Você está na página 1de 84

REVI STA DA

ESCOLA DOMINICAL
UÇÕES BÍBLICAS PARA CULTO DOMÉSTICO, DEVOCIONAL E PEQUENOS GRUPOS

ALUNOE ADULTOS

utrrnas
Bíblicas
Fundamentos B%
'■'w

da
Verdade
r \ PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA
PECC
V y M a t r iz C u r r ic u l a r
B Á S I C O DE T E O L O G I A
• / í u
AREAS DE tP S ) .. t «■ ■ V
m F /

ESTUDO PRÁTICA ESTUDOS DESENVOLVIMENTO


ESPIRITUAL
EVANGELIZAÇÃO
EM ISSÕES
MINISTERIAL BÍBLICOS

O ESPÍRITO A MISSÃO
ACONSELHAMENTO NOVO
SANTO
E ÉTICA CRISTÃ TESTAMENTO
EMSaUZMÇÃO E

VENCEM DO AS CRJSES RÍINQL PODER


AÇÃO. FRUTO.
fiATISMOE DONS
DtSQPUlADO
DA VIDA E GLORIA

CRESCIMENTO E
ANTIGO MISSÕES
SERVIÇO DO
TESTAMENTO NACIONAIS E
CRISTÃO
ESTRANGEIRAS
MATURIDADE [ MORDOMIA

I
DOUTRINAS HOMILÉTICA
HERMENÊUTICA BÍBLICAS ORAÇÃO PARA TODOS
COMO INTERPRETAR ENSINA-NOS A ORAR
A BIBLIA FUNDAMENTOS CHEGOU A SUA
DA VERDADE DE PREGAR

HISTÓRIA DA ESCATOLOGIA FAMÍLIA CIDADANIA E


ASSEMBLEIA BÍBLICA RESPONSABILIDADE
DE DEUS REVELAÇÃO DO FUTURO FORTALECEMDOA FAMÍLIA SOCIAL DA IGREJA

LIDERANÇA
INSPIRADO RA ROMANOS SANTIFICAÇÃO OJJEM É JESUS

PESSOAS TAREFAS E ALVOS

Central de Atendimento: (91J 3110-2400. www.educacaocristacpndnuada^om.bL


RFVKTÀ DA

ESCOLA DOMINICAL
LIÇÕES BÍBLICAS PARA CULTO DOMESTICO, DEVOCIONAL E PEQUENOS GRUPOS

Comentário e adaptação
:----- ' I IIIHMÉMI
Enaldo Brito e equipe editorial
r^ i

SUMÁRIO

DATA

__ L... ./.___ L1ÇÂO 1 DEUS ÚNICO E VERDADEIRO.............................................. 5

__ /___/___ LIÇÃO 2 JESUS, EXPRESSÃO VISÍVEL DE DEUS.............................. 11

__ /_.../ LIÇÃO 3 ESPÍRITO SANTO, 0 CONSOLADOR...................................17

../____LIÇÃO 4 DEUS, 0 CRIADOR DO UNIVERSO.....................................23

__ ________ LIÇÃO 5 ANJOS, OS MENSAGEIROS DE DEUS............................... 29

__ /____/___ LIÇÃO 6 ANJOS CAÍDOS, AGENTES DO MAL....................................35

__ ________ LIÇÃO 7 HOMEM, A GLÓRIA DA CRIAÇÃO....................................... 41

__ /____ /.__ LIÇÃO 8 BÍBLIA, A REVELAÇÃO ESCRITA DE DEUS........................47

__ /_/____ LIÇÃO 9 SALVAÇÃO, A SOLUÇÃO PARA 0 PECADO......................... 53

__ /___ /___ LIÇÃO 10 FAMÍLIA, ALIANÇA DE AMOR E VIDA................................59

__ ________ LIÇÃO 11 IGREJA, O POVO DE DEUS................................................... 65

__ /____LIÇÃO 12 A VINDA DE JESUS............. I l i i l l l f V « 1 v a n a r i # N * * ■ i * B « W l■ ■ ■ ( ! ■ ■ ■ • i f r B » ■ » ■ ■ ■ n ia ia a i* « » « i i > « « 71


* -L

/ ___ A___ LIÇÃO 13 A REVELAÇÃO SOBRE O FUTURO................ g. « a> a i« a i . i l P P ■ K-MSU ilM WPRPi»« / 77 /

Enaldo Brito é pastor na Assembleia de Deus Marituba-Pa. Formado em Teologia (Bacharelato; Mestrado), Con­
tabilidade e Direito. Casado com Telma Brito, é pai de dois filhos: Enaldo Junior e Tiago. É escritor, conferencista e
também professor de Teologia no Seminário Teológico da Assembleia de Deus (SETAD).
Rogério Castelo
04 / 04/17
( X EXPEDIENTE
D o u t r in a s B íb l ic a s C onselho E ditorial
Samuel Câmara, Oton Alencar, Jonatas Câmara,
Rui Raiol, Celso Brasil, Philipe Câmara, Enaldo
A Bíblia é de longe o livro mais Brito. Benjamin A, de Souza.

importante e profundo que já foi E ditor


Samuel Câmara
escrito, mas sua mensagem essen­
E d itor A ssiste n te
cial do amor de Deus em Cristo Benjamin A. de Souza
pode ser entendida pelas crian­
C oordenador E ditorial
ças, ao mesmo tempo em que, por Elléri Bogo

ser sobrenatural, continua a de­ Equipe E ditorial


Elléri Bogo e Honório Pinto
safiar as melhores mentes.
S upervisão E ditorial
Destaco a forma simples, di­ Faculdade Boas Novas (FBN) e Seminário
Teológico da Assembleia de Deus (SETAD)
dática e lógica adotada nesta re­
vista, que sistematiza as grandes R epertório M usical
Rebekah Câmara
doutrinas da Bíblia em três gru­
R evisores
pos; 1) Deus; 2) As criaturas de Auristela Brasileiro e Tarik Ferreira

Deus; 3] O plano de Deus. D istrib uição e Com ercial


Jadiel Gomes
0 Espírito Santo nos guiará e
Editoração e Projeto G ráfico
confirmará em toda verdade di­ Maely Freire, Nei Neves e Tarik Ferreira
vina ao estudarmos estes temas
C onteúdo D igital e im agens
fundamentais da Bíblia com reve­ Jeiel Lopes

rência, humildade e com o coração Versão biblica: Almeida Revista e Atualizada,


salvo quando indicada outra versão.
ávido por aprender.
© 2017. D ire ito s reservados. É proibida a
reprodução parcial ou total desta obra, por
qualquer meio, sem autorização por escrito
da Assembleia de Deus em Belém do Pará e
do autor dos comentários e adaptações.

Program a de Educação C ristã C ontinuada.


Avenida Governador José Malcher, 1571, Nazaré.
CEP: 66.060-230. Belém - Pará - Brasil. Fone: (91)
3110-2400. E-mail: comerciai@adbelem.org.br.

LIV R O P A R A LEITURA C O M P L E M E N T A R

D O U T R IN A S (/a \A'6/'o
Esta revista u sa c o m o b a s e o livro "Doutrinas Fu n d am en tais d a Bíblia:
F u n d am e n to s d a V e rd ad e ", d e Floyd W oodw orth e D avid D u n c a n .
- Instituto C ristão Internacion al (ICI). C a m p in a s (SP). 2 0!3.

Pedidos: (91 ) 3110-2400


Estudada e m ___ /___ /____

f A
LIÇÃO 1 DEVOCIONAL DIÁRIO
■*A
j- .i

Segunda - Dt 6.4
Deus é o Único Senhor
DEUS Ú N IC O Terça - Jo 4.24
Deus é Espírito
E V ER D A D EIR O Quarta - SI 90.2
Deus é Eterno
Quinta - Gn 2.4
Deus é o Criador Onipotente
Sexta - Mt 18.20
Deus é Onipresente
T exto Áu r e o Sábado - Hb 4.13
"Amarás, p ois, o 5enftor, teu Deus, Deus é Onisciente
d e tod o o teu coração, d e tod a a . . . . - ___- m m —_r j • . - --------------- ;---------- a . jr * .

tua alm a e d e tod a a tua força."


Dt 6.5 LEITURA BÍBLICA
Salmo 93.1-4
1 Reina o SENHOR. Revestiu-se de
VERDADE PRÁTICA majestade; de poder se revestiu o
0 Deus Eterno d eseja ter
SENHOR e se cingiu. Firmou o mun­
com u n hão com todos os
hom en s, do, que não vacila.
2 Desde a antiguidade, está firme o
teu trono; tu és desde a eternidade.
3 Levantam os rios, ó SENHOR, le­
vantam os rios o seu bramido; le­
vantam os rios o seu fragor.
4 Mas o SENHOR nas alturas é mais
poderoso do que o bramido das
grandes águas, do que os poderosos
vagalhões do mar.

