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CLAUDIA FERNANDA DE FARIAS SÃO JOSÉ

18202253-3

EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO

BARREIRAS-BAHIA
2021
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO Bacharelado
em Educação Física MODALIDADE: Estágio Supervisionado Obrigatório em
Atividades em Academias de Ginástica

CORPO “EDUCADO”: ATUAÇÃO PEDAGÓGICA DE PROFESSORES DE


EDUCAÇÃO FÍSICA EM ACADEMIAS DE GINÁSTICA
Resumo:
O objetivo deste artigo é mobilizar o âmbito da educação física numa
perspectiva social em que o educador físico possa aprofundar seus
conhecimentos como profissional da saúde numa visão em que as praticas de
atividade física sejam interligadas na prevenção e promoção da saúde coletiva.
O artigo traz a discursão de enxergar o profissional de educação física
no caráter pedagógico dentro da academia trazendo informações e citações
para a reflexão do professor e sua interferência na saúde dos seus alunos no
ponto de vista sociocultural em seus aspectos macroestruturais.

ADERÊNCIA À PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM ACADEMIAS DE


GINÁSTICA
Resumo :

O presente estudo visa averiguar os motivos da aderência e


desistências dos praticantes de exercícios físicos em academias de ginastica ,
no desenvolvimento foi destacado a necessidade dos profissionais de
educação física em buscar meios para conhecer os seus alunos , tendo como
prioridade atender as suas necessidades que vai além da parte técnica ou
conhecimento cientifico sobre o treinamento, mas também a motivação , a
questão financeira , a distancia e entre outros fatores .
PEDAGOGIA E ANDRAGOGIA NA SALA DE MUSCULAÇÃO
Resumo :
Considerando o emocional , não somente o corpo dos alunos numa
visão tecnicamente ou esteticamente perfeita o conhecimento relacionado ao
aprimoramento em uma visão pedagógica , fora do contexto tradicional ,através
desse artigo foi usado pressupostos de teóricos em que o professor adotaria
uma nova postura em relação aos alunos que deve ser exercida nas
academias. Novas procedimentos positivos poderão ser alcançados a partir de
investimentos em cursos de formação e capacitação dos professores.

AS ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO COMO ESPAÇOS EDUCATIVOS


NÃO FORMAIS
Resumo:

Nas academias de musculação os alunos treinam no objetivo de ter um


corpo perfeito e com isso o fortalecimento muscular atrelado ao bem estar
físico e mental. Inicialmente sua motivação geralmente é pautada com
finalidade estético, entretanto as trocas de experiências vivenciadas no
ambiente no qual a relação entre professor e aluno, tal fato essa vivencia esta
sendo percebida e mudada, onde o aluno desenvolve outros e objetivos no
sentido melhorar a qualidade de vida e prevenção de doenças .Nesse artigo
através de entrevistas com os alunos foram evidencia que cada professor tem
sua didática e os profissionais conhecem os seus alunos com relação aos
objetivos . diante disso , considerando que a atuação do profissional de
Educação Física independente do local, ele é um professor, um potencial
educador necessitando de estratégicas pedagógicas que serão
desenvolvidos e potencializados.

A INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE AERÓBICA ZUMBA NA QUALIDADE DE


VIDA DE SEUS PRATICANTES

Resumo :
Zumba fitness é uma nova modalidade de atividade física que esta sendo
ofertadas nas academias de ginástica,com o seu estilo latino e internacionais,
como o merengue, salsa, cumbia, reggaeton entre outros. Essa modalidade é
praticada geralmente por alunos que desejam fugir da monotonia das aulas de
musculação, pois as aulas de danças são animadas, criativas , com fantasias e
muita motivação e sensualidade

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA REGULAR DAS AULAS DE JUMP NUMA


ACADEMIA DE GINÁSTICA

Resumo:

Com caráter coletivo as aulas de jump são dinâmicas, motivadoras, onde


os praticantes participam por prazer a sensação de bem estar e saúde. Cabe
ressaltar a sociabilidade, os vínculos estabelecidos durante o treinamento, as
aluas de Jump são realizadas com um trampolim, dando ainda mais essa
ludicidade na sua prática.

PARTE 2 – SINTETIZANDO O CONHECIMENTO

Nessa etapa da atividade, você deverá elaborar um texto com base nos
artigos lidos, buscando apresentar as questões mais relevantes dos textos para
o universo das academias e da atuação profissional nessa área.

A atuação dos profissionais de educação física nas academias , tem sido


de grande importância na visão pedagógica, onde o professor assume o papel
de mediador , trabalhando com seus alunos em todo o contexto, desde ao
rendimento físico ao social .A caraterística do educador físico , como aquele
que prioriza , exige , dita as regras em busca de resultados , tem causado
grandes indagações e discussões , trazendo o caráter motivador e fortalecendo
a ideia que de atividade física melhora a qualidade de vida e auxilia na
prevenção de doenças e o profissional da saúde ganha força na educação
física .
As aulas de ginastica e dança, como ZUMBA FITNESS e JUMP,
possuem varias adeptos das academias, principalmente para ao alunos que
querem sair da rotina e realizar uma atividade prazerosa .A Coletividade,
fortalece a teoria de que a academia também é um local de sociabilização ,
uma terapia, um momento de relaxamento além de ativar a auto estima , pois a
dança libera hormônios da alegria, do prazer , tal fato evidencia a importância
da pratica de atividade física para a saúde física e mental.

