Você está na página 1de 69

UNIVAP – UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

FCC - Faculdade de Ciência da Computação

Curso de Ciência da Computação


SICT – Sistema para Cálculos de Trefila

Por
Eric de Andrade Pinto
Fabricio Klai França

São José dos Campos – SP, Dezembro 2004

1
Relatório do Trabalho de Graduação Apresentado à Faculdade de Ciência da
Computação da Universidade do Vale do Paraíba como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Bacharel em Ciência da Computação.

SICT – Sistema para Cálculos de Trefila

Eric de Andrade Pinto


Fabrício Klai França

Relatório aprovado em versão final.


Por:

_________________________________
Prof. Dr. Marcio Magini
Orientador Acadêmico

_________________________________
Prof. Dr. Marcio Magini
Coordenador da Disciplina de TG

São José dos Campos - SP, Dezembro 2004.

2
SICT – Sistema para Cálculos de Trefila

Eric de Andrade Pinto


Fabrício Klai França

Banca examinadora:

Prof.Dr.Marcio Magini (presidente)

Prof.Dr. Marcio Magini (orientador)

Prof.Dr. Paulo David do Castro Lobo

Prof.Dr. Gabriel Rodrigues Hickel

UNIVAP, Dezembro 2004.

3
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus


que nos capacitou, e a todos que de alguma
forma nos ajudaram, compreenderam e
apoiaram para conclusão deste trabalho e em
especial à nossas queridas esposas , família e amigos
antigos e novos que fizemos nestes anos acadêmicos.

4
DEDICATORIA

Dedicamos este trabalho aos nossos mestres


que sempre nos ajudaram , instruíram e incentivaram .

5
Sumário
Índice de Figuras............................................................................... ......................................................... 08
Resumo............................................................................... ........................................................................ 10

1 Introdução.............................................................................. .................................................................. 11
1.1 Antecedentes.............................................................................. ...................................................... 11
1.1.1 Historia da trefilação.................................................................................................................. 11
1.2 Definições Técnicas.......................................................................................................................... 12
1.2.1 O que é trefilação? ..................................................................................................................... 12
1.2.2 O que é uma fieira? ................................................................................................................... 12
1.2.3 Máquinas de trefilação............................................................................................................... 15
1.3 Definição do problema...................................................................................................................... 16
1.3.1 Qual o problema? ...................................................................................................................... 16
1.3.2 Como os cálculos eram efetuados? ........................................................................................... 16
1.3.3 Principais cálculos...................................................................................................................... 16
1.3.3.1 Calcular a geometria correta para cada fieira...................................................................... 16
1.3.3.2 Calcular o jogo correto de fieiras........................................................................................ 17
1.4 Escopo do Trabalho........................................................................................................................... 17

2 Cálculos ................................................................................................................................................... 18
2.1.1Cálculo do ângulo ideal................................................................................................................... 18
2.1.2 Cálculo do diâmetro bruto.............................................................................................................. 19
2.1.3Cálculo da porcentagem de redução................................................................................................ 19
2.1.4 Cálculo do “jogo” de fieiras através da redução de área: .............................................................. 20
2.1.5 Cálculo do Jogo de fieiras através do número de passes, ou reduções: ........................................ 20
2.2 Desenvolvimentos Matemáticos....................................................................................................... 21
2.2.1 Cálculo do ângulo ideal de uma fieira. ..................................................................................... 21
2.2.2 Cálculo de redução de área entre duas bitolas. ......................................................................... 22
2.2.3 Cálculo do diâmetro bruto. ....................................................................................................... 23
2.2.4 Cálculo do jogo de fieiras através da porcentagem de redução................................................. 27
2.2.5 Cálculo do jogo de fieiras através do número de passes............................................................ 27

3 Especificações do Sistema...................................................................................................................... 29
3.1 Requisitos do Sistema....................................................................................................................... 29
3.1.1 Requisitos de Usuário................................................................................................................. 29
3.1.1.1 Acesso e segurança do sistema: ......................................................................................... 29
3.1.1.2 Validações de campos......................................................................................................... 30
3.1.2 Requisitos de Software............................................................................................................... 30
3.1.2.1 Requisitos Funcionais......................................................................................................... 30
3.1.2.2 Requisitos Não Funcionais.................................................................................................. 31
3.1.2.3 Requisitos de Desempenho................................................................................................. 31
3.1.2.4 Requisitos de Interface........................................................................................................ 31
3.2 Definição do Aplicativo.................................................................................................................... 31
3.2.1 Plataforma de Desenvolvimento................................................................................................ 31
3.2.1.1 Histórico............................................................................................................................. 31
3.2.1.2 Motivo da Escolha.............................................................................................................. 32
3.3.1 Sistema de Banco de Dados........................................................................................................... 32
3.3.1.1 Descrição das Entidades.......................................................................................................... 32
3.3.1.2 Modelo Físico do Sistema....................................................................................................... 36

6
3.3.1.3 Modelo Lógico do Sistema..................................................................................................... 37
3.3.1.4 Modulo de conexão com o Banco de dados – Global.bas....................................................... 37
3.4.1 Linguagem de desenvolvimento..................................................................................................... 38
3.4.1.1 Histórico.................................................................................................................................. 38
3.4.1.2 Motivo da Escolha................................................................................................................... 39

4 Aplicação.................................................................................................................................................. 40
4.1 Sistema para Cálculos de Trefila....................................................................................................... 40
4.2 Tela Principal do Sistema.................................................................................................................. 40
4.3 Sistema de autenticação de usuários................................................................................................. 41
4.4 Cadastros do Sistema......................................................................................................................... 43
4.4.1 Generalidades do cadastro.......................................................................................................... 43
4.4.2 Cadastro de Usuário................................................................................................................... 46
4.4.3 Cadastro de Fieira....................................................................................................................... 48
4.4.3.1 Sistema de Busca de Fieiras............................................................................................... 49
4.4.4 Cadastro de Máquina.................................................................................................................. 49
4.4.4.1 Sistemas de Busca de Máquinas......................................................................................... 50
4.4.5 Cadastro de Consumos por Máquina......................................................................................... 51
4.5 Cálculos do Sistema.......................................................................................................................... 53
4.5.1 Cálculo do Ângulo Ideal............................................................................................................ 53
4.5.2 Cálculo do Diâmetro Bruto........................................................................................................ 54
4.5.3 Cálculo da Porcentagem de Redução......................................................................................... 56
4.5.4 Cálculo do Jogo de Fieiras por Redução.................................................................................... 57
4.5.4.1Armazenamento do Jogo de Fieiras por Redução................................................................ 58
4.5.4.2 Consulta de Jogos Armazenados por redução. ................................................................... 58
4.5.5 Cálculo do Jogo de Fieiras por nº de Passes................................................................................... 60
4.5.5.1 Armazenamento do Jogo de Fieiras por Passe........................................................................ 61
4.5.5.2 Consulta de jogos armazenados por número de passes........................................................... 62
4.6 Gráficos do Sistema........................................................................................................................... 63
4.6.1 Descrição dos Gráficos............................................................................................................... 63
4.6.2 Gráfico de Consumo de Fieiras por Máquina em Quantidade................................................... 63
4.6.3 Gráfico de Consumo de Fieiras por Máquina em Valores......................................................... 63

5 Resultados Alcançados............................................................................................................................. 65
5.1 Melhorias no Processo....................................................................................................................... 65
5.2 Redução de Consumo de Fieiras....................................................................................................... 65
5.3 Aumento da Produção....................................................................................................................... 65
5.4 Gráficos resultados alcançados......................................................................................................... 66
5.4.1 Gráfico de Consumo de Fieira em R$........................................................................................ 66
5.4.2 Gráfico de Produção em toneladas............................................................................................. 67

6 Conclusões............................................................................................................................................... 68

Referências Bibliográficas.......................................................................................................................... 69

