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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

NATALIA PEREIRA DOS SANTOS

ESTUDO PARAMÉTRICO DE FORÇAS HORIZONTAIS EM


TUBULÕES CURTOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CAMPO MOURÃO
2018
NATALIA PEREIRA DOS SANTOS

ESTUDO PARAMÉTRICO DE FORÇAS HORIZONTAIS EM


TUBULÕES CURTOS

Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho


de Conclusão de Curso 2, do curso superior de
Engenharia Civil do Departamento Acadêmico
de Construção Civil – DACOC – da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR, como requisito parcial para obtenção
do título de bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. MSc. Angelo Giovanni Bonfim


Corelhano

CAMPO MOURÃO
2018
Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Campo Mourão

Diretoria de Graduação e Educação Profissional

Departamento Acadêmico de Construção Civil

Coordenação de Engenharia Civil

TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso
ESTUDO PARAMÉTRICO DE FORÇAS HORIZONTAIS EM TUBULÕES CURTOS
por
Natalia Pereira dos Santos

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado às 11h00min do dia 21 de junho 2018
como requisito parcial para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL, pela Universidade
Tecnológica Federal do Paraná. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o
trabalho aprovado.

Prof. Dr. Leandro Waidemam Prof. Dr. Jorge Luis Nunes de Góes
(UTFPR) ( UTFPR )

Prof. MSc. Angelo Giovanni Bonfim


Corelhano
(UTFPR)
Orientador

Responsável pelo TCC: Prof. Me. Valdomiro Lubachevski Kurta

Coordenador do Curso de Engenharia Civil:


Prof. Dr. Ronaldo Rigobello

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso.


AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pois nesses cinco anos de faculdades


houve vários momentos que sem ajuda espiritual, sem seu conforto jamais
conseguiria chegar aonde chegue.

Agradeço também aos meus pais Gerleide e Luiz que sacrificaram


muitos dos seus sonhos e bem estar para conseguir me manter aqui na cidade para
que eu pudesse terminar minha graduação.

Agradeço também meu irmão Felipe por todas as ligações e


mensagem para me confortar nos momentos difíceis em que achei que não
conseguiria terminar de escrever esse TCC.

Agradeço a “Ceia dos Parças”, que são minha família de Campo


Mourão e que levarei no meu coração para o resto da vida, juntos passamos os
momentos bons e ruins nesses cinco anos e sobrevivemos.

Agradeço também a vários outros amigos que cultivei nesse período de


faculdade em especial ao Cristiano e ao Yohan que foram meu porto em Campo
Mourão, pois nos momentos que me senti mais perdida e sem rumo eles estavam lá
para enxugar minhas lágrimas e mostrar o caminho novamente

Agradeço meu orientador MSc Angelo Giovanni Bonfim Corelhano que


dedicou seu tempo e sua paciência para me ajudar a escrever essa monografia.

E por fim e não menos importante agradeço a UTFPR e todo corpo


docente pela dedicação ao ensino e toda a estrutura que me proporcionou para que
eu terminasse minha graduação.
RESUMO

SANTOS, Natalia Pereira dos. Estudo paramétrico de força em tubulões curtos.


2018. 107f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Curso de Engenharia
Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campo Mourão, 2018.
Com o desenvolvimento da sociedade e a necessidade de construções cada vez
mais complexas viu-se a urgência de considerações nas análises que atendessem à
utilizações especiais tal como estruturas off-shore, pontes, dentre outras. Assim, o
presente trabalho trata do estudo das fundações profundas, mais especificamente
dos tubulões curtos sob a ação de forças horizontais com a intenção de mostrar o
comportamento desse tipo de fundação em relação aos parâmetros mais
importantes para a análise dos esforços, estes serão fundamentais para o
dimensionamento estrutural do elemento de fundação. Nessa monografia
apresentaram-se os procedimentos de cálculo analítico para o estudo dos tubulões
carregadas lateralmente, enfatizando o método Russo para solos não coesivos e de
Titze para solo coesivo. Os resultados foram comparados com aqueles obtidos
através de análises com o software Robot através da modelagem 2D e 3D . Ao
analisar os resultados obtidos dos cálculos e das modelagens viu-se que em ambos
os casos, já que os resultados analíticos e obtidos do software tem pouco diferença,
as propriedades do solo, bem como a grandeza da força aplicada, é o que dita o
comportamento da estaca para o dimensionamento de um fuste sob a força
horizontal, sendo esses os parâmetros que se deve dar mais atenção ao
dimensionar uma estrutura para esse tipo de carregamento.

Palavras-chave: Fundação profunda. Carregamento lateral. Análise estrutural.


ABSTRACT

SANTOS, Natalia Pereira dos. Parametric study of horizontal forces in short-staked.


2018. 107f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Curso de Engenharia
Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campo Mourão, 2018.

With the development of society and the need for more and more complex
constructions, we saw the urgency of considerations in the analyzes that cater to
special uses such as off-shore structures, bridges, among others. Thus, the present
work deals with the study of deep foundations, more specifically of the short stakes
under the action of horizontal forces with the intention to show the behavior of this
type of foundation in relation to the most important parameters for the analysis of the
efforts, these will be fundamental for the structural dimensioning of the foundation
element.
In this monograph the procedures of analytical calculation for the study of the
laterally loaded piles were presented, emphasizing the Russo method for non
cohesive soils and Titze for cohesive soil. The results were compared with those
obtained through analysis with Robot software through two modeling strategies. In
analyzing the results obtained from the calculations and the modeling, it was found
that the soil properties, as well as the applied force magnitude, is what dictates the
behavior of the stake for the dimensioning of a shaft under the horizontal force, these
being the parameters that more attention should be paid when dimensioning a
structure for this type of loading.

Keywords: Deep foundation. Lateral loading. Structural analysis.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Diferença entre estavas ativas e passiva ................................................... 23


Figura 2 - Diferença entre estaca longa (1º caso) e estaca curta (2º caso) .............. 23
Figura 3 - Mecanismo de ruptura de estaca curta com topo livre .............................. 24
Figura 4 - Mecanismo de ruptura de estaca curta com topo engastado .................... 24
Figura 5 - Mecanismo de ruptura de estaca longa com topo livre ............................. 25
Figura 6 - Mecanismo de ruptura de estaca longa com topo engastado ................... 25
Figura 7 - Transformação da pressão em carga linear .............................................. 27
Figura 8 - Redução do módulo de reação ................................................................. 30
Figura 9 - Modelo da interação solo-fundação .......................................................... 32
Figura 10 - Estaca submetida a uma força transversal: reação do solo (a) real e (b)
modelagem pela hipótese de Winkler ....................................................................... 33
Figura 11 - Curvas p-y definida par cada camada de do solo ................................... 34
Figura 12 - Estaca curta, método de Russo .............................................................. 34
Figura 13 - Distribuição das reações do solo para estaca curta livre no topo ........... 36
Figura 14 - Distribuição das reações do solo para estaca longa livre no topo........... 37
Figura 15 - Distribuição das reações do solo para estaca curta engastada no topo . 37
Figura 16 - Distribuição das reações do solo para estaca longa engastada no topo 37
Figura 17 - Capacidade de cargas lateral em solo coesivo (estacas curtas) ............ 40
Figura 18 - Capacidade de cargas lateral em solo não-coesivo (estacas curtas) ..... 40
Figura 19 - Capacidade de cargas lateral em solo coesivo (estacas longas) ............ 41
Figura 20 - Capacidade de cargas lateral em solo coesivo (estacas longas) ............ 41
Figura 21 - Deslocamento laterais na superfície em solos coesivos ......................... 43
Figura 22 - Deslocamento laterais na superfície em solos não-coesivos .................. 43
Figura23 - Sistemas estáticos e carregamentos das estacas de número 1 a 4 ........ 44
Figura 24 - Variação do módulo de reação K(z) nos casos de números 1 a 5 .......... 44
Figura 25 - (a,b,c,d) Valores dos coeficientes adimensionais para determinação dos
momentos fletores ..................................................................................................... 46
Figura 26 - (e,f,g,h) Valores dos coeficientes adimensionais para determinação dos
momentos fletores ..................................................................................................... 47
Figura 27 - Valores dos coeficientes adimensionais para a determinação dos
esforços cortantes QL na ponta da estaca ................................................................ 51
Figura 28 - Fatores de capacidade de carga lateral à superfície............................... 52
Figura 29 - Variação do coeficiente elástico do solo. ................................................ 53
Figura 30 - Comportamento da estaca rígida e coeficiente de reação do solo
parabólico .................................................................................................................. 54
Figura 31 - Gráfico de α e β em função de λ para aplicação de M no topo do
elemento estrutural para um coeficiente elástico constante ...................................... 55
Figura 32 - Figura 31 - Gráfico de α e β em função de λ para aplicação de H no topo
do elemento estrutural para um coeficiente elástico constante ................................. 56
Figura 33 - Janela com entrada de dados no software ............................................. 60
Figura 34 - Definição da rigidez da base ................................................................... 61
Figura 35 - Detalhe da determinação da área de influência para uma estaca de 50
cm ............................................................................................................................. 61
Figura 36 - Estaca no modelo 1 ................................................................................ 62
Figura 37 - Representação dos apoios de base por meio de 3 molas globais .......... 63
Figura 38 - Estaca no modelo 3 ................................................................................ 64
Figura 39 - Representação da área de influência...................................................... 65
Figura 40 - Tubulões e suas partes principais ........................................................... 67
Figura 41 - Gráfico com momentos para cada diâmetro pelo método Russo ........... 75
Figura 42 - Gráfico com momentos para cada diâmetro para o modelo 1 ................ 75
Figura 43 - Gráfico com momentos para cada diâmetro para o modelo 2 ................ 76
Figura 44 - Gráfico com momentos para cada profundidade pelo método anal ........ 87
Figura 45 - Gráfico com momentos para cada profundidade pelo modelo 1 ............. 87
Figura 46 - Gráfico com momentos para cada profundidade pelo modelo 3 ............. 87
Figura 47 - Gráfico com momentos para cada coeficiente de reação horizontal pelo
método analítico ........................................................................................................ 96
Figura 48 - Gráfico com momentos para cada coeficiente de reação horizontal pelo
modelo 1.................................................................................................................... 96
Figura 49 - Gráfico com momentos para cada coeficiente de reação horizontal pelo
modelo 3.................................................................................................................... 97
Figura 50 - Gráfico com momentos para cada força horizontal pelo método Russo
................................................................................................................................ 103
Figura 51-Gráfico com momentos para cada força horizontal pelo modelo 1 ......... 103
Figura 52 - Gráfico com momentos para cada força horizontal pelo modelo 3 ....... 104
Figura 53 - Gráfico com momentos para cada diâmetro da base pelo método Russo
................................................................................................................................ 108
Figura 54 - Gráfico com momentos para cada diâmetro da base pela modelo 1 .... 108
Figura 55 - Gráfico com momentos para cada diâmetro da base pela modelo 3 .... 109
LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1- Granulométrico do Solo............................................................................. 20


Tabela 2 - Valores para o módulo de elasticidade (Es) ............................................. 21
Tabela 3- Valores para o coeficiente de Poisson ...................................................... 22
Tabela 4 - Diferença entre estaca ativa e passiva ..................................................... 22
Tabela 5 - Valores de módulo de reação K para argilas pré-adensadas................... 29
Tabela 6 - Valores da constante do coeficiente de reação horizontal ....................... 30
Tabela 7 - Valores de Kv (KN.m³) .............................................................................. 31
Tabela 8 - Resumo das vantagens e desvantagens das hipóteses de interação solo-
fundação ................................................................................................................... 32
Tabela 9 - valores indicados de coeficiente de segurança ........................................ 38
Tabela 10 - Coeficiente adimensionais para deslocamento 𝒀𝑶do topo sendo 𝑪𝑷𝒀
(para estaca 1 e 3) e 𝑪𝑴𝒀 (estaca 2 e 4) ................................................................. 49
Tabela 11 - Coeficiente adimensionais para rotação topo 𝑺𝒐sendo 𝑪𝑷𝑺 (para estaca
1 e 3) e 𝑪𝑴𝑺 (estaca 2 e 4) ...................................................................................... 50
Tabela 12 - Fatores de capacidade de carga lateral à superfície .............................. 53
Tabela 13 - Equações segundo Titze ........................................................................ 54
Tabela 14 - Relação entre diâmetro e rigidez relativa estaca-solo ............................ 68
Tabela 15 - Momentos para cada caso de diâmetro em relação a profundidade ...... 69
Tabela 16 - Cálculo dos apoios elásticos .................................................................. 70
Tabela 17 - Momentos obtidos pelo software no modelo 1 ....................................... 72
Tabela 18 - Rigidez das molas da base .................................................................... 73
Tabela 19 - Momentos obtidos pelo software no modelo 3 ....................................... 73
Tabela 20 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo
.................................................................................................................................. 74
Tabela 21 - Comparação do momento máximo entre os cálculos e o referencial
bibliográfico ............................................................................................................... 74
Tabela 22 - Relação entre profundidade e rigidez relativa estaca-solo ..................... 76
Tabela 23 Momentos para cada caso de profundidade pelo método Russo ............. 77
Tabela 24 - Cálculo dos apoios elásticos para a profundidade ................................. 78
Tabela 25 - Momentos para cada caso de profundidade pelo modelo 1 ................... 83
Tabela 26 - Rigidez das molas da base .................................................................... 84
Tabela 27 - Momentos para cada caso de profundidade pelo modelo 3 ................... 85
Tabela 28 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo
.................................................................................................................................. 86
Tabela 29 - Relação entre compacidade da areia e rigidez relativa estaca-solo....... 88
Tabela 30 - Momentos para cada caso de compacidade da areia em relação a
profundidade pelo método Russo.............................................................................. 88
Tabela 31 - Calculo do comprimento elástico............................................................ 89
Tabela 32 - Momentos para cada caso de compacidade da areia em relação a
profundidade pelo método de Titze ........................................................................... 90
Tabela 33 - Cálculo dos apoios elásticos para o coeficiente de reação horizontal.... 91
Tabela 34 - Momentos para cada caso de solo pelo modelo 1 ................................. 94
Tabela 35 - Rigidez das molas da base para os casos de solo................................. 94
Tabela 36 - Momentos para cada caso de solo pelo modelo 3 ................................. 95
Tabela 37 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo
.................................................................................................................................. 96
Tabela 38 - Novos momentos em relação a força horizontal .................................... 98
Tabela 39 - Momentos para cada caso de força horizontal em relação a
profundidade ............................................................................................................. 99
Tabela 40 - Cálculo dos apoios elásticos para os casos de força horizontal .......... 100
Tabela 41 – Momentos para caso de força horizontal obtidos pelo software no
modelo 1.................................................................................................................. 101
Tabela 43 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo
................................................................................................................................ 102
Tabela 42 - Momentos para caso de força horizontal obtidos pelo software no
modelo 3.................................................................................................................. 101
Tabela 44 - Momentos para cada caso de diâmetro da base pelo modelo 1 .......... 106
Tabela 45 - Rigidez das molas da base .................................................................. 106
Tabela 46 - - Momentos para cada caso de diâmetro da base pelo modelo 3 ........ 107
Tabela 47 - - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo
................................................................................................................................ 108
SUMÁRIO