Hinos da Harpa: 1 2 4 -2 1 6 -1 8 7
V__________ ___________ J
5
Lição 1 - Deus Único e Verclacleim

r ~ ~ a INTRODUÇÃO
DEUS ÚNICO
E VERDADEIRO Neste trimestre, vamos estudar
a doutrina bíblica em três grupos
INTRODUÇÃO principais, na ordem das lições.
No primeiro grupo abordare­
I. NATUREZA DE DEUS mos a Doutrina de Deus:
1) O Deus Único e Verdadeiro;
1. Deus é Espírito jo 4 .24
2) Jesus Cristo;
2. Deus é Eterno 57 90.2 3) 0 Espírito Santo.
No segundo grupo, trataremos
3. Deus é Trino e Único Dtó.4,5 sobre A Criação de Deus:
4) O Criador do Universo;
II. ATRIBUTOS NATURAIS 5) Os anjos;
1. Onipotência Gn l i 6) Anjos caídos;
7) O homem.
2. Onipresença SI 1 3 9 .7 -1 0 No terceiro grupo, estudaremos
3. Onisciência Rm 11.33
0 Plano de Deus:
8) A Bíblia;
9) A Salvação;
III. ATRIBUTOS MORAIS
10) A Família;
1. Santidade Lv 2 0 .2 6 11) A Igreja;
12) A Vinda de Jesus;
2. Amor íjo 4.8,16
13) Eventos Futuros.
3. Sabedoria si 104.24 0 estudo das Escrituras nos
proporciona um conhecimento fiel
APLICAÇÃO PESSOAL da natureza do nosso Deus Eterno.
Embora possamos conhecê-lo de
v_______________________________ j uma forma geral, em observar a Sua
maravilhosa Criação, somente na
Bíblia Ele fez revelações precisas de
si mesmo. Nas Escrituras entende­
mos sobre Seus atributos pessoais.

I. NATUREZA DE DEUS

Consideremos alguns fatos que


precisamos saber sobre Deus.

1. Deus é Espírito. Sua nature­


za é espiritual, imaterial e invisível.

6
Lição 1 - Deus Único e Veniadeim

Deus tem substância, mas 3. Deus é Trino e Único*


não uma substância m aterial, Deus é um único Ser divino. Por
como acontece conosco. Antes, isso, todos os demais seres exis­
Deus é uma substância esp iri­ tem a partir Dele, por meio Dele
tual (Lc 2 4 .3 9 ). e para Ele (ICo 8.6; lR s 8.60; Dt
Sendo espírito, Deus não tem 4.35,39; Dt 6.4; Rm 11.36). Con­
forma alguma e nunca foi visto sideremos duas coisas:
(Jo 1.18; 4.24). Não está sujeito às Primeiro, não existe outro ser
limitações humanas (ITm 1.17; semelhante a Deus nem ninguém
lTm 6.15,16). Moisés viu os refle­ que se compare a Ele dentre todos
xos da glória de Deus, mas não viu os deuses, que na verdade nada
a Sua essência propriamente dita são (Zc 14.9; Êx 15.11).
(Êx 33.19-23). Segundo, a Sua substância es­
Algumas metáforas relativas piritual, ou Sua natureza essencial,
ao corpo humano e também a ani­ é distinta de tudo quanto existe no
mais foram usadas com referên­ mundo (Ef 4.6; Cl 1.15-17).
cia a Deus, mas isso não significa Os termos substância e essên­
que Ele tenha forma humana ou cia referem-se às qualidades ou
se pareça com animais (SI 91,4; atributos que compõem a nature­
98.1; 99.5; Os 13.8). za de Deus, à base de todas as Suas
manifestações externas.
2. Deus é Eterno. Deus não Deus, em Sua substância e es­
tem começo nem fim. Ele sempre sência, é tri-pessoal. O Pai, o Filho
existiu desde a eternidade e a Sua e o Espírito Santo possuem quali­
existência nunca terminará (S! dades peculiares (títulos, nomes,
90.2; Dt 32.40; SI 102.27). Nossas pronomes e atividades) que os
mentes limitadas não conseguem distinguem como pessoas (auto-
entender a ideia sobre algo infi­ distinção), expressam a relação
nito, quando o tempo ainda não íntima entre eles e revelam o que
havia começado. cada um tem em si mesmo.
0 fato é que a eternidade é a Deus é um Ser trino. Cada
infinitude de Deus em relação ao membro da Trindade é Deus: O
tempo. Os homens, os anjos e toda Pai é Deus ()o 6.27; Rm 1:7; IPe
a criação são seres finitos. Para 1.2). O Filho é Deus (jo 1.1,14; Rm
Deus, o passado, o presente e o fu­ 9.5; Cl 2.9; Hb 1.8; ljo 5.20). 0 Es­
turo são a mesma coisa (Gn 21.33; pírito Santo é Deus (At 5.3-4; ICo
SI 102.27; Is 57.15). Por isso, Deus 3.16; Rm 8.9).
é imutável. Ele nunca muda (Ml 3.6; Vejamos algumas provas bíbli­
Tg 1.17). Ele opera segundo princí­ cas da doutrina da Trindade:
pios eternos que não variam com a a) 0 nome Elohim, no hebraico,
passagem dos dias (Hb 13.8). está no plural, fala da pluralidade

7
Lição 1 - Deus Único e Verdadeiro

de pessoas na Deidade (Gn 1,26). b) A sustentação de todas as


b) A palavra traduzida por “úni­ coisas por Sua poderosa palavra
co" no hebraico, em referência a (Hb 1.3).
Deus, significa uma unidade, seme­ c) A redenção do povo (Lc
lhante à unidade de um cacho de 1.35,37).
uvas, uma alusão à trindade (Dt 6.4), d) Os milagres (Lc 9.43).
c) No batismo de Jesus (Mt e) A salvação dos pecadores
3.16,17). (ICo 2.5; 2Co 4.7),
d) Na Grande Comissão (Mt f) O cumprimento de Seus
28.19). propósitos (IPe 1.5).
e) Na bênção apostólica (2Co Entretanto, Deus não faz tam­
13.13). bém coisas incoerentes ou contrá­
Deus é um Ser Único e Pessoal. rias à Sua própria natureza.
Ele não é uma energia cósmica,
como muitos pensam. A personali­ 2. Onipresença. Deus está
dade de uma pessoa é caracteriza­ presente em todos os lugares (SI
da pela capacidade de pensar, de 139.7-10). A onipresença de Deus
sentir e de tomar decisões. Eie tem não significa que Ele tenha o mes­
inteligência, raciocínio, capacida­ mo tipo de relacionamento com
de de sentir e pensar. Vejamos: todas as pessoas, Ele haverá de se
a) Deus se comunica com ou­ revelar e abençoar aqueles que 0
tros seres (SI 25.14). amam e 0 servem, mas repreende
b) Ele é afetado pelas reações e castiga aqueles que se opõem a
de Seus filhos [ls 1.14). Eie (Na 1.3; Mt 18.20).
c) Deus pensa (ls 55,8). A Sua presença serve também
d) Ele toma decisões (Gn 2.18). para nos lembrar de sermos muito
Logo, Deus é um Ser pessoal, cuidadosos no modo de viver, pois
apesar de não ter um corpo físico. Deus vê tudo quanto fazemos. Os
nossos sentimentos não servem
II. ATRIBUTOS NATURAIS como uma medida da presença de
Deus. Sem importar se podemos
Os atributos de Deus ajudam sentir ou não a Sua presença, Deus
a explicar como Ele é e também está conosco (Mt 28.20; Jo 14.16,17).
a dimensionar Suas maravilhosas
obras, 3. Onisciência. Deus tem o
conhecimento total de todas as
1. Onipotência, Deus é o To- coisas (Rm 11.33-36; Hb 4.13).
do-poderoso. Esse poder absoluto Ele sabe tudo (SI 139.4; Jo 21.17).
transparece em relação aos se­ Esse é um fato impossível de en­
guintes aspectos: tendermos plenamente e, no en­
a) A criação (Gn 1.1). tanto, é essencial para a nossa fé

