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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Escola de Música
Licenciatura em Música

A Pedagogia do Piano no Brasil no século XXI - atuais


implicações, características e desdobramentos

Mariana Lima de Souza


Mariana Lima de Souza

A Pedagogia do Piano no Brasil no século XXI - atuais


implicações, características e desdobramentos

Monografia apresentada ao curso de Licenciatura


em Música da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN – como requisito
parcial para a obtenção do Grau de Licenciada
em Música.

Orientador: Prof. Dr. Tarcísio Gomes Filho

Natal/RN
Junho/2022
Catalogação de Publicação na Fonte
Biblioteca Setorial Pe. Jaime Diniz - Escola de Música da UFRN

S729p Souza, Mariana Lima de.


A Pedagogia do Piano no Brasil no século XXI - atuais implicações,
características e desdobramentos/ Mariana Lima de Souza. – Natal, 2022.
50f.; 30 cm.

Orientador: Tarcísio Gomes Filho.

Monografia (graduação) – Escola de Música, Universidade Federal


do Rio Grande do Norte, 2022.

1. Pedagogia do piano – Monografia. 2. Ensino de piano –


Monografia. 3. Docência – Monografia. I. Gomes Filho, Tarcísio. II.
Título.

RN/BS/EMUFRN CDU 786.2:37


Elaborada por: Rayssa Ritha Marques Gondim Fernandes – CRB-15/Insc. 812
Mariana Lima de Souza

A Pedagogia do Piano no Brasil no século XXI - atuais


implicações, características e desdobramentos

Monografia apresentada ao curso de Licenciatura


em Música da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN – como requisito
parcial para a obtenção do Grau de Licenciada
em Música.

Orientador: Prof. Dr. Tarcísio Gomes Filho

Aprovada em: 23 de junho de 2022

Banca Examinadora:

________________________________________________________________________

Prof. Dr. Tarcísio Gomes Filho (UFRN)

Orientador

________________________________________________________________

Profª. Drª. Nan Qi (UFRN)

________________________________________________________________

Prof. Ms. Antônio Guilherme Cardoso Rodrigues (UFRN)


Ao único Deus, sábio, seja dada glória por
Jesus Cristo para todo o sempre. Ao meu
pai, mãe e irmã, este trabalho dedico à
vocês por todo apoio e amor incondicional.
AGRADECIMENTOS

À Deus, autor e consumador da minha fé, gratidão pelo dom da vida. Por me sustentar a
cada dia e me permitir sonhar.
Aos meus pais, Marivaldo e Elisabeth, por acreditarem em meus sonhos. Por confiarem
em meu propósito e investirem em mim. Sem seu amor e apoio, eu nada seria. Devo tudo
o que sou a vocês.
À minha irmã Marília por ser minha fiel companheira, amiga e confidente.
Aos meus avós José Cirino, Zulmira, Elza e José Pereira (in memoriam) e toda minha
família, muito obrigada por suas orações.
Ao meu orientador Prof. Dr. Tarcísio Gomes Filho por estar presente em toda a minha
trajetória sendo meu primeiro professor de piano e por não medir esforços para que esse
trabalho fosse realizado. Obrigada por toda a dedicação e por desempenhar essa função
com muito amor.
Ao Prof. Ms. Guilherme Rodrigues por toda inspiração, cuidado e dedicação em minha
caminhada pianística. Sua confiança em meu potencial e seus ensinamentos foram
imprescindíveis.
Às professoras Maria Helena Maranhão, Amélia Martins Dias Santa Rosa e Nan Qi por
seus ensinamentos valiosos e sem igual que levarei comigo.
Agradeço aos meus amigos, colegas de curso e todos que de alguma forma me
incentivaram, ajudaram e apoiaram durante esta caminhada. Muito obrigada a todos vocês!
RESUMO

Este trabalho apresenta os resultados de um estudo sobre o estado do conhecimento


relacionado à pedagogia do piano no Brasil, analisando as suas atuais implicações,
características e desdobramentos em artigos publicados nos anais dos congressos nacionais da
Associação Brasileira de Educação Musical e da Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-Graduação em Música, com recorte temporal compreendendo os anos de 2017 a 2021.
Foram selecionados quarenta e nove trabalhos que atenderam aos critérios desta revisão,
sendo divididos em dez categorias temáticas após a leitura de seus resumos e marcadores:
ensino remoto/on-line; ensino superior, técnico e profissionalizante; estudos sobre
performance; estudos sobre repertório; inclusão; iniciação ao piano; piano colaborativo; piano
coletivo/grupo; piano e docência, e por fim, técnica pianística. Além dos dados qualitativos,
são apresentadas reflexões sobre o ensino de piano no Brasil. Concluiu-se que a pedagogia do
piano no Brasil vem sendo abordada em diferentes contextos, alguns com mais recorrência
que outros, sendo possível identificar as principais dificuldades e possibilidades do ensino do
piano no país.

Palavras-chave: Pedagogia do Piano; Ensino de Piano; Docência.


ABSTRACT

This paper presents the results of a study on the state of knowledge related to piano pedagogy
in Brazil, analyzing its current implications, characteristics and developments in articles
published in the annals of the national congresses of the Brazilian Association of Music
Education and the National Association of Research and Graduate Studies in Music, with a
time frame comprising the years 2017 to 2021. Forty-nine papers were selected that met the
criteria of this review, being divided into ten thematic categories after reading their abstracts
and markers: remote/online teaching; higher, technical, and vocational education;
performance studies; repertoire studies; inclusion; piano initiation; collaborative piano;
collective/group piano; piano and teaching, and finally, piano technique. In addition to the
qualitative data, reflections on piano teaching in Brazil are presented. It was concluded that
piano pedagogy in Brazil has been addressed in different contexts, some with more
recurrence than others, being possible to identify the main difficulties and possibilities of
piano teaching in the country.

Keywords: Piano Pedagogy; Piano Teaching; Teaching.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Artigos encontrados nos anais dos congressos da ABEM……………………..…17


Tabela 2 - Artigos encontrados nos anais dos congressos da ANPPOM....………………….17
Tabela 3 - Artigos encontrados em cada edição dos congressos da ABEM e ANPPOM…....20
Tabela 4 - Categoria ensino remoto/on-line….………………………………………………20
Tabela 5 - Categoria ensino superior, técnico e profissionalizante..……………………..…..21
Tabela 6 - Categoria estudos sobre a performance……..………………………………....….22
Tabela 7 - Categoria estudos sobre repertório..………………………………………….…...22
Tabela 8 - Categoria inclusão…...……………………………………………………….…...23
Tabela 9 - Categoria iniciação ao piano….………………………………………...………...24
Tabela 10 - Categoria piano colaborativo……………………………………………….…...25
Tabela 11 - Categoria piano coletivo/grupo..………………………………………………...26
Tabela 12 - Categoria piano e docência………..…………………………………...………...27
Tabela 13 - Categoria técnica pianística...……………………………………………….…...28
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………..10
2 CAPÍTULO 1: Um histórico sobre a Pedagogia do Piano no Brasil………………….12
3 CAPÍTULO 2: Metodologia……………………………………………………………..16
3.1 Definições introdutórias…………………………………………………………………16
3.2 Metodização e tabulação……………………………………………………………..…..17
3.3 Análise………………………………………………………………………………...….18
4 CAPÍTULO 3: O estado do conhecimento……………………………………………...19
4.1 Apreciação…………………...…………………………………………………………...29
4.2 Categorias e objetivos gerais…………………………………………………...………...29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………….…...40
REFERÊNCIAS………………………………………………………………………….43
10

1 INTRODUÇÃO:

Este trabalho tem por objetivo realizar um estudo sobre a pedagogia do piano no
Brasil no século XXI, buscando entender as principais implicações, características e
desdobramentos desta área por meio da análise da produção acadêmica divulgada
publicamente.
Para isso, foi realizado um mapeamento dos trabalhos acadêmicos publicados nos
anais dos congressos da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM) com o recorte
temporal que compreende os últimos cinco anos (2017 a 2021). A pesquisa é de natureza
qualitativa, exploratória e busca entender o estado do conhecimento por meio de revisão
bibliográfica.
O interesse pelo tema partiu da própria trajetória de formação musical da autora
como pianista e professora de piano, atuando em diversas perspectivas como no ensino de
piano para crianças a partir dos 4 anos de idade, nas aulas de piano em inglês, aulas de
piano em grupo e aulas remotas no período da pandemia da Covid-19.
Sua infância foi rodeada por música instrumental, tendo crescido em um ambiente
musical no qual o pai tocava acordeon e saxofone e a mãe clarinete, sendo os dois os seus
primeiros e principais influenciadores. O primeiro contato formal com aulas de música se
deu aos sete anos de idade, participando de projeto social da igreja. Desde então, o
interesse pela música aumentou e mais tarde, aos 8 anos, ingressou na Escola de Música
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN). Entre cursos de extensão,
técnico em piano erudito e licenciatura, contam mais de dez anos de estudos na EMUFRN.
Nesta trajetória, a autora sentiu um interesse particular em ministrar aulas de piano
ainda nova. Foi então que, aos 17 anos, iniciou a jornada como professora em uma escola
especializada na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. Desde então, percebeu o conjunto
de possibilidades que este meio oferece e trouxe a reflexão de como o profissional precisa
estar preparado, devidamente capacitado e atualizado para atuar nesta área.
Acredita-se que ser professor de instrumento vai além de dominar técnicas e
repertórios, mas também implica na sensibilidade e busca por estar a par do olhar
pedagógico. É por esta razão que se considerou importante complementar a formação
com leituras sobre o ensino do piano na busca por entender o que tem sido pauta neste
campo de atuação, e com isso, pensar sobre uma continuidade de pesquisa nesta área.
Desta preocupação, surgiram algumas questões que definiram o norte do trabalho e
11

