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Meio título
Folha de rosto
Pá gina de direitos autorais
Autor
Conteú do
Dedicaçã o
Oraçã o Preparató ria
PREPARAÇÃ O PARA A MORTE
I. Retrato de um homem que recentemente passou para o outro mundo
II. Com a morte tudo acaba
III. A brevidade da vida
4. Certeza da Morte
V. Incerteza da Hora da Morte
VI. Morte de um pecador
VII. Sentimentos de um cristã o negligente moribundo, que pensou
pouco na morte
VIII. A morte do justo
IX. Paz dos justos na hora da morte
X. Meios de Preparaçã o para a Morte
XI. Sobre a vida infeliz do pecador e a vida feliz daquele que ama a Deus
XII. Sobre o há bito do pecado
XIII. As ilusõ es que o diabo sugere à s mentes dos pecadores
XIV. Sobre o Julgamento Particular
XV. Sobre o julgamento geral
XVI. Nas dores do inferno
XVII. Na eternidade do inferno
XVIII. O remorso dos condenados
XIX. Sobre perseverança
Contracapa
UMA COLEÇÃ O DE ARTE CLÁ SSICA
CONFISSÃ O SUA PRÁTICA FRUTA
Capa
Metade da pá gina de título
Folha de rosto
Pá gina de direitos autorais
Conteú do
1. As Bênçã os da Confissã o
2. As cinco coisas necessá rias para uma boa confissã o
Exame de Consciência
Falsas consciências e seus remédios
A consciência frouxa
A Consciência Escrupulosa
A consciência duvidosa
Como fazer um bom exame de consciência.
Contriçã o
As qualidades da contriçã o
Contriçã o Interior
Contriçã o Sobrenatural
Contriçã o Perfeita e Imperfeita
Contriçã o Universal
Contriçã o Soberana
Recaídas em pecados anteriores.
Objetivo da Alteraçã o
Ocasiõ es de pecado
A finalidade da alteraçã o deve ser específica.
Confissã o e absolviçã o
A confissã o dos pecados
Qualidades de uma boa confissã o
Confissã o dos pecados veniais
Confissõ es sacrílegas
Confissã o Geral
Confissã o frequente
A Absolviçã o do Sacerdote.
Satisfaçã o
A Penitência Sacramental
Penitências Voluntá rias
Indulgências.
3. Como fazer uma boa confissã o
O exame de consciência
Oraçã o inicial
Pontos para o Exame de Consciência
Os dez mandamentos de Deus
Os Seis Preceitos da Igreja
Os sete pecados capitais
Deveres de estados particulares de vida
Obras de Misericó rdia Corporais e Espirituais.
Consideraçõ es para excitar a contriçã o
A enormidade do pecado
Benefícios de Deus para mim
O Amor de Jesus Cristo.
Oraçõ es antes da confissã o
Ato de Contriçã o e Propó sito da Alteraçã o
Oraçã o antes de um crucifixo
Oraçã o de Santa Gertrudes
Um Ato de Contriçã o Curto e Eficaz.
Um método fá cil de ir à confissã o
Oraçõ es apó s a confissã o
Salmo 102
Oraçã o de açã o de graças
Oraçã o antes de realizar a penitência sacramental.
Contracapa
Clá ssicos do bronzeado
Torne-se um missioná rio Tan!
Compartilhe a fé com livros Tan!
Livros bronzeados
N. Cartã o. Wiseman
1 de maio de 1867
Imprimatur:
TAN Books
www.TANBooks.com
1982
ESCRITURA DE SUA SANTIDADE PIO IX (Traduçã o)
“SANTÍSSIMO PAI,
“O Bispo de Southwark, na Inglaterra, ao apresentar a Vossa
Santidade como os Padres Redentoristas tiveram o consolo de ver um
imenso bom resultado da condescendência com que Vossa Santidade se
agradou de louvar o Alemão ediçã o das obras de Santo Afonso,
humildemente pede autorizaçã o para abençoar, em nome de Vossa
Santidade, a traduçã o já iniciada, e em parte publicada, das obras pias
de Santo Afonso em Inglês."
“ Em audiência com Sua Santidade no dia 13 de novembro de 1853,
nosso Santíssimo Senhor, pela Divina Providência, o Papa Pio IX, a
pedido de mim, abaixo assinado, Secretá rio da Sagrada Congregaçã o
para a Propagaçã o da Fé, foi graciosamente satisfeito deferir a petiçã o
acima; cobrando, no entanto, a consciência do peticioná rio pela
fidelidade na traduçã o.
“Dado em Roma, do Palá cio da Sagrada Congregaçã o, no dia e no
ano acima.
“Grá tis, etc. &c.
-UMA. B ARNABO , Secretá rio.”
Conteúdo
Objeto do Trabalho
I. Retrato de um homem que recentemente passou para o outro mundo
II. Com a morte tudo acaba
III. A brevidade da vida
4. Certeza da Morte
V. Incerteza da Hora da Morte
VI. Morte de um pecador
VII. Sentimentos de um cristã o negligente moribundo, que pensou
pouco na morte
VIII. A morte do justo
IX. Paz dos justos na hora da morte
X. Meios de Preparaçã o para a Morte
XI. Sobre a vida infeliz do pecador e a vida feliz daquele que ama a Deus
XII. Sobre o há bito do pecado
XIII. As ilusõ es que o diabo sugere à s mentes dos pecadores
XIV. Sobre o Julgamento Particular
XV. Sobre o julgamento geral
XVI. Nas dores do inferno
XVII. Na eternidade do inferno
XVIII. O remorso dos condenados
XIX. Sobre perseverança
Uma coleção de obras de arte clássicas
CONFISSÃO SUA PRÁTICA FRUTA
1. As Bênçãos da Confissão
2. As cinco coisas necessárias para uma boa confissão
Exame de Consciência
falsas consciências e seus remédios — A consciência relaxada — A
consciência escrupulosa — A consciência duvidosa — Como fazer
um bom exame de consciência.
Contriçã o
As qualidades da contriçã o - Contriçã o interior - Contriçã o
sobrenatural - Contriçã o perfeita e imperfeita - Contriçã o universal -
Contriçã o soberana - Recaídas em pecados anteriores.
Objetivo da Alteraçã o
Ocasiõ es de Pecado — O Propó sito da Alteraçã o Deve Ser Específico.
Confissã o e absolviçã o
A Confissã o dos Pecados — Qualidades de uma Boa Confissã o —
Confissã o dos Pecados Veniais — Confissõ es Sacrilégios — Confissã o
Geral — Confissã o Frequente — A Absolviçã o do Sacerdote.
Satisfaçã o
A Penitência Sacramental – Penitências Voluntá rias – Indulgências.
3. Como fazer uma boa confissão
O exame de consciência
Oraçã o Inicial — Pontos para o Exame de Consciência — Os Dez
Mandamentos de Deus — Os Seis Preceitos da Igreja — Os Sete
Pecados Capitais — Deveres de Estados Particulares de Vida —
Obras de Misericó rdia Corporais e Espirituais.
Consideraçõ es para excitar a contriçã o
A enormidade do pecado — os benefícios de Deus para mim — o
amor de Jesus Cristo.
Oraçõ es antes da confissã o
Ato de Contriçã o e Propó sito de Emenda — Oraçã o diante de um
Crucifixo — Oraçã o de Santa Gertrudes — Um Breve e Eficaz Ato de
Contriçã o.
Um método fá cil de ir à confissã o
Oraçõ es apó s a confissã o
Salmo 102 – Oraçã o de Açã o de Graças – Oraçã o antes da Penitência
Sacramental.
PARA
MARY,
IMACULADA E SEMPRE VIRGEM,
MÃ E DA MISERICÓ RDIA:
PORTA DO PARAÍSO:
ABRIGO DA SALVAÇÃ O:
DOS ABANDONADOS:
E ALEGRIA DO MUNDO,
SUA AFETIVA E AMOROSA,
C
neles o fogo do Teu amor.
V. Envia Teu Espírito, e eles serã o criados;
Rezemos.
Ó Deus, que ensinaste os coraçõ es de Teu povo fiel, enviando-lhes a
luz do Teu Espírito Santo, concede-nos pelo mesmo Espírito ter um
julgamento correto em todas as coisas, e sempre nos regozijarmos em
Seu santo consolo. Por Cristo nosso Senhor. Um homem
PREPARAÇÃO PARA A MORTE
Objeto do trabalho: Necessário ser lido
Algumas pessoas desejavam de mim um livro de consideraçõ es
sobre as verdades eternas para as almas que desejam estabelecer-se
mais firmemente e progredir na vida espiritual; outras exigiram de mim
uma coleçã o de assuntos adaptados para missõ es e exercícios
espirituais. Para nã o multiplicar livros, trabalho e despesas, decidi
escrever o presente trabalho de acordo com o seguinte método, para
que possa servir a ambos os propó sitos. Para torná -lo ú til à meditaçã o
para aqueles que vivem no mundo, dividi essas consideraçõ es em três
pontos. Cada ponto formará uma meditaçã o; e depois de cada ponto,
portanto, acrescentei afeiçõ es e oraçõ es. Peço ao leitor que nã o se
canse, se nestas oraçõ es ele sempre encontra petiçõ es pela graça da
perseverança e pelo amor de Deus, pois estas sã o as duas graças mais
necessá rias para obter a salvaçã o eterna. “A graça do amor divino é
aquela graça”, diz Sã o Francisco de Sales, “que contém em si toda graça,
porque a virtude da caridade para com Deus traz consigo todas as
outras virtudes”. “Todas as coisas boas vieram para mim junto com ela.”
( Sab. 7:11). Quem ama a Deus é humilde, casto, obediente, mortificado
e, enfim, possui todas as virtudes. Santo Agostinho diz: “Ame a Deus e
faça o que quiser;” sim, porque quem ama a Deus procurará evitar tudo
o que Lhe desagrada e procurará apenas agradá -lo em todas as coisas.
A outra graça, da perseverança, é aquela que nos permite obter a
vida eterna. Sã o Bernardo diz, “que o cé u é prometido para aqueles que
começam uma boa vida; mas só é dado à queles que perseveram.” 1 Mas
esta perseverança, segundo os santos Padres, é dada apenas a quem a
pede. Por isso, Sã o Tomá s afirma que “para entrar no cé u, é necessá rio
que um homem depois do batismo reze continuamente”. 2 E nosso
Salvador já havia dito: “Devemos orar sempre e nã o desmaiar”. ( Lucas
18:1). Negligenciando isso, muitos pecadores miseráveis, depois de
receberem o perdã o, nã o continuam na graça de Deus; sã o dados, mas
porque se omitem de pedir a Deus a graça da perseverança,
especialmente na hora da tentaçã o, voltam a cair. Por outro lado,
embora a graça da perseverança seja inteiramente gratuita e nã o possa
ser merecida por nenhuma boa obra nossa, Pe. Suá rez declara, no
entanto, que ela é infalivelmente obtida pela oraçã o; Santo Agostinho já
tendo dito “que o dom da perseverança pode ser merecido pela sú plica,
isto é , pode ser obtido pela oraçã o”. 3 Provaremos longamente esta
necessidade de oraçã o em outro pequeno trabalho, que já está no prelo,
e em breve será publicado, intitulado Sobre a oração, como grande meio,
etc. * — um trabalho que, embora curto e, portanto, nã o caro, me
custou muito trabalho, e considero muito ú til para todo tipo de pessoa:
digo, alé m disso, sem hesitaçã o, que entre em todos os tratados
espirituais nã o há , nem pode haver, um que seja mais ú til ou mais
necessá rio do que este sobre a oraçã o como meio para obter a salvaçã o
eterna.
Para que as presentes Consideraçõ es possam ser ú teis também aos
sacerdotes que têm poucos livros, ou que nã o têm tempo para ler,
acrescentei textos da Escritura e passagens dos santos Padres; curtos
de fato, mas fortes - como deveriam ser para sermõ es. Devo observar
que cada consideraçã o, com os três pontos, forma um sermã o. Para isso
tenho Retrato de um homem que faleceu recentemente esforcei-me para
coletar de vá rios autores sentimentos tã o marcantes que me pareceram
mais calculados para tocar o coraçã o; e eu inseri vá rios desses em
resumo, para que o leitor possa selecionar aqueles que o agradam e
ampliar sobre eles depois a seu prazer. Que tudo redunde para a gló ria
de Deus! Rogo aos meus leitores que me recomendem a Jesus Cristo,
esteja eu morto ou vivo, quando lerem este livro; e prometo fazer o
mesmo por todos aqueles que me fizerem esta caridade. Viva Jesus
nosso amor, e Maria nossa esperança.
* No v. Virtudes Cristãs da presente traduçã o.—Editor
CONSIDERAÇÃO I
Retrato de um homem que recentemente passou para o
outro mundo
PRIMEIRO PONTO _ _
Considera que és pó , e ao pó voltará s. Chegará o dia em que você
morrerá e apodrecerá em uma sepultura, onde “vermes serã o sua
cobertura”. ( Isaías 14:11). O mesmo destino aguarda todos, altos e
baixos, o príncipe e o camponês. Assim que a alma deixar o corpo, com
o ú ltimo suspiro ela irá para a eternidade, e o corpo voltará ao pó . “Tu
lhes tirará s o fô lego, e eles voltarã o ao pó”. ( Salmos 103:29). Imagine
uma pessoa que expirou recentemente. Eis aquele cadáver deitado na
cama, a cabeça caída sobre o peito, os cabelos desordenados e
banhados no suor da morte, os olhos fundos, as bochechas encovadas, o
rosto de um tom acinzentado, a língua e os lá bios cor de chumbo , o
corpo frio e pesado. Os observadores empalidecem e estremecem.
Quantos, ao ver um pai ou amigo falecido, mudaram de vida e deixaram
o mundo! Mas ainda mais horrível é quando o corpo começa a se
decompor. Vinte e quatro horas nã o se passaram desde a morte daquele
jovem, e um odor desagradável já é perceptível. As janelas devem ser
abertas, e incenso deve ser queimado, e apressar-se a transferir o corpo
para a igreja e enterrá -lo, para que toda a casa nã o seja infectada. “E se”,
diz um autor, “esse corpo pertenceu a um dos grandes ou dos ricos da
terra, ele apenas emitirá um fedor mais intolerável”.
Eis que veio aquele homem orgulhoso, aquele homem voluptuoso!
O favorito, o desejado da sociedade, torna-se agora o horror e a
abominaçã o de todos os que o contemplam. Seus parentes apressam-se
a removê-lo da casa, e as pessoas sã o contratadas para levá -lo embora,
para que, encerrado em um caixã o, possam lançá -lo em uma cova.
Antigamente ele era famoso por seus talentos, sua elegâ ncia, suas
maneiras graciosas e sua inteligência; mas tã o logo ele está morto, ele é
esquecido. “Sua memó ria pereceu com um barulho.” ( Salmos 9:7). Ao
ouvir a notícia de sua morte, alguns dizem que ele foi uma honra para
sua família; outros, ele proveu bem para sua família; outros se afligem
porque os falecidos lhes prestaram algum serviço; alguns se alegram
porque sua morte lhes traz alguma vantagem. No entanto, em pouco
tempo ninguém mais o nomeará ; e mesmo desde o início seus amigos
mais queridos nã o o ouvirã o ser mencionado, para que sua dor nã o seja
renovada. Nas visitas de condolências se fala de outras coisas; e se
alguém por acaso se referir ao falecido, os parentes exclamam: “Por
misericó rdia, nunca o nomeie para mim.”
Considere que, como você fez com a morte de seus amigos e
parentes, outros farã o por você. Os vivos aparecem no palco para
ocupar a riqueza e os lugares dos mortos, e dos mortos pouca ou
nenhuma estima ou mençã o é feita. A princípio as relaçõ es ficam aflitas
por alguns dias; mas eles rapidamente se consolam com a parte da
propriedade que lhes cabe, para que em pouco tempo se regozijem com
sua morte, e naquele mesmo quarto onde você respirou sua alma e foi
julgado por Jesus Cristo, eles vai dançar, comer, brincar e rir, como
antes. E sua alma, onde estará entã o?
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó Jesus, meu Redentor, eu te rendo graças por nã o ter me tirado
desta vida enquanto eu era teu inimigo. Quantos anos se passaram
desde que eu merecia estar no Inferno! Se eu tivesse morrido em tal
dia, ou em tal noite, o que teria sido de mim por toda a eternidade? Meu
Deus, eu te retribuo graças. Aceito a morte como uma satisfaçã o pelos
meus pecados, e aceito-a da maneira que possa agradar-Te enviá -la a
mim; mas desde que me esperaste até agora, oh, espera por mim ainda
um pouco mais. “Deixe-me, portanto, que eu possa lamentar um pouco
minha tristeza.” ( Trabalho 10:20). Dê-me tempo para chorar sobre
minhas ofensas contra Ti, antes que Tu venhas me julgar.
Nã o resistirei mais aos Teus chamados. Quem sabe se estas palavras
que acabei de ler nã o sã o o Teu ú ltimo chamado para mim? Reconheço
que nã o mereço misericó rdia: Tu me perdoaste tantas vezes, e eu
novamente te ofendi ingrata. “Um coraçã o contrito e humilde, ó Deus,
nã o desprezará s.” ( Salmos 4:19). Ah, Senhor, já que nã o podes
desprezar um coraçã o humilde e penitente, eis o traidor que,
humilhado e arrependido, recorre a ti. “Nã o me lances longe da tua
face.” ( Salmos 1:13). Tu disseste: “Aquele que vem a mim, nã o o lançarei
fora”. ( João 6:37). É verdade que te ofendi mais do que os outros,
porque fui favorecido mais do que os outros com luz e graça; mas o
Sangue que derramaste por mim me dá coragem e me oferece perdã o
se eu me arrepender. Sim, ó meu Soberano Bem, eu me arrependo de
toda a minha alma por ter te insultado. Perdoe-me e dê-me a graça de
Te amar para o futuro. Já Te ofendi por muito tempo. Quanto ao resto da
minha vida, nã o, meu Jesus, nã o a gastarei ofendendo-te; Vou gastá -lo
todo chorando pelo desgosto que Vos dei, e Vos amando com todo meu
coraçã o, ó Deus, digno de amor infinito. Ó Maria, minha esperança,
rogai a Jesus por mim.
SEGUNDO PONTO _ _
Mas, para que você possa ver mais claramente o que você é, ó alma
cristã , diz Sã o Joã o Crisó stomo, “vá para um sepulcro; contemple
poeira, cinzas, vermes – e suspire!” Veja como aquele cadáver primeiro
se torna amarelo e depois preto. Depois, todo o corpo é coberto com um
mofo branco e repugnante. Entã o sai um lodo pegajoso e fétido, que flui
para a terra. Nessa corrupçã o é gerada uma multidã o de vermes, que se
alimentam da carne. Os ratos se deleitam com o corpo; alguns do lado
de fora, outros entram na boca e intestinos. As bochechas, os lá bios e os
cabelos caem em pedaços; as costelas sã o expostas primeiro, depois os
braços e as pernas. Os vermes, depois de terem consumido toda a
carne, devoram-se uns aos outros; e por fim nada resta daquele corpo
senã o um esqueleto fétido, que com o tempo se desfaz em pedaços; os
ossos se separam e a cabeça cai do tronco. “Tornaram-se como a palha
da eira de um verã o, e foram levados pelo vento.” ( Dan. 2:35). Veja,
entã o, o que é o homem – um pouco de poeira no chã o do celeiro, que é
levada pelo vento.
Veja aquele nobre, que foi chamado a vida e a alma da sociedade -
onde ele está ? Entre em seu quarto; ele nã o está lá . Se você procura a
cama dele, ela pertence a outros; se por suas roupas, ou seus braços,
outros já as tomaram e as dividiram entre si. Se você quiser vê-lo, vá
para aquela sepultura, onde ele é transformado em corrupçã o e ossos
sem carne. Ó Deus, aquele corpo, alimentado com tantas iguarias,
vestido com tanta pompa, servido por tantos atendentes - a que agora
está reduzido! Ó santos, vó s sabestes mortificar vossos corpos pelo
amor daquele Deus que somente vó s amais nesta terra; e agora seus
ossos sã o preservados e valorizados como relíquias sagradas em
santuá rios de ouro, e suas belas almas estã o no gozo de Deus, na
expectativa do ú ltimo dia, no qual seus corpos também serã o feitos
companheiros na gló ria como foram participantes da Cruz nesta vida.
Este é o verdadeiro amor ao corpo, carregá -lo de mortificaçõ es aqui,
para que seja feliz na eternidade; e negar-lhe os prazeres que a
tornarã o infeliz na eternidade.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Veja, entã o, ó meu Deus, a que meu corpo será reduzido – aquele
corpo que tanto Te ofendeu! – a vermes e podridã o. Mas isso nã o me
aflige, ó meu Senhor; pelo contrá rio, regozijo-me porque esta minha
carne, que me fez perder a Ti, meu Soberano Bem, apodrecerá e será
destruída; o que me aflige é que por causa de prazeres miseráveis eu
tanto Te desagrado. Mas nã o vou desconfiar de Tua misericó rdia. Tu me
esperaste, para me perdoares. “Por isso o Senhor espera, para ter
misericó rdia de vó s.” ( Isaías 30:18). E Tu me perdoará s se eu me
arrepender. Sim, arrependo-me de todo o coraçã o, ó Infinita Bondade,
de Vos ter desprezado. Direi a Ti, com Santa Catarina de Gênova: “Meu
Jesus, chega de pecados, chega de pecados”. Nã o, nã o vou mais abusar
da Tua paciência. Nem, ó meu amor crucificado, esperarei para te
abraçar até que sejas colocado por meu confessor em minhas mã os na
hora da morte: a partir deste momento eu te abraço, a partir deste
momento eu recomendo minha alma a ti. Minha alma esteve tantos
anos no mundo sem Te amar; dá -me luz e força para que eu possa Te
amar durante o resto de minha vida. Nã o esperarei até a hora da morte
para Te amar; a partir deste momento eu Te amo, eu Te abraço, eu me
uno a Ti, e prometo nunca mais te deixar. Ó Virgem santíssima, liga-me
a Jesus Cristo; e obtém para mim que eu nunca mais O perca!
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Eis-me, ó meu Deus; Eu sou aquela á rvore que por tantos anos
mereceu ouvir estas palavras: “Derrube-a; por que atrapalha o solo?” (
Lucas 13:7). Sim, porque durante todos os anos em que estive no
mundo nã o produzi nenhum outro fruto além das sarças e espinhos do
pecado. Mas, ó Senhor, Tu nã o me deixará s desesperar. Tu disseste a
todos que quem Te busca encontra a Ti: “Buscai e achareis”. Eu Te
busco, ó meu Deus, e desejo Tua graça. Sofro de todo o coraçã o por
todas as ofensas que cometi contra Ti, e gostaria de poder morrer de
tristeza por elas. Até agora eu fugi de Ti; mas valorizo mais a tua
amizade do que a posse de todos os reinos da terra. Nã o resistirei mais
aos Teus chamados. Tu queres-me todo Teu; Eu me entrego totalmente
a Ti, sem qualquer reserva. Tu te entregaste inteiramente a mim na
Cruz; Eu me entrego inteiramente a Ti.
Tu disseste: “Se você me pedir alguma coisa em meu nome, eu farei”.
( João 14:14). Meu Jesus, confiando nesta grande promessa, em Teu
Nome e por Teus méritos, peço Tua graça e Teu amor. Que Tua graça e
Teu santo amor abundem em minha alma, onde o pecado abundou, eu
Te retribuo graças por ter me dado graça para fazer esta petiçã o; uma
vez que é inspirado por Ti, é um sinal de que Tu me ouvirá s. Ouvi-me
favoravelmente, meu Jesus; dá -me um grande amor por Ti, dá -me um
grande desejo de Te agradar, e a graça de realizar este desejo. Ó minha
poderosa advogada Maria, ouça-me também; ore a Jesus por mim.
CONSIDERAÇÃO II
Com a morte tudo acaba
A FETOS E ORAÇÕ ES
Meu Senhor, já que me deste luz para saber que o que o mundo
estima é mero vapor e loucura, dá -me forças para me desapegar dele
antes que a morte me separe. Infeliz que fui, quantas vezes Te ofendi e
Te perdi, o Bem Infinito, pelos miseráveis prazeres e posses desta terra!
Ó meu Jesus, ó meu Médico Celestial, lance Teus olhos sobre minha
pobre alma, veja as muitas feridas que me infligi por meus pecados, e
tenha piedade de mim. Eu sei que Tu podes e me curas; mas para ser
curado Tu desejas que eu me arrependa das injú rias que te fiz. Sim, eu
me arrependo deles de todo o meu coraçã o: cure-me, entã o, agora que
Tu podes me curar. “Cura a minha alma, pois pequei contra ti”. ( Salmos
40:5). Eu esqueci de Ti, mas Tu nã o me esqueceste; e agora Tu me fazes
sentir que também esquecerá s minhas ofensas passadas contra Ti, se
eu as detesto. “Mas se os ímpios fizerem penitência, nã o me lembrarei
de todas as suas iniqü idades.” ( Ez. 18:21). Eis que agora eu os detesto e
abomino acima de todo mal; esquece, entã o, ó meu Redentor, toda a dor
que te causei. No futuro, perderei tudo, até a pró pria vida, em vez da
Tua graça. E de que me servem todos os bens deste mundo sem a Tua
graça?
Ah, me ajude; pois Tu sabes quã o fraco eu sou! O inferno nã o
deixará de me tentar; já me prepara mil assaltos, para me fazer mais
uma vez seu escravo. Nã o, meu Jesus, nã o me abandones. Deste dia em
diante serei escravo do Teu amor. Tu és meu ú nico Senhor, Tu me
criaste, Tu me redimiste, Tu me amaste acima de todos os outros; Só tu
mereces ser amado, só a ti amarei.
SEGUNDO PONTO _ _
Filipe II, rei da Espanha, estando perto de seu fim, mandou buscar
seu filho; e jogando fora o manto real, mostrou-lhe o peito roído pelos
vermes, e entã o lhe disse: “Príncipe, eis como morremos e como
terminam todas as grandezas deste mundo!” Foi bem dito por
Teodoreto que “a morte nã o teme nem riquezas, nem guardas, nem a
pú rpura”; e que “podridã o e corrupçã o fluem dos corpos dos príncipes,
bem como dos vassalos”. De modo que todo aquele que morre, mesmo
sendo um príncipe, nada leva consigo para o tú mulo; toda a sua gló ria
permanece na cama em que ele expira: “Pois quando ele morrer, ele nã o
levará nada, nem sua gló ria descerá com ele”. ( Salmos 48:18). Santo
Antonino relata que, quando Alexandre, o Grande, estava morto, um
certo filó sofo exclamou: “Eis que aquele que ontem pisoteou a terra
agora está coberto pela terra. Ontem o mundo inteiro nã o era suficiente
para ele, e agora sete palmos dele sã o suficientes. Ontem ele liderou
seus exércitos sobre a terra, e agora ele é transportado por alguns
carregadores sob ela.” Mas, antes, ouçamos o que Deus diz: “Por que a
terra e as cinzas se orgulham?” ( Eclus. 10:9). Homem, nã o vês que és pó
e cinza? De que você se orgulha? Por que você desperdiça seus
pensamentos e anos em se engrandecer neste mundo? A morte virá , e
entã o toda a sua grandeza e todos os seus projetos terminarã o:
“Naquele dia todos os seus pensamentos perecerã o”. ( Salmos 145:4).
