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Polpa Dental
Fonte: http://perdizesodontointegrada.com.br/oque-e-endodontia
Etiologia da Patologia Pulpar
Inflamação Pulpar
O correto diagnóstico das alterações pulpares deve ser analisado através de exames radiográficos, testes de
vitalidade e características da dor que o paciente relata antes ou durante o atendimento. Porém somente
essas análises não nos permite verificar a extensão da inflamação ou infecção do dente.
Etiologia da Patologia Pulpar
Fatores Etiológicos da Inflamação Pulpar
FATORES
FATOR FÍSICO: calor PATOLÓGICOS: atrição,
gerado através do FATORES MECÂNICOS:
abrasão
preparo cavitário sem preparo de cavidades
irrigação
FATOR MICROBIANO:
bactérias
Fonte: https://www.tuasaude.com/dente-quebrado/
Fonte: https://www.leomunizodonto.com.br/exposicao-pulpar-e-zonas-de-risco/
Etiologia da Patologia Pulpar
Tratamentos
Fonte: https://www.odontologistas.com.br/odontologistas/
Biopulpectomia
Biopulpectomia
Fonte: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rsbo/v8n4/a19v8n4.pdf
Biopulpectomia
Sucesso da Biopulpectomia
O sucesso no tratamento endodôntico em dentes com vitalidade pulpar é alto pois consiste na
ausência de microrganismos que geram patologias periapicais. Para tal também se faz necessário
um correto isolamento e assepsia durante o procedimento em si para manter uma cadeia limpa e
livre de microrganismos, instrumentação no limite de trabalho adequado, correto emprego de
substâncias irrigantes, medicação intracanal e obturação do canal radicular.
Biopulpectomia
Sucesso da Biopulpectomia
Fonte: https://www.novaendovita.com/category/especialistas/
Biopulpectomia
Sequência de Preparo
1. Radiografia Inicial
2. Diagnóstico
3. Anestesia, isolamento absoluto
Sequência de Preparo
endodontico-manual-e-mecanizado/
Fonte: https://www.academiadaodontologia.com.br/tratamento-
https://wp.ufpel.edu.br/pecos/files/2015/12/princ_trat_end_
mol_2015_12_14.pdf
Fonte:
Biopulpectomia
Sequência de Preparo
Fonte: https://www-dentalspeed-com.s3.amazonaws.com/pdfs/nap13464a-livro-
aspectos-de-interesse-da-endodontia-contemporanea.pdf
Fonte: https://rgo.com.br/motores-para-endodontia-mecanizada-com-movimentos-rotatorios-e-reciprocantes/
Necropulpectomia
Necropulpectomia
Fonte:https://institutokopp.com.br/especialidades/endodontia-em-curitiba/
O tratamento de dentes com necrose pulpar ocorre principalmente
quando o tecido conjuntivo pulpar é agredido por fatores externos
tornando-se necrosada. Isso ocorre principalmente quando a lesão
cariosa chega até a polpa, levando bactérias que antes não
atingiam a polpa e por isso não conseguem se defender do avanço
da infecção colonizando todo o sistema de canais radiculares.
Necropulpectomia
Necropulpectomia
Para tal torna-se necessário um combate eficaz a essas bactérias que atingiram o sistema de
canais radiculares, reparando as estruturas com o tratamento endodôntico e o uso correto de
materiais e medicações intracanais para que não ocorra a indução de lesões e sintomatologia
dolorosa.
Em dentes sem vitalidade pulpar e que apresentam infecção, as bactérias colonizam os canais
radiculares e atingem os tecidos perirradiculares, que se não tratada causam destruição óssea.
Quando essa destruição óssea ocorre podemos dizer que ela é de longa duração pois bactérias já
colonizaram além dos canais radiculares, canais acessórios, istmo e túbulos dentinários. Por isso,
para o sucesso do tratamento endodôntico em dentes com necrose pulpar é necessária a
prevenção da infecção, como diminuir ou eliminar o máximo de bactérias presente nos condutos
radiculares.
Necropulpectomia
Necropulpectomia
Desde 1894 quando Miller questionou se existiam remédios disponíveis para tornar a infecção pulpar
inofensiva para o organismo, vários estudos são realizados para encontrar um meio eficaz de controlar a
infecção pulpar e não torna-la prejudicial para todo o organismo. Um dente que apresenta polpa
necrosada torna-se um meio altamente colonizador de bactérias e seus produtos.
A ação de antibióticos administrados via sistêmica é pouco eficiente em casos de necrose pulpar, pois
não há circulação sanguínea no interior da polpa, por isso faz-se necessário o uso associado a
medicações intracanais para que o agente infeccioso seja eliminado.
Para tal as etapas necessárias para o sucesso e combate à infecção são (Siqueira, 1997):
- Preparo químico-mecânico
- Medicação intracanal
- Obturação dos canais radiculares
Necropulpectomia
Medicação Intracanal
Na fase da medicação intracanal em necropulpectomia e biopulpectomia, caso não seja possível realizar
o tratamento endodôntico em apenas uma sessão, são utilizadas medicações nos canais radiculares que
iremos abordar nos próximos capítulos. As seguintes situações podem ocorrer e para tal recomenda-se o
uso das medicações intracanal:
Sequência de Preparo
1. Radiografia Inicial
2. Diagnóstico
3. Anestesia, isolamento absoluto
Fonte: https://www-dentalspeed-com.s3.amazonaws.com/pdfs/nap13464a-livro-
10. Obturação
aspectos-de-interesse-da-endodontia-contemporanea.pdf
Fonte: https://rgo.com.br/motores-para-endodontia-mecanizada-com-movimentos-rotatorios-e-reciprocantes/
Testes de Diagnóstico – parte I
Necropulpectomia
Antes de realizar o tratamento endodôntico necessitamos fazer testes que identifiquem a vitalidade ou
necrose pulpar. O paciente pode nos relatar alguns sintomas que não necessariamente precisa realizar tais
testes, porém para um diagnóstico preciso recomenda-se a verificação.
Fonte: https://fieldcontrol.com.br/blog/como-gerenciar-uma-equipe/
Testes de Diagnóstico – parte I
Teste de vitalidade com gás refrigerante – Endo Ice
Resultado normal (Positivo): Quando o paciente sentir sensibilidade ao colocar a bolinha de algodão, e
passar ASSIM que o estímulo for removido.
Resultado alterado (Positivo): O paciente irá sentir dor ao colocar a bolinha de algodão e ao remover o
estímulo, a dor continuará. A intensidade da dor e o tempo para a dor diminuir irá indicar qual o grau de
inflamação que a polpa encontra-se.
Resultado negativo: Quando o paciente não apresenta nenhuma resposta ao teste térmico, o que sugere
necrose pulpar. O teste térmico também deve ser realizado no dente adjacente para ter parâmetro de
comparação.
Testes de Diagnóstico – parte I
Orientar o paciente a levantar a mão assim que sentir o estímulo e abaixar gradativamente na medida que
em que a dor/estímulo for passando.
Resultado positivo: quando o paciente rapidamente abaixa a mão, conotando normalidade pulpar
Resultado negativo: Quando o paciente demora a abaixar a mão quando o estímulo é retirado, conotando
comprometimento pulpar – pulpites e necrose
Testes de Diagnóstico – parte I
Palpação Apical
Testes de Diagnóstico
Antes de realizar o tratamento endodôntico necessitamos fazer testes que identifiquem a vitalidade ou
necrose pulpar. O paciente pode nos relatar alguns sintomas que não necessariamente precisa realizar tais
testes, porém para um diagnóstico preciso recomenda-se a verificação.
Fonte: https://fieldcontrol.com.br/blog/como-gerenciar-uma-equipe/
Testes de Diagnóstico – parte II
Exames de Imagem
Radiografias panorâmicas possuem uma visão ampla, podendo auxiliar na averiguação de lesões
periapicais e cistos, tem uma visão mais ampla de estruturas anexas como seio maxilar e canal
mandibular.
Testes de Diagnóstico – parte II
Exames de Imagem
A radiografia periapical além de dar uma visão panorâmica do dente, pode-se observar largura,
comprimento e raio de curvatura das raízes, quantidade de raízes e canais, além de mostrar
alterações ósseas periapicais resultantes do comprometimento da polpa dental.
Com o advento da tecnologia, a endodontia se beneficiou com aparelhos digitais que não
utilizam substâncias químicas para revelação, obtenção das imagens com maior rapidez e
nitidez, possibilidade de um arquivamento rápido e seguro sem danificar a imagem,
comparações de imagens por reproduzir as imagens na mesma posição e também pela menor
exposição do paciente às incidências radiográficas.
Testes de Diagnóstico – parte II
Exames de Imagem
Exames de Imagem
Rastreamento de Fístula
Rastreamento de Fístula
Fístula rastreada que apontou para o dente pré- Rastreamento de uma fístula que direcionou
molar tratado endodonticamente e com a para a lateral da raiz, comprovando um fratura
prrsença de um abscesso apical radicular transversal.
Tratamento Local : Remoção do agente agressor. Se for cárie: remover cárie, observar a necessidade de
proteção pulpar e restaurar. Se for restauração recente: Ajuste oclusal.
Alterações Pulpares – parte I
a) dentina profunda
a) cimento fotopolimerizado
Fonte: http://kdentalcases.blogspot.com/search?updated-max=2015-07-20T07:51:00-07:00&max-results=7
Alterações Pulpares – parte I
Pulpite Aguda Irreversível
Sintomas : Em processo irreversível inicial: dor espontânea, difusa, exacerbada ao frio demorando
a passar, exacerbada ao decúbito, dor contínua, de longa duração e pode não ser aliviada com
uso de analgésicos comuns. Em processos mais avançados, todos os sintomas citados acima,
porém dor exacerbada ao calor e aliviada com o frio.
Alterações Pulpares – parte I
Pulpite Aguda Irreversível
Tratamento Local de Urgência : Anestesia + isolamento absoluto + abertura coronária + remoção da polpa
coronária + colocação de bolinha de algodão esterilizada embebida em Otosporin na entrada do canal
radicular + selamento coronário provisório.
Acomete geralmente dentes jovens, ou seja, com ápice incompleto, verificar a possibilidade de realizar
a pulpotomia.
Fonte: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rsbo/v8n4/a19v8n4.pdf
Alterações Pulpares – parte II
Necrose Pulpar
Fonte: https://hugomadeira.com/necrose-pulpar-reabilitacao-anterior-com-faceta-dentaria-no-incisivo-central-superior/
Alterações Pulpares – parte II
Pulpite Aguda Irreversível
Sintomas: Dor espontânea e exacerbada durante a mastigação; dor localizada; dor pulsátil.
Sinais clínicos : Resposta ao teste de vitalidade: negativo; Dor à percussão vertical e à palpação apical;
Ausência de dor à percussão horizontal.
Fonte: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rsbo/v8n4/a19v8n4.pdf
Alterações Pulpares – Abscesso Dento-Alveolar
Abcesso Dento-Alveolar Agudo – Fase Evoluída
Sintomas: Dor espontânea e pode ser exacerbada durante a mastigação; dor difusa e menos intensa do
que na Fase Inicial e Em Evolução.
Sinais clínicos : Resposta ao teste de vitalidade: negativo; Dor à percussão vertical e a palpação apical;
Ausência de dor à percussão horizontal.
Fonte: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rsbo/v8n4/a19v8n4.pdf
Alterações Pulpares – Abscesso Dento-Alveolar
Fonte:https://www.facebook.com/cao.xxvdeoutubro/posts/920967078069298/
Alterações Pulpares – Abscesso Dento-Alveolar
Abcesso Crônico
Sintomas : Assintomático.