PARTE 3 – MONTANDO UM PROGRAMA DE TREINAMENTO NA


ACADEMIA

MACROCICLO
MESOCICLO 1 MESOCICLO 2 MESOCICLO 3 MESOCICLO 4 MESOCICLO 5 MESOCICLO
6
Período Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Método Preparatório Transitório

Tempo 4 semanas 4 semanas 4 semanas 4 semanas 4 semanas 4 semanas

Fase Adaptação, Adaptação, Específico, Específico, Manutenção Manutenção


treino Básico treino Básico Hipertrofia e Hipertrofia e Treinamento Treinamento
e e aeróbica aeróbica Misto, Misto,
Aeróbica Aeróbica hipertrofia e hipertrofia e
aeróbica aeróbica

Séries Repetições Intervalo


TREINO A
PEITO , OMBRO
E TRÍCEPS
Exercícios

Aquecimento na 10 MINUTOS
esteira

Supino reto 3 8>12 30 segundos


Supino inclinado 3 8>12 30 segundos

Crucifixo 3 8>12 30 segundos

Voador 3 8>12 30 segundos

Desenvolvimento 3 8>12 30 segundos


/barra

Elevação lateral 3 8>12 30 segundos

Elevação frontal 3 8>12 30 segundos

Tríceps testa 3 8>12 30 segundos

Tríceps pulley 3 8>12 30 segundos

Tríceps francês 3 8>12 30 segundos

Bike 5 minutos

Séries Repetições Intervalo


TREINO B
COSTAS ,
TRAPEZIO E
BICEPS
Exercícios

Aquecimento 10 MINUTOS
Eliptico

Barra fixa 3 8>12 30 segundos

Puxador de 3 8>12 30 segundos


costas

Puxador de 3 8>12 30 segundos


frente
Remada 3 8>12 30 segundos
unilateral

Encolhimento do 3 8>12 30 segundos


ombro

Remada alta 3 8>12 30 segundos

Remada atras 3 8>12 30 segundos


das costas

Rosca direta 3 8>12 30 segundos

Rosca 3 8>12 30 segundos


concentrada

Rosca alternada 3 8>12 30 segundos

scott 3 8>12 30 segundos

bike 5 minutos

DIAS SEGUNDA QUARTA SEXTA


TREINOS A B C

Séries Repetições Intervalo


TREINO C
ABDOME ,
QUADRÍCEPS E
AERÓBICA
EXERCÍCIOS

Aquecimento 10 MINUTOS
bike

Prancha frontal 3 8>12 30 segundos

Abdominal com 3 8>12 30 segundos


perna elevada

Abdominal 3 8>12 30 segundos


cruzado

Agachamento 3 8>12 30 segundos

Cadeira 3 8>12 30 segundos


extensora e
flexora

Leg 45 3 8>12 30 segundos

Cadeira adutora 3 8>12 30 segundos


e abdutora

Elíptico 5 minutos

Esteira 5 minutos
O aluno precisa experimentar cada exercicio e o profissional que ira
avaliar o que necessita de adaptaçao ou não , lembrando que o alongamento é
essencial antes de após cada treino e o importante é tentar , cabe ao educador
ser o mediador e motivador durante o treino.A cada mesociclo é fundamental a
mudanca dos exercicios porém o grupo muscular a ser trabalhado pode ser o
mesmo, com o tempo aumente a intensidade, tudo depende da evoluçao ou
seja cada aluno com sua particularidade .

PARTE 4 – PLANEJAMENTO DE AULAS DE ATIVIDADES FÍSICAS EM


ACADEMIAS DE GINÁSTICA, ESTÚDIO OU SIMILAR
Os objetivos gerais e específicos dessa atividade; As características gerais; Materiais
utilizados; Frequência semanal (mínimo duas vezes por semana); Tempo de duração da
aula; Número máximo de alunos por aula (nos casos de atividade coletiva) Plano
detalhado de todas as aulas, incluindo o objetivo específico da aula; Nível de
dificuldade; Em caso de atividades com música, deverá constar no plano de aula o estilo
de música que será utilizado com a justificativa para a escolha.

PLANEJAMENTO DE ZUMBA FITNESS

OBJETIVOS GERAIS : força, resistência muscular e treino intervalado com o


aumento do gasto calórico, a tonificação muscular e a aptidão
cardiorrespiratória

OBJETIVO ESPECIFICOS; a maior resistência ao estresse, melhoria na


autoestima e no relacionamento interpessoal, aumento da disposição e
estabilidade emocional,

DIAS DA SEMANA: SEGUNDA, QUARTA E SEXTA.


DURAÇAO: 50 MINUTOS
NUMERO DE ALUNOS: 25
MÊS OUTUBRO ROSA-CAMPANHA DE PREVENÇAO DO CANCER MAMA
SEGUNDA QUARTA SEXTA
ALONGAMENTO ALONGAMENTO ALONGAMENTO
INICIAL: 5 MIN. INICIAL: 5 MIN. INICIAL: 5 MIN.

AQUECIMENTO: 10 AQUECIMENTO: 10 AQUECIMENTO: 10


MIN. MIN. MIN.