Oh, quã o mais feliz foi a morte de Sã o Paulo, o Eremita, que viveu
sessenta anos encerrado em uma caverna, do que a de Nero, que viveu
imperador de Roma! Quã o mais feliz foi a morte de Sã o Félix, irmã o
leigo capuchinho, do que a de Henrique VIII, que viveu em esplendor
régio, mas inimigo de Deus! Devemos refletir, porém, que para obter tal
morte os santos deixaram todas as coisas—país, prazeres, as
esperanças que o mundo lhes oferecia—e abraçaram uma vida pobre e
desprezada. Sepultaram-se vivos nesta terra, para nã o serem
enterrados no inferno quando mortos. Mas como podem os mundanos,
vivendo em pecado, entre prazeres terrenos e ocasiõ es perigosas, como
podem esperar uma morte feliz? Deus avisa os pecadores que na morte
eles O buscarã o e nã o O encontrarã o: “Vocês me buscarã o e nã o me
acharã o”. ( João 7:34). Ele diz que entã o será a hora da vingança, nã o da
misericó rdia: “Eu os recompensarei no devido tempo”. ( Deut. 32:15). A
razã o nos diz o mesmo, pois na hora da morte um homem do mundo se
achará fraco de espírito, seu coraçã o obscurecido e endurecido por
maus há bitos, as tentaçõ es serã o mais fortes; e como ele poderá resistir
na hora da morte, que durante a vida foi tã o freqü entemente e tã o
facilmente conquistada? Seria necessá rio entã o uma medida maior de
graça divina para mudar seu coraçã o; mas Deus é obrigado a dar-lhe
esta graça? O pecador o mereceu pela vida desordenada que levou? E,
no entanto, é uma questã o de felicidade eterna ou miséria eterna. Como
é possível que, refletindo sobre isso, aquele que crê nas verdades da fé
nã o deixe tudo para se entregar inteiramente a Deus, que nos julgará
segundo as nossas obras?
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, Senhor, infeliz que sou, quantas noites me deitei para dormir em
inimizade contigo! Ó Deus, em que estado miserável estava entã o
minha alma! Foi odiado por Ti, e escolheu Teu ó dio. Já estava
condenado ao Inferno; nada faltava senã o a execuçã o da sentença. Mas
Tu, ó meu Deus, nunca deixaste de me buscar e de me oferecer Teu
perdã o. Mas quem pode me assegurar que Tu ainda me perdoaste?
Devo eu, meu Jesus, viver neste medo até que Tu me julgues? Ah, a dor
que sinto por Vos ter ofendido! O desejo que tenho de Vos amar,
sobretudo Vossa Paixã o! Ó meu caríssimo Redentor, faze-me esperar
que estou em Tua graça! Lamento ter ofendido a Ti, ó meu Soberano
Bem; e eu Te amo acima de todas as coisas. Resolvo perder tudo ao
invés de perder Tua graça e Teu amor. Tu desejas que o coraçã o que Te
busca se regozije: “Alegre-se o coraçã o dos que buscam ao Senhor”. ( 1
Par. 16:10). Senhor, detesto todas as minhas ofensas contra Ti, dá -me
coragem e confiança; nã o me repreenda mais com minha gratidã o, pois
eu mesmo a conheço e a detesto. Tu disseste que “nã o queres a morte
de um pecador, mas que ele se converta e viva”. ( Ez . 33:11). Sim, meu
Deus, deixo tudo e volto-me para Ti; Procuro-te, desejo-te e amo-te
acima de todas as coisas. Dá -me o Teu amor, e nada mais peço. Ó Maria,
tu és minha esperança; obtenha para mim a santa perseverança.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Meu querido Redentor, eu Te agradeço por ter esperado por mim. O
que seria de mim se tivesse morrido longe de Ti? Bendita para sempre a
Tua misericó rdia e a Tua paciência comigo durante tantos anos.
Agradeço-Te pela luz e pela graça com que agora me assistes. Nã o Te
amei entã o, nem me importei muito em ser amado por Ti. Agora eu te
amo com todo o meu coraçã o, e minha maior dor é ter desagradado um
Deus tã o bom. Essa dor me atormenta; mas doce é o tormento, pois
essa dor me dá a confiança de que já me perdoaste. Meu doce Salvador,
oh, que eu tenha morrido mil vezes antes de ter ofendido a Ti! Eu tremo
para que no futuro eu volte a ofender-te. Ah, antes, deixe-me morrer a
morte mais dolorosa do que perder novamente Tua graça! Fui escravo
do Inferno; mas agora, agora sou teu servo, ó Deus da minha alma. Tu
disseste que Tu amas aqueles que Te amam: eu Te amo; entã o eu sou
Teu, e Tu és meu. Eu posso te perder no futuro; mas esta graça vos peço,
que eu prefira morrer a perder-vos outra vez. Tu me concedeste sem
pedir tantas graças, que nã o posso temer ser recusada a graça que
agora te peço. Nã o permita que eu nunca mais te perca; dá -me o Teu
amor, e nada mais desejo. Maria, minha esperança, intercede por mim.
CONSIDERAÇÃO III
A brevidade da vida
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, e Senhor de infinita majestade! Tenho vergonha de
aparecer diante de Ti. Quantas vezes te desonrei, preferindo à tua graça
um prazer imundo, uma efusã o de có lera, um capricho, um pouco de
terra, um vapor! Eu adoro e abraço, ó meu Redentor, aquelas santas
chagas que eu mesmo te infligi por meus pecados; mas através dessas
mesmas feridas espero perdã o e salvaçã o. Faze-me compreender, ó meu
Jesus, o grande mal que te fiz ao deixar-te, a Fonte de todo o bem, para
beber de á guas pú tridas e venenosas. O que eu colho agora de todas as
minhas muitas ofensas contra Ti, senã o tristezas, remorso de
consciência e frutos para o inferno? “Pai, nã o sou digno de ser chamado
Teu filho”. ( Lucas 15:21). Meu Pai, nã o me afastes de Ti. Na verdade, já
nã o mereço Tua graça, para me tornar Teu filho; mas Tu morreste para
que eu pudesse ser perdoado. Tu disseste: “Voltai-vos para mim, e eu
voltarei para vó s”. ( Zach. 1:3). Deixo toda gratificaçã o, renuncio a todos
os prazeres que o mundo pode me dar, e volto-me para Ti. Oh, perdoe-
me pelo sangue que derramaste por mim, pois me arrependo de todo o
coraçã o de todas as minhas ofensas contra Ti. Eu me arrependo e te
amo acima de todas as coisas. Nã o sou digno de Te amar, mas Tu és
digno de ser amado; aceita que eu te ame; nã o desprezes o amor
daquele coraçã o que uma vez Te desprezou. Tu me poupou quando eu
vivia em pecado, para que eu pudesse te amar. Sim; Eu Te amarei pelo
resto de minha vida, e Te amarei somente. Assiste-me, dá -me a santa
perseverança e o Teu santo amor. Maria, meu refú gio, recomenda-me a
Jesus Cristo.
SEGUNDO PONTO _ _
O rei Ezequias disse com lá grimas: “Minha vida é cortada como por
um tecelã o; enquanto eu ainda estava começando, ele me cortou.” (
Isaías 38:12). Oh, quantos, enquanto estã o ocupados tecendo - isto é,
preparando e executando os projetos mundanos que eles planejaram
com tanto cuidado - sã o surpreendidos pela morte, que interrompe
tudo! À luz dessa ú ltima vela * todas as coisas deste mundo
desaparecem; aplausos, diversõ es, pompas e grandezas. Grande
segredo da morte, que nos faz ver o que os amantes deste mundo nã o
veem! As fortunas mais invejáveis, as dignidades mais exaltadas, os
triunfos mais orgulhosos, perdem todo o seu esplendor quando sã o
vistos do leito da morte. As idéias de certa falsa felicidade, que
formamos para nó s mesmos, transformam-se entã o em indignaçã o
contra nossa pró pria loucura. As sombras escuras e sombrias da morte
cobrem e obscurecem todas as dignidades, mesmo as reais.
Atualmente, nossas paixõ es fazem com que as coisas desta terra
pareçam diferentes do que realmente sã o; a morte rasga o véu e os
mostra em sua verdadeira luz, como nada mais que fumaça, sujeira,
vaidade e miséria. Ó Deus, de que servem as riquezas, posses ou reinos,
na morte, quando nada é necessá rio além de um caixã o e uma simples
roupa para cobrir o corpo? De que servem as honras, quando delas
nada resta senã o um cortejo fú nebre e exéquias pomposas, que de nada
servirã o à alma se for perdida? De que serve a beleza, se dela nã o resta
senã o vermes, fedor e horror, mesmo antes da morte, e depois dela um
pouco de pó fétido?
“Ele me fez como que um provérbio do povo e um exemplo diante
deles.” ( Trabalho 17:6). Aquele homem rico, aquele ministro, aquele
general morre, e entã o ele será falado em todos os lugares: mas se ele
levou uma vida ruim, ele se tornará um sinô nimo do povo; e, como
aviso aos outros, ele será considerado um exemplo da vaidade do
mundo e também da justiça divina. Na sepultura seu corpo será
misturado com os cadáveres dos pobres: “Os pequenos e os grandes
estã o lá”. ( Trabalho 3:19). De que lhe valeu a bela conformaçã o de seu
corpo, já que agora é apenas um monte de vermes? De que lhe valeu a
autoridade que possuía, já que agora seu corpo foi lançado em uma
sepultura para apodrecer e sua alma foi lançada no inferno para
queimar? Oh, que infelicidade servir para os outros como sujeito dessas
reflexõ es, e nã o tê-las feito em seu pró prio benefício! Convençamo-nos,
pois, de que o tempo pró prio para reparar uma consciência
desordenada nã o é a hora da morte, mas durante a vida. Apressemo-
nos a fazer agora o que nã o podemos fazer entã o. Tudo passa rá pido e
acaba. “O tempo é curto;” portanto, ajamos para que tudo nos sirva para
alcançar a vida eterna.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó Deus da minha alma, ó Infinita Bondade, tende piedade de mim,
que tanto Vos ofendi. Eu já sabia que ao pecar perderia Tua graça, e
escolhi perdê-la. Oh, diga-me o que devo fazer para recuperá -lo. Se Tu
desejas que eu me arrependa de meus pecados, eu realmente me
arrependo de todo o meu coraçã o, e gostaria de morrer de tristeza. Se
queres que espero o perdã o, eis que o espero pelos méritos do Teu
sangue. Se queres que eu te ame acima de todas as coisas, deixo tudo,
renuncio a todos os prazeres e riquezas que o mundo pode me dar, e te
amo acima de qualquer outro bem, ó meu amável Salvador. Se, enfim,
desejas que eu te exija graças, peço-te duas: permite-me nã o te ofender
mais e concede que eu te ame; e entã o faça comigo como quiser. Maria,
minha esperança, alcança-me estas duas graças; Eu espero por eles
através de ti.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó meu querido Salvador, quã o grandes sã o minhas obrigaçõ es para
contigo! E como Tu podes conceder tantas graças a um tã o ingrato, a
um traidor como eu fui para Ti? Tu me criaste, e ao me criar Tu previste
todas as ofensas que eu cometeria contra Ti. Tu me redimiste morrendo
por mim; e mesmo entã o Tu previste a ingratidã o que eu deveria
mostrar a Ti. Quando colocado neste mundo, eu me afastei de Ti; e
assim eu estava morto, até que por Tua graça a vida me foi restaurada.
Eu estava cego, e Tu me iluminaste. Eu Te perdi, e Tu me capacitaste a
Te encontrar. Eu era Teu inimigo, e Tu me fizeste Teu amigo. Ó Deus de
misericó rdia, concede-me conhecer minhas obrigaçõ es para contigo e
chorar por minhas ofensas contra ti. Ah, vinga-te de mim, dando-me
uma grande tristeza por meus pecados; mas nã o me castigue privando-
me de Tua graça e Teu amor. Ó Pai Eterno, abomino e detesto acima de
todo mal as injú rias que te fiz. Tenha piedade de mim, pelo amor de
Jesus Cristo. Olha para o Teu Filho, que morreu na Cruz. “Seu Sangue
esteja sobre mim.” Que esse Sangue Divino desça sobre minha alma
para purificá -la. Ó Rei do meu coraçã o, “Venha o teu reino”. Estou
decidido a banir toda afeiçã o que nã o seja por Ti. Eu Te amo acima de
todas as coisas; venha e reine sozinho em minha alma; concede que eu
te ame, e que eu nã o ame nada além de ti. Desejo agradar-Te em tudo o
que puder, e dar-Te total satisfaçã o durante o resto da minha vida.
Abençoa, ó meu Pai, este meu desejo, e dá -me a graça de me manter
sempre unido a Ti. A Vó s consagro todas as minhas afeiçõ es, e deste dia
em diante pertencerei apenas a Vó s, meu Tesouro, minha Paz, minha
Esperança, meu Amor, meu Tudo; Tudo espero de Ti, pelos méritos de
Teu Filho. Minha Rainha e minha Mã e Maria, ajudai-me por vossa
intercessã o. Mã e de Deus, rogai por mim.
* Nos países cató licos, uma vela de cera abençoada geralmente é acesa e
colocada na mã o ou ao lado da cama do moribundo. — Editor.
CONSIDERAÇÃO IV
Certeza da Morte
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, miserável que sou, que por tantos anos nã o fez nada além de
ofender a Ti, ó Deus da minha alma? Eis que esses anos já passaram; a
morte talvez já esteja pró xima; e o que encontro em mim senã o
problemas e remorsos de consciência? Oh, que eu sempre tenha servido
a Ti, meu Senhor! Tolo que fui, já vivi tantos anos nesta terra e, em vez
de adquirir méritos para outro mundo, me carreguei de dívidas para
com a Justiça Divina. Meu querido Redentor, dê-me luz e força agora
para acertar minhas contas. A morte, talvez, nã o está longe de mim.
Desejo me preparar para aquele grande momento que decidirá minha
eterna felicidade ou minha eterna miséria. Eu Te agradeço por ter
esperado por mim até agora; e já que Tu me dá s tempo para reparar o
que fiz de errado, olhe para mim, ó meu Deus, e diga-me o que devo
fazer por Ti. Desejas que eu chore por minhas ofensas contra Ti? Eu
choro e lamento por eles com toda a minha alma. Desejas que eu gaste
os anos ou dias que restam de minha vida amando-te? Eu vou fazer isso.
Ó Deus, muitas vezes antes fiz a mesma resoluçã o; mas minhas
promessas foram enganosas. Nã o, meu Jesus, nã o serei mais ingrato
pelas muitas graças que me concedeste. Se agora, pelo menos, nã o
mudo minha vida, como posso na morte esperar o perdã o e o céu? Eis
que agora estou firmemente decidido a começar a Te servir com
seriedade. Mas dá -me força e nã o me desampares. Tu nã o me
abandonaste quando te ofendi; portanto confio confiantemente em Tua
ajuda agora que pretendo deixar tudo para Te agradar. Aceita-me,
entã o, para Te amar, ó Deus, digno de amor infinito. Aceite o traidor que
agora arrependido abraça Teus pés, e Te ama, e implora por
misericó rdia. Amo-Vos, meu Jesus, amo-Vos com todo o meu coraçã o,
amo-Vos mais do que a mim mesmo. Eis-me, eu sou Teu. Disponha de
mim e de tudo o que me pertence, de acordo com Teu prazer; dá -me
perseverança em Te obedecer, dá -me Teu amor, e entã o faz comigo o
que Tu queres. Maria, minha Mã e, minha esperança, meu refú gio, a ti
me recomendo; a ti entrego minha alma. Ore a Jesus por mim.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Meu amado Redentor, eu nã o teria coragem de aparecer diante de Ti
se nã o Te contemplasse pendurado nesta Cruz, ferido, ridicularizado e
morto por minha causa. Minha ingratidã o foi grande; mas Tua
misericó rdia é ainda maior. Minha esperança está em Tuas feridas, Teu
sangue, Tua morte. Eu mereci o inferno desde o momento em que
cometi meu primeiro pecado; desde entã o, quantas vezes te ofendi
novamente; e nã o somente Tu preservaste minha vida, mas em Tua
grande misericó rdia e terno amor Tu me ofereceste perdã o e paz: como,
entã o, posso temer ser rejeitado por Ti, agora que eu Te amo e nã o
desejo nada além de Tua graça? Sim, eu Vos amo com todo o meu
coraçã o, ó meu querido Senhor, e nã o desejo nada além de Vos amar. Eu
te amo; e me arrependo de ter Te desprezado, nã o tanto por causa do
Inferno que mereci, mas porque Te ofendi, meu Deus, que tanto me
amou. Vem, ó meu Jesus, mostra-me a ternura do Teu Coraçã o, e
acrescenta misericó rdia à misericó rdia. Fazei que eu nunca mais seja
ingrato a Ti; e mudar completamente meu coraçã o. Concede que este
coraçã o, que outrora nã o valorizou o Teu amor, e o trocou pelos
miseráveis prazeres desta terra, possa agora ser todo Teu, e queimar
sem cessar com as chamas do Teu amor. Espero ganhar o Céu, para Te
amar para sempre; Nã o posso, de fato, ter um lugar ali entre os
inocentes, meu lugar será com o penitente; mas entre esses eu Te
amarei mais do que os inocentes. Para a gló ria da Tua misericó rdia, que
o Céu contemple um pecador, que tanto Te ofendeu, ardendo de imenso
amor. De agora em diante, decido ser todo Teu e nã o pensar em nada
além de Te amar. Assiste-me, pois, com Tua luz e Tua graça, que me dará
forças para realizar este desejo, que Tu mesmo me concedes em Tua
bondade. Ó Maria, tu que és a Mã e da perseverança, consegue que eu
seja fiel a esta minha promessa.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Na morte, entã o, tudo terminará para mim. Só encontrarei, ó meu
Deus, o pouco que fiz por amor a Ti. E o que eu espero? Espero que a
morte venha e me encontre miserável e contaminado pelo pecado,
como estou agora? Se eu morresse agora, morreria mais inquieto e
insatisfeito com minha vida passada. Nã o, meu Jesus, nã o morrerei
assim insatisfeito. Agradeço-Te por ter me dado tempo para chorar
pelos meus pecados e Te amar. Vou começar a partir deste momento. Eu
lamento ter ofendido a Ti, acima de todo mal, ó meu Soberano Bem, e
amo-Te acima de todas as coisas, mais do que a minha vida. Eu me
entrego totalmente a Ti; meu Jesus, desde esta hora eu Te abraço, Te
aperto no meu coraçã o; e a partir deste momento entrego toda a minha
alma a Ti: “Nas tuas mã os entrego o meu espírito”. Eu nã o esperarei
para dar a Ti até que sua partida deste mundo seja anunciada a ele, com
aquele Proficiscere – Parta, ó alma. Nã o esperarei até lá para implorar a
Ti que me salve. “Ó Jesus, seja um Jesus para mim!” Meu Salvador, salva-
me agora, perdoando-me e dando-me a graça de Teu santo amor. Quem
sabe se esta consideraçã o, que eu li neste dia, pode ser a ú ltima
chamada que Tu me enviará s, e a ú ltima misericó rdia que Tu me
mostrará s? Estende Tua mã o para mim, ó meu Amado, e livra-me da
lama da minha tepidez; dê-me fervor; concede-me que te obedeça com
grande amor em tudo o que me pedes. Pai Eterno, pelo amor de Jesus
Cristo, dá -me a santa perseverança e a graça de Te amar e Te amar
muito durante o resto de minha vida. Ó Maria, Mã e de misericó rdia,
pelo amor que tendes a vosso Jesus, alcançai-me estas duas graças: a
perseverança e o amor.
CONSIDERAÇÃO V
Incerteza da hora da morte
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó Senhor, o lugar em que neste momento devo estar nã o é onde
estou agora, mas naquele inferno que meus pecados tantas vezes
mereceram. “O inferno é a minha casa.” Mas Sã o Pedro declara que “o
Senhor espera pacientemente por vó s, nã o querendo que ninguém se
perca, senã o que todos voltem à penitência”. ( 2 Pedro 3:9). Tu, pois,
tiveste tanta paciência comigo, e esperaste por mim, porque nã o
querias que eu me perdesse, mas que eu voltasse e fizesse penitência.
Sim, meu Deus, eu volto para Ti; Lanço-me aos Teus pés e imploro a Tua
misericó rdia: “Tem misericó rdia de mim, ó Deus, segundo a Tua grande
misericó rdia”. Senhor, é preciso uma grande e extraordiná ria
misericó rdia para me perdoar, porque Vos ofendi no meio da luz. Outros
pecadores também Te ofenderam; mas eles nã o tiveram a luz que Tu me
deste. No entanto, Tu me ordenas que me arrependa de meus pecados e
espere o perdã o de Ti. Sim, meu querido Redentor, eu me arrependo de
todo o meu coraçã o de ter ofendido a Ti; e espero o perdã o pelos
méritos de Tua paixã o. Tu, meu Jesus, sendo inocente, escolheste
morrer como um criminoso na cruz e derramar todo o Teu sangue para
lavar meus pecados. “Ó sangue do Inocente, lava os pecados do
penitente!” Ó eterno Pai, perdoa-me pelo amor de Jesus Cristo; ouça
Suas oraçõ es, agora que Ele intercede por mim, e se faz meu advogado!
Mas nã o me basta ser perdoado, ó Deus, digno de amor infinito; Eu
desejo também te amar. Eu te amo, ó Soberano Bom; e deste dia em
diante eu Vos ofereço meu corpo, minha alma, minha vontade, minha
liberdade. A partir deste dia evitarei nã o apenas ofensas graves, mas até
mesmo leves contra Ti. Eu voarei em todas as ocasiõ es perigosas. "Nã o
nos deixes cair em tentaçã o." Livra-me, pelo amor de Jesus Cristo,
daquelas ocasiõ es em que eu possa te defender. "Mas livrai-nos do mal."
Livra-me do pecado; e depois castiga-me como quiseres. Aceito todas as
enfermidades, dores e perdas que possa agradar-Te enviar-me; basta-
me nã o perder Tua graça e Teu amor. Tu prometes conceder tudo o que
Te for pedido. “Peça, e você receberá .” Peço-Te estas duas graças: a
santa perseverança e a graça de Te amar. Ó Maria, Mã e de misericó rdia,
rogai por mim; em ti confio.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Redentor, Tu derramaste todo Teu Sangue, Tu deste Tua
Vida para salvar minha alma; e tantas vezes a perdi, esperando em Tua
misericó rdia: e assim muitas vezes fiz uso de Tua bondade, para quê?
Para te ofender mais. Eu merecia ser morto por isso, e ser lançado no
inferno. Em suma, eu me envolvi em uma competiçã o contigo: Tu me
mostrando misericó rdia, eu te ofendendo; Tu ao vires atrá s de mim, eu
ao fugir de Ti; Tu, ao me dar tempo para reparar o mal feito, eu ao fazer
uso dele para adicionar dano a dano. Ó Senhor, fazei-me compreender o
grande mal que vos fiz, e a obrigaçã o que agora tenho de vos amar. Ah,
meu Jesus, como pude ser tã o querido por Ti, para que Tu me
procurasses tã o ansiosamente, quando Te afastei de mim? Como Tu
podes conceder tantas graças a alguém que tantas vezes Te
desagradou? Vejo por tudo isso como desejas que eu nã o me perca.
Arrependo-me de todo o coraçã o por Vos ter ofendido, ó Infinita
Bondade. Ah, recebe esta ovelha ingrata do Teu rebanho, voltando
penitente aos Teus pés; receba-o e amarre-o em Teus ombros, para que
nunca mais voe de Ti. Nã o, nã o mais Te abandonarei; Eu Te amarei; Eu
serei todo Teu; e, desde que eu seja Teu, estou contente em suportar
toda dor. E que dor maior pode me acontecer do que viver sem Tua
graça, separado de Ti que és meu Deus, que me criaste e morreste por
mim? Ah, malditos pecados, o que você fez? Você me fez ofender meu
Salvador, que tanto me amou. Ah, meu Jesus, como Tu morreste por
mim, também devo morrer por Ti; Tu morreste por amor; Eu deveria
morrer de tristeza por ter desagradado a Ti. Aceito a morte da maneira
e na hora que Te agrada; mas até agora nã o Te amei, ou Te amei muito
pouco: nã o morrerei assim. Oh, conceda-me um pouco mais de tempo,
para que eu possa te amar antes de morrer; muda, portanto, meu
coraçã o; feri-o, inflama-o com o Teu santo amor: concede-o por aquele
amor caridoso que te fez morrer por mim. Eu Te amo com toda a minha
alma. Minha alma está apaixonada por Ti. Nã o permita que ela te perca
mais. Dá -me santa perseverança; dá -me o Teu amor. Maria Santíssima,
meu refú gio e minha Mã e, oh, sê minha advogada.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, quem me amou mais do que Tu, e a quem desprezei e
insultei mais? Ó Sangue, ó Chagas do meu Jesus! Você é minha
esperança. Pai eterno, nã o considere meus pecados; olhe para as
Chagas de Jesus Cristo; olha para o Teu Filho amado, morrendo de
tristeza por mim, e suplicando-Te que me perdoes. Eu me arrependo, ó
meu Criador, por ter Te ofendido; me entristece além de qualquer outro
mal. Tu me criaste para Te amar, e vivi como se Tu me tivesses criado
para Te defender. Pelo amor de Jesus Cristo, perdoe-me e dê-me a graça
de Te amar. Antigamente eu resisti à Tua vontade; agora nã o resistirei
mais, farei tudo o que Tu ordenares. Tu me ordenas a detestar as
ofensas que cometi contra Ti; eis que eu os detesto de todo o meu
coraçã o. Tu me ordenas a nunca mais te ofender; eis que resolvo perder
a minha vida mil vezes em vez da Tua graça. Tu me ordenas amar-te
com todo o meu coraçã o; sim, de todo o meu coraçã o eu te amo, e só a ti
amarei: de hoje em diante, tu será s meu ú nico amado, meu ú nico amor.