Sinais clínicos: Ausência de vitalidade pulpar, escurecimento coronário, presença ou não de fístula
Abcesso Crônico
Incisivo central superior com escurecimento dentário e lesão periapical visível radiograficamente
Fonte: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rsbo/v8n4/a19v8n4.pdf
Alterações Pulpares – Abscesso Dento-Alveolar
Sintomas:
Os sintomas equivalem àqueles apresentados em cada fase do Abcesso Dento-Alveolar Agudo. Diagnóstico
Diferencial entre A.D.A. Fênix e ADAA: no A.D.A. Fênix há a presença de lesão periapical visível
radiograficamente.
Tratamento Sistêmico:
Antibiótico + anti-inflamatório (de preferência o antibiótico, neste caso, deve ser uma associação entre
Amoxicilina 500mg + Clavulanato de Potássio 500mg).
Medicação Intracanal
Conceito
Conceito
ELIMINAÇÃO DE BACTÉRIAS
A medicação intracanal deve possuir ação antimicrobiana com o objetivo de promover a eliminação de
microrganismos que possam ter sobrevivido após o preparo químico-mecânico.
A medicação atinge áreas que o preparo não alcança como canais secundários, istmos e túbulos dentinários,
assim consegue uma melhor reparação dos tecidos periapicais promovendo maior sucesso no tratamento
endodôntico.
Medicação Intracanal
Conceito
A medicação intracanal pode agir como barreira química destruindo bactérias remanescentes e impedindo sua
proliferação e como barreira física quando aplicados em toda a extensão do canal radicular impedindo o
suprimento dos substratos na forma de fluido e limitando o espaço para a multiplicação bacteriana
Medicação Intracanal
Conceito
BARREIRA FÍSICO-QUÍMICO
Entre as sessões do tratamento endodôntico, os canais podem ser infectados e contaminados por
diferentes meios como infiltração através do selador temporário, fratura da estrutura dental ou quando
o material temporário cai, por isso as medicações intracanais podem impedir a penetração de bactérias
da saliva por duas formas:
- Barreira química: por possuírem efeito antibacteriano atuam como barreira química impedindo a
proliferação bacteriana. Produtos como tricresol formalina agem dessa maneira e a contaminação dos
canais só ocorre novamente quando o número de células bacterianas excederam a atividade
antibacteriana do medicamento
- Barreira física: medicamentos que preenchem todo a extensão do canal radicular funcionam como
barreira física e só ocorre a contaminação quando a saliva solubiliza ou permeabiliza o medicamento ou
pela interface entre o medicamento e as paredes do canal
Medicação Intracanal
Conceito
Além da solução irrigadora, as medicações intracanais auxiliam para a total remoção e solubilização de
matéria orgânica.
Medicação Intracanal
Conceito
A neutralização mediata das toxinas e redução de bactérias podem ser obtidas através do uso de
medicações intracanais. Compostos como tricresol formalina e o hidróxido de cálcio podem agir
em determinadas substâncias causando a neutralização das mesmas.
Medicação Intracanal
Conceito
CONTROLAR EXSUDAÇÃO
Em alguns casos clínicos podem ocorrer a persistência de exsudato no canal como consequência
de reação inflamatória dos tecidos. Esse exsudato impede um adequado selamento dos canais
quando realizada a obturação.
A presença desses exsudatos indica que bactérias continuam agindo sobre os tecidos periapicais e
um medicamento intracanal pode agir controlando esse exsudato através da:
- atividade antibacteriana
- inibição da resposta inflamatória
- ação física de preenchimento
- ação higroscópica, absorvendo o exsudato
Medicação Intracanal
Conceito
Após casos como esse, a medicação intracanal é importante auxiliar com sua atividade antibacteriana e
barreira física, preenchendo os canais.
Conceito
EFETIVIDADE ANTIMICROBIANA
A principal atividade de um material intracanal é sua efetiva atividade antimicrobiana, que depende
de fatores como contato direto, seu estado físico, concentração e tempo de ação dentro do canal
radicular.
A ação química e terapêutica dos medicamentos necessita do contato direto com os microrganismos
no interior do canal para que ocorra sua eliminação, que são facilitadas pelo medicação em seu
estado líquido e que possuem baixa tensão superficial e baixa viscosidade.
Além do seu estado, a concentração da medicação tem influência sobre o efeito antimicrobiano.
Quanto maior a concentração, maior sua efetividade, que também aumenta sua toxicidade em
relação aos tecidos periapicais.
Medicação Intracanal
Conceito
Pela presença de túbulos dentinários e ramificações, precisamos levar em conta que assim como a
medicação age em bactérias, ela também age em tecidos sadios do organismos que não precisam
de sua ação. Por isso, devemos utilizar uma medicação que tenha boa biocompatibilidade para que
não seja prejudicial aos demais tecidos.
Outro ponto importante é duração da efetividade da medicação no interior do canal, que deve ser
ativa durante o período entre as sessões do tratamento, e isso depende basicamente de
concentração e quantidade do medicamento, condição histopatológica do tecido periapical,
diâmetro do forame apical, presença de exsudato e, principalmente, da capacidade seladora da
restauração provisória.
Classificação Química - Medicação Intracanal
Classificação Química
DERIVADOS FENÓLICOS
São compostos com potente agente
antibacteriano que exercem efeito
além do contato direto, através da Fonte: https://www.utilidadesclinicas.com.br/eugenol-biodinamica-bio3619a.html
liberação de vapores.
Fonte: https://www.dentalcremer.com.br/paramonoclorofenol-canforado-biodinamica-
214499.html?gclid=EAIaIQobChMI4ai936HW8AIVFQaICR1SqgQUEAQYASABEgIVl_D_BwE
Classificação Química - Medicação Intracanal
Classificação Química
BwE
214512.html?gclid=EAIaIQobChMIk5qb9KHW8AIVbxitBh2DKgZ1EAQYASABEgI00PD_
Fonte: https://www.dentalcremer.com.br/tricresol-formalina-biodinamica-
ALDEÍDOS
São compostos orgânicos que são fixadores teciduais de
alta eficácia. São representados pelo formaldeído que
em combinação com o cresol formal o tricresol
formalina, principal substância utilizada desse grupo.
Classificação Química
HALÓIDES
São compostos que possuem cloro ou iodo em sua composição que tem efeito destrutivo sobre vírus e
bactéria.
Fonte: https://www.utilidadesclinicas.com.br/desinfetante-cloro-rio-2-5-1l-rioquimica-
Fonte: rio19820a.html?gclid=EAIaIQobChMIk7-kpqLW8AIVxPbICh2YhQfEEAQYAiABEgLqn_D_BwE
https://www.americanas.com.br/produto/2828259442?WT.srch=1&opn=YSMESP&sellerid=18552346000168&epar=bp_pl_00_go_bs_t
odas_geral_gmv&acc=e789ea56094489dffd798f86ff51c7a9&i=56f30ab2eec3dfb1f8ebb847&o=601343f6f8e95eac3dbe236e&gclid=EAIa
IQobChMIifuOjqLW8AIViYeRCh0kFAGKEAQYAiABEgKbk_D_BwE
Classificação Química - Medicação Intracanal
Classificação Química
BASES OU HIDRÓXIDOS
São compostos inorgânicos que na
biodinamica.html?gclid=EAIaIQobChMI9u2nvqLW8AIVxpyzCh31sQgtEAQYBiABEgLsCfD_BwE
Fonte: https://www.distriodonto.com.br/hidroxido-de-calcio-pa-
odontologia é representado principalmente
pelo hidróxido de cálcio. O hidróxido de cálcio
é um pó branco, alcalino, inodoro e pouco
solúvel em água. É uma base que pode ser
usada isoladamente ou associada a outras
substâncias.
Classificação Química
CORTICOSTERÓIDES
São medicamentos que atuam no processo
inflamatório, inibindo a ação de enzimas que são
mediadoras da inflamação. Inibem a exsudação, a
vasodilatação e a proliferação celular.
Classificação Química
ANTIBIÓTICOS
São substâncias produzidas por microrganismos que inibem o desenvolvimento ou
destroem as bactérias. São pouco empregadas como medicação intracanal devido ao
risco do paciente ser sensível ao medicamento ou de ocorrer resistência bacteriana.
Sua principal função é por sua atividade anti-séptica, atribuída ao fenol e ao cloro. A combinação com outras
substâncias (cânfora ou furacin) ou sua diluição, tem o objetivo de potencializar a atividade antibacteriana e
reduzir a citoxicidade desse medicamento.
Medicamentos Intracanais – parte I
CÂNFORA
É uma substância que apresenta-se em forma de cristais incolores ou massas cristalinas friáveis e translúcidas,
que são pouco solúveis à água.
O PMCC desempenha sua função quando em contato direto com os microrganismos ou pela liberação de
vapores. Comercialmente, a proporção utilizada é 3,5 partes de PMC para 6,5 de cânfora.
Medicamentos Intracanais – parte I
214499.html?gclid=EAIaIQobChMI4ai936HW8AIVFQaICR1SqgQUEAQYASABEgIVl_D_BwE
Fonte: https://www.dentalcremer.com.br/paramonoclorofenol-canforado-biodinamica-
CÂNFORA
O uso isolado do PMCC como medicação intracanal
não tem sido mais recomendado em virtude da
elevada toxicidade da substância, o que não
permite preencher o canal com esta substância. No
entanto, é utilizado como veículo biologicamente
ativo e oleoso para o hidróxido de cálcio.
Medicamentos Intracanais – parte I
FURACIN
Fonte: https://dentalcoimbra.com.br/15816-000438-Paramonoclorofenol-com-Furacin-20ml-Biodinamica
Medicamentos Intracanais – parte I
214512.html?gclid=EAIaIQobChMIsMevnqTW8AIVzJ6zCh1bFAABEAQYASABEgIRaPD_BwE
Fonte: https://www.dentalcremer.com.br/tricresol-formalina-biodinamica-
tricresol formalina em torno de 90% e o formocresol em torno
de 19 a 43%.
bChMIsKDmrqTW8AIV1f6zCh2__gVhEAYYASABEgJDhPD_BwE
https://www.dentalecia.com.br/frmcresl10mlmaquira/p?idsku=2890&gclid=EAIaIQo
Fonte:
O formocresol é um fixador de polpas vivas,
mantendo-as inertes e possibilitando sua
conservação até a exfoliação do dente
decíduo. É um potente agente
antimicrobiano que neutraliza toxinas do
canal radicular.
Medicamentos Intracanais – parte I
O uso de corticosteroide com antibiótico ajuda a diminuir a reação inflamatória provocada pelo ato cirúrgico,
uso de medicações e irrigantes e a ação mecânica, fazendo diminuir a dor pós operatória e ajudando na
reparação de tecidos.
Por isso, com o uso dos corticosteroides, espera-se minimizar reações inflamatórias iniciais para que não
evoluam para lesões mais sérias.
O Otosporin é a medicação mais utilizada como terapia intracanal, sua composição contém hidrocortisona com
antibióticos em um veículo aquoso. A hidrocortisona possui potencial antiinflamatório moderados e os
antibióticos utilizados são eficazes contra várias bactérias aeróbias e anaeróbias e bactérias Gram-negativas.
Medicamentos Intracanais – parte I
Fonte: https://www.promodental.com.br/014390/otosporin-10ml.html
Medicamentos Intracanais – parte I
Clorexidina
Clorexidina
rio5796f.html?gclid=EAIaIQobChMI0sOs0qTW8AIVtNSzCh010AySEAQYASABEgLQRfD_BwE
Fonte: https://www.utilidadesclinicas.com.br/clorexidina-riohex-2-com-tenso-ativo-30ml-rioquimica-
Além dos efeitos antimicrobianos, a clorexidina apresenta baixa
toxicidade e propriedade de substantividade à dentina, o que
resulta em efeitos antimicrobianos residuais mantidos por dias a
semanas.