DESENVOLVIMENTO: DESENVOLVIMENTO: DESENVOLVIMENTO


RITMO MERENGUE, RITMO SALSA , REGGAETON,
PASSOS BASICOS, CUMBIA ,PASSOS PASSOS BASICOS,
EXECUÇAO .30 MIN. BASICOS, EXECUÇAO EXECUÇAO .30 MIN.
.30 MIN.
ALONGAMENTO DE ALONGAMENTO DE ALONGAMENTO DE
RELAXAMENTO: 5MIN RELAXAMENTO: 5MIN RELAXAMENTO: 5MIN

OBS : SUGERIR A ULTIMA DO MÊS OS ALUNOS COMA ROUPA ROSA, E


CONVIDAR UM PROFISSIONAL DA SAÚDE PARA FAZER UMA PALESTRA
SOBRE A IMPORTANCIA DA PREVENÇAO DO CANCER DE MAMA,

DIAS DA SEMANA : SEGUNDA , QUARTA E SEXTA.


DURAÇAO : 50 MINUTOS
NUMERO DE ALUNOS : 25
MÊS NOVEMBRO AZUL-CAMPANHA DE PREVENÇAO DO CANCER
PROSTATA

SEGUNDA QUARTA SEXTA


ALONGAMENTO ALONGAMENTO ALONGAMENTO
INICIAL: 5 MIN. INICIAL: 5 MIN. INICIAL: 5 MIN.

AQUECIMENTO: 10 AQUECIMENTO: 10 AQUECIMENTO: 10


MIN. MIN. MIN.

DESENVOLVIMENTO: DESENVOLVIMENTO: DESENVOLVIMENTO


RITMO MERENGUE, RITMO SALSA , REGGAETON,
PASSOS BASICOS, CUMBIA ,PASSOS PASSOS BASICOS,
EXECUÇAO .30 MIN. BASICOS, EXECUÇAO EXECUÇAO .30 MIN.
.30 MIN.
ALONGAMENTO DE ALONGAMENTO DE
RELAXAMENTO: 5MIN ALONGAMENTO DE RELAXAMENTO: 5MIN
RELAXAMENTO: 5MIN

OBS: SUGERIR A ULTIMA DO MÊS OS ALUNOS COMA ROUPA AZUL, E


CONVIDAR UM PROFISSIONAL DA SAÚDE PARA FAZER UMA PALESTRA
SOBRE A IMPORTANCIA DA PREVENÇAO DO CANCER DE PROSTATA .
CLAUDIA FERNANDA DE FARIAS SÃO JOSÉ

18202253-3

EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO


APRESENTAÇAO DO RELATORIO

BARREIRAS-BAHIA
2021
Através do Estagio Supervisionado tivemos a oportunidade de aprender
por meio de artigos científicos a importância da busca constante do
conhecimento na área da educação física. A prática de atividade física regular
tem sido reconhecida pelos efeitos saudáveis que provocam nas pessoas que
a praticam no que diz respeito à saúde, ao bem-estar e à qualidade de vida
(ACSM, 1998; PORTO; RASO, 2007; ZAMAI, 2009; ZAMAI e BANKOFF,
2010). Os principais benefícios da atividade física e do exercício na qualidade
de vida, segundo Matsudo (2002), são os efeitos antropométricos,
neuromusculares, metabólicos e os psicológicos como: melhor sensação de
bem-estar, humor e autoestima, redução da ansiedade, tensão e depressão.
O exercício físico é definido como qualquer forma de atividade física
planejada, sistemática e repetitiva com objetivo de aperfeiçoar ou manter um
ou mais componentes da aptidão física (CASPERSEN et al., 1985). A prática
regular possibilita vários benefícios para pessoas de todas as idades, quer a
nível físico, psicológico, social e cultural (WHO, 1996).
O macrociclo, dentro da periodização do treinamento desportivo,
engloba o período preparatório, o período competitivo e o período de transição.
É a soma de todas as unidades de treinamento necessárias para elevar o nível
de treinamento do atleta (BARBANTI, 1997). Já o mesociclo representa o
elemento da estrutura de preparação do atleta e inclui uma série de
microciclos, que, por sua vez, representam o elemento de estrutura de
preparação do atleta, inclui uma série de sessões de treinamento ou
competições orientadas para a solução das tarefas de um dado macrociclo
(ZAKHAROV & GOMES, 1992).
Guiselini (1985, p. 24), descreve a ginástica aeróbica como um
método que utiliza exercícios aeróbicos com a música para uma melhor
preservação da aptidão física. Algumas pesquisas investigaram os efeitos
agudos das aulas de zumba, entre eles, o gasto calórico (LUETTGEN et al.
2012). A motivação tem sido destacada como uma variável fundamental em
vários estudos para se tentar compreender o que leva as pessoas à prática
regular de atividades físicas. (BARBOSA, 2006; JUCHEM et al., 2007;
BALBINOTTI e CAPOZZOLI, 2008)
Segundo Moraes (2011), em 1971 a professora Jack Sorensen
muda os conceitos da ginástica ao criar definitivamente a dança aeróbica cujo
conteúdo era montado com exercícios simples ao som de músicas, enfatizando
a continuidade. A partir da segunda metade dos anos 80, o exercício físico em
academia inicia uma nova fase de transformações, com a ginástica aeróbica e
a musculação sendo consolidadas no mercado, numa verdadeira febre de culto
ao corpo. (Morales, 2002)
A atividade de Jump proporciona aumento da resistência
cardiorrespiratória que tem como objetivo melhorar a condição aeróbia e
contribuir de forma efetiva para a manutenção e melhora da aptidão física e da
saúde na qualidade de vida (FURTADO et al., 2004. Para Goulart (2008), os
principais benefícios de uma aula de JUMP são: aumento da resistência
aeróbica; melhora de ritmo, velocidade e agilidade; aumento da resistência
muscular dos membros inferiores; melhora do equilíbrio dinâmico e estático;
redução do percentual de gordura corporal; redução do stress; prevenção de
osteoporose; auxílio no combate à celulite.
Os indivíduos consideram importante e apreciam os resultados e
benefícios da participação em atividades físicas, e percebem que aderir ao
exercício físico é fundamental para a saúde e qualidade de vida. (MATIAS,
2010). A atividade física é um dos aspectos que contribui para a qualidade de
vida das pessoas. (BARBANTI, 1990) Um indivíduo que sente prazer com a
prática, estará motivado para continuar praticando a modalidade (WEINBERG
e GOULD, 2001). Segundo Saba (2001), com o aumento do tempo de prática,
os benefícios psicológicos passam a preponderar sobre os estéticos e
provavelmente por esta razão, as pessoas percebam mais um motivo para a
adesão, pois as necessidades vão se somando e se clareando com o passar
do tempo.

