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ARTE NIGERIANA

XIV e XIX.
- A arte de África representa os usos e costumes das tribos africanas.
- O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade.
- Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica
a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.
- A escultura foi uma forma de arte muito utilizada pelos artistas africanos usando-se
o ouro, bronze e marfim como matéria prima.
História da Arte Africana
- As origens da história da arte africana (Africa) está situada muito antes da história registrada.
- A arte africana em rocha no Saara, em Níger (Nigéria), conserva entalhes de 6000 (seis mil) anos.
- As esculturas mais antigas conhecidas são da cultura de Noque, na Nigéria, de cerca de 500 a.C..
- Em grande parte da África Ocidental, às vezes sendo limitado ao trabalho dos artesãos e identificado
com a Família real/realeza, como aconteceu com os Bronzes do Benim.

Cidade do Benim/Império do Benim


- É uma cidade da Nigéria, no estado de Edo
- Localiza-se nas margens do rio Benim, situada a 200 milhas por estrada a leste de Lagos.
- Tem cerca de 1 147 188 habitantes (2006 est.).
- Foi a capital do antigo Império do Benim entre os séculos XIV e XIX.
- O Império do Benim ou Império Edo foi um estado africano pré-colonial no
que atualmente é o sudoeste da Nigéria. Não deve ser confundido com o país dos
nossos dias chamado Benim (outrora chamado Daomé).
- O estado desenvolveu uma cultura artística avançada, especialmente em seus famosos
artefatos de bronze, de ferro e marfim.
- Estes incluem placas de parede em bronze e cabeças de bronze em tamanho natural
representando os obás de Benim.
Bronzes do Benim
- São uma coleção formada por mais de mil peças comemorativas que provêm dos
palácios reais da cidade do Benim.
- Atualmente, é sabido que os bronzes eram fabricados no Benim desde o século XIII
e que boa parte das coleções datam dos séculos XV e XVI.
- Acredita-se que os dois períodos dourados na criação de bronzes foram o reinado de
Esigie (c. 1550) e o de Eresonye (r. 1735–1750).
- Embora o conjunto de peças receba o nome de "bronzes do Benim", nem todas são deste material.
- Foi muito rico em esculturas em ferro, bronze, madeira, marfim e terracota.
- Foram produzidas por meio da técnica de cera perdida e são consideradas como as melhores
esculturas feitas com esta técnica.
- Durante o século XVIII, foram recolhidas poucas peças e a princípios do século XIX, quando se
iniciou a colonização e, principalmente, as missões.
- Esse tesouro era formado por esculturas de bronze e marfim, entre as quais salientavam cabeças de reis,
figuras de leopardos, sinos e um grande número de placas com alto-relevo, todas elas realizadas com
surpreendente mestria com a técnica da cera perdida.
- A espoliação foi tão grande que atualmente apenas ficam na Nigéria cerca de cinquenta peças,
enquanto as coleções europeias e norte-americanas contam com cerca de 2400.

