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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Renata Reis de Jesus

ESTUDO COMPARATIVO DE UM PAVIMENTO TIPO DE


UMA EDIFICAÇÃO REAL EM CONCRETO ARMADO
DIMENSIONADO COM CONCRETOS DO GRUPO I E II DE
RESISTÊNCIA

Avaliador:

Defesa: dia 03 /12 / 2016 às 11:30 horas

Local: FSG / Rua Os Dezoito do Forte, 2366 - Caxias


do Sul - RS
Anotações com sugestões para
qualificar o trabalho são bem-
vindas. O aluno fará as correções e
lhe passará a versão final do
trabalho, se for de seu interesse.

Caxias do Sul
Dezembro/ 2016
RENATA REIS DE JESUS

ESTUDO COMPARATIVO DE UM PAVIMENTO TIPO DE


UMA EDIFICAÇÃO REAL EM CONCRETO ARMADO
DIMENSIONADO COM CONCRETOS DO GRUPO I E II DE
RESISTÊNCIA

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil


do Centro Universitário da Serra Gaúcha, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Engenheiro Civil

Orientadora: Msc. Shanna Trichês Lucchesi


Coorientador: Ms. Douglas Francescatto Bernardi

Caxias do Sul
Dezembro/ 2016
RENATA REIS DE JESUS

ESTUDO COMPARATIVO DE UM PAVIMENTO TIPO DE


UMA EDIFICAÇÃO REAL EM CONCRETO ARMADO
DIMENSIONADO COM CONCRETOS DO GRUPO I E II DE
RESISTÊNCIA

Este Trabalho de Conclusão foi julgado adequado como pré-requisito para a obtenção do
título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pela Professora
Orientadora e pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Conclusão II do Centro
Universitário da Serra Gaúcha.

Caxias do Sul, 03 de Dezembro de 2016

Prof. Shanna Trichês Lucchesi


Mestre pelo PPGEC/UFRGS
Orientadora

Prof. Douglas Francescatto Bernardi


Mestre pelo PPGEC/UFRGS
Coorientador

Prof. Ivan Ideraldo Bonet


Mestre pelo PPGEP/UFSC
Coordenador da disciplina de TCC

BANCA EXAMINADORA
Prof. Douglas Francescatto Bernardi (FSG)
MS. pelo PPGEC/UFRGS

Prof. Shanna Triches Lucchêsi (FSG)


MSc. pelo PPGEC/UFRGS

Prof. Carlos Rodrigo Pinheiro David (FSG)


MS. pelo PPGEC/UFRGS
Dedico este trabalho a meus pais, Elodi e Sebastião, que
sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me dar força e persistência ao longo desses anos.

Á Prof Shanna Triches Lucchesi orientadora deste trabalho, por todo o apoio, paciência e
grande dedicação, contribuindo de maneira significativa e indispensável para que este
trabalho pudesse ser concluído com êxito.

Ao Prof Douglas Francescatto Bernardi, co-orientador deste trabalho, pela disposição e


comprometimento em transmitir todo seu conhecimento sempre que solicitado e por sua
atenção e paciência no processo de desenvolvimento deste trabalho.

As minhas colegas de graduação, Camila Cappeletti Perotti, Carina Maioli e Jéssica Seben
pela convivência, cooperação e amizade.

Ao meu esposo Rafael, pela compreensão, companheirismo e paciência recebidos durante o


período acadêmico.

E por fim, de maneira muito especial, agradeço aos meus pais, Elodi e Sebastião, e meus
irmãos Débora e Gabriel, por todo o apoio, incentivo, carinho e extrema dedicação em tonar
possível a realização e conclusão do curso.
Tente uma, duas, três vezes e se possível tente a quarta, a
quinta e quantas vezes for necessário. Só não desista nas
primeiras tentativas, a persistência é amiga da conquista.
Se você quer chegar aonde a maioria não chega, faça o que
a maioria não faz.
Bill Gates
RESUMO

Com o aumento da demanda e da competitividade na construção civil no Brasil na última


década, surgiram novas exigências do mercado consumidor por obras de maior porte e
complexidade arquitetônica. Assim, houve a necessidade de materiais que conseguissem
suprir essa produção com bom desempenho e que fossem economicamente viáveis. O avanço
tecnológico no desenvolvimento de concretos de alto desempenho (CAD), ao qual pertence o
grupo de concretos de alta resistência (CAR), foi um dos grandes responsáveis por
acompanhar esse crescimento de maneira eficiente e de acordo com os novos conceitos e
parâmetros construtivos das edificações. Partindo desse contexto, o presente trabalho sugere
uma análise comparativa entre a utilização de concretos do Grupo I (C20 a C50) e concreto do
Grupo II (C55 a C90) para a análise estrutural de um pavimento tipo de uma edificação real.
A realização deste estudo, foi feita com a modelagem deste pavimento no software de cálculo
estrutural CAD/TQS. Com a variação do valor do f ck dos concretos, do grupo I para ao grupo
II, pode-se descrever as diferenças provocadas tanto nas equações de dimensionamento
(flexão simples) das vigas e lajes, como também nos resultados de taxa de armadura e
deformações dos elementos, constatando assim que, o aumento da resistência do concreto
ocasiona a diminuição de área de aço e das deformações nos elementos analisados.

Palavras-chave: Grupo I, Grupo II, Análise Comparativa, Concreto de Alto Desempenho.


ABSTRACT

With the increasing demand and competitiveness in civil construction in Brazil in the last
decade, new demands of the consumer market for works of greater size and complexity an
architectural. Thus, there was the need for materials that could supply this production with
good performance and that they were economically viable. Thus, there was the need for
materials that could supply this production with good performance and that they were not
economically viable. The technological advancement in the development of concrete of high
performance (CAD), to which belongs the task of high resistance (CAR), was one of the
major responsible for monitoring this growth efficiently and in accordance with the new
concepts and parameters of construction of buildings. From this context, the present study
suggests a comparative analysis between the use of concrete in Group I (C20 to C50) and
concrete in Group II (C55 to C90) for the structural analysis of a deck type of a real building.
The study was performed with the modeling of this deck in the software of structural calculus
CAD/TQS. With the change in the value of the seminar 7-11 of concrete, from group I to
group II, you can describe the differences caused both in the equations of scaling (simple
bending) of the beams and slabs, as well as the results of armour and deformation of elements,
noting that the increased resistance of the concrete results in the decrease of steel and the
deformations in the elements analyzed.

Keywords: Group I Group II, Comparative Analysis, concrete for High Performance.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama das etapas da pesquisa..................................................................... 19


Figura 2 – Digramas tensão-deformação com comportamento elástico........................... 25
Figura 3 – Deformações em uma peça de concreto........................................................... 27
Figura 4 – Diagrama Tensão– deformação idealizado...................................................... 32
Figura 5 – Diagrama retangular de tensão de compressão no concreto............................ 35
Figura 6 – Domínios de estado limite último de uma seção transversal........................... 36
Figura 7 – Representação da análise do Modelo IV.......................................................... 39
Figura 8 – Digramas retangular de tensão de compressão no concreto, adaptado para
42
concretos do grupo II..........................................................................................
Figura 9 – Diagrama retangular simplificado para classes de concreto até
48
50MPa.................................................................................................................
Figura 10 – Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com
48
armadura simples para o Grupo I de resistência.................................................
Figura 11 – Vista 3D do edifício...................................................................................... 49
Figura 12 – Corte esquemático da estrutura...................................................................... 50
Figura 13 – Planta baixa do projeto arquitetônico do pavimento estudado...................... 50
Figura 14 – Planta de fôrmas do pavimento estudado...................................................... 51
Figura 15 – Grelha equivalente representando o pavimento tipo em estudo.................... 52
Figura 16 – Elementos analisados, e seus respectivos pavimentos................................... 53
Figura 17 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V6........................ 57
Figura 18 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V7........................ 57
Figura 19 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V10...................... 58
Figura 20 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V11...................... 59
Figura 21 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata lajes L7 e L8............... 61
Figura 22 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata laje L7 – TQS.............. 62
Figura 23 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata laje L8 – TQS.............. 62
Figura 24 – Gráfico taxa de armadura viga V6................................................................. 64
Figura 25 – Gráfico taxa de armadura viga V7................................................................. 64
Figura 26 – Gráfico taxa de armadura viga V10............................................................... 65
Figura 27 – Gráfico taxa de armadura viga V11............................................................... 65
Figura 28 – Representação das armaduras analisadas nas lajes........................................ 66
Figura 29 – Legenda Figura 28......................................................................................... 67
Figura 30 – Gráfico taxa de armadura positiva horizontal laje L7.................................... 68
Figura 31 – Gráfico taxa de armadura positiva horizontal laje L8.................................... 69
Figura 32 – Gráfico taxa de armadura positiva vertical laje L7........................................ 70
Figura 33 – Gráfico taxa de armadura positiva vertical laje l L8...................................... 70
Figura 34 – Gráfico taxa de armadura horizontal negativa de engastamento
71
lajes L7 e L9......................................................................................................................
Figura 35 – Gráfico taxa de armadura horizontal negativa de engastamento
71
lajes L8 e L9......................................................................................................................
Figura 36 – Gráfico taxa de armadura vertical negativa de engastamento
72
lajes L3 e L5......................................................................................................................
Figura 37 – Gráfico taxa de armadura vertical negativa de engastamento
73
lajes L4 e L6......................................................................................................................
Figura 38 – Gráfico área de armadura pilar P13............................................................... 74
Figura 39 – Gráfico área de armadura pilar P14............................................................... 75
Figura 40– Gráfico área de armadura pilar P24............................................................... 76
Figura 41– Gráfico área de armadura pilar P25............................................................... 76
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Limites para deslocamentos........................................................................... 28


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação por grupos de resistência........................................................... 23


Tabela 2 – Fatores multiplicadores que simulam a deformação lenta do concreto........... 28
Tabela 3 – Valores estimados de módulo de elasticidade em função da resistência
característica à compressão do concreto........................................................................... 30
Tabela 4 – Parâmetros do diagrama parábola-retângulo.................................................. 41
Tabela 5 – Parâmetros profundidade (λ) e tensão de compressão do concreto (σ cd)...... 42
Tabela 6 – Flechas Elásticas Imediatas vigas.................................................................. 56
Tabela 7 – Flechas Elásticas Deformação Lenta vigas.................................................... 56
Tabela 8 – Flechas Elásticas Imediatas lajes.................................................................... 60
Tabela 9 – Flechas Elásticas Deformação Lenta lajes..................................................... 60
Tabela 10 –Deformações Imediatas e Lentas, das lajes – TQS....................................... 61
Tabela 11 – Área de aço, vigas analisadas....................................................................... 63
Tabela 12 – Área de aço negativa, lajes analisadas.......................................................... 67
Tabela 13 – Área de aço positiva, lajes analisadas.......................................................... 68
Tabela 14 – Área de armadura pilares analisados............................................................ 74
Tabela 15 – Comparativo Flechas Imediatas Vigas - Fck 25MPa Para 90 MPa.............. 77
Tabela 16 – Comparativo Flechas Lenta Vigas - Fck 25MPa Para 90 MPa..................... 77
Tabela 17 – Comparativo Flechas Imediatas Lajes - Fck 25MPa Para 90 MPa............... 78
Tabela 18 – Comparativo Flechas Lenta Lajes - Fck 25MPa Para 90 MPa...................... 78
Tabela 19 – Comparativo Taxa de Armadura Vigas - Fck 25MPa para 90 MPa.............. 79
Tabela 20 – Comparativo Área de Armadura Positiva Lajes - Fck 25MPa para 90 MPa. 80
Tabela 21 – Comparativo Área de Armadura Negativa Lajes - Fck 25MPa para 90
MPa. 80
Tabela 22 – Comparativo Área de Armadura Pilares - Fck 25MPa para 90 MPa............ 80
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CAD - Computer Aided Design