7
Índice de Figuras
Figura 1.1 – Trefilação Manual................... .............................................................................................. 11
Figura 1.2.1 – Principio do Processo de Trefilação .................................................................................. 12
Figura 1.2.2.1 – Secção de uma fieira , núcleo e carcaça.......................................................................... 13
Figura 1.2.2.2 –Regiões de uma fieira....................................................................................................... 13
Figura 12.2.3 – Cone de trabalho .............................................................................................................. 14
Figura 1.2.2.4 – Comprimento de paralelo................................................................................................ 14
Figura 1.2.3.1 – Monobloco de trefilação.................................................................................................. 15
Figura 1.2.3.2 – Máquina de passes múltiplos........................................................................................... 15
Figura 1.3.1- Ilustração em detalhes da secção de uma fieira................................................................... 16
Figura 2.1.1- Ilustração com detalhes do ângulo de redução .................................................................... 18
Figura 2.1.2.1 – Ilustração do diâmetro bruto de uma fieira...................................................................... 19
Figura 2.2.1.1 – Ilustração da relação trigonométrica para se determinar o ângulo α ............................. 21
Figura 2.2.2.1 – Ilustração de uma barra sendo trefilada........... ............................................................... 22
Figura 2.2.3.1 – Ilustração do estudo do cálculo do diâmetro bruto ......................................................... 24
Figura 3.1.1.1 – Casos de uso do sistema ................................................................................................. 30
Figura 3.3.1.1 – Tabela de usuários e seus relacionamentos .................................................................... 33
Figura 3.3.1.2 – Tabela fieira e seus respectivos relacionamentos ........................................................... 33
Figura 3.3.1.3 – Tabela máquina e seus relacionamentos ........................................................................ 34
Figura 3.3.1.4 – Tabela de jogos e seus relacionamentos ......................................................................... 34
Figura 3.3.1.5 – Tabela de consumo_máquina _fieira e seus relacionamentos........................................ 35
Figura 3.3.1.6 – Modelo físico do banco de dados SICIT........................................................................ 36
Figura 3.3.1.7 –Modelo lógico do sistema................................................................................................. 37
Figura 3.3.1.8 – Módulo Global.bas.......................................................................................................... 38
Figura 4.2.1 – Tela principal do sistema ................................................................................................... 40
Figura 4.3.1 – Tela de autenticação ......................................................................................................... 41
Figura 4.3.2 –Usuário bloqueado por excesso de tentativas de logon .......... ........................................... 42
Figura 4.3.4 – redefinir senha ................................................................................................................... 42
Figura 4.4.1.1 – Rotina de pesquisa .......................................................................................................... 43
Figura 4.4.1.2 – Função buscar.................................................................................................................. 44
Figura 4.4.1.3 – Função MontaLista ()...................................................................................................... 44
Figura 4.4.1.4 – Informações carregadas após clique no listview............................................................ 45
Figura 4.4.1.5 – Pesquisa por nomes ........................................................................................................ 45
Figura 4.4.2.1 – Tela de inclusão de usuário............................................................................................. 46
Figura 4.4.2.2 – Tela de alteração de usuários .......................................................................................... 47
Figura 4.4.2.3 – Tela de alteração de usuários .......................................................................................... 47
Figura 4.4.3.1 – Inclusão de fieiras ........................................................................................................... 48
Figura 4.4.3.2 – Tela de alteração de fieiras ............................................................................................. 48
Figura 4.4.3.3 –Busca de fieiras ................................................................................................................ 49
Figura 4.4.4.1 –Tela de inclusão de máquinas ......................................................................................... 50
Figura 4.4.4.2 – Alteração do cadastro de máquinas................................................................................. 50
Figura 4.4.4.3 – Localização de máquina.................................................................................................. 51
Figura 4.4.5.1 – Inclusão de consumo por máquina ................................................................................. 51
Figura 4.4.5.1 – Alteração de consumos ................................................................................................... 52
Figura 4.5.1 – Ilustra o menu com opção “Cálculos” selecionada........................................................... 53
Figura 4.5.1.1 – Cálculo do ângulo ideal .................................................................................................. 53
Figura 4.5.1.2 –Fonte do cálculo do ângulo ideal............................. ........................................................ 54
Figura.4.5.2.1 – Cálculo do diâmetro ideal ............................................................................................... 55
Figura 4.5.2.2.- Cálculo do diâmetro bruto ............................................................................................... 55
Figura 4.5.2.3 – Cálculo da porcentagem de redução .............................................................................. 56
Figura 4.5.2.4 – Cálculo da porcentagem de redução................................................................................ 56
Figura 4.5.4.1 – Cálculo do jogo de fieiras por redução............................................................................ 57
Figura 4.5.4.2.- Código do armazenamento do jogo por redução.............................................................. 58

8
Figura 4.5.4.3 – Consultas a jogos salvos ................................................................................................. 59
Figura 4.5.4.4 – Código fonte da pesquisa do jogo por redução................................................................ 59
Figura 4.5.5.1 – Cálculo do jogo de fieiras por numero de passes............................................................ 60
Figura 4.5.5.2 – Armazenamento do jogo por numero de passes......... .................................................... 61
Figura 4.5.5.3 – Visualização da pesquisa do jogo por numero de passes .............................................. 62
Figura 4.6.1 – Gráfico de consumo de quantidade de fieiras máquina por mês .... .................................. 63
Figura 4.6.2.- Gráfico de consumo de valor de fieiras por mês................................................................. 64
Figura 5.4.1 – Gráfico que representa o ganho em custo , no consumo de fieiras.................................... 66
Figura 5.4.2 – Gráfico que representa o ganho em produção (toneladas )................................................. 67

9
Resumo

O processo de fabricação de fios consiste em deformar um material através da sua


passagem por um cone de redução, conhecido como Fieira, por meio de um esforço
mecânico denominado estiramento ou trefilação. [ Ref. [1]]
Sua utilização tem grande demanda na fabricação de produtos como, barras,
vergalhões, arames para amarração, arames para soldas, eletrodos e até fios de cobre.
Porém, a metodologia empregada no processo de fabricação que é ultrapassada e
necessitava de um sistema automatizado que possa eliminar os erros humanos, aumentar a
precisão,eficiência e otimizar o processo como um todo.
Tendo em vista essa necessidade , foi desenvolvida uma automatização , o Sistema de
Cálculos de Trefila ( SICT ), que irá proporcionar tal otimização, através de cálculos mais
precisos e o uso correto das métricas e cálculos geométricos da Fieira, um dos principais
componentes na fabricação de arames trefilados, buscando assim uma melhora significativa
no processo de trefilação.

10
Capítulo 1
Introdução

1.1 Antecedentes

1.1.1 Historia da trefilação


Os arames foram usados pelos faraós, no Egito 3000 anos antes de Cristo. Tais
produtos eram fios de ouro e prata para joalheria.
Até cerca de 1500 depois de Cristo, o arame era trefilado manualmente usando-se
uma placa de pedra ou de ferro, como mostra a figura 1.1.

Figura 1.1 – Trefilação Manual.

A placa tinha uma serie de furos cônicos de diâmetro decrescente, que eram utilizados
de acordo com a redução desejada.
Até 1800, o esforço da trefilação era feito pelo homem, por tração animal ou pelo uso
de rodas d´agua. Mais tarde, tal esforço era executado por máquinas a vapor, e a partir de
1920, predominaram motores elétricos.
Entre 1850 e 1870 houve grande aumento da demanda de fios trefilados devido à
rápida difusão do telégrafo , que necessitava de arames lisos e sem defeitos . Nesta época o
processo de trefilação se desenvolveu, e desde então, e até hoje, vem se desenvolvendo
através de novas máquinas, equipamentos e técnicas.
Esta demanda nunca parou de crescer. Nos dias atuais tem se intensificado o uso de
matérias trefilados, principalmente por conta do avanço das Industrias e processos de
fabricação em vários segmentos, onde podemos destacar a indústria automobilística, o setor
metalúrgico, a área de telecomunicações e a construção civil, setores que dependem e muito
do processo de trefilação e seus produtos finais onde podemos destacar:

• Fios de cobre para transmissão de dados;


• Fios de aço para soldagem, usados na fabricação de automóveis;
• Barras, vergalhões, arames para amarração, telas soldadas, colunas metálicas,
amplamente usadas na indústria da construção civil;

11
Estes produtos possuem poucas imperfeições, devido ao processo de trefilação, exige
uma séria de cuidados e técnicas para que produtos como estes tenham uma boa qualidade e
com custos baixos

1.2 Definições Técnicas

1.2.1 O que é trefilação?

A trefilação consiste em passar uma barra ou arame através de uma matriz cônica
(fieira), aplicando-se um esforço na ponta da barra que sai da matriz como mostra abaixo:
Ref[2];

Figura1. 2.1 – Princípio do processo de trefilação

A trefilação pode ser realizada com várias formas da sessão da barra (redonda,
sextavada, perfil T, quadrada, etc), obtendo-se um material uniforme e de superfície lisa.
Este produto é usado como matéria-prima para fabricação de fios de energia elétrica,
cabos de comunicação (coaxial, por exemplo), arames para diversas utilidades (fabricação
de pregos , cercas farpadas , grampos , clipes de papel , vergalhões para construção civil ,
eletrodos para solda elétrica , cabos de aço , matéria prima para usinagem de eixos para
automóveis , caminhões , etc), entre outros

1.2.2 O que é uma fieira?

As fieiras eram inicialmente simples furos cônicos em chapas de aço ou ferro duros
fundidos . Estes materiais sofriam rápido desgaste durante a trefilação de aços. À medida
que a produção de arames de aço crescia, este desgaste ficou inaceitável, pois era
necessário trocar a fieira com freqüência.
A partir de 1920, passou-se a utilizar a WIDIA como material de fieiras. Este tipo de
material é muito duro e resistente ao desgaste, mas é quebradiça e cara. Desta forma é
utilizado como pequeno núcleo da fieira, sendo protegida por uma carcaça de material mais
barato. Ref[4]

12
Figura 1.2.2.1 – Secção de uma fieira, núcleo e carcaça.

O principal objetivo do núcleo da fieira é resistir ao máximo ao desgaste provocado


pela passagem do arame dentro dele.
O desgaste da fieira aumenta seu diâmetro de saída, produzindo barras a arames com
bitolas fora da especificação. Além disso, provoca acabamento ruim no material, que pode
até ficar riscado. Este desgaste pode ocorrer naturalmente conforme o uso da fieira, porém
erros de cálculo na fabricação da fieira podem diminuir a sua vida útil. Este é um dos
principais problemas a ser resolvido no processo de trefilação.

As Regiões de uma fieira:

Existem cinco regiões de importância na fieira: o raio de entrada, o cone de entrada, o


cone de trabalho (ou de trefilação) , o paralelo e o cone de saída.

Figura 1.2.2.2 – Regiões da fieira.

