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Escola Secundária de Estoril-Beira Arte Makonde Educação Visual 8ª Classe-1º T-2015

(Matsolo)

ARTE MACONDE
Os Maconde (Makonde) são um grupo étnico bantu que vive no nordeste de Moçambique
e no sudeste da Tanzânia, principalmente no planalto de Mueda, Província de Cabo
Delgado tendo uma pequena presença no Quénia.

A arte dos macondes é conhecida internacionalmente pela escultura em madeira. A


escultura maconde mais conhecida é feita em pau-preto, e a madeira das árvores é
conhecida internacionalmente pelo nome swahili “mpingo”.

Estas esculturas têm três estilos principais:

 ”Shetani”, que significa “demónio”, são esculturas de figuras humanoides ou


animais muito estilizadas;

   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
   
Autor: Ntaluma    
   
 

 ”Ujamaa”, que significa família ou união, e são formadas por uma quantidade de


pessoas, seus instrumentos de trabalho e, por vezes animais domésticos, artisticamente
unidos.

No centro leste do continente africano, a etnia Makonde que vive no sudeste da


Tanzânia e no norte de Moçambique, se destaca com um estilo muito popular de
esculturas, que são os “Ujamaa“, o qual representa árvores de famílias, mostrando a

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tradição da união familiar. São várias pessoas esculpidas em um só pedaço de madeira,


produzidas pelo próprio povo, que se utiliza de uma madeira preta, o ébano.

Ujamaa(família)
do escultor Ntaluma. Ujamaa família africana
Autor: Shipulila

 figurativo, incluindo imagens humanas ou de animais ou ainda, por influência da


colonização, de imagens religiosas, como crucifixos e imagens de Cristo ou de Nossa
Senhora.

Nossa Senhora Leao - Ntaluma


Mama Afrika (Mãe Africa)
Autor: Ntaluma
Autor: Ntaluma
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Máscaras Makonde (Mascara Mapiko)

O complexo do mapiko é um de crenças e actividades de natureza ritual, visando principalmente o


controle social.
O mapiko é a figura mais importante da cultura Maconde, símbolo vivo de um espírito humano, masculino
ou feminino, utilizado pelos homens para dominarem pelo medo, mediante bailarinos mascarados, as
mulheres e os jovens ainda não iniciados nos ritos da puberdade, contribuindo não só para integrar as
crianças no grupo dos adultos, como ajudando a estabelecer o equilíbrio entre o grupo dos homens e o das
mulheres.
A figura mapiko é o centro deste complexo de espíritos personalizados, como tal, ouvimo-lo sempre
chamar desta maneira, embora mapiko seja igualmente o plural de lipiko, palavra que só costuma ser usada
quando referida a mascara de madeira, ou ao próprio mascarado, tomado em si mesmo, e não como
símbolo da força transcendente que ele representa.

-Mascara elmo. Madeira clara e leve tingida de amarelo. Figura uma cabeça humana, com cabelo natural
com recortes de carácter ritual e escarificações características dos macondes pirogravadas. Usada na
dança do mapiko por rapazes recém iniciados, ou por homens, durante certas cerimonias próprias dos ritos
da puberdade, masculino e femininos.

 
Máscara Mapico
Autor: Ntaluma
Um dos mais emblemáticos mestres escultores foi Alberto
Chissano e Rafael Nkatunga é um dos jovens artistas que está a enveredar por um estilo
mais contemporâneo. Mas há mais nomes importantes a destacar na escultura maconde,
caso de Bartolomeu Ambelicola, Celestino Tomás, Cosme Tangawisi, Gabriel Angalinde, ,
Constantino Mpakula, Cristovão Alfonso, Jorge Makope, Karrume Gulamu, Sinuame
Eduardo, Lamizosi Madanguo, Miguel Valingue, Nkalewa Bwaluka, Nkabala Ambelicola e
Kauda Simão.

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ESCULTURA CERÂMICA DE REINATA SADIMBA

REINATA Sadimba (Sadhimba) Passema, (1945)

Reinata Sadimba nasce em 1945 na aldeia de Nemu, Cabo Delgado norte de Moçambique.
Filha de agricultores, recebe a educação tradicional dos Makondes que inclui o fabrico de
utensílios em barro.

Apesar dos Makondes atribuirem o papel preponderante na sociedade às mulheres, em


Moçambique, (e também na Tanzânia), a escultura é ainda um "trabalho de homens". É
provavelmente por esse facto que poucos levaram a sério o trabalho de Reinata no início da
carreira.

No entanto, em 1975, Reinata inicia uma transformação profunda das suas cerâmicas
tornando-se rapidamente conhecida pelas suas formas fantásticas e estranhas.

Reinata Sadimba é hoje considerada uma das mais importantes mulheres artistas de todo o
continente africano.

Sadimba recebeu inúmeros prémios e distinções (Bélgica, Suiça, Portugal, Dinamarca) e as


suas obras estão representadas em várias instituições como o Museu Nacional de
Moçambique ou o Museu de Etnologia de Lisboa.

O seu trabalho está presente em inúmeras colecções privadas em todo o mundo como a
colecção de Arte Moderna da Culturgest e a colecção Sarenco.

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