abstract ...................................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 16
2.1 Objetivo geral................................................................................................. 16
2.2 Objetivo específico........................................................................................ 16
3 JUSTIFICATIVAS ............................................................................................... 17
4 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 19
4.1 Solo .................................................................................................................... 19
4.1.1 Classificação do Solo ................................................................................ 19
4.1.1.1 Solo Coesivo ........................................................................................... 20
4.1.1.2 Solo não coesivo .................................................................................... 20
4.1.2 Propriedades Geotécnicas ........................................................................ 21
4.1.2.1 Modulo de Elasticidade do Solo ............................................................ 21
4.1.2.2 Coeficiente de Poisson do solo ............................................................. 21
4.2 Fundações por estaca ...................................................................................... 22
4.3 Teoria da Reação Horizontal do Solo.............................................................. 25
4.3.1 Coeficiente de Reação Horizontal do Solo .............................................. 26
4.3.2 Módulo de Reação Horizontal ................................................................... 26
4.3.3 Rigidez Relativa Estaca-Solo .................................................................... 28
4.3.4 Variação de K com a Profundidade .......................................................... 29
4.4 Reação Vertical do Solo ................................................................................... 31
4.5 Interação Solo-Fundação ................................................................................. 31
4.5.1 Hipótese de Winkler ................................................................................... 32
4.5.2 Curvas p-y................................................................................................... 33
4.6 Método de Cálculo ............................................................................................ 34
4.6.1 Método Russo ............................................................................................ 34
4.6.2 Método de Broms ....................................................................................... 36
4.6.2.1 Fatores de majoração das cargas e de redução da resistência ......... 38
4.6.2.2 Distribuição das reações do solo .......................................................... 38
4.6.2.3 Mecanismos de Ruptura......................................................................... 39
4.6.2.4 Deslocamentos laterais .......................................................................... 42
4.6.3 Método de Werner ...................................................................................... 43
4.6.3.1 Momentos Fletores ................................................................................. 45
4.6.3.2 Deslocamento ......................................................................................... 48
O deslocamento no topo da estaca é calculado pela equação 24: ..................... 48
4.6.3.3 Rotação .................................................................................................... 48
4.6.3.4 Cortante ................................................................................................... 50
4.6.3.5 Verificação os esforços atuantes no solo ............................................ 51
4.7 Modelo desenvolvido por Titze ....................................................................... 53
Sendo: ...................................................................................................................... 54
4.8 Considerações de Projeto ................................................................................ 57
5 METODOLOGIA ................................................................................................. 59
5.2.1 Modelo 1...................................................................................................... 60
5.2.2 Modelo 2...................................................................................................... 62
5.2.3 Modelo 3...................................................................................................... 65
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................ 66
6.1 Alteração do parâmetro diâmetro ................................................................... 68
6.1.1 Resultado para a alteração do diâmetro pelo método Russo ................ 68
6.1.2 Resultado para a alteração do diâmetro pelo software Robot ............... 69
6.1.2.1 Resultados para o modelo 1 .................................................................. 69
6.1.2.2 Resultados para o modelo 2 .................................................................. 72
6.1.3 Porcentagem de diferença entre o método analítico e o software em
relação ao momento máximo ................................................................................. 73
6.2 Alteração do parâmetro profundidade ............................................................ 76
6.2.1 Resultado para a alteração da profundidade pelo método Russo......... 76
6.2.2 Resultado para alteração da profundidade pelo software Robot .......... 78
6.2.2.1 Resultado para o modelo 1 .................................................................... 78
6.2.2.2 Resultado para o modelo 2 .................................................................... 84
6.3 Alteração do parâmetro coeficiente de reação horizontal ............................ 88
6.3.1 Resultado para a alteração do coeficiente de reação horizontal pelo
método analítico ...................................................................................................... 88
6.3.2 Resultado para alteração do coeficiente de reação horizontal pelo
software Robot ........................................................................................................ 91
6.3.2.1 Resultado para o modelo 1 .................................................................... 91
6.3.2.2 Resultado para o modelo 2 .................................................................... 94
6.4 Alteração do parâmetro força horizontal ........................................................ 97
6.4.1 Resultado para a alteração da força horizontal pelo método Russo ..... 97
6.4.2 Resultado para a alteração da força horizontal pelo software Robot . 100
6.4.2.1 Resultados para o modelo 1 ................................................................ 100
6.4.2.2 Resultados para o modelo 2 ................................................................ 101
6.5 Alteração do parâmetro base alargada ......................................................... 104
6.5.1 Resultado para a alteração do diâmetro da base pelo método Russo 104
6.5.2 Resultado para alteração do diâmetro da base pelo software Robot.. 106
6.5.2.1 Resultado para o modelo 1 .................................................................. 106
6.5.2.2 Resultado para o modelo 2 .................................................................. 106
6.5.3 Porcentagem de diferença entre o método analítico e o software em
relação ao momento máximo ............................................................................... 107
7 CONCLUSÃO ................................................................................................... 110
8 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 112
15

1 INTRODUÇÃO

Os elementos de fundação são indispensáveis para a existência das obras


na construção civil, sendo sua responsabilidade garantir condições de estabilidade,
manutenção de sua funcionalidade e segurança da estrutura, sem comprometer
construções vizinhas (MATTOS, 2001).
Dentro dos tipos de fundações, as estacas são muito usadas, principalmente
nas edificações com grandes cargas da superestrutura. O dimensionamento, para a
maioria dos casos desse tipo de estrutura, considera as forças verticais e de
maneira aproximada, estima-se ou desprezam-se as eventuais forças horizontais.
Entretanto, para construções como pontes, estruturas off-shore, dentre outras, essa
aproximação não é válida, sendo necessário um estudo mais aprofundado.
O grande desafio para a análise em relação às ações horizontais é
determinar a influência da interação solo-estaca, pois os parâmetros resistentes do
solo são determinantes para tal interação, uma vez que, é através dele que as forças
atuantes serão transferidas para a estaca (CHRISTIAN, 2012).
Todavia, o solo não é o único fator que tem grande influência na
determinação dos esforços laterais das estacas, sendo, o estudo desses critérios, o
objetivo principal desse trabalho, a fim de determinar sua correlação, bem como sua
relevância no cálculo.
O presente trabalho tomou como referência um exercício retirado do livro de
Campos (2015), com o qual variou-se os principais parâmetros utilizando o modelo
de Winkler para simular a interação solo-estaca e o método Russo adaptado por
Paulo Faria presente no livro de Alonso (1989), a fim de comparar os resultados
obtidos na modelagem através do software Autodesck Robot Structural Analysis
Professional.
16

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Realizar um estudo paramétrico do comportamento de tubulões curtos


submetidos a ações horizontais em solos coesivos e não coesivos comparando os
métodos analíticos com resultados obtidos através de análise numérica.

2.2 Objetivo específico

 Apresentar métodos a serem utilizados assim como as definições dos


conceitos usados;
 Utilizar os métodos analíticos para fazer o estudo paramétrico de tubulão
curto submetido à força horizontal e momento no topo;
 Empregar o software de elementos finitos utilizando os mesmos parâmetros
físicos dos métodos analíticos a fim de comparar resultados e analisar
possíveis divergências entre os métodos de cálculo.
17

3 JUSTIFICATIVAS

Segundo a ABNT NBR 6122:2010, fundação profunda é um elemento


estrutural que transmite as cargas ao terreno pela base, pela superfície do fuste ou
uma combinação das suas, sendo sua profundidade mínima e de 3m.

Dentro da classificação de fundação profunda, pode-se destacar as estacas


que, por definição, são estruturas com função de transmitir cargas para as camadas
profundas, conter os empuxos laterais e compactar o solo sem a necessidade de
grandes diâmetros ou decida do operário para escavação, como acontece em
tubulões.

Tais vantagens tornam seu emprego recorrente na construção civil


especialmente em solos com pequenas capacidades de carga nas camadas
superficiais. Para construções de pequeno porte o dimensionamento de estaca é
feito calculando-se as resistências apenas às forças axiais presentes na estrutura e
usando uma aproximação de 10% da carga axial aplicada para os esforços
horizontais (Poulos apud Davis, 1980).

Entretanto, para construções mais complexas como estruturas de pontes e


portos, estruturas off-shore, torre de transmissão ou construções em regiões as
quais sofrem com terremotos, as cargas laterais devem receber um estudo mais
aprofundado para que não comprometam a estrutura levando a ruína.

Na visão de ABIKO et al. (2005):

“A construção civil e a construção de edificações têm se desenvolvido de


forma gradual e, particularmente, de forma mais intensa a partir do final do
século XIX. É dessa época o desenvolvimento do cimento Portland e, em
conseqüência, do concreto armado e protendido, que possibilitou a
construção de edifícios de multipavimentos”

Dessa forma, para suprir a necessidade da sociedade de construções cada


vez mais complexas, faz-se necessário a investigação de temas que atendam a
necessidade do engenheiro na atualidade tal como o tema abordado nesse trabalho.

Assim, esse estudo das forças horizontais em estacas curtas, tem a finalidade
de definir a forma que cada parâmetro, como diâmetro da estaca, profundidade,
força aplicada, tipo de solo, dentre outros, afetam diretamente no dimensionamento
18

dessas estruturas, a fim de garantir o aprofundamento no critério de escolha dos


detalhamentos da estaca, bem como o método de cálculo que representa o
comportamento real. Ainda, pode-se destacar que a finalidade dessa produção é
acrescentar ao acervo já existente sobre o tema, assegurando a continuidade de
pesquisa.
19

4 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capitulo serão apresentados os conceitos fundamentais sobre a


interação solo-estaca bem como métodos analíticos para o cálculo e tais relações. A
coleta dos dados para essa fundamentação foi feita com base em livros, teses e
dissertações com o intuito de mostrar a relevância da pesquisa de tal tema.

Em um primeiro momento esse trabalho ocupa-se em mostrar ao leitor a


definição de solo, sua classificação e algumas propriedades geotécnicas. Em
seguida também define-se fundação por estaca e diferencia-se estacas curtas e
longas. Por fim apresenta-se a relação solo-estaca com o modulo de reação
horizontal e a análise do comportamento da estaca.

4.1 Solo

Para engenharia civil caracteriza-se solo como camada terrestre que não
perde toda sua resistência em contato com a água, mas não oferece dificuldade
insuperável à escavação mecânica tendo sua origem do intemperismo continuo
sofrido pelas rochas.

4.1.1 Classificação do Solo

De acordo com Christan (2012):

A primeira característica que diferencia os solos é a dimensão das


partículas, em alguns solos os grãos são perceptíveis a olho nu, como os
grãos de pedregulho ou a areia do mar, e outros solos têm os grãos tão
finos que, quando molhado, se transformam numa pasta (barro), não sendo
possível visualizar as partículas individualmente.

Assim a composição do solo é feita com distribuição das partículas dos


materiais granulares entre várias dimensões definindo assim sua classificação. Tais
partículas são categorizadas na ABNT NBR 6505:1995 de acordo com a tabela 1:
20

Tabela 1- Granulometria do Solo


Solo Diâmetro dos Grãos
Argila d > 0, 002 mm
Silte 0,002 mm < d <0,06mm
Areia 0,06 mm < d < 2,0 mm
Pedregulho 2,0 mm < d < 60 mm
Fonte: Autor (2018)

As diferenças na granulometria dos componentes do solo fazem com que


seu comportamento sofra alteração para cada caso, entretanto de forma menos
refinada esse trabalho se limitará em separar em duas categorias.

4.1.1.1 Solo Coesivo

A composição desse tipo é feita por elementos finos ou por uma fração
significativa de argila capaz de determinar um comportamento coesivo. Seu
comportamento é determinado na maior parte pela consistência das partículas,
sendo sua rigidez inversamente proporcional ao teor de umidade do solo, ou seja,
quanto mais úmida mais mole e conseqüentemente menor consistência.

Almeida (2017) aponta que para tais casos de solo em razão dos vazios
estarem preenchidos com água e da dificuldade da drenagem não é recomendável
que venha a receber carregamentos de edificações, uma vez que,há dificuldade de
transferência de força entre as partículas.

4.1.1.2 Solo não coesivo

Também conhecido como solo arenoso sua composição apresenta uma


parcela considerável de areia e partículas mais grosseiras, com as granulometria
presentes na tabela 1 e que garantem espaços de vazios maiores entre as partículas
e, portanto uma maior permeabilidade ao solo não permitindo que ele retenha por
muito tempo a água infiltrada.

A transferência de força entre as partículas é melhorada quando aumenta-se


os pontos de superfície de contato entre grãos por unidade de volume, ou seja,
quando compacta-se o solo.
21

4.1.2 Propriedades Geotécnicas

4.1.2.1 Modulo de Elasticidade do Solo

Também conhecido como módulo de Young essa propriedade representa


quanto o solo pode ser tracionado ou comprimido sem perder sua característica
elástica. Esse módulo pode ser obtido do ensaio triaxial ou estimada com base da
literatura sobre o assunto conforme presente na tabela 2:

Tabela 2 - Valores para o módulo de elasticidade (Es)

Solo ES (MPa)

Argila muito mole 2 - 15

Argila mole 5 - 25

Solo coesivo Argila média 15 - 50

Argila dura 50 - 100

Argila arenosa 25 – 250

Areia siltosa 5 - 20

Areia fofa 10 - 25

Areia compacta 50 - 81
Solo não coesivo
Areia fofa e pedregulhos 50 - 150

Areia compacta e 100 - 200


pedregulhos
Silte 2 - 20
Fonte: Bowles apud Christan (2012)

4.1.2.2 Coeficiente de Poisson do solo

O coeficiente de Poisson é uma razão adimensional que relaciona a


deformação da direção longitudinal a aplicação da força e a deformação transversal
podendo ser obtida a partir da tabela 3:
22

Tabela 3- Valores para o coeficiente de Poisson

Tipo de Solo 𝝊

Argila saturada 0,40 – 0,50

Argila parcialmente
0,10 – 0,30
saturada

Argila arenosa 0,20 – 0,30

Silte 0,30 – 0,45

Areia comum 0,30 – 0,40


Fonte: Bowles apud Christan (2012)

4.2 Fundações por estaca

O uso de estaca pode ser datado desde a pré-história com a construção de


palafitas (VELLOSO, 2010), tendo seu método de execução evoluído conforme a
necessidade de construções cada vez mais complexas.

Para Alonso (1989) as estacas carregadas transversalmente podem ser


divididas em ativas e passivas. As ativas são as que, sob a ação de uma carga
externa, transmitem ao solo esforço horizontal sem depender da movimentação do
solo, enquanto que as passivas são consequência da movimentação da superfície
que envolve o fuste. A tabela 4 bem como a figura 1 exemplificam as diferenças
entre o comportamento da estaca passiva e ativa:

Tabela 4 - Diferença entre estaca ativa e passiva

Estacas Ativas Estacas Passivas

Intensidade e ponto de
Conhecidas a priori Não Conhecidas a priori
aplicação de cargas
Ao longo de parte do fuste
Num só plano (carregamento à
Ponto de atuação de cargas (carregamento em
superfície)
profundidade)

Figura 1 -O
Há descolamento no lado contrario solo está sempre em
Posição relativa de solo que
ao movimento da estaca (efeito de contato com a estaca (não há
envolve a estaca
arco) efeito de arco)

Fonte: Adaptação Alonso (1989)


23

Figura 1- Diferença entre estavas ativas e passiva

Fonte: Rojas (2007)

Essa monografia se limitará no estudo das forças horizontais no caso de


estacas ativas mais especificamente nas curtas que por definição tem um
comportamento indeformável, uma resistência de ponta relevante ao equilíbrio das
ações horizontais e, diferentemente da estaca longa, sofre rotação por insuficiência
de resistência do terreno, como mostra no esquema na figura 2:

Figura 2 - Diferença entre estaca longa (1º caso) e estaca curta (2º caso)

Fonte: Alonso (1989)


24

Nas figuras 3 – 6 pode-se notar melhor as diferenças entre os mecanismos


de ruptura de cada tipo de estaca de acordo com as solicitações e condições de
apoio.

Figura 3 - Mecanismo de ruptura de estaca curta com topo livre

Fonte: Santos (2009)

Figura 4 - Mecanismo de ruptura de estaca curta com topo engastado

Fonte: Santos (2009)


25

Figura 5 - Mecanismo de ruptura de estaca longa com topo livre

Fonte: Santos (2009)

Figura 6 - Mecanismo de ruptura de estaca longa com topo engastado

Fonte: Santos (2009)

4.3 Teoria da Reação Horizontal do Solo

Segundo Cintra (2002), o conceito de reação do solo foi apresentado por


Winkler na mecânica aplicada, em 1867, e usado por Zimmermann, em 1888, no
calculo de tensões em dormentes de ferrovias, sendo aplicada posteriormente no
calculo de tensões em fundações flexíveis e em pavimentos rígido de concreto.
26

4.3.1 Coeficiente de Reação Horizontal do Solo

O coeficiente da reação do solo é frequentemente usado no estudo de


estaca ativa sendo obtido na maioria dos casos a partir da sondagem SPT e a
experiência do projetista (ALONSO, 1989).

Todavia esse parâmetro pode ser adquirido teoricamente por meio de


relação entre a pressão unitária σ(z) atuante em uma determinada profundidade e o
deslocamento y sofrido pelo solo conforme a equação 1:

𝜎(𝑧)
𝑛𝑕 = (1)
𝑦

No entanto esse coeficiente é mais aplicado em vigas horizontais sobre


apoio elástico perdendo o sentido quando aplicada a estaca à medida que as
dimensões transversais aumentam, pois como o fuste é rígido quando comparado
ao solo a distribuição da pressão σ(z) não é constante variando ponto a ponto na
seção.
Assim devido a tais problemas é comum que se use o modulo de reação
horizontal no lugar do coeficiente de reação, pois os métodos desenvolvidos por
Terzaghi (1995) e Matlock & Reese, apud Alonso (2003), que levam o modulo em
consideração, supõe a não linearidade da tensão e do deslocamento.