Raio de Entrada : Parte que serve para a entrada do material permitindo a este atingir
a zona de trabalho sem dificuldades e sem causar danos ao material .

Cone de entrada: Sua função é auxiliar na entrada do lubrificante na região do cone


de trabalho.

Cone de trabalho : Parte da fieira onde o material tem sua secção ou área modificada
, parte onde se exerce o trabalho ou esforço mecânico .

Zona de Acomodação (paralelo) : Zona que serve para calibrar e dar forma final
à peça, fazendo com que a deformação sofrida no cone de trabalho seja mantida. Esta zona
e formada pelo paralelo da fieira .

13
Cone de Saída: O objetivo do cone de saída é proteger o paralelo contra quebras.
A região mais importante da fieira é o cone de trabalho. O cone de saída tem
comumente um ângulo de 90? .
O cone de trabalho é onde ocorre a redução de diâmetro do material. Deve ser muito
bem polido para diminuir o atrito entre a fieira e o material. Além disso, se o (g) for
pequeno, a fieira se desgasta depressa. Se (G) for grande, é difícil a entrada de lubrificante.

Figura 1.2.2.3 – Cone de trabalho (comprimento de paralelo).

O objetivo do paralelo é diminuir o desgaste da saída (df) do material (figura 1.2.2.3).


Se seu comprimento (l) for muito pequeno, o desgaste é rápido e o material sai com bitola
acima aceitável . Se (L) é grande, o desgaste é pequeno , mas a força da bitola para trefilar
cresce. Normalmente, o comprimento de L é de 0,3 a 0,5 da bitola de saída, como mostra a
figura 1.2.2.4.

Figura 1.2.2.4 – Comprimento de paralelo.

É muito importante que o paralelo seja cilíndrico e não cônico. Se ele for cônico,
haverá redução de diâmetro do material no paralelo, que sofrerá rápido desgaste.
Se não existir o cone de saída, qualquer desalinhamento do material na saída da fieira
poderá quebrar o final do paralelo, que ficará mais curto ou desaparecerá na região da
quebra. O objetivo do cone de saída é assim proteger o paralelo contra quebras.

14
1.2.3 Máquinas de trefilação

Monoblocos de trefilação:

Para bitolas abaixo de cerca de 12,7 mm (1/2 polegada) o material é fornecido em


bobinas (chamado de fio-máquina). Assim, em lugar de se utilizar bancas de trefila, são
usados blocos rotativos, chamadas de “MONOBLOCOS” porque tem um só bloco. Nos
dias atuais, estes monoblocos podem processar bitolas de até 30mm, como exemplifica a
figura 1.2.3.1.

Figura 1.2.3.1 – Monoblocos de trefilação.

O princípio da trefilação do fio-máquina é igual ao das barras, ou seja, passagem do


material pela fieira. A lubrificação é garantida pela passagem do material através de sabão
em uma “caixa de sabão”, imediatamente antes da fieira.

Máquinas de passes múltiplos:

Quando se deseja passar o material por muitas fieiras sucessivas de diâmetros


decrescentes, utilizam-se máquinas de passes múltiplos, onde o material é automaticamente
retirado de um bloco e alimentado no bloco seguinte, como mostra a figura 1.2.3.2.

Figura 1.2.3.2 – Máquinas de passes múltiplos.

Fabricam-se máquinas com até 12 blocos em série. Para lubrificação entre a fieira e
o material, coloca-se uma caixa de sabão antes de cada fieira.
Máquinas de passes múltiplos são muito caras e devem funcionar continuamente,
porém, como a bobina de fio-máquina tem um comprimento limitado, para que isso ocorra
é necessário soldar o final (“cauda”) de uma bobina ao início (“cabeça”) da próxima
bobina.

15
1.3 Definição do problema

1.3.1 Qual o problema?

Efetuar os cálculos envolvidos no processo de fabricação de fieiras, peças chaves na


trefilação de materiais de forma a atender os seguintes objetivos:
• Precisão nos cálculos;
• Maior eficiência no tempo de execução;
• Redução no consumo de fieiras;
• Aumento na produção.

1.3.2 Como os cálculos eram efetuados?

Os cálculos da geometria da fieira eram calculados manualmente pelo Engenheiro


Processista, com o auxílio de tabelas, este processo gerava os seguintes problemas:
• Erro humano;
• Falta de adaptação das tabelas ao processo;
• Alto consumo de fieiras;
• Prejuízo na produção em virtude de paradas para troca de fieiras;
• Qualidade do material;
• Tempo de execução dos cálculos;

1.3.3 Principais cálculos

1.3.3.1 Calcular a geometria correta para cada fieira

Cada fieira tem que ter sua geometria calculada de acordo com a bitola do arame a ser
trefilado. A área de contato do matrial no ângulo de entrada, devera ter o seu comprimento
de aproximadamente metade do diâmetro da bitola de entrada da fieira conforme ilustra a
figura 1.3.1.

Ângulo de Saída

Zona de Acomodação
Figura 1.3.1 – Ilustração em detalhes da secção de uma fieira.

16
A figura 1.3.1, ilustra a secção de uma fieira onde, o ângulo de entrada é responsável
por facilitar a entrada de substâncias lubrificantes (sabão líquido, ou sólido). D representa a
bitola inicial do arame e d, a bitola de saída do arame após o processo de trefilação. Na
fieira a região onde ocorre à conformação do material, é ilustrado em D/2 (diâmetro inicial
dividido por dois), sendo que esta premissa (D/2) é fundamental para que o arame seja
trefilado de forma correta.
O paralelo se localiza na Zona de Acomodação que serve para calibrar e dar forma
final à peça, fazendo com que a deformação sofrida na zona de trabalho (D/2) seja mantida.

1.3.3.2 Calcular o jogo correto de fieiras

Nos processos de trefilação existem vários tipos de máquinas. Entre elas máquinas
de múltiplos passes, já citadas anteriormente, que exigem em seu processo vários passes
para a redução do material, sendo necessário para isso que se calcule adequadamente cada
passe, formando assim um “Jogo” de fieiras para a trefilação deste material.

1.4. Escopo do Trabalho

Tendo em vista a necessidade de diminuir/eliminar erros e aumentar a eficiência do


processo de trefilação de arames, foi desenvolvido um Sistema de Cálculos de Trefila, o
SICT, que irá proporcionar uma otimização e automação dos processos de fabricação de
arames trefilados, através de cálculos precisos e o uso correto das métricas e cálculos
geométricos envolvidos no processo de fabricação de fieiras, melhorando assim o processo
de trefilação como um todo.

–Falta de adaptação das tabelas ao processo

17
Capítulo 2
Cálculos

2.1 Descrição dos Cálculos

2.1.1. Cálculo do Ângulo Ideal

O cálculo do Ângulo Ideal serve para determinar qual é o ângulo de redução ideal de
uma fieira, dependendo da redução que será exercida sobre o material, sempre observando
a premissa D/2. O correto cálculo do ângulo de entrada se faz necessário para que se tenha
uma trefilação correta, evitando desgastes excessivos da fieira.

Figura 2.1.1 - Ilustração com detalhe do ângulo de redução chamado aqui de α .

Podemos identificar na figura 2.1.1 o ângulo de redução, representado como α. Este


ângulo é diferente do ângulo de entrada, comentado anteriormente na Figura 1.3.1 e
ilustrado aqui pela letra β, pois é nesta parte (ângulo de redução) que o material tem a sua
área reduzida, ou seja, é a parte onde se exerce se o trabalho ou esforço mecânico de
redução.

18
2.1.2. Cálculo do diâmetro bruto

O cálculo do diâmetro bruto é utilizado no momento da retífica de uma fieira que


sofre desgastes conforme a sua utilização. Estes desgastes sofridos pela fieira fazem com
que a mesma perca sua bitola nominal, que é a bitola desejada para o material que esta
sendo trefilado.

Para uma melhor compreensão observe a figura 2.1.2.1.

Figura 2.1.2.1 – Ilustração do diâmetro bruto de uma fieira

O local retificado na fieira está ilustrado na Figura 2.1.2.1 por uma linha pontilhada
azul. Observe que neste momento não existe paralelo definido. Para que se obtenha um
paralelo desejado ilustrado pela linha verde, é necessário antes, que se conheça o diâmetro
bruto ilustrado pela linha vermelha. Mais adiante será ilustrado matematicamente como o
se obtém o diâmetro bruto.

2.1.3. Cálculo da porcentagem de redução

Determina qual será a redução de área entre as duas bitolas , ou seja, a bitola de
entrada e saída , através do qual o usuário poderá determinar se a força de trefila está
apropriada para a capacidade mecânica da máquina e esta dentro da resistência de tração
do material a ser trefilado.

19
2.1.4. Cálculo do “jogo” de fieiras através da redução de área:

O cálculo do jogo de fieiras por redução de área determina o melhor jogo (ou
seqüência) de fieiras, através de uma redução de área determinada pelo usuário. Esta
redução é mantida para todas as fieiras do jogo, exceto a última fieira, pois esta se trata
apenas de uma fieira de conformação do material, ou seja, ela é responsável por deixar o
material em sua bitola final.
Quanto maior a redução desejada, maior será o número de passes necessário para
se obter tal redução.
Este cálculo é útil para situação em que se tem uma restrição por conta da máquina de
trefilação com relação à redução de área suportada pela mesma. Existem diversos tipos de
máquinas que trabalham com limites específicos de redução, como é o caso das máquinas
de trefilas úmidas, que usam como sabão líquido como lubrificante para trefila.