CAD – Concretos de alto desempenho

CAR – Concretos de alta resistência

ELS – Estado Limite de Serviço

ELU – Estado Limite Último

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

LN – Linha neutra
LISTA DE SÍMBOLOS

Ac = área da seção de concreto

As = área da seção de aço (armadura tracionada) Fcc – força resultante de compressão

Eci - módulo de elasticidade tangente inicial do concreto aos 28 dias

Eci (t) – estimativa do módulo de elasticidade do concreto em uma idade entre 7 e 28 dias

Ecs – módulo de elasticidade secante

Fct – força resultante de tração

Fcc – força resultante de compressão

fck = resistência característica do concreto

fcd = resistência de cálculo do concreto

fyd = resistência de cálculo do aço

fcj - resistência característica à compressão do concreto em uma idade menor que 28 dias

αE – parâmetro em função da natureza do agregado que influencia o módulo de elasticidade

λ – redutor da profundidade

ɛc - deformação específica do concreto submetido à compressão

ɛs - deformação específica do concreto submetido à compressão

ɛc2 - deformação específica do encurtamento do concreto no início do patamar plástico

ɛcu - deformação específica do encurtamento do concreto na ruptura

ɛsd - deformação de alongamento na armadura tracionada

εyd = alongamento do aço no início do escoamento

Δlci – deformação imediata do concreto


Δlct – deformação lenta do concreto

σ – tensão

σc – tensão de compressão
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 15
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 17
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA ....................................................................................... 17
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 17
2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 17
2.2.2 Objetivos secundários ........................................................................................... 17
2.3 HIPÓTESE ................................................................................................................. 18
2.4 PRESSUPOSTO ........................................................................................................ 18
2.5 PREMISSA .............................................................................................................. 18
2.6 DELIMITAÇÕES ...................................................................................................... 18
2.7 LIMITAÇÕES ............................................................................................................ 19
2.8 DELINEAMENTO .................................................................................................... 19
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 21
3.1 EVOLUÇÃO NA RESISTÊNCIA DO CONCRETO ............................................... 21
3.2 PROPRIEDADES E GENERALIDADES DO CONCRETO ................................... 22
3.2.1 Resistência à compressão do concreto ................................................................. 23
3.2.2 Deformação elástica .............................................................................................. 25
3.2.3 Simplificação para consideração da deformação lenta do concreto.................. 26
3.2.4 Módulo de elasticidade .......................................................................................... 29
3.2.5 Diagrama tensão deformação do concreto à compressão .................................. 31
3.3 ELEMENTOS LINEARES SUJEITOS A SOLICITAÇÕES NORMAIS ................ 34
3.3.1 Domínios de deformação ..................................................................................... 36
3.3.2 Dimensionamento à flexão simples ...................................................................... 37
3.4 ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................ 38
3.4.1 Modelo de pórtico espacial para análise global .................................................. 39
3.4.2 Modelo de grelhas para análise do pavimento .................................................... 40
4 ADAPTAÇÕES PARA CONCRETOS DO GRUPO II .......................................... 41
4.1 DIAGRAMA TENSÃO DEFORMAÇÃO DO CONCRETO À COMPRESSÃO ... 41
4.2 HIPÓTESES BÁSICAS ............................................................................................. 42
4.2.1 Domínios de deformação ...................................................................................... 43
4.2.1.1 Domínio 2 ............................................................................................................. 43
4.2.1.2 Domínio 3 ............................................................................................................. 44
4.2.1.3 Domínio 4 ............................................................................................................. 46
4.3 EQUAÇÕES DE EQUILIBRIO PARA FLEXÃO SIMPLES .................................. 47
5 APRESENTAÇÃO DO PAVIMENTO ESTUDADO .............................................. 49
5.1 MODELAGEM ESTRUTURAL ............................................................................... 49
5.2 DETERMINAÇÃO DAS CARGAS ATUANTES .................................................... 53
6 RESULTADOS DA ANÁLISE ................................................................................. 55
6.1 DEFORMAÇÕES ..................................................................................................... 55
6.1.1 Vigas ....................................................................................................................... 55
6.1.2 Lajes ........................................................................................................................ 59
6.2 ARMADURAS ......................................................................................................... 63
6.2.1 Vigas ....................................................................................................................... 63
6.2.2 Lajes ........................................................................................................................ 66
6.2.3 Pilares ..................................................................................................................... 73
6.3 CONCLUSÃO DA ANÁLISE DAS DEFORMAÇÕES ........................................... 77
6.4 CONCLUSÃO DA ANÁLISE DAS ARMADURAS................................................ 78
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 81
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 83
APÊNDICE A – DIAGRAMA RETANGULAR SIMPLIFICADO E DIAGRAMA
86
DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO PARA OS COCNCRETOS DO GRUPO II .............
APÊNDICE B – TABELAS DE ESFORÇOS SOLICITANTES DAS VIGAS E
95
LAJES QUE COMPÕEM O PAVIMENTO ESTUDADO .............................................
15

1 INTRODUÇÃO

Devido ao aumento da demanda e da competitividade na construção civil no Brasil na última


década, surgiram novas exigências do mercado consumidor por obras de maior porte e maior
complexidade arquitetônica. Assim, houve a necessidade de materiais que conseguissem
suprir essa demanda com bom desempenho e que fossem economicamente viáveis. O avanço
tecnológico no desenvolvimento de concretos de alto desempenho (CAD), ao qual pertence o
grupo de concretos de alta resistência (CAR), que apresentam resistência característica à
compressão (fck) superior a 50 MPa, foi um dos grandes responsáveis por acompanhar esse
crescimento de maneira eficiente e de acordo com os novos conceitos e parâmetros
construtivos das edificações.

Apesar de o CAR ter um custo mais elevado em relação aos concretos convencionais, deve-se
analisar o custo global da obra para identificar as vantagens de uso dos concretos de alta
resistência. Por exemplo, podem-se constatar reduções significativas na taxa de aço da
estrutura e nas seções das peças comprimidas, no peso próprio da estrutura, no volume de
concreto e na área de fôrmas, além de ganhos no comprimento dos vãos das vigas. Assim, é
importante sempre analisar o tipo de empreendimento a ser construído para então, optar ou
não pelo CAR.

A NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 22)


viabiliza o uso de concretos de resistência até 90 MPa para fins estruturais. Esse é um passo
importante para o desenvolvimento de projetos diferenciados em concreto, já que pela revisão
anterior da referida norma, a resistência era limitada a 50 MPa. Essa limitação obrigava os
projetistas a buscar embasamento em normas de concreto estrangeiras ou os levava a adotar o
aço para a execução de projetos que exigiam mais do material.

Neste contexto, o intuito desta pesquisa é apresentar um estudo comparativo entre a utilização
dos concretos do Grupo I (C20 a C50) e do Grupo II (C55 a C90), para a análise estrutural de
um pavimento tipo de uma edificação real. Para tanto, serão realizadas comparações dos
resultados da análise para os dois modelos adotados.

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
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Inicialmente, será elaborado o modelo estrutural I, do pavimento tipo supracitado, o qual se


fundamentará nas resistências à compressão dos concretos do Grupo I, e terá seus cálculos
realizados com o auxílio do software CAD/TQS. Após esta etapa, será desenvolvido o modelo
estrutural II o qual levará em consideração os valores de resistência dos concretos do Grupo
II, e contará com o auxílio dos softwares Microsoft Excel e também CAD/ TQS.

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA

As diretrizes para o desenvolvimento do trabalho são descritas nos próximos itens.

2.1 QUESTÃO DE PESQUISA

A questão de pesquisa do trabalho é: quais as diferenças nos resultados de deformações e taxa


de armadura de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado, provocado
pela variação do valor de fck dos concretos, do Grupo I para o Grupo II?

2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Os objetivos da pesquisa se dividem em principais e secundários, e são descritos a seguir.

2.2.1 Objetivo principal

O trabalho tem como objetivo principal propor uma análise comparativa entre a utilização de
concretos do Grupo I (C20 a C50) e concretos do Grupo II (C55 a C90) na análise de um
pavimento tipo de uma edificação real, quanto a deformações e taxa de armadura para vigas,
pilares e lajes.

2.2.2 Objetivos secundários

Os objetivos secundários do trabalho são:

a) identificar e indicar as diferenças nas equações de dimensionamento à flexão simples,


adotadas principalmente para as vigas e lajes do pavimento, para os concretos do
Grupo II;
b) calcular manualmente a estrutura para os concretos do Grupo II de resistência;
c) modelar a estrutura para os concretos do Grupo I de resistência, no software
computacional CAD/TQS;

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
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d) representar graficamente, os resultados obtidos das análises.

2.3 HIPÓTESE

Admite-se como hipótese deste trabalho que o comparativo entre a utilização de concretos do
Grupo I (C20 a C50) e concretos do Grupo II (C55 a C90), possibilitará a constatação que o
Grupo II de resistência, ocasiona uma economia no que diz respeito à taxa de armadura em
vigas, pilares e lajes. Além disso, este grupo de concreto levará à estrutura a apresentar
menores deformações.

2.4 PRESSUPOSTO

O trabalho tem por pressuposto que os programas computacionais fornecem resultados


adequados para o cálculo de pavimentos de estruturas de concreto armado, respeitando as
exigências das normas técnicas vigentes, em especial a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014), desde que a estrutura seja corretamente
modelada e seus critérios devidamente ajustados.

2.5 PREMISSA

O trabalho tem por premissa que o uso de concretos do Grupo II resulta em maior resistência
e durabilidade às peças estruturais, viabilizando assim, maior eficiência em peças esbeltas e
menor restrição criativa quanto à arquitetura das edificações.

2.6 DELIMITAÇÕES

Este trabalho delimita-se na elaboração de um comparativo entre a utilização de concretos do


Grupo I e II para as vigas, pilares e lajes, de um pavimento Tipo pré- determinado de uma
edificação real em concreto armado, composta por 11 pavimentos sendo eles, Térreo, 9
pavimentos Tipo e Cobertura.

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
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2.7 LIMITAÇÕES

O comportamento dos materiais constituintes do pavimento em estudo será considerado


elástico-linear. A análise elástico-linear considera o concreto armado um material
homogêneo, além disso, a fissuração do concreto foi considerada de maneira simplificada.

2.8 DELINEAMENTO

O trabalho será realizado através das etapas apresentadas a seguir, as quais estão
representadas na Figura 1 e descritas no parágrafo seguinte:

a) pesquisa bibliográfica;
b) adaptação das equações de flexão para os concretos do grupo II;
c) determinação das cargas atuantes da estrutura;
d) modelagem da estrutura – concretos do grupo I;
e) modelagem da estrutura – concretos do grupo II;
f) comparação dos resultados para pilares;
g) dimensionamento para os concretos do grupo II através das equações de flexão
adaptadas e verificação das deformações, nas vigas e lajes;
h) comparação dos resultados para vigas e lajes;.
i) considerações finais.

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
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Figura 1 - Diagrama das etapas da pesquisa

(fonte: elaborado pela autora)

Primeiramente, foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica contendo o embasamento teórico


necessário para a realização do trabalho, que continuou sendo feita até a conclusão do estudo.
Depois de obtidas as informações necessárias para o início do trabalho, foram determinadas as
cargas atuantes na estrutura do pavimento tipo, respeitando a NBR 6120 (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1980) – Cargas para o cálculo de estruturas de
edificações. Posteriormente, foram realizadas as adaptações nas equações de flexão para os
concretos do Grupo II.

Em seguida realizou-se a modelagem da estrutura para concretos do Grupo I, e


posterirormente para os concretos do Grupo II. Após essas etapas, foi possível, realizar a
comparação dos resultados obtidos para os pilares. Subsequentemente realizou-se as etapas de
dimensionamento das vigas e lajes para os concretos do Grupo II, e comparação dos

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
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resultados obtidos para esses elementos. Por fim, efetuou-se as considerações finais do
trabalho, propendendo identificar se os objetivos estipulados para a pesquisa foram atingidos

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo, serão apresentados os conceitos que compõem todo o embasamento teórico
necessário para a realização do trabalho.