Peço a Ti, e espero de Ti, o dom da perseverança. Pelo amor de Jesus
Cristo, fazei que eu seja fiel a Vó s, e que, com Sã o Boaventura, eu
sempre Vos diga: “Meu amado é um; um só é o meu amor.” Nã o, estou
decidido que a vida nã o será mais gasta em desagradar a Ti; Desejo
empregá -lo apenas chorando pelo desprazer que Te dei e Te amando.
Maria, minha Mã e, tu rezas por todos aqueles que se recomendam a ti:
rogai também a Jesus por mim.
CONSIDERAÇÃO VI
Morte do pecador
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó Chagas de Jesus, sois a minha esperança! Desesperaria do perdã o
dos meus pecados e da minha salvaçã o eterna, se nã o olhasse para
vocês, as fontes de misericó rdia e graça, através das quais um Deus
derramou todo o Seu Sangue para lavar minha alma dos muitos
pecados que cometi. Eu vos adoro, entã o, ó Santas Chagas, e confio em
vó s. Detesto mil vezes e amaldiçoo aqueles prazeres indignos pelos
quais desagrado meu Redentor e perdi miseravelmente Sua amizade.
Olhando, entã o, para você, elevo minhas esperanças e dirijo meus afetos
para você, meu querido Jesus. Tu mereces que todos os homens Te
amem e Te amem de todo o coraçã o; mas tanto Te ofendi e desprezei
Teu amor; e Tu, nã o obstante, me suportaste por tanto tempo, e com
tanta misericó rdia me convidaste a perdoar. Ah, meu Salvador, nã o
permita que eu te ofenda mais e perca minha alma. Ó Deus, que
tormento devo suportar no Inferno à vista de Teu Sangue e das muitas
misericó rdias que Tu me mostraste! Eu Te amo, e sempre Te amarei.
Dá -me santa perseverança. Separe meu coraçã o de todo amor que nã o é
por Ti, e estabeleça em mim um verdadeiro desejo e resoluçã o de agora
em diante para amar somente a Ti, meu Soberano Bem.
Ó Maria, minha Mã e, atraí-me para Deus e fazei-me inteiramente
Dele antes que eu morra.
SEGUNDO PONTO _ _
A FEIÇÃ O E ORAÇÃ O
Meu querido Salvador, ajuda-me, nã o me abandones; Vejo minha
alma toda coberta pelas feridas do pecado, minhas paixõ es me
violentam, maus há bitos me oprimem; Lanço-me aos Teus pés, tem
piedade de mim e livra-me de tantos males: “Em Ti, Senhor, esperei;
nã o me deixes confundido para sempre”. Nã o permita que uma alma
que confia em Ti se perca. Arrependo-me de Vos ter ofendido, ó Infinita
Bondade; fiz o mal e o confesso; custe o que custar, desejo emendar;
mas a menos que Tu me ajudes com Tua graça, estou perdido. Recebe, ó
meu Jesus, este rebelde, que tã o gravemente te ofendeu. Lembra-te de
que te custei Teu sangue e Tua vida. Pelos méritos, pois, de Tua paixã o e
morte, recebe-me em Teus braços e dá -me a santa perseverança. Eu já
estava perdido; Tu me chamaste: eis que nã o resistirei mais; Eu me
consagro a Ti; liga-me ao Teu amor e nã o me permitas mais me perder,
perdendo novamente a Tua graça. Meu Jesus, nã o o permitas, Maria,
minha Rainha, nã o o permitas; antes obter a morte para mim, e mil
mortes, do que eu perder novamente a graça de teu Filho.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, quem teria tido tanta paciência comigo como Tu
tiveste! Se Tua bondade nã o fosse infinita, eu me desesperaria do
perdã o. Mas tenho que lidar com um Deus que morreu para obter meu
perdã o e minha salvaçã o. Tu me ordenas a esperar, e eu esperarei. Se
meus pecados me alarmam e me condenam, Teus méritos e Tuas
promessas me dã o coragem. Tu prometeste Tua graça a quem sempre
volta a Ti: “Voltai e vivei”. ( Ez. 18:32). Tu prometeste abraçar quem
quer que se volte para Ti: “Volte-se para mim, e eu me voltarei para
você”. ( Zach. 1:3). Tu disseste que nã o podes desprezar um coraçã o
humilde e contrito. ( Salmos 1). Eis-me, Senhor; Eu venho novamente a
Ti; Eu me volto para Ti; Reconheço que mereço mil infernos; e me
arrependo de ter ofendido a Ti. Prometo com firmeza nunca mais Te
ofender e sempre Te amar. Ah, nã o permita que eu viva mais
desagradecido a tanta bondade. Eterno Pai, pelos méritos da obediência
de Jesus Cristo, que morreu para Te obedecer, fazei que eu obedeça a
Tua vontade até a morte. Eu Te amo, ó meu Soberano Bem; e pelo amor
que tenho por Ti, obedecerei a Ti em todas as coisas. Dá -me santa
perseverança; dá -me o Teu amor, e nada mais peço a Ti. Maria, minha
Mã e, intercedei por mim.
CONSIDERAÇÃO VII
Sentimentos de um cristão negligente moribundo, que
pensou pouco na morte
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó Senhor, se, neste momento, o anú ncio da minha morte pró xima
me fosse trazido, tais seriam meus sentimentos de dor. Eu Te agradeço
por me dar esta luz e tempo para corrigir. Nã o, meu Deus, nã o fugirei
mais de Ti. Tu me procuraste suficientemente. Tenho motivos justos
para temer que, se agora resistir e nã o voltar a Ti, Tu me abandonará s.
Tu me deste um coraçã o para Te amar, e eu fiz um mau uso dele; Amei
as criaturas e nã o amei a Ti, meu Criador e meu Redentor, que deste a
Tua vida por mim. Em vez de Vos amar, quantas vezes Vos ofendi, Vos
desprezei, Vos dei as costas! Eu sei que Te desagrado por aquele
pecado, e ainda assim eu o cometi. Meu Jesus, eu me arrependo disso,
sinto muito por isso de todo o meu coraçã o; Eu vou mudar minha vida.
Eu renuncio a todos os prazeres do mundo, para que eu possa amar e
agradar a Ti, ó Deus da minha alma. Tu me deste grandes provas de Teu
amor; se eu também pudesse te dar alguma prova minha antes de
morrer! A partir deste momento aceito todas as doenças, cruzes,
desprezos e aborrecimentos, que possa receber dos homens; dá -me
força para sofrê-los em paz, porque eu os suportarei a todos por amor
de Ti. Eu te amo, ó bondade infinita, eu te amo acima de qualquer outro
bem. Dá -me mais amor e dá -me santa perseverança. Maria, minha
esperança, rogai a Jesus por mim.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Nã o, meu Deus, nã o abusarei mais da Tua misericó rdia. Eu Te
agradeço pela luz que Tu agora me dá s, e te prometo mudar minha vida.
Eu vejo que Tu nã o podes mais me suportar. E devo esperar até que Tu
realmente me mandes para o Inferno? ou até que me abandones a uma
vida perversa, que seria um castigo maior do que a pró pria morte? Eis
que me lancei aos Teus pés; recebe-me em Teu favor. Eu nã o mereço;
mas Tu disseste: “A maldade do ímpio nã o o prejudicará , em qualquer
dia em que ele se converter da sua maldade”. ( Ez. 33:12). Se, pois, meu
Jesus, ofendi em dias passados a Tua Infinita Bondade, agora me
arrependo de todo o coraçã o e espero Teu perdã o. Direi a Ti, com Santo
Anselmo: “Ah, nã o permitas que minha alma se perca por seus pecados,
pois Tu a redimiste com Teu Sangue”. Nã o considere minha ingratidã o,
mas aquele amor que te fez morrer por mim. Se perdi Tua graça, Tu nã o
perdeste o poder de restaurá -la para mim. Tenha piedade, entã o, de
mim, ó meu querido Redentor. Perdoa-me e dá -me a graça de Te amar;
enquanto deste dia em diante eu prometo amar somente a Ti. Tu me
escolheste entre tantas outras criaturas possíveis, para Te amar; Eu
escolho a Ti, meu Soberano Bem, para te amar acima de qualquer outro
bem. Tu vais diante de mim com Tua Cruz; Eu Te seguirei
continuamente com aquela cruz que Tu me deste para carregar. Eu
abraço quaisquer mortificaçõ es e dores que possam vir de Ti para mim.
Enquanto eu nã o for privado de Tua graça, estou contente. Maria, minha
esperança, alcança-me a perseverança de Deus e a graça de amá -lo, e
nada mais te peço.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, nã o desejas a minha morte, mas que eu me converta
e viva. Eu Te agradeço por ter esperado por mim até agora, e Te
agradeço pela luz que Tu agora me dá s. Reconheço o erro que cometi ao
preferir à Tua amizade os prazeres vis e miseráveis pelos quais Te
desprezei. Eu me arrependo e lamento, de todo o meu coraçã o, por ter
te feito um mal tã o grande. Ah, nã o cesse durante o resto de minha vida
de me ajudar com Tua luz e Tua graça a saber e fazer o que devo para
minha emenda. De que me valerá conhecer a verdade, quando me for
tirado o tempo da reparaçã o? “Nã o entregue à s bestas as almas que
confiam em Ti.” Quando o demô nio me tentar para ofender-te
novamente, ah, suplico-te, meu Jesus, pelos méritos da tua paixã o, que
estendas a tua mã o e me preserves de cair no pecado e tornar-me
novamente escravo de meus inimigos. Fazei que eu possa sempre
recorrer a Vó s e nunca deixar de recomendar-me a Vó s enquanto durar
a tentaçã o. Teu Sangue é minha esperança, e Tua bondade é meu amor.
Eu Vos amo, ó meu Deus, digno de um amor infinito; concede-me que
eu te ame sempre. Faze-me saber de que coisas devo me desapegar,
para que eu possa pertencer totalmente a Ti, pois este é o meu desejo;
mas Tu me dá s força para executá -lo. Ó Rainha do Céu, ó Mã e de Deus,
rogai por mim, pecador; concede que, em todas as tentaçõ es, eu possa
sempre recorrer a Jesus e a ti, que por tua intercessã o preserva da
queda aqueles que recorrem a ti.
CONSIDERAÇÃO VIII
A morte do justo
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
“Nas tuas mã os entrego o meu espírito; Tu me redimiste, ó Senhor,
Deus da verdade”. Ah, meu doce Redentor, o que teria sido de mim, se
tivesse morrido enquanto morasse longe de Ti, estaria agora no
Inferno, onde nunca mais poderia Te amar. Agradeço-Te por nã o ter me
abandonado e por ter me concedido tantas graças para ganhar meu
coraçã o para Ti. Eu me arrependo de ter ofendido a Ti. Eu Te amo acima
de todas as coisas. Ah, imploro-Te que me faças cada vez mais sensível
ao mal que cometi ao desprezar-Te, e ao amor que merece Tua infinita
bondade. Eu Vos amo e desejo morrer rapidamente, se tal for a Vossa
vontade, para que eu possa ser livrado do perigo de perder novamente
a Vossa santa graça, e estar seguro de Vos amar para sempre. Ah, meu
amado Jesus, durante os anos restantes da minha vida, dá -me força
para fazer algo por Ti, antes que a morte me sobrevenha. Dá -me força
contra minhas tentaçõ es e paixõ es, especialmente contra aquela paixã o
que no passado mais me fez desagradar a Ti. Dá -me paciência nas
enfermidades e nas injú rias que eu possa receber dos homens, agora
perdô o, por amor de Ti, a todos os que me desprezaram, e te suplico
que lhes concedas as graças que desejam. Dá -me força para ser mais
diligente em evitar até os pecados veniais, em relaçã o aos quais eu sei
que sou descuidado. Meu Salvador, ajuda-me; Eu espero por todos por
Teus méritos; e confio tudo à tua intercessã o, ó Maria, minha Mã e e
minha esperança.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó Deus da minha alma, até agora Te desonrei ao voltar as costas a
Ti; mas Teu Filho Te honrou sacrificando Sua vida a Ti na Cruz. Pela
honra, pois, prestada a Vó s por Vosso Filho amado, perdoai-me por Vos
ter desonrado, arrependo-me, ó meu Soberano Bem, de Vos ter
ofendido, e prometo desde hoje amar somente a Vó s. De Ti espero
minha salvaçã o. Tudo o que atualmente possuo de bom é por Tua
misericó rdia e graça; Reconheço que tudo vem de Ti: “Pela graça de
Deus, sou o que sou”. Se no passado te desonrei, espero honrar-te na
eternidade, abençoando a tua misericó rdia. Sinto em mim um grande
desejo de Te amar: este é o Teu dom; Eu Te agradeço por isso, ó meu
Amor. Continua, oh, continua a ajudar-me como começaste; e espero a
partir deste dia ser Teu, e totalmente Teu. Renuncio a todos os prazeres
do mundo. E que prazer maior posso ter do que agradar-te, meu amável
Senhor, que tanto me amaste, peço apenas amor, ó meu Deus, amor,
amor, e espero sempre pedir-te amor, amor; até morrer em Teu amor,
chego ao reino do amor, onde, sem mais pedir, serei cheio de amor, e
nã o deixarei nem por um momento de Te amar por toda a eternidade
com todas as minhas forças, Maria, minha Mã e, tu que tanto amas o teu
Deus, e tanto desejas vê-lo amado, concede que eu o ame muito nesta
vida, para que eu possa amá -lo muito na pró xima para sempre.
CONSIDERAÇÃO IX
Paz dos justos na hora da morte
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Jesus, quando chegará o dia em que posso dizer-te: meu
Deus, nunca mais posso perder-te? Aquele dia em que Te contemplarei
face a face e estarei seguro de Te amar com todas as minhas forças por
toda a eternidade? Ah, meu Soberano Bem, meu ú nico Amor, enquanto
eu viver estarei sempre em perigo de ofender-Te e perder Tua amável
graça. Houve um tempo infeliz em que nã o te amei e em que desprezei o
teu amor: agora me arrependo de toda a minha alma, e espero que já
me tenhas perdoado; e agora eu Te amo com todo o meu coraçã o, e
desejo fazer tudo que posso para amar e agradar a Ti. Mas ainda estou
em perigo de recusar meu amor a Ti e de voltar novamente as costas a
Ti. Ah, meu Jesus, minha Vida, meu Tesouro, nã o permita isso. Em vez
de permitir que este maior dos infortú nios me aconteça, deixe-me
morrer neste momento a morte mais cruel que possa agradar a Ti
enviar-me: estou contente e oro por isso. Pai Eterno, pelo amor de Jesus
Cristo, nã o me abandones nesta ruína total. Castigue-me como quiser;
Eu mereço e aceito isso: mas livra-me do castigo de ser privado de Tua
graça e Teu amor. Meu Jesus, recomenda-me a Teu Pai. Maria, minha
Mã e, recomenda-me ao teu Filho; obtenha para mim a perseverança em
sua amizade, e a graça de amá -lo, e entã o ele pode fazer comigo de
acordo com sua vontade.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Soberano Bem, meu Deus, se com o tempo nã o Vos amei,
agora me volto inteiramente para Vó s. Despeço-me de todas as
criaturas e escolho amar apenas a Ti, meu Senhor mais amável. Diga-me
o que deseja de mim, e eu o farei. Eu te ofendi o suficiente. Vou passar
todo o resto da minha vida em agradar a Ti. Dá -me força para que eu
possa expiar pelo meu amor pela gratidã o que até agora Te mostrei. Eu
mereci por tantos anos estar queimando no fogo do Inferno, e Tu me
buscaste até que Tu me atraiste para Ti; concede que agora eu possa
queimar com o fogo do Teu santo amor, eu Te amo, ó Infinita Bondade.
Tu desejas que eu te ame somente; e com razã o, pois Tu me amaste
acima de tudo, e somente Tu mereces ser amado, e eu amarei somente a
Ti; Farei tudo o que puder para Te agradar. Faça comigo o que quiser.
Basta-me que te ame e que me ames. Maria, minha Mã e, ajuda-me; ore a
Jesus por mim.
TERCEIRO PONTO _ _
E como ele pode temer a morte, diz Sã o Cipriano, que espera depois
da morte ser coroado no céu: “Nã o tenhamos medo de ser condenados
à morte, de quem é certo que seremos coroados apó s a morte”. Como
pode temer morrer quem sabe que morrendo em estado de graça seu
corpo se tornará imortal? “Este mortal deve vestir a imortalidade.” (
1Cor. 15:53). Quem ama a Deus e deseja vê-lo considera a vida como um
castigo, diz Santo Agostinho, e a morte como um deleite: “Ele vive com
paciência, ele morre com prazer”. E Sã o Tomá s de Villanova diz que se a
morte encontra um homem dormindo, ela vem como um ladrã o, rouba-
o, mata-o e lança-o no poço do Inferno; mas se o encontrar assistindo,
como embaixador de Deus, o saú da e diz: “O Senhor te espera na festa
nupcial; vem, e eu te conduzirei ao reino abençoado que tu desejas: O
Senhor te chama para as bodas; vem, eu te conduzirei aonde desejas”.
Oh, com que alegria aguarda a morte aquele que está na graça de
Deus, esperando em breve ver Jesus Cristo e ouvir estas palavras: “Bem
está , servo bom e fiel; porque foste fiel no pouco, sobre o muito te
colocarei!” ( Mat. 15:21). Oh, como será conhecido o valor da
penitê ncia, da oraçã o, do desapego dos bens mundanos e de tudo o que
foi feito para Deus! “Diga ao justo: está bem; porque comerá do fruto
das suas obras.” ( Isaías 3:10). Entã o aquele que amou a Deus provará o
fruto de todas as suas obras santas. Por isso o padre Hipó lito Durazzo,
da Companhia de Jesus, se alegrou em vez de chorar quando um amigo
seu, um religioso, morreu com todos os sinais de salvaçã o. Mas quã o
absurdo, disse Sã o Joã o Chry sostom, seria acreditar em um cé u eterno,
e ainda ter compaixã o daqueles que vã o para ele: “Acreditar no cé u e
chorar por aqueles que vã o para ele”. 26 Que consolaçã o especial será
entã o recordar as honras prestadas à Mã e de Deus, os rosá rios
recitados, as visitas aos seus altares, os jejuns aos sá bados, a
frequê ncia à s suas confrarias! Maria é chamada a Virgem mais fiel; oh,
quã o grande é sua fidelidade em consolar seus fié is servos na hora da
morte! Certa pessoa, devota da Santíssima Virgem, disse, ao morrer, ao
Padre Binetti: “Padre, você nã o pode conceber que consolo na hora da
morte é o pensamento de ter servido a Nossa Senhora. Oh, meu Pai, se
pudesses saber que felicidade sinto por ter servido a esta querida Mã e!
Eu nã o sei como expressar isso.” Quã o grande será a alegria daquele
que amou Jesus Cristo, que muitas vezes O visitou no Santíssimo
Sacramento, e que muitas vezes O recebeu na Sagrada Comunhã o, ao
ver o seu Senhor entrar no seu quarto no Santíssimo Viá tico, para
acompanhá -lo em sua passagem para o outro mundo! Feliz aquele que
pode dizer a Ele entã o, com Sã o Filipe Neri: “Eis o meu amor, eis o meu
amor; me dê meu amor.”
Mas alguns dirã o: Quem pode dizer qual será o meu destino? Quem
sabe, afinal de contas, terei um final infeliz? Mas eu pergunto a você que
fala assim: O que torna a morte infeliz? Apenas pecado; apenas o
pecado, entã o, precisamos temer, e nã o a morte. “É claro”, diz Santo
Ambró sio, “que nã o é a morte que é amarga, mas o pecado: nossos
medos nã o devem ser da morte, mas da vida. ” 27 Você deseja, entã o,
nã o temer a morte? Viva Bem. “Com aquele que teme ao Senhor, tudo
irá bem no ú ltimo fim.”
O padre Colombière considerava moralmente impossível que
alguém que foi fiel a Deus durante a vida tivesse um fim ruim ou infeliz.
E Santo Agostinho antes dele havia dito: “Nã o pode morrer mal quem
viveu bem”. Aquele que está preparado para morrer nã o teme nenhuma
morte, mesmo que seja repentina. “Mas o justo, se for impedido com a
morte, descansará”. ( Sab. 4:7). E como nã o podemos desfrutar de Deus
senã o pela morte, Sã o Joã o Crisó stomo assim nos exorta: “Ofereçamos a
Deus o que somos obrigados a dar-lhe”. E estejamos certos de que
aquele que oferece sua morte a Deus faz o ato de amor mais perfeito de
que é capaz para com Ele; pois, ao abraçar voluntariamente aquela
morte que agrada a Deus enviá -lo, e no tempo e da maneira que Deus
deseja, ele imita os santos má rtires. Aquele que ama a Deus deve
desejar e suspirar pela morte, porque a morte nos une eternamente a
Deus e nos livra do perigo de perdê-lo. É sinal de pouco amor a Deus
nã o querer ir logo vê-lo, com a certeza de nunca mais poder perdê-lo.
Enquanto isso, vamos amá -lo tanto quanto pudermos nesta vida.
Devemos fazer uso da vida apenas para avançar no amor Divino. O grau
de amor em que a morte nos encontrará será a medida de nosso amor
por Deus em uma eternidade feliz.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ata-me, ó meu Jesus, a Ti, para que nunca mais me separe de Ti.
Concede que eu possa pertencer totalmente a Ti antes que eu morra;
para que quando eu te contemplar pela primeira vez, ó meu Redentor,
eu possa ver-te apaziguado. Tu me procuraste quando fugi de Ti. Ah,
nã o me afastes de Ti agora que Te procuro. Perdoa-me todo o desprazer
que te dei. Deste dia em diante pensarei apenas em servir e amar a Ti.
Minhas obrigaçõ es para contigo sã o muito grandes. Tu nã o recusaste
dar Teu sangue e Tua vida por amor a mim. Eu gostaria, portanto, de ser
totalmente consumido por Ti, ó meu Jesus, como Tu foste totalmente
consumido por mim. Ó Deus da minha alma, desejo muito Vos amar
nesta vida, para Vos amar muito na pró xima. Pai Eterno, ah, atraia todo
meu coraçã o a Ti; separa-o das afeiçõ es terrenas, feri-o, inflama-o com
Teu santo amor. Ouça-me, pelos méritos de Jesus Cristo. Dá -me santa
perseverança; e dá -me a graça de te pedir sempre. Maria, minha Mã e,
assisti-me e alcançai-me esta graça; pedir incessantemente de teu Filho
santa perseverança.
CONSIDERAÇÃO X
Meios de preparação para a morte
PRIMEIRO PONTO _ _
Todos reconhecem que devem morrer, e morrer apenas uma vez; e
que nã o há nada de maior importâ ncia do que isso, pois no momento da
morte depende nossa felicidade eterna ou desespero eterno. Todos
sabem, além disso, que esta morte será boa ou má , conforme tenham
vivido bem ou mal. E, no entanto, como é que a maior parte dos cristã os
vive como se nunca fosse morrer, ou como se pouco importasse se eles
morressem doentes ou bem? Nossa vida é má , porque nã o pensamos na
morte: “Lembra-te do teu ú ltimo fim, e nunca pecará s”. Devemos estar
convencidos de que a hora da morte nã o é a hora de acertar nossas
contas, a fim de garantir o grande assunto de nossa salvaçã o eterna.
Nos assuntos temporais, os prudentes do mundo tomam no devido
tempo todas as medidas para obter esse ganho, esse posto de honra,
esse casamento; e quanto à saú de do corpo, eles nã o adiam um
momento em aplicar os remédios necessá rios. O que você diria de um
homem que, tendo empreendido um concurso acadêmico, adiou a
preparaçã o para ele até que chegasse a hora? Nã o seria considerado
louco aquele general que adiasse o armazenamento de provisõ es e
armas até ser sitiado? Aquele piloto maluco que negligenciou se munir
de â ncoras e cabos até ser ultrapassado pela tempestade? Tal é
precisamente o cristã o que espera resolver os assuntos de sua
consciência até que a morte esteja realmente à sua porta: pró prio
caminho." ( Prov. 1:27, 31). A hora da morte é a hora da tempestade e da
confusã o; entã o os pecadores clamam a Deus para ajudá -los, mas
apenas pelo medo do inferno, ao qual se encontram pró ximos, e sem
nenhuma verdadeira conversã o do coraçã o; e, portanto, Deus nã o os
ouve: “O homem colherá o que semeou”. Ah, entã o nã o será suficiente
receber os Sacramentos: devemos morrer detestando o pecado e
amando a Deus acima de todas as coisas. Mas como ele pode detestar os
prazeres proibidos que até entã o os amou? Como pode entã o amar a
Deus acima de todas as coisas, que até aquele momento amou mais as
criaturas do que a Deus? Aquelas virgens foram verdadeiramente
chamadas de tolas por nosso Senhor, que atrasou a preparaçã o de suas
lâ mpadas até que o Esposo estivesse pró ximo. Todos nó s tememos a
morte sú bita, porque nã o há tempo para acertar nossas contas. Todos
reconhecem que os santos foram verdadeiramente sá bios, porque se
prepararam para a morte antes que ela chegasse. E o que vamos fazer?
Devemos nos expor ao risco de ter que nos preparar para morrer bem
quando a morte está pró xima? Devemos fazer agora o que desejamos
ter feito quando morrermos. Oh, quã o dolorosa para nó s será a
lembrança do tempo perdido, e ainda mais do tempo mal gasto! tempo
dado a nó s por Deus para merecer, mas tempo passado para nã o voltar
mais. Com que angú stia ouviremos entã o: “Você nã o pode mais ser
mordomo!” Nã o há mais tempo para fazer penitência, para frequentar
os Sacramentos, para ouvir sermõ es, para visitar Jesus Cristo nas
igrejas, para oraçõ es. O que está feito está feito. Precisamos, entã o, de
uma mente mais sã , de um tempo mais tranquilo para fazer nossa
confissã o como deve ser feita, para resolver vá rios pontos de sério
escrú pulo e, assim, tranqü ilizar nossa consciência; mas “nã o haverá
mais tempo”.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, se eu tivesse morrido em uma dessas noites que Tu
conheces, onde eu deveria estar agora? Eu Te agradeço por ter
esperado por mim; e eu Te agradeço por todos aqueles momentos que
eu deveria ter passado no Inferno, desde aquele primeiro instante em
que Te ofendi. Ah, dá -me luz e concede-me conhecer o grande mal que
te fiz ao perder voluntariamente a tua graça, que mereceste por mim,
sacrificando-te por mim na cruz. Ah, meu Jesus, perdoa-me, porque
sofro de todo o coraçã o, e acima de todo mal, por ter desprezado a Tua
infinita bondade, e espero que já me tenhas perdoado. Ajuda-me, ó meu
Salvador, para que eu nunca mais Te perca. Ah, meu Senhor, se eu te
ofender novamente, depois de ter recebido tantas luzes e tantas graças
de ti, nã o deveria eu merecer um inferno feito expressamente para
mim? Pelos méritos daquele Sangue que derramaste por meu amor, nã o
o permitas. Dá -me santa perseverança; dá -me o Teu amor. Eu te amo,
meu Soberano Bem; e eu nunca deixarei de Te amar até que eu morra.