2.1.5. Cálculo do Jogo de fieiras através do número de passes, ou reduções:

O cálculo do jogo de fieiras por número de passes determina qual o melhor jogo (ou
seqüência) de fieiras, através do número de passes determinado pelo usuário.
Este cálculo é útil para situação em que se tem uma restrição por conta da máquina de
trefilação, com relação ao número de passes suportados pela mesma, como é o caso de
algumas máquinas de trefilação seca , ou seja, que usam sabão sólido para lubrificação da
trefila, e trabalham com um número menor de passes. Estas máquinas geralmente suportam
um esforço de redução maior que as de via úmida , ficando restritas apenas ao número de
passes, e que em geral são menores que das trefilas úmidas .

Ambos os cálculos de jogos (por redução ou por número de passes), são elaborados
para serem utilizados em Máquinas de Passes Múltiplos, cujo esquema é demonstrado na
figura 1.2.3.2 da secção 1.2.3

20
2.2 Desenvolvimentos matemáticos

Este tópico ilustrará matematicamente cada cálculo efetuado pelo sistema. Todos os cálculos
aqui descritos são de fundamental importância no processo de trefilação.

2.2.1 Cálculo do ângulo ideal de uma fieira.

Como mostramos anteriormente na seção 2.1 deste documento, o cálculo do Ângulo


Ideal serve para determinar qual é o ângulo de redução ideal de uma fieira. É necessário se
conhecer este ângulo, pois ele é o principal responsável pela redução do material. Nesta
seção será explicado qual a relação trigonométrica para se determinar o ângulo ideal,
conforme expressão número 1.

D/2

D diâmetro inicial 2α ângulo redução d diâmetro final

α } D-d/2

D/2

Figura 2.2.1.1 – Ilustração da relação trigonométrica para se determinar o ângulo α

Expressão número 1:
Explicação - > Analisando o triangulo retângulo destacado na figura 2.2.1.1 pela cor
verde, é necessário se determinar o ângulo de α, que será o nosso ângulo ideal. Isso é feito
achando-se a tangente do ângulo α, ou seja, cateto oposto (D-d/2) sobre cateto adjacente
(D/2), como mostrado na expressão 1.a.
Após as devidas simplificações, se chega na expressão 1.b, e em 1.c o resultado é
multiplicado por dois, pois o que está sendo analisado, é apenas um dos triângulos,
lembrando-se que na parte superior da figura 2.2.1.1 existe um triângulo retângulo igual a
este analisado. Isto justifica o uso de D-d/2.

21
D−d
2
1.a) Ângulo Ideal = Tg α = D , cateto oposto sobre cateto adjacente,
2

simplificando temos,
D−d  d
1.b)Tg α = = 1 −  ,
D  D

1.c) Ângulo Ideal = 2 Tgα

2.2.2 Cálculo de redução de área entre duas bitolas.

O principal objetivo de processo de trefilação é obter uma redução de área do material


trefilado, o material entre na máquina com uma área inicial (Ai) e após a conformação
mecânica através da fieira chega-se a uma área final (Af), sempre menor do que a inicial. O
detalhamento matemático do cálculo de redução será mostrado na expressão dois.

Diâmetro Inicial (di)


Diâmetro final (df)

Área Inicial (Ai)

Área Final Reduzida (Af)

Figura 2.2.2.1 – ilustração de uma barra sendo trefilada , mostrando se a redução obtida .

Expressão número 2:
Explicação -> Para se determinar a redução de área, temos que calcular o ∆ A, ou
seja, a variação entre a área inicial e a área final, como mostrado em 2.a e 2.b. Após as
devidas simplificações obtemos a expressão 2.c. Na expressão 2.d, calculamos a área inicial

22
Πd 2
e final através da formula conhecida de cálculo de área( ), sendo Π = 3,14159.... Após
4
as devidas simplificações, temos em 2.e, a formula final de redução.

∆A
2.a)Redução = , substituindo ∆ temos,
Ai

Ai − Af
2.b) , simplificando temos,
Ai

Af
2.c) 1 − , calculando a área temos,
Ai

Πdf 2
1− 4 2
2.d) Π di , simplificando temos,
4

2
 df 
2.e) Redução = 1 −  
 di 

2.2.3 Cálculo do diâmetro bruto.

Como mostrado anteriormente na seção 2.1.2, o cálculo do diâmetro bruto é utilizado


para se obter o novo paralelo, no momento da retífica de uma fieira desgastada. Nesta seção
será demonstrado matematicamente o seu cálculo na expressão três.

23
Parte a

Parte b

Figura 2.2.3.1 – Ilustração do estudo do cálculo do diâmetro bruto .

Expressão número 3:
Explicação - > A equação básica do diâmetro bruto é: diâmetro bruto = d – 2h onde
d é igual ao diâmetro final e h é igual à altura do triangulo mostrado na parte b da figura
2.2.3.1. Multiplica-se h por 2, porque são dois triângulos, um na parte superior e outro na
parte inferior da fieira.
d
Analisando a parte b e a parte a da figura 2.2.3.1, observa-se que F = (conforme
C
equação 3.b), onde d é igual ao diâmetro final ,e C é uma porcentagem de d , definida pelo
usuário.
Ainda na equação 3.b , observa-se que, para se determinar o comprimento de F , é
necessário conhecer os co-senos dos ângulos α e γ, mostrados na parte b da figura 2.2.3.1.
Conforme a parte b da figura 2.2.3.1, h é igual altura dos triângulos A e B, sendo
que para calcular a altura do triangulo A, é necessário saber o seno do ângulo γ, e para
calcular a altura do triangulo B, é necessário saber o seno do ângulo α, conforme equações
3.b.1 e 3.b.2. Como a altura dos 2 triângulos é igual, pode-se chegar a um sistema de
equações descrito em 3.b.3. Desenvolvendo-se 3.b.3, chega-se ao valor de A (3.c).
d sen α
Substituindo em 3.c, temos a equação 3.d que diz que -> F = = B cos α + B cos γ ,
C sen γ
que após as devidas simplificações se obtém a equação 3.f.

24
A partir deste ponto coloca-se B em evidência chegando-se na equação 3.g, que
d
substituindo na equação 3.b.2, obtém-se a equação h = * sen α ( conforme
 sen α 
C  cos α + 
 tgγ 
d
3.h). Isolando obtém-se a equação 3.i .
C
Substitui-se na equação na equação básica (3.a) a equação (3.i), chegando-se à
equação (3.j), que após isolarmos d, obtém-se então o resultado final do desenvolvimento
matemático do cálculo do diâmetro bruto, conforme a equação 3.l.

3.a) dbruto = d – 2h; -> Equação Básica:

d
3.b) F= = B cos α + A cos γ +,
C

3.b.1) h= A sen γ ;
3.b.2) h= B sen α;

A sen α
3.b.3) h = = , passando B para o outro lado da equação, temos:
B sen γ

sen α
3.c) A = B , aplicado –se em 3.b, chega-se a:
sen γ

d sen α
3.d) = B cos α + B cos γ , simplificando-se, tem,
C sen γ

d 1
3.e) = B cos α + B sen α , simplificando-se, um pouco mais,
C tgγ

d sen α
3.f) = B cos α + B , colocando B em evidência,
C tgγ

d
3.g) B = , substituindo em 3.b.2, chega-se a:
 sen α 
C  cos α + 
 tgγ 

d d
3.h) h = * sen α , isolando , chega-se a:
 sen α  C
C  cos α + 
 tgγ 

25
 
 
d sen α  , substituindo na equação básica, chega-se a:
3.i) h =
C sen α 
 cos α + 
 tgγ 

 
 
2d  sen α  ,portanto,
3.j) dbruto = d −
C  sen α 
 cos α + tgγ 
 

  
 2 sen α

3.l) dbruto = d 1 −  
 C  cos α + sen α 
  
  tgγ 

26
2.2.4 Cálculo do jogo de fieiras através da porcentagem de redução

Conforme comentário anterior na seção 2.1.4 o cálculo do jogo de fieiras por redução
de área determina o melhor jogo (ou seqüência) de fieiras, através de uma redução de área
determinada pelo usuário. Esta redução é mantida para todas as fieiras do jogo, exceto a
última fieira, pois esta se trata apenas de uma fieira de conformação do material, ou seja,
ela é responsável por deixar o material em sua bitola final.
A seguir, será demonstrado matematicamente como este é feito, conforme expressão
número 4.

Expressão número 4:
Explicação - > primeiramente temos que o cálculo básico da porcentagem de redução
é a expressão descrita em 4.a e explicada anteriormente na seção 2.2.2, onde, df é o
Diâmetro Final do arame, di é o Diâmetro Inicial. Como o valor da Redução e o
Diâmetro Inicial são conhecidos, pois são dados de entrada do usuário, temos apenas que
calcular o Diâmetro Final. Para isso, basta isolarmos df como demonstrado em 4.b , 4.c e
4.d, para finalmente chegarmos a 4.e, que é a formula final para o cálculo do Diâmetro
Final com base na Redução e no Diâmetro Inicial do arame.
A partir desta fórmula é possível calcular o jogo.