3.1 EVOLUÇÃO NA RESISTÊNCIA DO CONCRETO

O concreto é o material mais utilizado no mundo na construção civil, porém sua tradicional
composição de materiais vem sofrendo melhorias com o passar do tempo e o avanço da
tecnologia e da necessidade humana de reestruturação, sendo o Concreto de Alto Desempenho
(CAD) o maior avanço nesse sentido. Segundo Aïtcin (2000), as características positivas da
utilização do CAD ainda não são exploradas em sua totalidade.

[…] A despeito do fato de que até agora concreto de alto desempenho tem sido
utilizado principalmente em aplicações de alta resistência, é inevitável que num
futuro muito próximo o concreto de alto desempenho seja mais especificado e usado
pela sua durabilidade do que especificamente, pela sua alta resistência à compressão.
Quando a comunidade da engenharia vier a entender isto, e modificar sua percepção
do concreto de alto desempenho, a indústria da construção dará definitivamente um
grande passo adiante (AÏTCIN,2000 apud GUIMARAES, 2002, p.22).

Para Aïtcin é errôneo por parte da comunidade da engenharia só utilizar o Concreto de Alto
Desempenho (CAD) em obras cuja propriedade desejada é a resistência à compressão, como
em grandes arranha-céus. Ele provisiona que, no futuro, o CAD será mais conhecido por sua
durabilidade (AÏTCIN,2000 apud GUIMARAES, 2002). “O Concreto de Alto Desempenho
(CAD), foi desenvolvido na Noruega na década de 1950 [...], era conhecido no início como
Concreto de Alta Resistência (CAR) devido à sua alta resistência característica à compressão”
(MIGUEL, 2003, p.1).

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
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Já, Watanabe (2008, p.4) classifica como Concreto de Alto Desempenho, todo concreto acima
de 40 MPa:

Estudos experimentais comprovaram que a microestrutura e as propriedades do


concreto com resistência acima de 40MPa são consideravelmente diferentes das dos
concretos convencionais. Como a prática atual de dimensionamento de estruturas
ainda está fundamentada em experimentos realizados com concretos convencionais,
é preferível manter os concretos com resistências acima de 40 MPa em uma classe
diferenciada, de maneira a alertar o projetista da necessidade de ajustes nas equações
existentes. (WATANABE, 2008, p4)

Sobre esse ponto de vista, CAD é todo concreto com resistência característica à compressão a
partir de fck 40 MPa, que segue um rigoroso controle de qualidade, constituído de água,
cimento, agregado miúdo (areia natural ou artificial), agregado graúdo (calcário, granito,
basalto, dolerito, diabase, e seixos rolados), aditivos químicos (superplastificantes) e aditivos
minerais (sílica ativa, cinzas volantes, pozolanas naturais, cinzas de casca de arroz e
metacalium). A dosagem desses materiais é o que define as características diferenciadas desde
tipo de concreto (WATANABE, 2008, p.6-12).

3.2 PROPRIEDADES E GENERALIDADES DO CONCRETO

As principais propriedades mecânicas do concreto são: resistência à compressão, resistência à


tração e módulo de elasticidade. Essas propriedades são determinadas a partir de ensaios,
executados em condições específicas. Geralmente, os ensaios são realizados para controle de
qualidade e atendimento às especificações (PINHEIRO; MUZARDO; SANTOS; 2010).
Portanto, neste capítulo serão abordadas essas propriedades, bem como, as considerações
iniciais de cálculo definidas de acordo com a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2014).

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3.2.1 RESISTÊCIA A COMPRESSÃO DO CONCRETO

A NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) aplica-se ao


dimensionamento de estruturas com concretos normais, com massa específica seca entre 2000
e 2800 kg/m³ e pertencentes aos Grupos I (C20 a C50 MPa) e II (C55 a C90 MPa) de
resistência à compressão, conforme mostrado na Tabela 1. A NBR 8953(ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015) estabelece as classes do concreto em
função de sua massa especifica, resistência a compressão axial e consistência, limitando-se ao
uso dos concretos simples, armado (classes acima de C20) e protendido (classes acima de
C25), excluindo estruturas projetadas com concretos leves e pesados, concreto massa e
concreto sem finos.

Tabela 1- Classificação por grupos de resistência

CLASSES RESISTÊNCIA GRUPO


(MPa)
C20 20
C25 25
C30 30
GRUPO
C35 35
I
C40 40
C45 45
C50 50
C55 55
C60 60
C65 65
C70 70 GRUPO
C75 75 II
C80 80
C85 85
C90 90

(fonte: adaptado de NBR 8953 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS, 2015))

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
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Segundo NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) a


resistência média do concreto é obtida através de ensaios de corpos de prova cilíndricos que
devem satisfazer a resistência característica à compressão adotada pelo projetista. Esses
ensaios quando não especificados, indicam idade de 28 dias da amostra.

É interessante salientar que, do ponto de vista mecânico, a qualidade do concreto é definida


pelo valor de sua resistência característica fck, já que a resistência média não fornece
informações sobre a variabilidade dessa propriedade (ARAUJO, 2001).

A partir da resistência característica à compressão, a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO


BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 74-75) estipula a resistência de cálculo
que é dada pela equação 1:

(Eq. 1)

Onde:

f cd = resistência de cálculo à compressão do concreto, em MPa;

f ck = resistência característica do concreto à compressão, em MPa;

γc= coeficiente de ponderação da resistência do concreto.

Para a obtenção do valor do coeficiente de ponderação γc, consideram-se os seguintes


aspectos: variabilidade da resistência dos materiais envolvidos, diferença de resistência entre
corpo de prova e estrutura, desvios gerados na construção e aproximações feitas em projeto
em relação à resistência. Assim, a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2014) estabelece os seguintes valores de γc considerando os tipos de


combinações de cargas utilizadas:

a) normais: γc = 1,4;

b) especial ou de construção: γc = 1,2;

c) excepcionais: γc = 1,2.
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3.2.2 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA

Neville (2010) define como a genuína deformação elástica, o fenômeno caracterizado pelo
aparecimento e desaparecimento de uma deformação, seja ela linear ou não-linear,
simultaneamente a aplicação e subtração de uma tensão, criando uma alteração na geometria
de forma não permanente.

Um material elástico é aquele que quando carregado por uma tensão arbitrada
retorna a sua geometria original, com a curva de carregamento exatamente
correspondente a curva de descarregamento no diagrama tensão-deformação. A
última característica indica que as forças atuantes no processo são conservativas, não
havendo nenhuma dissipação de energia durante o processo de carregamento e
descarregamento (SHAMES;COZZARELLI, 2014).

A definição citada acima fica evidente por meio da demonstração dos diagramas tensão-
deformação apresentado na figura 2.

Figura 2 – Digramas tensão-deformação com comportamento elástico: (a) curva


linear e elástica; (b) curva não-linear e elástica

(fonte: Adaptado de NEVILLE, 2010)


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concretos do Grupo I e II de resistência.
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Neste trabalho, é considerada a análise elástico-linear para definir o comportamento dos


materiais que constituem o pavimento. A referida análise considera que os materiais possuem
um comportamento elástico-linear. Quando o material consegue restituir por completo sua
forma inicial, ele é dito como perfeitamente elástico, porém, quando as restituições forem
parciais, o material é dito como parcialmente elástico (LINS, 2010). Segundo Fontes (2005)
(apud Leonhardt & Mönnig, 1977), o concreto possui um comportamento perfeitamente
elástico somente quando submetido a tensões baixas e de curta duração.

3.2.3 SIMPLIFICAÇÃO PARA CONSIDERAÇÃO DA DEFORMAÇÃO


LENTA DO CONCRETO

A deformação lenta do concreto consiste no acréscimo de deformação que ocorre quando as


solicitações são mantidas, e com a manutenção das cargas ao longo do tempo (ALMEIDA,
2002). Tal deformação denomina-se flecha diferida, que pode ser calculada, de maneira
simplificada, pela multiplicação da flecha imediata (proveniente da deformação rápida) por
um fator estabelecido pela norma (PINHEIRO; MUZARDO, 2004).

Souza (2014, p. 3) explica ainda: “[...] uma vez que este elemento esteja submetido a um
carregamento prolongado, a resposta em função do tempo se dará com uma deformação
gradual causada pela fluência [...]”. Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS, 2014), a deformação por fluência do concreto é composta por
uma parte rápida e outra lenta, onde a primeira ocorre durante as primeiras 24 horas após a
aplicação do carregamento, e a segunda, ao longo do tempo.

De acordo com Dumêt (2008), a deformação lenta consiste no aumento da mesma sem que
haja mudança no carregamento da peça. Toma-se como base a peça de concreto da Figura 3,
carregada com uma tensão de compressão constante ao longo do tempo (σc). No instante da
aplicação da carga, ela sofrerá uma deformação imediata (Δlci) que provocará a expulsão da
água quimicamente inerte existente no interior da peça de concreto, para regiões onde a
mesma já tenha evaporado, aumentando a deformação até um valor máximo (Δlct) no tempo
infinito.

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Figura 3 – Deformações em uma peça de concreto.

(fonte: DUMÊT, 2008, p. 43)

A NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 76 e 77)


estabelece os limites de deformações admissíveis para as estruturas em serviço, conforme
mostra o Quadro 1. Para os efeitos desta Norma, os deslocamentos limites são classificados
nos quatro grupos básicos relacionados a seguir:

a) aceitabilidade sensorial: o limite é caracterizado por vibrações indesejáveis ou


efeito visual desagradável [...];

b) efeitos específicos: os deslocamentos podem impedir a utilização adequada da


construção;

c) efeitos em elementos não estruturais: deslocamentos estruturais podem ocasionar


o mau funcionamento de elementos que, apesar de não fazerem parte da
estrutura, estão a ela ligados;

d) efeitos em elementos estruturais: os deslocamentos podem afetar o


comportamento do elemento estrutural, provocando afastamento em relação às
hipóteses de cálculo adotadas. Se os deslocamentos forem relevantes para o
elemento considerado, seus efeitos sobre as tensões ou sobre a estabilidade da
estrutura devem ser considerados, incorporando-as ao modelo estrutural adotado.

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concretos do Grupo I e II de resistência.
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Quadro 1 – Limites para deslocamentos.

Deslocamento a Deslocamento
Tipo de efeito Razão da limitação Exemplo
considerar limite
Deslocamentos
Visual visíveis em elementos Total l/250
Aceitabilidade
estruturais
sensorial
Vibrações sentidas no Devidos a cargas
Outro l/350
piso acidentais
Superfícies que Coberturas e
Total l/250
devem drenar água varandas
l/350 + contra-
Total
Pavimentos que flecha
Ginásios e pistas de
Efeitos devem permanecer Ocorrido após a
boliche
estruturais em planos construção do l/600
serviço piso
Elementos que De acordo com
Ocorrido após
suportam recomendação do
Laboratórios nivelamento do
equipamentos fabricante do
equipamento
sensíveis equipamento
(fonte: Adaptado de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p.
77).

Segundo Silva (2009), com o intuito de simular a deformação em longo prazo do concreto
durante a análise linear, pode-se adotar um coeficiente baseado nos fatores estabelecidos pela
norma. Para tanto, majoram-se as cargas que atuam sobre a estrutura, sendo estas cargas de
peso próprio, permanentes e acidentais, ampliando, assim, as flechas imediatas, a fim de
simular a flecha por deformação lenta. Para tal, os valores dos coeficientes encontram-se
representados na Tabela 2.

Tabela 2 – Fatores multiplicadores que simulam a deformação lenta do concreto.

Carregamento Coeficiente
Peso próprio 2,6
Cargas permanentes 2,6
Cargas acidentais 0,7

(fonte: Adaptado de SILVA, 2009).