Referências:

ACSM. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM


para os testes de esforço e sua prescrição. 9a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Guanabara Koogan, 2014

BARBANTI, V.J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2. ed., São Paulo:


Edgard Blücher, 1997.
BARBANTI, V. J. Aptidão Física: um convite à saúde. São Paulo: Manole,
1990.

CASPERSEN, C.J.; POWELL, K.F.; CHRISTENSON, G.M. Physical activity,


exercise and physical fitness: definitions and distinctions for health-related
research. Public Health Rep 1985.

FURTADO, R. P. Do fitness ao wellness: os três estágios de desenvolvimento


das academias de ginástica. 2009. Disponível em: <
http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/4862/4516>. Acesso em: 16
de junho 2021.

GOULART, F. Mini Trampolim: Resultados rápidos e diversão garantida. 2008


Disponível em: Acesso em: 12 de maio 2021.

MATIAS, T. S. Motivação para a prática de atividade física relacionada aos


estados de humor e de depressão na adolescência. Dissertação (Mestrado)
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Florianópolis, 2010. Disp.
< http://www.tede.udesc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2070 > Acesso
em: 12 DE JUNHO 2021.

MATSUDO, V. K. R. et al. Nivel de atividade fisica da população do Estado de


Sao Paulo: analise de acordo com o genero, idade, nivel socio-economico,
distribuicao geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciencia e
Movimento, v. 10, p. 41-50, 2002
SABA, F. Aderência: à prática do exercício físico em academias. São Paulo:
Manole, 2001.

MORAES L. C. Histórico das Academias. 2001. Disponível em: Acesso em: 12


de junho 2012. MORALES, P. J. C. Iniciação, aderência e abandono nos
programas de exercícios físicos oferecidos por academias de ginástica na
região de Joinville. Dissertação (Pós-graduação) - Programa de Pós-
Graduação em Educação Física, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2002.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Heidelberg Guidelines for Promoting
Physical Activity Among Older Persons. Ageing and Health Programme.
Division of Health Promotion, Education and Communication. 1996

WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do


exercício. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001

ZAKHAROV, A. & GOMES, A.C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de


Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1992.
Pedagogia e andragogia
na sala de musculação
Pedagogy and andragogia in the workout room
 
*Especialista em Treinamento Desportivo  
Faculdades Metropolitanas Unidas José Adriano Rabelo*  
**Especialista em Saúde da Mulher no Climatério Alessandro Barreta Garcia**
  Departamento Materno Infantil
alessandrogarcia@hotmail.com
Faculdade de Saúde Pública (FSP) / Universidade de São Paulo, (Brasil)  
USP  
 
 
Resumo
    O presente estudo teve por objetivo transcorrer fundamentalmente em torno da Andragogia (educação de
adultos), sendo este estudo uma proposta de superação da Pedagogia (educação de crianças) com fins de
facilitar a relação professor aluno na sala de musculação (entendendo esta relação, entre alunos adultos).
Fez se a pesquisa a partir de uma revisão de literatura, e de um estudo de campo do tipo interpretativo.
Utilizou-se um instrumento (questionário) fechado, e fez-se a análise e interpretação dos resultados a partir
do núcleo de significado encontrado entre os discursos na fase de pré-teste e fase de objetivação. Foi
possível entender a Andragogia como uma nova perspectiva em face de uma melhor relação professor aluno
em salas de musculação.
    Unitermos: Andragogia. Musculação. Relação professor aluno.
     