4.3.2 Módulo de Reação Horizontal

O módulo de reação horizontal é definido como uma relação entre a


reação do solo, em unidade de força por comprimento da estaca, e o
correspondente descolamento de acordo com a equação 2:

𝑝
𝐾= (2)
𝑦

Onde:

 K é o módulo de reação horizontal;


 y é o deslocamento e;
 p é a reação do solo.
27

A reação do solo p é obtida através da equação 3:

𝐹
𝑝= (3)
∆𝑙

Sendo:

 F é o volume de σ(z)no comprimento Δl e;


 Δl o comprimento.

Figura 7 - Transformação da pressão em carga linear

Fonte: Alonso (1989)

O valor de K e a variação de K com a profundidade dependem do solo em


análise e suas particularidades. Assim para uma argila pré-adensada no qual o
módulo de elasticidade é praticamente independente da profundidade Cintra (2002)
admite:

𝑝
𝐾= = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (4)
𝑦

Entretanto para uma areia pura, o módulo de elasticidade cresce de


maneira linear com a profundidade assumindo, para Cintra (2002), a seguinte
igualdade:

𝑝
𝐾= = 𝑛𝑕 ∗ 𝐵 (5)
𝑦
Onde:
 K é o módulo de reação horizontal;
 nh é o coeficiente de reação horizontal e;
28

 B a largura da seção.

4.3.3 Rigidez Relativa Estaca-Solo

Cintra (2002), aponta que a rigidez relativa estaca-solo é uma relação entre
a rigidez do solo e a rigidez à flexão da estaca, sendo essa reação dependente de
forma direta da variação do modulo de reação com a profundidade, o qual será
abordado no próximo tópico desse trabalho.

De forma mais geral a rigidez pode ser definida a partir da equação 6:

𝑛 +4 𝐸𝐼
𝜆= (6)
𝐾

Sendo:

 n é expoente empírico positivo;


 E é o módulo de elasticidade da estaca do material da estaca;
 I é a momento de inércia da estaca e;
 K é o módulo de reação com a profundidade.

Entretanto Cintra observa que a hipótese mais comum para argila pré-
adensada é considerar n =0, uma vez que a reação é constante com a profundidade
e n=1 para areias a qual tem o módulo variando linearmente com a profundidade.

Assim a equação 6 pode ser reescrita para o caso das argilas pré-
adensadas conforme a equação 7:

4 𝐸𝐼
𝑅= (7)
𝐾

Da mesma forma Cintra (2002) reescreve a formula geral de rigidez para as


areias conforme a equação 8:

5 𝐸𝐼
𝑇= (8)
𝜂𝑕
29

4.3.4 Variação de K com a Profundidade

Para que seja possível o estudo do comportamento das estacas sob forças
horizontais é necessário prever a variação do modulo da reação do solo com a
profundidade.

Alonso (1989) admite a simplificação K constante ou crescendo linear para


argilas pré-adensadas (argilas rija a duras) e uma deformação proporcional a
profundidade para solos arenosos e argilas moles.

Assim para argila pré-adensada pode-se ser obtido via tabela:

𝐾 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (9)

Tabela 5 - Valores de módulo de reação K para argilas pré-adensadas


Argilas pré-adensadas Valor de K (MPa)
Consistência qu(KPa) Ordem de Valor Provável
Média 20 a 40 0,7 a 4,0
Grandeza 0,8
Rija 100 a 200 3,0 a 6,5 5,0
Muito Rija 200 a 400 6,5 a 13,0 10,0
Dura >400 <13,0 19,5
Fonte: Adaptada Alonso (1989)

Nos casos de solos arenosos e argilas moles Alonso (1989) determina que:

𝐾𝑕 = 𝜂𝑕 ∗ 𝑧 (10)

Onde:
 𝐾𝑕 Módulo de reação com a profundidade;
 z é a profundidade e;
 ηh é denominado por Terzaghi (1955) como constante de reação
horizontal pela tabela 6:
30

Tabela 6 - Valores da constante do coeficiente de reação horizontal


Valor de ηh(MN/m³)
Compacidade da
Seca Submersa
Areia
Areia Fofa 2,6 1,5
Areia Mediamente 8,0 5,0
Compacta
Areia Compacta 20 12,5
Silte muito fofo - 0,1 a 0,3
Argila muito mole - 0,55
Fonte: Adaptada Alonso (1989)

De acordo com Alonso (1989) tal simplificação é aceita, pois a variação


depende de vários fatores além da natureza do solo que envolve a estaca, tornando
assim a previsão da variação com a profundidade difícil e ainda Terzaghi (1955)
defende que os erros nos resultados de cálculos são muito pequenos se
comparados com as estimativas que envolvem os cálculos dos módulos de reação
do solo.

Entretanto devida a grande influência do solo no comportamento da estaca


nos primeiros metros um refinamento nesse trecho faz-se necessário. Assim para o
caso das areias o solo comanda o comportamento da estaca até uma profundidade
z = T (Equação 8), todavia para o caso das argilas pré-adensadas Cintra (2002)
considera que até uma profundidade 0,4*R (Equação 7) teria o módulo de reação
reduzindo pela metade como mostra na figura 8:

Figura 8 - Redução do módulo de reação

Fonte: Alonso (1989)


31

4.4 Reação Vertical do Solo

Segundo Antoniazzi (2011), o coeficiente de reação vertical (Kv) é a relação


entre a pressão aplicada no solo e o respectivo recalque sendo de fundamental
importância para o obtenção das constantes de molas que representarão o solo.

Para que se alcancem esses valores é necessário que se realize o ensaio de


placa, porém quando não há dados ou não é possível a realização do ensaio
Terzaghi (1955) sugere valores padronizados obtidos através de ensaios realizados
em uma placa quadrada de 30 cm de lado.

A tabela a seguir apresenta os valores padronizados de acordo com o tipo


de solo:

Tabela 7 - Valores de Kv (KN.m³)


Argila Rija Muito Rija Dura
qu (MPa) 0,1 a 0,2 0,2 a 0,4 >0,4
Faixa de Valores 16.000 a 32.000 32.000 a 64.000 >64.000
Valores Propostos 24.000 48.000 96.000
Areias Fofas Mediamente Compacta Compacta
Faixa de Valores 6.000 a 19.000 19.000 a 96.000 96.000 a 320.000
Areia acima NA 13.000 42.000 160.000
Areia Submersa 8.000 26.000 96.000
Fonte: Adaptado Antoniazzi (2011)

4.5 Interação Solo-Fundação

Para Rojas (2007) na maior parte dos casos o que leva a escolha do método
de calculo no projeto de estacas carregadas horizontalmente é a máxima deflexão
lateral e não a capacidade de carga.

Na análise de deflexão é necessário estabelecer a interação solo-fundação,


com o objetivo de fornecer os descolamentos reais da fundação além dos seus
esforços internos. Os deslocamentos podem ser calculados seguindo duas vertentes
presentes na tabela 8:
32

Tabela 8 - Resumo das vantagens e desvantagens das hipóteses de interação solo-fundação


Hipótese Vantagens Desvantagens
1) É relativamente simples
1) Ignora a continuidade do
2) Pode incorporar não
solo.
linearidades; variação do
2) O coeficiente de reação não
coeficiente de reação com a
Meio discreto é uma propriedade do solo,
profundidade; aplicação a solo
pois depende das dimensões
estratificado.
da estaca e do seu
3) É usado na prática há muito
deslocamento
tempo
1) É uma hipótese mais 1) É difícil determinar as
realista. deformações em um problema
2) Pode fornecer soluções para prático e o módulo do solo que
Meio contínuo
módulo variável com a a elas corresponde.
profundidade e solos 2) Requer mais experiências de
estratificados campo.
Fonte: Adaptado Rojas (2007)

Figura 9 - Modelo da interação solo-fundação

Fonte: Santos apud Christan (2012)

Dentro do meio discreto há duas hipóteses que se destacam: a hipótese de


Winkler e as curvas de p-y.

4.5.1 Hipótese de Winkler

De acordo com Christan (2012), o modelo de Winkler (1867) pode ser


definido como um sistema no qual o solo é substituído por conjunto de molas
33

espaçadas entre si. O comportamento do solo nessa hipótese considera que cada
ponto de aplicação de força na estaca tem deslocamento independente entre si, ou
seja, um conjunto de mecanismos discretos individuais.

Figura 10 - Estaca submetida a uma força transversal: reação do solo (a) real e (b) modelagem
pela hipótese de Winkler

Fonte: Velloso (2010)

4.5.2 Curvas p-y

Acompanhado com desenvolvimento de construções cada vez mais


complexas, como plataformas off-shore, houve a necessidade de um método mais
refinado que Winkler, assim depois de amplas pesquisas na área de estacas sob
força horizontal se adotou molas não lineares expressas pelas curvas p-y.

Segundo Velloso (2010), as curvas são definidas para cada camada, sendo
considerados diferentes níveis de mobilidade da resistência lateral solo em função
do deslocamento sofrido pela estaca. A utilização das curvas p-y torna necessário o
uso de métodos numéricos para a resolução.
34

Figura 11 - Curvas p-y definida par cada camada de do solo

Fonte: Velloso (2010)

4.6 Método de Cálculo

4.6.1 Método Russo

Como dito anteriormente nesse trabalho as estacas curtas são


indeformáveis e, portanto, sofrem deslocamento de corpo rígido. Assim esse método
considera a solução das estacas imersas em meio elástico e obtida por três
equações de equilíbrio sendo o deslocamento decomposto em vertical, horizontal e
giro (ROJAS, 2007).

Figura 12 - Estaca curta, método de Russo

Fonte: Alonso (1989)

Segundo Alonso, o método de Russo mais difundido é o adaptado por Paulo


Faria (para casos de tubulões circulares com base alargada), no qual, as equações
de equilíbrio conduzem às equações 11-19:
35

 Deslocamento no topo e giro do tubulão.

2𝐻 2
∆𝑦 = + ∗𝑙∗𝛼 (11)
𝑘𝑙 ∗ 𝑙 ∗ 𝐷𝑓 3

𝑃
∆𝑧 = (12)
𝑘𝑣 ∗ 𝐴𝑏

2 ∗ 𝐻 ∗ 𝑙 + (3 ∗ 𝑀)
𝛼= 1 3 (13)
∗ 𝑘𝑙 ∗ 𝑙 3 ∗ 𝐷𝑓 + ∗ 𝑘𝑣 ∗ 𝐴𝑏 ∗ 𝐷𝑏2
12 16

Sendo:

 H a força horizontal aplicada no topo;


 kl definido por :

𝜂𝑕 ∗ 𝑙
𝑘𝑙 = (14)
𝐷𝑓

 Df é o diâmetro do fuste;
 l a profundidade da estaca;
 P a força vertical aplicada;
 KV o coeficiente de reação vertical;
 Ab é a área da base do tubulão;
 M momento aplicado no topo e;
 Db diâmetro da base do tubulão.

 Pressão ao longo de fuste e na base.

𝑘𝑙 𝑘𝑙
𝜎𝑧 = − ∗ 𝑧 ∗ Δy + ∗ z 2 ∗ α (15)
𝑙 𝑙

Cujos valores máximos são:

𝑘𝑙 ∗ Δ𝑦 2
𝜎𝑧,𝑚𝑎𝑥 = − (16)
4∗𝛼∗𝑙
36

𝜎𝑎′ = 𝑘𝑙 ∗ 𝑙 ∗ 𝛼 − Δ𝑦 (17)

𝑃 𝑘𝑣 ∗ 𝐷𝑏
𝜎𝑎,𝑏 = ± ∗𝛼 (18)
𝐴𝑏 2

 Ponto de giro.

Δ𝑦
𝑧0 = (19)
α

4.6.2 Método de Broms

O método de Broms (1965), segundo Cintra (2002), pertence ao grupo dos


métodos de ruptura o qual estabelece que o projeto de grupo de estacas carregadas
transversalmente é na maioria dos casos governada pelo colapso completo do
grupo, assim a ruína da fundação ocorre quando cada estaca do grupo forma um
mecanismo de ruptura conforme as figuras 13-16:

Figura 13 - Distribuição das reações do solo para estaca curta livre no topo

Fonte: Cintra (2002)


37

Figura 14 - Distribuição das reações do solo para estaca longa livre no topo

Fonte: Cintra (2002)

Figura 15 - Distribuição das reações do solo para estaca curta engastada no topo

Fonte: Cintra (2002)

Figura 16 - Distribuição das reações do solo para estaca longa engastada no topo

Fonte: Cintra (2002)


38

O modo de ruptura é definido por fatores como comprimento da estaca,


rigidez da seção e das características de tensão-deformação do solo, logo a ruptura
de uma estaca curta ocorre quando a resistência lateral do solo é ultrapassada e seu
deslocamento depende, alem das propriedades do solo, da profundidade de
penetração (CINTRA, 2002).

4.6.2.1 Fatores de majoração das cargas e de redução da resistência

De acordo com Cintra (2002), a ruptura de estacas carregadas lateralmente


ocorre:

a) Se as cargas efetivamente atuantes ultrapassam largamente as


previstas no projeto;
b) Se os parâmetros de resistência do solo ou do material da estaca
foram superestimados e;
c) Se o método de cálculo superestima a resistência lateral da estaca.

Assim Broms (1965), recomenda que se use, baseado no comportamento da


fundação na ruptura, fatores de majoração para corrigir imprecisões na
determinação das cargas ou na determinação das propriedades do solo conforme a
tabela 9.

Tabela 9 - valores indicados de coeficiente de segurança

Majoração Redução

Cargas permanentes: 𝐶𝑜𝑒𝑠ã𝑜 − 𝐶𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜


1,50 = 0,75 ∗ 𝐶𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜
Cargas acidentais: 2,00

Profundidade de 𝜙: 𝜙𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 = 0,75 ∗ 𝑡𝑔𝜙

erosão: 1,25 a 1,50


Fonte: Adaptado Rojas (2007)

4.6.2.2 Distribuição das reações do solo

Broms (1965) separa a distribuição de reação do solo em solo coesivo e não


coesivo, sendo que para solos coesivos considera-se uma distribuição simplificada,
atribuindo as reações nulas até a profundidade de 1,5 vezes o diâmetro da estaca e
iguais a um valor constante. Já para solos não coesivos admite-se que, na ruptura,
as reações do solo são iguais a:
39

𝑅𝑆𝑂𝐿𝑂 = 3 ∗ 𝐷 ∗ 𝛾 ′ ∗ 𝑘𝑃 (20)

Sendo:

 D diâmetro da estaca;
 Y’ peso especifico efetivo do solo e;
 Kp o coeficiente de empuxo passivo de Rankine dado por:

1 + sin 𝜙
𝑘𝑝 = (21)
1 − sin 𝜙

4.6.2.3 Mecanismos de Ruptura

Cintra separa os mecanismos de acordo com tipo de estaca da seguinte


forma:

 Estacas curtas livres: a ruptura dá-se quando a estaca se comporta como


um corpo rígido rotacionando em um ponto a certa profundidade. Os valores
calculados para a capacidade da carga lateral estão representados no ábaco
na figura 17 e 18:
40

Figura 17 - Capacidade de cargas lateral em solo coesivo (estacas curtas)

Fonte: Cintra (2002)

Figura 18 - Capacidade de cargas lateral em solo não-coesivo (estacas curtas)

Fonte: Cintra (2002)

 Estaca longa livres: a ruptura ocorre quando a resistência ao escoamento é


ultrapassada na seção a uma profundidade z. Os valores de capacidade de
carga são obtidos do ábaco das figuras 19 e 20:
41

Figura 19 - Capacidade de cargas lateral em solo coesivo (estacas longas)

Fonte: Cintra (2002)

Figura 20 - Capacidade de cargas lateral em solo coesivo (estacas longas)

Fonte: Cintra (2002)

 Estaca curta engastada: a ruína ocorre também pelo comportamento de


corpo rígido, como sua capacidade de carga obtida nas figuras 17 e 18.
42

 Estaca longa engastada: a ruptura ocorre quando se formam duas rótulas


plásticas sendo uma na seção engastada e outra a uma profundidade f.