2
 df 
4.a) Re ducão = 1 −   , isolando df, temos,
 di 

4.d) df = di 2 (1 − Re ducão ) , simplificando finalmente temos ,

4.e) df = di (1 − Re ducão)
.

2.2.5 Cálculo do Jogo de fieiras através do número de passes

No cálculo do jogo por número de passes , assim como no jogo por redução
,primeiramente calcula-se a redução total da área através do cálculo descrito em 5.1 ,
também mostrado na seção 2.1.4.
Primeiramente , achamos a redução (Rtotal) , e sabendo-se o número desejado de
passes, que é um dado fornecido pelo usuário, também se faz necessário obter-se uma
constante que é a redução básica , cruzando as informações de porcentagem total de
redução e número de passes , contidas em uma tabela padrão para cálculos de trefilação .
Após ter se achado a redução básica, calcula-se o coeficiente “C” que será usado
multiplicando C primeiramente pela bitola inicial fornecida pelo usuário, armazenando este
dado em uma variável que novamente será multiplicada por C , e assim sucessivamente até
chegar ao número de passes que desejamos.

27
Expressão número 5:

Explicação - > O cálculo da Redução Total , aqui chamado de Rtotal (na expressão
5.1) , é usado para se calcular a redução entre a bitola de entrada no primeiro passe do jogo
, e a ultima , calculando-se assim a redução total do jogo completo , do primeiro ao ultimo
passe . Este cálculo é importante para que se possa encontrar a Redução Básica , que é a
redução que será mantida uniformemente em cada passe do jogo . Depois de encontrada a
redução básica , calculamos o coeficiente C , pelo qual, como foi explicado anteriormente
no inicio desta seção , chegamos às bitolas em cada passe .

  df  2 
5.1) Rtotal = 1 −    cálculo da redução total do jogo.
  di  

Cálculo do coeficiente C

redução básica
5.1.b) C = 1− .
100

28
Capítulo3
Especificações do Sistema
3.1 Requisitos do Sistema

3.1.1 Requisitos de Usuário

3.1.1.1 Acesso e segurança do sistema:

O sistema deverá conter um cadastro de usuários hierarquizado com três diferentes


tipos de acesso:
Administrador: este usuário é o usuário com totais poderes dentro do sistema. Terá
acesso a todas as funcionalidades do sistema, e terá a cesso exclusivamente ao cadastro de
usuários, podendo incluir, alterar e excluir usuários do sistema. Este usuário do sistema
poderá redefinir as senhas dos usuários cadastrados e poderá também bloqueá-los, ou seja,
impedir que qualquer usuário acesse o sistema. Suas restrições são:
• Não poderá excluir a ele mesmo;
• Não poderá mudar sua categoria de usuário;
• Não poderá excluir usuários com jogos cadastrados;
• Não poderá excluir jogos de outros usuários;
• Não poderá excluir fieiras com jogos ou consumos cadastrados;
• Não poderá excluir máquinas com jogos os consumos cadastrados;

Operacional: este usuário é o usuário final do sistema. Ele poderá efetuar cadastros
de máquinas, fieiras, e consumos por máquina. Poderá efetuar todos os cálculos do sistema
e poderá manter um cadastro de todos os seus jogos salvos. Poderá visualizar e manipular
jogos salvos de outros usuários. Suas restrições são:
• Não terá acesso ao cadastro de usuários;
• Não poderá excluir usuários com jogos cadastrados;
• Não poderá excluir jogos de outros usuários;
• Não poderá excluir fieiras com jogos ou consumos cadastrados;
• Não poderá excluir máquinas com jogos os consumos cadastrados;

Bloqueado: este usuário não terá acesso ao sistema a não que a sua categoria
“Bloqueada” seja alterada pelo usuário Administrador.

29
Figura 3.1.1.1 – Casos de uso do sistema

3.1.1.2 Validações de campos


O sistema , sempre que possível, deverá impedir que o usuário do sistema forneça
informações incorretas, seja no cadastro das informações, nas entradas para os cálculos
e nas informações de dados para pesquisa.

3.1.2 Requisitos de Software


3.1.2.1 Requisitos Funcionais

• Implementação de um cadastro de usuários para operação do sistema;


• Implementação de uma banco de dados em Access contendo os seguintes
cadastros:
o Usuários;
o Fieiras;
o Máquinas para trefilação;
o Consumo de fieiras por máquinas;
o Jogos de fieiras utilizados nas diversas máquinas;
o Consumo de fieiras por máquinas;
• Implementação dos seguintes cálculos:
o Cálculo do ângulo de entrada;
o Cálculo do diâmetro bruto;
o Cálculo da porcentagem de redução da fieira;
o Cálculo do jogo de fieiras:
§ Por redução;
§ Por número de passes;
• Sistema de armazenamento de jogos previamente calculados.

30
3.1.2.2 Requisitos Não Funcionais

• Implementação dos seguintes Gráficos:


o Consumo de fieiras por Máquina em valor ;
o Consumo de fieiras por Máquina em quantidade;
• Barra de status do sistema com : Data , Hora , e Usuário ativo ;
• Item do menu Informações - sobre (contendo informação do sistema);
• Tela de introdução ao sistema;

3.1.2.3 Requisitos de Desempenho

O sistema deverá efetuar os cálculos de forma transparente para o usuário.

3.1.2.4 Requisitos de Interface

• Sempre que possível , o sistema deverá conter interfaces simples e intuitivas que
de modo algum prejudiquem o rendimento operacional de seus usuários.
• Sempre que possível, em cadastros e cálculos onde se faz necessária a pesquisa de
outras informações, o sistema deverá fornecer um meio para que tais operações
sejam rápidas e facilitem o fluxo operacional.

3.2 Definição do Aplicativo

3.2.1 Plataforma de Desenvolvimento

3.2.1.1 Histórico

Para a maioria dos usuários de PCs, a Microsoft ofereceu o Windows 3.1, lançado no
final de 1991, que adicionava uma melhor integração de aplicativos, recursos arrastar-e-
soltar e uma maior estabilidade. No início dos anos 90, ele se tornou o padrão dominante
para os aplicativos para PC e a Microsoft ocupou o papel de líder na definição das
especificações multimídia.
A Microsoft viria a dominar muitas áreas mais ,na computação por esta mesma época.
Seus produtos, tais como o Visual Basic e Visual C++ venceram a grande concorrência da
Borland no domínio de linguagens de programação. Além disto, os aplicativos Microsoft -
liderados pelo pacote Office, contendo o Word, o Excel, o PowerPoint e, mais tarde, o
Access tomaram grande parte do mercado de programas aplicativos (o que foi auxiliado,
em parte, pelos atrasos nas versões do Lótus 1-2-3, WordPerfect e DBASE para Windows,
sendo que este último foi adquirido pela Borland).
É por estes motivos, que hoje o Windows vem a ser preferência entre usuários
comuns.

31
3.2.1.2 Motivo da Escolha

A plataforma Windows de propriedade da Microsoft Corporation foi à opção para o


desenvolvimento do Sistema de Cálculos de Trefilas (SICT).
Alguns fatores que motivaram esta decisão:
• Interação com a ferramenta de desenvolvimento Visual Basic 6.0;
• Excelente interação com o Banco de Dados escolhido (Microsoft Access 2000 );
• Familiaridade dos desenvolvedores com a plataforma;
• Plataforma dominante no mercado.

3.3.1 Sistema de Banco de Dados


O Banco de dados escolhido para o Desenvolvimento do Sistema de Cálculos de
Fieiras (SICT), o software Microsoft Access 2000  de propriedade da Microsoft
Corporation.
Alguns fatores que motivaram esta decisão:
• Simplicidade do Banco de Dados do Sistema;
• Excelente interação com a ferramenta de desenvolvimento escolhida (Visual Basic
6.0);
• Interação do Banco de Dados com as ferramentas de Modelagem MS Visio 2002 e
Platinum ERwin 3.5.2;
• Familiaridade dos desenvolvedores no Software de Banco de Dados;

3.3.1.1 Descrição das Entidades

Para o Correto funcionamento e para atender os requisitos de usuário e de software,


foi necessária a criação das seguintes tabelas:

Usuários:

Descrição: tabela responsável pelo armazenamento de dados dos funcionários que


vão operar o sistema.
Relacionamentos: seu único relacionamento é com a tabela Jogos, pois cada
usuário poderá armazenar cálculos de jogos de fieiras.
Observações : o campo categoria é um parâmetro que diz qual é o status do
usuário, 0 = Administrador, 1 = Operador e 3= Bloqueado. Este parâmetro é utilizado
como validação das permissões de cada usuário.

32
Figura 3.3.1.1 – Tabela de usuários e seus relacionamentos

Fieiras:

Decepção: Tabela para cadastro das informações da fieira.


Relacionamentos: Esta tabela se relaciona diretamente com a tabela Jogos e
Consumo_Máquina.

Figura 3.3.1.2- Tabela Fieira e seus relacionamentos

Máquina:

Decepção: Tabela para cadastro das informações referentes às máquinas utilizadas no


processo de trefilação.

33
Relacionamentos: Esta tabela relaciona-se diretamente com a tabela Jogos e
Consumo_Máquina.

Figura 3.3.1.3 – Tabela Máquina e seus relacionamentos.