Abstract
    The present study it had for objective to discourse basically around the Andragogia (education of adults),
being this study a proposal of overcoming of the pedagogy (education of children) with ends to facilitate to
the relation professor pupil in the workout room (understanding this relation, between adult pupils). It made
if the research from a revision of literature, and a study of field of the interpretation type. An instrument
(questionnaire) closed was used, and became it analysis and interpretation of the results from the nucleus of
meaning found enters the speeches in the daily pay-test phase and objective phase. It was possible to
understand the Andragogia as a new perspective in face of one better relation professor pupil in workout
rooms.
    Keywords: Andragogia. Workout. Relationship teacher student.
 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 94 - Marzo de 2006

1/1

Introdução

    A Musculação cresceu fora da profissão de Educador Físico, já nos fins dos
anos 30 e início dos anos 40, com isso poucas Universidades e praticamente
nenhum Colégio Escolar incluía o treinamento com pesos em seus programas
de Educação Física. Entretanto, a partir da II Guerra Mundial esta atividade
começou a ser aceita e valorizada nos programas de condicionamento físico.

    Desta forma, a desenfreada corrida às academias tornou-se tão importante e


complexa, que os gestores e professores da área, não tinham novas
perspectivas para se preparar de uma forma eficiente e equilibrada (DANTAS,
1994). Tudo isso, fez com que os profissionais da área de Educação Física se
atualizassem cada vez mais a respeito da dimensão educativa que poderia
ocorrer no âmbito de seu trabalho.

    Pensando nisto, indagamos sobre a validade de continuar ensinando


Musculação, nos moldes em que vinha sendo ensinado, já que até o final dos
anos 80, a ação do profissional de ginástica em academia, segue um referencial
estipulado por um discurso técnico tradicional.

    A partir destas reflexões, observa-se que uma nova postura dos professores
em relação aos alunos deve ser exercida nas academias. Novas atitudes e
comportamentos positivos poderão ser alcançados a partir de investimentos em
cursos de formação e capacitação dos professores. Nessa nova ordem, onde o
consumidor fala mais alto, não há espaço para acomodação, pois o sucesso
profissional está comprometido com a implantação de uma "nova cultura" de
mudança, de contínuo aperfeiçoamento profissional e empresarial.

    A fim de contribuir nesta discussão, é a partir dos anos 70 que Maslow &
Knowles (1972) introduziram o termo Andragogia, como sendo, a arte e ciência
de orientar adulto. Segundo este autor, à medida que as pessoas amadurecem,
sofrem transformações, como por exemplo, seus interesses pelo aprendizado e
desenvolvimento das habilidades que utilizam no seu papel familiar, na sua
profissão e na sociedade como um todo.

    Neste caso nosso eixo principal é, levantar os pressupostos teóricos que já


tenham discutido em algum momento, questões relacionadas ao professor-
aluno, principalmente no que tange à importância dos aspectos andragógicos e
pedagógicos em academias de musculação.

Revisão de literatura

    Em virtude das influências que os proprietários de academia receberam em


sua formação, e até mesmo na perspectiva de suas vidas pessoais, faz com que
haja diferentes linhas de trabalho, no que se refere aos objetivos
metodológicos, isto é, vêem as academias como forma de melhorar a aptidão
física para a competição, para a hipertrofia muscular máxima, e aqueles que
acham que a academia visa o bem estar físico e emocional através das
atividades de lazer (AVELLAR, 1996).

    Para os alunos, os objetivos são principalmente a estética e a saúde, não


sendo citado educação em nenhum momento. Então como fica e como se sente
o profissional de Educação Física? Para Monteiro (1996), o princípio da
conscientização, compreende em realizar a atividade física de forma a atender
os reais motivos de sua aplicação, obtendo assim, resultados mais eficientes,
devido a maior canalização sobre os aspectos motivacionais por parte do
praticante.

    Este princípio, sendo examinado no aspecto mais superficial, torna-se mais


um princípio pedagógico do que propriamente fisiológico. O profissional que
atua na academia está preocupado com as mudanças morfológicas e
fisiológicas, e não percebe estar educando um aluno.
    Um fato comum nas academias é as alunas acharem que estão gordas e
precisam perder peso, outro é as crianças fazerem os movimentos muito
rápidos e não descansarem o recomendado entre as séries. Com uma
intervenção andragógica as alunas começariam a preocupar-se com a
alimentação e as crianças (no ponto de vista da Pedagogia) começariam a fazer
os exercícios mais lentamente. Isto significa que o aluno foi educado. Educado
para os exercícios físicos, descobrindo novas formas de ver seu programa de
Musculação.

    A tarefa de ensinar a pensar exige do professor, o conhecimento de


estratégias de ensino e o desenvolvimento de competências de ensinar
(LIBÂNEO, 1994). O professor necessita, então, aprender a regular as suas
próprias atividades de pensamento e, principalmente, "aprender a aprender".
No entanto, do nosso ponto de vista, só poderemos encontrar significado e
soluções para as questões da profissionalização dos professores no contexto da
função social do trabalho docente.

    Partimos da compreensão que indivíduo e sociedade estão intimamente


relacionados e que, embora tenham suas especificidades, podem ser tratados
de forma conjunta. A educação formal constitui uma via socialmente
constituída, de acesso da criança ao conhecimento científico, que é uma
referência para o aluno.

    Na educação tradicional, o aluno se adapta ao currículo oferecido, mas na


educação de adulto, o aluno ajuda na formulação do currículo. A educação do
adulto se dá através de situações e não de disciplinas. Todo adulto se vê
envolvido com situações específicas de trabalho, de lazer, de família, da
comunidade, etc, situações essas, que exigem ajustamentos (LINDMAN apud
OLIVEIRA, 1999).