4.6.2.4 Deslocamentos laterais

 Solos coesivos: para comprimentos adimensionais L/R< 3,18 os


deslocamentos laterais podem ser calculados pela hipótese de que a estaca é
infinitamente rígida e gira como um todo em torno de algum ponto em
profundidade conforme a figura 21.
 Solos não-coesivos: para uma estaca livre com L/T < 2,0 o comportamento
é considerado infinitamente rígido conforme a figura 22.
43

Figura 21 - Deslocamento laterais na superfície em solos coesivos

Fonte: Cintra (2002)

Figura 22 - Deslocamento laterais na superfície em solos não-coesivos

Fonte: Cintra (2002)

4.6.3 Método de Werner

Esse método apresenta, através de cinco diagramas de módulo de reação


horizontal do solo, a resolução para estacas solicitadas por um momento e força
horizontal no topo.
44

Cintra (2002) considera uma estaca de comprimento L enterrado, na qual


atuam as forças PH e Mo, entretanto a ponta pode ser tanto livremente deslocável
quanto apoiada em uma camada rochosa como mostra na figura 23.

Figura23 - Sistemas estáticos e carregamentos das estacas de número 1 a 4

Fonte: Cintra (2002)

Figura 24 - Variação do módulo de reação K(z) nos casos de números 1 a 5

Fonte: Cintra (2002)

Ainda se define o valor KL corresponde ao módulo de reação na


profundidade correspondente na ponta da estaca (z=L)e a rigidez relativa para
qualquer variação de módulo de reação a partir da equação 22:
45

4 4 ∗ 𝐸𝐼
𝛽= (22)
𝐾𝐿

4.6.3.1 Momentos Fletores

Considerando estacas isoladas e não interligadas pode-se aplicar a seguinte


expressão:

𝑀 = 𝑃𝐻 ∗ 𝛽 ∗ 𝐶𝑃𝑀 + 𝑀𝑂 ∗ 𝐶𝑀𝑀 (23)

Sendo 𝐶𝑃𝑀 e 𝐶𝑀𝑀 obtidos dos seguintes diagramas das figuras 25 e 26:
46

Figura 25 - (a,b,c,d) Valores dos coeficientes adimensionais para determinação dos momentos fletores
Fonte: Cintra (2002)
47

Figura 26 - (e,f,g,h) Valores dos coeficientes adimensionais para determinação dos momentos fletores
Fonte: Cintra (2002)
48

4.6.3.2 Deslocamento

O deslocamento no topo da estaca é calculado pela equação 24:

1 1
𝑌𝑂 = ∗ 𝑃𝐻 ∗ 𝛽 3 ∗ 𝐶𝑃𝑌 + ∗ 𝑀𝑂 ∗ 𝛽 2 ∗ 𝐶𝑀𝑌 (24)
𝐸𝐼 𝐸𝐼

Sendo 𝐶𝑃𝑌 e 𝐶𝑀𝑌 obtidos da tabela 10.

4.6.3.3 Rotação

A rotação do topo é obtida pela equação 25:


1 1
𝑆𝑜 = ∗ 𝑃𝐻 ∗ 𝛽 2 ∗ 𝐶𝑃𝑆 + ∗ 𝑀𝑜 ∗ 𝛽 ∗ 𝐶𝑀𝑆 (25)
𝐸𝐼 𝐸𝐼

Sendo 𝐶𝑃𝑆 e 𝐶𝑀𝑆 retirados da tabela 11.


49

Tabela 10 - Coeficiente adimensionais para deslocamento 𝒀𝑶 do topo sendo 𝑪𝒀𝑷 (para estaca 1 e
3) e 𝑪𝒀𝑴 (estaca 2 e 4)
Estaca Nº Diagrama L/β
Nº 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 6,0
1 4,52 3,09 2,47 2,19 2,42 3,05
2 2,86 1,97 1,61 1,50 1,68 2,09
1
3 1,85 1,29 1,07 1,03 1,16 1,41
4 1,59 0,97 0,80 0,77 0,84 0,99
5 1,01 0,70 0,57 0,50 0,50 0,50
1 6,09 2,89 1,91 1,50 1,61 1,88
2 4,08 1,96 1,25 1,16 1,26 1,45
2
3 2,75 1,37 0,90 0,90 0,98 1,11
4 2,11 1,06 0,78 0,72 0,78 0,87
5 1,55 0,78 0,57 0,50 0,50 0,50
1 3,04 2,16 1,86 2,00 2,40 3,05
2 1,91 1,59 1,25 1,42 1,68 2,09
3
3 1,26 0,93 0,96 1,00 1,16 1,41
4 0,99 0,73 0,67 0,75 0,54 0,99
5 0,77 0,56 0,50 0,50 0,50 0,50
1 3,14 1,66 1,31 1,40 1,61 1,88
2 2,01 1,13 0,98 1,11 1,26 1,45
4
3 1,34 0,81 0,75 0,88 0,98 1,11
4 1,07 0,66 0,62 0,71 0,78 0,87
5 0,84 0,51 0,47 0,50 0,50 0,50
Fonte: Adaptado Cintra (2002)
50

Tabela 11 - Coeficiente adimensionais para rotação topo 𝑺𝒐 sendo 𝑪𝑺𝑷 (para estaca 1 e 3) e 𝑪𝑺𝑴
(estaca 2 e 4)
Estaca Nº Diagrama L/β
Nº 1,0 1,5 2,0 3,0 4,0 6,0
1 6,09 2,89 1,91 1,50 1,61 1,88
2 4,03 1,96 1,35 1,16 1,26 1,45
1
3 2,75 1,37 0,98 0,90 0,98 1,11
4 2,11 1,06 0,78 0,72 0,87 0,87
5 1,55 0,78 0,57 0,50 0,50 0,50
1 9,46 3,38 2,08 1,68 1,74 1,88
2 6,76 2,55 1,69 1,48 1,54 1,65
2
3 5,08 2,02 1,43 1,32 1,37 1,45
4 4,20 1,73 1,27 1,17 1,23 1,29
5 3,37 1,44 1,08 1,00 1,00 1,00
1 3,14 1,66 1,31 1,40 1,61 1,88
2 2,01 1,13 0,98 1,11 1,26 1,45
3
3 1,34 0,81 0,75 0,88 0,98 1,11
4 1,07 0,66 0,62 0,71 0,78 0,87
5 0,84 0,51 0,47 0,50 0,50 0,50
1 3,57 1,75 1,50 1,62 1,74 1,88
2 2,43 1,39 1,31 1,46 1,56 1,65
4
3 1,76 1,16 1,17 1,31 1,37 1,45
4 1,48 1,04 1,07 1,19 1,23 1,29
5 1,23 0,92 0,95 1,00 1,00 1,00
Fonte: Adaptado Cintra (2002)

4.6.3.4 Cortante

Para o caso das estacas 3 e 4 surge uma força de sustentação QL calculada


pela equação 26:

𝑀𝑜
𝑄𝐿 = 𝑃𝐻 ∗ 𝐶𝑃𝑄 + ∗ 𝐶𝑀𝑄 (26)
𝛽
Sendo os coeficientes adimensionais CPQ eCM
Q
obtidos dos diagramas
presentes na figura 27:
51

Figura 27 - Valores dos coeficientes adimensionais para a determinação dos esforços


cortantes QL na ponta da estaca

Fonte: Cintra (2002)

4.6.3.5 Verificação os esforços atuantes no solo

De acordo com Cintra (2002), a estabilidade da estaca ao deslocamento


horizontal estará garantida, desde que os esforços laterais no solo se mantenham
inferiores à resistência lateral do solo. Para que tal condição seja provada calcula-se
a variação e a pressão atuante bem como os valores admissíveis admitindo a
relação presente na equação 27.

 Pressão Lateral (Pl):

𝑃𝑙𝑜 (𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 ) < 𝑃𝑙𝑜 (𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠 í𝑣𝑒𝑙 ) (27)

Os valores da pressão lateral são obtidos por pelas equações 28 e 29:

𝐾𝑜
𝑃𝑙𝑜 (𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 ) = ∗ 𝑌𝑂 (28)
𝐷

𝜈 ∗ 𝑃𝑙𝑜 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠 í𝑣𝑒𝑙 = 𝑞 ∗ 𝑁𝑞 𝑙 + 𝑐𝑑 ∗ 𝑁𝑐 𝑙 (29)


52

Sendo:

 𝐾𝑜 é o valor do módulo de reação do solo;


 𝐷 é o diâmetro da estaca;
 𝑌𝑂 é o deslocamento no topo;
 𝜈 é coeficiente de majoração da solicitação (tabela 6);
 𝑞 é sobrecarga na superfície;
 𝑁𝑞 𝑙 e 𝑁𝑐 𝑙 fatores de capacidade de carga lateral á superfície de Brinch
Hansen retirados da figura 28 e da tabela 12.

Figura 28 - Fatores de capacidade de carga lateral à superfície

Fonte: Brinch Hansen apud Cintra (2002)


53

Tabela 12 - Fatores de capacidade de carga lateral à superfície


ϕd Nq l Ncl
15,00 1,54 3,94
17,5 1,88 4,28
20,0 2,28 4,67
22,5 2074 5,11
25,0 3,29 5,63
27,5 3,95 6,25
30,0 4,75 6,97
32,5 5,76 7,85
35,0 7,03 8,93
37,5 8,68 10,26
40,0 10,85 11,95
42,5 13,79 11,13
Fonte: Brinch Hansen apud Cintra (2002)

4.7 Modelo desenvolvido por Titze

Titze apud Campos (2015) desenvolveu três tipos de coeficiente de reação


do solo (Ks), sendo linear ao longo da profundidade, no caso das areias e constante
para as argilas como observa-se na figura 29.

Figura 29 - Variação do coeficiente elástico do solo.

Fonte: Campos (2015)

Inicialmente estudou-se as equações para o cálculo dos esforços internos de


uma estaca rígida e o coeficiente de reação do solo como uma parábola, conforme a
figura 30, sendo essa a base para os posteriores estudos das estacas elásticas-
flexiveis
54

Figura 30 - Comportamento da estaca rígida e coeficiente de reação do solo parabólico

Fonte: Campos (2015)

Para a criação dos ábacos de cálculo Titze apud Campos (2015) dividiu o
elemento estrutura em 100 ou 10 partes e calculou a deformada de acordo com a
tabela 13:
Tabela 13 - Equações segundo Titze
Equações
Momento 𝑀𝑖 = 𝛼𝑖 ∗ 𝑀𝑓𝑖𝑐
Cortante 𝑉𝑖 = 𝛾𝑖 ∗ 𝑉𝑓𝑖𝑐
Pressão no solo 𝑝𝑖 = 𝛽𝑖 ∗ 𝑝𝑓𝑖𝑐
𝑝𝑓𝑖𝑐
Deformada 𝑦𝑖 = 𝛿𝑖 ∗ ( )
𝐾𝑠𝑙
Deslocamento da cabeça do 𝑝𝑓𝑖𝑐
𝑦0 = 𝛿0 ∗ ( )
tubulão 𝐾𝑠𝑙

Rotação na cabeça do tubulão 𝑡𝑔𝜑0 = 𝜑[𝑝𝑓𝑖𝑐 /(𝐾𝑠𝑙 ∗ 𝑙)]


Ângulo da tangente à curva de 𝑝𝑓𝑖𝑐
𝑡𝑔𝜓0 = 𝜓 ∗ ( )
pressão em x=0 𝐿

Fonte: Autor (2018)

Sendo:
 Mi, Vi, pi ações fictícias;
 Ksl coeficiente de reação do solo;
 Αi,βi, γi percentuais retirados dos ábacos da figura 31 e 32:
55

Figura 31 - Gráfico de α e β em função de λ para aplicação de M no topo do elemento estrutural


para um coeficiente elástico constante

Fonte: Campos (2015)


56

Figura 32 - Figura 31 - Gráfico de α e β em função de λ para aplicação de H no topo do


elemento estrutural para um coeficiente elástico constante

Fonte: Campos (2015)


57

O coeficiente λ pode ser obtido por meio da equação 30:

𝐿
𝜆= (30)
𝐿𝐸

Onde:

 L é a profundidade da estrutura;
 LE é comprimento elástico em função do coeficiente elástico do solo de
acordo com a as equações a seguir.

4 4∗𝐸∗𝐼
𝐿𝐸1 = (31)
𝑑𝑓 ∗ 𝐾𝑠𝑙

Para Ksl Constante (Argilas)

4 𝐿∗𝐸∗𝐼
𝐿𝐸3 = (32)
𝑑𝑓 ∗ 𝐾𝑠𝑙

Para Ksllinear (Areias)

4.8 Considerações de Projeto

Segundo Alonso, um projeto de estaca sob força horizontal deve observar


dois objetivos simultaneamente:

 Calculo dos deslocamentos e dos esforços na estaca que permitam


seu dimensionamento estrutural e;
 Verificação da segurança à ruptura do solo que serve de suporte à
estaca.

Para que essas duas condições sejam atendidas é necessário


primeiramente definir se a estaca é curta ou longa e assim escolher o método de
calculo apropriado e depois comparar os diagramas de pressão aplicados ao solo
pela estaca com diagrama de pressão de ruptura.
58

Uma estaca é curta quando:

𝑙 < 4 ∗ 𝑇 (solo não-coesivo) (33)

𝑙 < 4 ∗ 𝑅 (solo coesivo) (34)


59

5 METODOLOGIA

Para que fosse possível a realização do estudo paramétrico, proposto nesse


trabalho, fez-se necessário a divisão em duas etapas, conforme a seguir:

5.1 Determinação de Método de Cálculo e Caso em Análise


Em um primeiro momento apresentou-se os vários métodos analíticos para
estacas e conceitos pertinentes para a compreensão das etapas de cálculo. Depois
dessa apresentação, escolheu-se um caso a ser estudado no livro de Campos
(2015) que discorre sobre tubulão e estaca sob ação de força horizontal.
Para fazer a investigação paramétrica desse exemplo foi essencial
determinar os parâmetros a serem analisados e assim obter resultados a fim de
definir sua influência na análise estrutural de estacas. Os fatores delimitados para o
estudo são o diâmetro, profundidade, coeficiente de reação horizontal do solo, base
alargada ou não e intensidade da força horizontal.
Também foi importante a determinação do método analítico a ser utilizado
nos cálculos, sendo esse definido como o método Russo mais especificamente a
adaptação por Paulo Faria presente em Alonso (1989) para solos não-coesivos e o
método desenvolvido por Titze apud Campos (2015) para solos coesivos. Ambos
consideraram-se o modelo de Winkler para representar o solo como um conjunto
discreto de molas.

5.2 Determinação do Software Usado


Para realizar as análises da segunda etapa proposta nessa monografia
escolheu-se o software Autodesk Robot StructuralAnalysis Professional 2016 versão
estudantil, pois nele foi possível utilizar o modelo proposto por Winkler além de obter
os diagramas dos esforços e deslocamentos para cada variável alterada a fim de
comparar os resultados obtidos nos cálculos e as possíveis divergências.
Para entrada de dados no programa procurou-se seguir os dados do
exercício proposto no livro de Campos (2015) tal como concreto com fck de 20 MPa,
módulo de elasticidade de 21000 MPa e carga vertical de 2600 KN conforme a figura
33.
60

Figura 33 - Janela com entrada de dados no software

Fonte: Autor (2018)

Na realização da simulação com o software, viu-se conveniente, a criação de


três modelagens diferentes com o propósito de mostrar as divergências de
resultados entre os modelos, bem como as dificuldades enfrentadas.

5.2.1 Modelo 1
Nesse modelo usou-se a modelagem 3D do programa que permitiu a criação
de uma placa inteiriça na ponta da estaca com um módulo de elasticidade elevado
com o intuito de simular o comportamento rígido da base da estaca/tubulão. Ainda
foi possível a adição do coeficiente de reação vertical sugerido por Terzaghi (1955)
sem a necessidade da divisão de pequenas porções de placas e o calculo das áreas
de influência, uma vez que, o Robot pode fazer automaticamente conforme a figura
34.
61

Figura 34 - Definição da rigidez da base

Fonte: Autor (2018)

Para seguir o modelo proposto por Winkler fez necessário o posicionamento


de molas a cada metro, sendo o coeficiente de rigidez da mola nos casos de solo
coesivo constante em todo seu comprimento, conforme explicado na revisão
bibliográfica, e calculada segundo a equação 10 desse trabalho. Entretanto do
resultado da equação obtém-se uma carga distribuída em uma área de influência, o
que não atende ao modelo de molas discretas, sendo assim, para conseguir uma
carga pontual, multiplicou-se pela área de influência determinada conforme a figura
35:

Figura 35 - Detalhe da determinação da área de influência para uma estaca de 50 cm

Fonte: Almeida (2017)


62

Figura 36 - Estaca no modelo 1

Fonte: Autor (2018)

Após a determinação da área de influência para o posicionamento das molas


e da placa da base o calculo foi realizada por meio do modelo presente na figura 36.