Meu Deus, tem piedade de mim, pelo amor de Jesus Cristo. E tu
também, Maria, minha esperança, tem piedade de mim, recomenda-me
a Deus; tuas recomendaçõ es nunca sã o rejeitadas por aquele Senhor
que tanto te ama.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Senhor, quanto Te agradeço pela luz que me deste! tantas
vezes te deixei, voltei as costas para ti; mas nã o me abandonaste. Se Tu
me tivesses abandonado, eu teria permanecido cego, como até agora
escolhi ser; Eu deveria ter sido obstinado em meu pecado, e eu nã o
deveria ter a vontade de abandoná -lo nem a vontade de Te amar. Agora
sinto uma grande tristeza por ter ofendido a Ti e um grande desejo de
estar em Tua graça: abomino os prazeres malditos que me fizeram
perder a Tua amizade: todas essas sã o graças que vêm de Ti, e me
fazem esperar que Tu perdoe-me e salve-me. Desde entã o, com todos os
meus muitos pecados, Tu nã o me abandonaste, e desejas me salvar, eis
que, Senhor, eu me entrego totalmente a Ti; Eu lamento ter ofendido a
Ti acima de todo mal; e eu resolvo perder minha vida mil vezes ao invés
de Tua graça. Eu te amo, meu Soberano Bem; Eu te amo, meu Jesus, que
morreste por mim; e espero em Teu Sangue que Tu nã o permitas que
eu nunca mais me separe de Ti. Nã o, meu Jesus, nunca mais Te perderei.
Eu Te amarei sempre na vida; Eu Te amarei na morte; Eu Te amarei por
toda a eternidade. Preserva-me, pois, sempre, e aumenta em mim o
meu amor por Ti, peço-o por Teus méritos. Maria, minha esperança,
rogai a Jesus por mim.
TERCEIRO PONTO _ _
Além disso, devemos nos esforçar para ser sempre como desejamos
ser encontrados na hora da morte: “Bem-aventurados os mortos que
morrem no Senhor”. ( Apoc. 14:13). Santo Ambró sio diz que morrem
bem aqueles que no momento da morte já estã o mortos para o mundo,
isto é, separados daqueles bens dos quais a morte nos separará à força.
De modo que a partir deste momento devemos aceitar a perda de nossa
propriedade, a separaçã o de nossas relaçõ es e de todas as coisas desta
terra. A menos que façamos isso voluntariamente na vida, teremos que
fazê-lo necessariamente na morte; mas entã o com grande tristeza e
com perigo para nossa salvaçã o eterna. Por isso Santo Agostinho nos
adverte que, para morrer em paz, cabe a nó s resolver nossos interesses
temporais durante a vida, fazendo agora a devida disposiçã o dos bens
que temos que deixar; para que na morte estejamos ocupados
unicamente em nos unir a Deus. Nosso discurso deve entã o ser somente
de Deus e do Céu. Preciosos demais sã o esses ú ltimos momentos para
serem desperdiçados em pensamentos sobre a terra. A coroa dos
eleitos se aperfeiçoa na morte, pois é entã o, talvez, que colhemos a
maior colheita de méritos, abraçando essas dores e essa morte com
resignaçã o e amor.
Mas nã o pode ter esses bons sentimentos na morte quem nã o os
exerceu durante a vida. Por isso, alguns devotos, com grande proveito
para si mesmos, costumam renovar todos os meses, apó s a confissã o e a
comunhã o, o protesto pela morte, com os atos cristã os, imaginando-se
no leito de morte e prestes a deixar esta vida. (Este protesto e os atos
estã o contidos em nosso livrinho de Visitas ao Santíssimo Sacramento;
e sendo breve, pode ser lido em breve. * ) O que nã o se faz em vida é
muito difícil de se fazer na morte. Aquela grande serva de Deus, irmã
Catarina de Santo Alberto, uma teresiana, quando estava morrendo,
suspirou e disse: Minhas irmã s, nã o suspiro de medo da morte, porque
há vinte e cinco anos a espero. ; Suspiro ver tantos se enganarem,
levando uma vida de pecado, e reduzidos a fazer as pazes com Deus no
momento da morte, em que mal consigo pronunciar o nome de Jesus.
Examine, entã o, meu irmã o, se seu coraçã o está agora ligado a
qualquer coisa nesta terra - a essa pessoa, a essa honra, a essa casa, a
esse dinheiro, a essas conversas, a esses divertimentos; e lembre-se que
você nã o é imortal. Você terá que deixar tudo um dia, e talvez em breve.
Por que, entã o, nutrir um apego a eles e correr o risco de uma morte
inquieta? Ofereça tudo a partir deste momento a Deus; esteja pronto
para desistir de tudo quando Lhe agradar. Se você deseja morrer
resignado, você deve a partir de agora resignar -se a todos os eventos
adversos que podem acontecer com você, e despojar-se de toda afeiçã o
pelas coisas terrenas. Coloque diante de seus olhos o momento da
morte e despreze tudo. “Ele”, diz Sã o Jerô nimo, “facilmente despreza
todas as coisas que continuamente se lembra de que deve morrer”.
Se você ainda nã o decidiu sobre um estado de vida, escolha aquele
estado que você gostaria de ter escolhido quando estiver expirando, e
que lhe dará mais satisfaçã o ao morrer. Se, no entanto, você já fez sua
eleiçã o, faça o que você gostaria de ter feito naquele estado. Aja como se
cada dia fosse o ú ltimo de sua vida, e cada açã o a ú ltima; cada oraçã o,
cada confissã o, cada comunhã o a ú ltima. Imagine-se a cada hora como
se estivesse expirando, estirado em uma cama e ouvindo aquela ú ltima
intimaçã o: “Afaste-se deste mundo”. Oh, como esse pensamento o
ajudará a andar bem por este mundo e a separá -lo dele: “Bem-
aventurado aquele servo que, quando seu Senhor vier, ele o achará
fazendo isso”. ( Mat. 24:46). Aquele que espera a morte a cada hora
morrerá bem, mesmo que morra de repente.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Todo cristã o deve estar preparado para dizer no momento em que a
morte lhe for anunciada: Entã o, meu Deus, restam-me apenas algumas
horas. Vou, durante estas poucas horas, te amar tanto quanto puder
nesta vida, para que eu possa te amar mais na pró xima. Mas pouco me
resta para Te oferecer; Eu Vos ofereço estas dores e o sacrifício da
minha vida em uniã o com o sacrifício que Jesus Cristo fez por mim na
Cruz. Ó Senhor, as dores que suporto sã o poucas e leves em comparaçã o
com o que mereci. Como eles sã o, eu os abraço em sinal do amor que
tenho por Ti. Resigno-me a todos os castigos que Vos agrade infligir-me
nesta e na outra vida: contanto que Vos ame na eternidade, castigue-me
como quiseres, mas nã o me prives de teu amor. Sei que nã o mereço
amar-Te, pois tantas vezes desprezei o Teu amor; mas Tu nã o podes
rejeitar uma alma penitente. Sinto muito, ó meu Soberano Bem, por ter
ofendido a Ti. Eu Te amo com todo o meu coraçã o, e coloco toda a
minha confiança em Ti. Tua morte, meu Redentor, é minha esperança.
Em Tuas mã os feridas entrego meu espírito. Ó meu Jesus, deste o Teu
Sangue para me salvar; nã o permita que eu me separe de Ti. Eu Te amo,
ó Deus eterno; e espero amar-te na eternidade, Maria, minha Mã e,
assiste-me no terrível momento da minha morte. Eu agora recomendo
meu espírito a ti; diz a teu Filho que tenha piedade de mim. Eu me
recomendo a ti; oh, livra-me do inferno.
* Na presente ediçã o está no volume da Virtudes Cristãs , pá g. 369.—
Editor
CONSIDERAÇÃO XI
Sobre a vida infeliz do pecador e a vida feliz daquele que
ama a Deus
PRIMEIRO PONTO _ _
Todos os homens nesta vida trabalham para encontrar a paz. O
mercador, o soldado, aquele que tem um processo trabalha, esperando
por esse ganho, por essa dignidade, por esse processo vencido, fazer
fortuna. e assim encontrar a paz - mas pobres mundanos, que buscam a
paz no mundo que nã o pode dá -la! Só Deus pode nos dar a paz: “Dá aos
teus servos (reza a santa Igreja) aquela paz que o mundo nã o pode dar”.
Nã o, o mundo, com todas as suas riquezas, nã o pode satisfazer o
coraçã o do homem, porque o homem nã o foi criado para essas coisas,
mas somente para Deus, para que somente Deus possa satisfazê-lo. Os
animais sã o criados para os prazeres dos sentidos e encontram paz nas
coisas boas desta terra. Dê a um cavalo um feixe de grama, ou a um
cachorro um pedaço de carne, e eis que eles se contentam; nã o desejam
mais nada. Mas a alma, que é criada apenas para amar e estar unida a
Deus, nunca pode encontrar paz, embora no gozo de todo prazer
sensual; Só Deus pode satisfazê-la plenamente.
O homem rico, mencionado em Lucas (12:19), tendo colhido uma
colheita abundante de seus campos, disse a si mesmo: “Alma, tens em
depó sito muitos bens para muitos anos; descanse, coma, beba, alegre-
se”. Mas o infeliz foi chamado de tolo; e com razã o, diz Sã o Basílio:
“Miserável miserável (diz o santo para ele), por acaso você tem a alma
de algum porco, algum bruto, que você acha para satisfazer sua alma
comendo, bebendo e prazeres sensuais?” Um homem, diz Sã o Bernardo,
pode estar cheio das coisas boas deste mundo, mas nã o estar satisfeito:
“Ele pode estar inchado, mas nã o pode estar satisfeito”. E o mesmo
santo, escrevendo sobre esta passagem do Evangelho: “Eis que
deixamos todas as coisas”, observa que ele viu diversos loucos afligidos
de vá rias maneiras. Todos estes, diz ele, sofriam de uma grande fome:
mas alguns se fartaram de terra, que é uma figura dos avarentos; alguns
com ar, que é uma figura daqueles que aspiram a honras; alguns, ao
redor de uma fornalha, engoliram as faíscas que voaram dela, que é
uma figura do zangado; outros, enfim, ao redor de um lago fétido,
bebiam de suas á guas pú tridas, que é uma figura do impuro. Entã o,
voltando-se para eles, o santo exclama: Ó tolos, vocês nã o percebem
que essas coisas mais aumentam do que saciam sua fome? Os bens do
mundo sã o apenas bens aparentes e, portanto, nã o podem satisfazer o
coraçã o do homem: “Você comeu, mas nã o comeu o suficiente”. ( Ag.
1:6). Quanto mais, portanto, um homem avarento adquire, mais ele se
esforça para adquirir. Santo Agostinho diz: “A acumulaçã o de dinheiro
nã o fecha, mas alarga, as garras da avareza”. Quanto mais o impuro
chafurda na imundície, mais ele fica ao mesmo tempo nauseado e ao
mesmo tempo faminto; e como, de fato, o esterco e a sujeira sensual
podem contentar o coraçã o? O mesmo acontece com os ambiciosos, que
procuram satisfazer seus desejos com mera fumaça, pois olham mais
para o que querem do que para o que têm. Alexandre, o Grande, depois
de ter conquistado tantos reinos, chorou porque nã o tinha mais a
conquistar. Se os bens deste mundo pudessem contentar o homem, os
ricos, os monarcas da terra, seriam plenamente felizes; mas a
experiência prova o contrá rio. Solomon o declara, que afirma que nã o
negou nada aos seus sentidos: “Tudo o que meus olhos desejaram, eu
nã o os recusei”. ( Eclus. 2:10). Mas por tudo isso, o que ele diz? “Vaidade
das vaidades, e tudo é vaidade.” ( Eclus. 1:2). Com o que ele quer dizer:
Tudo o que há no mundo é mera vaidade, uma mera mentira, mera
loucura.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, o que me resta agora de todas as minhas ofensas
contra Ti, senã o dores, amargura e méritos para o Inferno? Nã o me
arrependo da amargura que agora sinto; pelo contrá rio, consola-me,
porque é dom da Tua graça, e dá -me motivo para esperar (já que és Tu
que me concedes) que Tu me perdoará s. O que me aflige é a dor que te
causei, meu Redentor, que tanto me amou. Eu merecia, ó meu Senhor,
que Tu me abandonasses entã o; mas em vez disso, Tu me ofereces
perdã o, ou melhor, Tu és o primeiro a buscar uma reconciliaçã o. Sim,
meu Jesus, anseio pela paz e desejo a Tua graça acima de todas as
outras bênçã os. Eu sofro por ter ofendido a Ti, ó Infinita Bondade, e de
boa vontade morreria de tristeza. Oh, por aquele amor que me deste ao
morrer por mim na cruz, perdoe-me e receba-me em seu coraçã o; e
mude meu coraçã o para que eu possa no futuro Te agradar tanto
quanto até agora Te desagrado. Por Teu amor renuncio agora a todos os
prazeres que o mundo pode me dar, e resolvo perder minha vida antes
que Tua graça. Diga-me o que devo fazer para Te agradar, e eu o farei.
Que me importa os prazeres, as honras, as riquezas! Desejo somente a
Ti, meu Deus, minha alegria, minha gló ria, meu tesouro, minha vida,
meu amor, meu tudo.
Dá -me, Senhor, Tua ajuda, para que eu possa ser fiel a Ti. Concede
que eu te ame e faça comigo o que tu queres. Maria, minha Mã e e minha
esperança depois de Jesus, toma-me sob a tua proteçã o e faze-me
pertencer totalmente a Deus.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó minha vida perdida! Ó meu Deus, se eu tivesse sofrido para Vos
servir as dores que sofri para Vos ofender, quantos méritos eu teria
agora reservado para o Céu! Ah, meu Senhor, por que te deixei e perdi a
tua graça? Por prazeres breves e envenenados, que desapareceram
quase tã o logo possuídos, e que deixaram meu coraçã o cheio de
espinhos e amargura. Ah, meus pecados, eu detesto e amaldiçoo mil
vezes; e bendigo a tua misericó rdia, ó meu Deus, que me suportaste tã o
pacientemente. Amo-Te, ó meu Criador e Redentor, que deste a Tua vida
por mim; e porque Vos amo, arrependo-me de todo o coraçã o por Vos
ter ofendido. Meu Deus, meu Deus, por que te perdi; e por que te
troquei? Agora sei o mal que fiz; e resolvo perder tudo, até a pró pria
vida, em vez do Teu amor. Dá -me luz, Pai Eterno, pelo amor de Jesus
Cristo; faze-me saber quã o grande és Tu e quã o vis sã o os prazeres que
o diabo me oferece para me fazer perder a Tua graça. Eu te amo; mas
desejo amar-Te mais. Conceda que Tu sejas meu ú nico pensamento,
meu ú nico desejo, meu ú nico amor. Tudo espero de Tua bondade, pelos
méritos de Teu Filho, Maria, minha Mã e, pelo amor que tens a Jesus
Cristo, imploro-te que me obtenhas luz e força para servi-lo e amá -lo
até a morte.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Meu querido Redentor, como fui até agora tã o cego a ponto de
deixar a Ti, o Bem infinito, a Fonte de todas as consolaçõ es, pelas
miseráveis e breves gratificaçõ es dos sentidos! Estou espantado com a
minha cegueira; mas estou ainda mais maravilhado com a tua
misericó rdia, que me suportou com tanta bondade, agradeço-te por me
fazeres agora perceber minha loucura e minha obrigaçã o de te amar, eu
te amo, ó meu Jesus, com toda a minha alma ; e desejo amar-Te mais.
Aumenta este desejo e este amor. Enamore minha alma de Ti, que és
infinitamente amável, que nã o deixou nada por fazer para me inspirar
com amor por Ti, e que tanto deseja meu amor. “Se quiseres, podes
purificar-me.” Ah, meu querido Redentor, purifica meu coraçã o dessas
muitas afeiçõ es impuras que me impedem de Te amar como eu poderia
desejar. Nã o está em meu poder fazer meu coraçã o arder com Teu amor,
e nã o amar nada além de Ti; deve ser pelo poder de Tua graça, que
pode fazer tudo o que quer. Afasta-me de todas as coisas, expulsa da
minha alma toda afeiçã o que nã o seja por Ti e torna-me totalmente Teu,
sofro, acima de todos os outros males, pelo desprazer que Te dei, e
resolvo consagrar o resto da minha vida. inteiramente ao Teu santo
amor. Mas Tu deves me capacitar a fazer isso. Fazei-o por aquele
Sangue que derramastes por mim com tanta dor e tanto amor. Que seja
a gló ria do Teu poder, que meu coraçã o, que antes estava cheio de
afeiçõ es terrenas, seja agora todo inflamado com o amor de Ti, meu
Infinito Bem. Ó Mã e de belo amor, faça-me, por tuas oraçõ es, ser, como
sempre foste, todo em chamas com o amor de Deus.
CONSIDERAÇÃO XII
Sobre o hábito do pecado
A FETOS E ORAÇÕ ES
Meu Deus, Tu me concedeste bênçã os de sinal, favorecendo-me
acima dos outros; e eu claramente te defendi por te ultrajar mais do que
qualquer outra pessoa conhecida por mim. Ó Coraçã o dolorido do meu
Redentor, aflito e atormentado na cruz pela visã o dos meus pecados,
dai-me, por vossos méritos, uma viva percepçã o das minhas ofensas e
dor por elas. Ah, meu Jesus, estou cheio de vícios; mas Tu és onipotente,
Tu podes facilmente encher minha alma com Teu santo amor. Em Ti,
entã o, eu confio; Tu que és infinita bondade e infinita misericó rdia. Eu
me arrependo, ó meu Soberano Bem, por ter Te ofendido. Oh, que eu
preferisse morrer e nunca Te tivesse causado nenhum desprazer! Eu te
esqueci; mas nã o me desamparaste; Eu o percebo pela luz que Tu agora
me dá s. Já que Tu me dá s luz, dá -me também forças para ser fiel a Ti. Eu
prometo a Ti morrer mil vezes mais do que nunca mais voltar as costas
para Ti. Mas todas as minhas esperanças estã o em Tua assistência: “Em
Ti, ó Senhor, esperei; que eu nã o seja confundido para sempre.” Espero
em Ti, meu Jesus, nunca mais me encontrar enredado em iniqü idade e
privado de Tua graça. A ti também me dirijo, ó Maria, minha bendita
Senhora: “Em ti, ó Senhora, esperei; que eu nã o seja confundido para
sempre.” Ó minha esperança, confio por tua intercessã o que nunca mais
me encontrarei em inimizade com teu Filho. Ah, implore-lhe que me
deixe morrer do que que me abandone a este maior dos infortú nios.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Como posso agradecer-te, ó Senhor, como devo pelas muitas graças
que me concedeste? Quantas vezes Tu me chamaste, e eu resisti! Em
vez de Te agradecer e Te amar por ter me livrado do Inferno, e me
chamado com tanto amor, continuei a provocar Tua ira retribuindo-Te
com insultos Nã o, meu Deus, nã o vou mais ultrajar Tua paciência; Eu te
ofendi o suficiente. Só tu, que és amor infinito, poderias ter me
suportado até agora. Mas agora vejo que Tu nã o podes mais me
suportar; e com razã o. Perdoe, entã o, meu Senhor e meu Soberano Bem,
todas as minhas ofensas contra Ti; do qual me arrependo de todo o
coraçã o, pois pretendo no futuro nunca mais Te ofender. O que! Devo
continuar sempre a provocar-te? Ah, apazigua-te comigo, ó Deus da
minha alma; nã o por meus méritos, para os quais só a vingança e o
inferno estã o reservados, mas pelos méritos de Teu Filho e meu
Redentor, em que coloco minha esperança. Pelo amor, pois, de Jesus
Cristo, recebe-me na Tua graça e dá -me perseverança no Teu amor.
Afasta-me de todas as afeiçõ es impuras e atrai-me inteiramente a Ti. Eu
Vos amo, ó grande Deus, ó Supremo Amante das almas, digno de amor
infinito. Oh, que eu sempre tenha Te amado! Ó Maria, minha Mã e, fazei
que o resto da minha vida seja gasto, nã o ofendendo a vosso Filho, mas
somente amando-O e chorando o desgosto que Lhe causei.
TERCEIRO PONTO _ _
ORAÇÃ O _
É , entã o, ó meu Deus, porque Tu tens sido tã o bom para mim, que eu
tenho sido tã o ingrato a Ti? Estamos envolvidos em uma competiçã o –
eu para fugir de Ti e Tu para me perseguir; Tu para me fazer o bem, e
eu para te devolver o mal. Ah, meu Senhor, se nã o houvesse outro
motivo, somente Tua bondade para comigo deveria me enamorar de Ti,
pois enquanto eu aumentei meus pecados, Tu aumentaste Tuas graças.
E como eu mereci a luz que Tu agora me dá s? Meu Senhor, eu Te
agradeço por isso de todo o meu coraçã o; e espero Te agradecer por
isso por toda a eternidade no Céu. Espero ser salvo pelo Teu Sangue; e
espero-o com certeza, pois Tu me mostraste tã o grande misericó rdia.
Enquanto isso, espero que Tu me dês forças para nunca mais te trair.
Proponho, com Tua graça, (mentir mil vezes ao invés de te ofender
mais. Já te ofendi o suficiente; durante o resto de minha vida eu te
amarei. E como posso amar um Deus, que, depois de ter morreu por
mim, suportou-me com tanta paciência, apesar das muitas injú rias que
Lhe fiz! Ó Deus da minha alma, arrependo-me de todo o coraçã o;
gostaria de poder morrer de tristeza. Mas se no passado dei as costas a
Vó s, agora Vos amo sobre todas as coisas, Vos amo mais do que a mim
mesmo. Eterno Pai, pelos méritos de Jesus Cristo, socorre um miserável
pecador, que deseja Vos amar. Maria, minha esperança, socorre-me;
obtém-me a graça de recorrer sempre a teu Filho e a ti sempre que o
demô nio me tentar para ofendê-la novamente.
SEGUNDO PONTO _ _
ORAÇÃ O _
Meu Jesus crucificado, meu Redentor e meu Deus, eis um traidor a
Teus pés. Tenho vergonha de aparecer diante de Ti. Quantas vezes
zombei de Ti, quantas vezes prometi nunca mais ofender-te! Mas
minhas promessas foram todas traiçoeiras; desde que, quando a
ocasiã o se apresentou, eu esqueci de Ti, e novamente virei as costas
para Ti. Agradeço-Te que minha morada neste momento nã o é no
Inferno; mas que, em vez disso, permites que eu esteja aos Teus pés, e
me ilumines, e me chames ao Teu amor. Sim, estou decidido a Te amar,
meu Salvador e meu Deus, e nunca mais Te desprezar. Você me
suportou por tempo suficiente. Percebo que Tu nã o podes mais me
suportar. Infeliz de mim, se depois de tantas graças vos ofender outra
vez! Senhor, determino-me resolutamente a mudar minha vida e a Te
amar tanto quanto Te ofendi. Alegro-me por ter que lidar com bondade
infinita como a Tua. Arrependo-me acima de todas as coisas de ter
desprezado a Ti como fiz, e prometo a Ti todo o meu amor no futuro.
Perdoa-me pelos méritos de Tua paixã o; esqueça as injú rias que te fiz; e
me dê forças para ser fiel a Ti durante o resto de minha vida. Eu Te amo,
ó meu Soberano Bem; e espero te amar sempre. Meu querido Senhor,
nã o Te deixarei mais. Ó Maria, Mã e de Deus, liga-me a Jesus Cristo; e
obtenha para mim a graça de nunca mais me afastar de Seus pés. Em ti
confio.
TERCEIRO PONTO _ _
“Mas eu sou jovem; Deus tem compaixã o dos jovens; aqui depois me
entregarei a Deus”. Chegamos agora à quinta ilusã o. Você é jovem. Mas
você nã o sabe que Deus nã o conta os anos, mas os pecados de cada um?
Você é jovem. Mas em quantos pecados você caiu? Pode haver muitos
idosos que nã o foram culpados nem mesmo da décima parte dos
pecados que você cometeu. E você nã o sabe que Deus fixou o nú mero e
a medida dos pecados que Ele perdoará em cada um? “O Senhor espera
pacientemente (diz a Escritura), para que, quando o dia do julgamento
vier, Ele possa puni-los (as naçõ es) na plenitude de seus pecados”. ( 2
Mach. 6:14). Ou seja, Deus tem paciência e espera até certo ponto; mas
quando a medida dos pecados que Ele determinou perdoar está cheia,
Ele nã o perdoa mais, mas castiga o pecador, seja por uma morte sú bita
no estado de condenaçã o em que ele está , ou abandonando-o ao seu
pecado – um castigo pior do que a morte: “Vou tirar a sua cerca, e será
desperdiçada”. ( Isaías 5:5). Se você tem um pedaço de terra que você
tem cercado com uma cerca de espinhos, cultivado por muitos anos e
gastou muito dinheiro, e você vê que afinal nã o dá frutos, o que você
faz? Você tira a cerca e a deixa à desolaçã o. Treme para que Deus nã o
faça o mesmo com você. Se você continuar a pecar, gradualmente
deixará de sentir remorso de consciência; você nã o pensará mais na
eternidade nem em sua alma; você perderá quase toda a luz; você
perderá todo o medo. Eis que a cerca foi tirada, eis que Deus já te
abandonou.
Vamos agora à ú ltima ilusã o. Você diz: “É verdade que por este
pecado eu perco a graça de Deus, e me condeno ao inferno; pode ser
que por este pecado seja condenado; mas também pode ser que eu
depois confesse e seja salvo. Verdade, eu admito que você ainda pode
ser salvo; pois, afinal, nã o sou profeta e nã o posso dizer com certeza
que depois desse pecado Deus nã o terá mais misericó rdia de você. Mas
você nã o pode negar que, depois de tantas graças que o Senhor lhe
concedeu, muito provavelmente você estará perdido se agora voltar a
ofendê-lo. É dito nas Escrituras: “Um coraçã o duro chegará ao mal no
final”. ( Eclus. 3:27); “Os malfeitores serã o exterminados”. ( Salmos
36:9): os malfeitores serã o finalmente eliminados pela justiça divina. “O
que o homem semear, isso também colherá .” ( Gálatas 6:8): quem
semeia em pecados, no final colherá apenas dores e tormentos. "Eu
liguei, e você se recusou... Eu vou rir de sua destruiçã o e zombar de
você." ( Prov. 1:24, 26): Eu te chamei, diz Deus, e tu zombou de mim;
mas zombarei de ti na hora da morte. “A vingança é minha, e eu
retribuirei no devido tempo.” ( Deut. 32:35): a vingança é Minha, e eu
retribuirei quando chegar a hora. Assim, entã o, as Escrituras falam de
pecadores obstinados; tal é o que a razã o e a justiça exigem. Você me
diz: “Mas talvez, afinal, eu seja salvo”. E repito, sim, talvez; mas que
loucura, eu também digo, repousar a salvaçã o eterna em um talvez, e
sobre um talvez tã o incerto! Este é um caso para ser colocado em tal
perigo?