    Já o ensino autoritário que predetermina o pensamento, fórmulas


pedagógicas rígidas. Tudo isso, não tem espaço na educação de adulto. Adultos
que desejam manter sua mente fresca e vigorosa começam a aprender através
do confronto das situações pertinentes. Buscam seus referenciais nos
reservatórios de suas experiências, textos e fatos secundários.

    A pessoas interagem, espontaneamente, com o ambiente, através de


pensamentos e interesses e se expressam independentemente do nível de
conhecimento que possuem. Não podemos ensinar diretamente outra pessoa,
podemos apenas facilitar sua aprendizagem (ROGERS apud OLIVEIRA, 1999).
Uma pessoa aprende, significativamente, somente coisas que percebe estarem
ligadas com a manutenção, ou ampliação da estrutura do seu eu.

    Quando Knowles teve contato com a palavra Andragogia, entendeu o


significado da palavra e a adotou como a mais adequada para expressar, é uma
abordagem para ajudar adultos a aprenderem". Para Knowles apud Oliveira
(1999), os pressupostos da Pedagogia baseiam-se nos princípios de ensinar e
aprender nos moldes tradicionais.
    Considerando que o aprendiz adulto interage diferentemente da criança na
relação educacional, as premissas pedagógicas devem ser substituídas pelas
andragógicas. O adulto é dotado de consciência crítica. Sua postura pró-ativa
ou reativa tem direta relação com seu tipo de consciência predominante
(DEMING, 1990). A negociação com o adulto sobre seu interesse, em particular
de uma atividade de aprendizagem, é a chave para sua motivação. O ambiente
de aprendizagem entre pessoas adultas é permeado de liberdade e incentivo
para cada indivíduo falar de sua história, idéias, opinião, compreensão e
conclusões.

    A medida em que os adultos amadurecem, eles ficam crescentemente


independentes e responsáveis para as suas próprias ações. Eles são motivados
freqüentemente para aprender por um desejo sincero para resolver problemas
imediatos em suas vidas. Em muitos casos, o modelo pedagógico não responde
por tais mudanças desenvolvidas por parte dos adultos, e assim produz tensão,
ressentimento e resistência.

    Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua


produção e construção (FREIRE, 1997). É fundamentalmente pensar certo. É
uma postura exigente, difícil, às vezes penosa, que temos de assumir diante
dos outros e com outros. Em cada caso, utilizamos uma forma de ensinar
adequada às necessidades do aluno (ZABALA, 1995). Sabemos que não basta
repetir um exercício sem mais nem menos. É imprescindível poder conhecer as
chaves do conteúdo para poder melhorar sua disseminação.

    Adultos não são crianças e não devem ser tratados como tais (De SORDI,
1999). Repetimos modelos, paradigmas em estado avançado de decomposição,
talvez pelo medo de errar, de arriscar nossa criatividade na reorganização das
atividades, e neste caso é preciso romper com o tradicionalismo, é preciso
evoluir

Materiais e métodos

Revisão de literatura

    Fez-se a pesquisa a partir de uma revisão de literatura que tratasse


especificamente da Andragogia (ensino para adultos), servindo-se das
publicações (entre 1990 e 2002) encontradas a partir das bibliotecas da
Universidade de São Paulo (Faculdade de Educação), e nos bancos de dados da
BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da
Saúde) e MEDLINE (National Library of Medicine).

Espaço da pesquisa e caracterização da amostra


    A pesquisa se desenvolveu em 05 academias de ginástica (na cidade de São
Paulo), compreendidas a partir de cinco grupos compostos por 10 (dez) sujeitos
pesquisados. Tratou-se de uma amostra escolhida sem qualquer forma de
controle probabilístico. Sendo assim, não se considerou relevante uma
representação numérica, e sim o aprofundamento e abrangência das unidades
de significação (MOURÃO, 1999; GARCIA, 2005; GARCIA et al,2005). Tratou-se
de um grupo escolhido conforme nossa conveniência.

Instrumento

    A principio foi submetido um questionário piloto no qual foi distribuído para
50 (cinqüenta) professores, constituído de 10 (dez) questões abertas que
pretendiam verificar a compreensibilidade de nossa temática (aspectos gerais
de nosso objetivo).

    Posteriormente foram analisadas as respostas com base nas unidades de


significado e semântica das palavras ou frases conforme Garcia (2005). A partir
das 10 (dez) questões abertas, foi possível construir um questionário fechado
constituído de alternativas; a), b), c), e d), já que este tipo de procedimento
permite localizar e classificar o indivíduo, numa das categorias objetivas ou em
uma das categorias de significado lingüístico (GARCIA, 2005; GARCIA et al,
2005). Sendo que posteriormente foi descrito o número de respostas
correspondentes as nossas alternativas. Anexo ao questionário foi utilizado o
termo de consentimento livre e esclarecido, conforme previsto nas
recomendações de pesquisa com seres humanos (CONSELHO NACIONAL DE
SAÚDE - RESOLUÇÃO 196 de 1996).

Resultados

    Os resultados da elaboração dos dados que estão sendo representados


abaixo serão analisados detalhadamente pergunta por pergunta.

1. Você está ensinando (ou atendendo) e um aluno se aproxima e quer ser


atendido ao mesmo tempo, o que você faz?
27 professores responderam que pedem para aquele aluno que se aproximou,
aguarde um pouco.
É equivocado pensar que um padrão de postura garantirá toda atenção do
mundo para todos alunos ao mesmo tempo. Há alguns que merecem maior
atenção do que outros. Refletir sobre isso faz parte do processo pedagógico de
cada um de nós professores.