5.2.2 Modelo 2

O método de divisão do fuste, bem como o calculo de K para esses pontos,


foi o mesmo dos modelos já apresentados. Todavia a rigidez ao giro da base da
estaca/tubulão será representada por uma mola.

Dessa forma, foi necessário adicionar restrições à base que atendam a


hipótese de Winkler e que considerem que a estrutura da fundação permaneça
rígida após a deformação elástica do solo. Assim, a restrição foi dada por três molas
globais no eixo da base com variação linear de tensão tal como a flexão em uma
seção de viga e presente na figura 37.
63

Figura 37 - Representação dos apoios de base por meio de 3 molas globais

Fonte Autor (2018)

A mola que representa a restrição horizontal foi calculada conforme a


equação 10 e multiplicada pela área de influência como foi o caso de todas as outras
molas presentes no fuste, tal como na equação as equações 35 e 36:

𝐾 = 𝜂𝑕 ∗ 𝑧 ∗ 𝐴𝐼𝑛𝑓 (Solo não-coesivo)


(35)

𝐾 = 𝐾𝑕 ∗ 𝐴𝐼𝑛𝑓 (Solo Coesivo)


(36)

Para a restrição vertical, a rigidez da mola foi calculada de acordo com a


hipótese de Winkler, dada pelas equações 37, 38 e 39:

𝜎 = 𝐾𝑣 ∗ 𝑧
(37)

𝐹
= 𝐾𝑣 ∗ 𝑧 (38)
𝐴
𝐹𝑚𝑜𝑙𝑎 = 𝐾𝑣 ∗ 𝑧 ∗ 𝐴
(39)

Sendo:

 Kv coeficiente de reação vertical segundo Terzaghi (1955);


 z a profundidade do fuste;
 A área total da circunferência da estaca.
64

De acordo com Dória (2007), o valor de Kθ, apesar de valores diferentes nos
ensaios de placa, é normalmente igualado ao valor de K v, assim através da
resistência dos materiais que dita a relação deformação de viga por flexão seguindo
a Lei de Hooke pode-se propor a seguinte relação:

𝑀∗𝑧 (40)
𝜎=
𝐼
𝜎 = 𝐾𝑣 ∗ 𝑧 (41)

𝑀∗𝑧 (42)
= 𝐾𝑣 ∗ 𝑧
𝐼
𝑀𝑚𝑜𝑙𝑎 = 𝐾𝑣 ∗ 𝐼 (43)

Sendo:

 I inércia da circunferência da base;


 Kv coeficiente de reação vertical segundo Terzaghi (1955);
 z distância do centro de gravidade até a fibra solicitada.

O resultado da modelagem está presente na figura 38:

Figura 38 - Estaca no modelo 3

Fonte: Autor (2018)


65

5.2.3 Modelo 3

Diferentemente do modelo 1, essa modelagem usou o programa na tela 2D


e no lugar da placa usou-se uma viga de h=2m com um modulo de elasticidade
elevado, também para simular o comportamento rígido da base da estaca/tubulão,
todavia no coeficiente de reação vertical foi imprescindível a divisão a cada cinco
centímetros para que se colocasse uma mola com um K obtido conforma a equação
a seguir:

𝐴𝑖 ∗ 𝐾𝑉
𝐾𝑖 =
𝐴 (44)

Sendo:

 A área total da circunferência do fuste;


 Kv coeficiente de reação vertical segundo Terzaghi (1955);
 Ai área de cada porção de 5 cm no diâmetro da circunferência que
representa o fuste conforme o esquema da figura 39 :

Figura 39 - Representação da área de influência

Fonte: Autor (2018)


66

Por conveniência, empregou-se o software AutoCAD,através da ferramenta


área para o cálculo de cada Ai,o que tornou o processo mais preciso e rápido, assim
não foi necessário realizar o processo por meio de integração analítica.

Após o posicionamento das molas de base, modelou-se o fuste da estaca


com o mesmo espaçamento de um metro e calculou-se o coeficiente de mola do
fuste da mesma forma do modelo anterior.

No entanto, devido ao tempo gasto para a modelagem de apenas uma


estaca, optou-se por não utilizar esse modelo na comparação final com os
resultados do cálculo analítico.

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesse capitulo usou-se o exemplo de tubulão curto submetido à força


horizontal do livro de Campos (2015) para realizar os cálculos analíticos pelo método
67

Russo para solos não coesivos e o método de Tizte para solos coesivos conforme
presente na revisão bibliográfica e então comparou-se com os resultados obtidos no
software Robot.

Para a resolução analítica, devido à quantidade de casos apresentados,


utilizou-se a ferramenta Microsoft Excel 2007 para realizar os cálculos proposto por
Alonso (1989) e Campos (2015), entretanto para que os resultados sejam analisados
com maior clareza, é necessário apresentação do problema a ser resolvido:

De Campos (2015) pagina 337 exemplo 3:

Determinar os esforços do tubulão da figura 40, dimensionar e detalhar as


partes principais. Considerar o solo areia média, bem como os seguintes
dados:
 Diâmetro do tubulão df = 1,4 m;
 Tubulões iguais morrendo em ponta;(sem base alargada)
 Esforço horizontal: H = 200KN aplicados na altura do neoprene;
 Concreto: fck = 20MPa;
 Aço: CA-50.

Figura 40 - Tubulões e suas partes principais

Fonte: Campos (2015)

Todavia vale ressaltar que o exercício apresentado foi usado apenas como
base para as resoluções, uma vez que, em alguns casos, mudou-se a força
horizontal, diâmetro do fuste e diâmetro da base, não condizendo com o enunciado
e por motivos práticos não se detalhou as armaduras de cada caso estudado.
68

6.1 Alteração do parâmetro diâmetro

6.1.1 Resultado para a alteração do diâmetro pelo método Russo

Uma vez que esse trabalho tem foco em casos de estaca curta e toma
como base de cálculo o método Russo que só pode ser aplicado a esse tipo de
fundação em solo não coesivo, foi necessário verificar, mantendo a mesma
profundidade, coeficiente horizontal do solo e força horizontal, quais diâmetros
atenderiam a tal condição.

Para essa análise usou-se o conceito de rigidez relativa estaca-solo


presente nesse trabalho bem como a equação 8 que dita a rigidez para as areias e a
condição de mostrada em Alonso (1989) para que uma estaca seja considerada
curta, também presente na revisão bibliográfica mais especificamente na equação
33. Os resultados dessa verificação estão na tabela 14:

Tabela 14 - Relação entre diâmetro e rigidez relativa estaca-solo


2 4
Diâmetro (m) Ab(m ) I (m ) T 4*T
1 0,79 0,05 2,90 11,61
1,1 0,95 0,07 3,13 12,53
1,2 1,13 0,10 3,36 13,43
1,3 1,33 0,14 3,58 14,32
1,4 1,54 0,19 3,80 15,20
1,5 1,77 0,25 4,01 16,06
Fonte: Autor (2018)

Segundo Alonso (1989), para que uma estaca seja curta a rigidez
relativa estaca-solo multiplicado por 4 deve ser maior que a profundidade. No caso
em estudo o fuste tem 12 m, sendo assim todos os valores que estão na última
coluna da tabela apresentada devem estar acima desse valor, exclui-se, portanto
todos os diâmetros abaixo de 1,1 m para os cálculos.

Depois dessa verificação foi possível realizar efetivamente os cálculos


analíticos proposto nessa monografia mantendo-se a profundidade, força horizontal,
força vertical, momento, módulo de elasticidade, fck, módulo vertical e horizontal do
solo obteve-se os resultados na tabela 15:
69

Tabela 15 - Momentos para cada caso de diâmetro em relação a profundidade


Profundidade (m)

Profundidade de Mmax 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
D (m)
Mmax (m) (KN*m)

Momento (KN*m)
1,1 2,82638945 1681,35 1500,00 1594,91 1661,91 1680,44 1637,88 1529,61 1358,99 1137,36 884,05 626,35 399,55 246,91 219,67

1,2 2,830330356 1681,58 1500,00 1594,92 1661,99 1680,71 1638,51 1530,83 1361,08 1140,65 888,90 633,20 408,85 259,17 235,44

1,3 2,833872476 1681,78 1500,00 1594,93 1662,07 1680,95 1639,07 1531,91 1362,93 1143,55 893,18 639,19 416,96 269,82 249,06

1,4 2,837148537 1681,97 1500,00 1594,93 1662,13 1681,17 1639,59 1532,91 1364,61 1146,17 897,02 644,57 424,19 279,24 261,05

1,5 2,840264171 1682,15 1500,00 1594,94 1662,20 1681,38 1640,08 1533,84 1366,19 1148,62 900,58 649,50 430,78 287,77 271,81

Fonte: Autor (2018)

6.1.2 Resultado para a alteração do diâmetro pelo software Robot

Conforme explicado na metodologia, utilizaram-se dois tipos de


modelagem para comparação dos resultados.

6.1.2.1 Resultados para o modelo 1

O primeiro passo para essa modelagem foi a configuração das


propriedades do material do fuste e o material da placa inteiriça cuja base é formada
e que, como explicado na metodologia, tem módulos de elasticidade diferentes.

A partir disso modelou-se a estaca posicionando os pontos onde foram


coladas as molas e determinaram-se as áreas de influência para calcular as
constantes das molas em cada profundidade conforme explicado e deduzido no
capitulo anterior. Na tabela 16 estão presentes os resultados dos coeficientes das
molas para cada diâmetro:
70

Tabela 16 - Cálculo dos apoios elásticos


Coeficiente de rigidez da mola
Diâmetro 1,1

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)

0 5000 0,55 0
1 5000 1,1 5500
2 5000 1,1 11000
3 5000 1,1 16500
4 5000 1,1 22000
5 5000 1,1 27500
6 5000 1,1 33000
7 5000 1,1 38500
8 5000 1,1 44000
9 5000 1,1 49500
10 5000 1,1 55000
11 5000 1,1 60500
12 5000 0,55 33000
Diâmetro 1,2

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)

0 5000 0,60 0
1 5000 1,2 6000
2 5000 1,2 12000
3 5000 1,2 18000
4 5000 1,2 24000
5 5000 1,2 30000
6 5000 1,2 36000
7 5000 1,2 42000
8 5000 1,2 48000
9 5000 1,2 54000
10 5000 1,2 60000
11 5000 1,2 66000
12 5000 0,60 36000
Continua
71

Continuação
Diâmetro 1,3

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)

0 5000 0,65 0
1 5000 1,3 6500
2 5000 1,3 13000
3 5000 1,3 19500
4 5000 1,3 26000
5 5000 1,3 32500
6 5000 1,3 39000
7 5000 1,3 45500
8 5000 1,3 52000
9 5000 1,3 58500
10 5000 1,3 65000
11 5000 1,3 71500
12 5000 0,65 39000
Diâmetro 1,4

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 5000 0,70 42000

Continua
72

Continuação
Diâmetro 1,5

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,75 0
1 5000 1,5 7500
2 5000 1,5 15000
3 5000 1,5 22500
4 5000 1,5 30000
5 5000 1,5 37500
6 5000 1,5 45000
7 5000 1,5 52500
8 5000 1,5 60000
9 5000 1,5 67500
10 5000 1,5 75000
11 5000 1,5 82500
12 5000 0,75 45000
Fonte: Autor (2018)

Feito a determinação das constantes e rigidez das molas para cada


caso de diâmetros, lançou-se os dados no programa Robot e obtiveram-se os
momentos máximos conforme a tabela 17:

Tabela 17 - Momentos obtidos pelo software no modelo 1


Profundidade
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
D(m)
Momento (KN*m)
1,1 1500,00 1600,00 1620,70 1536,71 1359,07 1118,85 853,71 598,29 378,56 209,88 97,46 38,26 23,12

1,2 1500,00 1600,00 1629,69 1563,69 1407,95 1186,87 932,46 676,10 443,60 252,92 114,31 31,77 5,12

1,3 1500,00 1600,00 1636,84 1585,42 1447,97 1243,72 1000,02 745,43 505,26 299,35 141,82 42,20 7,18

1,4 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37

1,5 1500,00 1600,00 1647,06 1616,80 1506,34 1327,45 1100,39 849,02 597,30 367,46 179,51 51,93 2,95

Fonte: Autor (2018)

6.1.2.2 Resultados para o modelo 2

Nesse modelo as constantes de rigidez das molas do fuste foram iguais


às calculadas para a modelagem anterior, porém as molas que compõem a base
foram calculadas de acordo com o explicado e apresentadas na tabela 18:
73

Tabela 18 - Rigidez das molas da base


KV 4 2 Kvertical Krotação
Diâmetro 3 I (m ) Z(m) Afuste (m )
(KN*m ) (KN/m) (KN*m/rad)
1,1 26000 0,05 12 0,95 296353,20 1867,64
1,2 26000 0,07 12 1,13 352684,80 2645,14
1,3 26000 0,10 12 1,33 413914,80 3643,31
1,4 26000 0,14 12 1,54 480043,20 4900,44
1,5 26000 0,19 12 1,77 551070,00 6457,85
Fonte: Autor (2018)

Após a determinação das molas que restringem a base lançou-se os


dados no programa e se obteve os seguintes resultados presente na tabela 19:

Tabela 19 - Momentos obtidos pelo software no modelo 2


Profundidade
0 1 2 3 45 6 7 8 9 10 11 12
D(m)
Momento (KN*m)
1,1 1500,00 1600,00 1620,66 1536,52 1358,47 1117,44 850,91 593,31 370,48 197,77 80,73 17,14 0,43

1,2 1500,00 1600,00 1629,68 1563,62 1407,75 1186,45 931,67 674,77 441,54 249,96 110,34 26,88 0,27

1,3 1500,00 1600,00 1636,81 1585,30 1447,64 1243,04 998,79 743,45 502,29 295,19 136,38 35,62 0,00

1,4 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,76 553,49 333,69 158,79 43,30 0,38

1,5 1500,00 1600,00 1647,05 1616,75 1506,21 1327,20 1099,96 848,35 596,34 366,17 177,87 49,99 0,87

Fonte: Autor (2018)

6.1.3 Porcentagem de diferença entre o método analítico e o software em


relação ao momento máximo

As diferenças entre momentos entre alguns pontos foram,


especialmente na base, foram consideráveis, mas de resultados dos momentos
máximos entre os modelos do software foram praticamente nulas, mostrando que os
dois modelos são válidos para o cálculo de estaca, já a diferença do método
analítico para o programa obteve-se apenas diferença pequenas relacionadas a
aproximações na resolução das equações de 3º grau presente nesse método.

Na tabela 20 separou-se os momentos máximos de cada análise


comparando-se na tabela 21 as porcentagens de diferenças.
74

Tabela 20 - Momentos máximos para cada análise


Mmax Método Mmax Mmax
D(m)
analítico (KN*m) Modelo 1 (KN*m) Modelo 2 (KN*m)
1,1 1681,35 1620,66 1620,66
1,2 1681,58 1629,68 1629,68
1,3 1681,78 1636,81 1636,81
1,4 1681,97 1642,49 1642,49
1,5 1682,15 1647,05 1647,05
Fonte: Autor (2018)

Tabela 21 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo


Modelo 1X Modelo Modelo 3X Modelo
Diâmetro (m) Modelo 1X Modelo 3
analítico analítico
1,1 3,74% 3,74% 0,00%
1,2 3,18% 3,18% 0,00%
1,3 2,75% 2,75% 0,00%
1,4 2,40% 2,40% 0,00%
1,5 2,13% 2,13% 0,00%
Fonte: Autor (2018)

Pode-se ainda comparar os resultados obtidos com resultados


mostrados no livro de Campos (2015), para o tubulão com diâmetro de 1,4 m
conforme a tabela 22:

Tabela 22 - Comparação do momento máximo entre os cálculos e o referencial bibliográfico


Método Porcentagem
Método Russo x Campos 4,25%
Modelo 1 x Campos 1,82%
Modelo 3 X Campos 1,82%
Fonte: Autor (2018)

Campos (2015) utilizou o método de Titze para determinar os


momentos no tubulão, e mesmo com a imprecisão que se pode obter ao retirar-se
resultados de ábacos, os resultados ainda assim sofreram apenas pequenas
variações, mostrando dessa forma que as considerações realizadas nos cálculos
desse trabalho ficaram próximas da realidade.
75

A figura 42 contém os as variações do momento pelo método analítico


em relação a alteração do diâmetro sendo y a profundidade e x o eixo com os
momentos. Nota-se que as diferenças entre os momentos ao alterar-se os diâmetros
no método Russo são praticamente nulas.
Figura 41 - Gráfico com momentos para cada diâmetro pelo método Russo

Fonte: Autor (2018)

Entretanto como pode-se observar nas figuras 43 e 44 os resultados


obtidos nas modelagens do Robot há diferenças mais significativas quando se altera
o diâmetro.