ORAÇÃ O _
Meu querido Redentor, prostrado aos Teus pés, agradeço-Te por nã o
ter me abandonado depois de tantos pecados. Que nú meros, que Te
ofenderam menos do que eu, nunca receberã o a luz que Tu agora me
dá s! Percebo que verdadeiramente Tu desejas minha salvaçã o; e desejo
ser salvo principalmente para agradar a Ti. Desejo cantar as muitas
misericó rdias que Tu me mostraste por toda a eternidade no Céu.
Espero que agora, a esta hora, já me tenhas perdoado; mas mesmo que
eu esteja em desgraça contigo, porque nã o soube como me arrepender
de minhas ofensas contra ti como deveria, agora me arrependo delas
com toda a minha alma e sofro por elas acima de todos os outros males.
Perdoa-me em tua misericó rdia e aumenta em mim cada vez mais
tristeza por ter ofendido a ti, meu Deus, que és tã o bom. Dá -me tristeza,
e dá -me amor. Eu Vos amo acima de todas as coisas, mas ainda Vos amo
muito pouco; Desejo muito Te amar; e eu peço este amor de Ti, e espero
por isso de Ti. Ouve-me, meu Jesus; pois Tu prometeste ouvir aqueles
que Te invocam. Ó Maria, Mã e de Deus, todos me assegurem que nunca
mandas embora desconsolados aqueles que se recomendam a ti. Ó
minha esperança depois de Jesus, eu voo para ti, e em ti confio;
recomenda-me a teu Filho e salva-me.
CONSIDERAÇÃO XIV
Sobre o Julgamento Particular
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó meu Jesus, sempre te chamarei Jesus; Teu nome me consola, me
anima, me lembrando que Tu és meu Salvador, que morreste para
minha salvaçã o. Eis-me aos Teus pés. Reconheço que mereci o Inferno
tantas vezes quanto Te ofendi pelo pecado mortal. sou indigno de
perdã o; mas Tu morreste para obter meu perdã o. Recordare, Jesu pie,
quod sum causa tuæ viae. Apressa-te, pois, meu Jesus, a perdoar-me
antes que venhas julgar-me. Nã o posso mais pedir misericó rdia; mas
agora posso pedi-la e espero obtê-la. Tuas feridas me encherã o de
terror; mas agora eles me dã o confiança. Meu querido Redentor,
lamento acima de todos os outros males por ter ofendido Tua infinita
bondade. Resolvo aceitar cada dor e cada perda em vez de perder Tua
graça. Eu Te amo com todo meu coraçã o. Tem piedade de mim: “Tem
misericó rdia de mim segundo a tua grande misericó rdia”. Ó Maria, Mã e
de Misericó rdia, Advogada dos pecadores, obtende-me grande dor
pelos meus pecados, perdã o e perseverança no amor divino. Eu te amo,
ó minha Rainha, e confio em ti.
SEGUNDO PONTO _ _
nossas pró prias promessas, nas quais depois falhamos, e nos acusará
de todos os nossos pecados, apontando para o dia e a hora em que os
cometemos. Entã o ele dirá ao Juiz, segundo Sã o Cipriano: “Nã o
suportei golpes e açoites por isso”. Senhor, nada sofri por este culpado;
mas ele te deixou, que morreu para salvá -lo, e se fez meu escravo;
portanto, ele pertence a mim. Os anjos da guarda també m serã o
acusadores, segundo Orígenes: “Cada anjo dará testemunho do nú mero
de anos que trabalhou para ele; mas ele desprezou todo aviso.” 52 Para
que entã o “todos os seus amigos o desprezem”. ( Lam. 1:2). As paredes
dentro das quais o ofensor pecou irã o acusá -lo. “A pedra clamará da
parede”. ( Hab. 2:11). Sua pró pria consciê ncia o acusará : “A sua
consciê ncia lhes dará testemunho no dia em que Deus os julgar”. ( Rom.
2:15). Seus pró prios pecados, diz Sã o Bernardo, falarã o e dirã o: “Tu nos
fizeste, somos tuas obras; nã o te abandonaremos.” Finalmente,
segundo Sã o Crisó stomo, as chagas de Jesus Cristo serã o acusadoras:
“Os pregos reclamarã o de ti; as feridas falarã o contra ti; a Cruz de
Cristo pregará contra ti”. Em seguida, o exame terá início.
O Senhor diz: “Naquele tempo vasculharei Jerusalém com
lâ mpadas”. ( Sof. 1:12). “A lâ mpada”, diz Mendozza, “penetra em todos
os cantos” da casa. E Cornélio à Lapide, explicando estas palavras, “com
lâ mpadas”, diz que Deus entã o colocará diante do culpado os exemplos
dos santos, e todas as luzes e inspiraçõ es que Ele lhe deu durante a
vida, como também todos os anos concedeu-lhe para fazer o bem: "Ele
chamou contra mim o tempo." ( Lam. 1:15). De modo que ele terá que
prestar contas de cada relance do olho: “Uma conta será exigida de ti,
mesmo a um relance do olho”, diz Santo Anselmo. “Ele purificará os
filhos de Levi”. ( Mal. 3:3). Assim como o ouro é purificado separando-o
da escó ria, da mesma maneira serã o peneiradas nossas boas obras,
nossas confissõ es, nossas comunhõ es, etc. “Quando eu tiver um tempo,
julgarei as justiças”. ( Salmos 74:3). Em suma, Sã o Pedro nos diz que, no
julgamento, o justo dificilmente será salvo: “E se o justo dificilmente
será salvo, onde aparecerã o os ímpios e pecadores?” ( Pedro 4:18). Se
tivermos que responder por cada palavra ociosa, que contas teremos
que prestar por tantos maus pensamentos consentidos! Quantas
palavras impró prias! “Se por uma palavra ociosa for exigida uma conta,
o que será para uma palavra de impureza!” diz Sã o Gregó rio. O Senhor
diz especificamente (falando de pecadores escandalosos, que Lhe
roubaram almas): “Eu os encontrarei como uma ursa roubada de seus
filhotes”. ( Osee 13:8). Falando em obras, o Juiz dirá : “Dá -lhe do fruto
das suas mã os”. ( Prov. 31:31). Recompense-o de acordo com as obras
que ele fez.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Jesus, se Tu agora me recompensasses de acordo com as
obras que fiz, o inferno seria meu destino! Ó Deus, quantas vezes eu
mesmo escrevi a sentença de minha condenaçã o à quele lugar de
tormentos! Retribuo-Te graças pela paciência com que há tanto tempo
me suportaste. Ó Deus, se eu neste momento me apresentasse perante
o Teu tribunal, que contas te poderia prestar da minha vida? Ah, Senhor,
espere por mim ainda um pouco mais; nã o me julgue ainda. Se Tu agora
me julgasses, o que seria de mim? Espere por mim; já que Tu me
mostraste tantas misericó rdias até agora, concede-me mais esta: dá -me
uma grande tristeza por meus pecados. Arrependo-me, ó meu Soberano
Bem, por ter Te desprezado tantas vezes. Eu Te amo acima de todas as
coisas. Pai Eterno, perdoe-me pelo amor de Jesus Cristo; e por Seus
méritos, conceda-me a santa perseverança. Meu Jesus, tudo espero pelo
Vosso sangue, Maria Santíssima, em Vó s confio. “Volte, portanto,
gracioso Advogado, seus olhos de misericó rdia para nó s.” Olhe para as
minhas misérias e tenha piedade de mim.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Meu Deus, se eu nã o Vos agradar agora, entã o nã o haverá mais
tempo para Vos apaziguar. Mas como devo apaziguar-te - eu que tantas
vezes desprezei a tua amizade por prazeres miseráveis e brutais?
Retribuí com ingratidã o Teu imenso amor. Que satisfaçã o digna uma
criatura pode dar por ofensas cometidas contra seu Criador? Ah, meu
Senhor, eu Te agradeço por ter me dado em Tua misericó rdia os meios
de apaziguar e satisfazer Tua justiça. Eu Vos ofereço o Sangue e a morte
de Jesus, vosso Filho; e eis que já vejo a Tua justiça aplacada e
superabundantemente satisfeita. Para isso, meu arrependimento é
igualmente necessá rio. Sim, meu Deus, me arrependo de todo o coraçã o
de todas as injú rias que te fiz. Julgue-me agora, entã o, meu Redentor. Eu
detesto acima de todo mal todo o desprazer que te dei. Eu te amo acima
de todas as coisas com todo o meu coraçã o; e pretendo sempre Te amar,
e preferir morrer a Te ofender. Tu prometeste perdoar a quem se
arrepende; ah, julga-me entã o, agora, e absolve-me dos meus pecados.
Aceito o castigo que mereço; mas restaura-me à Tua graça, e preserva-
me nela até que eu morra. Assim espero. Ó Maria, minha Mã e, agradeço-
te as muitas misericó rdias que obtiveste para mim; ah, continue me
protegendo até o fim.
CONSIDERAÇÃO XV
Sobre o julgamento geral
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Jesus e meu Redentor, que um dia será meu Juiz, perdoa-me
antes que chegue esse dia. “Nã o desvie de mim o Teu rosto.” Agora Tu és
um Pai para mim; e como um pai recebe em Teu favor um filho que
volta arrependido aos Teus pés. Meu Pai, peço-Te perdã o. Eu te ofendi
injustamente, eu te deixei injustamente. Você nã o merecia tal
tratamento de mim. Eu me arrependo disso, sofro de todo o meu
coraçã o; perdoe-me, nã o se afaste de mim, nã o me bana como eu
mereço. Lembra-te do Sangue que derramaste por mim, e tem piedade
de mim. Meu Jesus. Nã o desejo outro juiz além de Ti. Sã o Tomá s de
Villanova disse: “Submeto-me de bom grado a ser julgado por Aquele
que morreu por mim; e quem, para que eu nã o fosse condenado,
escolheu ser ele mesmo condenado à cruz”. E Sã o Paulo havia dito o
mesmo antes dele: “Quem é Aquele que deve condenar? Cristo Jesus,
que morreu por nó s”. ( Rom. 8:34). Meu Pai, eu amo “A Ti; e no futuro
nunca mais deixarei Teus pés. Esquece minhas ofensas contra Ti, e dá -
me um grande amor por Tua bondade. Desejo amar-te mais do que te
ofendi; mas sem Tua ajuda nã o posso te amar. Assiste-me, meu Jesus,
faze-me viver grato ao Teu amor, para que no ú ltimo dia eu seja
encontrado no vale entre o nú mero de Teus amantes. Ó Maria, minha
Rainha e minha Advogada, assiste-me agora; pois se eu estiver perdido,
naquele dia você nã o poderá mais me ajudar. Tu rezas por todos; ora
também por mim, que me glorio em ser teu servo devotado, e confio
tanto em ti.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó meu querido Redentor, ó Cordeiro de Deus, que vieste ao mundo,
nã o para castigar, mas para perdoar pecados - ah, perdoa-me depressa,
antes que chegue o dia em que terá s de me julgar. Entã o a visã o do
Cordeiro, que me suportou com tanta paciência, seria para mim o
Inferno dos Infernos, caso eu me perdesse. Novamente digo: Ah,
perdoe-me rapidamente; tira-me por Tua mã o misericordiosa do
precipício em que caí por causa de meus pecados. Repito, ó Soberano
Bom, de ter Te ofendido, e tanto Te ofendido. Eu Te amo, ó meu Juiz, que
tanto me amaste. Ah, pelos méritos de Tua morte, dá -me uma grande
graça, que me transforme de pecador em santo. Tu prometeste ouvir
aqueles que oram a Ti: “Clama a mim, e eu te ouvirei”. ( Jr. 33:3). Nã o
peço bens terrenos; Peço Tua graça, Teu amor e nada mais. Ouve-me,
meu Jesus, por aquele amor que me deste ao morrer por mim na cruz.
Meu amado Juiz, sou um criminoso; mas um criminoso que te ama mais
do que a si mesmo. Tenha pena de mim. Maria, minha Mã e, apresse-se,
apresse-se em me ajudar agora que há tempo para você me ajudar. Tu
nã o me abandonaste quando eu vivia esquecido de ti e de Deus; ajuda-
me agora que estou decidido a servir-te sempre, e nunca mais ofender
meu Senhor. Ó Maria, tu és a minha esperança.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Salvador e meu Deus, qual será a minha sentença naquele
dia? Se agora, meu Jesus, me pedisses contas da minha vida, que te
responderia senã o que merecia mil infernos? Sim, é verdade, meu caro
Redentor, eu mereço mil Infernos: mas saiba que eu Vos amo, e Vos amo
mais do que a mim mesmo; e quanto à s ofensas que cometi contra Ti,
sinto uma dor tã o grande por elas, que me contentaria em ter sofrido
todo o mal do que ter ofendido a Ti. Ó meu Jesus, Tu condenas os
pecadores obstinados, mas nã o os que se arrependem e desejam Te
amar. Eis-me arrependido aos Teus pés; faze-me sentir que Tu me
perdoas. Mas Tu já me fazes sentir com as palavras de Teu Profeta:
“Volte-se para mim, e eu me voltarei para você”. ( Zach. 1:3). deixo tudo,
renuncio a todos os prazeres e riquezas do mundo; e voltar-se para Ti, e
abraçar-Te, meu amado Redentor. Ah, recebe-me em Teu Coraçã o, e ali
me inflama com Teu santo amor; inflama-me para que eu nunca mais
pense em me separar de Ti. Meu Jesus, salva-me; e que minha salvaçã o
seja amar-Te sempre, e sempre louvar Tuas misericó rdias. “As
misericó rdias do Senhor cantarei para sempre.” Maria, minha
esperança, meu refú gio e minha Mã e, socorrei-me e alcançai-me a santa
perseverança. Nunca se perdeu ninguém que recorreu a ti. Eu me
recomendo a ti; tenha pena de mim.
CONSIDERAÇÃO XVI
Nas dores do inferno
PRIMEIRO PONTO _ _
O pecador comete dois males quando peca; ele deixa Deus, seu bem
soberano, e se volta para as criaturas: “Porque o meu povo fez dois
males: a mim me deixaram, a fonte de á gua viva, e cavaram para si
cisternas, cisternas quebradas, que nã o retêm á gua .” ( Jr. 2:13). Porque,
entã o, o pecador se volta para as criaturas, com aversã o a Deus, ele será
justamente atormentado no inferno por essas mesmas criaturas, pelo
fogo e pelos demô nios; e esta é a dor do sentido. Mas porque sua maior
culpa, e aquela em que consiste o pecado, é o afastamento de Deus,
portanto o principal tormento, e que constituirá o inferno, será a dor da
perda, isto é, a dor de ter perdido Deus.
Consideremos primeiro a dor do sentido. É da fé que existe um
Inferno. No meio da terra está esta prisã o, reservada para o castigo
daqueles que se rebelam contra Deus. O que é esse inferno? É um lugar
de tormentos; assim o inferno foi chamado pelo glutã o que foi
condenado ( Lucas 16:28): um lugar de tormentos onde todos os
sentidos e os poderes dos condenados terã o seu tormento apropriado;
e quanto mais uma pessoa ofendeu a Deus em qualquer sentido
particular, tanto mais ela será atormentada nesse sentido: “Por quais
coisas o homem peca, por isso també m é atormentado”. ( Sab. 11:17):
“Tanto quanto ela esteve em guloseimas, tanto tormento e tristeza lhe
dã o”. ( Apoc. 18:7). A visã o será atormentada pela escuridã o: “Uma
terra escura e coberta com a névoa da morte”. ( Trabalho 10:21). Com
que compaixã o devemos ouvir que um homem pobre foi encerrado em
um poço escuro por toda a sua vida, ou por quarenta ou cinquenta
anos! O inferno é um poço fechado por todos os lados, onde nenhum
raio de sol ou qualquer outra luz jamais entra: “Ele nunca verá a luz”. (
Salmos 48:20). O fogo, que na terra ilumina, no inferno será escuro: “A
voz do Senhor que separa a chama do fogo”. ( Salmos 28:7). Sã o Basílio
explica: “O Senhor separará o fogo da luz, para que este fogo cumpra
apenas o ofício de queimar, e nã o de iluminar”. E ainda mais
brevemente Albertus Magnus explica isso: “Ele dividirá o esplendor do
calor”. A mesma fumaça que sai deste fogo formará aquela tempestade
de trevas de que fala Sã o Judas, que cegará os olhos dos condenados: “A
quem a tempestade de trevas está reservada para sempre”. ( Judas 13).
Sã o Tomá s diz que só haverá luz suficiente aos condenados para
atormentá -los ainda mais: “Basta ver as coisas que podem atormentá -
los”. 66 Nesse crepú sculo eles verã o a hediondez dos outros ré probos e
dos demô nios, que assumirã o formas horríveis para aterrorizá -los
ainda mais.
O olfato será atormentado. Que tormento seria encontrar-se
encerrado em um quarto com um cadáver pú trido! “Das suas carcaças
subirá um fedor.” (Isaías 34:3). Os condenados devem permanecer no
meio de tantos milhõ es de outros ré probos, que estã o vivos para a dor,
mas cadáveres pelo fedor que exalam. Sã o Boaventura diz que, se o
corpo de um dos condenados fosse expulso do Inferno, o fedor seria
suficiente para destruir todos os homens. E, no entanto, alguns tolos
dizem: Se eu for para o inferno, nã o estarei sozinho. Seres miseráveis!
Quanto mais há no Inferno, mais sofrem: “Lá (diz Sã o Tomá s) a
sociedade dos miseráveis nã o diminuirá , mas aumentará a misé ria”. 67
Sofrem mais, digo, com o cheiro, os gritos e a estreiteza do lugar; alé m
disso, no inferno eles serã o uns sobre os outros, amontoados como
ovelhas no inverno: “Eles sã o colocados no inferno como ovelhas”. (
Salmos 48:15). Mais ainda, serã o como uvas esmagadas sob o lagar da
ira de Deus: “Ele é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus, o
Todo-Poderoso”. ( Apoc. 19:15). Disto també m virá a dor da
imobilidade: “Que se tornem imó veis como uma pedra”. ( Ex. 15:16).
Assim, como os condenados caem no inferno no ú ltimo dia, assim terã o
que permanecer, sem nunca mudar de posiçã o, e sem mover a mã o ou o
pé , enquanto Deus for Deus.
A audiência será atormentada pelos contínuos uivos e lamentos
daqueles miseráveis desesperados. Os demô nios farã o ruídos
perpétuos: “O som do pavor está sempre em seus ouvidos”. ( Trabalho
15:21). Quã o doloroso é para quem deseja dormir, ouvir o gemido
contínuo de um doente, o latido de um cachorro ou o choro de uma
criança! Almas infelizes, condenadas a ouvir continuamente por toda a
eternidade os gritos e uivos desses miseráveis torturados! O apetite
será atormentado pela fome: os condenados sofrerã o de uma fome
voraz: “Eles sofrerã o fome como cã es”. ( Salmos 58:15); mas nunca
provarã o nem mesmo uma migalha de pã o. Tã o grande será sua sede,
que a á gua do oceano nã o seria suficiente para saciá -la; e, no entanto,
eles nunca obterã o nem mesmo uma gota de á gua. O glutã o pediu uma
ú nica gota; mas ele ainda nã o o obteve, e nunca, nunca o terá .
A FETOS E ORAÇÕ ES
Todos, meu Senhor, contemplem a Teus pés aquele que fez pouco
caso de Tua graça e Teus castigos. Nã o estou feliz; se Tu, meu Jesus, nã o
tivesses piedade de mim, quantos anos eu deveria estar agora naquela
fornalha fedorenta, onde tantos como eu já estã o queimando! Ah, meu
Redentor, como é que, refletindo sobre isso, eu nã o ardo com Teu amor?
Como posso no futuro pensar em ofender-te novamente? Ah, que nunca
seja, meu Jesus! Deixe-me morrer mil vezes. Desde que você começou,
complete o trabalho. Tu me livraste da lama de meus muitos pecados, e
com tanto amor me chamaste para te amar. Ah, conceda agora que eu
possa gastar totalmente para Ti todo o tempo que Tu me dá s. Como
desejaria o maldito um dia, uma hora do tempo que Tu me concedes! E
o que, entã o, devo fazer? Devo continuar a gastá -lo em desagradar a Ti?
Nã o, meu Jesus, nã o o permita, pelos méritos daquele Sangue que até
agora me livrou do Inferno. Eu Te amo, ó meu Soberano Bem; e porque
Te amo, me arrependo de ter Te ofendido. Nã o Te ofenderei mais, mas
sempre Te amarei. Minha Rainha e minha Mã e Maria, rogai a Jesus por
mim; e obtenha para mim o dom da perseverança e do Seu santo amor.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Jesus, Teu sangue e Tua morte sã o minha esperança. Tu
morreste para me livrar da morte eterna. Ah, meu Senhor, e quem
participou mais dos méritos de Tua paixã o do que eu, miserável que
sou, que tantas vezes mereceu o Inferno? Ah, deixe-me nã o mais viver
ingrato pelas muitas graças que Tu me concedeste. Tu me livraste do
fogo do Inferno, porque Tu nã o desejas que eu queime naquele fogo de
tormento, mas com o doce fogo de Teu amor. Ajuda-me, entã o, para que
eu possa cumprir Teu desejo. Se eu estivesse agora no inferno, nunca
mais poderia te amar; mas como sou capaz de Vos amar, Vos amarei,
Vos amo, ó Infinita Bondade; Eu te amo, meu Redentor, que tanto me
amou. Como pude viver tanto tempo esquecido de Ti! Eu Te agradeço
por nã o ter me esquecido. Se Tu tivesses esquecido de mim, ou eu
estaria agora no inferno, ou nã o teria pena dos meus pecados. Esta dor
de Vos ter ofendido, que sinto em meu coraçã o, e este desejo que sinto
de Vos amar muito, sã o dá divas de Vossa graça, que ainda me assiste. Eu
Te agradeço, meu Jesus. Espero no futuro dedicar a Ti o resto de minha
vida. eu renuncio a tudo. Pensarei apenas em servir e agradar a Ti.
Recorda-me sempre o Inferno que mereci e as graças que me
concedeste; e nã o permitas que eu volte novamente as costas a Ti e me
condene a esse poço de tormentos. Ó Mã e de Deus, rogai por mim
pecador. Tua intercessã o me livrou do inferno; que ele me preserve
novamente, minha Mã e, do pecado, o ú nico que pode me condenar
novamente ao inferno.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, Tu és, entã o, meu Soberano Bem, Infinito Bem; e
tantas vezes te perdi voluntariamente! Eu bem sabia que por meu
pecado Te causei grande desagrado, e que perdi Tua graça; e ainda
assim eu cometi. Ah, se eu nã o te visse pregado na cruz, ó Filho de Deus,
morrendo por mim, nã o teria mais coragem de pedir e esperar teu
perdã o. Eterno Pai, nã o olhe para mim, olhe para este Filho amado, que
implora de Ti misericó rdia para mim; ouça-o e perdoe-me. Eu deveria
estar há anos no inferno, sem qualquer esperança de poder te amar
novamente e recuperar a tua graça perdida. Meu Deus, lamento acima
de todos os outros males por esta injú ria que vos fiz, de renunciar a
vossa amizade e desprezar vosso amor pelos miseráveis prazeres desta
terra. Oh, que eu preferisse morrer mil vezes! Como posso ter sido tã o
cego e tã o louco! Agradeço a Ti, meu Senhor, por me dar tempo para
reparar o mal que fiz. Já que por Tua misericó rdia nã o estou no Inferno,
e ainda posso Te amar, meu Deus, eu Te amarei. Nã o adiarei mais toda a
minha conversã o a Ti. Eu Te amo, ó Infinita Bondade; Eu Te amo, minha
vida, meu tesouro, meu amor, meu tudo. Recorda-me sempre, ó Senhor,
o amor que me deste, e o inferno onde devo estar agora, para que este
pensamento possa sempre inflamar-me para fazer atos de amor a ti, e
dizer sempre a ti: Eu te amo, eu te amo, eu te amo. Ó Maria, minha
Rainha, minha Esperança e minha Mã e, se eu estivesse no Inferno
também nã o te poderia amar mais. Eu te amo, minha Mã e; e eu confio
em ti para nunca mais deixar de amar a ti e ao meu Deus. Ajude-me; ore
a Jesus por mim.
CONSIDERAÇÃO XVII
Na eternidade do inferno
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, se me tivesses enviado ao inferno, como muitas vezes
mereci, e depois em tua misericó rdia me tivesses livrado dele, quã o
grandes seriam minhas obrigaçõ es para contigo! E a partir desse
momento que vida santa eu deveria ter começado a levar! E agora que,
com misericó rdia ainda maior, Tu me preservaste de cair nele, o que
devo fazer? Devo ofender-te novamente e provocar-te à ira, para que
possas precisamente enviar-me para queimar naquela prisã o de
rebeldes, onde tantos já estã o queimando por menos pecados do que os
meus? Ah, meu Redentor, assim agi no passado; em vez de usar o tempo
que me deste para chorar por meus pecados, gastei-o em provocar-te
ainda mais. Agradeço a Tua infinita bondade por ter me suportado por
tanto tempo. Nã o fosse infinito, como poderia ter me suportado?
Agradeço-Te, entã o, por ter esperado por mim até agora com tanta
paciência; e agradeço-te especialmente pela luz que agora me dá s, pela
qual me fazes perceber minha loucura, e o mal que te fiz ao insultar-te
por meus muitos pecados. Meu Jesus, eu os detesto e deles me
arrependo de todo o coraçã o; perdoa-me pela tua Paixã o e assiste-me
pela Tua graça, para que nunca mais Te ofenda. Posso agora temer que,
se cometer outro pecado mortal, Tu me abandones. Ah, meu Senhor, eu
te suplico, coloque diante de meus olhos este medo justo quando o
diabo me tentar novamente para te ofender. Meu Deus, eu Vos amo,
nem Vos perderei mais; ajuda-me por Tua graça. Ajuda-me, ó Virgem
santíssima; concede que eu possa sempre recorrer a ti em minhas
tentaçõ es, para que eu nunca mais perca meu Deus. Maria, tu és a
minha esperança.