Conceito
O hidróxido de cálcio começou a ser usado como curativo em dentes necrosados em 1975 por
Heithersay e Stewart. E mais tarde observou-se que o hidróxido de cálcio era superior ao fenol e
paramonoclorofenol diante a situações clínicas.
É um pó branco, alcalino, que quando dissociado em íons cálcio e íons hidroxila apresenta ótimas
propriedades biológicas e antimicrobianas sobre os tecidos.
Como é um pó, ele precisa ser associado a uma substância que permita sua inserção e ação sobre os
canais e tecidos. Os veículos de dissociação com atividade antimicrobiana podem ser classificados em
inertes e biologicamente ativos. O veículo inerte (água destilada, soro fisiológico, glicerina,
propilenoglicol, soluções anestésicas) é geralmente biocompatível sem alterar as propriedades do
hidróxido de cálcio, enquanto os biologicamente ativos (PMCC e clorexidina) adicionam propriedades
ao hidróxido de cálcio.
Hidróxido de Cálcio
Conceito
Os veículos aquosos tem uma dissociação rápida permitindo alta diluição da pasta nos canais e são
usados em casos de necrose pulpar e lesão periapical sendo necessárias trocas constantes para
resultados efetivos. Como exemplo temos a água destilada, soro fisiológico e soluções anestésicas.
Os veículos viscosos tornam a dissociação do hidróxido de cálcio mais lenta por seu elevado peso
molecular. Como exemplo temos a glicerina, polietilenoglicol (Calen e Calen PMCC) e propilenoglicol.
Hidróxido de Cálcio
Veículos de Dissociação
GLICERINA
Líquido viscoso, higroscópico, incolor e transparente e com odor característico.
POLIETILENOGLICOL
Líquido viscoso, incolor e odor fraco, miscível em água e glicóis.
PROPILENOGLICOL
Líquido viscoso, incolor e inodoro. Por ser um veículo oleoso tem pouca solubilidade e fusão
pelos tecidos.
Hidróxido de Cálcio
Veículos de Dissociação
Veículos de Dissociação
CLOREXIDINA
Substância antimicrobiana eficaz contra fungos e bactérias Gram-negativas e Gram-
positivas. Por ser muito eficaz é proposta na Endodontia como substância química auxiliar
e como medicação intracanal.
Calen PMCC
Hidróxido de Cálcio
UltraCal XS
Fonte: https://www.ultradent.com.br/products/categories/endodontics/irrigants-lubricants-medicaments/ultracal-xs
Fonte: https://www.suryadental.com.br/hidroxido-de-calcio-calen-sem-pmcc-ss-
white.html?gclid=EAIaIQobChMIgZ6iqKXW8AIVTMqzCh07awUVEAQYAyABEgIplvD_BwE
Pasta Calen – Hidróxido de Cálcio associado a um veículo viscoso
Hidróxido de Cálcio
Pasta Calen
Hidróxido de Cálcio
Seringa ML
Seringa ML, utilizada para a colação da pasta Calen dentro dos canais radiculares e com o auxílio de
agulha longa.
Fonte: https://www.dentalmaster.com.br/seringa-p--calen-duflex---ss-white/p
Hidróxido de Cálcio e associações
O Hidróxido de cálcio é um pó e precisa ser associado a uma substância que permita sua inserção
e ação sobre os canais e tecidos.
Os veículos aquosos tem uma dissociação rápida permitindo alta diluição da pasta nos canais e são
usados em casos de necrose pulpar e lesão periapical sendo necessárias trocas constantes para
resultados efetivos. Como exemplo temos a água destilada, soro fisiológico e soluções anestésicas.
Os veículos viscosos tornam a dissociação do hidróxido de cálcio mais lenta por seu elevado peso
molecular. Como exemplo temos a glicerina, polietilenoglicol (Calen e Calen PMCC) e propilenoglicol.
Hidróxido de Cálcio e associações
Além disso, essa associação demonstrou melhor efeito antibacteriano e antifúngico pela amplitude
de seu raio de ação se comparadas a outras pastas com outros veículos.
Estudos avaliaram a reparação em tecidos periapicais em dentes com necrose e lesão periapical e
verificaram a eficácia do tratamento com a pasta de hidróxido de cálcio e PMCC se comparado com
dentes tratados em sessão única.
Hidróxido de Cálcio e associações
É uma pasta com grande atividade antimicrobiana, maior raio de atuação e menos afetada por tecido
necrosado se compara às pastas associadas com veículos inertes.
Estudos clínicas provam que a realização do tratamento endodôntico em duas sessões, utilizando a pasta
de hidróxido de cálcio com PMCC por 7 dias associada a irrigação com hipoclorito de sódio entre 2 e 3%
tiveram bom resultados quando a eliminação de bactérias e sucesso a longo prazo.
Hidróxido de Cálcio e associações
Até o momento estudos mostram que a associação da clorexidina faz com que os efeitos
antimicrobianos do hidróxido de cálcio aumentem. Os estudos são bem recentes e não há um
consenso em estudos in vivo.
Apesar disso, a pasta com clorexidina torna-se uma boa alternativa para substituir a pasta com
PMCC e obter resultados semelhantes em tratamentos e retratamentos de dentes com lesão
periapical.
Propriedades do Hidróxido de Cálcio
As pastas de hidróxido de cálcio desempenham funções biológicas, químicas e físicas, que podem ser
influenciadas pelo veículo que está associado ao hidróxido de cálcio.
Tem o poder de reduzir o edema, que é um sinal de inflamação, além do seu poder antimicrobiano participar
na eliminação da causa do processo inflamatório, isto é, a infecção.
O alto pH do hidróxido de cálcio faz com que as bactérias presentes nos canais sejam sensíveis aos seus
efeitos, sendo eliminadas quando em contato direto com o medicamento.
Vários estudos confirmam o efeito letal do hidróxido de cálcio, porém quando em contato direto com os
microrganismos. Bactérias que estão nos túbulos dentinários são difíceis de serem eliminadas e estudos
comprovam que o hidróxido de cálcio levou até 10 dias para desinfetar os túbulos e ainda assim era resistente
a algumas bactérias.
Propriedades do Hidróxido de Cálcio
Uma base pouco solúvel como o hidróxido de cálcio pode levar muito tempo para realizar a capacidade de
tampão que promove o controle das alterações do pH, por isso quando deixada por longos períodos
teoricamente teria mais chances de desinfetar os túbulos dentinários.
A pasta de hidróxido de cálcio também promove o preenchimento dos canais, atuando como barreira física e
química, impedindo a infecção ou reinfecção (nos casos de necropulpectomia) dos canais por microrganismos
da cavidade oral quando o tratamento endodôntico é realizado em mais de uma sessão.
A ação de preenchimento pela pasta também diminui a penetração de fluidos provenientes da região apical,
dificultando o suprimento do substrato para microrganismos que não foram eliminados pela ação química-
mecânica do tratamento.
Propriedades do Hidróxido de Cálcio
Por essa propriedade, ele também é escolha em outros tratamentos como capeamento pulpar
direto, curetagem pulpar, pulpotomia, apicificação, tratamento de perfurações e reabsorções
radiculares – esses tratamentos serão abordados na próxima unidade.
Propriedades do Hidróxido de Cálcio
A ação do mecanismo de indução do reparo ainda não é completamente certa, porém duas explicações são
expostas para explicar esse efeito:
Por possuir pH muito alcalino, o hidróxido de cálcio pode promover a quebra de ligações iônicas que deixam as
proteínas mais suscetíveis a dissolução pelo hipoclorito de sódio.
Propriedades do Hidróxido de Cálcio
A perda da matriz orgânica que reveste um tecido mineralizado inicia um processo de reabsorção, esse tecido é
então exposto e destruído por substâncias de células clásticas. Ácidos ajudam na dissolução da hidroxiapatita e
posteriormente enzimas degradam a matriz orgânica do tecido.
Estudos mostram que o uso do hidróxido de cálcio como medicação intracanal faz com que o pH do meio se
eleve, neutralizando ácidos e inibindo a atividade enzimática da reabsorção.
A reabsorção inflamatória é consequência de uma infecção instalada nos canais radiculares, por isso os
microrganismos presentes nos canais devem ser combativos para que a reabsorção cesse.
Propriedades do Hidróxido de Cálcio
Porém ele só será eficaz se várias trocas de medicações forem realizadas para exceder a capacidade de tampão
da hidroxiapatita, obtendo alcalinização da dentina e então que a infecção intratubular seja eliminada.
A associação do hidróxido de cálcio com veículos ativos como o PMCC e a clorexidina para o controle da
reabsorção externa apresentam maior efetividade na capacidade de desinfecção dos túbulos dentinários.
Uso do Hidróxido de Cálcio
O preenchimento do canal radicular com pasta de hidróxido de cálcio depende da anatomia do dente e
também do veículo associado. Os veículos viscosos e oleosos favorecem a colocação pois são mais lubrificantes,
penetrando com maior facilidade.
São preferíveis os instrumentos endodônticos manuais ou a Lentulo para colocação do material dentro dos
canais.
Instrumentos que permitem a aplicação da pasta de hidróxido de cálcio dentro dos canais por meio de
acionamento do micro motor. Um instrumento menor do que o calibre final do canal deve ser escolhido e deve
ser introduzido dentro do canal em profundidade de 2 a 3mm aquém do comprimento de trabalho, acionando
o micro motor com velocidade constante e com giro à direita, e com movimentos suaves e lentos de
penetração e remoção até que toda a cavidade seja completada pelo material. O instrumento deve ser retirado
do canal ainda em movimento.
Fonte: https://www.dentalspeed.com/modelo/broca-lentulo-25mm-n-25-40-medin-15433
Uso do Hidróxido de Cálcio
A seringa ML é utilizada para a colocação das pastas Calen, que são acompanhadas por um tubete de glicerina e
outro tubete com a medicação em si. Uma agulha longa deve ser acoplada na seringa e a glicerina deve ser o
primeiro tubete utilizado para que lubrifique a agulha, dispensando a glicerina fora do canal. Depois, colocar o
tubete com a medicação e dispensar a primeira gota que sair para que não venha acompanhada da glicerina.
Calibrar a agulha 2mm aquém do comprimento real do dente e dispensar o medicamento por todo o
comprimento do canal de apical para cervical.
Fonte: https://www.dentalmaster.com.br/seringa-p--calen-duflex---ss-white/p
Uso do Hidróxido de Cálcio
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=_pL6jURh5rY
Indicação e Emprego de Medicamentos
Biopulpectomia
Quando o dente encontra-se com vitalidade pulpar, geralmente a parte coronária apresenta-se infeccionada,
enquanto a parte radicular está inflamada. Por isso após a eliminação da parte infectada com irrigação
abundante de hipoclorito de sódio, o ambiente de trabalho mantem-se sem infecção.
Em casos de biopulpectomia sugere-se a obturação dos canais em uma única sessão. Porém, caso isso não seja
possível, uma medicação intracanal deve ser colocada para que não ocorra contaminação dos canais entre as
sessões do tratamento.
Biopulpectomia
Fonte: https://sabemuito.club/melhores-colirios-para-inflamacao-nos-olhos/
O uso Otosporin (FQM, Rio de Janeiro, RJ) foi
estudado por Holland et al. e tem como
corticosteroide a hidrocortisona, que é um anti-
inflamatório com poder moderado. O Decadron
colírio (Aché Laboratório Farmacêutico,
Guarulhos, SP) possui a dexametosona como
corticosteroide que é de 25 a 30 vezes mais
potente que a hidrocortisona, tornando-se um
ótimo medicamento para uso em
biopulpectomias. Fonte:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5136780/mod_resource/c
ontent/0/Medica%C3%A7%C3%A3o%20intra%20canal.pdf
Indicação e Emprego de Medicamentos
Biopulpectomia
CANAL INSTRUMENTADO
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
Utiliza-se o hidróxido de cálcio em associação com veículo inerte (água, soro, glicerina, propilenoglicol), por não
conter infecção.