Figura 42 - Gráfico com momentos para cada diâmetro para o modelo 1

Fonte: Autor (2018)

.
76

Figura 43 - Gráfico com momentos para cada diâmetro para o modelo 2

Fonte: Autor (2018)

6.2 Alteração do parâmetro profundidade

6.2.1 Resultado para a alteração da profundidade pelo método Russo

Como nos casos do diâmetro foi necessário utilizar o conceito da


rigidez solo-estaca para determinar até que profundidade o tubulão poderia ser
considerado curto e calculado pelo método Russo. Os resultados estão na tabela 23:

Tabela 23 - Relação entre profundidade e rigidez relativa estaca-solo


2 4
Profundidade Ab (m ) I (m ) T 4*T
5 1,54 0,19 3,80 15,20
6 1,54 0,19 3,80 15,20
7 1,54 0,19 3,80 15,20
8 1,54 0,19 3,80 15,20
9 1,54 0,19 3,80 15,20
10 1,54 0,19 3,80 15,20
11 1,54 0,19 3,80 15,20
12 1,54 0,19 3,80 15,20
13 1,54 0,19 3,80 15,20
14 1,54 0,19 3,80 15,20
15 1,54 0,19 3,80 15,20
16 1,54 0,19 3,80 15,20
Fonte: Autor (2018)

A partir dos resultados da tabela anterior determinou-se que os


cálculos iriam variar de 5m a 15m de profundidade. Definida a variação realizaram-
se os cálculo se obtiveram-se os resultados na tabela 24:
77

Tabela 24 - Momentos para cada caso de profundidade pelo método Russo


Profundidade (m)
Profundida 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Z de de MMax
(m) momento (KN*m) Momento (KN*m)
máximo
-------------- ------------- ------------- ------------- ----------- ------------ ----------- ------------ --------- ---------
5 0,83 1557,47 1500,00 1556,57 1411,99 1028,54 546,81 285,66
- -- -- -- ---- --- ---- --- ------ ------

------------- ------------- ------------- ----------- ------------ ----------- ------------ --------- ---------


6 1,07 1571,57 1500,00 1571,57 1498,74 1229,78 806,84 369,76 155,30
-- -- -- ---- --- ---- --- ------ ------

------------- ------------- ----------- ------------ ----------- ------------ --------- ---------


7 1,29 1587,03 1500,00 1587,03 1557,00 1380,70 1056,15 644,94 264,91 90,16
-- -- ---- --- ---- --- ------ ------

------------- ----------- ------------ ----------- ------------ --------- ---------


8 1,59 1604,06 1500,00 1585,48 1595,41 1486,11 1248,66 908,90 527,45 199,67 55,70
-- ---- --- ---- --- ------ ------

----------- ------------ ----------- ------------ --------- ---------


9 1,87 1621,81 1500,00 1589,21 1621,22 1559,59 1390,52 1122,88 788,17 440,53 156,75 36,28
---- --- ---- --- ------ ------

------------ ----------- ------------ --------- ---------


10 2,17 1640,29 1500,00 1591,74 1639,07 1611,72 1494,83 1288,97 1010,14 689,75 374,64 127,07 24,71
--- ---- --- ------ ------

----------- ------------ --------- ---------


11 2,23 1657,33 1500,00 1593,52 1651,79 1649,54 1572,41 1416,93 1190,53 911,53 609,16 323,53 105,66 17,46
---- --- ------ ------

------------ --------- ---------


12 2,78 1679,04 1500,00 1594,80 1661,09 1677,60 1631,04 1516,06 1335,23 1099,07 826,06 542,60 283,04 89,67 12,72
--- ------ ------

--------- ---------
13 3,10 1699,14 1500,00 1595,76 1668,05 1698,86 1676,10 1593,64 1451,29 1254,80 1015,86 752,10 487,10 250,37 77,38 9,52
------ ------

14 3,42 1719,65 1500,00 1596,48 1673,38 1715,27 1711,28 1655,09 1544,91 1383,53 1178,24 940,92 7,29 ---------
687,98 440,37 223,59 67,70
------
15 3,75 1740,52 1500,00 1597,04 1677,53 1728,15 1739,16 1704,34 1621,02 1490,09 1316,00 1106,70 873,74 632,18 400,66 201,33 59,92 5,68

Fonte: Autor (2018)


78

6.2.2 Resultado para alteração da profundidade pelo software Robot

6.2.2.1 Resultado para o modelo 1

Como realizado anteriormente para a entrada no programa foi


necessário o cálculo dos apoios elásticos conforme na tabela 25:

Tabela 25 - Cálculo dos apoios elásticos para a profundidade


Profundidade 5m
Profundidade ηh Área de Kmola
4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 0,70 17500
Profundidade 6m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 0,70 21000
Profundidade 7m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 0,70 24500
Continua
79

Continuação
Profundidade 8m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 070 28000
Profundidade 9m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 0,70 31500
Profundidade 10m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 0,70 35000
Continua
80

Continuação
Profundidade 11m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 0,70 38500
Profundidade 12m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 500 0,70 42000 Continua
81

Continuação
Profundidade 13m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 5000 1,4 84000
13 5000 0,70 45500

Profundidade 14m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 5000 1,4 84000
13 5000 1,4 91000
14 5000 0,70 49000

Continua
82

Continuação
Profundidade 15m

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 5000 1,4 84000
13 5000 1,4 91000
14 5000 1,4 98000
15 5000 0,70 52500
Fonte: Autor (2018)

Depois de realizado o cálculo dos apoios modelou-se a estaca no


programa e obtiveram-se os seguintes resultados para momentos presente na tabela
26:
83

Tabela 26 - Momentos para cada caso de profundidade pelo modelo 1


Profundidade (m)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
z(m)
Momento (KN*m)

5 1500,00 1600,00 1453,01 1015,46 439,73 69,64 ------------- ------------- ----------- ----------- ------------- ------------ ------------- ------------- ------------- -------------
-- -- ---- ---- -- --- -- -- -- --
6 1500,00 1600,00 1534,38 1248,36 790,09 304,64 31,41 ------------- ----------- ----------- ------------- ------------ ------------- ------------- ------------- -------------
-- ---- ---- -- --- -- -- -- --
7 1500,00 1600,00 1582,22 1398,10 1060,07 634,60 237,80 34,16 ----------- ----------- ------------- ------------ ------------- ------------- ------------- -------------
---- ---- -- --- -- -- -- --
8 1500,00 1600,00 1608,51 1484,30 1228,04 874,71 488,09 157,96 0,08 ----------- ------------- ------------ ------------- ------------- ------------- -------------
---- -- --- -- -- -- --
9 1500,00 1600,00 1625,45 1542,22 1348,10 1064,82 731,72 401,55 138,93 20,93 ------------- ------------ ------------- ------------- ------------- -------------
-- --- -- -- -- --
10 1500,00 1600,00 1634,49 1573,84 1415,66 1176,73 886,03 579,84 299,06 88,76 0,61 ------------ ------------- ------------- ------------- -------------
--- -- -- -- --
11 1500,00 1600,00 1639,82 1592,95 1457,89 1249,91 993,83 718,52 453,40 227,06 67,53 3,79 ------------- ------------- ------------- -------------
-- -- -- --
12 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37 ------------- ------------- -------------
-- -- --
------------- -------------
13 1500,00 1600,00 1643,71 1607,2 1490,46 1308,63 1084,96 844,59 610,48 400,98 229,02 102,52 25,57 0,21
-- --
14 1500,00 1600,00 1644,51 1610,33 1497,89 1322,85 1108,59 880,15 659,84 464,54 304,52 183,31 98,31 41,73 1,57 -------------
--
15 1500,00 1600,00 1644,26 1609,35 1495,51 1318,25 1100,87 868,40 643,31 442,92 278,29 154,35 70,66 22,54 2,17 0,61
Fonte: Autor (2018)
84

6.2.2.2 Resultado para o modelo 2

A modelagem para nesse parâmetro foi feita como apresentada


anteriormente e, como já explicado, utilizou-se os mesmos coeficientes dos apoios
elásticos. Foi necessário apenas calcular os apoios que compõe a base para cada
caso de profundidade conforme a tabela 27:

Tabela 27 - Rigidez das molas da base


3 3 2
Profundidade KV (KN*m ) I (m ) Afuste (m ) Kvertical (KN/m) Krotação (KN*m/rad)
5 26000 0,19 1,54 200018,00 4900,44
6 26000 0,19 1,54 240021,60 4900,44
7 26000 0,19 1,54 280025,20 4900,44
8 26000 0,19 1,54 320028,80 4900,44
9 26000 0,19 1,54 360032,40 4900,44
10 26000 0,19 1,54 400036,00 4900,44
11 26000 0,19 1,54 440039,60 4900,44
12 26000 0,19 1,54 480043,20 4900,44
13 26000 0,19 1,54 520046,80 4900,44
14 26000 0,19 1,54 560050,40 4900,44
15 26000 0,19 1,54 600054,00 4900,44
Fonte: Autor (2018)

Após a entrada de dados no programa obteve-se os seguintes


resultados de momentos presente na tabela 28:
85

Tabela 28 - Momentos para cada caso de profundidade pelo modelo 2


Profundidade (m)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
z (m)
Momento (KN*m)

5 1500,00 1600,00 1452,74 1014,61 438,16 67,61 -------------- ------------ ----------- ------------- ------------- ----------- ----------- ------------- ----------- -----------
- --- ---- -- -- ---- ---- -- ---- ----
6 1500,00 1600,00 1534,58 1249,04 791,46 306,74 33,92 ------------ ----------- ------------- ------------- ----------- ----------- ------------- ----------- -----------
--- ---- -- -- ---- ---- -- ---- ----
7 1500,00 1600,00 1581,39 1395,22 1053,94 624,49 223,94 18,33 ----------- ------------- ------------- ----------- ----------- ------------- ----------- -----------
---- -- -- ---- ---- -- ---- ----
8 1500,00 1600,00 1608,86 1485,56 1230,83 879,55 495,21 167,12 10,28 ------------- ------------- ----------- ----------- ------------- ----------- -----------
-- -- ---- ---- -- ---- ----
9 1500,00 1600,00 1625,10 1540,94 1345,19 1059,59 723,62 390,40 125,10 5,76 ------------- ----------- ----------- ------------- ----------- -----------
-- ---- ---- -- ---- ----
10 1500,00 1600,00 1634,55 1574,05 1416,15 1177,63 887,48 581,95 301,86 92,14 3,07 ----------- ----------- ------------- ----------- -----------
---- ---- -- ---- ----
11 1500,00 1600,00 1639,80 1592,86 1457,68 1249,51 993,16 717,50 451,98 225,22 65,32 1,40 ----------- ------------- ----------- -----------
---- -- ---- ----
12 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37 ------------- ----------- -----------
-- ---- ----
----------- -----------
13 1500,00 1600,00 1643,71 1607,23 1490,46 1308,63 1084,96 844,59 610,48 400,98 229,02 102,52 25,56 0,21
---- ----
14 1500,00 1600,00 1644,15 1608,93 1494,49 1316,26 1097,49 863,21 635,92 433,11 266,19 140,65 56,99 11,92 0,52 -----------
----
15 1500,00 1600,00 1644,26 1609,34 1495,50 1318,23 1100,84 868,34 643,23 442,80 278,14 154,17 70,45 22,34 2,02 0,62
Fonte: Autor (2018)
86

6.2.3 Porcentagem de diferença entre o método analítico e o software em


relação ao momento máximo

Como se observa na tabela a seguir as diferenças entre os momentos


máximos só se tornam significativa conforme a profundidade aumenta, pode se dizer
que essa diferença se deve ao tipo de análise de cada método, uma vez que
enquanto que no método Russo é necessário calcular a profundidade de momento
máximo o programa calcula automaticamente. Os valores de momentos máximos
bem como a comparação dos cálculos estão presentes na tabela 29 e 30.
Tabela 29 – Momentos máximos para cada análise
Mmax Método Mmax Mmax
z(m)
analítico (KN*m) Modelo 1 (KN*m) Modelo 2 (KN*m)
5 1554,12 1600,00 1600,00
6 1569,31 1600,00 1600,00
7 1585,58 1600,00 1600,00
8 1602,94 1608,51 1608,86
9 1620,97 1625,45 1625,10
10 1639,65 1634,49 1634,55
11 1656,95 1639,82 1639,80
12 1678,64 1642,49 1642,49
13 1698,82 1643,71 1643,71
14 1719,39 1644,51 1644,15
15 1740,30 1644,26 1644,26
Fonte: Autor (2018)

Tabela 30 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo


Profundidade Modelo 1X Modelo Modelo 3X
Modelo 1X Modelo 3
(m) analítico Modelo analítico
5 2,95% 2,95% 0,00%
6 1,96% 1,96% 0,00%
7 0,91% 0,91% 0,00%
8 0,37% 0,37% -0,02%
9 0,25% 0,25% 0,02%
10 -0,31% -0,31% 0,00%
11 -1,04% -1,04% 0,00%
12 -2,15% -2,15% 0,00%
13 -3,24% -3,24% 0,00%
14 -4,38% -4,38% 0,02%
15 -5,52% -5,52% 0,00%
Fonte: Autor (2018)

Entretanto pode-se afirmar que nos três métodos o aumento da


profundidade causou aumento significativo no momento máximo em especial no
cálculo analítico como se observa nos gráficos presente nas figuras 46, 47 e 48 :
87

Figura 44 - Gráfico com momentos para cada profundidade pelo método anal

Fonte: Autor (2018)

Figura 45 - Gráfico com momentos para cada profundidade pelo modelo 1

Fonte: Autor (2018)

Figura 46 - Gráfico com momentos para cada profundidade pelo modelo 3

Fonte: Autor (2018)


88

6.3 Alteração do parâmetro coeficiente de reação horizontal

6.3.1 Resultado para a alteração do coeficiente de reação horizontal pelo método


analítico

Para essa análise foi necessário usar dois métodos diferentes, uma
para o solo coesivo e outro para o solo não coesivo como já explicado na
metodologia.