que se configuraram como problema de pesquisa, que segundo Gomides (2002) consiste
em uma maneira compreensível, clara e explícita de encontrar qual a dificuldade e o que
pretende-se resolver. Uma vez que o problema está formulado, pretende-se uma resposta
suposta, provável e provisória. Assim, algumas questões foram definidas como guia para
este trabalho;
● Quais as vertentes, ou quais os temas mais explorados na pedagogia do piano
recentemente no Brasil?
● Quais os principais desafios enfrentados pelos professores de piano no
momento atual, considerando inclusive as questões relacionadas a pandemia
da Covid-19?
● Quais os principais recursos pedagógicos adotados pelos professores
atualmente?
● Quais aspectos do ensino do piano foram pouco abordados em pesquisas nos
últimos anos?
Todas essas questões conduziram à reflexão que se propõe neste trabalho, bem
como a análise dos textos encontrados a partir de um olhar crítico, buscando soluções,
respostas e possibilidades novas a partir do que se tem registrado no ensino do piano no
Brasil durante os últimos 5 anos. Através deste olhar panorâmico investigativo, é possível
notar quais são os pontos que devem receber mais atenção de pesquisa tendo em vista que
este trabalho visa trazer relevância a valorização da Pedagogia do Piano e suas diversas
categorias.
O trabalho é apresentado em três capítulos e considerações finais: o primeiro
capítulo compreende um histórico do percurso da pedagogia do piano no Brasil, sua
importância, desafios e possibilidades; o segundo capítulo relata o percurso da
metodologia utilizada; o terceiro capítulo apresenta a apreciação dos artigos/comunicações
obtida por meio da leitura e categorização dos mesmos e, por fim, nas considerações finais
constam os resultados da pesquisa que irão descrever o estado do conhecimento sobre o
objeto estudado e as respostas das questões formuladas no decorrer do trabalho.
Espera-se que este trabalho possa contribuir para um melhor entendimento sobre o
que tem se produzido nesta temática no Brasil, bem como inspirar novas pesquisas.
12

2 CAPÍTULO 1: Um histórico sobre a Pedagogia do Piano no Brasil

O primeiro método voltado ao ensino do piano no Brasil remete ao final do período


colonial e foi escrito no ano de 1821 pelo compositor, mestre de capela da Catedral da Sé
do Rio de Janeiro, padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). A obra intitulada
“Compêndio de Música e Método Pianoforte” foi escrita a princípio para os estudos de
seus filhos José Maurício e Apolinário. O pequeno compêndio aborda a teoria musical
básica, ornamentação e contém sete solfejos, portanto não é escrito para principiantes do
teclado (TRILHA, 2019). Já o método está dividido em duas partes, sendo a primeira com
peças de caráter elementar e a segunda com um ponto de vista técnico mais exigente.
Contudo, o ensino do piano no Brasil começou a ter mais destaque somente no início do
Segundo Império e até o final do século XIX esteve praticamente resumido à nobreza.
Pouco depois se propagou para a burguesia, sendo de funcionalidade
essencialmente feminina, por dote (AMATO, 2007), pois o piano estava presente apenas
nas residências das famílias de maiores posses. Abreu e Guedes (1992) comentam que em
1829 surgiram as primeiras notícias sobre o ensino de piano no Brasil, tratava-se de Luiz
Antônio Inácio Smoltz, professor de piano que se instituiu em Recife também como
professor de “cantoria e contraponto”. Poucos anos depois, o Brasil recebe dois
precursores da virtuosidade pianística do país, se tratava de Artur Napoleão (1843-1925) e
Leopoldo Miguez (1852-1902) que juntos fundaram uma casa de piano e música no Rio
de Janeiro. Já no ano de 1883 chega em São Paulo, Luigi Chiaffarelli (1856-1923),
prógono da educação pianística nesta cidade, sendo responsável por transformá-la “em
pólo de excelência musical do país” (AMATO, 2007) formando pianistas que adquiriram
prestígio dentro e fora do Brasil, como por exemplo, Guiomar Novaes.
Com o crescimento do valor atribuído ao piano, novos hábitos sócio-culturais
começaram a transcorrer, como o surgimento de professores particulares geralmente
imigrantes. Abreu e Guedes relatam que:

O Rio de Janeiro de 1856 era chamado de “a cidade dos pianos” e conta-se que havia
nesta época uns quarenta professores particulares de piano na cidade.
(ABREU; GUEDES, 1992, p. 11)

A partir de então, o movimento musical no Brasil se intensificou, passando a se


difundir entre as pessoas de classe alta e média no início do século XX até meados de
1970, conquistando um papel de atuação profissional até os dias atuais. Apesar do
aumento na consistência musical, sabe-se que até metade do século XX o piano era
13

instrumento popular no Rio de Janeiro entre as residências dos membros da Corte, mas
não como caráter artístico. Abreu e Guedes ressaltam essa questão quando concluem que:

Imperava o amadorismo. O ensino era mais ou menos nestes moldes e os


compositores não escreviam para piano. Os primeiros compositores que apresentam
música para piano que ofereça interesse artístico são Leopoldo Miguez e Henrique
Oswald. Os dois já são homens da República, sendo do fim do século as suas obras.
(ABREU; GUEDES, 1992, p. 12)

Contudo, Bispo (2014) aponta que o ensino do piano no Brasil passou a se


desenvolver por meio da criação de conservatórios de música por volta das décadas de
30/40. Desde então, a área da educação pianística têm se tornado interesse crescente no
âmbito acadêmico, surgindo terminologias que abarcam a temática. Montandon (2004)
busca definir o que se considera como “pedagogia do piano” através de uma análise de
características da Conferência Nacional de Pedagogia do Piano, criada em 1980 nos
Estados Unidos. A autora considera que esta expressão tem sido comumente utilizada para
recorrer a cursos e estudos sobre a técnica pianística, entretanto questiona “até que ponto é
uma área independente” (MONTANDON, p. 47). Por vezes, o conceito de pedagogia do
piano é incompreendida levando ao não entendimento sobre o que se trata esta área.
Chronister levanta este problema ao dizer:

(...) nosso maior problema se deve ao fato de que pedagogia do piano como
disciplina tem crescido muito rápido sem ainda formar seu caráter e personalidade.
Ela é cercada pelo tipo de confusão e temor que sempre acompanha o crescimento.
(CHRONISTER, 1989, p. 78)

Para isso, é necessário tratar a área com clareza e buscar compreender como esta
tem sido suprida ao longo dos anos.
Os trabalhos publicados no Brasil a partir da segunda metade do século XX podem
ser considerados como pioneiros nesta área, como por exemplo: “Introdução à pedagogia
do piano” (PELAFSKY, 1954); “O Ensino do Piano” (FONTAINHA, 1956); “Normas
Pianísticas” (ALMEIDA, 1956); “O ensino moderno do piano” (SÁ PEREIRA, 1964); “O
estudo do piano” (ALIMONDA, 1967) seguidos por uma segunda leva mais
contemporânea na qual figuram os trabalhos “O piano - alguns problemas e possíveis
soluções” (HAZAN, 1984); “Teoria da aprendizagem pianística” (KAPLAN, 1987);
“Pedagogia e técnica pianística” (CAMPOS, 1987); “O Piano” (CIARLINI; RAFAEL,
1994) e “A técnica pianística - uma abordagem científica” (RICHERME, 1996). Estes
autores tratam do desenvolvimento da técnica pianística, do repertório, de estratégias de
14

estudo e demais problemáticas e possíveis soluções a respeito das diversas questões do


ensino pianístico e suas relações com a anatomia, fisiologia e também psicologia. A
leitura e produção desses materiais são extremamente importantes para a melhoria no
desempenho do ensino do piano no Brasil, uma vez que como afirma Araújo Filho:

Sabemos que a prática, exige prática. Porém, a leitura de trabalhos, ofertados por
pesquisadores/pianistas que se dedicaram à difícil tarefa de documentar seus
questionamentos, experiências e propostas, é extremamente importante. (ARAÚJO
FILHO, 2021, p. 2)