8
Lição 1 - Deus Único e Verdadeiro

na perfeição absoluta de Deus* Ele A santidade de Deus inclui o


é capaz de dizer o que vai acon­ amor por aquilo que é bom e o Seu
. A

tecer no futuro, muito antes que repúdio por aquilo que é mau (Ex
aconteça. Por essa razão é que 19.12,13,21-25; 26.33). O pecado
tantos acontecimentos são predi­ separa o homem de Deus (is 59.2;
tos nas Escrituras. Hc 1.13; Is 6.5-7).
Isso não significa que o Eterno A percepção da presença de
toma necessariamente as decisões Deus, por causa de Sua ilimitada
sobre o que acontecerá conosco. santidade, cria em nós a tristeza, a
Ele simplesmente sabe quais confissão e a humildade diante do
serão as nossas decisões, antes que pecado (Jo 16.8). Na expiação de­
elas ocorram. E, visto que Ele pode finitiva feita pelo sangue de Jesus
prever, então pode também predi­ temos comunhão com Deus (Rm
zer o que acontecerá no futuro. Mas 5.2; Ef 2.13-18; 1 Pe 2,18).
o fato de que Ele predisse algo não
significa que ele arbitrariamente 2. Amor. A essência de Deus é
predeterminou, ou decidiu de an­ o amor (ljo 4.8,16). Amar simples­
temão, o que haverá de ter lugar. mente faz parte da Sua natureza.
Todavia, Ele pode fazê-lo em Ele ama profundamente a humani­
todos os eventos restritos à Sua dade, demonstrando isso por meio
vontade e soberania (Mt 24.22). daquilo que fez e ainda faz por nós.
Não existe nada que possa­
III. ATRIBUTOS MORAIS mos fazer para merecer o amor
de Deus, ou algo que aumente ou
0 ensino das características diminua o Seu amor por nós. O
morais de Deus esclarece o propó­ amor eterno de Deus está revela­
sito Dele de preparar-nos para o do em toda a Bíblia (SI 103.13,14;
Seu reino eterno. Is 63.16; 64.4; Jr 31.3).
A expressão máxima do amor
1. Santidade. Deus é Santo de Deus foi a entrega do Seu Filho
(Lv 20.26; IPe 1.15,16). A santi­ Jesus para a nossa salvação (Jo
dade exprime a perfeição divina 3.16; Rm 5.8,9). Devemos estar
em tudo quanto Ele é e faz. Tudo certos de Seu amor, independente
quanto Deus faz é direito e bom. das circunstâncias, para que viva­
É impossível que Ele caia em mos confiantemente, sem temo­
algum erro moral, pois Ele é ab­ res, medos ou fobias (ljo 4.18,19;
solutamente justo e puro. A pala­ 2Tm 1.7; Hb 4.14-16).
vra santidade também contém a
ideia de separação de todo o mal. 3. Sabedoria. Deus é Todo-sá-
E Deus não pode nem mesmo ser bio, Ele faz bem todas as coisas
tentado pelo mal (Tg 1.13). (SI 104.24-30; Jr 10.12; Mc 7.37).

9
JP
Lição 1 - Deus Unico e Vetxktdeiru

Em Sua perfeita sabedoria, Ele nos pois não possui a sabedoria ne­
concedeu a Sua Palavra, a Bíblia, a cessária para saber como se deve
fim de nos guiar em tudo quanto aplicar o conhecimento à solução
fizermos. Se vivermos conforme a dos mesmos (Tg 1.5).
Sua orientação, haveremos de nos
beneficiar da Sua sabedoria e ain­ ( : ' a
da seremos abençoados por Ele. APLICAÇAO PESSOAL
A sabedoria não é a mesma coi­
sa que o conhecimento. A sabedo­ À medida que você for ob­
ria sonda o conhecimento a fim de tendo maior compreensão sobre
descobrir o mais elevado propósi­ Deus e sobre como manter um
to possível, e então, usa o melhor íntimo relacionamento com Ele,
meio para concretizar esse bem. melhor testificará a outras pes­
Todo o conhecimento humano soas sobre o Seu incomensurável
é limitado e insuficiente para re­ amor e infinita bondade.
solver os problemas da sociedade, v_________ __________ J

RESPONDA
1) Cite duas caraterísticas da natureza de Deus.

2) O que significa a onipotência divina? *

3) Qual a expressão m áxim a do amor de Deus?

V
VOCABULÁRIO
• ~ J
* Revelação: inspiração divina para se conhecerem certas coisas.
* Im u tá ve l: algo que não m uda ou sofre variação.
- Atributo: aquilo que é próprio de alguém ou de algo; característica, sinal distintivo.

10
Estudada em ___/___ /

L IÇ À 0 2
í DEVOCIONAL ~
DIÁRIO
}
Segunda - Jo 1.14
Jesus é a encarnação de Deus
JESUS, Terça - Lc 1.35
Jesus foi gerado pelo Espírito
EXPRESSÃO Quarta - Cl 1.15
Jesus, a imagem do Deus invisível
VISÍVEL DE DEUS Quinta - Rm 5.8
Jesus morreu pelos nossos pecados
Sexta - At 2.32
Jesus foi ressuscitado por Deus
T e x to áureo Sábado - Ef 1.20
"Este é a im agem d o Deus Jesus assentou-se à destra de Deus
invisível, o prim ogên ito d e tod a a
c r ia ç ã o " Cl 1.15 LEITURA BÍBLICA
Colossenses 1.13-17
13 Ele nos libertou do império
das trevas e nos transportou para
o reino do Filho do seu amor,
14 no qual temos a redenção, a re­
missão dos pecados.
15 Este é a imagem do Deus in­
visível, o primogênito de toda a
criação;
16 pois, nele, foram criadas to­
das as coisas, nos Céus e sobre a
terra, as visíveis e as invisíveis,
sejam tronos, sejam soberanias,
quer principados, quer potesta­
des. Tudo foi criado por meio dele
e para ele.
17 Ele é antes de todas as coisas.
Nele, tudo subsiste

Hinos da Harpa: 244 - 400 - 410


V________ ____________
11
Lição 2 -Jesus, Exjvessâo Visível de Deus

r " ^ INTRODUÇÃO
JESUS,
EXPRESSÃO VISÍVEL DE DEUS Jesus veio ao mundo para reve­
lar o amor do Deus Pai. Ele é a repre­
INTRODUÇÃO sentação visível do Deus invisível.
Através do milagre da encarnação,
I. A HUMANIDADE DE JESUS Ele tomou forma de homem. Desse
modo, Jesus deu expressão aos atri­
1. Encarnação ]o l.i4 butos de Deus. Ele disse: "'Quem me
2. Genealogia Mt 1 vê a mim vê o Pai" (Jo 14.9).

3. Limitações Jo4.6 I. A HUMANIDADE DE


JESUS
II. A DEIDADE DE JESUS
0 nascimento de Jesus repre­
1. Atributos Divinos jo5.23 senta a plenitude da história hu­
2. Atributos Naturais F p 2.5-8 mana (G1 4.4).

3. Atributos Morais iPe2.22 1. Encarnação. A encarnação


refere-se à união da divindade com
III. AS OBRAS DE JESUS a humanidade na pessoa de Jesus
Cristo (Jo 1.14). Ele foi concebido
1. Morte Mc 15.34-37 pelo Espírito Santo no ventre de
2. Ressurreição iCo 15.5 Maria. Mediante esse ato singular
de criação Deus rompeu a cadeia da
3. Ascensão e Exaltação At 1.9 geração humana e produziu um ser
celestial (Lc 1.34,35; ICo 15.47-49).
APLICAÇÃO PESSOAL 0 Filho de Deus tornou-se car­
ne (Fp 2.6-9). Ele fez isso a fim de
prover a salvação para os homens,
mediante a Sua morte na cruz (Cl
1.18-20). Não havia outra maneira
pela qual Ele pudesse concretizar
o Seu propósito salvífico. A encar­
nação possibilitou a reconciliação
entre Deus e o homem, consuman­
do o piano divino da salvação.