6.3.1.1 Cálculo para solo não-coesivo

Para as areias utilizou-se o método Russo e, como mostrado nos


parâmetros anteriores, foi necessário verificar o conceito rigidez estacas-solo com o
intuito de determinar quais casos se enquadravam como estaca curta. Os resultados
estão na tabela 31:

Tabela 31 - Relação entre compacidade da areia e rigidez relativa estaca-solo


Compacidade da 2 4 4
Ab (m ) I (m ) ηh (KN/m ) 4*T
areia(m)
Fofa 1,54 0,19 1500 19,33
Mediamente
1,54 0,19 5000 15,20
Compacta
Compacta 1,54 0,19 12500 12,65
Fonte: Autor (2018)

Uma vez que os três casos de compacidade se enquadram no caso de


estaca curta, calculou-se pelo método analítico e obtiveram-se os resultados
presente na tabela 32:

Tabela 32 - Momentos para cada caso de compacidade da areia em relação a profundidade pelo
método Russo
Profundidade (m)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Profundidade Momento
Compacidade
de momento Maximo
da areia Momento (KN*m)
máximo (m) (KN*m)

fofa 2,779 1678,679 1500 1594,79 1660,94 1677,16 1630,07 1514,32 1332,50 1095,18 820,89 536,16 275,47 81,27 4,01
medianamente 2,779 1678,675 1500 1594,79 1660,94 1677,15 1630,06 1514,30 1332,47 1095,13 820,83 536,09 275,38 81,18 3,91
compacta 2,780 1678,751 1500 1594,79 1660,97 1677,25 1630,27 1514,67 1333,05 1095,96 821,94 537,46 277,00 82,97 5,77
Fonte: Autor (2018)
89

6.3.1.2 Cálculo para solo coesivo

Uma vez que o método Russo não se aplica as argilas foram utilizados os
ábacos sugeridos por Campos (2015), que como apresentado na revisão
bibliográfica, tem como base o método de Titze (1970), calculando o comprimento
elástico em função do coeficiente elástico do solo com intuito de entrar com esse
valor no ábaco e achar uma porcentagem de aumento do momento atuante
conforme os cálculos a seguir:

4 4∗𝐸∗𝐼
𝐿𝐸1 =
𝑑𝑓 ∗ 𝐾𝑠𝑙

Comprimento elástico com função do coeficiente elástico

Tabela 33 - Calculo do comprimento elástico


Consistência LE1 λE1
Rija 6,90 1,75
Muita Rija 5,80 2,10
Dura 4,91 2,45
Fonte: Autor (2018)

A partir dos valores de λE1entrou-se no ábaco destinado a força horizontal


e ao momento para encontrar-se o α e calcularam-se as correspondências entre os
esforços atuantes obtendo-se os seguintes resultados na tabela 34:
90

Tabela 34 - Momentos para cada caso de compacidade da areia em relação a profundidade


pelo método de Titze
Argila Dura Mfic = 1200 KN*m Mfic = 1500 KN*m

Seção Devido a H Devido a M MTotal(KN*m)

0 0,00 0,00 0,00 1500,00 1500,00


1 0,08 91,20 0,93 1399,95 1491,15
2 0,12 141,60 0,82 986,64 1128,24
3 0,13 156,00 0,66 786,72 942,72
4 0,12 141,60 0,48 573,36 714,96
5 0,09 106,80 0,32 387,84 494,64
6 0,06 76,80 0,20 240,00 316,80
7 0,04 51,60 0,10 120,00 171,60
8 0,02 21,60 0,00 0,00 21,60
Argila Rija Mfic = 1200 KN*m Mfic = 1500 KN*m

Seção Devido a H Devido a M MTotal (KN*m)

0 0,00 0,00 0,00 1500,00 1500,00


1 0,08 96,00 0,96 1433,40 1529,40
2 0,13 150,00 0,87 1042,44 1192,44
3 0,14 168,00 0,73 879,96 1047,96
4 0,14 162,00 0,60 720,00 882,00
5 0,12 139,20 0,44 533,28 672,48
6 0,08 96,00 0,31 374,40 470,40
7 0,05 60,00 0,19 226,68 286,68
8 0,03 33,60 0,00 0,00 33,60
Argila Muito Rija Mfic = 1200 KN*m Mfic = 1500 KN*m

Seção Devido a H Devido a M MTotal (KN*m)

0 0,00 0,00 0,00 1500,00 1500,00


1 0,08 93,60 0,94 1416,60 1510,20
2 0,12 142,80 0,86 1026,72 1169,52
3 0,13 160,80 0,71 853,32 1014,12
4 0,12 148,80 0,56 666,72 815,52
5 0,10 120,00 0,40 480,00 600,00
6 0,08 93,60 0,27 320,04 413,64
7 0,05 60,00 0,14 171,96 231,96
8 0,02 26,40 0,00 0,00 26,40
Fonte: Autor (2018)
91

6.3.2 Resultado para alteração do coeficiente de reação horizontal pelo software


Robot

6.3.2.1 Resultado para o modelo 1

Para a modelagem no software não houve necessidade de alterar a


forma de analise para solo coesivo e não-coesivo, porém calcularam-se coeficientes
de molas para cada caso de solo com resultados conforme a tabela 35:

Tabela 35 - Cálculo dos apoios elásticos para o coeficiente de reação horizontal


Areia Fofa

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 1500 0,70 0
1 1500 1,4 2100
2 1500 1,4 4200
3 1500 1,4 6300
4 1500 1,4 8400
5 1500 1,4 10500
6 1500 1,4 12600
7 1500 1,4 14700
8 1500 1,4 16800
9 1500 1,4 18900
10 1500 1,4 21000
11 1500 1,4 23100
12 1500 0,70 12600
Areia Mediamente Compacta

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 5000 0,70 42000

Continua
92

Continuação
Areia Compacta
Profundidade ηh Área de Kmola
4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 5000 0,70 42000
Argila Rija
Profundidade 2 Área de Kmola
K (KN/m )
(m) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 3500
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 7000
3 5000 1,4 7000
4 5000 1,4 7000
5 5000 1,4 7000
6 5000 1,4 7000
7 5000 1,4 7000
8 5000 1,4 7000
9 5000 1,4 7000
10 5000 1,4 7000
11 5000 1,4 7000
12 5000 0,70 3500

Continua
93

Continuação
Argila Muito Rija
Profundidade 2 Área de Kmola
K (KN/m )
(m) influência (m²) (KN/m)
0 10000 0,70 7000
1 10000 1,4 14000
2 10000 1,4 14000
3 10000 1,4 14000
4 10000 1,4 14000
5 10000 1,4 14000
6 10000 1,4 14000
7 10000 1,4 14000
8 10000 1,4 14000
9 10000 1,4 14000
10 10000 1,4 14000
11 10000 1,4 14000
12 10000 0,70 7000
Argila Dura
Profundidade 2 Área de Kmola
K (KN/m )
(m) influência (m²) (KN/m)
0 19500 0,70 13650
1 19500 1,4 27300
2 19500 1,4 27300
3 19500 1,4 27300
4 19500 1,4 27300
5 19500 1,4 27300
6 19500 1,4 27300
7 19500 1,4 27300
8 19500 1,4 27300
9 19500 1,4 27300
10 19500 1,4 27300
11 19500 1,4 27300
12 19500 0,70 13650
Fonte: Autor (2018)

Após o cálculo dos coeficientes das molas para cada caso de solo
modelou-se o fuste no Robot, os resultados estão na tabela 36:
94

Tabela 36 - Momentos para cada caso de solo pelo modelo 1


Profundidade Solo Não-Coesivo
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Compacidade
Momento (KN*m)
fofa 1500,00 1600,00 1661,13 1660,60 1589,10 1448,12 1247,59 1003,77 737,68 474,19 241,66 72,13 1,90
mediamente
1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37
compacta

compacta 1500,00 1600,00 1613,10 1514,07 1318,18 1061,81 786,75 529,50 315,51 157,72 57,82 8,92 1,77
Profundidade Solo Coesivo
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Consistência
Momento (KN*m)
Rija 1500,00 1542,14 1494,15 1378,93 1216,74 1025,42 820,69 616,43 425,09 258,02 125,82 38,60 6,26

Muita Rija 1500,00 1532,51 1466,03 1331,17 1153,41 953,55 748,33 551,10 372,59 221,55 105,41 30,77 3,86
Dura 1500,00 1516,56 1420,07 1254,04 1052,29 840,01 635,15 449,88 291,96 166,00 74,58 19,10 0,38
Fonte: Autor (2018)

6.3.2.2 Resultado para o modelo 2

Como nos casos anteriores foi necessário calcular as molas da base


conforme a tabela 37:

Tabela 37 - Rigidez das molas da base para os casos de solo


Solo Não Coesivo
KV 4 2 Kvertical Krotação
Compacidade 3 I (m ) Z(m) Afuste (m )
(KN*m ) (KN/m) (KN*m/rad)
Fofa 8000 0,19 12 1,54 147705,60 1507,83
Mediamente Compacta 26000 0,19 12 1,54 480043,20 4900,44
Compacta 96000 0,19 12 1,54 1772467,20 18093,94
Solo Coesivo
KV 4 2 Kvertical Krotação
Consistência 3 I (m ) Z(m) Afuste (m )
(KN*m ) (KN/m) (KN*m/rad)
Rija 24000 0,19 12 1,54 443116,80 4523,48
Muita Rija 48000 0,19 12 1,54 886233,60 9046,97
Dura 96000 0,19 12 1,54 1772467,20 18093,94
Fonte: Autor (2018)

Com as restrições da base definida o programa calculou os momentos


represente na tabela 38:
95

Tabela 38 - Momentos para cada caso de solo pelo modelo 2


Profundidade Solo Não-Coesivo
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Compacidade
Momento (KN*m)
fofa 1500,00 1600,00 1661,13 1660,60 1589,10 1448,12 1247,60 1003,78 737,69 474,20 241,68 72,15 1,92
mediamente
1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37
compacta

compacta 1500,00 1600,00 1613,10 1514,07 1318,18 1061,81 786,75 529,50 315,51 157,73 57,83 8,93 1,75
Profundidade Solo Coesivo
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Consistência
Momento (KN*m)
Rija 1500,00 1542,14 1494,16 1378,94 1216,75 1025,45 820,72 616,47 425,14 258,08 125,88 38,67 6,33

Muita Rija 1500,00 1532,51 1466,03 1331,17 1153,42 953,57 748,35 551,14 372,63 221,60 105,46 30,82 3,92
Dura 1500,00 1516,56 1420,07 1254,05 1052,30 840,02 635,16 449,90 291,98 166,03 74,62 19,14 0,42
Fonte: Autor (2018)

6.3.3 Porcentagem de diferença entre o método analítico e o software em


relação ao momento máximo

Com mostra a tabela 39 e 40 as diferenças de cálculo entre os


métodos não foram significativas, porém as diferenças com a alteração do
coeficiente do solo para cada modelo foi perceptível, em especial para método
Russo.

Tabela 39 – Momentos máximos para cada análise

Mmax Mmax Mmax


Compacidade Método analítico Modelo 1 Modelo 2
(KN*m) (KN*m) (KN*m)

Fofa 1678,68 1661,13 1661,13


Mediamente
1678,68 1642,49 1642,49
compacta
Compacta 1678,75 1613,10 1613,10

Mmax Mmax Mmax


Consistência Método analítico Modelo 1 Modelo 2
(KN*m) (KN*m) (KN*m)

Rija 4.2.1 1500,00 4.2.2 1542,14 4.2.3 1542,14


Muita Rija 1529,40 1532,51 1532,51
Dura 1510,20 1516,56 1516,56
Fonte: Autor (2018)
96

Tabela 40 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo


Solo Não Coesivo
Modelo 1X Modelo 3X
Modelo 1X
Compacidade Modelo Modelo
Modelo 3
analítico analítico
fofa 1,05% 1,05% 0,03%
Mediamente
2,16% 2,16% 0,00%
compacta
Compacta 3,91% 3,91% 0,00%
Solo Coesivo
Modelo 1X Modelo 3X
Modelo 1X
Compacidade Modelo Modelo
Modelo 3
analítico analítico
Rija 0,83% 0,83% 0,00%
Muita Rija 1,48% 1,48% 0,00%
Dura 1,68% 1,68% 0,00%
Fonte: Autor (2018)

Figura 47 - Gráfico com momentos para cada coeficiente de reação horizontal pelo método
analítico

Fonte: Autor (2018)

Figura 48 - Gráfico com momentos para cada coeficiente de reação horizontal pelo modelo 1

Fonte: Autor (2018)


97

Figura 49 - Gráfico com momentos para cada coeficiente de reação horizontal pelo modelo 3

Fonte: Autor (2018)

Pode-se observar nas figuras 49, 50 e 51 que são nos solos coesivos
que se obtêm os menores momentos, uma vez que, nesse tipo de solo o coeficiente
de reação horizontal não aumenta com a profundidade. Entretanto, como dito na
revisão bibliográfica, esse tipo de solo não é recomendado que receba os
carregamentos das edificações já que tem seus vazios são preenchidos por água,
dificultando assim a transferência de força entre as partículas.

6.4 Alteração do parâmetro força horizontal

6.4.1 Resultado para a alteração da força horizontal pelo método Russo

Uma vez que o cálculo da rigidez-estaca não está diretamente ligado a


força horizontal não foi necessária fazer a verificação realizada nas seções
anteriores, pois para o diâmetro de 1,4m a profundidade de 12m, a estaca será curta
independe do esforço lateral.

Porém como no exercício proposto por Campo (2015) o momento da


ponta da estaca vem da força horizontal que está a 15 m do solo foi necessário
calcular um novo momento na cabeça do fuste conforme a tabela 41:
98

Tabela 41 - Novos momentos em relação a força horizontal


H (KN) M(KN*m)
100 1500
200 3000
300 4500
400 6000
500 7500
600 9000
700 10500
800 12000
900 13500
1000 15000
Fonte: Autor (2018)

Após o cálculo dos novos momentos, com ajuda do Excel,


encontraram-se os momentos para cada caso como na tabela 42:
99

Tabela 42 - Momentos para cada caso de força horizontal em relação a profundidade


Profundidade (m)
Profundidade Momento 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
H (KN) de momento Maximo
Momento (KN*m)
máximo (m) (KN*m)

100 2,779 1678,675 1500 1594,79 1660,94 1677,15 1630,06 1514,30 1332,47 1095,13 820,83 536,09 275,38 81,18 3,91
200 2,779 3357,349 3000 3189,57 3321,89 3354,30 3260,13 3028,61 2664,94 2190,27 1641,67 1072,18 550,76 162,36 7,81
300 2,779 5036,024 4500 4784,36 4982,83 5031,45 4890,19 4542,91 3997,41 3285,40 2462,50 1608,26 1101,53 243,53 11,72
400 2,779 6714,698 6000 6379,14 4982,83 6708,61 6520,25 6057,22 5329,88 4380,53 3283,33 2144,35 826,15 324,71 15,63
500 2,779 8393,373 7500 7973,93 8304,71 8385,76 8150,32 7571,52 6662,35 5475,67 4104,17 2680,44 1376,91 405,89 19,53
600 2,779 10072,047 9000 9568,71 9965,66 10062,91 9780,38 9085,83 7994,83 6570,80 4925,00 3216,53 1652,29 487,07 23,44
700 2,779 11750,722 10500 11163,50 11626,60 11740,06 11410,45 10600,13 9327,30 7665,93 5745,84 3752,61 1927,68 568,24 27,35
800 2,779 13429,396 12000 12758,29 13287,54 13417,21 13040,51 12114,44 10659,77 8761,07 6566,67 4288,70 2203,06 649,42 31,26
900 2,779 15108,071 13500 14353,07 14948,49 15094,36 14670,57 13628,74 11992,24 9856,20 7387,50 4824,79 2478,44 730,60 35,16
1000 2,779 16786,745 15000 15947,86 16609,43 16771,52 16300,64 15143,04 13324,71 10951,33 8208,34 5360,88 2753,82 811,78 39,07
Fonte: Autor (2018)
100

6.4.2 Resultado para a alteração da força horizontal pelo software Robot

6.4.2.1 Resultados para o modelo 1

Para entrada de dados no programa calculou-se os coeficientes de


molas para um dos casos e copiou-se para o restante das forças horizontais, pois o
calculo da rigidez da mola não depende da força horizontal. Os resultados estão na
tabela 43:

Tabela 43 - Cálculo dos apoios elásticos para os casos de força horizontal


Força Horizontal

Profundidade ηh Área de Kmola


4
(m) (KN/m ) influência (m²) (KN/m)
0 5000 0,70 0
1 5000 1,4 7000
2 5000 1,4 14000
3 5000 1,4 21000
4 5000 1,4 28000
5 5000 1,4 35000
6 5000 1,4 42000
7 5000 1,4 49000
8 5000 1,4 56000
9 5000 1,4 63000
10 5000 1,4 70000
11 5000 1,4 77000
12 5000 0,70 42000
Fonte: Autor (2018)

Após a modelagem obtiveram-se os seguintes resultados de momentos


presente na tabela 44:
101

Tabela 44 – Momentos para caso de força horizontal obtidos pelo software no modelo 1
Profundidade (m)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
H (KN)
Momento (KN*m)

100 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37

200 3000,00 3200,00 3284,98 3205,40 2959,91 2578,64 2108,50 1601,51 1106,98 667,37 317,56 86,59 0,74

300 4500,00 4800,00 4927,47 4808,11 4439,87 3867,97 3162,74 2402,26 1660,47 1001,06 476,35 129,89 1,12

400 6000,00 6400,00 6569,97 6410,81 5919,82 5157,29 4216,99 3203,02 2213,96 1334,75 635,13 173,19 1,50

500 7500,00 8000,00 8212,46 8013,51 7399,78 6446,61 5271,24 4003,77 2767,46 1668,44 793,92 216,49 1,88

600 9000,00 9600,00 9854,95 9616,21 8879,74 7735,93 6325,49 4804,53 3320,95 2002,13 952,70 259,79 2,25
700 10500,00 11200,00 11497,44 11218,91 10359,69 9025,25 7379,74 5605,28 3874,44 2335,82 1111,49 303,09 2,63

800 12000,00 12800,00 13139,93 12821,61 11839,65 10314,58 8433,99 6406,04 4427,93 2669,51 1270,27 346,38 3,01