Tais trabalhos contribuem constantemente na atualização de saberes e mutação das


perspectivas que atuam na pedagogia do piano no Brasil, visto que o ensino do piano está
em constante evolução e os professores de piano em constante aprendizado, exemplo disto
foi a chegada da pandemia da Covid-19 no ano de 2020 que realocou as aulas presenciais
para o ambiente remoto, obrigando os professores a readaptar e repensar o planejamento
de suas aulas.
Atualmente, a pedagogia do piano abarca reflexões quanto às possibilidades,
métodos, conceitos, disciplinas, cursos e investigações relacionadas ao ensino pianístico
no Brasil e no exterior com o objetivo de sanar possíveis problemas enfrentados em sala
de aula, buscar a valorização de diferentes repertórios, refletir sobre a formação de
professores de piano e auxiliar na boa condução dos pianistas em formação, apresentando
reflexões que dialogam com outras áreas de conhecimento.
Eventos voltados à pedagogia do piano no Brasil vêm aumentando nos últimos
anos de forma significativa. Exemplos são os Encontros sobre pedagogia do piano
realizados nas Universidades Federais de Santa Maria (UFSM), 2012, 2013, 2014 e 2017 e
do Rio Grande do Norte (UFRN) 2017, além da Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC), 2019, e 2021 em formato on-line, o Festival de piano de Natal, realizado na
Escola de Música da UFRN, que em todas as suas edições 2015, 2017 e 2019 ofereceu
parte de sua programação voltada à formação de professores e o Encontro Internacional de
pianistas de Piracicaba em suas edições de 2014 a 2021 realizado na Escola de Música de
Piracicaba e em formato híbrido. Estes eventos demonstram um crescimento na área
atraindo vários profissionais na busca por formação continuada.
A área da pedagogia do piano apresenta ganhos obtidos no olhar científico ao
utilizar-se da divulgação de conhecimentos devido a preocupação quanto a formação do
indivíduo, fazendo com que o corpo docente trabalhe em favor do cooperativismo e exerça
os processos de aprendizagem considerando o sucesso de todos os elementos de uma
15

comunidade de aprendizagem (ARAÚJO FILHO, 2021).


16

3 CAPÍTULO 2: Metodologia

Para alcançar a complexidade da temática e apresentá-la de forma adequada,


optou-se pela utilização de uma metodologia de caráter qualitativo, envolvendo as fases
necessárias para a construção de um estado do conhecimento. A autora entende que o
pesquisador precisa conhecer as publicações referentes ao tema no campo científico a fim
de gerar uma reflexão e que o estado do conhecimento implica:

(...) num domínio do campo em estudo pelo pesquisador, entendido como o


conhecimento dos paradigmas que perpassam o tema, a trajetória deste tema como
objeto de estudo, as diferentes fontes de publicação, bem como a política que
norteia a produção científica e seus canais de disseminação. (MOROSINI;
NASCIMENTO; NEZ, 2021, p.70)

A partir disso, o percurso metodológico compreendeu três fases: definições


introdutórias; metodização e tabulação; e análise. Cada uma das fases apresentou suas
próprias etapas, em um total de 7 etapas em toda a metodologia, conforme detalhado a
seguir.

3.1 DEFINIÇÕES INTRODUTÓRIAS


Como o próprio nome propõe, esta fase consta dos primeiros passos da pesquisa,
da preparação para o início do trabalho. Nela foram compreendidas três etapas, sendo: 1)
escolha do objeto de pesquisa “pedagogia do piano”; 2) delineamento das fontes de
pesquisa; 3) definição do recorte temporal para a coleta de dados.
A escolha pelo objeto de pesquisa se deu pelo interesse da autora em adquirir
versatilidade pedagógica no contato com trabalhos realizados na área de pedagogia do
piano por ser a sua área de atuação, conforme justificado na introdução deste trabalho.
Em relação ao delineamento das fontes, para a busca dos artigos publicados foram
escolhidas inicialmente as revistas e os anais dos congressos da Associação Brasileira de
Educação Musical (ABEM) e a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Música (ANPPOM). Todavia, nos primeiros passos da investigação foi observado que os
anais dos congressos das associações citadas possuíam superioridade quantitativa de
artigos publicados em relação às revistas OPUS e da ABEM, que em anos como 2017,
2019, 2020 (ABEM) e 2021 (ANPPOM) não apresentaram publicações que atendessem
aos critérios propostos.
Visando um panorama mais atual, foi definido como recorte temporal as
publicações dos últimos 5 anos que compreendem os anos de 2017 a 2021.
17

3.2 METODIZAÇÃO E TABULAÇÃO


A fase de metodização e tabulação compreende a separação de dados por
subcategorias, facilitando a leitura e visualização das informações. Esta fase compreendeu
duas etapas: 4) sistematização e busca por marcadores que compreendiam a temática da
pedagogia do piano. 5) tabulação dos materiais.
Foram utilizados cinco marcadores para a busca dos artigos, sendo eles: piano,
pianístico, pianística, pedagogia do piano e ensino de instrumento. Ao todo, quarenta e
nove artigos estavam dentro do campo de pesquisa e foram selecionados para esta análise;
Durante o processo também foram consultadas as palavras-chave dos artigos
identificados pelos marcadores, uma vez que pela norma técnica NBR 6028:2003 a
palavra-chave é definida como “a expressão representativa do assunto ou do conteúdo da
pesquisa” (MOROSINI; NASCIMENTO; NEZ, 2021 p.72) bem como o conteúdo de cada
resumo.
Tabela 1: Artigos encontrados nos anais dos congressos da Associação Brasileira de Educação
Musical (ABEM) dentro do recorte temporal.

V2. 2017 3
V3. 2019 3
V4. 2021 26
TOTAL = 32
Fonte: Dados do levantamento realizado pela autora.

Tabela 2: Artigos encontrados nos anais dos congressos da Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-Graduação em Música (ANPPOM) dentro do recorte temporal.

2017 | VOLUME 27 3
2018 | VOLUME 28 3
2019 | VOLUME 29 5
2020 | VOLUME 30 2
2021 | VOLUME 31 4
TOTAL = 17
Fonte: Dados do levantamento realizado pela autora.
18

3.3 ANÁLISE
A presente fase se caracteriza por sua importância na construção de categorias
tendo como base os conhecimentos prévios do pesquisador, Moraes (2003) afirma que
“toda leitura é feita a partir de uma perspectiva teórica” (p. 193).
A análise abarcou as duas últimas etapas do processo: 6) organização e nova
tabulação dos dados, 7) análise crítica considerando os contextos de cada pesquisa, suas
semelhanças e particularidades.
A organização e nova tabulação de dados compreendeu a criação de outra tabela
que continha dez categorias de acordo com as temáticas dos artigos delimitados, separadas
por ordem alfabética: ensino remoto/on-line, ensino superior, técnico e profissionalizante,
estudos sobre performance, estudos sobre repertório, inclusão, iniciação ao piano, piano
colaborativo, piano coletivo/grupo, piano e docência e, por fim, técnica pianística. Os
artigos foram reorganizados e inseridos em suas respectivas categorias.
Por fim, a análise das categorias se deu por meio da leitura e reflexão dos textos,
extraindo suas ideias principais, pontos particulares seguindo as abordagens de sua área de
conhecimento.
19

4 CAPÍTULO 3: O estado do conhecimento

Este capítulo trata da apreciação dos dados obtidos pela pesquisa de forma a
apresentar o que pode ser entendido como “estado do conhecimento”. Desta feita, o estado
do conhecimento transparece o resultado do levantamento da produção sobre as pesquisas
que envolvem as práticas pedagógicas do piano em diferentes contextos e publicadas entre
os anos de 2017 a 2021.
Na pesquisa sobre o estado do conhecimento, a revisão de literatura foi a
ferramenta utilizada como forma de viabilizar a coleta dos conhecimentos produzidos
nesta temática com o intuito de gerar os dados necessários à realização deste trabalho. O
estado do conhecimento beneficia tanto a leitura da realidade do que se discute na
comunidade acadêmica, quanto a formalização metodológica para desenvolvimento do
percurso investigativo. Para Ferreira (2002), as pesquisas definidas por estado do
conhecimento ou estado da arte permitem o mapeamento das produções científicas de um
determinado tema. Ainda segundo a mesma autora, sendo uma pesquisa de caráter
bibliográfico, esta modalidade visa:

Discutir uma certa produção acadêmica (...) tentando responder que aspectos e
dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de
que formas e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de
mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais
de congressos e de seminários. (FERREIRA, 2002, p.257)

O estado do conhecimento será matéria formativa e instrumental para a


identificação, categorização, registro, síntese e reflexão sobre a produção científica em
pedagogia do piano no Brasil. Para isso serão abordados os anais dos congressos nacionais
da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e da Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM) - publicados nos últimos 5 anos,
compreendendo o recorte temporal dos anos de 2017 a 2021 - por entender que os
congressos dessas associações são as principais fontes de escoamento da produção
científica em música no Brasil.
Partindo dos critérios e definições introdutórias estabelecidas, quarenta e nove
artigos foram selecionados para tabulação, sendo 32 encontrados nos anais da ABEM e
17 nos anais da ANPPOM, conforme demonstra a tabela a seguir:
20

Tabela 3: Quantidade de trabalhos encontrados em cada edição dos congressos da ABEM e ANPPOM.