Todo o volume do canal deve ser preenchido para que esteja em contato com as paredes dos canais e porção
periapical, porém sem ocorrer extravasamento. As pastas evitam a contaminação dos canais por
microinfiltração.
Biopulpectomia
SOLUÇÃO DE CORTICOSTEROIDE-ANTIBIÓTICO
Reduzem a inflamação remanescente para que não ocorra sintomatologia até o retorno do paciente na
próxima consulta. Podem ser acondicionados em tubetes vazios para facilitar sua aplicação com o auxílio de
carpule e agulhas longas ou curtas.
Indicação e Emprego de Medicamentos
Biopulpectomia
SOLUÇÃO DE CORTICOSTEROIDE-ANTIBIÓTICO
- São empregadas quando o dente foi aberto e parte coronária da polpa foi retirada, porém não foi realizada a
instrumentação. Colocar uma gota do medicamento em uma bolinha de algodão esterilizada na câmara pulpar.
- Quando o canal foi instrumentado parcialmente. Coloca a solução dentro do canal, levando a medicação para
o interior dos condutos com a ajuda de instrumentos de pequeno calibre.
- Casos de sobreinstrumentação em dentes com vitalidade pulpar
- Casos de periodontite apical aguda traumática, mas que não tem infecção.
Indicação e Emprego de Medicamentos
Necropulpectomia
Quando o dente encontra-se com necrose pulpar impõe-se o emprego de uma medicação intracanal para que
microrganismos sejam parcialmente ou totalmente eliminados do interior dos canais.
CANAL INSTRUMENTADO
Após instrumentação do canal, é imprescindível que a smear layer seja removida para que a medicação penetre
pelos túbulos dentinários, facilitando sua propagação e ação. Para tal, deve-se preencher o canal com EDTA a
17% por 3 minutos, proceder com 5 a 10mL de hipoclorito a 2,5% para retirar o EDTA e secar o canal.
Todo o interior dos canais devem ser preenchidos e uma radiografia deve ser realizada para verificar se os
mesmos estão totalmente preenchidos.
Necropulpectomia
TRICRESOL FORMALINA
São potentes agentes antimicrobianos que agem pelo contato direto ou pela liberação de vapores.
Deve-se pingar uma gota da medicação em uma bolinha de algodão esterilizada e “limpar” essa bolinha e uma
gaze por três vezes para que o produto não fique em excesso e colocar na câmara pulpar.
Indicação e Emprego de Medicamentos
Selamento Coronário
O selamento coronário do dente é realizado por um selador temporário que preenche a parte coronária da
câmara pulpar durante as sessões do tratamento e após seu término.
Evita que a saliva penetre e microrganismos acessem os canais radiculares, impedindo que ocorram infecções e
recontaminações. Porém é importante que as paredes do dente estejam íntegras ou em boas condições para
que ocorra um bom selamento do material e que ele não quebre ou saia.
Como características dos materiais seladores, eles devem ter estabilidade dimensional, boa adesividade às
estruturas do dente e grande resistência mecânica.
Os materiais mais utilizados são os cimentos a base de óxido de zinco e eugenol (IRM) que possuem tempo de
presa baixa e maior resistência a compressão e materiais prontos, como o Coltosol, que possuem maior
capacidade seladora.
Indicação e Emprego de Medicamentos
Selamento Coronário
CAVIDADES SIMPLES
Cavidades que apresentam todos as paredes dentárias. Em dentes anteriores e posteriores uma bolinha de
algodão seca deve ser colocada no interior do canal e então o material provisório inserido em cima.
CAVIDADES COMPLEXAS
São cavidades que não possuem uma ou mais paredes dentárias. Antes da realização do tratamento e após a
abertura da cavidade, pode ser realizada uma restauração com o auxílio de bandas metálicas e resina
composta que irão deixar a estrutura adequada para a realização do tratamento e facilitar a colocação do
material selador provisório após o tratamento ou durante as sessões.
Seladores mais resistentes podem ser utilizados caso a medicação precise permanecer por um período maior
de 7 a 14 dias. IRM e Cimento de Ionômero de Vidro são ótimas opções nesses casos.
Indicação e Emprego de Medicamentos
Selamento Coronário
Selamento Coronário
Fonte: https://www.dentalcremer.com.br/ionomero-de-vidro-restaurador-maxxion-r-fgm-dc10612.html
Reabsorções Dentárias – parte I
Reabsorções Dentárias
O trauma é um dos principais fatores para que a reabsorção ocorra, assim como necrose pulpar associada a
lesões periapicais e movimentos ortodônticos intensos.
Dentre alguns casos, o uso de medicação intracanal é indicado para controle e eliminação de bactérias que
permanecem dentro dos canais radiculares após a retirada do processo inflamatório.
Reabsorções Dentárias – parte I
Reabsorções Dentárias
As reabsorções podem ser classificadas de acordo com a origem do processo inflamatório, sendo externas
quando tem inicio na superfície radicular externa; e internas quando iniciam a partir das paredes da cavidade
pulpar. Também podem ser classificadas quanto à natureza do processo, sendo inflamatórias quando uma
inflamação ocorre subsequente a um trauma ou agente lesivo, progredindo até a retirada do estímulo
inflamatório; e a reabsorção por substituição quando tecido dentário é substituído por osso, levando a fusão
do dente ao seu alvéolo.
Fuss, Tsesis e Lin (2003) estudaram que as reabsorções podem ser classificadas de acordo com os agentes que a
causam: reabsorção por infecção pulpar, por infecção periodontal, pelos movimentos da ortodontia, por
dentes impactados ou tumores e por anquilose.
Alguns casos de reabsorções podem ser utilizados medicações intracanais como forma de tratamento, onde a
medicação é mantida por um período dentro dos canais radiculares para eliminar bactérias que estão causando
a reabsorção. Podem ocorrer trocas das mesmas durante um período ou manter até que a melhora seja
observada radiograficamente.
Reabsorções Dentárias – parte I
Reabsorção Inflamatória
A reabsorção inflamatória é causada pela presença de tecido necrótico pulpar e infectado dentro do canal
radicular. Possui como fatores contribuintes para o desenvolvimento a lesão do ligamento periodontal,
reabsorções superficiais, comunicação com tecido necrótico e inflamado e permeabilidade dos túbulos
dentinários onde túbulos com diâmetro sofrem uma reabsorção maior e mais rápida. As reabsorções
inflamatórias são classificadas de acordo com sua localização: apical, lateral ou cervical.
Na maioria dos casos é realizado o tratamento endodôntico desses dentes, com preparo químico-mecânico e
uso de medicações intracanais para posterior obturação dos canais radiculares.
O uso de medicações intracanais é essencial pois tem como objetivo eliminar bactérias que estão no interior
dos canais radiculares e não conseguiram ser removidas com o preparo quimico-mecânico. Como medicação é
utilizado a pasta de hidróxido de cálcio.
Reabsorções Dentárias – parte I
Reabsorção Inflamatória
O medicamento deve preencher todo o canal radicular e deve ser renovado a cada sete dias sempre com o
acompanhamento radiográfico. A partir da finalidade antibacteriana, a medicação é retirada após a melhora
dos sintomas clínicos e realizada a obturação em seguida. Com a finalidade de uma obturação temporária, o
medicamento é colocado para que entre em contato com o tecido conjuntivo favorecendo a reparação dessa
área com a deposição de tecido mineralizado.
No caso do tratamento reparador, radiografias devem ser realizadas a cada 30 dias para o acompanhamento da
evolução do processo, onde só é realizada a troca da medicação intracanal se no controle radiográfico for
observada a reabsorção da pasta de hidróxido de cálcio. Quando o selamento apical é observado
radiograficamente, a medicação é retirada e em seguida o canal obturado.
Reabsorções Dentárias – parte I
A reabsorção por substituição ocorre quando a estrutura dental é substituída por osso, geralmente após os
dentes sofrerem significativa injúria como luxação ou avulsão. Após o trauma ocorrer, a invasão óssea causa
uma anquilose na região que dependendo do dano ao ligamento periodontal pode ser transitória e parar ou
ocorrer uma reabsorção progressiva.
O dente anquilosado pode permanecer em função por vários anos dependendo do metabolismo do paciente,
onde geralmente dentes em pacientes jovens permanecem em função menos tempo que em dentes de
pacientes adultos.
Nesses casos o tratamento endodôntico não é indicado, e controles radiográficos devem ser frequentes para
avaliar a extensão e progressão da reabsorção.
Reabsorções Dentárias – parte I
Reabsorção - resumo
Fonte: https://seer.ufrgs.br/RevistadaFaculdadeOdontologia/article/viewFile/3000/1675
Reabsorções Dentárias – parte II
As reabsorções ocasionados pelo tratamento ortodôntico são classificadas por escore. Levander e Malmegren
em 1988 criaram o seguinte escore:
0) ausência de reabsorção; 1) reabsorção suave, contorno apical irregular; 2) reabsorção moderada, pequena
perda radicular, com ápice exibindo um contorno praticamente reto; 3) reabsorção acentuada, perda de quase
1/3 do comprimento radicular; 4) reabsorção externa, com perda de mais de 1/3 do comprimento radicular)
Fonte: https://www.scielo.br/pdf/dpress/v12n1/a08v12n1.pdf
Reabsorções Dentárias – parte II
Escore 2: reabsorção moderada, pequena perda Escore 4: reabsorção com perda de 1/3 do
radicular, com ápice exibindo um contorno comprimento radicular
praticamente reto
Radiogradia periapical inicial (A) e final (B) dos incisivos superiores de uma paciente do sexo feminino. Classe I
de Angle, tratada com aparelhos fixos e sem extrações dentárias. É possível observar uma significativa
reabsorção ao final do tratamento ortodôntico. Escore da reabsorção: 4.
Fonte: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rbo/v74n2/a10v74n2.pdf
Reabsorções Dentárias – parte III
A reabsorção dentária interna pode iniciar em qualquer ponto da superfície da cavidade pulpar. Podem ser
transitórias ou progressivas. As transitórias envolvem apenas a perda de odontoblastos e pré-dentina, sendo
autolimitantes e reparadas por novo tecido duro, que pode preencher a lacuna de reabsorção. As progressivas
continuam além do local em que a dentina foi exposta após a perda dos odontoblastos e da pré-dentina.
Quanto ao mecanismo do processo reabsortivo, as reabsorções internas progressivas são classificadas em
inflamatórias ou substitutivas.
Reabsorções Dentárias – parte III
A reabsorção interna inflamatória se caracteriza pela reabsorção da face interna da cavidade pulpar por
células clásticas adjacentes ao tecido de granulação da polpa. Resulta de uma inflamação crônica pulpar,
tendo como fatores etiológicos o trauma e a infecção. O trauma e superaquecimento do dente, pelo preparo
cavitário, são alguns fatores que podem gerar o início da reabsorção.
Histologicamente o tecido pulpar normal transforma-se em tecido de granulação, com células gigantes
multinucleadas reabsorvendo as paredes dentinarias da cavidade pulpar e avançando para o esmalte. A
polpa apresenta um tecido pulpar necrosado que torna-se um fator de manutenção do processo de
reabsorção.