SEGUNDO PONTO _ _
Quem uma vez entrar no inferno nunca mais sairá dele por toda a
eternidade. Este pensamento fez com que Davi estremecesse, dizendo:
“Nã o me engula o abismo, e nã o deixe a cova fechar a sua boca sobre
mim.” ( Salmos 68:16). O condenado uma vez caído naquele poço de
tormentos, sua boca está fechada, para nunca mais ser aberta. No
inferno há um portã o para entrar, mas nã o há nenhum para sair:
“Haverá um caminho para descer”, diz Eusébio Emissenus, “mas
nenhum para subir”. E assim explica as palavras do salmista: “Nã o feche
a boca a cova, porque depois de ter recebido o réprobo, ela será fechada
em cima e aberta em baixo”. Enquanto o pecador viver, ele sempre pode
esperar por um remédio; mas uma vez vencido pela morte em pecado,
toda a esperança terminará para ele: “Quando o ímpio estiver morto,
nã o haverá mais esperança”. ( Prov. 11:7). Se pelo menos os condenados
pudessem se gabar com falsas esperanças e assim encontrar algum
alívio para seu desespero! Aquele pobre ferido confinado em sua cama,
e desesperado pelo médico, ainda se lisonjeia e se conforta, dizendo:
“Quem sabe, se eu ainda nã o encontrar algum médico e algum remédio
que possa me curar?” Aquele pobre coitado condenado à s galés por
toda a vida, também se consola, dizendo: “Quem sabe o que pode
acontecer, e eu posso me libertar dessas correntes?” Se (eu digo) o
maldito pudesse ao menos falar assim também: “Quem sabe se um dia
eu possa escapar desta prisã o?” e poderiam assim iludir-se com esta
falsa esperança! Mas nã o, no Inferno nã o há esperança, nem verdadeira
nem falsa; nã o existe quem sabe? O infeliz infeliz sempre terá escrito
diante de seus olhos sua condenaçã o, para chorar para sempre naquele
poço de tormentos: “Alguns para a vida eterna, e outros para o
opró brio, para vê-la sempre”. ( Dan. 12:2). Por isso os condenados nã o
só sofrem o que sofrem a cada momento, mas sofrem a cada momento a
dor da eternidade, dizendo: “O que agora sofro, terei de sofrer para
sempre”. “Eles carregam o peso da eternidade”, diz Tertuliano.
Rezemos, pois, ao Senhor, segundo a oraçã o de Santo Agostinho:
“Aqui queima, aqui corta, aqui nã o poupas, para que poupes na
eternidade!” Os castigos desta vida passam: “As tuas flechas passam: a
voz do teu trovã o numa roda”. ( Salmos 76:19). Mas os castigos da outra
vida nunca passam. Vamos temê-los; temamos aquele trovã o de
condenaçã o eterna, que sairá da boca do Juiz, quando Ele julgar os
réprobos: “Afasta-te de mim, malditos, para o fogo eterno”. Ele diz: “em
uma roda”; uma roda sendo uma figura da eternidade, para a qual nã o
há fim: “Eu tirei minha espada de sua bainha, para nã o voltar atrá s”. (
Ez. 21:5). O castigo do Inferno será grande; mas o que mais deve nos
aterrorizar é que será irrevogável.
Mas que justiça é essa, exclamará o incré dulo, para punir um
pecado que dura apenas um momento com dor eterna? Mas, eu
respondo, como pode um pecador ter a coragem de ofender por um
prazer momentâ neo um Deus de majestade finita? Mesmo pela regra
da justiça humana (diz Sã o Tomá s), a pena nã o é medida de acordo
com a duraçã o do tempo, mas de acordo com a natureza do crere: uma
dor momentâ nea.” 75
O inferno é pouco para um pecado mortal. Uma ofensa contra a
Majestade Infinita merece um castigo infinito, diz Sã o Bernardino de
Siena: “Por todo pecado mortal é feito um dano infinito a Deus; e a um
dano infinito é devido um castigo infinito.” Mas porque, diz o doutor
angelical, a criatura nã o é capaz de dores infinitas quanto à intensidade,
Deus justamente ordena que seja infinita quanto à extensã o.
Alé m disso, essa dor deve necessariamente ser eterna: primeiro,
porque os condenados nã o podem mais satisfazer por seus pecados.
Nesta vida, o pecador penitente pode satisfazer seus pecados na
medida em que os mé ritos de Jesus Cristo sã o aplicados a ele; mas a
alma condenada é excluída desses mé ritos, de modo que nã o podendo
mais apaziguar a Deus, e seu pecado sendo eterno, eterno també m
deve ser seu castigo: “Nã o dará a Deus o seu resgate, e trabalhará para
sempre. ” ( Salmos 48:8, 9). Daí Belluacensis diz: “Lá o pecado pode ser
punido para sempre e nunca expiado;” pois, segundo Santo Agostinho,
“lá o pecador nã o pode se arrepender”; portanto, o Senhor se ira para
sempre contra ele: “O povo contra quem o Senhor está zangado para
sempre”. ( Mal. 1:4). Alé m disso, ainda que Deus deseje perdoar os
condenados, eles nã o serã o perdoados, porque sua vontade é obstinada
e confirmada no ó dio contra Deus. Inocê ncio III diz: “Os ré probos nã o
se humilharã o, mas a malignidade do ó dio continuará crescendo neles”.
76 E Sã o Jerô nimo: “Eles sã o insaciáveis no desejo de pecar”. 77
A FETOS E ORAÇÕ ES
Entã o, meu Redentor, se eu estivesse agora no inferno, de acordo
com meus merecimentos, eu te odiaria obstinadamente, meu Deus, que
morreste por mim! Ó Deus, e que inferno seria odiar a Ti, que tanto me
amaste, e que és infinitamente bom e digno de amor infinito! Se eu
estivesse agora no inferno, também estaria em um estado tã o infeliz
que nem mesmo desejaria o perdã o que Tu agora me ofereces. Meu
Jesus, agradeço-vos a misericó rdia que me mostrastes; e como agora
posso obter perdã o e posso amar-te, desejo ser perdoado e desejo
amar-te. Tu me ofereces o perdã o, e eu te peço, e espero por teus
méritos. Eu me arrependo de todas as minhas ofensas contra Ti, ó Em
finita bondade, e Tu me perdoas. Eu Te amo com toda a minha alma. Ah,
Senhor, e que mal me fizeste, para que eu te odeie como meu inimigo
para sempre. E que amigo eu já tive, que fez e sofreu por mim o que Tu
tens, ó meu Jesus? Ah, nã o me permita novamente incorrer em Teu
desagrado e perder Teu amor; antes, deixe-me morrer do que permitir
que esta ruína total me sobrevenha! Ó Maria, abriga-me sob o manto de
tua proteçã o e nunca me deixes sair dele, para que eu me rebele
novamente contra Deus e contra ti!
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ó Senhor, ilumina-me, para que eu conheça a injustiça que te fiz, e o
castigo eterno que mereci por te ofender. Meu Deus, sinto uma grande
dor por Vos ter ofendido; mas essa dor me consola. Se Tu me tivesses
enviado ao Inferno, como eu merecia, este remorso seria o Inferno do
meu Inferno, considerando por que ninharias perdi a minha alma; mas
agora esse remorso (repito) me consola, porque me anima a esperar
meu perdã o; pois Tu o prometeste a todos os que se arrependem. Sim, ó
meu Senhor, eu me arrependo de ter te ultrajado; Eu abraço esta doce
dor; nã o, rogo-te que o aumentes e o preserves em mim até a hora da
morte, para que eu possa sempre chorar amargamente pelo desprazer
que te causei. Meu Jesus, perdoe-me. Ó meu Redentor, que, por piedade
de mim, nã o tiveste piedade de ti mesmo, condenando-te a morrer em
tormentos para me livrar do inferno, tem piedade de mim. Concede,
entã o, que enquanto meu remorso me mantém sempre aflito por ter
ofendido a Ti, possa ao mesmo tempo inflamar toda a minha alma com
o amor de Ti, que tanto me amaste e tã o pacientemente me suportaste;
e que agora, em vez de me castigar, me enriquece com luzes e graças. Eu
Vos agradeço, ó meu Jesus, e Vos amo; Eu Te amo mais do que a mim
mesmo; Eu Te amo com todo o meu coraçã o. Nã o podes desprezar
quem te ama; Eu te amo; nã o me banais da Tua presença. Receba-me,
entã o, em Teu favor, e nunca mais permita que eu Te perca. Maria,
minha Mã e, aceita-me como tua serva e liga-me ao teu Filho Jesus.
Rogai a Ele que me perdoe e me dê o Seu amor e a graça da
perseverança até a morte.
SEGUNDO PONTO _ _
Sã o Tomá s diz que a principal dor dos condenados será ver que eles
perderam suas almas por nada, e que poderiam tã o facilmente ganhar a
gló ria do céu, se tivessem escolhido. Sua principal dor será que eles
estã o condenados por nada, enquanto eles poderiam ter obtido mais
facilmente a vida eterna. O segundo aguilhã o da consciência, entã o, será
refletir sobre o pouco que eles tiveram que fazer para serem salvos.
Uma alma perdida apareceu a Sã o Humberto, e disse-lhe que esta era
precisamente a maior dor pela qual ele foi atormentado no Inferno,
pensar por que ninharias ele havia se condenado e quã o pouco ele
tinha que fazer para ser salvo. Entã o a alma miserável dirá : Se eu me
tivesse mortificado por nã o olhar para tal objeto, se tivesse conquistado
aquele respeito humano, se tivesse evitado aquela ocasiã o, aquele
companheiro, aquela conversa, nã o estaria agora perdido. Se tivesse me
confessado todas as semanas, se tivesse sido assiduo no cumprimento
dos deveres da minha confraria, se tivesse lido todos os dias um livro
tã o espiritual, se tivesse me recomendado a Jesus Cristo e a Maria, nã o
teria caído novamente em pecado. . Muitas vezes resolvi fazer essas
coisas, mas nã o cumpri minhas resoluçõ es; ou comecei a guardá -los e
depois os negligenciei; e, portanto, estou perdido.
A dor desse remorso será agravada nos condenados pelos exemplos
que tiveram diante deles de amigos e companheiros virtuosos, e ainda
mais pelos dons que Deus lhes concedeu para salvar suas almas: dons
da natureza, como boa saú de; dons de fortuna, talentos que o Senhor
lhes deu, para fazer bom uso e, assim, tornar-se santos; dons, aliá s, de
graça, tantas luzes, inspiraçõ es, apelos e tantos anos concedidos para
reparar o que fizeram de errado: mas naquele estado miserável a que
estã o reduzidos, verã o que nã o há mais tempo para reparaçã o . Eles
ouvirã o o anjo do Senhor clamar e jurar “por aquele que vive para todo
o sempre, que nã o haverá mais tempo”. ( Apoc. 10:5-6). Oh, que punhais
cruéis serã o todas as graças que recebeu no coraçã o da pobre alma
condenada, quando ela vir que o tempo de reparar sua ruína eterna já
passou! Dirá entã o, chorando com os companheiros de seu desespero:
“A colheita passou, o verã o terminou e nã o estamos salvos”. ( Jr. 8:20).
Ai, vai gritar, se eu tivesse trabalhado para Deus tanto quanto trabalhei
para minha condenaçã o, eu teria me tornado um grande santo! E agora
o que me resta senã o remorsos e dores, que me atormentarã o por toda
a eternidade?” Ah, esse pensamento atormentará os condenados mais
do que o fogo e todas as outras torturas do Inferno: eu poderia ter sido
eternamente feliz, e agora devo ser miserável para todo o sempre.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Jesus, como pudeste suportar-me tanto tempo? Muitas
vezes dei as costas a Ti, e Tu nã o deixaste de me buscar. tantas vezes Te
ofendi, e Tu me perdoaste; e novamente eu Te ofendi, e Tu novamente
me perdoaste. Ah, dá -me uma parte daquela tristeza, que Tu sentiste no
jardim do Getsêmani por meus pecados, que te fizeram suar sangue!
Arrependo-me, meu querido Redentor, por ter retribuído tã o mal o Teu
amor. Ai, prazeres malditos, eu detesto e amaldiçoo vocês! Por ti perdi a
graça do meu Senhor. Meu amado Jesus, agora eu Vos amo sobre todas
as coisas: renuncio a todas as gratificaçõ es ilícitas; e prefiro morrer mil
vezes a ofender-te novamente. Ah, por aquela terna afeiçã o com que me
amaste na cruz e ofereceste a tua vida divina por mim, dá -me luz e força
para resistir à s tentaçõ es e recorrer a tua ajuda, sempre que for
tentado. Ó Maria, minha esperança, tu és todo-poderoso com Deus;
obtenha para mim a santa perseverança e a graça de nunca mais me
separar de Seu santo amor.
TERCEIRO PONTO _ _
O terceiro remorso dos condenados será ver o grande bem que eles
perderam. Sã o Joã o Crisó stomo diz que eles serã o mais atormentados
pela perda do Céu do que pelas pró prias dores do Inferno: “Eles sã o
atormentados mais pelo Céu do que pelo Inferno”. A infeliz Elizabeth,
rainha da Inglaterra, disse: “Deus me dê quarenta anos para reinar, e eu
renuncio ao Paraíso”. A desgraçada teve seus quarenta anos; mas agora
que sua alma deixou este mundo, o que ela diz? Ela certamente nã o tem
mais a mesma opiniã o. Ah, agora, como ela nã o deve se sentir aflita e
em desespero ao pensar que, por esses quarenta anos de reinado
terrestre, acompanhados de muitos medos e perplexidades, ela perdeu
por toda a eternidade o reino dos céus! Mas o que mais os afligirá por
toda a eternidade será saber que eles perderam o Céu e Deus seu
soberano bem, nã o por má sorte ou maldade de outros, mas por sua
pró pria culpa. Eles verã o que foram criados para o Paraíso; que Deus
colocou em suas mã os a escolha de obter para si a vida ou a morte
eterna: “Antes que o homem seja vida e morte, bem e mal: o que ele
escolher ser-lhe-á dado”. ( Eclus. 15:18). Assim eles verã o que estava em
seu pró prio poder, se quisessem, tornar-se eternamente felizes; e eles
verã o que eles mesmos, por sua pró pria escolha, escolheram se lançar
naquele poço de tormentos, do qual nunca poderã o escapar e do qual
ninguém jamais se esforçará para livrá -los. Eles verã o entre os salvos
tantos de seus companheiros, que foram colocados nos mesmos, e
talvez ainda maiores, perigos do pecado; mas porque souberam conter-
se e recomendar-se a Deus, ou, se caíssem, souberam levantar-se e
entregar-se a Deus, salvaram as suas almas: mas eles, os condenados,
porque nã o quiseram pô r um fim ao pecado, eles vieram ao inferno
para acabar com ele naquele mar de tormentos, sem esperança de
poder aplicar um remédio.
Meu irmã o, se no passado você também foi tã o tolo a ponto de
escolher perder o Céu e Deus por causa de algum prazer miserável,
esforce-se, agora que ainda há tempo, para aplicar rapidamente um
remédio. Nã o continue na sua loucura. Treme para nã o ter que
lamentar seus infortú nios na eternidade. Quem sabe se esta
consideraçã o que você está lendo agora pode ser o ú ltimo chamado que
Deus lhe dará ? Quem sabe, se você nã o mudar agora sua vida, se o
pró ximo pecado mortal que você cometer, Deus nã o o abandonará , e
por isso o enviará para sofrer por toda a eternidade em meio a essa
multidã o de tolos que agora estã o no inferno confessando seu erro?
“Portanto, erramos;” mas eles confessam em desespero, vendo que é
sem remédio. Quando o diabo tentar você a pecar novamente, pense no
inferno; recorre a Deus, à Santíssima Virgem: o pensamento do Inferno
te livrará do Inferno: “Lembra-te do teu ú ltimo fim, e nunca pecará s”. (
Eclus. 7:40); porque o pensamento do inferno fará você recorrer a Deus.
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Soberano Bem, quantas vezes te perdi por um mero nada, e
mereci perder-te para sempre! Mas as palavras do Profeta me
consolam: “Alegre-se o coraçã o dos que buscam ao Senhor”. ( Salmos
104:3). Nã o devo, portanto, me desesperar em recuperar-Te, meu Deus,
se Te busco com todo o meu coraçã o. Sim, meu Senhor, agora eu suspiro
por Tua graça acima de qualquer outro bem. Contento-me em ser
privado de tudo, até da vida, em vez de me ver privado de Teu amor. Eu
Te amo, meu Criador, acima de todas as coisas; e porque Te amo, me
arrependo de ter Te ofendido. Ó meu Deus, uma vez perdido e
desprezado por mim, perdoe-me rapidamente; e concede-me que te
encontre, pois nunca mais desejo perder-te. Se Tu me receberes
novamente em Tua amizade, deixarei todas as coisas e me entregarei
somente ao teu amor. Isto eu espero por Tua misericó rdia. Pai Eterno,
ouve-me pelo amor de Jesus Cristo; perdoe-me e dê-me a graça de
nunca mais me separar de Ti, pois se eu te perder deliberadamente de
novo, devo temer com justiça que Tu me abandones. Ó Maria, ó
pacificadora dos pecadores, leva-me à paz com Deus; e entã o me segure
firme sob o manto de sua proteçã o, para que eu nunca mais O perca.
CONSIDERAÇÃO XIX
Sobre perseverança
A FETOS E ORAÇÕ ES
“Nã o me lances da Tua face.” Ah, meu Deus, nã o me lances da Tua
face; Eu bem sei que Tu nunca me abandonará s, se eu nã o for o
primeiro a te abandonar: mas isso eu temo por experiência passada de
minha pró pria fraqueza. Ó Senhor, Tu deves me dar a força que eu
preciso contra o Inferno, que visa me ter novamente como seu escravo.
Peço-te pelo amor de Jesus Cristo. Estabelece, ó meu Salvador, uma paz
perpétua entre Ti e mim, que nunca será quebrada por toda a
eternidade; e, portanto, dá -me Teu santo amor. “Aquele que nã o ama,
permanece na morte; quem nã o te ama está morto”. Desta morte
miserável Tu deves me salvar, ó Deus da minha alma. Eu estava perdido,
Tu o sabes bem. Foi somente Tua bondade que me trouxe de volta ao
meu estado atual, e espero continuar em Tua graça. Ah, meu Jesus, por
essa morte amarga que suportaste por mim, nunca mais permitas que
eu voluntariamente perca a Tua graça novamente. Eu Te amo acima de
todas as coisas. Espero estar para sempre ligado a este amor santo, e
assim obrigado a morrer; e viver assim preso por toda a eternidade. Ó
Maria, tu és chamada Mã e da Perseverança: este grande dom é
dispensado por tuas mã os; Eu te peço, e por ti espero por isso.
SEGUNDO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Ah, meu Deus, muitas vezes eu mereci tal castigo, já que muitas
vezes abandonei o pecado pela luz que Tu me deste, e depois voltei
miseravelmente a ele! Agradeço a Tua infinita misericó rdia por nã o ter
me abandonado na minha cegueira, e me deixado totalmente privado
de luz, como eu merecia. Quã o grandes, entã o, ó meu Jesus, sã o minhas
obrigaçõ es para contigo; e quã o ingrato eu deveria ser, se eu voltasse
novamente as costas para Ti! Nã o, meu Redentor, “cantarei Tuas
misericó rdias para sempre”. Espero, durante o resto de minha vida e
por toda a eternidade, cantar para sempre e louvar Tuas grandes
misericó rdias, sempre Te amando, e nunca mais ser privado de Tua
graça. A grande gratidã o que até agora vos mostrei, e que agora detesto
e amaldiçoo acima de qualquer outro mal, servirá para me fazer chorar
sempre amargamente pelas injú rias que vos fiz, e para me inflamar com
amor a vó s, que, depois de minhas muitas ofensas contra Ti, me
concedeste tã o grandes graças. Sim, eu Te amo, ó meu Deus, digno de
amor finito. Deste dia em diante Tu será s meu ú nico amor, meu ú nico
bem. Ó Pai Eterno, pelos méritos de Jesus Cristo, peço-Te perseverança
final em Tua graça e em Teu amor. Eu sei, de fato, que Tu o concederá s
sempre que eu Te pedir. Mas quem pode me assegurar que terei o
cuidado de implorar esta perseverança de Ti? Por isso, meu Deus, peço-
te perseverança e a graça de sempre pedi-la. Ó Maria, minha advogada,
meu refú gio e minha esperança, alcançai-me, por vossa intercessã o,
constâ ncia em pedir sempre a Deus a graça da perseverança final. Pelo
amor que tens a Jesus Cristo. Rogo-te que a obtenhas para mim.
TERCEIRO PONTO _ _
A FETOS E ORAÇÕ ES
Meu querido Redentor, eu Te agradeço por essas luzes e meios que
Tu me dá s para me conhecer e salvar minha alma. Prometo-te que farei
uso deles com perseverança. Dá -me Tua ajuda, para que eu seja fiel a Ti.
Vejo que Tu desejas salvar-me, e desejo ser salvo, principalmente para
gratificar Teu coraçã o, que tã o ardentemente deseja minha salvaçã o.
Nã o resistirei mais, ó meu Deus, ao Teu amor por mim. Foi esse amor
que te fez suportar-me com tanta paciência enquanto eu te ofendia. Tu
me convidas a Te amar; e nã o desejo mais nada. Eu Te amo, ó Infinito
Bem. Concede, peço-Te, pelos méritos de Jesus Cristo, que eu nunca
mais seja ingrato para Ti. Ou põ e fim à minha ingratidã o, ou deixa-me
morrer. Ó Senhor, Tu começaste a obra, aperfeiçoa-a agora: “Confirma, ó
Deus, o que operaste em nó s”. Dá -me luz, dá -me força, dá -me amor. Ó
Maria, que és a tesoureira das graças, ajuda-me. Proclame-me ser teu
servo, como desejo ser, e ore a Jesus por mim. Primeiro os méritos de
Jesus Cristo e depois as tuas oraçõ es devem me salvar.
COLETA DE
TRABALHO CLÁ SSICO _ _
Retorno do Filho Pró digo.
Nihil Obstat:
Censor Librorum
John P. Cody,
29 de maio de 1957
TAN Books
2000
“Disse-lhes, pois, novamente: Paz seja convosco. Assim como o
Pai me enviou, eu também vos envio. Quando ele disse isso, ele
soprou sobre eles; e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Cujos
pecados você deve perdoar, eles sã o perdoados; e cujos pecados você
deve reter, eles sã o retidos”.
—João 20:21-23
CONTEÚDO
1. As Bênçãos da Confissão
2. As cinco coisas necessárias para uma boa confissão
Exame de Consciência
falsas consciências e seus remédios — A consciência relaxada —
A consciência escrupulosa — A consciência duvidosa — Como
fazer um bom exame de consciência.
Contriçã o
As qualidades da contriçã o - Contriçã o interior - Contriçã o
sobrenatural - Contriçã o perfeita e imperfeita - Contriçã o
universal - Contriçã o soberana - Recaídas em pecados anteriores.
Objetivo da Alteraçã o
Ocasiõ es de Pecado — O Propó sito da Alteraçã o Deve Ser
Específico.
Confissã o e absolviçã o
A Confissã o dos Pecados — Qualidades de uma Boa Confissã o —
Confissã o dos Pecados Veniais — Confissõ es Sacrilégios —
Confissã o Geral — Confissã o Frequente — A Absolviçã o do
Sacerdote.
Satisfaçã o
A Penitência Sacramental – Penitências Voluntá rias –
Indulgências.
3. Como fazer uma boa confissão
O exame de consciência
Oraçã o Inicial — Pontos para o Exame de Consciência — Os Dez
Mandamentos de Deus — Os Seis Preceitos da Igreja — Os Sete
Pecados Capitais — Deveres de Estados Particulares de Vida —
Obras de Misericó rdia Corporais e Espirituais.
Consideraçõ es para excitar a contriçã o
A enormidade do pecado — os benefícios de Deus para mim — o
amor de Jesus Cristo.
Oraçõ es antes da confissã o
Ato de Contriçã o e Propó sito de Emenda — Oraçã o diante de um
Crucifixo — Oraçã o de Santa Gertrudes — Um Breve e Eficaz Ato
de Contriçã o.
Um método fá cil de ir à confissã o
Oraçõ es apó s a confissã o
Salmo 102 – Oraçã o de Açã o de Graças – Oraçã o antes da
Penitência Sacramental.
Capítulo 1
As Bênçãos da Confissão
MENOS sã o os que lavam as suas vestes no Sangue do Cordeiro”.
( Apoc. 22:14). Os cató licos realmente podem ser chamados de
“B “bem-aventurados” nos meios que possuem para lavar as vestes
manchadas de pecado de suas almas no Preciosíssimo Sangue
do Cordeiro de Deus no Sacramento da Penitência! Nã o há
dú vida de que a Confissã o – especialmente a Confissão frequente –
é uma bênçã o inestimável para a humanidade.
O homem nã o pode esperar nenhuma bênçã o maior nesta terra
do que a verdadeira paz da alma. O Sacramento da Penitência é uma
fonte perene de paz. É uma fonte de consolo incalculável para os
coraçõ es humanos.
Este Sacramento dá a todo e qualquer membro da Igreja Cató lica
que transgrediu as santas leis de Deus um meio fá cil e simples para
obter o perdã o total e ser restaurado à Sua amizade. Este é o seu
primeiro e principal efeito. Seu segundo efeito é anular o castigo
devido ao pecado: castigo eterno inteiramente e castigo temporal no
todo ou em parte, de acordo com as disposiçõ es do penitente.
Fecha as portas do Inferno, que se abrem para engolir no abismo
infernal as almas que deliberadamente se afastam de Deus pelo
pecado mortal e que rompem os laços que as unem a Ele, preferindo
suas pró prias vontades à Dele. Uma boa Confissã o abre de novo os
portais do Céu, que estã o vedados à s almas enquanto permanecerem
em estado de pecado mortal.
Veste as almas com a bela vestimenta nupcial da Graça
Santificante, ou torna essa vestimenta ainda mais bela se a alma já a
possui.
Ele restaura os méritos passados, que sã o perdidos até mesmo
por um ú nico pecado mortal.
Torna a alma capaz novamente de realizar atos meritó rios de
uma recompensa eterna, o que é impossível enquanto estiver em
estado de pecado mortal.
Confere graças sacramentais, isto é, poderosas ajudas
sobrenaturais para evitar o pecado no futuro e perseverar no serviço
de Deus.
Ele reivindica as graças especiais que a alma precisa para levar
uma vida agradável a Deus.
Finalmente, verifica as paixõ es pecaminosas e as inclinaçõ es
para o mal.
Para participar plenamente destas bênçã os do Sacramento da
Penitência, é necessá rio que o penitente saiba fazer uma boa
Confissã o. O presente livrinho é uma tentativa de ajudar as almas
neste assunto tã o importante, explicando os cinco requisitos de uma
boa Confissã o, além de vá rios pontos que sã o de vital importâ ncia
para a fecunda recepçã o deste Sacramento.