Jogos:

Descrição: é nesta tabela que os cálculos dos jogos tanto de redução como por
número de passes são armazenados. Os principais dados dos jogos são armazenados nesta
tabela e toda vez o jogo é carregado o sistema mostra ao usuário o cálculo do jogo. Esta
estratégia foi adotada, pois, o poder de processamento necessário para o cálculo dos jogos
não é significante.
Relacionamentos: Esta tabela se relaciona diretamente com a tabela Máquina, Fieira
e Usuário.

Figura 3.3.1.4 – tabela de Jogos e seus relacionamentos.

34
Consumo_Máquina:

Descrição: esta tabela é responsável pelo armazenamento dos cabeçalhos dos


consumos alimentados pelo usuário. Para manter a integridade relacional não pode existir
um consumo para uma mesma máquina, com uma mesma fieira num mesmo ano. Os dados
de consumo estão na tabela Consumo_Máquina_Fieira.
Relacionamentos: Esta tabela se relaciona diretamente com as tabelas Máquina,
Fieira e Consumo_Máquina_Fieira.

Figura 3.3.1.5 – tabela de Consumo_Máquina_Fieira e seus relacionamentos.

35
3.3.1.2 Modelo Físico do Sistema

Abaixo, segue um modelo físico do Sistema SICT. Nele é possível observar os


relacionamentos entre as tabelas, suas chaves primárias e chaves estrangeiras.

Figura 3.3.1.6 – Modelo físico do banco de dados SICIT.

36
3.3.1.3 Modelo Lógico do Sistema

Abaixo, segue um modelo físico do Sistema SICT. Nele é possível observar os


relacionamentos entre as tabelas, suas chaves primárias e chaves estrangeiras.

U s u a rio s Jogos

M a q u ina

F ieiras

C o n sum o M a q u ina Consumo Maquina_Fieira

Figura 3.3.1.7 - Modelo Lógico do Sistema

3.3.1.4 Modulo de conexão com o Banco de dados – Global.bas

Foi desenvolvido um módulo no Visual Basic , rotina que tem como principal função
conectar e desconectar o Banco de Dados sempre que alguma rotina do sistema solicita.
Esta rotina também armazena alguns dados importantes dos usuários que são utilizados em
outras partes do sistema.
Para que qualquer rotina do sistema possa acessar o Banco de Dados, ela tem que
iniciar o banco de dados através do Método ConectaBD , que cria o objeto de conexão
passando as informações do banco de dados. Com isso qualquer rotina estará pronta para
acessar, gravar e ler as informações no banco de dados, deixando esta implementação de
conexão a cargo desta rotina. Ao final da utilização, as rotinas devem desconectar o Banco
de Dados através do método DesconectaBD().
Ainda podemos destacar um outro método, o ExecutaComando (strComando As
String) que recebe como parâmetro uma String Sql e executa a mesma no banco de dados.
Este módulo facilitou a implementação de todas as rotinas do sistema que utilizam o
banco de dados

37
Figura 3.3.1.8 – Módulo Global.bas.

3.4.1 Linguagem de desenvolvimento

3.4.1.1 Histórico

Em meados de 1991, a Microsoft lançou a linguagem que provavelmente foi um dos


fatores responsáveis pela decolagem do que era na época o ambiente operacional Windows:
O Visual Basic 1.0. Segundo o vice-presidente da Microsoft, era algo "extraordinário".
Com o VB, era possível criar programas simples para Windows escrevendo-se quase
nenhuma linha de código! Telas gráficas que não demandavam esforços extras de
programação! Enfim uma linguagem de alto nível poderosa, já que geralmente linguagens
de alto nível são também de baixo desempenho.
Mas a principal dificuldade do Visual Basic no princípio era o acesso a dados. Ele
implementava bancos de dados semelhantemente ao Cobol, não sendo robusto e nem
confiável. Porém com a introdução do Jet Engine na versão 3.0, esses problemas
praticamente se extinguiram.

38
Já na sua versão 6.0, o Visual Basic é uma linguagem orientada a eventos, mas que
pode ser utilizada como uma linguagem orientada a objetos. É uma linguagem eficiente, de
fácil aprendizado e extremamente versátil.
Nos dias atuais, a Microsoft tem adotado com plataforma de desenvolvimento o
Visual Basic.Net, que seria a última versão desta ferramenta de desenvolvimento.

3.4.1.2 Motivo da Escolha

O a ferramenta de desenvolvimento Visual Basic 6.0 de propriedade da Microsoft


Corporation, foi à opção para o desenvolvimento do Sistema de Cálculos de Trefilas
(SICT).
Alguns fatores que motivaram esta decisão:
• Simplicidade na programação;
• Tempo reduzido de desenvolvimento;
• Excelente interação com o Banco de Dados escolhido (Microsoft Access 2000 );
• A utilização de componentes nativos da ferramenta que atendiam os requisitos não
funcionais do sistema, tais como a criação de gráficos, que utilizou um
componente padrão MSChart.
• Familiaridade dos desenvolvedores com a ferramenta;

39
Capítulo4
Aplicação
4.1. Sistema para Cálculos de Trefila

4.2. Tela Principal do Sistema

A tela principal do SICT foi desenvolvida para facilitar o acesso por parte do usuário
a todas as funcionalidades disponíveis no sistema. Isto se deve a um sistema de menus
organizados de forma intuitiva.
Ainda na tela principal do sistema, é possível se observar uma barra de status que
indica a hora e a data atual do sistema e o usuário ativo no momento.

Figura 4.2.1 – Tela principal do sistema

Os menus estão organizados da seguinte maneira:


• Sistema;
o Efetuar logoff;
o Sair do Sistema;
• Cadastros;
o Usuários;

40
o Fieiras;
o Máquinas;
o Consumo de Fieira por Máquina;
• Cálculos;
o Ângulo ideal
o Diâmetro bruto
o Porcentagem de redução
o Jogos de Fieira;
§ Por redução;
§ Por nº de passes;
• Gráficos;
o Consumo de Fieira/Máquina (Qtde)
o Consumo de Fieira/Máquina (Valor)
• Informações.
o Sobre o sistema.

4.3. Sistema de autenticação de usuários

Atendendo as especificações de software foi criado um sistema de autenticação de


usuários, onde a cada vez que o sistema é inicializado, o usuário deve colocar suma
matrícula e sua senha para ter acesso ao sistema.

Figura 4.3.1 – Tela de autenticação

41
Caso o usuário digite erroneamente sua senha por mais de três vezes o sistema
automaticamente bloqueia o usuário sendo necessário que o administrador do sistema libere
o usuário para ter acesso novamente.

Figura 4.3.2 - Usuário bloqueado por excesso de tentativas de logon.

O sistema de autenticação suporta redefinições de senha de acordo com um parâmetro


informado pelo Administrador no momento da inclusão/ alteração de um usuário e assim
que este usuário logar com a senha informada pelo Administrador, ele terá que
obrigatoriamente redefinir a sua senha.

Figura 4.3.4 - redefinir senha.

42
4.4. Cadastros do Sistema

O sistema possue vários cadastros, sendo eles : cadastro de usuários, cadastros de


fieiras, cadastro de máquinas e cadastro de consumo de fieiras por máquina. Estes cadastros
foram implementados no Banco de Dados do Sistema e reúne informações que serão
utilizando em várias partes do sistema.
Por se tratar de um Banco de Dados relacional, a integridade referencial é mantida
através de validações tanto na inclusão, como na alteração e principalmente na exclusão.

4.4.1. Generalidades do cadastro

Visando uma otimização e melhor produtividade no desenvolvimento , as rotinas de


alteração e exclusão de todos os cadastros seguem um padrão. Nesta seção explicaremos
com detalhes quais os princípios destas rotinas, lembrando que a única diferença entre elas
nos cadastros, são os campos e tabelas envolvidos, obedecendo sempre à integridade
referencial do sistema.

Rotina de Pesquisa para exclusão ou alteração:


Basicamente o formulário é composto de um ou mais campos de pesquisa , um
listview , que é um componente do Visual Basic , que se assemelha muito a uma planilha
do excel e permite uma série de funcionalidades , facilitando a manipulação das
informações.

Figura 4.4.1.1 – rotina de pesquisa.

43
Os campos de pesquisa podem ser compostos ou apenas com um campo . No caso de
uma pesquisa composta o usuário deve digitar pelo menos o campo principal da tabela , e ,
caso queira os outros campos envolvidos , com os campos preenchidos , basta o usuário
clicar em buscar que o sistema montará uma SQL com os campos e fará uma consulta na
tabela envolvida retornando no listview a informação desejada caso a pesquisa tenha
sucesso . Abaixo trecho do código que executa esta operação .

figura 4.4.1.2 – Função buscar

Observe que a rotina testa os campos envolvidos para que a string SQL não contenha
valores nulos , após montar a string à função MontaLista() é chamada .
A função Montalista() é responsável por carregar as informações no listview . Ela
recebe como parâmetro uma string que é a string em SQL para consulta no banco de dados .
De acordo com o banco de dados envolvido ela preenche as colunas do listview ,
variando as informações de cadastro para cadastro.

Figura 4.4.1.3 – Função Montalista()

44
Caso a consulta obtenha sucesso, as informações serão carregadas no listview e,
quando o usuário clicar na linha desejada , dados do cadastro serão carregados na tela
através de um evento do listview, chamado ItemClick(). Este evento passa para uma
função o campo chave da tabela envolvida, sendo com isso possível que as informações
sejam carregadas.