NÃO PERFURANTES
Uma vez diagnosticada, o tratamento endodôntico é realizado rapidamente para paralisar o processo de
reabsorção. Este cessa quando ocorre a remoção da polpa, pois interrompe a circulação sanguínea que nutre as
células clásticas.
Se a lesão é extensa, geralmente não é possível remover todo o tecido patológico, então o uso de medicação
intracanal se faz necessário, como o hidróxido de cálcio + PMCC + glicerina.
Reabsorções Dentárias – parte III
NÃO PERFURANTES
PERFURANTES
No caso de lesão perfurantes, o tratamento é um pouco mais complicado, podendo ser cirúrgico ou
não. O tratamento cirúrgico depende do tamanho e da localização da reabsorção e é realizado após o
tratamento do canal radicular.
Quando a reabsorçao está localizada na região apical é indicada a remoção apical. Em outros lugares
da raiz, quando acessível, fecha o defeito com materiais indicados para obturações retrógradas,como
o MTA, por exemplo.
Reabsorções Dentárias – parte III
PERFURANTES
Reabsorção interna inflamatória perfurante. A) Molar inferior,
raiz mesial, controle de 8 anos.
Se caracteriza radiograficamente por um aumento irregular da cavidade pulpar, onde seu contorno não
é mantido. Histologicamente ocorre uma metaplasia do tecido pulpar normal por tecido ósseo
medular.
Tem como fator etiológico o trauma de baixa intensidade e geralmente acontecem na coroa dentária e
nas porções cervical e média da raiz radicular.
Reabsorções Dentárias – parte III
Assim, qualquer trauma dentário capaz de provocar um dano irreversível ao ligamento periodontal e/ou à
superfície radicular, pode desencadear uma reabsorção substitutiva também denominada reabsorção por
substituição.
Reabsorções substitutivas recentes apresentam poucos sinais radiográficos, sendo a sua identificação muito
difícil. Em reabsorções antigas, as evidências radiográficas são nítidas e a sua identificação torna-se fácil. A
reabsorção substitutiva é muito lenta e levará anos (3 a 10 anos) para substituir a raiz dentária.
O trauma, além do dano às estruturas periodontais, pode afetar o suprimento neurovascular apical para a
polpa dentária. Como consequência, pode ocorrer obliteração da cavidade pulpar ou necrose pulpar.
Em pacientes jovens, quando a anquilose é acompanhada de suboclusão, a exodontia deve ser levada em
consideração para prevenir a interferência no crescimento alveolar. Todavia, a exodontia é complicada e pode
acarretar perda vertical e horizontal do osso alveolar com graves comprometimentos estéticos. Nestes casos
pode-se remover a coroa dentária e deixar no alvéolo a raiz para ser paulatinamente substituída por osso. Este
procedimento atenua consideravelmente a perda óssea. O tratamento ortodôntico é contraindicado em
dentes anquilosados ou com reabsorções substitutivas.
Reabsorções Dentárias – parte V
Reabsorção dentária transitória ou de superfície é uma reabsorção externa que paralisa sem
qualquer intervenção. É autolimitante e prontamente reparada. Pode se estabelecer em qualquer ponto
situado ao longo da raiz dentária.
• A área danificada da raiz e o processo inflamatório instalado não têm magnitude suficiente
para manter e dar continuidade à reabsorção.
• Um fator inibidor da reabsorção presente na dentina é maior do que o estimulo recebido pelas
células clásticas oriundo de pequenas agressões ao complexo protetor da raiz.
• A polpa não está envolvida.
Reabsorções Dentárias – parte V
Pela falta de estímulo para manter sua ação e/ou para vencer o fator inibidor de reabsorção presente na
dentina, as células clásticas cessam a atividade reabsortiva e as do ligamento promovem o reparo da área. Isto
caracteriza a reabsorção dentária externa
transitória.
É uma reabsorção dentária externa determinada por pressão. Pode ser provocada por tratamento ortodôntico,
dentes impactados, erupções dentárias, cistos, neoplasias e trauma oclusal, e cessa desde que removida a
causa, estando a polpa dentária hígida. Contudo, em determinadas circunstâncias, nas quais a remoção
cirúrgica da causa pode comprometer a integridade do feixe vasculonervoso pulpar, o tratamento endodôntico
se faz necessário.
A reabsorção está localizada com mais frequência na região apical dos dentes do que nas
paredes laterais.
Não há confirmação de que os dentes traumatizados sejam mais suscetíveis à reabsorção
por pressão. Porém, aqueles com sinais de reabsorção antes do tratamento ortodôntico podem
ser mais propensos a mesma.
Reabsorções Dentárias – parte VI
É uma reabsorção dentária progressiva localizada no ápice radicular e ocorre em dentes portadores de necrose
pulpar e lesão perirradicular crônica.
Também pode estar presente em dentes tratados endodonticamente portadores de lesão perirradicular
crônica.
Reabsorções Dentárias – parte VI
A reabsorção do segmento apical, com manutenção da luz do canal intacta, também é observada.
Reabsorções Dentárias – parte VI
Como medicamento intracanal, utilizamos uma pasta de hidróxido de cálcio e iodofórmio (proporção de 3:1 em
volume), tendo como líquido uma gota de PMCC e uma gota
de glicerina .
A pasta de hidróxido de cálcio, além da atividade antimicrobiana, atua como uma barreira físico-química,
impedindo a proliferação de microrganismos residuais, a reinfecção do canal radicular por microrganismos
oriundos da cavidade bucal e a invaginação de tecido de granulação da área reabsorvida à luz do canal
radicular.
Reabsorções Dentárias – parte VI
Reabsorção Dentária Externa Apical. A) inicial e preparo dos canais. B) após a obturação com tampão apical de
pasta de hidróxido de cálcio com veículo oleoso. Controle de 1 e 10 anos.
Reabsorção Dentária Externa Apical. A) inicial B) após preparo e colocação de pasta HPG com agente
contrastante C) obturação com tampão apical. Controle de 1 ano D) controle de 2 anos.
Outra proposta terapêutica é a de que, além da finalidade antimicrobiana, a pasta de hidróxido de cálcio deve
funcionar como uma obturação temporária. O objetivo principal de tal proposta deve-se ao fato de que essa
pasta, ao entrar em contato com o tecido conjuntivo da área de reabsorção, favorece a reparação desta área, a
partir da deposição de um tecido mineralizado.
Injúrias traumáticas de baixa intensidade, como oclusão traumática, concussão e subluxação, geralmente, não
causam necrose pulpar. Assim, após o dano mecânico na superfície da raiz, o tecido lesado será eliminado pela
resposta inflamatória local e ocorrerá a reparação com novo cemento e ligamento periodontal, por causa da
ausência de estímulos para a continuação da resposta inflamatória (reabsorção dentária externa lateral
transitória).
Entretanto, injúrias mais severas, como luxações ou avulsões, determinam a ruptura dos
vasos sanguíneos do forame apical e, consequentemente, a necrose pulpar isquêmica.
Como medicamento intracanal, devemos usar a pasta HPG com contrastante (iodofórmio ou óxido de zinco).
Damos preferência ao uso dessa pasta, em função de a mesma, ao preencher o canal radicular, revelar,
radiograficamente, a presença ou não de possível comunicação com a área de reabsorção.
Reabsorções Dentárias – parte VII
Reabsorção dentária externa lateral não perfurante. A) inicial. B) após preparo e pasta HPG. C) após obturação
e controle de 2 anos.
Reabsorção dentária externa lateral perfurante. A) inicial. B) obturação convencional do segmento apical do
canal. Preenchimento da área de reabsorção com pasta de hidróxido de cálcio com veículo oleoso. Controle de
2 anos.
É uma reabsorção dentária externa progressiva que se localiza no segmento coronário da raiz, no
sentido coroa-ápice, além do epitélio juncional do dente.
De modo geral, ela ocorre em dentes reimplantados e anquilosados, em infraoclusão, mas pode
ocorrer em dentes luxados. Pode ser consequência, também, de movimentos ortodônticos e cirurgia
ortognática.
Ocorre em dentes com polpa viva, assim como em dentes tratados endodonticamente. A polpa não
exerce um papel na reabsorção cervical e, na maioria das vezes, apresenta-se normal,
histologicamente. Devido à origem do estímulo (infecção) geralmente não ser da polpa, acredita-se
que a resposta inflamatória no periodonto seja causada e mantida por microrganismos do sulco
gengival.
Reabsorções Dentárias – parte VII
A reabsorção cervical é assintomática e pode ser geralmente detectada através do exame radiográfico.
Usualmente, os dentes unirradiculares são afetados.
Em estados avançados, o tecido de granulação pode ser observado solapando o esmalte da coroa dentária,
dando-lhe uma aparência rosada. Esta mancha rósea é oriunda do ligamento periodontal, e não da polpa
dentária.
Nas reabsorções cervicais, o tratamento endodôntico poderá ou não ser indicado em função da quantidade de
dentina que separa o assoalho da área reabsorvida da luz do canal radicular.
Reabsorção dentária externa cervical invasiva. A) abertura ampla da superfície radicular B) retratamento
endodontico C) tratamento cirúrgico da reabsorção.
Caso Clínico
Reabsorção radicular externa inflamatória: descrição de caso clínico utilizando pasta de hidróxido de cálcio.
Lamping R, Maekawa LE, Marcacci S, Nassri MRG
RSBO, 2005.
Paciente do sexo feminino com dor à percussão vertical e palpação apical no dente 11 que já estava tratado
endodonticamente. Observou-se reabsorção radicular externa e por esse quadro apresentava uma
sobreobturação.
Caso Clínico – Reabsorção Radicular Externa Inflamatória
Caso Clínico
Radiografia Inicial
Caso Clínico
Primeira etapa do tratamento foi realizar a desobturação como forma de eliminar o provável fator etiológico
da reabsorção que provocou a instalaçãoo do processo inflamatório na região periapical. Depois de obter um
novo comprimento de trabalho e realizar a instrumentação foi colocado como medicação intracanal uma pasta
de hidróxido de cálcio p.a. com polietilenoglicol.
Caso Clínico – Reabsorção Radicular Externa Inflamatória
Caso Clínico
Primeiro curativo
Caso Clínico
Após 1 mês do primeiro curativo foi realizada uma nova radiografia e a medicação intracanal foi trocada.
Caso Clínico – Reabsorção Radicular Externa Inflamatória
Caso Clínico
Radiografia 30 dias após a inserção da medicação intracanal
Caso Clínico
Outras trocas de medicação foram realizadas com 3 e 6 meses após o início do tratamento.
Após 6 meses do início do tratamento foi comprovado clinicamente a formação de uma
barreira dentinária e então foi realizada a obturação através da técnica de condensação vertical
e cimento de óxido de zinco e eugenol.
Caso Clínico – Reabsorção Radicular Externa Inflamatória
Caso Clínico
Radiografia Final
Caso Clínico
Tratamento endodôntico de incisivos centrais superiores com reabsorção radicular interna – caso clínica.
Silveira CF, Silveira LFM, Martos J.
Revista de Endodontia Pesquisa e Ensino Online, 2008.
Paciente do sexo masculino com reabsorção radicular interna nos dentes 11 e 21, que foi encontrado através
de uma radiografia de rotina. O paciente não apresentava sintomatologia dolorosa, nas proximais desses
dentes haviam restaurações realizadas há muito tempo e no teste de sensibilidade térmica os dentes
encontravam-se sem vitalidade pulpar.
Caso Clínico – Reabsorção Radicular Interna
Caso Clínico
Após a abertura e preparo dos canais, os canais foram preenchidos com medicação intracanal de hidróxido de
cálcio com soro fisiológico, permanecendo por 30 dias no interior dos canais e com troca após 15 dias.