Técnica da Cera Perdida


- Na África tropical, no centro do continente, a técnica da cera perdida foi desenvolvida usada
bem cedo nas pequenas esculturas de bronze, como testemunham as peças encontradas no Benim
- Quando um rei morria, o seu sucessor mandava fazer uma cabeça de bronze.
- Há quase cento sessenta; e as mais antigas provêm seguramente do século XII.
- Estes reis possibilitaram a fabricação dos esplêndidos bronzes do Benim.
- Em 1939, cabeças muito similares às do Benim foram descobertas na cidade santa
dos iorubás, Ifé, datadas nos séculos XIV e XV.
- Isso significava que eram anteriores à primeira escultura europeia elaborada seguindo a técnica da cera perdida,
criada por Benvenuto Cellini no seu Perseu de meados do século XVI.
O obá Esigie, no centro, montado a cavalo em uma procissão real,
tem os braços amparados por servidores jovens enquanto outros
dois protegem sua cabeça. Seus pés estão apoiados sobre um
servidor anão. O rei usa coroa e colares de coral que lhe cobrem
a boca. Latão, 48 x 39 x 2 cm, séc. XVI-XVII, Edo/Reino de Benin,
Nigéria, Museu Etnológico de Berlim.
Escultura de Obá portando as insígnias reais: o corpo coberto
com adornos de coral que se acreditava com poderes mágicos,
a espada Eben na mão direita, símbolo de liderança, e, na esquerda,
um chocalho onde há o desenho de uma serpente.
Museum of Fine Arts, Boston, peça transferida para a Nigéria.
Altar dos ancestrais, Benin, Nigéria. As cabeças de bronze servem de suporte para grandes
presas de elefante esculpidas. Sobre o altar há chocalhos, sinos, esculturas e outros objetos
referentes aos antepassados. Os ritos incluem oferendas de alimentos, bebidas e sacrifícios.
A Iyoba Idia usa um penteado “bico de galinha” revestido
de uma rede feita de contas de coral. É uma das mais
célebres imagens de rainha africana. Cabeça da
Rainha-mãe Idia, latão, 51 cm de altura, séc. XVI,
Edo/reino de Benin, Nigéria. Museu Etnológico de Berlim.
Os rostos nunca se repetem, são individualizados assim como
os adornos. As escoriações na testa e acima das sobrancelhas
são marcas identitárias da cultura edo e da linhagem real.
Cabeça de Iyoba (rainha-mãe), 42,5 cm de altura, 1750-1800,
Edo/reino de Benin, Nigéria.
A rainha usa o típico penteado “bico de galinha” recoberto com contas de coral e está acompanhada
de damas, guerreiros e servidores reais. Dois leopardos, símbolos do poder do oba, estão na frente do grupo.
Rainha-mãe e sua corte, latão, 33 x 30,5 x 23,5 cm, séc. XVIII, Edo/reino de Benin, Nigéria. Museus
Nacionais da Escócia.
Par de leopardos, cada um deles esculpido a partir de quatro presas de elefantes.
As manchas são discos de cobre e os olhos, de espelho; traz, no corpo, um
colar de coral. Esculturas como essa ladeavam o trono do obá que também possuía leopardos vivos,
domesticados, que o acompanhavam no desfile real.
Esse par foi saqueado em 1897 e presenteado à rainha Victória.
Camisa do obá tecida com contas de coral e fio de cobre. O coral estava entre as
primeiras mercadorias levadas ao Benim pelos comerciantes portugueses
no final do século XV. Ainda hoje é um material altamente valorizado no país.
Medidas: 71 x 65 cm, Edo/reino de Benin, Nigéria, Museu Britânico.
Batedor de contas de coral, ágata e cobre. Exemplo raro de batedor
(comumente feito de rabo de cavalo), este objeto era dito como dotado
de forte energia sobrenatural (“axé”) que conferia poder e proteção ao obá,
graças ao coral e à cor vermelha. Medidas: 103 x 10 x 4 cm,
Edo/reino de Benin, Nigéria, Museu Britânico.
Os comerciantes portugueses eram representados, na arte africana de Benin,
com rostos longos e estreitos, e longos bigodes. Essa estatueta, de tamanho
diminuto, devia compor um conjunto hoje desaparecido. Bronze, Edo/reino de
Benin, Nigéria, Museu Britânico.
Os europeus eram frequentemente representados, na arte africana de Benin,
com armadura e armas. Os arcabuzes e canhões dos europeus, contudo, não
intimidaram os obás que conservaram seus domínios até o final do século XIX.
Bronze, Edo/reino de Benin, Nigéria, Museu Britânico.
Obá ou um guerreiro, ricamente vestido e armado, acompanhado de servidores entre
eles o portador da espada Eben e o soprador de chifre de marfim. Latão, 45,6 x 35 x 9 cm,
séc. XVI-XVII, Edo/reino de Benin, Instituto Smithsoniano.
A placa representa uma porta de entrada ou uma passagem entre pátios
interiores do palácio. É vigiada por guerreiros armados e pajens. Mostra as telhas de
madeira presas com pregos sobre as quais desliza uma serpente.
Palácio do obá, latão, 52 x 40 cm, séc. XVI-XVII,
Edo/reino de Benin, Museu de Berlim.
Soldados britânicos com o saque do Palácio de Benin. Foto de 1897.
A Rainha Elizabeth II é recebida pelo Oba Akenzua II quando de sua visita
à Nigeria, 1956. O obá usa o traje real feito de contas de coral.
Bronzes de Benin expostos no Museu Britânico, Londres, 2014.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_de_%C3%81frica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_do_Benim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bronzes_do_Benim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Benim
https://ensinarhistoria.com.br/bronzes-de-benin-arte-africana-tecnologia/ - Blog: Ensinar História -
Joelza Ester Domingues

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