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3.2.4 MÓDULO DE ELASTICIDADE

Segundo a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014), no


seu item 8.2.8, o módulo de elasticidade deve ser calculado segundo o método de ensaio
estabelecido na NBR 8522 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2008), a qual considera o módulo de elasticidade tangente inicial do concreto aos 28 dias.
Entretanto, quando não forem feitos ensaios, como simplificação, pode-se estimar o valor do
módulo de elasticidade Eci, para concretos do Grupo I, através da equação 2, e para concretos
do Grupo II, através da equação 3, com os valores expressos em MPa. As equações são em
função da resistência característica do concreto à compressão (fck).

- Para Concretos do Grupo I:

(Eq. 2)

- Para Concretos do Grupo II:

(Eq. 3)

Sendo:

αe = 1,2 para basalto e diabásio;

αe = 1,0 para granito e gnaisse;

αe = 0,9 para calcário;


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concretos do Grupo I e II de resistência.
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αe = 0,7 para arenito.

Nas análises elásticas de projeto, deve ser utilizado o módulo de deformação secante,
especialmente na determinação de esforços solicitantes e verificações dos estados limites de
serviço (Ecs), tal que:

(Eq.4)

Sendo:

(Eq.5)

A Tabela 3 apresenta os valores estimados arredondados de Eci, Ecs e αi, que podem ser
usados no projeto estrutural. Esses valores foram adaptados segundo a tabela 8.1 da NBR
6118 (ASSOCIAÇÃO BRASIELIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014).

Tabela 3 – Valores estimados de módulo de elasticidade em função da resistência característica à compressão do


concreto (considerando o uso de basalto como agregado graúdo).

Classe de
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50 C55 C60 C65 C70 C75 C80 C85 C90
Resistência

Eci (GPa) 30 34 37 40 43 45 48 49 50 51 52 53 54 55 56

Ecs (GPa) 26 29 32 35 38 41 44 46 47 49 51 53 54 55 56

αi 0,85 0,86 0,88 0,89 0,90 0,91 0,93 0,94 0,95 0,96 0,98 0,99 1,00 1,00 1,00

(fonte: adaptado de NBR 6118 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS, 2014)

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Segundo NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASIELIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014), a


deformação elástica do concreto depende da composição do traço do concreto, especialmente
da natureza dos agregados. Na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou
seção transversal, pode ser adotado módulo de elasticidade único, à tração e à compressão,
igual ao módulo de deformação secante Ecs. No cálculo das perdas de protensão, pode ser
utilizado em projeto o módulo de elasticidade inicial Eci.

O módulo de elasticidade em uma idade menor que 28 dias pode ser avaliado pelas equações
6 e 7, substituindo fck por fcj:

- Para Concretos do Grupo I:

(Eq.6)

- Para Concretos do Grupo II:

(Eq.7)

Onde:

Eci (t) é a estimativa do módulo de elasticidade do concreto em uma idade entre 7 dias e 28
dias;

fc (t) é a resistência à compressão do concreto na idade em que se pretende estimar o módulo


de elasticidade, em megapascal (MPa).

3.2.5 DIAGRAMA TENSÃO DEFORMAÇÃO DO CONCRETO À


COMPRESSÃO

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concretos do Grupo I e II de resistência.
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Para a análise das deformações do concreto no estado limite último (ELU), a NBR 6118
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) afirma que para tensões
de compressão menores que 0,5fc, pode-se admitir uma relação linear entre tensões e
deformações, adotando-se para o módulo de elasticidade o valor secante conforme a equação
4.

Já para os casos mais gerais, considera-se o diagrama tensão-deformação conforme mostra a


figura 4. As equações 8 e 9, referem-se as curvas apresentadas no gráfico da figura 4.

Figura 4 - Diagrama Tensão– deformação idealizado

(fonte: adaptado de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 30)

Sendo a equação 8:

(Eq.8)

Com n fixado em 2 para concretos de classes até C50 e conforme a equação 9 para classes
maiores que C50:

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(Eq.9)

Onde:

c= tensão à compressão no concreto, em MPa;

f cd = resistência à compressão de cálculo, em MPa;

ԑcu = deformação específica do concreto submetido à compressão;

ԑc2 = deformação específica de encurtamento do concreto no início do patamar plástico;


n = expoente dependente da resistência do concreto;

f ck = resistência característica à compressão do concreto, em MPa.

Os valores limites das deformações ԑc2 (deformação específica de encurtamento do concreto

no início do patamar plástico) e ԑcu (deformação específica de encurtamento do concreto na


ruptura), segundo NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2014) são definidos a seguir:

- Para Concretos do Grupo I:

a) ԑc2 = 2,0 ‰

b) ԑcu = 3,5 ‰

c) n = 2

- Para Concretos do Grupo II:

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d) (Eq.10)

e) (Eq.11)

f) (Eq.12)

3.3 ELEMENTOS LINEARES SUJEITOS A SOLICITAÇÕES NORMAIS

A NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) define


algumas hipóteses básicas para a determinação dos esforços resistentes das seções de vigas e
pilares:

a) as seções transversais se mantêm planas após a deformação;

b) a deformação da armadura em esforços de tração e compressão deve ter o mesmo valor


da deformação do concreto no seu entorno;

c) para armaduras ativas não aderentes, na falta de valores experimentais e de análises


não lineares adequadas, os valores do acréscimo das tensões para estruturas usuais de
edifícios estão apresentados no item 17.2.2 da NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014);

d) as tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, devem ser desprezadas


no ELU;

e) a distribuição de tensões no concreto deve ser obtida pelo diagrama tensão-


deformação do tipo parábola-retângulo, com tensão de pico igual a 0,85fcd. Contudo,
de modo a simplificar os cálculos, a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASIELIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2014) permite substituir o diagrama parábola retângulo por
um diagrama retangular de profundidade y = λx conforme ilustrado na figura 5.

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Figura 5 - Diagrama retangular de tensão de compressão no concreto

O termo x do diagrama retangular representa a altura da linha neutra da seção, o termo h


representa a altura da seção o termo λ é um redutor da profundidade em que a tensão atua e
está ligado à transformação da seção curva do diagrama parábola retângulo pela seção
retangular do diagrama simplificado, a qual está especificado a seguir, juntamente com as
demais incógnitas da figura 5.

- Para Concretos do Grupo I:

a) λ =0,8

b) σcd=0,85 fcd (Eq.13)

- Para Concretos do Grupo II:

a) (Eq.14)

b) (Eq.15)

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3.3.1 DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO

O dimensionamento das estruturas de concreto armado é realizado através da análise de


estados limites, sendo estes os estados limites último (ELU) e o estado limite de serviço
(ELS). O primeiro representa a capacidade máxima de suporte de uma peça e o segundo, por
sua vez, representa o aspecto funcional da estrutura, seja ele a durabilidade, a aparência, o
conforto, entre outros (BIN, 2010, p. 44).

Segundo NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASIELIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014), o


estado limite último é caracterizado pela distribuição das deformações na secção transversal

ԑ ԑ
pertencente a um dos domínios definidos na figura 6, onde c2 e cu estão definidos no item
3.2.5 deste trabalho.

A figura 6 apresenta as possíveis configurações nas quais uma peça em concreto armado pode
estar trabalhando quando sujeita a solicitações normais. Cada uma destas configurações
apresenta características específicas, com diferentes combinações de esforços de compressão
e tração, diferentes posições de linha neutra e diferentes deformações. Portanto, como pode
ser observado, cada região corresponde a um domínio dentro do estado limite último.

Figura 6- Domínios de estado limite último de uma seção transversal

(fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014)

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A análise dos domínios do estado limite último faz-se necessária para que seja determinada a
posição da linha neutra para determinada configuração de carregamento agindo em uma seção
específica. Com a posição da linha neutra determinada, faz-se uso das hipóteses de cálculo
fornecidas pela NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2014), então, aplicam-se as equações de equilíbrio. Para o método de análise estrutural linear,
admite-se um comportamento elástico-plástico para os materiais, sendo que, para o
dimensionamento no ELU, deve-se garantir a ductilidade mínima às peças.

A NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASIELIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) no seu item


14.6.4.3 alertas a necessidade de que para se proporcionar o adequado comportamento dúctil
em vigas e lajes, a posição da linha neutra no ELU deve obedecer os seguintes limites:

a) x/d ≤ 0,45, para concretos com fck ≤ 50 MPa;

b) x/d ≤ 0,35, para concretos com 50 MPa < fck ≤ 90 MPa. Esses limites podem ser
alterados se forem utilizados detalhes especiais de armaduras, como, por exemplo, os
que produzem confinamento nessas regiões.

3.3.2 DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO SIMPLES

As solicitações normais são aquelas cujos esforços solicitantes produzem tensões normais às
seções transversais dos elementos estruturais. Os esforços que provocam tensões normais são
o momento fletor (M) e a força normal (N). A flexão simples se define como sendo a flexão
sem força normal. Quando a flexão ocorre acompanhada de força normal tem-se a flexão
composta (BASTOS, 2015).

Nas estruturas convencionais de concreto armado, são três os elementos estruturais mais
importantes: as lajes, as vigas e os pilares. Geralmente, lajes e vigas são submetidas à flexão
normal simples, embora possam, eventualmente, estarem submetidas à flexão composta.
Assim, o dimensionamento de seções retangulares e seções T sob flexão normal simples é a
atividade diária mais comum aos engenheiros projetistas de estruturas de concreto armado
(SANTOS, 1983).

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concretos do Grupo I e II de resistência.
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Segundo Bastos (2015), embora as vigas possam ter a seção transversal com qualquer forma
geométrica, na maioria dos casos a seção escolhida é a retangular. Neste trabalho, observou-se
que as vigas que compõem o pavimento tipo estudado, tem uma seção retangular com
armadura simples.

Define-se viga com armadura simples quando a seção necessita apenas de uma armadura
longitudinal resistente tracionada. No entanto, por questões construtivas são colocadas barras
longitudinais também na região comprimida, para a amarração dos estribos, não sendo esta
armadura considerada no cálculo de flexão como armadura resistente, ou seja, na seção com
armadura simples as tensões de compressão são resistidas unicamente pelo concreto
(BASTOS, 2015).

3.4 ANÁLISE ESTRUTURAL

O trabalho se baseia inteiramente na análise de modelos matemáticos que buscam simular o


comportamento da estrutura.

A análise estrutural é a etapa mais importante de um projeto, trata-se da avaliação de esforços


e deslocamentos nos elementos estruturais quando sujeitos às ações externas. Seu resultado
tem influência direta no dimensionamento de todo o edifício e por isso uma análise correta
tem grande importância (KIMURA, 2007, p. 111).

A NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 81) define


como objetivo da análise estrutural “[...] determinar os efeitos das ações em uma estrutura,
com a finalidade de efetuar verificações de estado limite últimos e de serviço.”. A NBR 6118
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) ainda comenta que “A
análise estrutural permite estabelecer as distribuições de esforços internos, tensões,
deformações e deslocamentos, em uma parte ou em toda a estrutura.”

Para a análise estrutural, dimensionamento e detalhamento estrutural foi utilizado o sistema


CAD/TQS na versão - V18.8.2 - Versão Universidade, disponível para uso acadêmico no
Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG).

Na concepção estrutural do edifício no software, foi utilizado o 'Modelo IV', que leva em
consideração a aplicação das ações verticais e horizontais inseridos no cálculo por meio do
pórtico espacial e grelha, conforme ilustrado na figura 7. Posteriormente com os esforços
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processados, o programa excuta rotinas de cálculo para o dimensionamento das vigas, pilares
e lajes do edifício.

Figura 7 – Representação da análise do Modelo IV

(fonte: memória de cálculo sistema CAD/TQS)

3.4.1 MODELO DE PÓRTICO ESPACIAL PARA A ANÁLISE GLOBAL

O edifício será modelado por um único pórtico espacial mais os modelos dos pavimentos. O
pórtico será composto apenas por barras que simulam as vigas e pilares da estrutura, com o
efeito de diafragma rígido das lajes devidamente incorporado ao modelo. Os efeitos oriundos
das ações verticais e horizontais nas vigas e pilares serão calculados com o pórtico espacial.