A obturação então foi realizada com cimento a base de hidróxido de cálcio (Sealapex). O controle radiográfico
foi realizado um ano após o início do tratamento.
Caso Clínico – Reabsorção Radicular Interna
Caso Clínico
Radiografia Inicial
Caso Clínico
Medicação Intracanal com hidróxido de cálcio
Caso Clínico
Obturação dos canais radiculares finalizada
Caso Clínico
Controle radiográfico após 1 ano
O dente não responderá ao teste de sensibilidade pulpar e pode ou não haver outros sintomas ou sinais
clínicos, dependendo do estado geral do dente e dos tecidos adjacentes. A maioria dos casos não apresenta
sintomas ou sinais. Geralmente, eles só estão presentes se o sistema de canal radicular infectado também
estiver causando periodontite apical aguda ou se um abscesso estiver presente.
Outra forma de reabsorção que pode se desenvolver após trauma nos dentes é a reabsorção por substituição
externa, também conhecida como reabsorção induzida por trauma - e essa reabsorção pode ocorrer em dentes
que também têm reabsorção inflamatória externa. Isso ocorre porque a reabsorção de substituição é uma
consequência das mesmas lesões que normalmente causam reabsorção inflamatória externa - como intrusão e
avulsão, onde há danos significativos à superfície radicular externa durante a lesão, bem como às vezes durante
o reposicionamento / reimplante de o dente. A reabsorção por substituição externa tem uma aparência
radiográfica diferente com a perda da estrutura do dente e sua substituição por osso sendo evidente.
Analisando o Artigo – parte I
Fonte: Abbott PV. Prevention and management of external inflammatory resorption following
trauma to teeth. Aust. Dent. J. 2016;61(Suppl 1):82–94. doi: 10.1111/adj.12400
Analisando o Artigo – parte I
Fonte: Abbott PV. Prevention and management of external inflammatory resorption following trauma to teeth.
Aust. Dent. J. 2016;61(Suppl 1):82–94. doi: 10.1111/adj.12400
Analisando o Artigo – parte I
Existem vários fatores mecânicos e biológicos que afetam as respostas do tecido após o trauma nos dentes. Os
fatores mecânicos afetam indiretamente as respostas porque determinam o tipo de lesão e sua gravidade,
enquanto os fatores biológicos tendem a ter um efeito mais direto nas respostas do tecido. Os fatores biológicos
mais importantes são o estágio de desenvolvimento da raiz, se a polpa está envolvida, o grau de deslocamento
do dente (se houver) e a presença de lesões simultâneas. Todos esses fatores podem afetar o desenvolvimento
da reabsorção inflamatória externa. A presença ou ausência desses fatores deve ser determinada durante o
exame inicial após o trauma, que deve incluir radiografias adequadas (e geralmente múltiplas).
Analisando o Artigo – parte I
A capacidade da polpa de se recuperar após o tratamento é amplamente influenciada por fatores biológicos. Se
a raiz não estiver totalmente desenvolvida, então a revascularização da polpa é mais provável e, portanto, o
desenvolvimento da raiz pode prosseguir e é improvável que ocorra reabsorção inflamatória. Isso também
melhora o prognóstico de longo prazo do dente, criando mais dentina, resultando em um dente 'mais forte', o
que implica que é menos provável que ocorra uma fratura.
O grau de deslocamento (luxação) do dente é um fator importante que afeta a cura da polpa e do ligamento
periodontal. Dentes com pouco ou nenhum deslocamento têm um prognóstico muito melhor, pois há pouca ou
nenhuma redução do suprimento sanguíneo da polpa , e pouco ou nenhum dano ao cemento e ao LP. Assim, as
lesões por concussão ou subluxação têm prognóstico mais favorável, seguido em ordem decrescente por
extrusão, luxação lateral, intrusão e avulsão.
Analisando o Artigo – parte I
Lesões simultâneas no mesmo dente implicam que mais tecidos estarão envolvidos do que se houvesse apenas
uma lesão. É relativamente comum que os dentes tenham lesões simultâneas - como fratura da coroa e lesão
por luxação ao mesmo tempo. Nesses casos, a polpa pode estar comprometida por causa da fratura da coroa e
possível contaminação bacteriana no momento crítico em que o suprimento de sangue da polpa é reduzido ou
interrompido pela lesão por luxação, resultando em maior chance de necrose pulpar e infecção do sistema de
canais radiculares. Isso, por sua vez, pode fazer com que o dente tenha maior probabilidade de desenvolver
reabsorção inflamatória externa, visto que também houve danos à superfície da raiz como resultado da lesão
de luxação e do reposicionamento / reimplante do dente. Assim, ambos os requisitos críticos necessários para
que ocorra a reabsorção inflamatória externa estão presentes com lesões concomitantes, como luxação e
fratura da coroa.
Analisando o Artigo – parte II
É possível evitar que a reabsorção inflamatória externa ocorra após o trauma, conforme demonstrado por vários
estudos. Também é possível interromper esse tipo de reabsorção se ela já estiver presente. Em ambas as
situações, os principais objetivos em controlar a reabsorção inflamatória externa é evitar que o sistema de
canais radiculares seja infectado ou, se já estiver infectado, destruir as bactérias presentes. Esses objetivos
podem ser alcançados realizando o tratamento de canal radicular usando os princípios gerais que são
usados para tal tratamento, com ênfase particular no uso de medicamentos intracanais específicos que podem
afetar as bactérias e a resposta do tecido no LP.
Resumo das indicações e objetivos das abordagens preventivas e de interceptação para o manejo da
reabsorção radicular inflamatória externa
Caso Clínico 01
Tratamento preventivo de um dente avulsionado para evitar a reabsorção inflamatória externa. O incisivo
central superior direito foi avulsionado e reimplantado em 15 minutos pelo paciente. O paciente foi visto por
um dentista logo em seguida - o dentista imobilizou os dentes e iniciou o tratamento de canal radicular
imediatamente. Ledermix foi colocado no sistema de canal radicular.
Ledermix® é uma pasta composta de 3,21% de tetraciclina e 1% de triancinolona; esta suprime a inflamação
e inibe a ação dos osteoclastos, enquanto a tetraciclina tem efeito antimicrobiano e propriedades anti-
reabsorção.
Analisando o Artigo – parte II
Caso Clínico 01
Fonte: Abbott PV. Prevention and management of external inflammatory resorption following trauma to teeth. Aust. Dent. J.
2016;61(Suppl 1):82–94. doi: 10.1111/adj.12400
Analisando o Artigo – parte II
Caso Clínico 02
Dente com reabsorção inflamatória lateral externa na superfície mesial foi tratado de acordo com o protocolo
de manejo interceptivo.
Caso Clínico 02
Dente com reabsorção inflamatória lateral externa na superfície mesial foi tratado de acordo com o
protocolo de manejo interceptivo.
Caso Clínico 03
Caso Clínico 03
(c) Radiografia obtida após o preenchimento do terço apical do canal radicular com um ponto de guta percha
customizado e cimento - após 15 meses de medicação intracanal. A barreira apical de tecido duro é claramente
evidente. (d) Radiografia pós-operatória na conclusão da obturação do canal radicular. (e) Revisão da radiografia
tirada 4 anos após a conclusão da obturação do canal radicular.
Analisando o Artigo – parte II
CONCLUSÃO
A reabsorção inflamatória externa é uma consequência potencial de trauma nos dentes que pode ocorrer
quando a superfície externa da raiz foi danificada e o sistema de canais radiculares foi infectado. A
reabsorção inflamatória externa pode levar à perda do dente se não for tratada em tempo hábil. Algumas
lesões têm grande probabilidade de desenvolver essa reabsorção e uma abordagem preventiva pode ser
adotada, iniciando o tratamento de canal radicular imediatamente como parte do gerenciamento de
emergência da lesão. Nos casos em que o processo de reabsorção já está estabelecido, o tratamento do
canal radicular pode interromper a reabsorção e estimular o reparo do tecido duro. Um medicamento
intracanal com corticosteroide-antibiótico é particularmente útil na prevenção e no manejo da reabsorção
inflamatória externa. O hidróxido de cálcio não deve ser usado como medicamento imediato devido às suas
propriedades irritantes, mas é valioso como medicamento subsequente para encorajar a reparação do tecido
duro quando necessário.
Pulpotomia
Conceito
Pulpotomia é o tratamento conservador realizado em dentes com rizogênese incompleta e com vitalidade
pulpar. A permanência da polpa radicular realiza a formação de uma raiz mais estruturada e organizada.
Na pulpotomia realiza-se a remoção total da polpa coronária viva, que pode estar normal ou inflamada, e
mantem-se a polpa radicular.
Contra-indicações
- Presença de inflamação, abcesso ou fístula de origem pulpar nos tecidos moles adjacentes
Técnica da Pulpotomia
• Anestesia
• Isolamento absoluto
• Abertura coronária com remoção completa da câmara pulpar
• Remoção da polpa coronária com curetas de dentina afiadas – para que não seja preciso ficar mexendo e
lesionando a polpa remanescente radicular
• Descompressão pulpar por 5 minutos
• Irrigação e aspiração com solução fisiológica
• Secagem com bolinhas de algodão absorventes esterilizadas
• Aplicação da medicação corticosteroide/antibiótico (Otosporin), deixando uma bolinha de algodão estéril
embebida com esse medicamento dentro da câmara pulpar
• Selamento duplo com guta-percha e cimento
Pulpotomia
Técnica da Pulpotomia
Após 2 a 7 dias, o selamento e o curativo são removidos, irrigando com solução fisiológica a câmara pulpar e
retirando qualquer coágulo presente.
Sobre o remanescente pulpar, coloca-se uma fina camada de hidróxido de cálcio P.A. com solução fisiológica.
Remove-se o excesso das paredes laterais e sobre essa medicação coloca-se uma fina camada de cimento com
hidróxido de cálcio (Dycal, por exemplo) para proteção.
Pulpotomia
Técnica da Pulpotomia
Realiza-se a restauração provisória com cimento de ionômero de vidro ou cimento de óxido de zinco e eugenol
ou realiza-se a restauração definitiva com resina composta, sempre checando a oclusão.
Em casos onde não e possível realizar esse tratamento em duas sessões, recomenda-se a realização até a etapa
5 previamente proposta e então deixar por 10 a 15 minutos uma bolinha de algodão embebida pela medicação
de corticosteroide/antibiótico sobre o remanescente pulpar. Então segue normalmente a colocação de
hidróxido de cálcio P.A., cimento de hidróxido de cálcio e restauração.
Pulpotomia
Técnica da Pulpotomia
Fonte: https://saberodonto.blogspot.com/2017/12/pulpotomia.html
Apicificação
Conceito
A apicificação consiste no tratamento de dentes com rizogênese incompleta e que estão necrosados.
Para esse tratamento é realizada a indução do fechamento apical com a utilização de pasta de
hidróxido de cálcio durante um longo período de tempo (9-24 meses) para posteriormente realizar o
tratamento endodôntico.
Como desvantagem desse tratamento, as paredes do canal radicular não aumentam de espessura,
tornando-o bastante friável, por consequência a amplitude da câmara pulpar fica bastante aumentada,
dificultando a modelagem do canal quando é realizado o tratamento mecânico.
Apicificação
Conceito
Outro método para realizar a apicificação e que o material obturador não seja extravasado pelo periápice é a
realização de uma barreira artificial, geralmente confeccionada com MTA. Primeiramente o canal é preparo,
então é realizado essa barreira com MTA, obturado e depois realizada a restauração final.
Esse método também não aumenta a espessura das paredes dos canais, porém é realizado praticamente em
duas sessões e uma barreira de tecido duro forma-se abaixo do MTA para complementar o ápice.