2. Genealogia. Os evangelhos
de Mateus e Lucas traçam a árvore
genealógica de Jesus. Mateus acom-

12
Lição 2 - Jesus; Expressão Visível de Deus

panha a Sua linhagem de volta até O desenvolvimento mental de


Davi, e daí retrocede até ao patriar­ Jesus não resultou da instrução
ca Abraão (Mt 1.1-17). Ele queria recebida nas escolas dos Seus dias
provar que Jesus era da linhagem (Jo 7.15). Antes, resultou das se­
de Davi e herdeiro do trono, Rei de guintes situações:
Israel e também descendente de a) Do treinamento recebido de
Abraão, Filho da Promessa e aben- seus pais (Lc 2.51).
çoador de todas as famílias da terra b) Da frequência regular à si­
(Gn 22.17,18). nagoga (Lc 4.16).
Lucas acompanha a linhagem c) Da visita fiel ao Templo (Lc
de Jesus de volta até Adão (Lc 3.23- 2.41).
38). 0 propósito era enfatizar o fato d) Do estudo fiel e aplicação
da experiência humana de Jesus. das Escrituras e da oração perse­
A genealogia de Mateus é, verante (Mc 1.35; Jo 4.32-34).
em parte, diferente da de Lucas. e) Do Pai, de quem Jesus rei­
Acredita-se que Lucas esteja re­ vindica reiteradas vezes ter rece­
gistrando a genealogia de )esus a bido Seu ensinamento (Jo 7.16;
partir de Maria (parente sanguí­ 8,28; 12.49; 14.24; 15.15; 17.8).
neo de Jesus), através de Nata,
filho de Davi; enquanto Mateus a II. A DEIDADE DE JESUS
registra a partir de José (pai legal
de Jesus), através de Salomão, fi­ Consideraremos os fatos sobre
lho de Davi. Por ambas as linha­ a deidade de Cristo.
gens, Jesus é descendente legal de
Davi e, portanto, qualificado para 1. Atributos Divinos. Jesus
ser o Messias de Israel. manifestava atributos divinos que
pertencem somente a Deus a saber:
3. Limitações. Jesus se desen­ a) Recebeu adoração. Ele não
volveu e viveu física e mentalmen­ deveria ser adorado pelos ho­
te de acordo com as leis ordinárias mens, se não fosse Deus verdadei­
do crescimento humano, como um ro (Êx 20.3-5; Mt 4.10; Jo 5.23).
membro normal da comunidade b) Perdoou pecados, algo re­
judaica (Mt 13.35; Lc 2.40). Sua servado a Deus (Mc 2.7),
aparência física era similar à de c) Exercia o direito de doar a
outros homens (Jo 10.33; Jo 19.5). vida eterna (Jo 5.21,24).
Ele estava sujeito às limitações hu­ d) Devolveu a vida às pessoas
manas, como cansaço, fome e sede (Lc 7.11-17; 8.40-56; Jo 11.1-44).
(Jo 4.6; Mc 11.12; Jo 19.28); sofreu e) Exerceu o direito de julgar
tentações e agonia (Mt 4,1-11; Lc (Jo 5.22; Mt 25.31-46).
22.42-44); experimentou dor e Além disso, Jesus declarou rei­
morte (IP e 4.1; ICo 15.3). teradas vezes ser Filho de Deus

13
Lição 2 -Jesus, Expressão Visível de Deus

(Lc 2 2 7 0 ,7 1 ; Jo 1 9 7 ). Vindicou
que aceitassem essas reivindica­
ções (Jo 14.11). Disse aos judeus
que Ele e o Pai eram um (Jo 10.30). .'
O Filho encarnado
• *' ■--■ K j 7^.;

Asseverou que a salvação vinha une, em Sua pessoa,


por intermédio Dele (Jo 10.9), a verdadeira deidade
Afirmou ser o caminho de acesso com a verdadeira
ao Pai (Jo 14.6). Garantiu que nin­ humanidade."
guém pode fazer coisa alguma sem I

Ele (Jo 15.5). Testificou acerca de 5.5; ljo 3.8). Mas depois que cum­
Sua preexistência (Jo 8.58; 17.5). priu Sua missão, retomou Suas ca­
Instruiu que orações fossem feitas racterísticas divinas, a saber:
em Seu nome (Jo 16.23). Enviou os a) Onipotência. Ele tem todo o
discípulos e conferiu-lhes o poder poder (Mt 28.18). Todos os anjos,
de realizarem milagres (Lc 9.1,2). todas as autoridades, todos os
poderes do Universo estão sujei­
2. Atributos Naturais. Nos tos ao Seu comando e autoridade
dias de Sua vivência terrestre, (IP e 3.22).
desistiu do direito de exercer de b) Onipresença. Ele está pre­
maneira independente os Seus sente em todos os lugares (Ef
atributos divinos (Fp 2.5-8). Ele 1.23). Ele prometeu estar conos­
preferiu, propositada mente, es­ co 'Todos os dias” mesmo quando
vaziar-se de Seus poderes divinos dois ou três se reúnem para ado­
e viver na dependência da pleni­ rá-lo (Mt 18.20; 28.20).
tude do poder do Espírito Santo. c) Onisciência. Ele sabe todas as
Por exemplo, se uma jarra cheia coisas (Jo 21.17). Cristo sabe todas
d'água é esvaziada completamen­ as coisas, pois Nele estão escondi­
te, ela continua jarra, mas vazia. dos todos os tesouros da sabedoria
Assim também Jesus despojou-se e do conhecimento (Cl 2.3).
dos atributos de sua divindade; d) Eternidade. Ele é o eterno
continuou sendo Deus, embora li­ Filho de Deus (Jo 1.1; 1Jo 1.1). Ele
mitado na Sua humanidade. sempre existiu e continuará exis­
Decerto, Jesus dispunha de tindo para sempre (Hb 1.11,12;
poderes para os quais poderia ter 13.8). Seu sacerdócio é para sem­
apelado, a fim de escapar da cruz; pre (Hb 6.20; 7.3).
mas recusou-se a lançar mão dos
mesmos (Mt 26.52-54). Jesus ti­ 3. Atributos Morais. O caráter
nha de vencer a Satanás, o pecado de Jesus deixava as pessoas admi­
e a morte, mas como Homem, não radas em Sua atitude e conduta.
como Deus; e Ele o fez esplendi- Ele possuía os mesmos atributos
damente (Gn 3.15; Hb 2.14,15; Ap morais e naturais de Deus Pai, dos

14
Lição 2 - Jesus, Expressão Visível de Deus

quais destacamos especialmente: na im posta ao nosso pecado, a


a] Jesus viveu em santidade de eterna separação de Deus
(IP e 2.22). Seus inimigos não pu­ (Rm 6 .2 3 ).
deram provar que Ele fosse culpa­ Jesus experimentou essa hor­
do de qualquer pecado (Jo 8.46). renda separação (Mc 15.34). Ele
b) 0 amor também o distin­ pagou o preço da nossa salvação e
guia. Nenhum ser humano viveu aplacou a ira de Deus ao permitir
uma vida tão caracterizada pelo que a justiça divina recaísse sobre
amor. Ele provou o Seu amor por Ele. Ao morrer como nosso subs­
todas as pessoas, inclusive aos tituto, fez a expiação e nos deu o
inimigos (Lc 19.10; Mt 11.19; Lc perdão, restaurando a harmonia
23.34). Seu amor e intimidade com Deus (Rm 3.25,26).
no relacionamento com o Pai de­ c) Significa a nossa morte na
monstram o segredo da eficácia de vida diária, a crucificação do nos­
Sua vida espiritual (Lc 22,39-44 . so próprio "eu" (Mt 16.24,25; G1
Jesus orava e jejuava de manei­ 2.20; 5.24). É a morte da nossa na­
ra regular e por longos períodos tureza terrena e seus desejos pe­
de tempo (Mt 4.2). Várias vezes caminosos, a fim de vivermos uma
Ele se levantava bem cedo pela vida santa que agrada ao Senhor
manhã a fim de orar (Mc 1.35). (Rm 8.5-11; Cl 3.5).
Outras vezes passava a noite in­
teira em oração (Mt 14.22-25; Lc 2, Ressurreição. A obra de
6.12). Seu estilo de vida em san­ Cristo teria sido incompleta se
tidade e íntima comunhão com o Ele não tivesse ressuscitado (ICo
Pai deu aos discípulos a certeza de 15.5). Esse fato marcou o término
Sua divindade (Mt 16.16). da Sua obra salvadora, tornando o
Evangelho distinto de todos os ou­
III. AS OBRAS DE JESUS tros credos religiosos.
Nenhuma religião pode dizer
As obras de Jesus são: Morte, que seu fundador deixou o túmulo
Ressurreição, Ascensão e Exaltação. vazio. Mas o Evangelho reivindica
que Jesus venceu a morte! Nós o
1. Morte. A morte de Jesus exaltamos como o nosso Salvador
Cristo foi diferente da morte de redivivo. Em Jesus, e só Nele, te­
qualquer outro homem, a saber: mos herdado a vida eterna.
a) Foi inteiramente voluntária Sem a ressurreição a morte
(Jo 10.18), Não foi imposta por de Jesus não teria a menor signi­
ninguém; Ele aceitou a morte livre­ ficação, pois foi através dela que
mente como a vontade do Pai com mostrou a eficácia de Sua morte,
vistas à salvação da humanidade. sendo esta a pedra angular da fé
b) Pagou a penalidade divi­ cristã (Rm 4.25). Quando Deus o

15
Liçao 2 -Jesus, Expressão Visível de Deus

ressuscitou, mostrou que a Sua dons entre Seu povo (ICo 12.4-11).
morte, como substituto do peca­ Ele derramou o Espírito Santo
dor, foi aceita (At 3.15; 5.30-32). sobre o Seu povo (At 2.33). 0 Se­
Também, confirmou a deidade de nhor levou consigo, para o Céu, a
Cristo e tornou-o nosso Interces­ Sua natureza humana (o Seu cor­
sor e Advogado na presença de po humano glorificado) e, como
Deus (Rm 1.4; 8.34; ljo 2.1,2). participou de nossas experiências
humanas, também é o Sumo Sa­
3. Ascensão e Exaltação. Cris­ cerdote misericordioso e fiel (Hb
to ascendeu ou retornou ao Céu 2.14-18; 4.14-16; lTm 2.5),
após quarenta dias de ministério,
depois de Sua ressurreição (At : \

1.9). Esses eventos são o começo APLICAÇAO PESSOAL


da exaltação do Senhor (At 2.32-
35; IPe 3.22). Ele foi "elevado" a Jesus é infinitamente mais do
uma posição de honra e glória, à que um profeta, humanista, sábio
mão direita do Pai, o que lhe cabia ou personalidade do passado. Ele é
por direito (Ef 1.19-23). a revelação do Deus invisível, o Fi­
Agora, no Céu, está presente em lho de Deus encarnado que morreu
todos os lugares (Ef 4.10). Ele é o na cruz para a nossa salvação e res­
objeto ideal da adoração de todas as suscitou para a nossa justificação.
pessoas (ICo 1.2). Ele tem distribuído v_________________________

r
RESPONDA
1) Qual a expressão visível do Deus invisível?