Nas lajes, somente os efeitos gerados pelas ações verticais serão calculados. Os esforços
resultantes das barras de lajes sobre as vigas serão transferidos como cargas para o pórtico
espacial, ou seja, há uma 'certa' integração entre ambos os modelos (pórtico e grelha).

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concretos do Grupo I e II de resistência.
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3.4.2 MODELO DE GRELHAS PARA ANÁLISE DOS PAVIMENTOS

A análise do comportamento estrutural dos pavimentos foi realizada através de modelos de


grelha. O referido método é baseado na substituição da estrutura do pavimento por uma grelha
equivalente, onde os elementos da mesma (barras da grelha) são considerados como os
elementos estruturais do pavimento (vigas e lajes) (SILVA, FILHO, CARVALHO, 2003).

De acordo com Hennrichs (2003), este modelo consiste na substituição da placa da laje por
uma malha, formando uma grelha, a qual é composta por vigas ortogonais entre si, sendo
essas vigas paralelas e transversais aos eixos da placa. O processo consiste em substituir a
placa (laje) por uma malha equivalente de vigas (grelha equivalente).

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4 ADAPTAÇÕES PARA CONCRETOS DO GRUPO II

Usualmente, os concretos do Grupo II são considerados como concretos de alto desempenho.


Em geral, as equações e os procedimentos apresentados nas normas de projeto são aplicáveis
aos concretos do Grupo I. Essas equações devem ser adaptadas para os concretos de alto
desempenho. (ARAUJO, 2001).

Sendo assim, serão apresentadas neste capítulo as adaptações realizadas neste estudo, para a
análise dos elementos quando dimensionados com concretos do Grupo II.

4.1 DIAGRAMA TENSÃO DEFORMAÇÃO DO CONCRETO À


COMPRESSÃO

Admitindo como base as equações 10, 11 e 12 e os fundamentos, exemplificados no item


3.2.5 deste trabalho, a Tabela 4 apresenta os valores dos parâmetros do diagrama parábola
retângulo para os concretos compreendidos no Grupo II de resistência.

Tabela 4 - Parâmetros do diagrama parábola-retângulo.

f ck 55 60 65 70 75 80 85 90
(MPa)
ԑc 2‰ 2,20 2,29 2,36 2,42 2,47 2,52 2,56 2,60

ԑc u‰ 3,13 2,88 2,74 2,66 2,62 2,60 2,60 2,60


n 1,75 1,59 1,49 1,44 1,41 1,40 1,40 1,40

(fonte: elaborado pela autora)

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4.2 HIPÓTESES BÁSICAS

Segundo o item “e” das hipóteses básicas para a determinação dos esforços resistentes das
seções de vigas e pilares estipulado na NBR 6118 (ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2014), é possível substituir o diagrama parábola retângulo por um
diagrama retangular de profundidade y = λx, contudo esse diagrama deve ser adaptado para
concretos do Grupo II conforme ilustrado na figura 8.

Figura 8- Diagrama retangular de tensão de compressão no concreto, adaptado para


concretos do Grupo II.

(fonte: adaptado BASTOS, 2015)

Tomando como referência as equações 14 e 15, a Tabela 5 apresenta os valores de λ e σ cd


para os concretos com resistência compreendida no grupo II.

Tabela 5 - Parâmetros profundidade (λ) e tensão de compressão do concreto (σ cd).

f ck
(MPa) 55 65 70 75 80 85 90

λ 0,79 0,76 0,75 0,74 0,73 0,71 0,7

cd 0,83 0,79 0,77 0,74 0,72 0,7 0,68

(fonte: elaborado pela autora)


4.2.1 DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO
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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
43

Serão detalhadas a seguir tanto para os concretos do Grupo I quanto para os do Grupo II, as
equações para os domínios 2, 3 e 4 de deformação apresentados no item 3.3.1 deste trabalho.
Isso deve-se ao fato de que a flexão, como a tração é resistida pela armadura, a posição da
linha neutra deve estar entre zero e d (domínios 2, 3 e 4), já que para x < 0 (domínio 1) a
seção está toda tracionada, e para x > d (domínio 4a e 5) a seção útil está toda comprimida.

4.2.1.1 DOMÍNIO 2

Os parâmetros que compõem as equações para a determinação do valor limitem entre o


domínio 2 e 3 são distintos para os concretos do Grupo I em relação aos concretos do Grupo
II. Sendo assim, as equações a seguir apresentam essas equações para cada um dos grupos.

- x23 para concretos do grupo I:

A peça está contida no domínio 2 caso o valor de “x” encontra-se no intervalo a seguir:
{0 < x < 0,259 d}

- x23 para concretos do grupo II:

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
44

A peça está contida no domínio 2 caso o valor de “x” encontra-se no intervalo a seguir:

4.2.1.2 DOMÍNIO 3

Os parâmetros que compõem as equações para a determinação do valor limite entre o domínio
3 e 4 são distintos para os concretos do Grupo I em relação aos concretos do Grupo II. Sendo
assim, as equações a seguir apresentam essas equações para cada um dos grupos.

- x lim para concretos do grupo I:

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
45

A peça está contida no domínio 3 caso o valor de “x” encontra-se no intervalo a seguir:

- x lim para concretos do grupo II:

A peça está contida no domínio 3 caso o valor de “x” encontra-se no intervalo a seguir:

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
46

4.2.1.3 DOMÍNIO 4

As equações apresentadas no domínio 3 também valem para o domínio 4, com exceção da


abrangência da posição x da linha neutra, que vai do xlim até o valor de d, conforme indicado
nas equações a seguir:

- Para concretos do grupo I:

A peça está contida no domínio 4 caso o valor de “x” encontra-se no intervalo a seguir:

- Para concretos do grupo II:

A peça está contida no domínio 4 caso o valor de “x” encontra-se no intervalo a seguir:

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
47

Entretanto, deve-se observar que a NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS


TÉCNICAS, 2014) no seu item 14.6.4.3 alerta à necessidade de se proporcionar o adequado
comportamento dúctil em vigas e lajes, assim, a posição da linha neutra no ELU deve
obedecer os seguintes limites:

a) x/d ≤ 0,45, para concretos com fck ≤ 50 MPa;

b) x/d ≤ 0,35, para concretos com 50 MPa < fck ≤ 90 MPa. Esses limites podem ser
alterados se forem utilizados detalhes especiais de armaduras, como, por exemplo, os
que produzem confinamento nessas regiões.

4.3 EQUAÇÕES DE EQUILIBRIO PARA FLEXÃO SIMPLES

Segundo Bastos (2015) a formulação dos esforços internos resistentes da seção é feita com
base nas equações de equilíbrio de forças e momentos:

∑ N =0 ; ∑ M =0
Apresentam-se a seguir a seção transversal de uma viga sob flexão simples, de forma
retangular e solicitada por momento fletor positivo, com largura b e altura h, armadura As e
área A’c de concreto comprimido, delimitada pela linha neutra (LN). A linha neutra é
demarcada pela distância x, contada a partir da fibra mais comprimida da seção transversal. A
altura útil é “d” é a distância da fibra mais comprimida até o centro de gravidade da armadura
longitudinal tracionada (BASTOS, 2015).

O diagrama de deformações ao longo da altura da seção, com as deformações notáveis cd


(máxima deformação de encurtamento do concreto comprimido) e sd (deformação de
alongamento na armadura tracionada) e o diagrama retangular simplificado de distribuição de
tensões de compressão, e as respectivas resultantes de tensão (Fcc e Fst) estão também
mostrados na sequência.

As figuras 9 e 10 representam o diagrama retangular simplificado e a distribuição de tensões e


deformações para os concretos do Grupo I de resistência.
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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
48

- Para concretos de classes até C50 (Grupo I).

Figura 9–Diagrama retangular simplificado para classes de concreto até 50MPa .

(fonte: elaborado pela autora)

(fonte: elaborado pela autora)

Figura 10 - Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples para o
Grupo I de resistência.

(fonte: elaborado pela autora)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
49

Por sua vez, os diagramas retangular simplificado e a distribuição de tensões e deformações


para os concretos do Grupo II, podem ser conferidos no Apêndice A, deste trabalho.

5 APRESENTAÇÃO DO PAVIMENTO ESTUDADO

Na sequência serão apresentados, o modelo estrutural adotado para realização das análises
propostas e as cargas que a estrutura está sujeita.

5.1 MODELAGEM ESTRUTURAL

A estrutura escolhida para a elaboração do estudo trata-se de um edifício residencial em


concreto armado, com quatro apartamentos por pavimento. Para o estudo, foi estipulado
hipoteticamente que o edifício possui um total de 5 (cinco) pavimentos, sendo eles, Térreo,
Primeiro, Segundo, Terceiro, Quarto Pavimentos e Cobertura, cujo a estrutura é composta por
lajes, vigas e pilares, com distância de piso a piso de 2,75m. Na estrutura em questão foi
considerada a combinação de cargas permanentes e acidentais. Seu dimensionamento foi feito
pelo software CAD/TQS.

Nas figuras 11 e 12, é possível visualizar a vista 3D e o corte esquemático do edifício em


estudo, respectivamente. A planta baixa da estrutura de todos os pavimentos, bem como
planta de formas pode ser visualizada nas figuras 13 e 14.

Figura 11- Vista 3D do edifício

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
50

(fonte: software CAD/TQS)


Figura 12 – Corte esquemático da estrutura

(fonte: software CAD/TQS)

Figura 13 – Planta baixa do projeto arquitetônico do pavimento estuado

(fonte: acervo pessoal)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
51

Figura 14 – Planta de fôrmas do pavimento estudado

(fonte: acervo pessoal)

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
52

Determinou-se que o pavimento tipo selecionado, para a análise das lajes e vigas, seria o
Terceiro. Sendo assim, a figura 15, representa a grelha equivalente desse pavimento.

Figura 15 – Grelha equivalente representando o pavimento tipo em estudo.

(fonte: software CAD/TQS)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
53

A respeito dos pilares definiu-se que, a análise levaria em conta a verificação do terceiro lance
de pilares, isto é, entre o 2º e 3º pavimentos, que constitui o edifício estudado.

A figura 16, ilustra resumidamente, os elementos analisados, e seus respectivos pavimentos,


conforme citado anteriormente.

Figura 16 – Elementos analisados, e seus respectivos pavimentos.

(fonte: elaborado pela autora)

5.2 DETERMINAÇÃO DAS CARGAS ATUANTES

Conforme citado anteriormente, o edifício analisado possui cinco pavimentos. A obtenção das
cargas foi feita de cima para baixo, isto é, iniciando-se pelo 4º pavimento.

A determinação das cargas das lajes seguiu as prescrições da norma NBR 6120
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1980) - Cargas para o cálculo de
estruturas de edificações. As cargas por metro quadrado de laje foram subdividas em dois
grupos, como segue:

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
54

a) cargas permanentes dos pavimentos,

- dormitórios, estar/jantar, cozinha, área de serviço e banheiros:


0,1 tf/m²
- circulação: 0,1 tf/m²

b) cargas acidentais dos pavimentos,

- dormitórios, estar/jantar, cozinha, área de serviço e banheiros:


0,15 tf/m²
- circulação: 0,25 tf/m²

As cargas verticais consideradas sobre as vigas são obtidas através da soma de parcelas
oriundas dos seguintes elementos que compõem a estrutura:

a) alvenaria de blocos de vedação cerâmicos - 14cm: 0,19 tf/m²


b) alvenaria de blocos de vedação cerâmicos - 19cm: 0,22 tf/m²
c) gesso acartonado – 9cm: 0,05 tf/m²

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
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6 RESULTADOS DA ANÁLISE

Neste capitulo, serão apresentadas as deformações obtidas para as vigas e lajes, bem como os
resultados de taxa de armadura para esses elementos e também para os pilares da estrutura.