Congresso Ano Volume Quantidade


de textos

ABEM 2017 2 3

ABEM 2019 3 3

ABEM 2021 4 26

ANPPOM 2017 27 3

ANPPOM 2018 28 3

ANPPOM 2019 29 5

ANPPOM 2020 30 2

ANPPOM 2021 31 4

Fonte: Dados do levantamento realizado pela autora.

O mapeamento desses artigos foi instituído em dez categorias concernentes às


temáticas mais recorrentes, sendo elas aqui apresentadas em ordem alfabética: ensino
remoto/on-line, ensino superior, técnico e profissionalizante, estudos sobre performance,
estudos sobre repertório, inclusão, iniciação ao piano, piano colaborativo, piano
coletivo/grupo, piano e docência e, por fim, técnica pianística.
De forma a permitir uma melhor visualização do leitor, optou-se por apresentar os
artigos em tabelas nas quais constam o ano, o(s) autor(es), o título e o evento em que o
artigo foi publicado.
A tabela 4 apresenta os artigos da primeira categoria: ensino remoto/on-line,
perfazendo um total de sete artigos encontrados, e apresentados em ordem cronológica
inversa.
Tabela 4: Artigos encontrados na categoria ensino remoto/on-line.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2021 QI, Nan; MIRANDA, Piano na Pandemia: Relato de um curso on-line ANPPOM
21

Bruna dos Santos; para crianças


SOUZA, Mariana Lima;
CESETTI, Durval.

2. 2021 ALVIM, Izabela da Impressão digital: Relato de experiência de ABEM


Cunha Pavan. ensino do piano durante a pandemia de
Covid-19

3. 2021 HAMOND, Luciana Práticas pedagógicas no ensino superior de ABEM


Fernandes. piano online: OBS Studio, VMPK, Reaper e
Synthesia

4. 2021 TANAKA, Harue. Aulas de piano em grupo on-line: um relato de ABEM


experiência em tempos de pandemia (graduação
e extensão universitária)

5. 2021 COSTA, Guilherme Processo de aprendizagem de um aluno de ABEM


Jorvino da. bacharelado em piano no período de aulas
remotas

6. 2021 CÂNDIDO, Neander; Aulas de piano para crianças de forma remota: ABEM
PARIZZI, Betânia. apontando caminhos

7. 2021 MARTINS, Denise Música e tecnologia no ensino do piano, (quase) ABEM


Andrade de Feitas; um estudo de caso com o uso do aplicativo
SILVEIRA, Marília Shared Piano da Chrome Music Labs
Chaves; HAMOND;
Luciana Fernandes.

Fonte: Autora.

A tabela 5 demonstra os artigos incluídos na segunda categoria: ensino superior,


técnico e profissionalizante, indicando apenas um artigo encontrado.

Tabela 5: Artigo encontrado na categoria ensino superior, técnico e profissionalizante.

N° Ano Autor(es) Título Evento


22

1. 2021 CONTENTE, Alexandre O ensino de piano em uma instituição de ABEM


Lucas do Carmo. educação profissional em música: reflexões a
partir do currículo

Fonte: Autora.

A tabela 6 apresenta os artigos da terceira categoria: estudos sobre a performance,


inteirando um total de dois artigos encontrados, e apresentados em ordem cronológica
inversa.
Tabela 6: Artigos encontrados na categoria estudos sobre a performance.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2018 MADEIRA, Renan Moreira; A formação de imagens mentais na prática ANPPOM


SANTOS, Regina Antunes com privação sensorial de quatro estudantes de
Teixeira dos. piano

2. 2018 BEZERRA, Denise Maria. Estado de fluxo e contrafluxo no ANPPOM


ensino-aprendizagem do piano: um debate
necessário

Fonte: Autora.

A tabela 7 apresenta os artigos da quarta categoria: estudos sobre repertório,


inteirando um total de dois artigos encontrados, e apresentados em ordem cronológica
inversa.

Tabela 7: Artigos encontrados na categoria estudos sobre repertório.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2021 SILVA, Lívia Figueiredo Repertório brasileiro para piano no ensino ANPPOM
de Alencar e; VIEIRA, superior de música de uma universidade
Josélia Ramalho. brasileira: considerações de uma pesquisa em
andamento

2. 2021 MENDES, Mariana Aprendendo para ensinar: experimentando a ABEM


Aparecida; BOTELHO, música contemporânea para piano a partir de
23

Flávia Pereira. peças selecionadas de Játékok I, de G. Kurtág


(1926-)

Fonte: Autora.

A tabela 8 apresenta os artigos da quinta categoria: inclusão, perfazendo um total


de quatro artigos encontrados e apresentados em ordem cronológica inversa.

Tabela 8: Artigos encontrados na categoria inclusão.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2021 ROSA, Helenice Scapol Aplicação do Método Suzuki em uma aluna de ABEM
Villar. piano com cegueira e rigidez em articulações:
desafios e conquistas

2. 2021 SALLES, Ana Maria Música e idosos, um estado da arte (2003-2020) ABEM
Janunzzi; REIS, Carla e a ausência da pedagogia do piano
Silva.

3. 2019 RODRIGUES, Marisa Ensino de piano para uma aluna surda: relato de ANPPOM
Nóbrega; GUIMARÃES, experiência
Aluska Danyelle Souto
de Souza;
ALBUQUERQUE,
Patrícia Belisário Souza.

4. 2017 GOMES, Júlio César Professor Piano: tecnologias e inclusão na ANPPOM


Ferreira; SOUZA, educação musical
Catarina Shin Lima de.

Fonte: Autora.

A tabela 9 apresenta os artigos encontrados na sexta categoria: iniciação ao piano,


perfazendo um total de nove artigos encontrados e apresentados em ordem cronológica
inversa.
24

Tabela 9: Artigos encontrados na categoria iniciação ao piano.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2021 GOULART, Cheisa Caminhos para o desenvolvimento da ABEM


Rodrigues; expressividade na iniciação ao piano: processos
DELTRÉGIA, Cláudia de ensino-aprendizagem e avaliação da
Fernanda. performance no contexto de uma escola de
música

2. 2021 RAMOS, Ana A canção como recurso pedagógico no ensino de ABEM


Consuelo; MARINO, piano
Gislene.

3. 2021 SOUZA, Luciane A obra para piano de Moema Craveiro Campos: ABEM
Borges Xavier Gomes possibilidades de utilização em aulas de pianistas
de; SANTANA, iniciantes e intermediários
Fernando Vago.

4. 2021 HAAS, Clarissa; Pedagogia do piano aliada à criatividade ABEM


ROCHA, Alexandre musical: o conhecimento produzido em análise
Fritzen da.

5. 2021 PISMEL, Yuria Piano Criativo: a transição da musicalização para ABEM


Santamaria. a aula de instrumento

6. 2020 MENEZES, Potiguara Pluralidade estética no repertório contemporâneo ANPPOM


Curione; LORENÇÃO, brasileiro para a iniciação ao piano
Tayná Batista.

7. 2017 SILVA, Glênio Vilas Carência do uso dos pentacordes e transposição ABEM
Boas da. de tonalidade na iniciação ao piano e teclado
eletrônico: um estudo sobre a experiência de
professores em escolas particulares de música

8. 2017 FELLER, Mônia A ludicidade no ensino de piano para crianças: a ABEM


Kurrle; SBAFFI, proposta de uma prática docente e de escolha de
Edoardo; REIS, Carla repertório
25

Silva.

9. 2017 LONGO, Laura; Práticas criativas ao piano: aquisição e ANPPOM


MORAES, Maria José ampliação de habilidades
Dias Carrasqueira de.

Fonte: Autora.

A tabela 10 apresenta os artigos encontrados na sétima categoria: piano


colaborativo, perfazendo um total de três artigos encontrados e apresentados em ordem
cronológica inversa.

Tabela 10: Artigos encontrados na categoria: piano colaborativo.

N° Ano Autor Título Evento

1. 2021 MOTA, Gisele Pires de Simpósio Piano Colaborativo ABEM


Oliveira; YAMAGUCHI,
Regiane Hiromi; SILVA,
Rudson Ricelli Lima da;
SOUZA, Hamurábi Ferreira
de; SANTOS, Elisama da
Silva Gonçalves.

2. 2021 FONTANA, Taiur Agnoletto. Distinções entre competências do pianista ANPPOM


colaborador

3. 2021 SILVA, Rudson Ricelli Lima O uso do playback e o piano colaborativo: ANPPOM
da; YAMAGUCHI, Regiane uma reflexão crítica acerca do
Hiromi. desenvolvimento da criatividade do
músico-performer

Fonte: Autora.

A tabela 11 apresenta os artigos da oitava categoria: piano coletivo/grupo,


perfazendo um total de dez artigos encontrados, e apresentados em ordem cronológica
inversa.
26

Tabela 11: Artigos encontrados na categoria piano coletivo/grupo.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2021 ALVES, Matheus Viana; A composição como aporte didático nos ABEM
COSTA, Mirna Azevedo; processos de ensino e aprendizagem de piano:
VALADÃO, Patrícia; um relato de experiência
AZEVEDO, Aline.