2) Cite uma prova da hum anidade de Cristo.

3) M encione um beneficio da ressurreição de Cristo.

v ------- y
VOCABULÁRIO
• Encarnação: M istério pelo qual Deus se fez homem.
• Genealogia: LJsta com os nomes dos antepassados de um indivíduo em suas sucessivas gerações.
• Ascenção: A to de ascender; subida, elevação,

16
Estudada e m ___ /___ /____

A x
LIÇAO 3 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Mt 28.19
0 Espírito Santo é Deus
Terça - Jo 16.14
O Espírito Santo é uma pessoa
Quarta - Ef 4.30
0 Espírito Santo pode ser entristecido
Quinta - Is 44.3
Deus prometeu derramar o Seu Espírito
Sexta - Jo 16.9
TEXTO AUREO 0 Espírito Santo convence do pecado
“E eu rog arei a o P ai e ele vos Sábado - G15.22
dará outro Consolador, a fim de 0 Espírito gera em nós o caráter de Cristo
qu e esteja p a ra sem pre convosco ”
J o 14,16
LEITURA BÍBLICA
João 1 4 .1 6 -1 9
16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos
VERDADE PRATICA dará outro Consolador, a fim de
0 Pai aten d eu a o ra çã o d e Jesus que esteja para sempre convosco,
enviando o Espírito Santo p a ra 17 o Espírito da verdade, que o
ser o nosso Consolador. mundo não pode receber, porque
não o vê, nem o conhece; vós o
conheceis, porque ele habita con­
-, A* vosco e estará em vós.
18 Não vos deixarei órfãos, volta­
rei para vós outros.
19 Ainda por um pouco, e o mun­
do não me verá mais; vós, porém,
me vereis; porque eu vivo, vós
também vivereis.

Hinos da Harpa: 100 - 122 - 387


v_________ __ _________J
17
Lição 3 - Espírito Santo, O Consolador

r a INTRODUÇÃO
ESPÍR ITO SANTO,
O CONSOLADOR 0 Espírito Santo, a terceira pes­
soa da Trindade, está presente em
INTRODUÇÃO toda a história humana, desde a
Criação. Ele tem um papel insubs­
I. A DEIDADE DO ESPÍRITO tituível em nossas vidas. Ele veio
residir em nós e estar conosco para
1. Características divinas IJq S.7 conferír-nos orientação pessoal,
2. Reconhecimento 2Co 3.17,18 comunhão, consolo e suprir todas
as nossas necessidades espirituais.
3. Provas clássicas Gn 1.26
L A DEIDADE DO
II. PERSONALIDADE DO ESPÍRITO
ESPÍRITO
0 Espírito Santo é Deus (At 5.3,5).
1. Nomes Pessoais Jo 14.16
1. Características divinas. As
2. Atos Pessoais 2Pe 1.21
três Pessoas divinas, o Pai, o Filho
3. Personalidade Rm8.27 e o Espírito Santo, são iguais em
poder, glória, majestade, eternida­
III. O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO de, santidade e amor (1 Jo 5.7). Por
isso, nós cremos que o Espírito
1. No Mundo Jo 16.8-11 Santo é o verdadeiro Deus, possui­
dor das características da perso­
2. No Crente Jo3.3,5
nalidade divina;
3. Na Igreja Jo 7.38,39 a) Eterno, significa "duração
infinita, aquilo que não tem come­
APLICAÇÃO PESSOAL ço, nem fim ou qualquer limita­
ção". Essa, pois, é uma das caracte­
rísticas de Deus (Hb 9.14).
b) Onipresente. Ele está presente
em toda parte (SI 139.7-10; Ef 1.23).
c) Onisciente. Ele sabe tudo
(ICo 2.11). Aquele que sabe quais
são os pensamentos de Deus, tam­
bém conhece a vontade de Deus,
nos capacitando a orar de acordo
com a Sua vontade (Rm 8.26,27).
d) Onipotente. Ele é Todo-po­
deroso. Ele tem o poder e a capa-
Liçõo 3 - Espírito Santo, O Consolador

cidade de realizar tudo sem quais­ dade. Fica implícito que todas as
quer limitações (Lc 1.35; At 1.8). três Pessoas estiveram ativas na
Criação (Gn 1.26).
2. Reconhecimento. Os apósto­ b) Na instituição do batismo, é
los não tiveram dúvida da Sua deida­ o reconhecimento da participação
de. Eles tinham a seguinte atitude: de todos os membros da Trindade
a) Sabiam que todo pecado na salvação do homem (Mt 28,19).
contra o Espírito é um pecado con­ c) Na bênção apostólica, todas
tra Deus (At 5.1-4). as pessoas divinas estão presentes
b) Reconheceram que estamos e atuando na vida diária da Igreja
sendo transformados na imagem de (2Co 13.13).
Cristo pelo Espírito, que é o Senhor
(2Co 3.17,18). Esse título (do gre­ II. PERSONALIDADE DO
go "k y r i o s senhor, soberano,), nos ESPÍRITO
dias apostólicos, era somente usado
para reconhecer uma divindade. O Espírito Santo não é uma for­
Os Imperadores romanos e os ça, uma luz ou um poder, mas uma
Faraós egípcios o usavam quando Pessoa.
se assumiam como "deuses". As­
sim, quando Pauio referiu-se ao 1. Nomes Pessoais. A diversi­
Espírito Santo como Senhor, esta­ dade de nomes atribuídos ao Es­
va reconhecendo a Sua deidade. pírito Santo ensina os diferentes
c) Creram que os profetas ou aspectos de Sua natureza e de Seu
"homens santos" falaram movidos trabalho. Vejamos alguns:
pelo Espírito Santo (At 28.25-28; a) Consolador ou Conselheiro.
Is 6.9,10; 2Pe 1.20,21). Jesus revelou aos Seus discípulos
d) Entenderam que o Espírito que na Sua ausência o Espírito iria
atrai os homens a Cristo; Ele reve­ tomar o Seu lugar para ajudá-los
la a verdade de Deus e nos guia (Jo e liderá-los. (Jo 14.16,26; 15.26;
6.44; 14.26; 16.13; Rm 8.14). 16.13-15). Ele foi enviado para
e) Dependiam do Espírito na levar avante o ministério de Jesus
distribuição dos dons à Igreja como o outro Conselheiro (Para-
(ICo 12.7-11). cleto). Isso exigia uma personali­
dade plenamente capaz de agir em
3. Provas clássicas. O relacio­ lugar do Filho de Deus.
namento entre o Espírito Santo e b) Espírito da verdade. Ele ex­
as demais Pessoas da Trindade plica, revela e interpreta a natu­
testifica da Sua divindade: reza e a vontade de Jesus aos ho­
a) Na criação do mundo, o uso mens (Jo 14.17),
de pronome plural (nós) indica c) Espírito de vida (Rm 8.2).
a pluralidade de pessoas na Dei- d) Espírito de g raça (Hb 10.29).