2. O que você faz quando corrige o aluno e ele te olha com desprezo?
28 professores responderam que não corrige mais este aluno.
Se a recepção foi boa, afetuosa, alegre e segura, a visão do aluno será positiva.
Se pelo contrário, a recepção foi sem afeto e sem compreensão, a visão dele
será negativa, barrando o desenvolvimento normal das relações interpessoais.
3. Quando você se aproxima para corrigir um aluno, ele diz que já sabe treinar.
Qual é sua opinião?
21 professores responderam que o exercício poderia ser feito de uma forma
mais correta.
Se nossos alunos já são bons sempre podem ser melhores. E com freqüência,
haverá alunos não tão bons, que necessitam de mais ajuda de motivação
(MORALES, 1999).

4. Qual é a sua reação quando um aluno diz que você está dando mais atenção
para outros alunos do que para ele?
21 professores responderam que explicaria que aquele aluno está com mais
dificuldade do que ele.
A qualidade das relações interpessoais manifesta-se de muitas maneiras:
dedicar tempo à comunicação com os alunos (DEIRO, 1995), mas não deixando
de prestar atenção aos que estão treinando, manifestar afeto e interesse,
elogiar com sinceridade e interagir com eles é de extrema importância neste
caso.

5. Como você se comporta quando o aluno começa a comentar sobre seus


problemas pessoais?
22 professores responderam que ouvem o aluno com toda a atenção do
mundo.
Não devemos reprimi-los, se é em nós que eles confiam, talvez por sermos
atenciosos com os mesmos é que devemos manter uma relação amigável e
profissional.

6. Qual é o seu comportamento quando o (a) aluno (a) começa a te paquerar?


27 professores responderam que mantém a postura de professor.
Nós professores não devemos esquecer que o respeito é necessário para evitar
futuras perturbações deste caráter. Se por um lado é importante a existência da
empatia, o respeito também deverá ser levado em conta.

7. O que você faz quando um aluno diz para você verificar se a série de
exercícios que outro professor passou está correta?
28 professores responderam que pedem para ele conversar com o professor
que montou a série.
É nesta questão que entra a palavra ética. O professor deverá ter uma
consciência de responsabilidade e respeito com o seu colega de equipe. Se
possível discutir em reuniões da academia.

8. Você prefere ministrar aulas para mulheres, homens adolescentes ou não


tem preferência?
34 professores responderam que não têm preferência.
A postura do professor em relação a isso é de que não deve haver distinção
independentemente da idade ou gênero ou crença.

9. O que é um bom aluno para você?


21 professores responderam que é o aluno que não dá problemas.
Em primeiro lugar, devemos ser bons professores. Além disso, devemos ser
bem aceito por nossos alunos. Essa aceitação afetiva será importante se
quisermos que as mensagens que consideramos valores cheguem a eles.
Muitas boas mensagens se perdem simplesmente porque se recusa o
mensageiro (MORALLES, 1998).

10. Você se interessa, costuma ler ou faz cursos sobre comportamento,


neurolingüística ou motivação?
25 professores responderam que não.

    Ainda que a oratória seja importante, há outras formas de comunicação. A


comunicação não verbal, o comportamento não verbal, não somente se ajusta
à expressão lingüística, senão também permite e favorece a expressão de
interações e estados afetivos. Incide ainda, sobre todas as formas de relação
interpessoal, regulando a interação e proporcionando o contraste de atitudes e
personalidades individuais (RECTOR, 1990).

    De maneira semelhante ao professor universitário, o profissional de


Educação Física na aula de Musculação, pode utilizar-se dos conhecimentos,
junto com a motivação para melhorar a efetividade de sua comunicação, e
evitar erros que possam comprometer em certo grau a motivação e
aprendizagem de seus alunos. Como diz Libâneo (2001) "Todo educador físico,
onde quer que esteja e seja qual for sua modalidade de trabalho e de
militância, é um pedagogo".

    O profissional de Educação Física deve estar atento para que as suas
atitudes não venham interferir nas suas relações profissionais com os alunos,
pois uma maneira de desmotivar o aluno e fazer com que este adquira um
sentimento de repulsa em relação ao seu orientador. Se estivermos insatisfeitos
como nosso aluno, é provável que o nosso aluno venha a perceber e se
desmotive ainda mais, aumentando assim o nosso descontentamento com ele.

Discussão

    Neste contexto, podemos dizer que o caminho da investigação é um


percurso sempre inacabado. O conhecimento não se torna escasso pelo fato de
o explorarmos, pelo contrário, o conhecimento quanto mais utilizado for, mais
existirá. Assim, parece-nos que a revisão que foi feita da literatura e o estudo
de campo realizado permite-nos retirar algumas considerações importantes,
contribuindo para uma síntese esclarecedora da problemática (FRANCISCO,
2004).

    De acordo com as respostas obtidas, os professores, em geral, param muito


cedo de estudar. Normalmente não aprimoram seus conhecimentos em se
tratando, por exemplo, de motivação, e administração das aulas, e muitas
vezes se limitam apenas a pronunciar comandos técnicos (SALOMÃO, 1987).
Desta forma, o professor o profissional de Educação Física é um indivíduo
distante dos problemas sociais e a própria Educação Física torna-se insuficiente
para com a sociedade.