6.1 DEFORMAÇÕES

Quando uma estrutura está solicitada por forças, seus elementos sofrem deformações - ou
pequenas mudanças na forma e, como consequência, pontos internos à estrutura deslocam-se
para novas posições. Dessa forma, para que se possa conhecer os deslocamentos deve-se,
primeiramente, compreender as deformações que os produzem (GERE; WEAVER Jr., 1981).
Um esforço aplicado a um elemento induz uma deformação e, do mesmo modo, uma
deformação tende a induzir um esforço. O estudo da relação entre as solicitações e as
deformações norteia os parâmetros de cálculo nos projetos estruturais. A capacidade resistente
dos materiais deve garantir a estabilidade da edificação frente aos esforços solicitantes.
(MASSETO; SABBATINI, 2014).

Sendo assim, serão analisadas as deformações consideradas imediatas, conforme justificado


no item 3.2.2 deste trabalho, bem como as deformações lentas também indicadas neste
trabalho no item 3.2.3. Dessa forma, os itens a seguir, apresentarão os valores das
deformações supracitadas, obtidos para as vigas e lajes, considerando cada uma das
resistências à compressão do concreto.

6.1.1 VIGAS

Através da análise e visualização dos esforços fornecidos pelo pórtico espacial no CAD- TQS,
pode-se constatar que, as vigas V6, V7, V10 e V11, estavam submetidas a maiores esforços
solicitantes, tornando-as assim, oportunas para análise comparativa das deformações máximas
nas vigas. Essa constatação, pode ser conferida no apêndice B deste trabalho, ondem estão
apresentados os esforços solicitantes de todas as vigas que compõem o pavimento estudado.
As Tabelas 6 e 7 apresentam, respectivamente, os valores das deformações imediatas e lentas,
das vigas analisadas.
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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
56

Tabela 6 – Flechas Elásticas Imediatas - Vigas.

Flechas Elásticas Imediatas (cm)


Fck
V6 V7 V10 V11
20 MPa 0,596 0,588 0,596 0,584
25 MPa 0,524 0,516 0,524 0,508
30 MPa 0,476 0,468 0,472 0,464
35 MPa 0,428 0,424 0,432 0,424
40 MPa 0,400 0,392 0,396 0,392
45 MPa 0,372 0,364 0,368 0,364
50 MPa 0,344 0,340 0,348 0,336
55 MPa 0,370 0,350 0,360 0,340
60 MPa 0,360 0,350 0,350 0,330
65 MPa 0,340 0,330 0,340 0,320
70 MPa 0,330 0,320 0,320 0,310
75 MPa 0,320 0,310 0,310 0,290
80 MPa 0,310 0,300 0,310 0,290
85 MPa 0,310 0,300 0,300 0,280
90 MPa 0,300 0,290 0,290 0,280
(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 7 – Flechas Elásticas Deformação Lenta - Vigas.

Flechas Elásticas Deformação Lenta (cm)


Fck
V6 V7 V10 V11
20 MPa 1,308 1,292 1,312 1,920
25 MPa 1,156 1,140 1,152 1,144
30 MPa 1,044 1,020 1,036 1,024
35 MPa 0,948 0,932 0,944 0,936
40 MPa 0,880 0,860 0,872 0,864
45 MPa 0,816 0,812 0,816 0,804
50 MPa 0,760 0,756 0,764 0,752
55 MPa 0,830 0,820 0,790 0,790
60 MPa 0,810 0,800 0,770 0,770
65 MPa 0,780 0,770 0,740 0,740
70 MPa 0,750 0,740 0,710 0,710
75 MPa 0,720 0,710 0,690 0,690
80 MPa 0,710 0,700 0,670 0,670
85 MPa 0,690 0,680 0,660 0,660
90 MPa 0,680 0,670 0,650 0,650
(fonte: elaborado pela autora)

Os valores apresentados nas tabelas 6 e 7, também podem ser observados nos gráficos das
figuras 17, 18, 19 e 20.

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
57

Figura 17 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V6

Flecha Elástica Máxima Deformação lenta x Imediata Viga -


1.400 V6
1.200

1.000
Deformação [cm]

0.800

0.600

0.400

0.200

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

Figura 18 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V7

Flecha Elástica Máxima Deformação lenta x Imediata Viga - V7


1.400

1.200

1.000
Deformação [cm]

0.800

0.600

0.400

0.200

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)


__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
58

De posse desses resultados pode-se observar nos gráficos das figuras 17, 18, 19 e 20 que,
conforme previsto anteriormente, as deformações diminuem à medida que a resistência do
concreto aumenta. Também pode-se constatar com a análise dos gráficos que, na transição
entre os concretos do Grupo I para os concretos do Grupo II, ocorre um leve acréscimo dos
valores das deformações. Esse resultado, pode estar atrelado ao fato de que as fórmulas dos
concretos do Grupo I, apresentam parâmetros diferentes em relação às dos concretos do
Grupo II.

Figura 19 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V10

Flecha Elástica Máxima Deformação lenta x Imediata Viga -


1.400 V10
1.200

1.000
Deformação [cm]

0.800

0.600

0.400

0.200

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
59

Figura 20– Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata viga V11

Flecha Elástica Máxima Deformação lenta x Imediata Viga -


1.400 V11

1.200
Deformação [cm]

1.000

0.800

0.600

0.400

0.200

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

6.1.2 LAJES

Para a análise comparativa das deformações máximas das lajes, foram selecionadas as lajes
L7 e L8, visto que essas estavam submetidas a maiores esforços de flexão. Essa constatação,
pode ser conferida no apêndice B deste trabalho, ondem estão apresentados os esforços
solicitantes de todas as lajes que compõem o pavimento estudado. Para a realização do estudo
das deformações nas lajes L7 e L8, dividiu-se os resultados em dois grupos, sendo eles, os
fornecidos pela grelha de lajes planas do CAD/TQS, e os obtidos através do cálculo manual
utilizando o método simplificado. Tendo em vista que o software não viabiliza o uso de
resistência acima de 50MPa para o dimensionamento de lajes, os resultados obtidos no
programa poderão ser comparados até a resistência supracitada. Já para o método
simplificado, uma vez que realizou-se todas as adaptações das equações para Grupo II, pode-
se utilizar e obter os resultados para todos valores de fck.

Visto que o método de grelha de lajes planas é constituído de uma análise excepcionalmente
mais refinada em relação ao método simplificado de cálculo, não serão comparados entre si,
os resultados obtidos em cada um dos modelos, já que essa correlação não resultaria em
valores coerentes a serem equiparados.
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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
60

Sendo assim, as Tabelas 8 e 9 apresentam os valores de flechas obtidos através do cálculo


manual, e a Tabela 10 apresenta os valores de flechas fornecidos pelo CAD/TQS.

Tabela 8 – Flechas Elásticas Imediatas - Lajes


.
Flechas Elásticas Imediatas (cm)
Fck
Laje L7 Laje L8
20 MPa 0,099 0,099
25 MPa 0,088 0,088
30 MPa 0,078 0,078
35 MPa 0,072 0,072
40 MPa 0,066 0,066
45 MPa 0,062 0,062
50 MPa 0,057 0,057
55 MPa 0,055 0,055
60 MPa 0,053 0,053
65 MPa 0,052 0,052
70 MPa 0,050 0,050
75 MPa 0,048 0,048
80 MPa 0,047 0,047
85 MPa 0,046 0,046
90 MPa 0,045 0,045
(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 9 – Flechas Elásticas Deformação Lenta - Lajes

Flechas Elásticas Deformação Lenta (cm)


Fck
Laje L7 Laje L8
20 MPa 0,255 0,255
25 MPa 0,226 0,226
30 MPa 0,201 0,201
35 MPa 0,184 0,184
40 MPa 0,170 0,170
45 MPa 0,159 0,159
50 MPa 0,148 0,148
55 MPa 0,143 0,143
60 MPa 0,137 0,137
65 MPa 0,133 0,133
70 MPa 0,128 0,128
75 MPa 0,124 0,124
80 MPa 0,120 0,120
85 MPa 0,118 0,118
90 MPa 0,116 0,116
(fonte: elaborado pela autora)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
61

Analisando os resultados apresentados nas Tabelas 8 e 9, pode-se perceber que os valores


encontrados para as lajes L7 e L8, foram os mesmos, sendo assim, o gráfico da figura 21
representa tanto a laje 7 como a laje 8.

Figura 21 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata lajes L7 e L8

Flecha Elástica Máxima Deformação lenta x Imediata Laje- L7 e


0.260 L8
0.240
0.220
0.200
0.180
Flecha[ cm]

0.160
0.140
0.120
0.100
0.080
0.060
0.040
0.020
0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

As deformações fornecidas pela grelha de lajes planas do CAD/TQS, estão indicadas na


Tabela 10.

Tabela 10 – Deformações Imediatas e Lentas - Lajes – TQS

Deformação Imediata Deformação Lenta


Fck Laje L7 Laje L8 Laje L7 Laje L8
Flecha (cm) Flecha (cm) Flecha (cm) Flecha (cm)
20 MPa 1,036 1,016 2,296 2,252
25 MPa 0,912 0,896 2,024 1,992
30 MPa 0,820 0,808 1,820 1,790
35 MPa 0,752 0,736 1,660 1,636
40 MPa 0,692 0,680 1,532 1,508
45 MPa 0,644 0,632 1,424 1,404
50 MPa 0,600 0,592 1,332 1,312

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
62

(fonte: elaborado pela autora)

Os gráficos das figuras 22 e 23 representam os valores das deformações imediatas e lentas,


expressos na Tabela 10.

Figura 22 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata laje L7 - TQS

Flecha Elástica Máxima Deformação lenta x Imediata Laje- L7 - TQS

2.400
2.200
2.000
1.800
Flecha[ cm]

1.600
1.400
1.200
1.000
0.800
0.600
0.400
0.200
0.000
20 MPa 25 MPa 30 MPa 35 MPa 40 MPa 45 MPa 50 MPa

(fonte: elaborado pela autora)

Figura 23 – Gráfico flecha elástica deformação lenta e imediata laje L8 - TQS

Flecha Elástica Máxima Deformação lenta x Imediata Laje- L8 - TQS


2.400
2.200
2.000
1.800
1.600
Flecha[ cm]

1.400
1.200
1.000
0.800
0.600
0.400
0.200
0.000
20 MPa 25 MPa 30 MPa 35 MPa 40 MPa 45 MPa 50 MPa

(fonte: elaborado pela autora)

__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
63

6.2 ARMADURAS

A seguir serão apresentados os resultados das armaduras necessárias para combater os


esforços solicitantes nas vigas, pilares e lajes, em cada uma das resistências à compressão do
concreto.

6.2.1 VIGAS

Os elementos escolhidos para estudo da área de aço nas vigas, foram o mesmo adotado na
análise das deformações, ou seja as vigas V6, V7, V10 e V11. Conforme justificado
anteriormente, essas eram as vigas que estavam submetidas aos maiores esforços solicitantes..
Através da Tabela 11, é possível verificar as armaduras positivas obtidas do dimensionamento
à flexão simples para cada uma das vigas estudadas.

Tabela 11 – Área de aço, vigas analisadas

Armadura - As (cm²/m)
Fck
VIGA V6 VIGA V7 VIGA V10 VIGA V11
20 MPa 4,32 4,23 4,41 4,30
25 MPa 4,20 4,12 4,28 4,18
30 MPa 4,13 4,05 4,21 4,10
35 MPa 4,08 4,00 4,15 4,05
40 MPa 4,04 3,97 4,12 4,01
45 MPa 4,00 3,94 4,09 3,99
50 MPa 3,99 3,92 4,07 3,96
55 MPa 3,88 3,81 3,95 3,86
60 MPa 3,78 3,71 3,85 3,76
65 MPa 3,67 3,61 3,74 3,65
70 MPa 3,57 3,51 3,64 3,55
75 MPa 3,42 3,36 3,49 3,41
80 MPa 3,33 3,27 3,39 3,31
85 MPa 3,23 3,17 3,29 3,21
90 MPa 3,13 3,08 3,19 3,11
(fonte: elaborado pela autora)
__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
64

Os valores expressos na Tabela 11 também estão demonstrados nos gráficos das figuras 24,
25, 26 e 27.