Capítulo 2
T
propósito de emenda. Isso está intimamente ligado à contriçã o
sincera, sendo seu segundo elemento.
Um propó sito firme de emenda é uma resolução para evitar,
por a graça do Deus, não só pecado, mas também a perigoso
ocasiões do pecado. O propó sito da emenda deve ser firme, universal,
eficaz e durável. É firme quando o penitente está disposto a evitar o
pecado a qualquer custo. Como a contriçã o, um firme propó sito de
emenda é universal quando se estende a todos os pecados mortais; é
eficaz quando o penitente se esforça seriamente para corrigir seus
maus há bitos e evita tudo o que está próximo ou próximo . ocasiões
de pecado; é durável quando é duradouro e nã o é um mero
sentimento passageiro.
A. OCASIÕES DE ENTRADA _
Uma ocasião de pecado é qualquer pessoa, lugar ou coisa que
normalmente coloca uma pessoa em perigo de cometer pecado. A
Sagrada Escritura nos adverte: “Aquele que ama o perigo, nele
perecerá”. ( Eclus. 3:27). A ocasiã o leva a pessoa a pecar, ou a
pressiona a cometer pecado. Portanto, para evitar o pecado, a
ocasiã o deve ser evitada.
Existem quatro tipos de ocasiõ es de pecado: 1) ocasiõ es
próximas , nas quais geralmente se cai; 2) ocasiõ es remotas , em que
às vezes se cai; 3) ocasiõ es voluntárias , que podem ser evitadas se
assim o desejarem; e 4) ocasiõ es involuntárias , que nã o podem ser
evitadas. Uma pessoa que nã o está disposta a evitar uma ocasiã o
próxima ou voluntária de pecado nã o está devidamente preparada
para receber a absolviçã o e o perdã o de seus pecados. Se o padre
estiver ciente de suas disposiçõ es imperfeitas, ele recusará a
absolviçã o.
As pessoas que sã o ocasiõ es de pecado sã o aquelas em cuja
companhia se costuma cair em pecado. Lugares sã o aqueles lugares
onde se costuma cair em pecado, como tavernas, teatros de má
reputaçã o, praias pú blicas, salõ es de dança e todos os resorts
imorais de qualquer tipo, quer se cometa pecado neles ou nã o. Coisas
que sã o ocasiõ es de pecado sã o livros ruins, fotos indecentes, filmes
e vídeos imorais ou obscenos, e cançõ es sugestivas, piadas e coisas
do gênero. Nosso Salvador diz sobre ocasiõ es de pecado: “Se tua mã o
ou teu pé te escandalizam, corta-o e lança-o de ti. É melhor para ti
ires para a vida [eterna] aleijado ou coxo, do que tendo duas mã os ou
dois pés, ser lançado no fogo eterno.” ( Mat. 18:8) .
B. OBJETIVO DE UMA EMENDA DEVE _ B E ESPECÍFICO _
Embora um firme propó sito de levar uma vida melhor no futuro
seja suficiente para uma Confissã o digna, uma resoluçã o mais
específica será mais frutífera. Quanto mais uma pessoa resolve lutar
contra suas falhas de uma maneira positiva , mais provável é que ela
tenha sucesso. Sua resoluçã o será mais eficaz. Em vez de dizer: “Vou
evitar o pecado no futuro e praticar a virtude”, deve-se resolver ficar
um jeito a partir de isto ou este especial Lugar, colocar ou coisa que
conduziu dele em pecado. Entã o ele também deve tornar definitivo,
positivo esforços para superar seus pecados habituais, e até mesmo
impor a si mesmo uma pequena penitência a ser realizada quando
ele descobre que falhou em um determinado assunto. Outro meio
eficaz é resolver praticar o ato contrá rio de virtude um certo nú mero
de vezes ao dia, a fim de se estabelecer no há bito e diminuir a
possibilidade de ofender novamente naquele ponto.
oração - especialmente a oraçã o do Santo Rosá rio - deve sempre
acompanhar nossos esforços para superar nossas falhas, pois tudo
depende da graça de Deus, e a graça é obtida pela oraçã o. O pró prio
Deus nos diz: “Sem Mim, vocês nã o podem fazer nada”. ( João 15:5) .
Mesmo que uma pessoa possa ter dú vidas sobre uma recaída por
causa de sua fraqueza, ou mesmo se ela realmente cair, isso nã o é
uma indicaçã o de que seu propó sito de emenda nã o foi sincero.
Como contriçã o, isso depende, como dissemos, de sua boa vai. Um
firme propó sito de emenda nã o é um simples desejo nem um
conhecimento positivo, mas um sério determinação para Faz um 's
melhor para evitar pecado dentro a futuro. A firme confiança na
ajuda de Deus quando surgirem dificuldades será de imenso valor
para vencer as tentaçõ es com sucesso.
4. CONFISSÃO E ABSOLUÇÃO
A. O ELE C ONFISSÃO DE S INS
A OFESSÃ O é a quarta condiçã o exigida do penitente para o
C
perdã o de seus pecados. A palavra “confissã o” vem da palavra
latina confessio, que significa um reconhecimento, uma
manifestaçã o. A Confissã o Sacramental, portanto, é a
manifestaçã o ou o reconhecimento dos pró prios pecados a um
sacerdote, devidamente autorizado pelo bispo da diocese para
conceder o perdã o na Confissã o.
O Sacramento da Penitência é um Sacramento da Misericó rdia.
Deve ser abordado com confiança e paz de coraçã o. Ela tem duas
partes componentes: 1) a Confissão propriamente dita, ou seja, o
penitente narrando seus pecados; e 2) a absolvição ou perdã o
concedido pelo sacerdote.
1. Qualidades de uma boa confissão
Uma boa confissã o é humilde, sincera e completa.
Uma confissã o é humilde quando o penitente se acusa de seus
pecados com profundo sentimento de vergonha e tristeza, e com os
sentimentos de um culpado confuso e humilhado pela ofensa que fez
a Deus.
Uma confissã o é sincera quando o penitente conta seus pecados
com honestidade, verdade e simplicidade, como ele mesmo os vê,
sem exagerá -los ou escusá -los.
Uma confissã o é completa quando o penitente dá a conhecer
todas as a mortal pecados que ele recorda depois de um diligente
exame de consciência, juntamente com o seu número e quaisquer
circunstâncias que possam mudar a sua natureza. Isso significa que
ele deve contar quaisquer detalhes particulares que tornem um
pecado mais sério e que possam constituir um novo tipo de pecado.
Por exemplo, roubar é pecado, mas roubar de uma igreja é um roubo
sacrílego. Roubar dez dó lares de uma pessoa pobre é mais doloroso
do que roubar cem dó lares de uma pessoa rica. O falso testemunho e
a calú nia sã o muito mais graves do que uma simples mentira. As
açõ es impuras, embora sempre pecados mortais (quando praticadas
com pleno consentimento da vontade), assumem outro cará ter
quando cometidas com outros; e neste ú ltimo caso, sua gravidade é
medida pela condiçã o do cú mplice: se a pessoa era casada ou
solteira, do mesmo sexo ou do sexo oposto, e se era ou nã o parente.
Circunstâ ncias que agravam um pecado também devem ser
mencionadas, como se entregar ao ó dio contra o outro
repetidamente e por um tempo considerável. No caso de escâ ndalo,
deve-se mencionar se uma ou várias pessoas foram escandalizadas.
Se o dano foi feito a outro, deve-se declarar se foi muito ou pouco, se
foi feito por descuido ou propositalmente. Se uma ocasião de pecado
ainda persistir, esse fato deve ser mencionado; da mesma forma, se
um mau hábito foi muitas vezes confessado e nunca corrigido.
O penitente também deve ser prudente; isto é, ele deve abster-se
de tornar conhecida a identidade de qualquer pessoa envolvida em
seus pecados, deve evitar detalhes supérfluos e se expressar da
maneira mais modesta que a natureza do pecado permitir. Quando a
confissã o é bem feita, o padre geralmente nã o acha necessá rio fazer
perguntas; mas se ele perguntar alguma, ela deve ser respondida
com clareza e verdade. Se uma pessoa achar difícil mencionar um
pecado, ela deve simplesmente dizer isso ao sacerdote, que ficará
feliz em ajudá -lo.
Se um penitente honestamente se esquece de confessar um ou
mais pecados mortais, esses pecados sã o perdoados quando o
sacerdote dá a absolviçã o, e o penitente pode receber a Sagrada
Comunhã o. No entanto, ele deve confessar o(s) pecado(s) mortal(is)
esquecido(s) em sua pró xima Confissã o, se eles vierem à mente.
2. Confissão de pecados veniais
A confissã o dos pecados veniais nã o é exigida para a integridade
da Confissã o, porque eles podem ser perdoados de outras maneiras,
por exemplo, pela devota assistência na Santa Missa, por uma
fervorosa comunhã o ou por um ato de caridade; mas se um
penitente tem pecados mortais a confessar , é sempre Boa e útil
também mencionar pelo menos alguns pecados veniais. Confessá -los
mostra um ó dio por todo pecado. Além disso, isto é as vezes difícil por
a comum pessoa para distinguir entre mortal e venial pecado;
Portanto, dentro caso do dúvida, 1 deve menção eles. O Sacramento da
Penitência perdoa todos os pecados veniais por que 1 é
verdadeiramente desculpe, sejam eles mencionados ou nã o; também
retira, pelo menos em parte, a puniçã o temporal devida a eles; e dá ,
além disso, graça e força para resistir à s tentaçõ es. Por estas razõ es,
é aconselhável confessar os pecados veniais, juntamente com os
pecados mortais que se deve confessar.
No caso de pecados que são duvidosamente mortais, é melhor
confessá -los por causa da paz de consciência. Para alguém cuja
consciência está relaxada, é imperativo confessá -los porque
geralmente nã o está julgando seus pecados corretamente. Tais
pessoas podem enganar a si mesmas quanto à gravidade da questã o
dos pecados. Aqueles de consciência escrupulosa devem seguir
estritamente o que um bom confessor ortodoxo aconselha sobre
pecados que sã o duvidosamente mortais.
3. Confissões sacrílegas
Esconder deliberadamente (isto é, omitir da confissã o) um
pecado mortal - ou deturpá -lo e fazê-lo parecer menos grave do que
realmente é - é mentir ao Espírito Santo, cujo lugar o confessor
ocupa. Nã o apenas tal Confissã o seria invá lida e nenhum dos
pecados confessados seria perdoado, mas, além disso, a terrível
culpa do sacrilégio seria incorrida. Uma confissã o sacrílega é muitas
vezes seguida de uma comunhã o indigna, o que constitui um novo
sacrilégio. Outras Confissõ es e Comunhõ es sacrílegas podem entã o
seguir com muita facilidade. Uma pessoa em tal estado que continua
a receber a Comunhã o e/ou a fazer má s Confissõ es estaria
acumulando pecado sobre pecado e estaria em grave perigo de
incorrer na terrível penalidade da cegueira espiritual e na angú stia
mental indescritível de uma consciência torturada – mais, é claro,
condenaçã o eterna.
O único remédio para uma má Confissão, ou uma série de
más Confissões, é uma boa Confissão Geral, cobrindo todo o
período de tempo desde a última Confissão digna. Tal Confissão
deve incluir o pecado mortal ou pecados ocultos na Confissão
indigna, o fato de sua ocultação, quaisquer outros pecados
mortais que possam ter sido confessados naquela Confissão e
todas as más Confissões e Comunhões indignas mais quaisquer
outros pecados mortais cometidos desde a má Confissão
original. Se uma pessoa tem dificuldade com esta Confissã o Geral,
deve dizer ao padre: “Padre, fiz uma má Confissã o. Por favor me
ajude." O padre ajudará a pessoa a se lembrar de tudo o que for
necessá rio.
Além de sua gravidade, nã o há nada tã o tolo quanto ceder a uma
falsa vergonha e fazer uma má confissã o. Uma pessoa se colocaria
assim em certo perigo de condenaçã o eterna, pois se ela morresse
neste estado sem se arrepender de acordo com os requisitos da lei
de Deus, ela estaria eternamente perdida. Para obter o perdã o
sacramental de qualquer pecado mortal oculto, deve ser conhecido
mais cedo ou mais tarde na Confissã o. Além disso, será dado a
conhecer no Dia do Juízo ao mundo inteiro, para vergonha e
confusã o do pecador que está condenado. Por outro lado, se o
pecado foi humildemente confessado e a alma salva, essa humildade
redundará na gló ria da infinita misericó rdia de Deus e na
recompensa eterna da alma. Aqui na terra, a consciência da pessoa
ficará tranquila; A paz e a graça de Deus tomarã o posse de sua alma;
e ele pode novamente esperar com confiança a recompensa eterna
prometida aos que amam a Deus.
Na Confissã o, os pecados sã o
o representante de Deus, que está vinculado pelo selo inviolável do
segredo, e que em muitos casos ignora inteiramente a identidade do
pecador. Se um pecado mortal for ocultado por qualquer motivo, nã o
permitirá ao pecador paz de consciência; causa-lhe indizível
angú stia de alma, que por sua vez pode levar a distú rbios nervosos,
ao desespero, ao suicídio e à condenaçã o eterna. O que, entã o, é mais
tolo do que esconder os pecados mortais na Confissã o!
4. Confissão Geral
O assunto das Confissõ es indignas leva naturalmente a uma
consideraçã o das Confissõ es Gerais. Uma Confissão Geral pode
abranger toda a vida de alguém, ou apenas uma certa parte dela. A
realizaçã o de tal Confissã o pode ser obrigató ria, ú til ou prejudicial,
dependendo das circunstâ ncias.
A Confissã o Geral é necessária e obrigató ria para todos os que
fizeram uma ou mais Confissõ es sacrílegas, conforme explicado
acima; isto é, se, por medo, vergonha ou malícia, eles
voluntariamente oculto ou essencialmente deturpou um pecado
mortal ou pecados, ou o nú mero de seus pecados mortais. Uma
Confissã o Geral também é obrigató ria para qualquer um que tenha
feito conscientemente uma má Confissã o ou má s Confissõ es de outras
maneiras, como por exemplo confessando sem tristeza sobrenatural,
ou sem um propó sito firme de evitar o pecado e as ocasiõ es
pró ximas do pecado. No entanto, a pessoa deve ser claramente
consciente de ter falhado dessa maneira. Pois se ele se esforçou para
garantir as disposiçõ es adequadas, ele tem o direito de acreditar que
realmente possuía essas disposiçõ es, uma vez que Deus prometeu
dar Sua graça a todos que realmente a buscam.
Outras formas pelas quais podem ser feitas Confissõ es indignas
sã o as seguintes: quando o penitente nã o pretende sinceramente
reparar, na medida do possível, dano grave à propriedade ou ao bom
nome de outrem; quando ele nã o se reconcilia com um inimigo e o
perdoa sinceramente; quando ele nã o renunciar a ser membro de
sociedades secretas, ou desistir de prá ticas ou relacionamentos que
sã o uma ocasiã o de pecado mortal. Todos esses penitentes sã o
indignos de absolviçã o, e se o sacerdote estiver ciente de sua falta de
disposiçã o adequada, ele a recusará a eles. Se o padre for enganado,
no entanto, e conceder a absolviçã o a uma pessoa indigna de recebê-
la, essa absolviçã o é inú til, e o penitente é obrigado, sob pena de
condenaçã o, a reparar qualquer má confissã o por uma boa confissã o.
Se alguém precisar de uma Confissã o Geral, nã o deve adiá -la, pois a
morte pode chegar a qualquer momento e selar a condenaçã o eterna
da alma.
Uma Confissã o Geral é útil para aqueles que desejam começar
uma nova vida e servir a Deus com mais fidelidade e fervor. A
experiência ensina que muitas pessoas, depois de uma boa Confissã o
Geral, levam uma vida mais fervorosa e virtuosa. Sã o Francisco de
Sales diz sobre a Confissã o Geral: “Ela nos dá um conhecimento mais
completo de nó s mesmos; isso nos enche de uma vergonha saudável
ao ver nossos pecados; alivia nossa mente de muita ansiedade e dá
paz à nossa consciência; excita em nó s boas resoluçõ es; mostra-nos
a maravilhosa paciência e misericó rdia de Deus para conosco;
permite que o confessor nos dirija com mais segurança; e,
finalmente, dilata o nosso coraçã o, para que possamos sempre fazer
a nossa Confissã o com maior confiança”.
Uma Confissã o Geral é útil e recomendada para aqueles que
estã o prestes a se casar ou entrar no estado religioso ou eclesiá stico,
ou que estã o prestes a assumir um cargo importante, etc. . Muitos
bons cristã os fazem um retiro anual no qual fazem uma Confissã o
Geral cobrindo o ano anterior. Isso tende a aumentar a humildade da
alma e ajuda a evitar a repetiçã o das mesmas faltas durante o
pró ximo ano.
Uma Confissã o Geral pode ser prejudicial, no entanto, para
aqueles que sã o excessivamente escrupulosos. Tais pessoas nã o
devem fazer uma Confissã o Geral sem a expressa sançã o de seu
confessor, pois uma Confissã o Geral pode aumentar sua doença.
Devem simplesmente obedecer ao seu confessor e fazer frequentes
atos de contriçã o, amor e confiança em Deus.
5. Confissão Frequente
A Confissã o semanal, quinzenal ou mesmo mensal – mas nunca
por um período maior do que isso – é considerada uma Confissã o
frequente . O propó sito da Confissã o frequente é ajudar a alma a
atingir um alto grau de perfeiçã o e preservar e aumentar a Graça
Santificante. Isto implica a eliminaçã o das faltas que impediriam o
progresso na virtude. A questã o da confissã o frequente geralmente
nã o é pecado mortal, embora aqueles que confessam muitas vezes
possam e à s vezes caiam em pecado mortal. Normalmente, porém, a
Confissã o frequente diz respeito apenas aos pecados veniais,
portanto, pecados que nã o se deve confessar, a menos que se queira.
Como já foi dito, o pecado venial pode ser removido por meio de
um ato de amor, um ato de paciência, uma aspiraçã o fervorosa, etc.,
mas o Concílio de Trento ensina que os pecados veniais podem ser
confessados com proveito para a alma, pois o Sacramento da
Penitência contém o poder de Cristo para remetê-los. Este poder
sacramental nã o só apaga os pecados em si mesmos, mas também
cura a alma dos maus efeitos deixados por eles mais eficazmente do
que os meios nã o sacramentais. Ele faz isso, em primeiro lugar,
remetendo a maior parte da pena temporal.
Outras vantagens da Confissã o frequente sã o as seguintes: Dá à
alma um autoconhecimento mais completo. Purifica cada vez mais a
consciência. Cura a alma da fraqueza e da tepidez. Ele o afasta do
apego à s coisas terrenas. Ele subjuga e regula suas paixõ es e desejos,
e corrige maus há bitos. Tudo isso é de grande importâ ncia para uma
pessoa que está lutando pela perfeiçã o. Além disso, a confissã o
frequente dá à alma um novo vigor e um forte impulso para se
esforçar mais fervorosamente para se entregar a Cristo e à s coisas
sobrenaturais. A confissã o frequente fortalece a vontade e,
finalmente, confere à alma o direito à graça sacramental da
assistência, tã o necessá ria para vencer maus há bitos e tentaçõ es.
A Confissã o Freqü ente também dá ocasiõ es mais freqü entes para
provocar atos de tristeza e um propó sito de emenda, e isso com
maior fervor e meticulosidade do que em outras ocasiõ es. A
confissã o das pró prias falhas específicas é em si um ato de
satisfaçã o, que de outra forma nunca seria feito. Também dá ao
confessor mais e melhor informaçã o sobre como dirigir a alma.
A confissã o frequente supõ e um esforço sincero pela perfeiçã o e
pureza de coraçã o. Os mornos e indiferentes tiram pouco proveito da
confissã o frequente, mas onde quer que haja um sério esforço para
melhorar, seja o assunto mortal ou venial, a confissã o é sempre um
meio necessá rio e poderoso para esse fim. As almas que sã o
sensíveis à menor infidelidade para com Nosso Senhor sã o rá pidas e
ansiosas para aproveitar os benefícios da Confissã o frequente. Esta é
a razã o pela qual os santos confessaram com muita frequência. Sã o
Tomá s de Aquino (1225-1274) confessava-se diariamente, assim
como Sã o Vicente Ferrer (1350-1419); St. Anthony Mary Claret
(1807-1870) ia três ou quatro vezes por semana.
Problemas encontrados na confissão frequente
Há , no entanto, certos perigos e dificuldades a serem evitados na
Confissã o frequente, porque há sempre o perigo de desempenho
rotineiro . O penitente deve reconhecer sua incapacidade (sem a
ajuda de Deus) de levar uma vida em conformidade com a Vontade
de Deus e deve implorar a ajuda do Espírito Santo. Deve haver
sempre em seu coraçã o uma disposiçã o de ó dio ao pecado, uma
guerra constante contra o pecado, um espírito de penitência e
expiaçã o e um amor fervoroso por Deus.
No exame de consciência, o penitente deve procurar descobrir as
suas faltas habituais , aquelas que são mais voluntária e desagradável
a Deus e, portanto, um obstá culo maior ao seu crescimento
espiritual, em vez de tentar descobrir cada pequena falha ou falha.
Para uma Confissã o vá lida, deve haver tristeza real , como enfatizado
anteriormente, de modo que o penitente deve ter tristeza por pelo
menos um dos pecados veniais confessados. É sempre bom incluir
na Confissã o um pecado mortal de uma vida passada que já tenha
sido confessado e perdoado, a fim de assegurar a sinceridade de sua
contriçã o e certificar-se de que há matéria para a absolviçã o.
B. O ELE UMA SOLUÇÃO DO _ P RISE
A absolvição é a “forma” (uma palavra técnica em teologia para as
palavras essenciais de um sacramento) que o sacerdote pronuncia
sobre o penitente enquanto (ou depois) o penitente faz seu ato de
contriçã o. Pela absolviçã o pronunciada pelo sacerdote na Confissã o,
os pecados do penitente sã o perdoados e ele é restituído à amizade
de Deus. A forma essencial do Sacramento – normalmente usada
nesta forma curta apenas em caso de emergência – é a seguinte: “Eu
te absolvo de todas as censuras e pecados, em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo. Amém.” — Ego te absolvo ab omnibus
censuris, et peccatis, in nomine Patris, et Filii, e Spiritus Sancti. Um
homem. ( Roman Ritual. Weller, Bruce Publishing, 1950, p. 310).
Há também uma forma mais longa que foi ordenada pela Igreja e
que tem sido comumente usada no Rito Latino desde tempos
imemoriais, embora todas as palavras desta forma nã o sejam
essenciais para o Sacramento. Este formulá rio é:
Que o Deus Todo-Poderoso tenha misericó rdia de você, perdoe seus pecados e
o conduza à vida eterna. Um homem. Que o Senhor Todo-Poderoso e misericordioso
lhe conceda perdão, absolvição + e remissão de seus pecados. Um homem.
Que Nosso Senhor Jesus Cristo te absolva, e por Sua pró pria autoridade, eu te
absolvo de todo vínculo de excomunhão (suspensão [ usado na absolvição dos
sacerdotes ]) e interdição, na medida em que eu puder e você precisar. Finalmente,
Eu te absolvo de seus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém .
A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os méritos da Bem-Aventurada Virgem
Maria e de todos os Santos, qualquer bem que tenhas feito e mal que tenhas sofrido,
vos sejam para a remissão dos pecados, o aumento da graça e a recompensa da vida
eterna. Um homem.
V. SATISFAÇÃO
AQUI continua a ser considerado o quinto requisito para uma
T
boa Confissã o, ou seja, a satisfação; isto é, a penitência a ser
realizada em expiaçã o do castigo temporal devido ao pecado.
Deve-se entender que em todo pecado há um duplo mal: 1) a
culpa e 2) a ofensa contra Deus. A culpa, como tal, adere ao
pecador como uma “mancha” em sua alma, mas ao mesmo tempo ele
incorre na obrigação de reparar sua ofensa contra Deus. Essa
obrigaçã o é, por assim dizer, uma dívida que ele contraiu e que deve
pagar, mesmo depois de a culpa ter sido perdoada.
A. O ELE S ACRAMENTAL P ENANCE
A justiça humana exige que um dano causado a outro seja
reparado. Aquele que rouba deve restituir a propriedade roubada ou
seu equivalente em valor; aquele que insulta o outro deve se
desculpar; aquele que infringir uma lei do país deve sofrer a pena
imposta pelo juiz. Assim é, também, quando alguém quebra uma lei
de Deus. No caso do pecado mortal, a pena é a condenaçã o eterna. A
digna recepçã o do Sacramento da Penitência remete inteiramente a
este castigo eterno ; mas muitas vezes falta cancelar um castigo
temporal (temporá rio), tanto para os pecados mortais como para os
veniais, porque o penitente comum raramente tem as disposiçõ es
perfeitas necessá rias para a remissã o completa desse castigo. O
sacerdote é, portanto, obrigado a impor penitência na administraçã o
do Sacramento, e o pecador é obrigado conscientemente a cumpri-lo.
Esta penitência ou “satisfaçã o sacramental”, que geralmente
consiste em algumas oraçõ es (ou boas obras a serem realizadas),
tem um triplo propó sito: 1) reparar a ofensa contra Deus, 2) expiar o
castigo temporal e 3) fornecer uma remédio para a emenda da vida
de alguém. Por seu cará ter sacramental, a penitência imposta pelo
sacerdote tem uma eficá cia especial nã o encontrada nas penitências
voluntá rias. As seguintes regras servirã o de guia em relaçã o a isso:
O penitente é obrigado a aceitar a penitência. Se acontecer que
pareça muito grave, tendo em conta a saú de ou ocupaçã o do
penitente, ou por qualquer outro motivo, pode explicar o assunto ao
confessor; ou, se necessá rio, se depois descobrir que nã o pode
cumprir a penitência, pode voltar ao confessor, ou mesmo consultar
outro sacerdote, mas deve entã o acatar o prudente julgamento desse
sacerdote.
Omitir voluntária e negligentemente a penitência imposta na
Confissã o é pecado mortal ou venial, conforme a importâ ncia do
assunto confessado. Negligenciar uma pequena penitência, ou omitir
parte de uma penitência maior, ou realizar a penitência
descuidadamente, é um pecado venial. Se houver falta venial em sua
execuçã o, a penitência nã o precisa ser repetida.