19
Lição 3 - Espírito Santo, 0 Coi isolador■

e) Espírito de a d o çã o (Rm tentado ou submetido a teste (At


8.15; G1 4.5-7). 5.9). Pode ser entristecido ou alvo
f) Espírito da prom essa (At 1.5). de mentira (Ef 4.30; At 5.3), Pode
g) Espírito da santidade (Rm 1.4). ser blasfemado ou difamado (Mt
h) Advogado ou Conselheiro 12.31,32). Alguém pode lhe resistir
( ljo 2.1; Jo 14.16,26; Ef4.30). ou insultar (At 7.51; Hb 10.29).
0 Espírito Santo também é cha­
mado de Espírito de jesus (At 16.7), 3. Personalidade. O Espírito
Espírito de Cristo (Rm 8,9), Espírito tem personalidade. Há três com­
de jesus Cristo (Fp 1.19), e Espíri­ ponentes essenciais na personali­
to de Deus (ljo 4.2). A referência é dade: o intelecto (a capacidade de
sempre à Pessoa do Espírito Santo, pensar); a sensibilidade (a capa­
identificando diferentes aspectos de cidade de sentir); e a vontade (a
Sua natureza e trabalho. capacidade de tomar decisões).
A Bíblia nos ensina com clareza
2. Atos Pessoais. As atividades sobre a personalidade do Espíri­
pessoais do Espírito confere um to Santo. Ele possui as qualidades
entendimento mais completo so­ essenciais da personalidade:
bre a Sua personalidade, a saber: a) Ele pensa, portanto, tem fa­
a) 0 Espírito Santo revela, mo- culdade intelectual (Rm 8.27).
tiva e capacita (2Pe 1.21). b) Ele é sensível, refere-se à
b) Sonda mente e coração capacidade do Espírito de sentir
(ICo 2,10). - nesse caso, sentir amor, em sua
c) Faia e cham a pessoas ao capacidade de exprimir sentimen­
serviço (At 13.2; Ap 2,7). tos (Rm 15.30).
d) Testifica sobre jesus (Jo c) Ele possui a faculdade da
15.26). vontade, ao distribuir dons es­
e) Dirige o Seu povo no servi­ pirituais, segundo a Sua vontade
ço, geralmente orientando-o ou (ICo 12.11).
impulsionando-of proibindo-o ou
restringindo-o em alguma ação III. O MINISTÉRIO DO
(At 16.6,7). ESPÍRITO
f) Intercede por nós (Rm 8.26).
g) Ensina (Jo 14.26). 0 ministério do Espírito é difí­
h) Guia (jo 16.13). cil de ser compreendido pela men­
i) Glorifica a Cristo (Jo 16.14). te humana finita em razão de ser,
j) i Regenera-nos (Jo 3.5). em geral, invisível, discreto e para
Uma mera força impessoal não a glória do Pai e de Cristo.
pode ser tratada como uma pes­
soa, nem tomar atitudes próprias 1, No Mundo. O Espírito está
de uma pessoa. O Espírito pode ser ativo no mundo (Jo 16.8-11).

20
Lição 3 - Espírito Santo, 0 Consolador

Vejamos as razões:
a) Convence os homens dos
seus pecados por não confiarem em
Cristo. A incredulidade é o maior de 0 Espírito é uma pessoa
todos os pecados, apenas inferior ao divina, por isso é digno
"pecado eterno" de blasfemar con­ de adoração, fé, e de
tra o Espírito (Hb 11.6; Mc 3.29). nosso amor,"
b) Convence da Justiça, ao re­
velar aos homens a retidão do
Senhor Jesus Cristo e a falta de re­ sença real do Espírito em nossos
tidão dos pecadores. Ele relembra corações (Gl 5.22).
aos homens que o triunfo de Jesus b) Seu batismo. E o "revestimen­
sobre o pecado, na cruz, declara os to de poder" necessário para reali­
pecadores justos diante de Deus zarmos a obra de Deus [Lc 24.49).
através da fé em Cristo. Jesus nos deu a missão de levar as
c) Convence do Juízo, ou seja, boas novas a todas as pessoas, nos
convence os incrédulos do julga­ dando também o poder do Espírito
mento, mostrando-lhes a relação para cumpri-la (At 1.5,8). É a un­
entre a morte, a ressurreição e o ção para vencermos as circunstân­
julgamento do mundo. cias, as pessoas más e os espíritos
Ele venceu Satanás e o condenou. malignos que procuram impedir-
Assim, a cruz tem três significados: nos. Esta bênção está disponível a
primeiro, o pagamento da penalida­ todos pela fé (J1 2.28; At 2.4,39).
de do pecado; segundo, a expiação
dos que aceitam esse pagamento 3* Na Igreja. É evidente o
como o cancelamento do poder do ministério do Espírito no corpo
pecado e de Satanás [Cl 2.13-15); místico de Cristo, na Igreja Local
terceiro, Jesus despojou os principa­ ou na Geral. No Antigo Testamen­
dos e potestades, expondo-os ao des­ to, o povo de Deus se beneficiou
prezo e triunfando completamente com o Seu ministério, quando
sobre eles na cruz [Cl 2.14,15). Ele ungia pessoas selecionadas
para algum serviço especial. Po­
2. No Crente. 0 ministério do rém, no Novo Testamento, esse
Espírito aos crentes pode ser visto ministério é ainda mais evidente,
em duas categorias: porque é contínuo e não se limita
a) Sua ajuda. Tornamo-nos no­ a um grupo específico de crentes
vas criaturas mediante a ação do (Jo 7.38,39; 14.17).
Espírito e, a partir daí, nossa vida Os crentes podem contar
deve ser guiada e controlada por com a presença permanente do
Ele (Jo 3.3,5; Tt 3.5; Rm 8.5-14). Espírito neles, que os capacita
Não existe vida cristã sem a pre- a servirem a Deus em santida-

21
Lição 3 - Espírito Santo, 0 Consolador

de. Ele reside na Igreja dirigin­ r — : \


do suas atividades coletivas, APLICAÇÃO PESSOAL
operando a comunhão entre os
santos, dando sabedoria e co­ O Espírito é o nosso Consolador
ragem para defender a fé, pro­ Viver em comunhão com Ele é uma
vendo liderança para dirigir a prioridade insubstituível e de inesti­
Igreja, concedendo poder para mável valor, pois somente "cheios do
cumprir a Grande Comissão Espírito Santo” seremos os vencedo­
e fazer a vontade de Deus [At res que fomos chamados para ser
13.2; 16.6,7; 15.28,29]. V______________________ J
s ím b o l o s d o e s p ir it o s a n t o

Mateus 3.11 O fogo q ue im a as im purezas

Mateus 3.16 A pomba re p re s e n ta a m ansidão.


*
* R eis e p rofetas, no A ntig o T estam ento,
1 Reis 19.16
e ram u n g id o s com azeite, em sinal de
m 1 Joào 2.20
a p ro v a ç ã o do S e n h o r ao se rviço d ele s

1 Lucas 11.13 O Espírito S anto é o dom do Pai para nós.

O E s p írito S anto é o rio que nos e n ch e


João 7.37-39
o a té tra n s b o rd a r com nova vida.

2 Corintios 1.22 O Espirito Santo é o selo que nos é dado


# Efésios 1.13,14 como garantia de nossa vida etema com o Pai,

João 20.22 0 E s p írito S an to é o sopro d e D eus que


Ezequiel 37.9,14 nos dá vida,

RESPONDA
1) Cite uma evidência da divindade do Espirito Santo.

2) O Espírito Santo, sendo uma pessoa divina é afetado pelos nossos pecados e falhas? Porquê?

22
Estudada em / /

LIÇÃO 4 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Gn 1.1
Deus é o Criador do Universo
DEUS, Terça - SI 19.1
Toda a criação glorifica ao Senhor
O C R IA D O R Quarta - SI 93.2
0 governo de Deus é eterno
DO U N IV ERSO Quinta - Dt 28.1
Deus cuida do Seu povo
Sexta - At 17.28
A natureza subsiste em Deus
T exto áureo Sábado - Jo 3.3
“Os céus proclam am a glória de Deus faz uma nova criatura
Deus, e o firm am ento anuncia as
obras das suas m ãos "
Salmo 19.1
LEITURA BÍBLICA
Salmo 19.1-5
1 Os céus proclamam a glória de
V e r d a d e Pr á t ic a Deus, e o firmamento anuncia as
Deus criou, p reserv a e g ov ern a obras das suas mãos.
todas as coisas; e devem os 2 Um dia discursa a outro dia, e
d escan sar em Sua soberan ia.
uma noite revela conhecimento a
outra noite.
3 Não há linguagem, nem há palavras,
e deles não se ouve nenhum som;
4 no entanto, por toda a terra se faz
ouvir a sua voz, e as suas palavras,
até aos confins do mundo. Aí, pôs
uma tenda para o sol,
5 o qual, como noivo que sai dos
seus aposentos, se regozija como
herói, a percorrer o seu caminho.