Fonte: Holden DT, Schwartz SA, Kirkpatrick TC, Schindler WG. Clinical Outcomes of Artificial
Root-end Barriers with Mineral Trioxide Aggregate in Teeth with Immature Apices. J Endod,
2008.
A) Radiografia Inicial
Caso Clínico
Apicificação
B) Radiografia no final da primeira consulta após colocação de medicação intracanal –
Fonte: Holden DT, Schwartz SA, Kirkpatrick TC, Schindler WG. Clinical Outcomes of Artificial Root-
end Barriers with Mineral Trioxide Aggregate in Teeth with Immature Apices. J Endod, 2008.
hidróxido de cálcio
Caso Clínico
Apicificação
C) Plug de MTA na região periapical colocado na segunda consulta
Fonte: Holden DT, Schwartz SA, Kirkpatrick TC, Schindler WG. Clinical Outcomes of Artificial
Root-end Barriers with Mineral Trioxide Aggregate in Teeth with Immature Apices. J Endod,
2008.
Caso Clínico
Apicificação
D) Radiografia final com restauração finalizada após 1 ano do início do tratamento
Fonte: Holden DT, Schwartz SA, Kirkpatrick TC, Schindler WG. Clinical Outcomes of
Artificial Root-end Barriers with Mineral Trioxide Aggregate in Teeth with Immature
Apices. J Endod, 2008.
Caso Clínico
Apicificação
Revascularização
Conceito
A revascularização pulpar é um tema muito recente e que cada vez mais os dentistas estão tomando
conhecimento para trazer essa possibilidade de tratamento dentro de seu consultório. Ela veio como
alternativa à apicificação pois nota-se o aumento das paredes dos canais radiculares, o fechamento apical e o
reparo na lesão periapical.
Para a revascularização pulpar acontecer de forma correta e favorável é necessário ter um ambiente livre de
bactérias onde os canais radiculares estejam limpos e desinfetados. Além disso se faz necessária a presença de
alguns fatores, como a presença de células-tronco, fatores de crescimento e uma matriz de crescimento.
Revascularização
Conceito
A possibilidade de regeneração de uma polpa necrosada tem sido considerada principalmente em casos de
avulsão de dente permanente com rizogênese incompleta. A vantagem da revascularização pulpar em relação
aos métodos tradicionais de apicificação está no fato de se obter o completo desenvolvimento radicular, com
aumento da espessura das paredes do canal. Consequentemente, a raiz dentária se torna mais resistente à
fratura. A condição de um dente jovem com ápice aberto e raiz curta favorece a invaginação de um novo tecido
para o espaço pulpar. A polpa necrosada, porém não infectada, pode funcionar como uma matriz na qual um
novo tecido poderá se desenvolver.
Conceito
Como medicação intracanal, Hoshino et al avaliaram antibióticos simples e combinados para usar como
medicação intracanal para combater a infecção do sistema dos canais que é composta por diversas bactérias.
Foi observado que a utilização conjunta de três antibióticos (Metronidazol, Ciprofloxacina e Minociclina) foi
bastante eficaz para a remoção de bactérias em camadas profundas da dentina.
Revascularização
Conceito
A polpa está necrosada, mas geralmente não está degenerada e infectada e, dessa forma, irá agir como uma matriz
dentro da qual o novo tecido pode crescer. Foi demonstrado experimentalmente que a porção apical de uma polpa
pode permanecer vital e proliferar coronariamente após o reimplante, substituindo a porção necrosada da polpa.
Revascularização
Conceito
Nos últimos anos, a pesquisa na área da Endodontia regeneradora tem apresentado avanços significativos,
principalmente com relação à importância da desinfecção do canal radicular e da perpetuação desse estado por
meio de um selamento coronário à prova de microinfiltrações. Segundo alguns autores, a revascularização em canais
previamente necrosados e infectados só é possível desde que haja uma eficaz desinfecção. Mesmo na presença de
ápice aberto, a revascularização pulpar necessita de uma adequada e criteriosa desinfecção do espaço pulpar antes
do procedimento regenerador propriamente dito. Essa desinfecção é realizada principalmente por meio de copiosa e
cuidadosa irrigação com solução de hipoclorito de sódio e pela ação de outras substâncias químicas. A ação
mecânica de instrumentos endodônticos é, na maioria das vezes, contraindicada, pois agravaria a fragilidade das
paredes dentinárias.
Revascularização
Conceito
Os procedimentos no campo da Endodontia regeneradora são terapias baseadas em células tronco. Para Diogenes et
al., o grande potencial desses procedimentos depende de uma perfeita interação entre a tríade da bioengenharia:
células-tronco, arcabouços e fatores de crescimento. Portanto, após o protocolo de desinfeção, é fundamental a
sobrevivência das células-tronco, uma vez que elas participam da regeneração tecidual. Esse deve ser um foco
importante em futuros estudos.
Revascularização
Conceito
Outro aspecto crítico que deve ser considerado na seleção de um caso para a terapia de revascularização pulpar
refere-se às dimensões do ápice e ao estágio de desenvolvimento radicular. Quanto menor a abertura apical, menor
será o suprimento sanguíneo para o interior do dente. Dentes com um fluxo sanguíneo restrito provavelmente terão
mais dificuldade em responder ao tratamento, influenciando no prognóstico.
A idade do paciente é outro fator que pode influenciar no prognóstico da revascularização pulpar, a terapia de
revascularização apresenta maior taxa de sucesso, quando realizada em pacientes jovens e saudáveis, entre oito e
dezesseis anos de idade.
Revascularização
Técnica – 1a consulta
• Anestesia
• Isolamento absoluto e limpeza do campo operatório com peróxido de hidrogênio a 3%, hipoclorito de sódio
a 2,5% ou clorexidina a 2%.
• Abertura
• Acesso endodôntico
• Irrigação com abundante com hipoclorito de sódio 2,5%
• Determinação do comprimento de trabalho com uma lima a 1mm do término radicular
• Irrigação dos canais com 20mL de hipoclorito de sódio a 1,5% por 5 minutos em cada canal
• Irrigação com 20mL de soro fisiológico por 5 minutos em cada canal
• Secagem com papel absorvente
• Preenchimento dos canais com pasta antibiótica ou pasta de hidróxido de cálcio com uma lima
• Selamento provisório da cavidade com IRM
Revascularização
Técnica – 2a consulta
A segunda consulta deve ser realizada de 2 a 4 semanas após a primeira consulta e após sinais e sintomas
cessarem.
• Exame clínico prévio para assegurar ausência de sinais e sintomas em palpação, percussão e dor. Caso
verifique-se alguma alteração, deve-se repetir os passos realizados na primeira consulta
• Anestesia local com mepivacaína a 3% sem vasoconstritor
• Isolamento, limpeza e descontaminação do campo operatório
• Acesso ao canal e remoção da medicação intracanal com 30mL de EDTA a 17% por 10 minutos em cada
canal
• Secagem com cones de papel estéreis
Revascularização
Técnica – 2a consulta
• Promover injúria dos tecidos periapicais - 2mm além do forame apical - com instrumento de calibre
pequeno para que ocorra sangramento e formação de coágulo
• Como opção pode-se colocar um material como matriz de crescimento – plasma rico em plaquetas
• Após a formação do coágulo, uma pequena camada de MTA é colocada sobre o coagulo
• Selamento com ionômero de vidro
• Restauração com resina composta
• Acompanhamento clínico e radiográfico
Revascularização
Técnica
A proservação deve ser realizada após 3 e 6 meses e, anualmente, por 4 anos para observar o crescimento
radicular, aumento da espessura das paredes radiculares e o fechamento do forame apical.
Caso nenhuma melhora seja observado durante os acompanhamentos e exames radiográficos, deve-se optar
pela realização da apicificação tradicional nesse dente.
Revascularização – parte 2
Conceito
Apesar de haver relatos na literatura que apontam altas taxas de resolução dos sinais e sintomas clínicos da
doença, o que aumenta o nível de confiança, ainda existem algumas lacunas com relação aos protocolos e
resultados.58,62 Diversos tipos de protocolo de desinfecção têm sido propostos para a revascularização pulpar,
na tentativa de se manter a viabilidade celular. As variações no preparo químico-mecânico, no número de
consultas, na medicação intracanal, além de fatores etiológicos distintos, demonstram a falta de padronização
no protocolo, o que dificulta a avaliação e a comparação dos resultados.
Segundo Diogenes et al.,o fator etiológico da necrose pulpar pode influenciar a taxa de sucesso da
revascularização pulpar. Isto porque a composição e a extensão de biofilmes bacterianos formados a partir de
um trauma associado ou não à fratura radicular podem ser diferentes daqueles biofilmes que se originaram de
uma lesão cariosa ou de uma anomalia de desenvolvimento. Portanto, esse achado sugere protocolos
diferentes para cada tipo de etiologia.
Revascularização – parte 2
Conceito
Outro aspecto crítico que deve ser considerado na seleção de um caso para a terapia de revascularização
pulpar refere-se às dimensões do ápice e ao estágio de desenvolvimento radicular. Quanto menor a abertura
apical, menor será o suprimento sanguíneo para o interior do dente. Dentes com um fluxo sanguíneo restrito
provavelmente terão mais dificuldade em responder ao tratamento, influenciando no prognóstico. Segundo
Kling et al. dentes com diâmetro apical igual a 1,1 mm, ou maior, são os melhores candidatos para os
procedimentos endodônticos regeneradores em dentes necrosados com rizogênese incompleta, pois o ápice
aberto permite a distribuição de células-tronco mesenquimais para dentro do espaço pulpar, assim como a
migração de células do hospedeiro para formar novos tecidos nesse espaço.
A idade do paciente é outro fator que pode influenciar no prognóstico da revascularização pulpar. A terapia de
revascularização apresenta maior taxa de sucesso, quando realizada em pacientes jovens e saudáveis, entre
oito e dezesseis anos de idade.
Revascularização – parte 2
Objetivo do Tratamento
Seleção do Caso
Esclarecimento ao paciente/responsável
• Tratamentos alternativos: apicificação com MTA ou hidróxido de cálcio; nenhum tratamento; exodontia (quando
não aproveitável)
Revascularização – parte 2
Conceito
Após a desinfecção, o canal deve ser preenchido inicialmente com uma pasta à base da associação de
dois ou três antibióticos, a fim de promover a eliminação de microrganismos que sobreviveram à
desinfecção por meio de irrigação-aspiração. Após 4 semanas, constatado o desaparecimento de sinais e
sintomas clínicos de infecção, remove-se a pasta por meio de irrigação e estimula-se um sangramento a
partir dos tecidos perirradiculares apicais para o interior do canal, com o auxílio de uma lima ou uma
sonda endodôntica exploradora. Esse método de tratamento utiliza o coágulo sanguíneo como
substância de preenchimento do canal radicular. O coágulo atua como uma matriz (malha) para o
crescimento de um novo tecido dentro do espaço pulpar, similar à polpa necrosada de um dente
reimplantado após um trauma dental. O selamento coronário deve possuir dupla camada a fim de
assegurar um meio sem penetração microbiana. Em contato com o coágulo, apoia-se uma camada de
MTA e depois coloca-se uma bolinha de algodão estéril umedecida com água destilada e, por último, um
selador temporário com profundidade adequada. Duas semanas após, mantendo-se os sinais e sintomas
clínicos normais, substitui- se o algodão e o selador temporário por uma restauração de resina adesiva
Revascularização – parte 2
A) Selamento duplo: radiograficamente, há formação de barreira de tecido duro, alguns milímetros antes do ápice.