2. 2021 CAMPITELLI, Juliana; Piano em grupo para quê? Reflexões sobre o ABEM
MENDES, Adriana. estudo de piano em grupo para educadores
musicais

3. 2021 MENDES, Dayse Arranjos didáticos: um diálogo entre a ABEM


Gomes; RIBEIRO, composição e o ensino coletivo de piano
Robson.

4. 2021 VIEIRA, Josélia Ensino cooperativo (remoto) de piano na ABEM


Ramalho. licenciatura em música: a extensão universitária
como ferramenta de formação

5. 2019 TORRES, Sérgio Inácio. Avaliação da leitura à primeira vista no ensino ABEM
de piano complementar em grupo nas
Licenciaturas em Música

6. 2019 VIEIRA, Bruna. Piano em grupo sem fones de ouvido: uma ABEM
abordagem colaborativa

7. 2019 FALCÃO, José Edmilson O Polo de piano - Casarão dos azulejos do


Coelho; SANTANA, PRIMA: o processo de cooperação na
Priscila Silva; VIEIRA, implantação, consolidação e desenvolvimento de ABEM
Josélia Ramalho. Ensino de Piano em Grupo em projeto social

8. 2019 VIDEIRA, Mário. Metodologias e estratégias de aprendizado: das ANPPOM


Cartas sobre o ensino do pianoforte de Carl
Czerny às abordagens do piano em grupo
27

9. 2019 GOULART, Cheisa R. Projeto Pianoforte: Um relato de experiência de


um projeto social voltado ao ensino do piano
ANPPOM

10. 2017 SILVA, Rosângela; Métodos de ensino coletivo de piano aplicado na ABEM
SOARES, Edna Andrade. escola de arte da UFAM

Fonte: Autora.

A tabela 12 apresenta os artigos da nona categoria: piano e docência, perfazendo


um total de cinco artigos encontrados, e apresentados em ordem cronológica inversa.

Tabela 12: Artigos encontrados na categoria piano e docência.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2021 SILVA, Mariana Nascimento Atividades lúdicas no ensino de piano para ABEM
Bol da; DELTRÉGIA, crianças: uma proposta de escolha e aplicação
Cláudia Fernanda. conscientes

2. 2021 HARTMANN, Ernesto; O curso de especialização em pedagogia do ABEM


SILVEIRA, Ronal Xavier; piano (2011-2021), um perfil do ingresso
CERQUEIRA, Daniel
Lemos; MARQUES, Cláudia
de Araújo; BORGES, Ana
Maria Valentim.

3. 2021 TOFOLI, Rejane do Os Professores de Piano e a Docência no ABEM


Nascimento. Século XXI

4. 2021 NEVES, Maria Teresa de O Ensino de Piano nos Conservatórios ABEM


Souza; REIS, Carla Silva Estaduais de Música de Minas Gerais a partir
da narrativa de seus Professores

5. 2019 DELTRÉGIA, Cláudia O Projeto “Encontros Sobre Pedagogia do ANPPOM


Fernanda; NASCIMENTO, Piano” e as Diretrizes para a Extensão
28

Jeezir Morais. Universitária na Educação Superior

Fonte: Autora.

A tabela 13 apresenta os artigos da décima categoria: técnica pianística, perfazendo


um total de seis artigos encontrados, e apresentados em ordem cronológica inversa.

Tabela 13: Artigos encontrados na categoria técnica pianística.

N° Ano Autor(es) Título Evento

1. 2021 BARROS FILHO, Eduardo Relato de experiência sobre o processo de ABEM


Dias de. produção do livro “Pianíssimo - música e
poesia”: o ensino por imitação e as práticas
criativas no ensino do piano

2. 2021 SIMÕES, Ana Paula As valsas e os tangos de Chiquinha Gonzaga ABEM


Machado. como repertório didático para alunos de
piano

3. 2020 KIENEN, João Gustavo; Aprendizagem motora e aquisição de ANPPOM


SOUSA, Jhonata Monteiro repertório pianístico: uma proposta analisada
de. com o primeiro arabesque de Debussy.

4. 2019 MAESHIRO, Midori. O movimento “inteligente” dos dedos: entre ANPPOM


as habilidades cognitiva e motora dos
pianistas

5. 2018 MINADEO, Liz Helena. Pedagogia e técnica pianística de Peter ANPPOM


Feutchtwanger: aspectos relevantes para a
performance musical

6. 2017 OLIVEIRA FILHO, Manoel Dimensões terminológicas da pedagogia ANPPOM


Theophilo Gaspar de; pianística: “exercício” e “estudo”
MARTINS, José Henrique;
NODA, Luciana.

Fonte: Autora
29

4.1 Apreciação
Após a apresentação dos trabalhos encontrados, serão abordados e detalhados seus
enfoques de acordo com as suas categorias, objetivos e resultados obtidos.

4.2 Categorias e objetivos gerais

Categoria 1 - Ensino Remoto/On-line


Diante dos trabalhos catalogados, sete se localizam tematicamente na categoria
“ensino remoto/on-line”, relatando experiências sobre as aulas remotas de piano em
decorrência da pandemia da covid-19, como devem ser pensadas as aulas em formato
remoto/on-line, apontando desafios, recursos didáticos e resultados desta iniciativa. Estes
trabalhos apresentam, em diferentes perspectivas e realidades, como se deu o
desenvolvimento das aulas remotas de piano, desde seu planejamento à realização destas
atividades.
Qi, Miranda et al., (2021) trazem reflexões a partir do relato de experiência sobre o
Curso de Extensão de Piano da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (EMUFRN), tendo sido realizado em tempos de pandemia no qual o ensino foi
completamente remoto. Os autores apontam que a tecnologia pode permitir que, durante
as aulas remotas/on-line de piano, o ensino possa ser eficiente, suprindo necessidades e
trazendo benefícios similares ao ensino presencial. Este trabalho se diferencia por trazer
também o relato de aulas de piano em inglês que foram oferecidas aos alunos que
desejassem praticar essas habilidades distintas simultaneamente: a linguística e a música.
Em Alvim (2021), a autora relata sua experiência com as Tecnologias Digitais da
Informação e Comunicação no contexto escolar (TDIC) e apresenta experiências de como
esta permitiu a continuidade das aulas de piano para crianças. Apesar de ter diversos
pontos positivos como a aquisição de novos métodos de ensino e tecnologias que agregam
no ensino do piano, a autora conclui que “o formato presencial é o mais adequado para o
ensino de piano para crianças”. (ALVIM, 2021, p. 12)
Já Hamond (2021) compartilha sua experiência como docente em aulas de piano
no ambiente acadêmico, focando seu trabalho na descrição dos recursos tecnológicos e
softwares que a auxiliaram no ensino do piano. A autora apresenta e explica a
funcionalidade de três destes recursos tecnológicos, sendo eles: OBS Studio, VMPK,
Reaper e Synthesia. Tais tecnologias permitiam que durante as aulas houvesse o
30

compartilhamento de duas câmeras por ângulos diferentes, acionamento das teclas tocadas
através de cores, identificação e diferenciação das articulações ao piano e tutoriais
audiovisuais das peças que os alunos estavam estudando. Hamond consente que o uso das
tecnologias digitais no ensino têm o poder de tornar a relação professor-aluno mais
colaborativa em que “o aluno tem mais autonomia no seu processo de aprendizagem”.
(KING, apud HAMOND 2021)
O trabalho de Tanaka (2021) foca no termo “musicar” (musicking) de Christopher
Small e em como isto pôde ser adquirido durante as aulas de piano on-line para os alunos
de graduação e extensão universitária da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A
autora pontua que a partir deste ensino remoto lhe foi permitido que a aprendizagem do
piano fosse repensada não somente do ponto de vista pianístico, como também da
educação musical proporcionando uma inovação pedagógica através do uso da
criatividade e ludicidade.
Já Costa (2021) se diferencia por relatar sua experiência no ensino remoto como
aluno do curso de bacharelado em piano na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e
assim como Tanaka (2021), ele conclui que o ensino através dos recursos tecnológicos
permitiu com que ele adquirisse mais autonomia em seu processo de aprendizagem.
Cândido e Parizzi (2021) apontam em seu artigo alguns caminhos didáticos que
podem ser percorridos por professores de instrumento que estão ministrando aulas on-line
para crianças. Os autores apresentam estratégias e diferentes recursos tecnológicos através
do relato de experiência sobre as aulas de piano em forma remota de crianças entre 6 e 12
anos de idade do Núcleo Villa-Lobos de Educação Musical. Este trabalho também acentua
a importância do uso da criatividade e ludicidade durante o preparo destas aulas, visto que
“são primordiais para motivar o aprendizado dos alunos, principalmente crianças”.
(CÂNDIDO; PARIZZI, p. 4)
O artigo de Martins, Silveira e Hamond (2021) traz em questão o uso pedagógico
do Shared Piano e de outros aplicativos do Chrome Music Lab durante as aulas de uma
aluna que não possuía teclado, portanto suas aulas e seu aprendizado foram através da
utilização destes recursos. As autoras concluem em seu trabalho que não deveria haver
tanta resistência por parte dos professores de instrumento sobre o uso dessas tecnologias
durante as aulas remotas, tendo em vista que apesar de seus desafios o ensino do piano
com a tecnologia “é um caminho sem volta, não há mais como negar essa
indissociabilidade”. (MARTINS; SILVEIRA; HAMOND, p. 12)
Categoria 2 - Ensino Superior, Técnico e Profissionalizante
31