Hinos da Harpa: 526 - 5 11 - 369


V___________ _ _ ____________

23
Lição 4 - Deus, o Criador do Universo

INTRODUÇÃO
DEUS,
0 CRIADOR DO UNIVERSO A partir desta lição [até a tição
8), trataremos sobre o tema “A
Criaçao de Deus'' nessa ordem: 4)
INTRODUÇÃO
O Criador do Universo; 5] Os an­
jos, 6) Anjos caídos, 7) O homem,
I. A OBRA DA CRIAÇÃO
e 8) A salvação do homem.
1. Doutrina da Criação Gni ; 2 Deus criou o Universo e se
mantém ativo e soberano em Sua
2. A glória do Criador S119A
criação, provendo tudo quanto é ne­
3. Nova criação j o 33 cessário para conduzir-nos ao Seu
reino. Diante de Deus, temos inteira
H. O GOVERNO SOBERANO responsabilidade pelas escolhas que
fazemos e pelos atos que praticamos.
1. Soberania siiis.3
2. Governo lCo2.9-l2 I. A OBRA DA CRIAÇÃO
3. Delegação S111SA6
Deus é 0 Criador de tudo o que
existe.
III. PRESERVAÇÃO E
PROVIDÊNCIA DIVINAS 1. Doutrina da Criação, A pri­
1. Preservação Hb 1.3 meira obra de Deus foi a criação
do Universo (Gn 1;2), Mediante
2. Providência Rm 8.28 o exercício do Seu poder de criar,
3. Permissão IC012.6 trouxe à existência todo o Univer­
so (visível e invisível) pela Sua pa­
lavra (SI 33.6; Hb 11.3).
Isso inclui os sistemas do Uni­
verso material (sol, lua, estrelas,
planetas, cometas etc.) e também
todas as ordens de seres, incluin­
do os seres espirituais e invisíveis
Cl 1.16), Esses atos criativos são
considerados conjuntamente no
grande processo da Criação.
A doutrina da Criação é fun­
damental para a nossa fé, pois ja-
mub poderíamos nos entregar aos
cuidados de alguém, com vistas à
nossa eterna salvação, cujo poder

24
Lição 4 - Deus, o Criador do Universo

fosse menor que o do Criador re­ vra do Seu poder (Hb 1.3). E também
velado nas Escrituras. continua operando a salvação e pu­
rificando os corações daqueles que
2. A glória do Criador. A eter­ se arrependem de seus pecados e
na grandeza e majestade do Cria­ aproximam-se Dele confiantemente
dor estão provadas no fato de que (Jo 3.3; 2Co 5.17; G16.15; SI 51.10).
Ele já existia antes de todas as coi­
sas. Exibe a Sua sabedoria, o Seu II. O GOVERNO SOBERANO
poder e o Seu interesse pelas Suas
criaturas (Rm 1.18-20). Ele fez 0 governo divino inclui a manu­
tudo para a Sua glória (SI 19.1; Is tenção ou preservação de Sua criação.
43.7; 48.11; Ap 4.11).
Por isso, o Senhor de toda a 1. Soberania. 0 supremo Cria­
criação tem direito de exigir que dor do Universo governa sobera­
Suas criaturas lhe sejam obedien­ namente sobre tudo quanto Ele
tes, prestando-lhe adoração e ser­ criou. A palavra supremo significa
viço. A verdadeira felicidade nos é "o mais elevado em posição e au­
outorgada somente quando pro­ toridade, o mais elevado em grau
curamos glorificar a Deus. Fomos ou qualidade”. Deus é superior, de
criados com esse expresso propó­ todas as maneiras, a tudo quanto
sito, e essa é a grande chave para a existe. A palavra soberano signifi­
nossa felicidade. ca "estar livre de qualquer contro­
le ou poder externo e ter a capaci­
3. Nova criação. Os atos cria­ dade de fazer o que bem quiser”.
tivos de Deus não se limitam àqui­ Assim sendo, a soberania de
lo que Ele fez no passado. Estes Deus descreve o Seu supremo
incluem a nova criação espiritual, governo sobre o universo (lTm
cuja geração é estabelecida pela "se­ 6.15). A Sua soberania manifesta-
mente” da Palavra de Deus. Isso tem -se na direção da Sua vontade (Ef
lugar quando uma pessoa, através 1.11). Vejamos alguns aspectos da
da fé em Jesus Cristo como o úni­ soberania de Deus:
co e suficiente Salvador pessoal, se a) Deus, como nosso Criador,
torna membro da família de Deus, a tem o direito de nos governar (lC r
Igreja, o corpo de Cristo (IPe 1.23; 29.11; Ez 18.4).
Ef 5.26). Assim, quando uma pessoa b) Ele faz aquilo que lhe pare­
volta-se para Deus em busca de sal­ ce melhor, segundo o conselho da
vação, nasce de novo e torna-se uma Sua vontade (SI 115.3; Dn 4.35; Mt
nova criatura, ou nova criação. 20.15; Ef 1,11).
O fato é que Deus continua tra­ c) Há um propósito em tudo
balhando (Jo 5.17). Ele mantém a quanto Deus faz (Rm 8.28; Is
sustentação do Universo pela pala­ 48.11; Ef 3.11).

25
Lição 4 - Deus, o Criador do Univetso

A soberania de Deus envolve a 3. Delegação. Deus governa o


preservação e a manutenção do uni­ mundo físico também por meio
verso, bem como a Sua providência, dos homens que exercem autori­
que abordaremos mais adiante. dade delegada, segundo Romanos
13.1,2. Ele dotou cada criatura de
2. Governo. São as atividades certas características naturais,
divinas com o objetivo de concre­ que lhe sâo próprias. Cada ser
tizar os Seus elevados e sublimes cresce, desenvolve-se, amadurece
propósitos (ICo 2.9-12]. Deus go­ e reproduz-se de acordo com a sua
verna o mundo físico por meio de espécie (Gn 1.24,25).
leis que Ele mesmo estabeleceu e Deus outorgou a cada porção de
mediante as operações do Espírito Sua criação certas propriedades que
Santo; e também através dos ho­ são necessárias à sua preservação:
mens, a quem delegou autoridade a) No mundo físico Deus atua
(Rm 13.1,2). Ele usa todas as cir­ através de propriedades e leis físi­
cunstâncias para o bem daqueles cas, às quais, algumas vezes, deno­
que o amam (Rm 8.28). minamos de “leis da natureza“.
Deus governa todas as coisas b) No mundo intelectual, Deus
pelo menos de quatro maneiras opera através das propriedades ou
diferentes: capacidades da mente. Ele nos deu
a) Nada faz para impedir o ho­ a capacidade de pensar, de sentir e
mem de fazer o que ele resolveu de tomar decisões (SI 115.16),
fazer. Isso nao quer dizer que Deus
esteja aprovando o pecador, mas IIL PRESERVAÇÃO E
que Ele não impõe o Seu poder PROVIDÊNCIA DIVINAS
para impedir esses atos errados
(At 14.15,16; SI 81,12,13). Isso tem a ver com a contínua
b) Impede os homens de come­ ação de Deus em Seus cuidados na
terem o pecado, influenciando-os manutenção e conservação do Uni­
para que não pequem (Gn 20.6; verso (At 17.28; Hb 1.3; SI 104.1-35).
31.24; Os 2.6; SI 19.13).
c) Redireciona os atos de ho­ 1. Preservação. Deus não se­
mens maus, usando esses atos ria realmente soberano se qual­
para que redundem em bons re­ quer coisa existisse ou aconte­
sultados (Gn 45.5-8). cesse fora de Sua vontade e de
d) Determina os limites do pe­ Seu poder (Nm 9.6; SI 145.14-16).
cado e da iniquidade. Por exemplo: Precisamos reconhecer que tudo
impõe limites às atividades de Sa­ quanto Deus criou depende Dele
tanás (Jó 1.12; 2.6); estabelece um de modo absoluto.
limite às tentações que os crentes Nenhuma criatura tem a capa­
precisam enfrentar (ICo 10.13). cidade de continuar a existir por

26
Lição 4 - Deus, o Criador do Universo

si mesma. Isso inclui as pessoas Há diversos propósitos na provi­


e os animais, bem como a pro­ dência de Deus, que envolvem o rela­
teção daqueles que são santos e cionamento de Dele com as criaturas
justos (Pv 2.8; SI 36.6; Dt 1.30,31; que o amam e obedecem, a saber:
SI 31.20; 34.15,17,19; Is 43.2). É a) A felicidade e o bem-estar de
mediante a palavra do Seu poder Seu povo (SI 84.11; At 14.17).
que todas as coisas, bem como o b) O desenvolvimento espiri­
Universo inteiro, são mantidas ou tual, mental e moral de Seu povo.
sustentadas (Hb 1.3). Deus tem educado o Seu povo
A preservação divina é neces­ para entender a Sua vontade, a
sária, pois toda a criação depen­ maneira santa de viver e, através
de de Deus de modo absoluto. do perdão, a reconciliação entre o
Todas as coisas só existem e têm pecador e Ele próprio.
continuidade por causa da von­ c) O alvo primário é a Sua pró­
tade do Criador, que as conserva pria glória (Ef 1.11-14). Todas as
ou sustenta mediante a palavra perfeições de Deus manifestam-se
do Seu poder (Hb 1.3). Na pre­ através de Seu governo, revelan-
servação do mundo, Deus não do-nos as qualidades do Seu Ser:
altera as coisas que Ele estabele­ amor, verdade, fidelidade, santi­
ceu no princípio da criação. dade, retidão, poder, sabedoria
etc. E, quando reconhecemos quão
2. Providência. É indispensá­ maravilhoso é o nosso grande
vel que aprendamos o propósito, os Criador, então nós lhe prestamos
elementos e os efeitos da providên­ livremente honra e glória.
cia de Deus. O conceito de providên­ A providência divina não é um
cia refere-se às atividades divinas conceito inalcançável, pois tam­
mediante as quais Ele conserva, cui­ bém está bem presente nas nossas
da e governa tudo quanto criou para experiências pessoais diárias, es­
o nosso bem (Rm 8.28). Ele prevê e pecialmente quanto aos seguintes
planeja as coisas com antecedência. aspectos:
Ele tem o poder de cumprir o Seu a) Deus abençoa aqueles que lhe
propósito final na criação para es­ pertencem (Lv 26.3-13; Dt 28.1-14).
tabelecimento de Seu reino, sob o b) Em Sua benevolência, adia o
governo de Jesus Cristo. julgamento do ímpio a fim de dar-
Deus está pessoalmente envolvi­ -lhe a oportunidade de arrepen­
do no mundo que Ele criou e faz tudo der-se (Rm 2.4; 2Pe 3.9). Por isso, a
quanto existe mover-se conforme in- prosperidade dos ímpios é apenas
tencionou. Ele capacita e impulsiona temporária e, no tempo certo, Deus
o homem a agir como agente moral haverá de julgar a iniquidade deles
responsável, dotado de liberdade de (SI 37.16-22; 73.1-28; Ml 3.13-4.3).
escolher entre o certo e o errado. c) Ele permite que o crente