Histologicamente, nesses casos, a barreira é constituída de dentina, há deposição lateral desse tecido e selamento
apical com cemento, restando, todavia, comunicação entre o periodonto e o tecido conjuntivo semelhante à polpa
existente na região apical
Revascularização – parte 2
B) Selamento simples: radiograficamente, há formação de barreira de tecido duro, alguns milímetros
antes do ápice. Histologicamente, nestes casos, a barreira é constituída de cemento, há disposição lateral
desse tecido, e o ápice, inicialmente, permanece aberto, ocorrendo ampla comunicação entre o
periodonto e o tecido conjuntivo existente no interior das paredes radiculares. Com o tempo, o aspecto
radiográfico tende a assemelhar-se ao descrito em A.
C) Calcificação total da porção apical: observa-se o desenvolvimento radicular, porém ocorre a
calcificação maciça da porção terminal da raiz
A) Selamento Duplo
B) Selamento Simples
C) Calcificação total da
porção apical
A) Fechamento em semicírculo: o ápice se calcifica, tomando a forma de semicírculo, porém o canal permanece com
a forma de bacamarte. Histologicamente, o selamento ocorre com cemento ou com tecido osteocementoide.
Radiograficamente, não há comunicação entre o canal e a área perirradicular
B) Calcificação tênue: não há evidência radiográfica do fechamento apical, porém uma delgada barreira cálcica pode
ser comprovada, junto ao ápice, pelo instrumental. Não há mudança na divergência das paredes do canal radicular
Estas duas últimas configurações morfológicas não promovem o alongamento radicular, permanecendo o dente mais
curto do que o seu homólogo. Entretanto, radiograficamente, em alguns casos, os padrões descritos podem não ser
encontrados, apresentando a região apical morfologia atípica.
Revascularização – parte 2
Caso Clínico
Um menino de 10 anos relatou queixa de fratura do dente anterior superior associado a dor leve e espontânea
ocasional nos últimos 4 a 6 meses. No exame clínico, o incisivo central superior direito apresentava uma fratura
coronária complicada e estava dolorido à percussão, sem mobilidade anormal. Observou-se uma fístula na
mucosa jugal em relação ao incisivo central superior direito. O dente não respondeu ao teste de frio e calor. O
exame radiográfico revelou que o dente tinha uma raiz incompleta com um ápice aberto, sem sinais de
quaisquer alterações periapicais. O histórico do paciente revelou que ele havia fraturado o dente após uma
queda em casa há 14 meses e não havia procurado tratamento para o mesmo até agora.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
Fonte: Chandran V, Chacko V, Sivadas G. Management of a Nonvital Young Permanent Tooth by Pulp
Revascularization. Int J of Clin Pediat Dent, 2014.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
Radiografia mostrando ápice aberto e paredes dos canais finas
Caso Clínico
Levando em consideração o desenvolvimento incompleto da raiz e o estado não vital da polpa, optou-se por
tentar a revascularização pulpar. Antes de prosseguir com o tratamento, os riscos e possíveis resultados do
tratamento foram amplamente discutidos com os pais e o consentimento foi obtido.
Foi seguida a técnica descrita por Banchs e Trope. Após administração de anestesia local (lidocaína a 2% com
adrenalina, 1: 200.000) e isolamento com dique de borracha, foi obtido acesso ao espaço pulpar. O canal não
foi instrumentado, mas foi desinfetado por irrigação abundante com hipoclorito de sódio 5,25%, seco com
pontas de papel estéreis e preenchido com uma pasta cremosa de metronidazol, ciprofloxacino e minociclina
misturada na proporção de 1: 1: 1 em propilenoglicol. A cavidade de acesso foi então selada com CIV
modificado com resina.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
Quando o paciente retornou após 4 semanas, o trato sinusal havia cicatrizado. Após administração de
anestesia local (lidocaína 2% com adrenalina, 1: 200.000), a pasta antibiótica foi removida por irrigação com
solução salina e hipoclorito 5,25%. O sangramento foi induzido no canal pela estimulação do tecido além do
ápice usando uma lima endodôntica estéril.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
Formação do coágulo sanguíneo
Fonte: Chandran V, Chacko V, Sivadas G. Management of a Nonvital Young Permanent Tooth by Pulp
Revascularization. Int J of Clin Pediat Dent, 2014.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
Foi aguardado aproximadamente 15 minutos, para permitir que o coágulo sanguíneo atingisse um nível
próximo à junção amelocementária , o MTA branco (Angelus) foi misturado e colocado sobre o coágulo. Uma
bolinha de algodão úmido foi colocado sobre o MTA e o acesso foi selado com ionômero de vidro modificado
por resina. Após 2 dias, a bolinha de algodão foi removida e o dente restaurado com CIV e resina composta.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
Colocação de MTA
Fonte: Chandran V, Chacko V, Sivadas G. Management of a Nonvital Young Permanent Tooth by Pulp
Revascularization. Int J of Clin Pediat Dent, 2014.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
O paciente foi solicitado a relatar para avaliações de acompanhamento em intervalos de 3 meses. Clinicamente,
o dente permaneceu assintomático, com resposta normal à percussão, profundidade de sondagem periodontal
normal e sem mobilidade anormal ao final de 3, 6 e 12 meses. No entanto, o dente não respondeu ao teste de
frio e calor. O exame radiográfico revelou estruturas perirradiculares normais com sinais de aumento do
comprimento da raiz e espessamento da parede da raiz.
Caso Clínico - Revascularização
Caso Clínico
Radiografia após 6 meses mostrando sinais de desenvolvimento radicular
Caso Clínico
Radiografia após 1 ano, mostrando o aumento do comprimento da raiz, da espessura da parede dentinária e
desenvolvimento da raiz apical
Caso Clínico
Após 1 ano, embora o dente não respondesse ao teste térmico, haviam sinais definidos de desenvolvimento da
raiz apical com estreitamento do canal e espessamento das paredes laterias na apical.
Obrigada!
Caso Clínico – Revascularização – parte II
Caso Clínico 01
Caso clínico de um incisivo central superior. A) Tomografia computadorizada inicial B) Controle de 10 meses
Fonte: Chandran V, Chacko V, Sivadas G. Management of a Nonvital Young Permanent Tooth by Pulp Revascularization. Int J of Clin Pediat Dent, 2014.
Caso Clínico – Revascularização – parte II
Caso Clínico 02
A) Radiografia pré-operatória mostrando dente imaturo com lesão perirradicular depois de luxação severa 6 meses
antes. B) Radiografia de acompanhamento 4 meses depois do tratamento que incluiu aplicação da mistura de
ciprofloxacin, metronidazol e minociclina. C) 24 meses de acompanhamento revelando formação radicular
continuada tanto em comprimento quanto em espessura.
Fonte: Chandran V, Chacko V, Sivadas G. Management of a Nonvital Young Permanent Tooth by Pulp Revascularization. Int J of Clin Pediat Dent, 2014.
Caso Clínico – Revascularização – parte II
Caso Clínico 03
Revascularization of immature permanent teeth with necrotic pulp by using platelet-rich plasma: case report
Aldakak M, Rekab MS, Shaar MBA, Alzoman HA
EDJ, 2013
Paciente do sexo masculino de 14 anos com lesão traumática nos dois incisivos centrais superiores. Em exame
clínico mostrou exposição pulpar e tecido necrótico, enquanto no exame radiográfico mostrou raízes com
ápices abertos.
Ambos os dentes foram abertos e irrigados com hipoclorito de sódio a 5,25% e secos com pontas de papel. A
pasta antibiótica foi colocada dentro do canal e após três semanas foi removido e irrigado com solução salina.
O plasma rico em plaquetas (PRP) foi introduzido nos dois canais até a junção cemento-esmalte e um plug de
MTA colocado sobre o gel de PRP e realizado uma restauração provisória. Após uma semana, sem sinais e
sintomas presentes, o dente foi restaurado definitivamente.
Caso Clínico – Revascularização – parte II
Caso Clínico 03
Radiografia Inicial
Caso Clínico 03
Preparação do PRP
Caso Clínico 03
Radiografia após a aplicação de MTA em cima do PRP
Caso Clínico 03
Radiografia após 06 meses
Perfurações
As perfurações endodônticas podem ser causadas por instrumentos rotatórios ou manuais que relacionam o
endodonto com o tecidos de suporte dentários.
Acesso à cavidade, localização de canais, preparo mecânico, preparo para núcleos, desobturação de canais e
remoção de corpos estranhos são os principais causas da perfuração, além de processos degenerativos como
as reabsorções internas e externas, já abordadas no capítulo anterior.
Perfurações
O reparo da lesão perfurada não ocorre se bactérias dos canais radiculares ou bactérias dos tecidos
periodontais contaminam a região, desencadeando uma reação inflamatória que leva a perda do suporte
dentário e perdas dentárias. Isso pode gerar dor, abscessos, fístulas e reabsorção óssea.
Além disso, com a progressão da inflamação e destruição da área da perfuração, podem ocorrer a formação de
bolsas periodontais e cistos (Bramante et al., 2003).
O prognóstico favorável das perfurações depende de fatores como tamanho e localização da comunicação,
facilidade de acesso à perfuração, ausência de comunicação periodontal, tempo entre a ocorrência e seu
fechamento, material utilizado e a não contaminação por agentes microbianos.
Perfurações
Perfurações
Uma barreira mecânica deve ser realizada na região da perfuração com materiais biocompatóveis e de fácil
manipulação para que promovam a osteogênese e cementogênese. Esses materiais podem ser hidróxido de
cálcio, MTA, osso liofilizado, entre outros.
O hidróxido de cálcio tornou-se uma boa opção para ser usado como matriz, prevenindo extravasamento de
materiais e melhorando o selamento do ionômero de vidro, por exemplo, se este é utilizando para fechar a
perfuração. Estudos também mostraram que é uma ótima opção pois induz a formação de tecidos.
Perfurações
Caso Clínico 01
Molar com perfuração no assoalho da furca, já indicado para extração, mas que foi salvo realizando o
retratamento e fechando a perfuração com hidróxido de cálcio.
Como opção de tratamento, a porção envolvida da furca foi curetada e o hidróxido de cálcio P.A. foi colocado
em toda a região, com o selamento de um material obturador.
Pode-se observar a formação de tecido mineralizado, fechando a região da perfuração.
Perfurações
Caso Clínico 01
Radiografia Inicial
Fonte: http://www.endodontiaclinica.odo.br/mta-ou-hidroxido-de-calcio-final/
Perfurações
Caso Clínico 01
Fonte: http://www.endodontiaclinica.odo.br/mta-ou-hidroxido-de-calcio-final/
Perfurações
Caso Clínico 01
Após a obturação dos canais, selamento da perfuração com hidróxido de cálcio, material obturador e guta
percha. Desobturação do canal distal para colocação de pino intracanal
Fonte: http://www.endodontiaclinica.odo.br/mta-ou-hidroxido-de-calcio-final/
Perfurações
Caso Clínico 01
Fonte: http://www.endodontiaclinica.odo.br/mta-ou-hidroxido-de-calcio-final/
Para Relembrar
Relembrando
Para relembrarmos de forma rápida e fácil, esse esquema relata as medicações intracanais que devem ser
utilizadas em casos de biopulpectomia e necropulpectomia.
A primeira opção é quando somente a abertura é realizada, sem a instrumentação completa dos canais
(tratamento incompleto); e a segunda opção é quando a abertura e instrumentação são realizadas, porém a
obturação não foi feita na mesma sessão (tratamento completo).
Para Relembrar
Relembrando
Biopulpectomia
Relembrando
Necropulpectomia
Relembrando
Somente o dentista que está realizando o tratamento endodôntico deve decidir qual a melhor maneira de
finalizar um caso, se em sessão única ou múltiplas sessões, pois isso depende de vários fatores envolvidos e ele
é o responsável por resolver o caso da melhor forma possível.