Figura 4.4.1.4 – Informações carregadas após clique no listview


No caso da pesquisa com apenas um campo um evento é gerado no campo de
pesquisa mandando uma string em sql de cada letra digitada para a função montalista que
vai mostrando conforme o usuário vai digitando se a pesquisa obteve sucesso ou não.

Figura 4.4.1.5 – Pesquisa por nome

45
Estas funções são empregadas em todos os formulários de alteração e exclusão,
diferindo apenas na tabela envolvida, campos carregados, configurações de colunas e etc.

4.4.2. Cadastro de Usuário

Este cadastro reúne informações dos usuários do sistema. Por restrições de segurança,
somente o Administrador tem acesso a este cadastro. Foram observados todas os requisitos
de segurança em sua implementação.

Figura 4.4.2.1 – tela de inclusão de usuário

Nesta tela o Administrador cadastra as informações do usuário, onde ele, além de


escolher a categoria do usuário, tem que definir uma senha inicial acesso. È obrigatório o
preenchimento de todos os campos e existe teste de validações para que não seja possível
incluir dois usuários com a mesma matrícula.

Para a alteração , foi desenvolvida de forma, que o Administrador visualize todos os


usuários cadastrados através de um listview, que é um componente do Visual Basic que tem
uma série de funcionalidades tais como ordenação das colunas e acionamento de um evento
ao se clicar em uma linha do listview. Cada vez que o Administrador clica em um usuário o
sistema carrega as informações na tela, possibilitando que o administrador altere os dados.
È possível também que o administrador faça pesquisas digitando o nome do usuário no 1º
combo da tela. Toda a esta parte de informações é feita através de Sql’s simples com base
no nome, para a pesquisa e na matrícula para carregar as informações.

46
Figura 4.4.2.2 – tela de alteração de usuário.

A tela de exclusão tem as mesmas funcionalidades da tela de alteração, porém com o


objetivo diferente. Toda parte de exclusão é feita através de consultas e comando em sql na
base de dados.

Figura 4.4.2.3 – tela de alteração de usuário.

47
4.4.3. Cadastro de Fieira

Este cadastro reúne informações sobre a fieira, e estas informações são usadas em
outros cadastros, como o de consumo de fieira por máquina. Por isso é de fundamental
importância que os dados, principalmente de custo sejam informados de forma correta.

Figura 4.4.3.1- Inclusão de fieira

Neste momento o usuário deve informar a descrição da fieira, o seu tipo (Diamante ou
Widia) e o seu custo.

Figura 4.4.3.2 - Tela de alteração da fieira

48
As telas de alteração são muito parecidas e suas funcionalidades gerais estão descritas
de forma generalizada na seção 4.4.1

4.4.3.1. Sistema de Busca de Fieiras

Este sistema de busca é utilizado por várias rotinas e fornece um meio rápido de
consultar o cadastro de fieiras. Ao se fazer à pesquisa a função retorna todas as informações
devidamente preenchidas no formulário que requisitou esta pesquisa.

Figura 4.4.3.3 – busca de fieira

4.4.4. Cadastro de Máquina

O cadastro de máquina do sistema também é um cadastro chave do sistema e é


utilizado em varias outras rotinas do sistema.

49
Figura 4.4.4.1 – tela de inclusão de máquina

As telas de alteração e exclusão são muito semelhantes e suas funcionalidades gerais


estão descritas de forma generalizada na seção 4.4.1

Figura 4.4.4.2 –Alteração do cadastro de máquina

4.4.4.1. Sistemas de Busca de Máquinas

Este sistema de busca é utilizado por várias rotinas e fornece um meio rápido de
consultar o cadastro de máquinas. Ao se fazer à pesquisa , a função retorna todas as
informações devidamente preenchidas no formulário que requisitou esta pesquisa.

50
Figura 4.4.4.3 – localização de máquina.

4.4.5. Cadastro de Consumos por Máquina

Este cadastro tem como função cadastrar os consumos de fieira de cada máquina
cadastrada no sistema. O consumo é mensal e pode ser cadastrado por ano e pelo tipo de
fieira consumida. Este cadastro alimenta diretamente os gráficos no sistema.

Figura 4.4.5.1 – inclusão de consumos por máquina

51
Os formulários de alteração e exclusão de consumos de fieira por máquina, são muito
semelhantes e suas funcionalidades gerais estão descritas de forma generalizada na seção
4.4.1.

Figura 4.4.5.2- Alteração de consumos.

52
4.5. Cálculos do Sistema

Todos os cálculos do sistema estão disponível no Menu Cálculo do SICT com as


seguintes opções:

• Ângulo de Entrada;
• Diâmetro Bruto;
• Porcentagem de Redução;
• Jogo de Fieiras
§ Por Redução;
§ Por N° de Passes;

Figura 4.5.1 –Ilustra o menu do programa, com a opção “Cálculos” selecionada, e seus
respectivos “SubMenus”.

4.5.1. Cálculo do Ângulo Ideal

Para se efetuar o cálculo do ângulo de entrada , o usuário deve inserir :


• Diâmetro de Entrada
• Diâmetro de Saída

Figura 4.5.1.1- Cálculo do ângulo ideal

Neste exemplo a ângulo ideal é de 18,49 graus, de acordo com o diâmetro de entrada e
diâmetro de saída.

Substituindo na equação descrita na seção 2.2.1, temos:

53
 1.8 
Tgα = 1 −  * 2 , logo, temos que
 2.15 

Tgα = 18.49

Figura 4.5.1.2 – fonte do cálculo do ângulo ideal

Pode-se ver neste código a implementação do cálculo descrito na secção 2.2.1.

4.5.2. Cálculo do Diâmetro Bruto

Para se efetuar o cálculo do ângulo de entrada , o usuário deve inserir :


• Ângulo de Entrada
• Ângulo de Saída
• Comprimento de Paralelo
• Diâmetro de Saída

54
Figura 4.5.2.1 – Cálculo do diâmetro bruto

Substituindo os valores da entrada do usuário na formula descrita na seção 2.2.3,


temos:
  
 2 

dbruto = 1.25 1 −  sen 4.5  , temos
 2  cos 4.5 + sen 4.5 
  
  tg 30 

dbruto= 1.16 ≈

É importante observar que a entrada dos dados foi facilitada para o usuário, e que a
formula acima só calcula a metade do triângulo. A implementação no programa já faz o
cálculo completo.

Figura 4.5.2.2- Cálculo do diâmetro bruto

55
4.5.3. Cálculo da Porcentagem de Redução

Para se efetuar o cálculo da Porcentagem de Redução, o usuário deve inserir :


• Diâmetro de Entrada
• Diâmetro de Saída

Figura 4.5.2.3 – cálculo da porcentagem de redução.

Substituindo os valores da entrada do usuário na formula descrita na seção 2.2.3,


temos:
2
 2.15 
Redução= 1 −   , calculando tempos,
 2.30 
Redução = 12.62 ≈

Figura 4.5.2.4- Cálculo da porcentagem de redução

56
4.5.4. Cálculo do Jogo de Fieiras por Redução

Por Redução

Para se efetuar o cálculo do ângulo de entrada , o usuário deve inserir :


• Bitola Fio Máquina
• Bitola Final
O Sistema só irá efetuar os cálculos se todos os respectivos dados estiverem
corretamente preenchidos.

Figura 4.5.4.1 – Cálculo do jogo de fieiras por redução


Substituindo os valores da entrada do usuário na formula descrita na seção 2.2.4,
temos:
df = 2.03 (1 − 0.15) = 1.73 (primeiro passe)
df = 1.73 (1 − 0.15) =1.59 (segundo passe)
df = 1.59 (1 − 0.15) = 1.47 (terceiro passe)
E assim sucessivamente. Até o último passe .

57
4.5.4.1. Armazenamento do Jogo de Fieiras por Redução

Figura 4.5.4.2 – Código de armazenamento do jogo por redução

Este trecho de código grava as principais informações sobre o jogo de fieiras por
redução .
Primeiramente ele verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos, em seguida
verifica se já existe um jogo salvo com as mesmas informações não permitindo a gravação
caso isso ocorra . Caso o jogo atenda estas duas premissas ele salva as informações no
banco de dados .

4.5.4.2. Consulta de jogos armazenados por redução

Em todos os jogos calculados, se tem a possibilidade de salvar em banco de dados os


cálculos efetuados . A figura 4.5.4.3, mostra uma tela onde é possível pesquisar e
visualizar jogos que foram salvos pelo usuário que está logado .O usuário pode pesquisar
por ano, máquina , ou carregar todos os jogos salvos no banco de dados . Isto é feito
utilizando-se funções e componentes já descritos anteriormente na seção 4.4.1.

58
Figura 4.5.4.3 – Consultas a jogos salvos

Figura 4.5.4.4 –Código fonte da pesquisa do jogo por redução

59
4.5.5. Cálculo do Jogo de Fieiras por nº de Passes

Para se efetuar o cálculo do ângulo de entrada, o usuário deve inserir :


• Fio Máquina;
• Bitola Final;
• N° de Passes;
O Sistema só irá efetuar os cálculos se todos os respectivos dados estiverem
corretamente preenchidos.