O trabalho de Contente (2021) se insere no contexto de ensino superior, técnico e


profissionalizante. O autor contextualiza e apresenta reflexões sobre o Curso Técnico em
Instrumento Musical - Piano na Escola de Música da Universidade Federal do Pará
(EMUFPA) apresentando o currículo deste curso, apontando críticas e possíveis caminhos
para a construção de uma nova organização desta realidade escolar, para além de apenas
uma formação de grade curricular. Ele também defende que o aprendizado não se detém às
atividades que acontecem apenas em período regular, tornando necessário que as
instituições desenvolvam “uma percepção de si mesmas para além da manutenção de um
currículo tradicional”. (CONTENTE, p. 8)

Categoria 3 - Estudos sobre Performance


Em Madeira e Santos (2018), os autores abordam o uso da formação de imagem
mental durante a prática pianística a partir da situação experimental onde quatro alunos de
piano em níveis acadêmicos distintos foram avaliados enquanto aprendiam uma peça a
partir da gravação desta obra. Os autores explicam que dois destes alunos obtiveram
melhor aproveitamento diante destas práticas, pois a percepção de melodias e manipulação
de imagens mentais de modo a transcrever essas peças através da busca pelo
reconhecimento das alturas estimuladas foram bases importantes para promover um
melhor desempenho durante a performance.
Já Bezerra (2018) aborda a performance sob outra perspectiva, trazendo um estudo
sobre os aspectos psicológicos durante o ensino-aprendizagem dos alunos, pontuando a
importância do estímulo por parte do professor, da forma com que irá desenvolver suas
aulas e integrar o aluno durante as atividades. A autora nomeia estes processos de “estado
de fluxo e contrafluxo", desenvolvendo um debate que leva em consideração a forma com
que o aluno se sente durante os diferentes estímulos que recebe de seu professor. Bezerra
ressalta que esta é uma “abordagem inovadora na prática pianística” (BEZERRA, p. 8)
pois contempla não somente os aspectos que envolvem a psicologia da música, bem como
trata de questões humanas que influem no fazer musical.

Categoria 4 - Estudos sobre Repertório


Silva e Vieira (2021) trazem em seu trabalho uma pesquisa sobre a recorrência do
repertório brasileiro nos cursos de bacharelado e licenciatura em piano da Universidade
Federal da Paraíba (UFPB). Através do currículo destes programas, as autoras investigam
como está inserido o repertório brasileiro nos recitais de conclusão levantando uma
32

discussão sobre quais são as peças brasileiras executadas no período compreendido entre
2015 a 2020 e como o antigo currículo privilegiava apenas o repertório europeu.
Sendo o repertório pianístico muito vasto e inovador, Mendes e Botelho (2021)
apresentam estratégias e caminhos para o primeiro contato com o repertório do piano
contemporâneo através de dez peças selecionadas de Játékok I, de G. Kurtág. As autoras
mencionam a presença das técnicas estendidas e questões performáticas do repertório
contemporâneo, tendo também peças que sugerem ao pianista estar de pé ou caminhando
pelo piano enquanto a executa. Com o intuito de apresentar um novo olhar sobre o ensino
e inserção deste repertório para os alunos, Mendes e Botelho ressaltam que a pesquisa
trouxe uma nova perspectiva sobre “a introdução do repertório contemporâneo,
desenvolvimento gestual e estímulo da criatividade, improvisação e imaginação na
construção da performance musical”. (MENDES; BOTELHO, p. 14)

Categoria 5 - Inclusão
O trabalho de Rosa (2021) apresenta um relato de experiência de uma aluna de
piano com cegueira e rigidez nas articulações, consequência de artrogripose. A autora traz
reflexões sobre os resultados que observou enquanto trabalhava com a aluna o Método
Suzuki em um espaço de educação musical. Rosa analisa em seu trabalho a superação de
desafios com relação a aluna citando o progresso referente as articulações das mãos,
juntamente com a execução de notas e a motivação gradativa da aluna perante as aulas. O
resultado positivo desta experiência também se deu pela participação e apoio dos pais da
aluna relatado pela autora, a mesma também enfatiza que o trabalho feito gradativamente
impulsiona o aluno a superar suas dificuldades, fazendo com que “sejam gradualmente
minimizadas e que as habilidades possam ser desenvolvidas”. (ROSA, p. 11)
Já Salles e Reis (2021) trazem o estado da arte com recorte temporal de 2003 a
2020 através do levantamento dos trabalhos publicados em anais de congressos e
encontros nacionais da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e da
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM) sobre o ensino
de música para idosos e a ausência da pedagogia do piano. Diante do pressuposto, as
autoras relatam que não houve a identificação de trabalhos que abordassem a pedagogia
do piano para idosos, atribuindo a isto a provável falta de motivação para o professor, por
aparentemente não “se sentir capacitado para lidar com esse novo público”. (SALLES;
REIS, p. 5)
Em Rodrigues, Guimarães e Albuquerque (2019), é abordada a experiência sobre o
33

ensino de piano para uma aluna surda. As autoras trazem como referencial teórico os
trabalhos de Guerreiro (2012), Schambeck (2016), Haguiara-Cervelline (2003) e Louro
(2018) apontando que é possível fazer com que a pessoa surda experimente música
significativamente através das vibrações que o corpo percebe. As autoras relatam que a
experiência foi positiva a ponto de estimular na aluna a vontade de prosseguir com aulas
de piano, desta vez em uma escola especializada. O trabalho permite com que haja a
compreensão de que é possível ensinar música para pessoas surdas “realizando adaptações
e modificando o nosso olhar sobre a forma de ouvir música”. (RODRIGUES;
GUIMARÃES; ALBUQUERQUE, p. 5)
Gomes e Souza (2017) relatam, a partir de um estudo de caso, como o protótipo
Professor Piano (PP) aplicado em uma estudante acadêmica deficiente visual pode tornar a
aprendizagem musical mais efetiva através das Tecnologias Assistivas (TA) e Tecnologias
da Informação e Comunicação (TIC). Os autores apresentam resultados positivos e falam
sobre a importância da utilização da tecnologia para ampliar a inclusão.

Categoria 6 - Iniciação ao Piano


Em Goulart e Deltrégia (2021), as autoras abordam a importância do
desenvolvimento da performance pianística ainda no processo de iniciação ao piano. Este
trabalho tem o foco em desenvolver processos didáticos que visam transmitir aspectos da
sensibilidade artística, aspectos gestuais e mecânicos no ensino-aprendizagem por meio de
uma pesquisa bibliográfica buscando estratégias que potencializam a performance do
aluno, aprimorando técnicas pianísticas ao mesmo tempo em que são musicalizados. Este
trabalho apresenta soluções acerca das atividades que podem ser sugeridas e utilizadas em
escolas de música e arte, bem como para o “fortalecimento da área da pedagogia do
instrumento”. (GOULART; DELTRÉGIA, p. 13)
Já em Ramos e Marino (2021), as autoras compreendem que a canção é uma
ferramenta importante durante o ensino de piano, especialmente para os iniciantes. As
autoras trazem em seu trabalho caminhos pedagógicos e estratégias musicais para a
musicalização utilizando o piano como instrumento musicalizador. São citados como
recursos pedagógicos os livros didáticos Piano 1 e Piano 2: arranjos e atividades
(RAMOS; MARINO, 2015; 2009) que trabalham habilidades técnicas e a criação de
arranjos por meio da canção. As autoras compreendem que a presença da canção como
recurso pedagógico no ensino de piano “está estreitamente relacionada ao processo de
musicalização ao instrumento”. (RAMOS; MARINO, p. 4)
34