900 13500,00 14400,00 14782,42 14424,32 13319,60 11603,90 9488,24 7206,79 4981,42 3003,20 1429,06 389,68 3,38

1000 15000,00 16000,00 16424,92 16027,02 14799,56 12893,22 10542,48 8007,55 5534,91 3336,89 1587,84 432,98 3,76

Fonte: Autor (2018)

6.4.2.2 Resultados para o modelo 2

Após o cálculo das rigidezes das molas da base para uma das forças
horizontais como nas seções anteriores e se repetindo em todos os casos obtiveram-se os
momentos como na tabela 45:

Tabela 45 - Momentos para caso de força horizontal obtidos pelo software no modelo 2
Profundidade (m)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
H (KN)
Momento (KN*m)
100 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37

200 3000,00 3200,00 3284,98 3205,40 2959,91 2578,65 2108,50 1601,51 1106,99 667,38 317,58 86,61 0,76
300 4500,00 4800,00 4927,47 4808,11 4439,87 3867,97 3162,75 2402,27 1660,48 1001,07 476,36 129,91 1,14

400 6000,00 6400,00 6569,97 6410,81 5919,82 5157,29 4217,00 3203,03 2213,97 1334,77 635,15 173,21 1,52

500 7500,00 8000,00 8212,46 8013,51 7399,78 6446,61 5271,25 4003,78 2767,47 1668,46 793,94 216,51 1,90
600 9000,00 9600,00 9854,95 9616,21 8879,74 7735,94 6325,50 4804,54 3320,96 2002,15 952,73 259,82 2,28
700 10500,00 11200,00 11497,44 11218,91 10359,69 9025,26 7379,75 5605,30 3874,45 2335,84 1111,52 303,12 2,67
800 12000,00 12800,00 13139,93 12821,62 11839,65 10314,58 8433,99 6406,05 4427,95 2669,53 1270,30 346,42 3,05

900 13500,00 14400,00 14782,42 14424,32 11603,90 9488,24 9488,24 7206,81 4981,44 3003,22 1429,09 389,72 3,43

1000 15000,00 16000,00 16424,92 16027,02 14799,56 12893,23 10542,49 8007,56 5534,94 3336,91 1587,88 433,03 3,81

Fonte: Autor (2018)


102

6.4.3 Porcentagem de diferença entre o método analítico e o software em


relação ao momento máximo

Como esperado as diferenças entre a modelagem e o método analítico


são pequenas e nulas entre as duas modelagens realizadas no Robot, como se
observa na tabela 46 e 47:

Tabela 46 - Momentos máximos para cada análise


Mmax Mmax Mmax
H (KN) Método analítico Modelo 1 Modelo 2
(KN*m) (KN*m) (KN*m)

100 1678,68 1642,49 1642,49


200 3357,35 3284,98 3284,98
300 5036,02 4927,47 4927,47
400 6714,70 6569,97 6569,97
500 8393,37 8212,46 8212,46
600 10072,05 9854,95 9854,95
700 11750,72 11497,44 11497,44
800 13429,40 13139,93 13139,93
900 15108,07 14782,42 14782,42
1000 16786,75 16424,92 16424,92
Fonte: Autor (2018)

Tabela 47 - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo


Modelo 1X Modelo Modelo 3X Modelo
H (KN) Modelo 1X Modelo 3
analítico analítico
100 2,20% 2,20% 0,00%
200 2,20% 2,20% 0,00%
300 2,20% 2,20% 0,00%
400 2,20% 2,20% 0,00%
500 2,20% 2,20% 0,00%
600 2,20% 2,20% 0,00%
700 2,20% 2,20% 0,00%
800 2,20% 2,20% 0,00%
900 2,20% 2,20% 0,00%
1000 2,20% 2,20% 0,00%
Fonte: Autor (2018)

Ainda sobre esse parâmetro pode-se afirmar que foi o mais crítico do
estudo, uma vez que, seu aumento gerou mudanças consideráveis nos momentos
em todos os métodos de cálculo, pois no caso estudado uma maior força horizontal
causou um maior momento na cabeça de estaca. Além do aumento significativo ele
ocorreu de forma proporcional comprovando a hipótese de Winkler em relação a
103

molas. Pode-se observar esse aumento nas figuras 52,53 e 54 na qual o eixo y é a
profundidade e x o momento.

Figura 50 - Gráfico com momentos para cada força horizontal pelo método Russo

Fonte: Autor (2018)

Figura 51-Gráfico com momentos para cada força horizontal pelo modelo 1

Fonte: Autor (2018)


104

Figura 52 - Gráfico com momentos para cada força horizontal pelo modelo 3

Fonte: Autor (2018)

6.5 Alteração do parâmetro base alargada

6.5.1 Resultado para a alteração do diâmetro da base pelo método Russo

Para esse parâmetro manteve-se o diâmetro do fuste de 1,4m e


definiram-se diâmetros de base viáveis para escavação, feito isso se verificou a
rigidez-estaca. Os resultados estão na tabela 53:

Tabela 48 - Relação entre profundidade e rigidez relativa estaca-solo para a base alargada
Diâmetro da 2 4
Ab (m ) I (m ) T 4*T
Base
1,4 1,54 0,19 3,80 15,20
1,5 1,77 0,25 4,01 16,06
1,6 2,01 0,32 4,23 16,91
1,7 2,27 0,41 4,44 17,75
1,8 2,54 0,52 4,65 18,58
1,9 2,83 0,64 4,85 19,40
2,0 3,14 0,79 5,05 20, 22
2,1 3,46 0,95 5,25 21,02
Fonte: Autor (2018)

Após a verificação do caso curto calculou-se pelo método Russo


obtendo-se os momentos na tabela 49:
105

Tabela 49 - Momentos para cada diâmetro de base pelo método Russo

Profundidade (m)
Profundidade Momento 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Diâmetro da
de momento Maximo
base (m)
máximo (m) (KN*m) Momento (KN*m)
1,4 2,7792104 1678,675 1500,00 1594,79 1660,94 1677,15 1630,06 1514,30 1332,47 1095,13 820,83 536,09 275,38 81,18 3,91
1,5 2,7795925 1678,698 1500,00 1594,79 1660,95 1677,18 1630,13 1514,42 1332,65 1095,39 821,18 536,51 275,88 81,73 4,48
1,6 2,7800045 1678,724 1500,00 1594,79 1660,95 1677,21 1630,13 1514,54 1332,84 1095,67 821,18 536,97 276,42 82,33 5,10
1,7 2,7804431 1678,751 1500,00 1594,79 1660,97 1677,25 1630,27 1514,67 1333,05 1095,96 821,93 537,45 276,99 82,96 5,76
1,8 2,7809081 1678,779 1500,00 1594,79 1660,98 1677,28 1630,35 1514,81 1333,27 1096,27 822,34 537,97 277,59 83,63 6,45
1,9 2,7813997 1678,809 1500,00 1594,79 1661,00 1677,36 1630,51 1515,11 1333,50 1096,60 822,78 538,51 278,23 85,08 7,19
2 2,7819178 1678,841 1500,00 1594,79 1661,01 1677,36 1630,51 1515,11 1333,74 1096,94 823,24 539,08 278,90 85,08 7,96
2,1 2,7824623 1678,875 1500,00 1594,80 1661,02 1677,40 1630,60 1515,27 1333,99 1097,31 823,72 539,68 279,61 85,86 8,77
Fonte: Autor (2018)
106

6.5.2 Resultado para alteração do diâmetro da base pelo software Robot

6.5.2.1 Resultado para o modelo 1

Nessa modelagem utilizaram-se os mesmo coeficientes calculados


para o diâmetro de um 1,4m na tabela 16 alterando-se os coeficientes apenas da
base. Os resultados estão na tabela 50:

Tabela 50 - Momentos para cada caso de diâmetro da base pelo modelo 1


Profundidade (m)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
D (m)
Momento (KN*m)
1,4 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37
1,5 1500,00 1600,00 1662,26 1622,18 1498,26 1305,78 1068,45 812,53 562,88 340,83 163,76 46,03 0,48

1,6 1500,00 1600,00 1662,33 1622,40 1498,78 1306,73 1069,94 814,62 565,53 343,84 166,71 48,15 0,57

1,7 1500,00 1600,00 1662,38 1622,62 1499,28 1307,65 1071,36 816,62 568,07 346,73 169,54 50,20 0,67

1,8 1500,00 1600,00 1644,37 1605,18 1483,46 1294,29 1061,08 809,65 564,31 345,72 170,40 51,60 0,76
1,9 1500,00 1600,00 1644,42 1605,38 1483,92 1293,83 1061,32 810,67 566,07 348,02 172,83 53,43 0,87
2,0 1500,00 1600,00 1644,48 1605,58 1484,36 1294,64 1062,58 812,43 568,30 350,56 175,32 55,24 0,97

2,1 1500,00 1600,00 1644,53 1605,76 1484,78 1295,41 1063,78 814,12 570,45 353,01 177,73 56,99 1,07

Fonte: Autor (2018)

6.5.2.2 Resultado para o modelo 2

Calcularam-se novamente as molas que restringem a base obtendo-se


os resultados na tabela 51:

Tabela 51 - Rigidez das molas da base


KV 4 2 Kvertical Krotação
Diâmetro 3 I (m ) Z(m) Afuste (m )
(KN*m ) (KN/m) (KN*m/rad)
1,4 26000 0,19 12 1,54 480043,20 4900,441
1,5 26000 0,25 12 1,77 551070,00 6457,85
1,6 26000 0,32 12 2,01 626995,20 8359,94
1,7 26000 0,41 12 2,27 707818,80 10654,15
1,8 26000 0,52 12 2,54 793540,80 13391,00
1,9 26000 0,64 12 2,83 884161,20 16624,07
2,0 26000 0,79 12 3,14 979680,00 20410,00
2,1 26000 0,95 12 3,46 1080097,20 24808,48
Fonte: Autor (2018)

Em seguida obtiveram-se os seguintes momentos do software presente


na tabela 52:
107

Tabela 52 - - Momentos para cada caso de diâmetro da base pelo modelo 2


Profundidade (m)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
D (m)
Momento (KN*m)
1,4 1500,00 1600,00 1642,49 1602,70 1479,96 1289,32 1054,25 800,75 553,49 333,68 158,78 43,29 0,37
1,5 1500,00 1600,00 1642,55 1602,94 1480,49 1290,30 1055,78 802,90 556,21 336,79 161,82 45,48 0,47

1,6 1500,00 1600,00 1642,62 1603,16 1481,01 1291,24 1057,25 804,96 558,82 339,76 164,73 47,58 0,56

1,7 1500,00 1600,00 1642,67 1603,38 1481,50 1292,14 1058,66 806,94 561,33 342,62 167,53 49,60 0,66

1,8 1500,00 1600,00 1642,73 1603,58 1481,98 1293,00 1060,02 808,84 563,75 345,37 170,23 51,55 0,76
1,9 1500,00 1600,00 1642,78 1603,78 1482,44 1293,83 1061,32 810,67 566,07 348,02 172,83 53,43 0,87
2,0 1500,00 1600,00 1642,84 1603,98 1482,88 1294,64 1062,58 812,43 568,30 350,56 175,32 55,24 0,97

2,1 1500,00 1600,00 1642,89 1604,16 1483,30 1295,41 1063,78 814,12 570,45 353,01 177,73 56,99 1,07

Fonte: Autor (2018)

6.5.3 Porcentagem de diferença entre o método analítico e o software em


relação ao momento máximo

Como se observa na tabela 53 e 54 as diferenças entre o método


Russo e o software foram pequenas, mostrando a validade de cada analise, porém
como o próprio parâmetro diâmetro presente na seção 6.1, a alteração no diâmetro
da base não gerou acréscimo consideráveis nos momentos no fuste, não sendo
assim um parâmetro crucial no dimensionamento de uma estaca.

Tabela 53 - Momentos máximos para cada análise


Diâmetro Mmax Mmax Mmax
da base Método analítico Modelo 1 Modelo 2
(m) (KN*m) (KN*m) (KN*m)
1,4 1678,68 1642,49 1642,49
1,5 1678,70 1642,55 1662,26
1,6 1678,72 1642,62 1662,33
1,7 1678,75 1642,67 1662,38
1,8 1678,78 1642,73 1644,37
1,9 1678,81 1642,78 1644,42
2,0 1678,84 1642,84 1644,48
2,1 1678,88 1642,89 1644,53
Fonte: Autor (2018)
108

Tabela 54 - - Porcentagem de diferença entre momentos máximos para cada modelo


Diâmetro
Modelo 1X Modelo Modelo 3X Modelo
da base Modelo 1X Modelo 3
analítico analítico
(m)
1,4 2,20% 2,20% 0,00%
1,5 0,99% 2,20% 1,20%
1,6 0,99% 2,20% 1,20%
1,7 0,98% 2,20% 1,20%
1,8 2,09% 2,19% 0,10%
1,9 2,09% 2,19% 0,10%
2,0 2,09% 2,19% 0,10%
2,1 2,09% 2,19% 0,10%
Fonte: Autor (2018)

Figura 53 - Gráfico com momentos para cada diâmetro da base pelo método Russo

Fonte: Autor (2018)

Figura 54 - Gráfico com momentos para cada diâmetro da base pela modelo 1

Fonte: Autor (2018)


109

Figura 55 - Gráfico com momentos para cada diâmetro da base pela modelo 3

Fonte: Autor (2018)


110

7 CONCLUSÃO

Visto a importância do estudo das fundações na construção civil, esse


trabalho buscou mostrar, via método analítico e modelagem em software, quais
parâmetros têm a maior influência no dimensionamento de uma estaca carregada
lateral, sendo esse dimensionamento de fundamental importância para as obras de
grande porte, tais como pontes e estruturas off-shore, que são cada vez mais
presentes na indústria da construção.

Os resultados obtidos nessa monografia mostram que mesmo em três


formas de cálculos os valores para cada parâmetro ficaram muito próximos entre si,
validando assim o método de Winkler com o conjunto de molas individuais que
substituem o solo.

Ainda, ao em uma investigação aprofundada, como proposto por esse


trabalho, percebe-se que os parâmetros como diâmetro e base alargada não
influenciam de forma significativa, uma vez que, a alteração dos valores não
provocou aumento considerável de momento fletor, como fica evidente nos gráficos
apresentados ao fim de cada seção. Assim, tais parâmetros não são cruciais para a
otimização do dimensionamento de uma estaca no que se refere à força lateral.

Entretanto, ao se alterar a profundidade, coeficiente horizontal do solo


e a grandeza da força horizontal, notou-se que houve aumento perceptível de
momento fletor ao longo do fuste, em especial o parâmetro de força horizontal, que
praticamente dobrou a cada alteração. Viu-se ainda que nos solo coesivos os
momentos caíram drasticamente em todas as formas de cálculo em relação ao solo
não coesivo. Em contrapartida, as diferenças dos momentos fletores, em especial no
método analítico, entre os coeficiente de reação horizontal para cada classe de solo,
não se alterou profundamente.

Constata-se ainda o quanto o método analítico é inviável para um


profissional que precisa fazer o dimensionamento de varias estacas sob a ação de
força horizontal, pois mesmo com a ajuda do Excel foi um processo longo que
necessitou a criação de alguns contornos para resolver varias equações de 3º grau
simultaneamente a fim de achar, por exemplo, a profundidade de momento máximo.
111

Porém, mesmo um software como o Robot, que não tem como uso
exclusivo o cálculo de fundações, acelerou-se o processo para obter os resultados,
pois só houve a necessidade de determinar as propriedades do concreto no
programa e calcular os coeficientes de mola, sem a necessidade de resolução de
complicadas equações, que demandam tempo tão escasso na vida profissional do
engenheiro.

Em suma, ao analisar os resultados desse trabalho, percebe-se que os


métodos analíticos utilizados em relação às modelagens no software não obtiveram
diferenças significativas, mesmo com a mudança de análise. Contudo, quanto ao
comportamento do fuste em relação a força horizontal definiu-se que a classificação
do solo, coesivo e não coesivo, bem como a grandeza da força aplicada
lateralmente é que dita quais parâmetros devem ser considerados em um pré-
dimensionamento de tais estruturas.
112

8 REFERÊNCIAS

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Brasília, 2005.
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classificação dos solos. Juiz de Fora
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1989.
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superficiais. Santa Maria, RS, 2011.
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MATTOS, Eduardo F. O. Notas de aula de estruturas de fundações, Introdução do
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113

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Investigação do sub solo, Fundações superficiais. São Paulo: Oficina de Textos,
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