da terra (abundância de alimentos) e deve-se levar em conta
TCHOKWE que esses dois aspectos estão de algum modo relacionados.
IACA
SONGYE
EJAGHAM
Essa associação entre ritos fúnebres e ritos agrários sugerida na
IGALA máscara aparece em função dos ancestrais serem vistos como
BAMILEQUE guardiões do sucesso na agricultura e protetores do bem estar da
BAMUM
ATTIE
sociedade.
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
10
➢ No alto da máscara
vemos a
0
representação de
uma meia lua que
simboliza o
Civilização Bobo, Bwa (Cont.4)
crescimento e a
abundância.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ Máscara placa (Nwantantay) Povos
BENIN Bobo, Bwa (Bwaba ou Oule)
Burkina Faso, Madeira pintada (232
LUBA x 45 x 34 cm)
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
10
1

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

16. CIVILIZAÇÃO DOGON


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
10
➢ Esses iniciados
sobem nos telhados 2
das casas onde
recentemente faleceu
alguém, com objetivo
CIVILIZAÇÃO DOGON
de encaminhar sua
alma (nyama) ao lugar
sagrado do descanso.

Civilizações Os dogon vivem, dentre outras regiões do sudeste do Mali, nas


MALI falésias de Bandiagara.
SUDÃO
NOK
IFÉ
Em 1935, o antropólogo francês Marcel Grioule (1898-1956)
IORUBÁ identificou mais de 70 tipos de máscaras dogon, sendo muitas delas
BENIN relacionadas aos ritos funerários, por exemplo, as máscaras kanaga.
LUBA
TCHOKWE
IACA Tradicionalmente, essas máscaras são controladas pela associação
SONGYE Awa, um grupo formado principalmente por homens iniciados que
EJAGHAM
IGALA
conduzem os ritos públicos da passagem de uma pessoa falecida
BAMILEQUE (dama) para o mundo dos espíritos.
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
10
➢ Além disso, a
máscara é utilizada 3
para defender as
pessoas de perigos
que eventualmente
Civilização Dogon (Cont.1)
poderiam sobrevir a
algumas delas.

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON Vilarejo de Amani,
Próximo à Falésia de Bandiagara, Mali.
Máscara Kanaga Povo Dogon
Mali, Madeira e fibra vegetal
BAMANA 1994 | Gianni Puzzo (81 x 59,5 x 18,7 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
10
4

Civilização Dogon (Cont.2)

Civilizações A máscara kanaga, que possui a forma de “cruz de lorena”, faz


MALI
referência ao pássaro mítico kommolo tebu. O esquema de cores
SUDÃO
NOK branca e preta segue o padrão de cores da plumária dessa ave.
IFÉ
IORUBÁ A tradição oral dos dogon relata a história de um caçador que
BENIN
LUBA
matou um desses pássaros, tendo sido o primeiro a produzir a
TCHOKWE máscara como um trunfo de sua conquista na caça.
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
10
5

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ

17. CIVILIZAÇÃO BAMANA


BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ A economia desse
povo está baseada
106
principalmente na
agricultura. Há um
provérbio local muito
comum que declara: “O
CIVILIZAÇÃO BAMANA
mundo começou e
terminará com
agricultura”.

Civilizações Os Bamana ou Bambara ficaram amplamente conhecidos por


MALI
resistirem ao islamismo, daí a denominação de “bambara”, criada
SUDÃO
NOK pelos vizinhos muçulmanos, que quer dizer “infiéis”.
IFÉ
IORUBÁ Uma das formas dos bamana celebrarem o sucesso de seus
BENIN
LUBA
esforços na agricultura – e ao mesmo tempo manter sua identidade
TCHOKWE de forte propensão agrícola – é por meio de danças nas quais
IACA utilizam a máscara tchiwara.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA Estas festividades podem ocorrer nas aldeias ou nos campos, por
BAMILEQUE exemplo, quando os homens abrem uma nova área de plantio. O
BAMUM
ATTIE
espetáculo da dança aparece, dessa forma, para garantir a boa
BOBO, BWA colheita.
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
• A apresentação das 107
máscaras tchiwara
ilustra a relação dos
seres humanos com
a natureza.
Civilização Bamana (Cont.1)

Civilizações
A dança é realizada geralmente por um par de máscaras, uma
MALI feminina e outra masculina, sugerindo a dependência mútua entre o
SUDÃO homem e a mulher e também a relação vital entre o sol e a terra.
NOK
IFÉ
IORUBÁ
As máscaras tchiwara possuem formas que estão relacionadas a
BENIN animais reais, como o antílope, mas também a seres mitológicos
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
Máscara Tchiwara ou (Tyi wara, Tyi-wara), Povo Bamana (ou Bambara)
BAMANA República do Mali, Madeira, couro e metal (26,3 x 56,2 x 8,5 cm)
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
➢ Destaca-se aqui um 108
alimento básico na
dieta dos povos
bamana que é a
voandzeia Civilização Bamana (Cont.2)
subterrânea, mais
conhecido como
“feijão da terra”.
A representação desse animal na máscara, através dos longos
Civilizações
chifres, é explicada pelo fato de ele também ser associado
MALI
SUDÃO simbolicamente ao sol.
NOK
IFÉ As máscaras tchiwara podem ser verticais ou horizontais. As
IORUBÁ
BENIN
verticais são tradicionalmente esculpidas através de um bloco único
LUBA de madeira, enquanto as horizontais são quase sempre produzidas
TCHOKWE em duas partes unidas por grampos ou pregos.
IACA
SONGYE
EJAGHAM A união das duas partes da tchiwara horizontal representa a junção
IGALA entre os dois mundos que a colheita se refere: um é o mundo da
BAMILEQUE
vegetação na superfície, que é relacionado ao dia; e o outro é o
BAMUM
ATTIE mundo subterrâneo, que é associado à noite, ao alimento e à
BOBO, BWA fertilidade da terra.
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ As formas em zigue-
109
zague ou
pontiagudas remetem
aos raios solares. Civilização Bamana (Cont.3)