O trabalho de Souza e Santana (2021) apresenta possibilidades didáticas do ensino


do piano para alunos iniciantes e intermediários através dos dois volumes da obra “13
Pequenas Peças Brasileiras - Coletânea” de Moema Craveiro Campos. Neste trabalho, essa
obra é pontuada por sua possibilidade de improvisação, criação e variedade rítmica do
cenário musical brasileiro, ponto que os autores acentuam ao ressaltar a importância do
uso de peças feitas por uma compositora brasileira durante o ensino do piano. Estas obras
são apresentadas como um conjunto de oportunidades pedagógicas no ensino de piano
para iniciantes.
Haas e Rocha (2021) focam seu trabalho no desenvolvimento da criatividade
musical através do mapeamento de pesquisas do campo de processos criativos no ensino
do instrumento no portal de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) e os anais dos congressos nacionais da Associação Brasileira de
Educação Musical (ABEM). Os autores buscam apresentar que o uso da imaginação e
criatividade deve “preceder e articular-se ao ensino da técnica pianística”. (SWANWICK,
apud HAAS; ROCHA, 2021)
Assim como Haas e Rocha (2021), Pismel (2021) traz em seu trabalho uma
reflexão sobre o uso da criatividade no ensino de instrumento e um diálogo entre a
musicalização e sua passagem para aulas de instrumento. A autora relata experiências
vividas no projeto emergente Piano Criativo na cidade de Curitiba, Paraná, que surgiu com
o intuito de ser uma transição das aulas de musicalização para o ensino do instrumento
sem deixar de lado a ludicidade e a criatividade durante todo o processo. A autora
evidencia que “se o ensino for muito cartesiano, o aluno também perde a possibilidade de
vivenciar a música de forma mais ativa, corporal e lúdica”. (PISMEL, p. 5)
Já Menezes e Lourenção (2020) investigam peças do repertório contemporâneo
brasileiro para a iniciação ao piano e sua pluralidade estética. O trabalho apresenta uma
variedade de peças brasileiras em nível elementar que podem ser utilizadas no
ensino-aprendizagem do piano desde iniciantes a um grau de dificuldade progressivo.
Silva (2017) traz em seu trabalho uma investigação quanto ao uso de pentacordes e
transposição de tonalidades detalhando as vantagens e desvantagens do uso destes
aspectos pedagógicos para iniciantes ao piano em escolas especializadas de música de
Belo Horizonte e seus resultados obtidos. O autor afirma que o uso desta metodologia para
iniciantes “em grande parte das vezes está ligada ao desejo de satisfação, prazer ou
curiosidade”. (SILVA, p. 1)
Em Feller, Sbaffi e Reis (2017) é possível encontrar uma reflexão e proposta
35

didática sobre o uso da ludicidade e criatividade no ensino do piano para crianças, como
também um repertório a ser utilizado durante a infância desenvolvido pelos próprios
autores que pontuam aspectos importantes a serem utilizados durante esta etapa. Os
autores também ressaltam a importância do uso do lúdico na iniciação ao piano para
crianças, pois “atua como elemento facilitador da experimentação musical”. (FELLER;
SBAFFI; REIS, p. 15)
Por fim, o trabalho de Longo e Moraes (2017) contribui no estudo das práticas
criativas como forma de aperfeiçoamento da técnica pianística de aluna iniciante, bem
como a ampliação de habilidades e compreensão no aprendizado da linguagem musical.
As autoras apresentam as peças estudadas pela aluna, aspectos a serem trabalhados e
resultados obtidos de acordo com o nível de dificuldade de cada uma das músicas.

Categoria 7 - Piano Colaborativo


Em Mota, Yamaguchi et al., (2021) os autores abordam, através deste simpósio, as
diversas faces de um pianista especialmente voltadas para o piano colaborativo que
pretende estudar, analisar e refletir sobre os caminhos percorridos por este tipo de
instrumentista, sua formação, possibilidades e desafios neste mercado de trabalho em
questão da música de câmara.
Já Fontana (2021) apresenta as diferentes habilidades que devem ser desenvolvidas
no pianista colaborador, e ainda destaca a importância de disciplinas sobre prática em
conjunto em cursos de graduação em música e que estas devem ter continuidade, pois sem
elas, “consequentemente, não se alcança a totalidade das competências exigidas em um
cargo de pianista colaborador”. (FONTANA, p. 4)
O trabalho de Silva e Yamaguchi (2021) permite refletir através de uma visão
crítica sobre o uso de playbacks durante as performances e a presença do pianista
colaborador. Os autores propõem que os playbacks são alternativas para peças iniciais,
permitindo uma abordagem divertida e interativa. Entretanto, não possibilitam o fazer
artístico “que imprime a voz individual do músico-performer”. (SILVA; YAMAGUCHI, p.
6)

Categoria 8 - Piano Coletivo/Grupo


Esta categoria abarcou o maior número de artigos, foram encontrados dez trabalhos
que abordam o ensino do piano coletivo/grupo.
No trabalho de Alves, Costa et al., (2021) é abordado o uso da composição como
36

ferramenta para o ensino do piano em grupo na Universidade Federal do Espírito Santo


(UFES). Neste quesito, é relatado a experiência de compor músicas para o aprendizado
coletivo de um instrumento utilizando a criatividade e pensando nas características que
irão nortear os pontos a serem aprendidos através destas peças.
Campitelli e Mendes (2021) atribuem às aulas de piano em grupo a boa formação
de um educador musical que tenha as características necessárias para saber a arte do
improviso, harmonização, leitura à primeira e transposição. As autoras têm como base os
trabalhos de Carlos Costa, Gillian Buchanan e Christopher Fisher direcionando a
apresentação dos benefícios das aulas de piano em grupo e mostrando a necessidade de se
obter essas habilidades.
O trabalho de Mendes e Ribeiro (2021) dialoga com a importância do uso da
composição para aulas de piano em grupo abordado no trabalho de Alves, Costa et al.,
(2021). Neste caso, os autores tratam da composição de arranjos didáticos feitos pelos
próprios estudantes da turma e como essa estratégia traz benefícios para o aprendizado da
turma desenvolvendo diferentes habilidades.
Em seu trabalho, Vieira (2021) enfatiza a importância do Laboratório de Pianos -
PianoLab da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) como formador no ensino de piano
em grupo. A autora traz uma reflexão sobre a importância deste curso na formação de
professores de piano a ingressar no curso de licenciatura em música, sendo o PianoLab um
espaço que “proporciona tanto o espaço para o ensino/aprendizagem quanto para a
reflexão sobre o ensino em grupo” (VIEIRA, p. 4). Vieira também conclui que entre os
benefícios de se trabalhar o piano em grupo, estão o aumento de sua autoestima, saúde e
competências sociais.
Já Torres (2019) avalia o andamento da leitura à primeira vista no ensino do piano
complementar em grupo nas licenciaturas em música considerando que esta é uma prática
imprescindível na formação de professores. O autor considera que, sendo a leitura à
primeira vista uma habilidade importante para o ensino coletivo e a prática pianística, a
avaliação deste aspecto dentro dos cursos de licenciatura torna-se importante por atribuir
ao estudante uma série de componentes cognitivos.
O trabalho de Vieira (2019) traz estratégias que buscam solucionar o
desenvolvimento das aulas de piano em grupo em ambientes que carecem de recursos
pedagógicos e equipamentos adequados. A autora relata o funcionamento das aulas de
Teclado Básico no curso de licenciatura da Universidade Federal do Piauí (UFPI) com a
ausência de todos os materiais necessários para os alunos, sendo assim, ela traz a
37

adaptação de ensino de acordo com os equipamentos disponibilizados e traz uma reflexão


de como se deu a aprendizagem dos alunos a partir desta adaptação.
Falcão, Santana e Vieira (2019) apresentam em seu trabalho o polo de Piano,
projeto social que conta com o apoio da UFPB, possuindo como principal objetivo a
democratização do ensino do piano para pessoas carentes e comunidades onde o Estado se
encontra ausente. Os autores relatam a história deste projeto e os resultados já obtidos
através dessa iniciativa, como a aprovação de três alunos no curso superior de música.
Já Videira (2019) traz um estudo sobre as diferentes estratégias de
estudo-aprendizagem tratadas por Carl Czerny em suas Cartas sobre o ensino do
pianoforte. Videira apresenta sobretudo os conselhos ditos por Czerny e suas demais
metodologias para pianistas iniciantes, indicando que o ensino do piano em grupo traz
benefícios relacionados à possibilidade de haver a troca de conhecimento com a turma e o
professor.
Goulart (2019) relata o Projeto Pianoforte, iniciativa realizada pelo Piano Studio
Cheisa Goulart com o objetivo de alcançar alunos em vulnerabilidade social e com baixa
renda através de aulas de piano em grupo. A autora também aponta que o ensino em grupo
traz diversas vantagens, como a capacidade de aumentar a “segurança rítmica, a
motivação e o entusiasmo”. (FISHER, apud GOULART, 2019)
Por fim, Silva e Soares (2017) trazem um relato de experiência através de uma
pesquisa-ação sobre as aulas de piano coletivo da Escola de Arte da Universidade Federal
do Amazonas (UFAM) investigando as diferentes metodologias utilizadas por cada um
dos cinco professores-instrutores envolvidos na pesquisa. Como resultado da coleta de
dados, as autoras concluíram sobretudo que através das respostas dos entrevistados o
ensino de piano em grupo está “na capacidade de ensinar e aprender uns com os outros,
sem que nenhum saia de uma aula sem adquirir o conhecimento planejado para aquele
dia”. (SILVA; SOARES, p. 8)

Categoria 9 - Piano e docência


Silva e Deltrégia (2021) enfatizam a importância do uso da ludicidade, criatividade
e organização na escolha de atividades pelos professores e investigam de que forma estes
pontos podem ser positivos e negativos na aprendizagem do aluno. As autoras citam que o
uso de brinquedos durante as aulas podem “transformar a aula em um ambiente próximo a
realidade do aluno” (SILVA; DELTRÉGIA, p. 4) facilitando a aprendizagem e
diversificando a metodologia utilizada.
38