Figura 4.5.5.1 – Cálculo do jogo de fieiras por número de passes

Substituindo os valores da entrada do usuário na formula descrita na seção 2.2.4,


temos:
  3.5  2 
Rtotal = 1 −    assim sendo a redução total (Rtotal) e igual a 59.50 % , e a redução básica é
  5.5  
igual a 10.7 % , então substituí a redução básica na expressão abaixo;

10,7
C = 1− , resolvendo a expressão , temos C=0.9449.
100
então :
5.5 *0.9449 = 5.19.
5.19*0.9449 = 4.90.
e assim sucessivamente até o último passe .

60
4.5.5.1. Armazenamento do Jogo de Fieiras por Passe

Figura 4.5.5.2 – armazenamento do jogo por número de passes

Este trecho de código grava as principais informações sobre o jogo de fieiras por
número de passes.
Primeiramente ele verifica se os campos obrigatórios estão preenchidos, em seguida
verifica se já existe um jogo salvo com as mesmas informações , não permitindo a gravação
caso isso ocorra . Caso o jogo atenda estas duas premissas ele salva as informações no
banco de dados.

61
4.5.5.2. Consulta de jogos armazenados por número de passes

Em todos os jogos calculados, se tem a possibilidade de salvar em banco de dados os


cálculos efetuados . A figura 4.5.5.3, mostra uma tela onde é possível pesquisar e visualizar
jogos que foram salvos pelo usuário que está logado .O usuário pode pesquisar por ano,
máquina , ou carregar todos os jogos salvos no banco de dados .
A implementação desta tela é a mesma implementação para o cálculo por redução, tal
fato se dá pelo aproveitamento dos códigos que neste caso foram implementados de
maneira genérica , otimizando assim sua implementação.

Figura 4.5.5.3 –Visualização da pesquisa do jogo por número de passes

62
4.6. Gráficos do Sistema

4.6.1 Descrição dos Gráficos


O usuário pode visualizar alguns gráficos úteis , que são disponibilizados neste
aplicativo ,
Entre eles:
• Consumo de Fieira/Máquina (Qtde)
• Consumo de Fieiras/Máquina (Valor)

4.6.2 Gráfico de Consumo de Fieiras por Máquina em Quantidade

O gráfico de consumo de quantidade de fieiras máquina por mês é um gráfico onde o


usuário pode acompanhar o consumo mensal de fieiras em cada máquina cadastrada no
banco , podendo assim perceber acompanhar melhor o processo , e acompanhar , e tratar o
possível consumo excessivo de uma máquina .

Figura 4.6.1 – Gráfico de consumo de quantidade de fieiras máquina por mês

4.6.3 Gráfico de Consumo de Fieiras por Máquina em Valores

O gráfico de consumo de fieiras por máquina em valores demonstra para o usuário o


custo mensal de fieiras em cada máquina cadastrada no sistema..
Este gráfico mostra o custo mensal em valores monetários cadastrados pelo usuário,
com relação ao consumo de fieiras de cada máquina cadastrada . Sendo assim possível o
acompanhamento do custo agregado ao consumo de fieiras mês a mês.

63
Figura 4.6.2 – Gráfico de consumo de valor de fieiras máquina por mês

64
Capítulo 5
Resultados Alcançados

5.1 Melhorias no Processo

A seguir iremos apresentar alguns dados com valores aproximados colhidos em


circunstancias reais de produção em uma empresa do ramo, onde o sistema é atualmente
utilizado.
E importante ressaltar que os principais cálculos apresentados neste sistema já haviam
sido desenvolvidos anteriormente antes do início deste trabalho, pelas mesmas pessoas
envolvidas na autoria deste documento.

De modo geral podemos observar as seguintes melhorias:

• Melhoria no tempo de execução dos cálculos.


• Melhoria nos processos produtivos.
• Melhoria no desempenho de máquinas e equipamentos de trefila.
• Otimização no processo de retífica de fieiras.

5.2 Redução de Consumo de Fieiras


Uma redução considerável no consumo de fieiras foi detectado. Isso se deve ao fato
de que ,todas as fieiras tiveram suas geometrias recalculadas através do sistema . Isso
trouxe uma maior vida útil das mesmas.

5.3 Aumento da Produção

Com o aumento da vida útil das fieiras , foi possível chegar à diminuição das
paradas de máquinas para troca de jogos , e assim possibilita um aumento de produção.

65
5.4 Gráficos resultados alcançados

5.4.1 Gráfico de Consumo de Fieira em R$

Este gráfico mostra que o consumo em R$ de fieira estava de Jul a Dez –03 na média
de R$ 80.000,00. Pode-se perceber que o consumo diminuiu e se manteve dentro da meta
de consumo (R$ 60.000,00) nos meses seguintes. Isto se deve aos corretos cálculos
envolvidos no processo de trefilação e também a outros fatores externos.
Antes da implantação do sistema, chegou a se gastar aproximadamente 13.000
fieiras/mês com 12 máquinas. Após a implantação, com 26 máquinas ativas, o consumo não
passa de 8.000 fieiras/ mês.

90,000

80,000 Consumo de Fieiras - Em R$


70,000

60,000

50,000

Consumo Fieiras
40,000 Meta de Cosumo

30,000

20,000

10,000

-
Jul à Dez-03 Jan-04 Feb-04 Mar-04 Apr-04 May-04 Jun-04

Figura 5.4.1 – Gráfico que representa o ganho em custo (R$) ,no consumo de fieiras

66
5.4.2 Gráfico de Produção em toneladas
Analisando este gráfico, observamos que houve um aumento significativo na
produção. Isto se deve ao fato de que as máquinas ficaram menos tempo fora de operação
em virtude de problemas na fieira.
Antes da implantação do sistema, um jogo de feiras de 1.85 mm de diâmetro inicial
para 0.8 mm de diâmetro final durava aproximadamente 7 horas até começar a dar
problema devido às fieiras. Até a troca das fieiras, em média, se levava em torno de 40
minutos, ou seja, foram 40 minutos de tempo ocioso em cada turno de operação.
Hoje , este mesmo jogo, calculado pelo sistema, fica no mínimo 24 horas rodando
sem interrupções. Em um mês este tempo tem um impacto significativo na produção.
O aumento de produção não se deve exclusivamente ao sistema, existem outros
fatores externos que também contribuíram para este aumento.

Produção - Em Toneladas
1,600

1,400

1,200

1,000

800

600

400

200

-
Jul à Dez-03 Jan-04 Feb-04 Mar-04 Apr-04 May-04 Jun-04

Figura 5.4.2– Gráfico que representa o ganho em produção (Toneladas).

67
Capítulo 6
Conclusão

Ao longo deste trabalho , foi possível verificar claramente que a metodologia


empregada anteriormente nos cálculos de processos de trefilação estava defasada em
relação à tecnologia existente nos dias de hoje .
Esta metodologia (uso de tabelas e cálculos manuais) trazia grandes prejuízos ao
processo como um todo, devido principalmente aos erros humanos e à falta de precisão, e
com isso, conseqüentemente, a perda na qualidade do produto final, um decréscimo na
produção e um aumento significativo no consumo de fieiras.
Através dos cálculos desenvolvidos neste trabalho, ficou claro que todos estes
prejuízos podem ser amenizados e até totalmente eliminados , como demonstrado nos
gráficos da secção 5.4.
O sistema como um todo esta longe de ser algo definitivo. Muitas melhorias podem
ainda ser realizadas, tais como um aperfeiçoamento do banco de dados (sistema de compra,
controle de estoque), implementações de novos gráficos, relatórios e cálculos . Porém,
apesar de suas limitações , o sistema vendo sendo utilizado com sucesso numa empresa de
nível internacional no ramo de arames trefilados, obtendo ótimos resultados e por isso,
acreditamos que os principais objetivos foram alcançados.

68
Referências Bibliográficas

[1] BAIN, E.C – Pionering in Steel Research – Connecticut: A Personal Record


American Society for Metais, Metais Park, pp 74, 1994.

[2] DOVE, A.B – Steel Wire Handbook, v 5 The Wire Association 1995.

[3] BRITO.J.E – Estrutura e Propriedades do Fio de Aço de Alto teor de Carbono


Trefilado , Tese de Mestrado UFMG , 1978.

[4] CETLIM , P . R , HELMAM , H ; Fundamentos da Conformação Mecânica dos


Metais - , São Paulo : Guanabara Dois , 118pp , 1983.

[5] JONH CLARK CRAIG, MAKRON BOOKS, Visual Basic 3.0, São Paulo,
McGraw-Hill Ltda, 520pp, 1994.

[6] NATHAN GUREWICH E ORI GUREWICH , Aprenda em 21 dias Visual Basic


5, Rio de Janeiro ,Editora Campos, 852pp , 1997.

[7] MICROSOFT CORPORATION, Visual Basic – Component Tools Guide,


Microsoft Corporation, 796pp, 1997.

[8] MICROSOFT CORPORATION, Mastering Microsoft Visual Basic 6


Fundamentals, Versão 1.0, Buenos Aires, Microsoft Corporation, 91pp, 1999.

[9] MICROSOFT CORPORATION, Mastering Microsoft Visual Basic 6


Development, Versão 1.0, Buenos Aires, Microsoft Corporation, 63pp, 1999.

[10] MICROSOFT CORPORATION, Visual Basic – Componet tools Guide, Microsoft


Corporation, 149pp, 1997.

[1 1 ] PATRICK. J.J – SQL Fundamentos 2 Edição – São Paulo : Berkley, pp 710, 2002.

69

Você também pode gostar