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE Máscara Tchiwara (ou Tyi wara, Tyi-wara)
BOBO, BWA Povo Bamana (ou Bambara)
República do Mali, Madeira e pelo animal
DOGON (97 X 31 X 8 cm)
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
110

Civilizações
MALI
SUDÃO
NOK
IFÉ

18. CIVILIZAÇÃO DO GRANDE


IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
ZIMBÁBUE
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Esta muralha tem 111


uma circunferência
de cerca de 240
metros e GRANDE ZIMBÁBUE
um diâmetro máxim
o de 90 metros.
O Grande Zimbabwe é um complexo de amuralhados de pedra
Civilizações situados na região leste do Zimbabwe, perto da fronteira com
MALI
SUDÃO Moçambique.
NOK
IFÉ
IORUBÁ
Este complexo é considerado um monumento nacional, que deu o
BENIN nome ao país onde atualmente se situa. O "Monumento Nacional do
LUBA
Grande Zimbabwe" foi inscrito pela das Nações Unidas para a
TCHOKWE
IACA Educação, a Ciência e a Cultura como Património Mundial em 1986.
SONGYE
EJAGHAM
IGALA O Grande Zimbabwe é formado por quatro construções, que podem
BAMILEQUE ter sido residências, rodeadas pela Muralha Elíptica, que tem cerca
BAMUM
ATTIE
de dez metros de altura e uma espessura de cinco metros em
BOBO, BWA algumas partes.
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
112

Grande Zimbábue (Cont.1)

Pensa-se que o Grande


Civilizações
MALI
Zimbabwe, tal como outras
SUDÃO construções similares, não
NOK foi construído inicialmente
IFÉ
IORUBÁ com a forma actual, mas terá
BENIN sido ampliado e reconstruído
LUBA
TCHOKWE
ao longo de vários séculos.
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA Ilustração mostrando como eram as cidades
DOGON construídas pelo Império Monomotapa do Grande
BAMANA Zimbábue

ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo


Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ As únicas aberturas
113
destes muros eram a
entrada e vários
canais de drenagem, Grande Zimbábue (Cont.2)
fazendo lembrar os
castelos da Europa
medieval.
Construída aproximadamente no século XII. Parte dela perdeu-se
Civilizações
MALI
com a passagem dos séculos, embora parece que havia pelo menos
SUDÃO três portas de acesso dotadas de dintéis.
NOK
IFÉ
IORUBÁ Nas formações rochosas próximas da antiga capital registra-se
BENIN pinturas rupestres com cenas de caça, com mais de 35.000 anos
LUBA
TCHOKWE
IACA Todas estas construções são formadas por blocos de pedra cortados
SONGYE
de modo a estarem perfeitamente ajustados, sem ter sido usado
EJAGHAM
IGALA qualquer material entre elas como cimento.
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
114

Grande Zimbábue (Cont.4)

Civilizações
MALI
SUDÃO Muralha e torre de vigia da
NOK cidade

IFÉ
IORUBÁ
BENIN
LUBA
TCHOKWE
IACA
SONGYE
EJAGHAM
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE Fotos tiradas do Sítio Arqueológico do
BOBO, BWA Grande Zimbábue
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Nota Arte Africana e Moçambicana – 4º ano

➢ Consiste em uma
115
série de muros e
torres, feitos em
alvenaria de pedra
maciça sem
EDIFÍCIOS MAIS IMPORTANTES E CARACTERÍSTICAS
argamassa.

Civilizações • Um forte no extremo da colina e um templo circular com uma


MALI torre cónica de 11m de altura.
SUDÃO
NOK
IFÉ
• O palácio real, uma construção de enormes dimensões
IORUBÁ levantada com pedras e sem cimento. As estruturas de pedra
BENIN formam recintos amuralhados, alguns com mais de 10m de
LUBA
TCHOKWE
altura.
IACA
SONGYE • Estrutura de pedra de cantaria mais ao sul do Saara (1000-1480
EJAGHAM
d.C).
IGALA
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE FAET – Universidade Pedagógica de Maputo
Arte Africana e Moçambicana – 4º ano
116

BIBLIOGRAFIA

Civilizações
MALI
SUDÃO CHÂTELETE, Albert & GROSLIER, Bernard P. História da arte,
NOK 1985.
IFÉ
CLÁUDIO, Vicentino (1991) Um olhar sobre historia universal.
IORUBÁ
BENIN JOSE, Fernandes, Ferreira e Eduardo Duarte: (1996) historia de
LUBA arte 10 Ano.
TCHOKWE
MATOSO, António G. Compêndio de Historia Universal, 4º e 5º ano
IACA
SONGYE dos liceus, Lisboa, Livraria Sá da Costa, editora.
EJAGHAM BEVILACQUA, Juliana Ribeiro da Silva; SILVA, Renato Araújo da.
IGALA África em Artes. São Paulo: Museu Afro Brasil, 2015.
BAMILEQUE
BAMUM
ATTIE
BOBO, BWA
DOGON
BAMANA
ZIMBÁBUE
FAET – Universidade Pedagógica de Maputo

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