Já Hartmann, Silveira et al., (2021) fazem um apanhado sobre a criação do curso


de Pedagogia do Piano no Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro e em qual
contexto se insere o perfil do ingresso. Ainda no trabalho, os autores apontam que por se
voltar ao perfil de educador musical de escola regular, a formação dos professores no
curso de licenciatura em música “não formam professores capacitados a atuar como
professores de instrumento”. (HARTMANN, SILVEIRA et al, p. 7)
Tofoli (2021) traz uma reflexão através dos resultados de uma pesquisa com
professores de diferentes localidades do território nacional para analisar quais são os
caminhos pedagógicos abordados por cada um no processo de ensino para os níveis
iniciais buscando entender como estes professores aprenderam a exercer a área da
docência.
Assim como Tofoli (2021), Neves e Reis (2021) buscam analisar como se deu a
formação profissional de dez professores de piano que atuam nos Conservatórios
Estaduais de Música de Minas Gerais (CEM) através de entrevistas.
Por fim, Deltrégia e Nascimento (2019) abordam o projeto de extensão
universitária “Encontros sobre Pedagogia do Piano” apresentando seus objetivos e ações
que buscam envolver a comunidade externa promovendo oficinas, masterclasses,
palestras, recitais e direcionamentos para os profissionais em formação ou que já atuam na
área docente.

Categoria 10 - Técnica pianística/Ensino da técnica


Barros Filho (2021) relata seu processo de criação do livro Pianíssimo - Música e
Poesia através de uma abordagem pedagógica. O autor conta que o livro contém um
repertório didático que busca trabalhar a técnica pianística através do ensino por imitação -
rote teaching.
Já Simões (2021) apresenta valsas e tangos de Chiquinha Gonzaga como repertório
que propõe um desenvolvimento técnico, estilístico e musical. Através da análise dessas
peças, a autora investiga quais desafios técnicos são encontrados nas peças e explica quais
são os benefícios de utilizá-las como material didático. A autora ainda pontua que a
valorização deste repertório é importante “para a continuidade do legado dessa
compositora brasileira tão importante”. (SIMÕES, p. 10)
Em Kienen e Sousa (2020) são explorados três núcleos de pesquisa, entre eles a
técnica pianística através de habilidades motoras no primeiro Arabesque de Debussy.
Neste trabalho, os autores analisam como se dá o processo da aprendizagem motora
39

assinalando a importância do pianista em saber como sua musculatura trabalha ao tocar no


piano “com o objetivo de melhorar o som em que pode produzir”. (KIENEN; SOUSA, p.
15)
Maeshiro (2019) trata de uma pesquisa teórico-cognitiva em busca de padrões
comuns na forma de comportamento corporal dos pianistas. O trabalho apresenta
ferramentas para a aquisição de novos métodos pedagógicos que trabalhem a
independência de dedos e mãos.
No trabalho de Minadeo (2018), a autora traz soluções para a técnica pianística
através das questões pedagógicas de Peter Feuchtwanger que busca oferecer exercícios
para evitar lesões nos pianistas apresentando novas possibilidades físicas.
Por fim, Oliveira Filho, Martins e Noda (2017) apresentam as diferentes dimensões
da terminologia musical utilizando os termos “estudo” e “exercício” para explicar que os
sentidos concedidos a um mesmo termo “podem variar, no tempo e no espaço, ao ponto de
receberem até sentidos opostos”. (OLIVEIRA FILHO; MARTINS; NODA, p. 7)
Este capítulo se encerra trazendo a análise dos conteúdos dos artigos selecionados
de forma a melhor compreender esta produção. Em sequência, as considerações finais
trarão as conclusões sobre o trabalho realizado.
40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como observado no levantamento de trabalhos, as temáticas foram categorizadas
em dez grupos abordando diferentes aspectos relacionados ao piano e seu ensino. Na
categoria de ensino remoto/on-line, a autora pôde perceber que apesar desses trabalhos
abordarem os desafios enfrentados mediante a migração das aulas presenciais para as
aulas remotas em decorrência da pandemia da covid-19, esta categoria apresentou novos
recursos pedagógicos e outras possibilidades do continuamento das aulas de piano,
suprindo contudo a necessidade de novas ferramentas para os professores que enfrentam
os desafios das aulas remotas. Todas as leituras feitas levam a entender que, por mais
diversas realidades, os professores de piano enfrentam dificuldades semelhantes, bem
como: a ausência do contato físico para melhor correção de técnica, o despreparo relatado
pelos professores e a falta de estrutura domiciliar de alguns alunos que não possuíam
teclado em casa ou uma boa rede de internet.
Já a partir da análise feita na categoria ensino superior, técnico e profissionalizante
que continha apenas um trabalho, foi percebido que esta é uma área que poderia ter mais
produções voltadas ao tema, tendo em vista que o autor do texto traz abordagens
importantes de serem refletidas a respeito da grade curricular de cursos de música, pois há
comumente grades curriculares que não prevêem as necessidades da realidade musical do
ambiente em que o discente está inserido.
Os trabalhos que abordam estudos sobre a performance trazem informações válidas
tanto para o modo de pianistas compreenderem os aspectos norteadores de suas
performances e aspectos influenciadores, quanto para os professores/instrutores no quesito
de saber lidar com as inseguranças dos alunos e exercer com sabedoria seu papel de
orientador para auxiliá-los em suas performances.
Os dois textos da categoria estudos de repertório trouxeram informações novas
para a autora, assim como ela acredita serem textos muito importantes na divulgação e
valorização dos diferentes repertórios existentes disponíveis para o pianista explorar.
Já a leitura e análise da categoria inclusão mostram um conjunto de possibilidades
para trabalhar a música no piano em diferentes contextos e necessidades, especialmente
por relatar casos de estudantes com diferentes necessidades específicas e suas superações.
Esta categoria também leva a reflexão de que os espaços de ensino de música precisam
estar preparados para oferecer o ensino de maneira que inclua a todos.
Foi possível extrair desta pesquisa uma diversidade de materiais didáticos,
metodologias, possibilidades e jogos para utilizar em sala de aula. É através da categoria
41

de iniciação ao piano que se percebe a preferência pelo uso de atividades criativas e


lúdicas pelos professores de piano na atualidade, sendo essa busca por atualizações um
ponto muito positivo pois possibilita que o professor tenha contato com novas formas de
pensar a sua aula e explore aspectos além da metodologia mais rigorosa.
Apesar da pouca quantidade de trabalhos, a categoria piano colaborativo contém
textos que trazem a reflexão de como é a formação dos profissionais atuantes nesta área,
levando-nos a perceber a importância de haver um preparo sólido e eficiente, tendo em
vista que o papel do pianista colaborativo é realidade na sociedade.
A análise dos trabalhos encontrados na categoria piano coletivo/grupo comunica
que o ensino do piano em grupo traz muitos benefícios para a turma, tendo em vista que os
fazem interagir e ouvir uns aos outros. Também é possível perceber que hoje, em grande
parte das escolas de música do Brasil, infelizmente ainda não há estruturas eficazes e
preparadas para o ensino do piano em grupo, ponto importante que os textos dessa
categoria trazem, possibilitando traçar meios para mudar esta situação.
A categoria piano e docência se encontra como um verdadeiro guia e aconselhador
para professores em formação ou já atuantes mostrando que o professor deve estar
constantemente em busca de aperfeiçoar suas práticas pedagógicas. Já alguns trabalhos
dessa categoria fazem olhar com urgência para a formação de cursos voltados para a
licenciatura em instrumento, tendo em vista que as licenciaturas em sua maioria formam
apenas educadores musicais.
Por fim, a última categoria traz assuntos importantes sobre técnica pianística e
mostra que os profissionais estão buscando melhores soluções para problemas técnicos
visando auxiliar seus alunos através de repertórios específicos.
Respondendo às questões iniciais, as principais temáticas que foram exploradas
neste recorte temporal foram os aspectos didáticos da iniciação ao piano, o ensino
utilizando a criatividade, o piano em grupo e o ensino remoto. Já outras temáticas como
ensino superior, técnico e profissionalizante; estudos sobre performance e estudos sobre
repertório obtiveram pouca abordagem comparadas às demais categorias. A autora
considera que assuntos como a valorização do repertório brasileiro são de suma
importância durante a formação musical de um pianista ciente de sua cultura, para que
assim, as obras dos compositores brasileiros permaneçam sendo propagadas, tocadas e
valorizadas. Em suma, o mapeamento destes temas auxiliou no processo de entendimento
e da compreensão sobre a amplitude e diversificação temática da área da pedagogia do
piano no país, bem como possibilitou o entendimento de quais as temáticas mais
42

recorrentes sendo abordadas no campo acadêmico e como se pode traçar possíveis


mudanças para alcançar o êxito em obstáculos identificados.
43

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