Se o penitente esquece qual penitência foi imposta e pensa que o
confessor provavelmente se lembrará dela, ele pode (embora isso
nã o seja obrigató rio) retornar ao confessioná rio e perguntar o que
foi. Ou ele pode pedir uma nova na pró xima Confissã o, ou realizar
alguma penitência de sua escolha, embora isso provavelmente nã o
seja tã o eficaz quanto a penitência sacramental, e ele deve
mencioná -la na pró xima Confissã o. Se o sacerdote se esquece de
fazer penitência, o penitente deve lembrá -lo ainda no confessioná rio.
A penitência deve ser realizada o mais rá pido possível, embora
nã o necessariamente antes de sair da igreja ou antes de ir à Sagrada
Comunhã o. Mas deve ser realizado antes da próxima Confissão . Se for
omitido, o Sacramento permanece incompleto, mas nã o invá lido.
Além de cumprir a penitência dada na Confissã o, o penitente, se
prejudicou injustamente alguém, seja em seus bens ou em sua
reputaçã o, ou dando escâ ndalo, deve também restituir o quanto
antes os bens, reparar o dano ou remediar o escâ ndalo. .
B. VOLUNTÁRIO P ENÇAS
O penitente, no entanto, nã o deve se contentar em apenas
realizar a penitência ordenada pelo padre. As almas zelosas anseiam
por empreender voluntariamente penitências para reparar o passado
e evitar a satisfaçã o inevitável que deve ser feita apó s a morte no
Purgató rio. Os principais meios voluntá rios de expiaçã o sã o: oração,
jejum, esmola, todo o espiritual e corporal funciona do misericórdia, e
o paciente resistência do a sofrimentos do vida, como explicado
acima.
C. I NDULGÊNCIAS
A Igreja também retira do seu tesouro de méritos e concede
indulgências, que retiram as penas temporais devidas aos pecados.
Podem ser plenárias , que remitem toda a pena, ou parciais, que
remitem tanto castigo quanto seria cancelado fazendo penitência
severa pelo tempo especificado pela indulgência. *
As indulgências sã o mais eficazes na satisfaçã o do castigo
temporal devido ao pecado. Eles geralmente sã o obtidos por meio de
certas oraçõ es, realizaçã o de obras piedosas específicas, uso de
certos artigos de devoçã o, visita a certos lugares ou associaçã o a
certas organizaçõ es religiosas. Muitas oraçõ es, de acordo com as
normas tradicionais para ganhar indulgências, sã o enriquecidas com
indulgências plená rias (quando acompanhadas dos outros requisitos
para obter uma indulgência plená ria, é claro, a Comunhã o naquele
dia, Confissã o uma semana antes ou depois, liberdade do apego ao
pecado e oraçõ es pelas intençõ es do Santo Padre). Se as obras
prescritas para obter indulgências sã o um tanto difíceis, tanto mais
sã o meritó rias.
* Este exemplo é baseado nas leis da Igreja pré-1960 de jejum e abstinência. — Editora , 2000.
* A salvação nestas circunstâncias pressupõ e o dom da fé e o Batismo de Desejo. — Editora ,
2000.
* As normas tradicionais para concessão de indulgências parciais costumavam indicar um
determinado nú mero de dias ou anos para várias oraçõ es ditas, etc. . — Editora , 2000.
Capítulo 3
O
mundo, dá -me luz, amor e dor, para que eu descubra, deteste e
confesse todos os pecados que cometi.
Ó Espírito Santo, Espírito de Amor e Dispensador de todas
as graças, ajuda-me a receber dignamente este grande
Sacramento; dá -me Tua graça para que eu possa fazer um cuidadoso
exame de consciência e descobrir meus pecados; toque meu coraçã o
para que eu possa odiá -los e detestá -los, e me ajude a tomar uma
firme resoluçã o de evitar o pecado daqui em diante. Espírito de
Amor e Verdade, ajuda-me a fazer uma confissã o sincera, completa e
verdadeira ao Teu representante, o sacerdote, e assim obter Teu
perdã o, Tua graça e Teu amor.
Ó Jesus, meu Redentor, por vossos santíssimos méritos,
concedei-me a graça da contriçã o sincera e da emenda de vida. A Vó s
busco a graça de fazer bem esta Confissã o, para Vos glorificar.
Ó santíssima Virgem Maria, Mã e do meu Salvador, e minha
pró pria Mã e amantíssimo, tu que és tã o compassiva para com
aqueles que desejam se arrepender, ajuda-me a lembrar de todas as
minhas ofensas e a arrepender-me verdadeiramente por ter
ofendido a Deus.
Meu querido Anjo da Guarda, que foi testemunha de meus
pecados, ajude-me agora a lembrá -los e a sentir realmente por eles.
Todos vocês Santos e Anjos do Céu, rogai por mim para que eu possa
agora produzir frutos dignos de penitência. Um homem.
B. PONTOS PARA O E XAMINAÇÃO DE CONSCIÊNCIA _
Quando fiz minha ú ltima Confissã o? Eu tive uma tristeza
verdadeira? Ocultei algum pecado mortal e assim cometi um
sacrilégio? Recebi a Sagrada Comunhã o depois de uma má
confissã o? Recebi a Sagrada Comunhã o enquanto estava em estado
de pecado mortal? Quantas vezes recebi os Sacramentos
indignamente? Esqueci um pecado mortal na minha ú ltima
Confissã o? (Deve ser confessado nesta Confissã o.) Fiz minha
penitência? Fiz a restituiçã o necessá ria? Reparei danos causados ao
bom nome de outra pessoa? Tentei evitar as ocasiõ es pró ximas de
pecado?
1. Os Dez Mandamentos de Deus
1) Eu sou o Senhor teu Deus; não terás deuses estranhos
diante de mim.
Eu: Neguei minha religiã o? Falou contra ele ou seus ministros?
Duvidou de algum artigo de fé? Filiei-me a uma sociedade secreta
proibida? Participou de cultos nã o cató licos? Ler livros, jornais, etc.,
menosprezar a moral, zombar da virtude ou causar dú vidas sobre os
ensinamentos da Igreja? Desesperado ou presumido da misericó rdia
de Deus por continuar por muito tempo em pecado mortal? Teve
alguma coisa a ver com prá ticas supersticiosas: oraçõ es em cadeia,
adivinhaçã o, espiritismo, tabuleiro Ouija, etc.? Queixou-se ou
murmurou contra Deus ou Sua Providência? Recusou-se a resignar-
se à Sua Vontade? Oraçõ es diá rias negligenciadas? Ou as disse
descuidadamente, com distraçõ es intencionais? Mostrou
irreverência em relaçã o ao Santíssimo Sacramento, ou no uso dos
sacramentais: á gua benta, o sinal da cruz, etc.? Usou palavras da
Escritura em tom de brincadeira? Deixou de cumprir promessas ou
votos feitos a Deus?
2) Não tomarás o Nome do Senhor, teu Deus, em vão.
Eu: Usei o Nome de Deus ou de Jesus para amaldiçoar? em
juramento? Na brincadeira? Será que fiz isso por há bito? Fui culpado
de pensamentos, palavras ou escritos blasfemos? Desejou o mal para
os outros, ou os amaldiçoou? Pediu a Deus para amaldiçoá -los?
Encorajou outros a usar linguagem maligna ou profana?
3) Lembre-se de santificar o dia de sábado (domingo).
Eu: Faltei intencionalmente à missa aos domingos ou feriados de
guarda? * Chegou atrasado por minha culpa e perdeu uma parte
considerável da Missa? Comportou-se mal na igreja? Obrigou outros
a fazê-lo? Executou trabalho servil desnecessá rio por um tempo
considerável nesses dias (mais de 2 ou 3 horas)? Profanou-os
bebendo ou jogando em excesso, ou mantendo companhia
pecaminosa ou freqü entando diversõ es pecaminosas?
4) Honra teu Pai e tua Mãe.
Crianças
Eu: Fui desobediente, ingrato ou teimoso com meus pais, professores
ou pastores? Desejava causar sérios danos aos pais ou desejava que
eles estivessem mortos? Usou linguagem insultuosa para com eles?
Atingiu-os com ressentimento ou má vontade? Tornou-os infelizes
por má conduta? Desobedeceram quando proibiram ir com maus
companheiros, shows ruins ou outros lugares perigosos? Falharam
em ajudá -los quando eles precisavam de ajuda em
idade, doença ou pobreza? Nã o conseguiu realizar sua ú ltima
vontade? Negligenciados para orar pelo repouso de suas almas? Eu
quebrei alguma lei civil? Desobedeci a alguma autoridade legal?
Funcionários
Eu: Deixei de cumprir as ordens do meu empregador? Fomentou a
discó rdia? Falhou em respeito ou honestidade?
5) Não matarás. (Isso inclui também danos à alma e falta
de caridade.)
Eu: Por ato, participaçã o, instigaçã o, conselho ou consentimento, fui
culpado pela morte de alguém ou lesã o corporal? Ou de destruir a
vida do nascituro? Desejei a morte de outro, ou desejei infortú nio
para ele? Dado lugar à raiva e à paixã o? Outros maltratados? Já
esteve em inimizade com os outros? Recusou-se a falar com eles?
Deliberadamente nutriu pensamentos de ó dio, vingança, ciú me,
aversã o, ressentimento ou desprezo pelos outros? Provocou outros à
raiva? Prejudicou as almas dos outros, causando escâ ndalo ou
lançando tentaçõ es em seu caminho? Cedido a humores de mau
humor e melancolia? Mostrou sensibilidade e má goa sobre assuntos
insignificantes? Aprovou ou encorajou a raiva dos outros? Tentou
suicídio ou teve pensamentos sobre isso? Participou ou consentiu
em “morte por misericó rdia”? Pecou por comer e/ou beber em
excesso? Ficar embriagado? Pecou por abuso de drogas? Alguém por
minha culpa morreu sem ter o padre e as ministraçõ es religiosas?
Enviei ou aconselhei os pais a enviarem as crianças para uma escola
onde sua fé ou moral cató lica estaria em perigo?
6) Não cometerás adultério.
9) Não cobiçarás a mulher do teu próximo.
Eu: Cometi atos impuros? Sozinho ou com outro? Com uma pessoa
solteira ou casada? Do meu pró prio sexo ou do sexo oposto? Com um
parente? Viveu com prazer em pensamentos e imaginaçõ es impuras?
Ou consentiu com eles em meu coraçã o? Deliberadamente desejou
ver ou fazer algo impuro? Usou linguagem impura, alusõ es, palavras
de duplo sentido? Quantos estavam ouvindo? Ouvi com prazer
intencional a linguagem imodesta? Cantou ou ouviu mú sicas
impró prias? Pecou por toque ou açã o impura ou imodesta, comigo
mesmo ou com os outros? Gabava-se dos meus pecados? Ler livros
imorais? Emprestou ou vendeu para outros? Coisas impró prias
escritas? Contemplou com prazer intencional objetos ou imagens
impró prias, ou mostrou-os a outros? Voluntariamente me expus à
tentaçã o pela curiosidade? Frequentando empresas ou lugares
perigosos? Por diversõ es pecaminosas? Por danças imodestas? Ao
assistir a peças ou filmes indecentes? Foi culpado de familiaridades
indevidas ou beijos pecaminosos? Manteve companhia com uma
pessoa casada? Estou fazendo companhia pecaminosa agora? Vesti-
me imodestamente? Eu, por roupas imodestas ou liberdade de
expressã o ou boas maneiras, fui uma causa de tentaçã o à pureza dos
outros? Eu deliberadamente levei outros ao pecado? Ou tomou parte
em seus pecados? (As circunstâ ncias que alteram a natureza de um
pecado, como ser casado ou solteiro, sexo, se relacionado, etc.,
devem ser mencionadas na confissã o desses pecados.)
Fui culpado de pecados contrá rios à s obrigaçõ es matrimoniais?
Usei contraceptivos ou “contraceptivos” abortivos ou fui
esterilizada? Encorajou, aconselhou ou instruiu outros a cometer
tais pecados? Falharam em treinar meus filhos em questõ es de
castidade?
7) Não roubarás.
10) Não cobiçarás os bens do teu próximo.
Eu: Roubei dinheiro? Quantos? Roubaram outros bens? De quem
(pobres, ricos, Igreja, pais)? Devolvi os bens roubados ou o seu
valor? Comprou conscientemente ou aceitou bens roubados?
Danificou a propriedade de outra pessoa de alguma forma?
Negligenciado a pagar por tal dano? Recusou-se a devolver coisas
emprestadas? Guardaram coisas que foram encontradas sem fazer o
esforço suficiente para encontrar o dono? Enganado? Passou
dinheiro sem valor? Trabalho realizado de forma descuidada?
Perdeu tempo no trabalho? Desperdiçou minha propriedade?
Prejudicou minha família com gastos pró digos, como bebida
excessiva, jogos de azar, etc. Buscou as coisas deste mundo com
muita avidez? Desejava roubar ou cometer alguma injustiça?
Participou do roubo ou da injustiça de outra pessoa? Bens roubados
compartilhados ou escondidos?
8) Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Eu: Dei provas falsas em um tribunal de justiça? Deliberadamente
disse uma mentira para enganar o outro? Disse mentiras que
causaram danos à reputaçã o e ao bom nome de outra pessoa? (Este
é o pecado da calú nia.) Deu a conhecer as faltas verdadeiras, mas
secretas, dos outros sem necessidade? (Este é o pecado da
depreciaçã o.) Ouviu tal discurso? Causado mal-estar por contar
histó rias? Julgou os outros precipitadamente ou suspeitou deles
precipitadamente? Leu as cartas dos outros e violou seu direito a
certos segredos? Foi culpado de qualquer outra forma de discurso
pouco caridoso? Deixei de reparar o dano causado por minha fala
pecaminosa? Falei contra um padre ou alguém consagrado a Deus?
(Isso é um sacrilégio.) Tenho lisonjeado outros em seus pecados e
maus há bitos? Pequei por hipocrisia e fingimento de virtude?
Assinou papéis ou documentos falsos? Atribuí motivos ruins a
outros quando nã o podia ter certeza de seus motivos?
2. Os Seis Preceitos da Igreja
1. Assistir à Missa e abster-se do trabalho servil em todos os
domingos e feriados de guarda. 2. Jejuar e abster-se de carne nos
dias indicados pela Igreja. 3. Confessar os pecados pelo menos uma
vez por ano. 4. Receber dignamente a Santíssima Eucaristia no
tempo pascal ou no tempo indicado. 5. Contribuir para o sustento da
Igreja. 6. Nã o casar pessoas dentro dos graus de parentesco
proibidos ou de outra forma proibidos pela Igreja; nã o solenizar o
casamento nos horá rios proibidos; em geral, observar as leis da
Igreja relativas ao casamento.
Eu: Deixei de assistir à Missa aos domingos ou feriados de guarda, ou
o fiz sem a devida reverência e devoçã o? * Executou trabalho servil
desnecessá rio nesses dias? Deixou de ir à confissã o uma vez por
ano? Nã o recebeu a Sagrada Comunhã o durante o Tempo da Pá scoa
(Domingo da Septuagesima ao Domingo da Trindade, ou seja, do
terceiro domingo antes da Quarta-feira de Cinzas até o Domingo
depois do Domingo de Pentecostes)? Recebeu a Sagrada Comunhã o
em estado de pecado mortal? Deixou de observar os preceitos de
jejum e abstinência sem motivos legais e dispensa adequada? Deixou
de contribuir para o sustento da Igreja de acordo com meus meios?
Planejava “casar” ou realmente fingia entrar no estado de casado
diante de um ministro ou magistrado civil? (Ou seja, entrou em um
chamado “casamento” invá lido fora da Igreja.) Aprovado que outros
cató licos façam isso? Agiu como testemunha para eles em tal
“casamento”? Casado dentro dos graus proibidos de parentesco?
3. Os Sete Pecados Capitais
Orgulho, Cobiça, Luxúria, Raiva, Gula, Inveja e Preguiça.
Eu: Deliberadamente nutri pensamentos orgulhosos ou fui vaidoso
com minha aparência, talentos, família, roupas, boas obras, etc? Se
gabava dessas coisas? Buscou a bajulaçã o e os aplausos dos outros?
Evitou fazer um bom trabalho por medo do que os outros possam
pensar? Repudiado pelo bem alheio, seja espiritual ou temporal?
Cometeu gula comendo ou bebendo em excesso? Ficar
excessivamente ou injustamente com raiva? Deu lugar à impaciência,
rabugice, mau humor ou descontentamento? Negligenciou meus
deveres (incluindo os espirituais) ou os executou com mornidã o e
indolência? Buscou demais minha pró pria facilidade? Levava uma
vida sem mortificaçã o, desperdiçando tempo na ociosidade ou em
ocupaçõ es inú teis? Teve algum prazer sexual ilegal (ou seja, impuro),
seja em pensamento ou açã o? Foi intencionalmente ciumento dos
outros? Permitiu que o ciú me de outra pessoa aparecesse em minha
conduta? Buscou os bens deste mundo com esforço desordenado?
Foi avarento para com os pobres?
4. Deveres de Estados de Vida Particulares
Para pessoas casadas
Eu: Vivi em paz e uniã o? Dado motivo para ciú mes? Observou as leis
de pureza de acordo com o estado de casado? Usou mal o estado
sagrado do Matrimô nio? Dado escâ ndalo por disputas raivosas?
Abandonou meu parceiro e viveu separadamente sem justa causa?
Negligenciou meus deveres de apoio ou cuidado para meus filhos e
família?
Para os pais
Eu : Negligenciei o treinamento religioso de meus filhos ? Deixou de
enviá -los para boas escolas cató licas quando eu poderia ter feito
isso? Mandou-os para uma escola onde sua fé ou moral cató lica
estaria em perigo? Negligenciado para zelar pela empresa que eles
mantêm? As coisas que eles lêem? Os programas que eles assistem?
Dado a eles escâ ndalo por xingamentos, brigas ou de outras
maneiras? Falha ao corrigi-los? Interferiu egoisticamente na vocaçã o
de um filho ou filha?
Para empregadores
Eu: Deixei de proporcionar à queles que trabalham para mim
oportunidades de cumprir seus deveres religiosos? Ordenou que
fizessem algo errado? Ser desonesto, trapacear, etc.? Paguei salá rios
injustos?
Para funcionários públicos
Eu: Fui fiel e exato no cumprimento de meus deveres? Traiu o
interesse pú blico por medo da opiniã o alheia, por desejo de
popularidade ou por interesse político ou financeiro? Sacrificou os
direitos de qualquer indivíduo? Permitiu que o crime e a desordem
ficassem impunes? De que forma e com que frequência? Recebi
subornos direta ou indiretamente? Deixei-me influenciar na
administraçã o da justiça ou nos deveres oficiais por promessas ou
ameaças? Foi culpado de desvio de fundos pú blicos? Enriqueci a
mim mesmo ou amigos por contratos injustos? Aplicou meu poder
oficial de vingança? Amigos injustamente favorecidos?
Para médicos
Eu: Cuidei de pessoas gravemente doentes sem conhecimento ou
experiência suficientes? Remédios perigosos precipitadamente
arriscados? Fez despesas desnecessá rias? Tirou intencionalmente a
vida de um nascituro? Ajudou, aprovou ou aconselhou alguém a
fazê-lo? Realizou ou aconselhou operaçõ es proibidas, por exemplo,
esterilizaçõ es? Recebeu prescriçõ es de anticoncepcionais ou
“anticoncepcionais” abortivos? Cooperou para que outros o
fizessem? Deixou de avisar aqueles em perigo de morte a tempo de
receber os Sacramentos? Por negligência, permitiu que crianças
morressem sem batismo? Tirou a vida de algum paciente, ou evitou
usar os meios ordiná rios para preservar a vida de algum paciente?
Para advogados
Eu: Defendi reivindicaçõ es que eu sabia que eram injustas?
Sustentou uma defesa injusta? Obtive assim uma decisã o injusta?
Prejudiquei a justa causa de um cliente por traiçã o, ignorâ ncia
grosseira, falta de estudo, negligência? Obteve declaraçõ es falsas por
artifício? Praticou engano na elaboraçã o de testamentos, escrituras,
etc.?
5. Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais
Eu: Deixei de aliviar as necessidades temporais e espirituais de
outros quando estava em meu poder fazê-lo? Fiz o que pude para
ajudá -los na pobreza, na doença, na velhice ou em qualquer
necessidade espiritual?
O
todos os meus pecados porque temo a perda do céu e as dores
do inferno; mas sobretudo porque te ofendem, meu Deus, que
és todo bom e merecedor de todo o meu amor. Resolvo
firmemente, com a ajuda de Tua graça, confessar meus
pecados, fazer penitência e emendar minha vida. Um homem.
Ó Deus, venha em meu auxílio. Ó Senhor, apresse-se em me
ajudar!
Oração diante de um Crucifixo ou Imagem de Jesus
Crucificado
B
com o desejo mais fervoroso de minha alma, rogo e Vos suplico
que imprima em meu coraçã o sentimentos vivos de fé,
esperança e caridade, verdadeiro arrependimento por meus
pecados, e um firme propó sito de emenda, enquanto com
profundo afeto e dor de alma eu considero dentro de mim e
mentalmente contemplo Tuas cinco mais preciosas chagas; tendo
diante de meus olhos o que Davi, o profeta, há muito falou em tua
pessoa a respeito de ti, meu Jesus: “Traspassaram minhas mã os e
meus pés. Contaram todos os meus ossos”. ( Salmo 21:18) .
Oração de Santa Gertrudes
dulcíssimo Jesus, que em Vosso amoroso desejo de nossa salvaçã o
instituiu o Sacramento da Penitência para consolaçã o de todos os
pecadores, para que por sua virtude sejamos purificados de
O
nossas iniqü idades e recuperemos as graças que perdemos;
eis-me, miserável pecador, que Vos ofendi novamente com
muitos pecados e maculou minha alma com muitas manchas,
agora volto mais uma vez a Vó s, resolvendo receber este
munificável Sacramento com a firme esperança de que Vó s me
concedereis a remissã o de todos os meus pecados, e acusar-me com
profunda humildade e contriçã o de alma perante o sacerdote, Teu
representante, de todos e cada um dos meus pecados, na medida em
que os posso recordar; nem esconderei conscientemente nenhum
pecado mortal, por mais vil e vergonhoso que seja.
Desejo incluir nesta Confissã o todos os pecados que agora nã o
posso recordar à minha memó ria e todos os meus pecados veniais.
Confesso-os todos a Ti como ao meu grande Sumo Sacerdote; e na
presença de toda a corte do Céu, eu confesso e me proclamo um
pérfido miserável e traidor contra Vossa adorável Majestade.
Rogo-te, pois, ó Pai misericordioso, que te dignas olhar para mim,
miserável pecador, com aquele olhar de compaixã o com que olhaste
para o Teu Filho quando Ele caiu de bruços no Horto das Oliveiras,
esmagado em a terra pelos pecados de toda a humanidade, e
graciosamente me ouvir enquanto eu imploro Teu perdã o. E para
suprir o que falta à minha mais imperfeita contriçã o, ofereço-te
aquela dor avassaladora que o Teu Filho unigênito suportou durante
toda a Sua vida enquanto esteve na terra em Seu dulcíssimo Coraçã o
por causa dos pecados do mundo, e especialmente quando no Jardim
das Oliveiras a extremidade de Sua angú stia arrancou-Lhe o suor de
Sangue; suplicando-Te que purifiques minha alma de todas as suas
impurezas naquela santíssima corrente de Seu Precioso Sangue, e a
adornes com uma pureza mais branca que a neve. Um homem.
Um breve e eficaz ato de contrição de
Santa Mechtilde
DOCE Jesus, sofro pelos meus pecados! Concede-te a suprir o que
falta à minha verdadeira dor, e a oferecer por mim a Deus Pai toda a
dor que suportaste por causa dos meus pecados e dos do
O
mundo inteiro. Um homem.
B
de mim abençoe Seu santo Nome!
Bendizei ao Senhor, ó minha alma! E nunca se esqueça de
tudo o que Ele fez por você. que perdoa todas as tuas
iniqü idades; e cura todas as tuas doenças.
Quem redime tua vida da destruiçã o; e te coroa de misericó rdia e
compaixã o.
O Senhor é compassivo e misericordioso; longâ nime e abundante
em misericó rdia.
Ele nã o nos tratou de acordo com nossos pecados; nem nos
recompensou segundo as nossas iniqü idades.
Tanto quanto o leste é do oeste; até agora Ele removeu nossas
iniqü idades de nó s.
Como um pai se compadece de seus filhos; assim se compadece o
Senhor dos que o temem.
Pois Ele conhece nossa estrutura; Ele se lembra de que somos pó .
Bendizei ao Senhor, todos os Seus anjos! Vó s, ministros Dele que
fazem Sua vontade.
Bendizei ao Senhor, todas as Suas obras, em cada lugar do Seu
domínio; Ó minha alma, bendize ao Senhor.
Oração de Ação de Graças
O
ilimitada, e cujas riquezas de bondade sã o infinitas, eu te dou
graças de toda a minha mente e coraçã o pela maravilhosa e
extraordiná ria bondade que agora me mostraste em tã o
graciosamente perdoando todos os meus pecados e
restaurando me à Tua graça e favor. Bendita seja a Tua Divina
compaixã o, ó meu Deus, e bendito seja o amor incompreensível de
Teu Filho amado, que O constrangeu a instituir tã o gentil e tã o
poderoso remédio para nossos pecados. Portanto, em uniã o com
todas as açõ es de graças que já subiram a Ti de coraçõ es
verdadeiramente penitentes, eu canto em voz alta Teus louvores
alegres em nome de todos no Céu, na terra e no Purgató rio, para
todo o sempre. Um homem.
Oração antes de realizar a penitência sacramental
S
amoroso, por meus muitos pecados e negligências, estou agora
pronto para fazer a perfeita satisfaçã o à Tua Justiça Divina com o
má ximo de minha capacidade. Para este fim, cumprirei fiel e
reverentemente a penitência que me foi designada por meu
confessor em Teu Nome. Quem dera eu pudesse realizá -lo com tã o
grande devoçã o e amor a ponto de dar a Ti uma honra e prazer
maior do que o insulto e o ultraje de meus pecados! Para que assim
seja, uno e misturo minha penitência com todas as obras de
satisfaçã o que Teu amado Filho realizou durante os trinta e três anos
de Sua vida na terra; e em uniã o com Seus jejuns, Suas vigílias e Suas
oraçõ es, ofereço minha penitência e minha oraçã o. Olha, portanto, ó
Pai amantíssimo, para mim, Teu mais obrigado devedor, agora
prostrado diante de Teus pés, desejando fazer-Te a devida satisfaçã o
e reparaçã o por todos os insultos e injú rias que Te ofereci, e
concede-me a força e a graça dizer esta oraçã o de acordo com a tua
santíssima vontade. Um homem.
(Agora, faça sua penitência sacramental e depois diga:)
Amoroso Pai, eu Vos ofereço minha Confissã o e minha
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espirituais, intelectuais e litú rgicas da Igreja Cató lica. Em um momento
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