Figura 24 – Gráfico taxa de armadura viga V6

Taxa de Armadura Viga - V6


4.500

4.000
Área de Aço [ cm²/m ]

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

Figura 25 – Gráfico taxa de armadura viga V7

Taxa de Armadura Viga - V7


4.500

4.000

3.500
Área de Aço [ cm²/m ]

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
65

Através da análise dos gráficos das figuras 24, 25, 26 e 27 verifica-se que, esses obtiveram
valores decrescentes a medida que se aumentava a resistência do concreto, confirmando assim
a relação do valor fck, com a área de aço dos elementos.

Figura 26 – Gráfico taxa de armadura viga V10

Taxa de Armadura Viga - V10


5.000

4.500

4.000
Área de Aço [ cm²/m ]

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

Figura 27 – Gráfico taxa de armadura viga V11

Taxa de Armadura Viga - V11


5.000
4.500
4.000
Área de Aço [ cm²/m ]

3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
0.500
0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
66

(fonte: elaborado pela autora)

6.2.2 LAJES

A escolha das lajes para desenvolvimento da análise comparativa das taxas de armaduras,
baseou-se na avaliação dos resultados fornecidos pela grelha de lajes planas, gerada no CAD/
TQS. Essa verificação possibilitou constatar que, as lajes L7 e L8 estavam submetidas a
maiores esforços de flexão positivos e, assim, para essas lajes seriam analisadas as armaduras
positivas máximas verticais e horizontais. Já para as armaduras negativas horizontais
analisou-se o engastamento das lajes L7 com L9 e lajes L8 com L9, uma vez que essas
também apresentaram maiores esforços de flexão negativos.

Além disso, as armaduras negativas verticais nos trechos de engastamento das lajes L3 com
L5 e lajes L4 com L6, também foram estudados, visto que essas lajes também apresentavam
esforços de flexão negativos consideráveis. A figura 28 ilustra como foi feita a distribuição
das análises das armaduras nas lajes, descritas anteriormente.

Figura 28 – Representação das armaduras analisadas nas lajes

__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
67

(fonte: elaborado pela autora)

A legenda da figura 29 refere-se a figura 28.

Figura 29 – Legenda Figura 28

(fonte: elaborado pela autora)

Os valores das taxas de armaduras das lajes estudadas, estão descritos nas Tabelas 12 e 13.

Tabela 12 – Área de aço negativa, lajes analisadas

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
68

(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 13 – Área de aço positiva, lajes analisadas

Armadura positiva - horizontal Armadura positiva - vertical


Fck (cm²/m) (cm²/m)
Armadura negativa -vertical Armadura negativa - horizontal
Laje L7 Laje L8 Laje L7 Laje L8
(cm²/m) (cm²/m)
Fck
20 MPa 4,304 4,047 2,286 2,247
Engaste Engaste Engaste Engaste
25 MPa 4,219
L3-L5 3,972
L4 – L6 L72,264
– L9 L82,225
– L9
3020MPa
MPa 4,1663,962 3,925
3,141 2,250
8,462 2,212
8,210
3525MPa
MPa 4,1293,890 3,893
3,097 2,239
8,075 2,202
7,850
4030MPa
MPa 4,1033,845 3,870
3,069 2,232
7,856 2,195
7,644
4535MPa
MPa 4,0833,815 3,852
3,050 2,226
7,714 2,189
7,511
5040MPa
MPa 4,0673,792 3,838
3,036 2,222
7,614 2,185
7,416
5545MPa
MPa 3,9593,775 3,737
3,025 2,166
7,540 2,130
7,346
6050MPa
MPa 3,8543,762 3,638
3,017 2,111
7,483 2,076
7,292
6555MPa
MPa 3,7503,663 3,541
2,939 2,056
7,263 2,022
7,079
7060MPa
MPa 3,6493,566 3,445
2,863 2,002
7,052 1,969
6,875
7565MPa
MPa 3,5013,471 3,306
2,788 1,923
6,850 1,922
6,678
8070MPa
MPa 3,4023,377 3,212
2,714 1,970
6,653 1,970
6,487
8575MPa
MPa 3,3033,241 3,120
2,605 2,018
6,374 2,018
6,216
9080MPa
MPa 3,2053,149 3,027
2,532 2,058
6,186 2,058
6,032
(fonte: elaborado
85 MPapela autora) 3,058 2,459 6,000 5,852
90 MPa 2,968 2,387 5,817 5,673

Os resultados expressos na Tabela 12 também estão demostrados nos gráficos das figuras 30,
31, 32 e 33.

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
69

Figura 30 – Gráfico taxa de armadura positiva horizontal laje L7

As positiva horizontal Laje - L7


4.500

4.000
Área de Aço [ cm²/m ]

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)


Figura 31 – Gráfico taxa de armadura positiva horizontal laje L8

As positiva horizontal Laje - L8


4.500

4.000

3.500
Área de Aço [ cm²/m ]

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

Observando o comportamento dos gráficos das figuras 30, 31, que representam as armaduras
positivas horizontais nas lajes estudadas, constatou-se que, conforme já esperado, esses

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
70

apresentaram valores decrescentes. Contudo, os gráficos das armaduras verticais positivas,


como pode-se observar nas figuras 32 e 33, apresentaram valores decrescentes para as
resistências até 75MPa, e valores crescentes a partir desse valor de fck. Esse resultado pode
ser justificado ao fato de que, para as resistências de 80MPa, 85MPa e 90MPa, a armadura
calculada era menor que a armadura mínima, submetendo assim a utilização dos valores
mínimos para essas resistências. Sabe-se que, à medida que se aumenta o valor da resistência
à compressão do concreto, os valores mínimos de armadura também aumentam, explicando
assim o comportamento do gráfico nesses pontos.

Figura 32 – Gráfico taxa de armadura positiva vertical laje L7

As positiva vertical Laje - L7


2.500

2.000
Área de Aço [ cm²/m ]

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
71

Figura 33 – Gráfico taxa de armadura positiva vertical laje L8

As positiva vertical Laje - L8


2.500

2.000
Área de Aço [ cm²/m ]

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

As armaduras negativas verticais e horizonteis expressas na Tabela 13 também estão


demostrados através das figuras 34, 35, 36 e 37.

Figura 34 – Gráfico taxa de armadura horizontal negativa de engastamento lajes L7 e L9

As negativa horizontal de engastamento entre Lajes L7 e L9


9.000

8.000

7.000
Área de Aço [ cm²/m ]

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
72

(fonte: elaborado pela autora)

Figura 35 – Gráfico taxa de armadura horizontal negativa de engastamento lajes L8 e L9

As negativa horizontal de engastamento entre Lajes L8 e L9


8.000

7.000

6.000
Área de Aço [ cm²/m ]

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)


Figura 36 – Gráfico taxa de armadura vertical negativa de engastamento lajes L3 e L5

As negativa vertical de engastamento entre Lajes L3 e L5


4.000

3.500

3.000
Área de Aço [ cm²/m ]

2.500

2.000

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
73

A respeito dos gráficos das figuras 34 35, 36 e 37 os quais representam armadura negativa
necessária das lajes estudadas, constatou-se que, esses apresentaram um comportamento de
acordo com o previsto, ou seja, valores decrescestes à medida que se aumentava a resistência
a compressão do concreto.

Figura 37 – Gráfico taxa de armadura vertical negativa de engastamento lajes L4 e L6

As negativa vertical de engastamento entre Lajes L4 e L6


3.500

3.000

2.500
Área de Aço [ cm²/m ]

2.000

1.500

1.000

0.500

0.000
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa

(fonte: elaborado pela autora)


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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
74

6.2.3 PILARES

Para análise comparativa das armaduras dos pilares, foram selecionadas as seções as quais
constatou-se estarem responsáveis por maiores áreas de influência na estrutura, e também
submetidas a maiores esforços solicitantes. Desse modo, foram escolhidos os pilares P13 e
P14, visto que esses estavam submetidos a consideráveis esforços de flexão na direção “x” e
os pilares P24 e P25 por estarem sujeitos a maiores esforços de flexão na direção “y”.
Portanto, a Tabela 14 apresenta os valores das áreas de aço dos pilares estudados.

Tabela 14 – Área de armadura pilares analisados

Armaduras - As (cm²/m)
Fck
PILAR P13 PILAR P14 PILAR P24 PILAR P25
20 MPa 60,80 61,80 37,40 37,20
25 MPa 50,30 48,20 26,30 26,10
30 MPa 35,20 35,90 15,90 15,70
35 MPa 21,70 22,40 7,00 6,90
40 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
45 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
50 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
55 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
60 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
65 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
70 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
75 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
80 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
85 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
90 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90

(fonte: elaborado pela autora)

Os gráficos das figuras 38, 39, 40 e 41, representam os valores da Tabela 14.

__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
75

Figura 38 – Gráfico área de armadura pilar P13

Armadura Pilar - P13


90 MPa 11.900
85 MPa 11.900
80 MPa 11.900
75 MPa 11.900
70 MPa 11.900
65 MPa 11.900
60 MPa 11.900
55 MPa 11.900
50 MPa 11.900
45 MPa 11.900
40 MPa 11.900
35 MPa 21.700
30 MPa 35.200
25 MPa 50.300
20 MPa 60.800
0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000
As - Pilar P13

(fonte: elaborado pela autora)


Figura 39 – Gráfico área de armadura pilar P14

Armadura Pilar - P14


90 MPa 11.900
85 MPa 11.900
80 MPa 11.900
75 MPa 11.900
70 MPa 11.900
65 MPa 11.900
60 MPa 11.900
55 MPa 11.900
50 MPa 11.900
45 MPa 11.900
40 MPa 11.900
35 MPa 22.400
30 MPa 35.900
25 MPa 48.200
20 MPa 61.800
0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000
As- Pilar P14

(fonte: elaborado pela autora)

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
76

Através da análise dos resultados obtidos para os pilares estudados, pode-se constatar que,
ocorreram de fato diminuições nas áreas de aço nas seções à proporção que aumenta-se valor
da resistência do concreto. Além disso, pode-se perceber com o comportamento dos gráficos
das figuras 38, 39, 40 e 41 que, todos os pilares escolhidos para a análise, não apresentaram
diminuição na taxa de armadura, para os fck’s acima de 40MPa. Esse resultado pode ser
associado ao favorável posicionamento em que os pilares estão distribuídos na estrutura, com
vãos livres reduzidos, de modo que a estrutura acaba por apresentar baixos esforços
solicitantes. Acredita-se que, em estruturas de maior porte, os resultados de taxa de armadura
dos pilares apresentarão valores decrescentes em todas as resistências, à medida que se
aumenta o valor do fck.

Os gráficos das figuras 40 e 41, representam a taxa de armadura dos pilares P24 e P25

Figura 40 – Gráfico área de armadura pilar P24

Armadura Pilar - P24


90 MPa 7.000
85 MPa 7.000
80 MPa 7.000
75 MPa 7.000
70 MPa 7.000
65 MPa 7.000
60 MPa 7.000
55 MPa 7.000
50 MPa 7.000
45 MPa 7.000
40 MPa 7.000
35 MPa 7.000
30 MPa 15.900
25 MPa 26.300
20 MPa 37.400
0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000
As - Pilar ...

(fonte: elaborado pela autora)


__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
77

Figura 41 – Gráfico área de armadura pilar P25

Armadura Pilar - P25


90 MPa 6.900
85 MPa 6.900
80 MPa 6.900
75 MPa 6.900
70 MPa 6.900
65 MPa 6.900
60 MPa 6.900
55 MPa 6.900
50 MPa 6.900
45 MPa 6.900
40 MPa 6.900
35 MPa 6.900
30 MPa 15.700
25 MPa 26.100
20 MPa 37.200
0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 55.000 60.000
As - Pilar ...