    Sendo assim, alguns alunos querem ou precisam de mais atenção,


orientação e interação com o professor para alcançarem seus objetivos no
treinamento. Não existe uma fórmula ou método fixo para a determinação do
aluno em uma sala de Musculação, entretanto, aqueles alunos que precisam de
mais atenção, deverão ser mais motivados.

    O ser humano não é só um amontoado de músculos, articulações, ossos e


órgãos. Essas são estruturas comandadas pelo sistema nervoso e suas reações
dependem das influências do meio externo, da parte emocional, social e
principalmente cultural. Devemos mostrar interesse pelo aluno e isto poderá ser
conseguido com pequenas atitudes, tais como, chamá-lo pelo nome, mostrar
que estamos preocupados com ele.

    Caberá à academia se antecipar a essas novas necessidades, acompanhar e


até mesmo antecipar as mudanças que ocorrem na sociedade, com o contínuo
aperfeiçoamento da Pedagogia e Andragogia, poderá ser uma forma de garantir
ao aluno uma boa aula de Musculação. Além disso, não se pode ignorar a
crescente organização da sociedade, que conquista a cada dia, novas leis e
regulamentos, para a garantia dos produtos e serviços colocados nas
academias.

    Há muitos anos que a Andragogia nos tem ensinado que a realidade do
adulto é diferente da criança, mas ainda não incorporamos esse princípio nas
nossas metodologias, (GADOTTI, 2000). Ninguém é educador. Alguém se torna
educador (ou deseducador) no decorrer da existência, no incessante processo
de estruturação, desestruturação e reestruturação dos equilíbrios pessoais e
coletivos da teia das relações sociais. Não é por outra razão que todo debate
em torno da formação do educador e do exercício da função educativa, tem
sido muito questionada entre a formação e intervenção exercida.

    De um modo genérico, todo ser humano é numa certa medida


educador/deseducado. Porém, o professor é institucionalizado, uma vez que
estabelece relações metódicas, formais e sistemáticas com outros seres
humanos, na qualidade de orientador (dirigente) e com a mediação do saber
contribui na determinação histórica, social e política do educando, esta é sua
responsabilidade

    Conhecendo a zona de desenvolvimento proximal do aluno, o professor bem-


preparado saberá fazer as perguntas que irão provocar o desequilíbrio na sua
estrutura cognitiva, fazendo-o avançar no sentido de uma nova e mais
elaborada reestruturação. A aprendizagem é facilitada quando o aluno já tem
na sua estrutura cognitiva, elementos com os quais o professor possa trabalhar.
O professor contribui para a aprendizagem (VYGOTSKY apud FACCI, 1998).
    É possível que muitos dos problemas identificados neste trabalho, sejam
decorrentes da formação do professor, porém o mais preocupante, é
percebermos que o professor não tem conhecimento suficiente para garantir
esse processo, nas condições de que dispõe.

    Relacionar interações professor-aluno é um trabalho pedagógico e


andragógico, que exige desta forma, assumir o desafio de articular às ações
com crenças, opiniões e valores, entendendo que atuar em uma sala de
musculação envolve uma complexa rede de culturas, atitudes, posicionamento
e competências.

    "É incorreto supor, que o único conhecimento envolvido no trabalho com as


academias, por exemplo, é de ordem fisiológica", (BETTI, 1996, p. 112). A
evasão que ocorre nas academias, não é uma questão fisiológica, mas
psicossocial. Um estudo realizado em Rio Claro (SP), detectou um índice de
evasão próximo a 70% entre os freqüentadores de academias pesquisadas.

    Até o momento em que o aluno visita a academia, ele é um cliente. A partir


do momento em que ele é matriculado, ele torna-se aluno. Se for verdade que
a ampliação do mercado de academias promoveu um enfraquecimento na
relação entre professor-aluno, também é verdade que essa relação continua a
existir (FILHO, 2000), já que alguns alunos acham que não precisam ser
corrigidos, não necessitam passar por uma adaptação ou por uma progressão,
só querem se divertir e fazer novas amizades.

    Infelizmente, alguns professores ainda pensam que ministrar uma aula de


musculação é algo espontâneo, intuitivo ou basta saber treinar e aplicar isso
para os alunos, mas sem atualização e planejamento em função dos alunos,
não há de se ter sucesso. "O professor também aprenderá com o aluno e
ensinará na medida em que o aluno é capaz de aprender" (OLABUENAGA &
FREIRE, p. 165).

Considerações finais

    A análise de nossa revisão de literatura nos apresenta um caminho para uma
possível solução do problema inicialmente levantado. A Andragogia, juntamente
com a Pedagogia parecem ser as ciências mais capazes de fornecer o
referencial teórico conceitual ao profissional de Educação Física, já que em uma
sala de Musculação há alunos de todas as idades.

    O professor deveria apresentar uma preocupação maior com o estudo, com
as ciências da Pedagogia e Andragogia, com o próprio progresso, deveria
esforçar-se para possuir uma cultura geral mais humanista. Apresentar um
crescente interesse pelos problemas individuais dos alunos, a fim de melhorar o
seu relacionamento com os mesmos, através de uma maior conscientização
própria, poderia trabalhar melhor com o aluno, podendo influir de forma mais
significativa na prática do ensinar.
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