(fonte: elaborado pela autora)

6.3 CONCLUSÃO DA ANÁLISE DAS DEFORMAÇÕES

De modo geral, pode-se observar com a análise das deformações que, o valor do fck contribui
para a obtenção de uma estrutura menos deformável. Além disso, pode-se perceber o quanto é
indispensável a análise e consideração das deformações, tanto lentas como imediatas, no
cálculo de dimensionamento, uma vez que isso, garante um bom desempenho em serviço dos
elementos.

A fim de quantificar qual a diminuição que a resistência do concreto, ocasionou na estrutura


em relação as deformações lentas e imediatas, das vigas e lajes analisadas, estabeleceu-se um
comparativo que demostra a redução das deformações em porcentagem, de um concreto
convencional, em relação a um concreto de alta resistência. Sendo assim, as resistências
escolhidas, para a elaboração desse comparativo, são os valores de 25 MPa e 90 MPa. As

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
78

Tabelas 15 e 16 apresentam as porcentagens obtidas para as vigas, e as Tabelas 17 e 18 os


resultados para as lajes.

Tabela 15 – Comparativo Flechas Imediatas Vigas - Fck 25MPa Para 90 MPa

Fck Flechas Elásticas Imediatas (cm)


V6 V7 V10 V11
25 MPa 0,524 0,516 0,524 0,508
90 MPa 0,3 0,29 0,29 0,28
% Redução 43% 44% 45% 45%
% Média 44%
(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 16 – Comparativo Flechas Lenta Vigas - Fck 25MPa Para 90 MPa

Flechas Elásticas Deformação Lenta (cm)


Fck
V6 V7 V10 V11
25 MPa 1,156 1,14 1,152 1,144
90 MPa 0,68 0,67 0,65 0,65
% Redução 41% 41% 44% 43%
% Média 42%

(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 17 – Comparativo Flechas Imediatas Lajes - Fck 25MPa Para 90 MPa

Flechas Elásticas Imediatas (cm)


Fck
Laje L7 Laje L8
25 MPa 0,088 0,088
90 MPa 0,045 0,045
% Redução 48% 48%
% Média 48%

(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 18 – Comparativo Flechas Lenta Lajes - Fck 25MPa Para 90 MPa

Flechas Elásticas Deformação Lenta (cm)


Fck
Laje L7 Laje L8
25 MPa 0,226 0,226
90 MPa 0,116 0,116
% Redução 49% 49%
__________________________________________________________________________________________
% Média 49%
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
79

(fonte: elaborado pela autora)

6.4 CONCLUSÃO DA ANÁLISE DAS ARMADURAS

De modo geral pode-se observar com a análise das armaduras que, o valor do fck contribui-o
para a obtenção de uma economia no que se diz respeito a taxa de armadura. Para que se fosse
possível constatar essa relação do valor do fck com a diminuição de área de aço nas vigas,
pilares e lajes analisadas, realizou-se um comparativo que demostra a diminuição da taxa de
armadura, em porcentagem de um concreto convencional em relação a um concreto de alta
resistência. Sendo assim, as resistências escolhidas, para a elaboração desse comparativo, são
as de 25 MPa e 90 MPa. A Tabela 19, apresenta as porcentagens obtidas para as vigas, as
Tabelas 20 e 21 os resultados das lajes e a Tabela 22 os resultados referentes aos pilares.

Tabela 19 – Comparativo Taxa de armadura Vigas - Fck 25MPa para 90 MPa

Armadura - As (cm²/m)
Fck
VIGA V6 VIGA V7 VIGA V10 VIGA V11
25 MPa 4,20 4,12 4,28 4,18
90 MPa 3,13 3,08 3,19 3,11
% Redução 25% 25% 26% 25%
% Média 25%

(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 20 – Comparativo Área de armadura Positiva Lajes - Fck 25MPa para 90 MPa

Armadura positiva - Armadura positiva -


Fck horizontal (cm²/m) vertical (cm²/m)
Laje L7 Laje L8 Laje L7 Laje L8
25 MPa 4,219 3,972 2,264 2,225
90 MPa 3,205 3,027 2,058 2,058
__________________________________________________________________________________________
% Redução
Estudo Comparativo 24%tipo de uma24%
de um pavimento edificação real em9% 8%
concreto armado dimensionado com
% Média concretos24%
do Grupo I e II de resistência. 8%
80

(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 21 – Comparativo Área de armadura Negativa Lajes - Fck 25MPa para 90 MPa

Armadura negativa - Armadura negativa -


Fck vertical (cm²/m) horizontal (cm²/m)
Laje L3 Laje L4 Laje L7 Laje L8
25 MPa 3,890 3,097 8,075 7,850
90 MPa 2,968 2,387 5,817 5,673
% Redução 24% 23% 28% 28%
% Média 23% 28%

(fonte: elaborado pela autora)

Tabela 22 – Comparativo Área de armadura Pilares - Fck 25MPa para 90 MPa

Armaduras - As (cm²/m)
Fck PILAR PILAR PILAR PILAR P25
P13 P14 P24
25 MPa 50,30 48,20 26,30 26,10
90 MPa 11,90 11,90 7,00 6,90
% Redução 76% 75% 73% 74%
% Média 74%
(fonte: elaborado pela autora)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
81

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo principal propor um estudo comparativo entre a utilização de
concretos do Grupo I (C20 a C50) e concretos do Grupo II (C55 a C90), na análise de um
pavimento tipo de uma edificação real, quanto a deformações e taxa de armadura para vigas,
pilares e lajes. Sendo assim, ao analisar os dados finais, notou-se que, existe de fato uma
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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
82

mudança na taxa de armadura, bem como nos valores de deformações das vigas pilares e
lajes, à medida que se usa um concreto mais resistente.

Sabe-se que, quanto menores os esforços de compressão, menor a economia no consumo de


aço, e em contrapartida, para esforços maiores de compressão, maior a significância do
aumento da resistência característica à compressão do concreto e maior a economia esperada
no consumo de aço. Sendo assim, também pode-se concluir a respeito do comportamento da
estrutura que, os resultados obtidos para os itens avaliados entre as resistências não
apresentaram uma grande variabilidade. Esse comportamento pode ser justificado ao fato de
que a estrutura escolhida para elaboração do estudo, por não possuir um pavimento com a
finalidade de garagem ao nível do Térreo, dispõe de uma distribuição de pilares muito
favorável à obtenção de baixos esforços solicitantes, fato esse que, conforme já mencionado
anteriormente, contribui diretamente para a apresentação de diferenças pequenas de área de
armadura e deformação dos elementos, comparando uma resistência à outra.

Sendo assim, dentro das condições estruturais e arquitetônicas encontradas no edifício


estudado, o Concreto de Alto Desempenho (CAD) mostrou sua contribuição para diminuição
de taxa de armadura e deformações dos elementos, sendo possível afirmar assim, que os
objetivos do trabalho foram alcançados.

Além disso, pode-se constatar que, dentro das condições apropriadas, ou seja, desde que o uso
do CAD seja compatível com o empreendimento, mais especificamente em relação ao tipo de
estrutura, e principalmente por que o custo de um concreto de alto desempenho é bem maior,
os concretos de alto desempenho destacam -se por oferecer inúmeras vantagens em relação
aos concretos convencionais.

Ressalta-se apenas que, as especificações do CAD em um projeto, devem ser feitas com
muito critério, e a execução com um controle técnico rigoroso. A viabilidade desta opção,
deve ser sempre comparada com os benefícios de sua utilização, muito mais do que os
benefícios financeiros adquiridos com o uso do CAD no edifício, é necessário conhecer a
procedência dos materiais constituintes empregados e suas propriedades, bem como o
manuseio e dosagem dos materiais.

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
83

Portanto, com a finalização desse estudo, espera-se que, os requisitos estruturais para a
utilização dos concretos do Grupo II, o referencial teórico utilizado para desenvolvimento do
estudo e as conclusões apresentadas aqui, possam servir como base para um melhor
entendimento do comportamento estrutural dos concretos de alto desempenho.

Como sugestão para trabalhos futuros, indica-se explanar os benefícios além dos econômicos,
provocados pela utilização dos concretos de alto desempenho.

REFERÊNCIAS

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de concreto - procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
87

APÊNDICE A – Diagrama Retangular Simplificado e Diagrama de


Distribuição de tensões e deformações para os concretos do Grupo II

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
88

- Para concreto C55 (Grupo II)

Figura A.1: Diagrama retangular simplificado para fck = 55 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.2: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples,
fck = 55 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
89

- Para concreto C60 (Grupo II)

Figura A.3: Diagrama retangular simplificado para fck = 60 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.4: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples,
fck = 60 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)


__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
90

- Para concreto C65 (Grupo II)

Figura A5: Diagrama retangular simplificado para fck = 65 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.6: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples,
fck = 65 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)


__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
91

- Para concreto C70 (Grupo II)

Figura A.7: Diagrama retangular simplificado para fck = 70 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.8: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples,
fck = 70 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
92

- Para concreto C75 (Grupo II)

Figura A.9: Diagrama retangular simplificado para fck = 75 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.10: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples,
fck = 75 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

__________________________________________________________________________________________
Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
93

- Para concreto C80 (Grupo II)

Figura A.11: Diagrama retangular simplificado para fck = 80 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.12: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples
fck = 80 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
94

- Para concreto C85 (Grupo II)

Figura A.13: Diagrama retangular simplificado para fck = 85 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.14: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples,
fck = 85 MPa.

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, (fonte:
2016 elaborado pela autora)
95

- Para concreto C90 (Grupo II)

Figura A.15: Diagrama retangular simplificado para fck = 90 MPa

.
(fonte: elaborado pela autora)

Figura A.16: Distribuição de tensões e deformações em viga de seção retangular com armadura simples,
fck = 90 MPa.

(fonte: elaborado pela autora)

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Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
96

APÊNDICE B – Tabelas de Esforços Solicitantes das Vigas e Lajes que


Compõem o Pavimento Estudado

Tabela B1 – Esforços Solicitantes para as seções das vigas do pavimento tipo estudado

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016
97

Viga Mk, Xd, máx (tf.m)


1,08
4,29
1 2,53
4,30
1,05
0,52
2,33
2 1,19
2,42
0,62
3 2,40
4 2,32
5 1,46
6 5,70
7 5,60
8 0,86
9 1,83
10 5,80
11 5,67
12 2,41
13 2,30
0,49
1,47
14 1,62
2,03
0,53
1,10
4,20
15 2,46
4,26
1,11
0,70
4,41
2,96
16 5,10
2,94
4,30
0,67
17 0,75
18 0,76
2,06
3,01
19
3,90
1,59
20 1,66
21 0,35
22 1,80

__________________________________________________________________________________________
Estudo Comparativo de um pavimento tipo de uma edificação real em concreto armado dimensionado com
concretos do Grupo I e II de resistência.
98

continua
continuação
1,06
3,01
23
3,88
1,60
24 0,72
25 0,74
0,68
4,43
2,92
26 5,09
2,96
4,34
0,67
EI 2,59
(fonte: elaborado pela autora)

Tabela B2 – Esforços Solicitantes das lajes do pavimento tipo estudado

Momento Momento
Momento negativo Momento negativo
positivo positivo
Laje de engastamento de engastamento
horizontal vertical
horizontal (tfm/m) vertical (tfm/m)
(tfm/m) (tfm/m)
1 0,53 0,47 0,53 0,66
2 0,53 0,47 0,53 0,55
3 0,52 0,495 0,52 1,02
4 0,52 0,495 0,52 0,823
5 0,53 0,47 0,59 1,36
6 0,53 0,47 0,53 0,97
7 1,10 0,61 1,967 0,685
8 1,04 0,60 1,92 0,61
9 0,77 0,83 2,4 0,81
10 0,53 0,47 0,77 1,39
11 0,53 0,47 0,53 1,05
12 0,53 0,515 0,53 1,39
13 0,53 0,47 0,53 1,05
14 0,53 0,47 0,53 0,88
15 0,53 0,47 0,53 0,71
(fonte: elaborado pela autora)

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Renata Reis de Jesus. Caxias do Sul: FSG, 2016

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