27
Lição 4 - Deus, o Criador do Universo

passe por lutas e provas, tendo Deus confere discernimento


em mira o seu desenvolvimento nas situações da vida e guia por
espiritual (SI 94.12; Hb 12.5-13; meio de Seu Santo Espírito, mas
ICo 16.9; Tg 1.2-12). sem tirar a nossa liberdade, vis­
to que não nos impõe Sua vonta­
3, Permissão, Sem a concor­ de à força. 0 Espírito Santo man­
dância ou permissão de Deus, ne­ tém o controle sobre as nossas
nhuma força ou pessoa poderia vidas por todo o tempo em que
continuar a agir ou mesmo a exis­ nos mantivermos submissos ao
tir (At 17.28; ICo 12.6). 0 poder Seu senhorio.
de Deus exerce fortíssima influên­
cia sobre toda a criação e poder do r ^
homem, embora sem destruí-lo e APLICAÇAO PESSOAL
sem furtar-lhe a liberdade.
Esse é um profundo mistério: Cientes da grandeza e fideli­
Deus outorgou ao homem poderes dade do Criador, devemos confiar
naturais que podem ser usados Nele totalmente. Pela fé em Sua
para o bem ou para o mal. Porém, providência e cuidado, a ansieda­
se esses poderes naturais são usa­ de ou medo não devem fazer parte
dos de maneira má, somente o ho­ do cotidiano, mas a certeza de que
mem é o responsável, pois Deus Deus fará todas as coisas concor­
não é o causador dos maus atos rerem para o nosso bem.
dos homens (Jr 44.4; Tg 1.13,14). V__________ __ __________ J
r
RESPONDA
1) Quem é o autor de toda a Criação?

2) Que m eios Deus usa para governar o Universo?

3) Qual o principal propósito da Criação?

v- ■ - — - J
VOCABULÁRIO
* Concordância: Ato de concordar. Acordo, harmonia, consonância.
* Cotidiano: De todos os dias; díário. Que sucede ou se prática habitualmente.
* D elegação: Ato ou efeito de delegar. C om issão que dá a alguém o direito de agir em nome
de outrem; mandato.

28
Estudada e m ___ /___ /

: ^
L1ÇÀO 5 DEVOCIONAL DIÁRIO

ANJOS, Segunda - SI 148.2,5


Os anjos foram criados
OS MENSAGEIROS Terça - Hb 1.14
Os anjos são enviados a nosso favor
DE DEUS Quarta - SI 103.20
Anjos são valorosos em poder
Quinta-Ap 5.11
Os anjos são muito numerosos
Sexta - ls 6.2-3
Anjos são grandes adoradores
T e x to áureo Sábado - Dn 10.13
"Louvai-o, todos os seus anjos; Há anjos que são príncipes
iouvai~of todas as suas legiões
celestes'' SI 1 4 8 2
LEITURA BÍBLICA
Salmo 148.1-5
1 Aleluia! Louvai ao Senhor do
VERDADE PRATICA alto dos céus, louvai-o nas alturas.
Os anjos sã o m inistros d e Deus
a serviço dos que h erd a rã o a 2 Louvai-o, todos os seus anjos; lou-
salvação. vai-o, todas as suas legiões celestes.
3 Louvai-o, sol e lua; louvai-o, to­
das as estrelas luzentes.
4 Louvai-o, céus dos céus e as águas
que estão acima do firmamento.
5 Louvem o nome do Senhor, pois
k.
mandou ele, e foram criados.

Hinos da Harpa: 252 - 42 - 258


v____________________ J
29
Lição 5 - Anjos, os M ensageiros de Deus

INTRODUÇÃO
ANJOS,
OS MENSAGEIROS DE DEUS Na Bíblia, a palavra "anjo" sig­
nifica "mensageiro" e, em geral,
refere-se aos súditos espirituais
INTRODUÇÃO de Deus. Eles formam o exército
celestial a serviço do Reino eter­
I. NATUREZA DOS ANJOS no de Deus. Eles são menciona­
dos textuaímente 283 vezes nas
1. Espíritos Hh 1.13,14
Escrituras, sendo 108 vezes no
2. Imortais Lc20.36 Antigo Testamento e 175 vezes
3. Numerosos Ap5.il no Novo Testamento.

I. NATUREZA DOS ANJOS


II. CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS
1. Anjo do Senhor Ap 1.1,17 Anjos são seres espirituais
2. Arcanjos, Querubins, Serafins criados por Deus. Eles estão a ser­
viço dos que herdarão a salvação
Jd 9; EzlO.l; ls 6.1-7
(Hb 1.13,14).
3. Outras categorias de anjos lTm5.21
1. Espíritos, Não há menção
III. A OBRA DOS ANJOS do tempo em que os anjos fo­
ram criados, porém na criação
1. Adoradores ls6.3
do homem eles já existiam, in­
2. Mensageiros Lc 1.26-23 clusive a rebelião de Lúcifer já
havia acontecido. Como seres do
3. Agentes do Juízo divino 2Reis 19.35
mundo espiritual, não estão su­
jeitos às condições físicas e natu­
APLICAÇÃO PESSOAL rais como o homem (Hb 1.13,14).
Eles têm poderes e mobilidades
inimagináveis de superar as cir­
cunstâncias e limitações da terra
(2Pe 2.11; SI 103.20).
Os anjos assumem a forma hu­
mana quando querem se tornar
perceptíveis na dimensão humana
(Gn 18.1; 19.1; Jz 6.11-24). Não fo­
ram criados com a capacidade de
reprodução, por isso não têm sexo,
não se casam e nem são dados em
casamento (Mt 22.30). Os justos

30
Lição 5 - Anjos, os M ensageiros de Deus

serão como os anjos na ressurei- "miríades de miríades" (Dn 7.10).


ção, portanto, sem sexualidade (Lc b) "Doze legiões de anjos" (Mt
20.34-36). Os santos anjos, assim 26.53). Uma legião era uma corpora­
como os maus, exibem os aspectos ção do exército romano formada por
da personalidade: intelecto, emo­ seis mil homens. Jesus afirmou que
ções e vontade (2Sm 14.20; Mc Ele poderia chamar, para guardá-lo,
8.38; Lc 15.10; 2Tm 2.26). mais de setenta e dois mil anjos.
c) "Multidão da milícia celes­
2. Imortais. Os anjos, como tial" (Lc 2.13,14).
seres espirituais, não estão sujei­ d) "Incontáveis hostes de an­
tos à morte física. A morte é ine­ jos" (Hb 12.22).
rente à natureza humana, pelo e) "Milhões de milhões e mi­
fato de o homem ter sido feito do lhares de milhares" (Ap 5.11).
barro, para onde volta ao morrer Faça um cálculo simples: mul­
(Jó 34.15; Ec 3.20). Além disso, o tiplicando um milhão por um mi­
homem tem a composição de uma lhão, teremos 1 trilhão. Agora,
parte espiritual e outra material, tomando o cálculo com números
isto é, o ser integral como espírito, plurais (milhões de milhões), a
alma e corpo. conta aumenta exponencialmen­
A morte física é a separação te. Com base nessas evidências
dos elementos espirituais do bíblicas, vemos que o número dos
corpo. Na ressurreição, os justos exércitos angelicais, também cha­
ganharão um corpo espiritual mados de "santos anjos", é real­
igual ao dos anjos e também não mente imenso.
estarão mais sujeitos à morte (Lc
20.36). Certamente os anjos fo­ II. CLASSIFICAÇÃO DOS
ram criados pela palavra do po­ ANJOS
der de Deus, "pelo sopro de sua
boca" (SI 33.6; Hb 11.3). Eles estão organizados de
acordo com suas atividades e pos­
3. Numerosos. A Bíblia não tos. Vejamos as categorias de an­
diz a quantidade dos anjos, e nós jos encontradas na Bíblia:
não temos nenhuma outra base
para sabermos. Contudo, nela 1. Anjo do Senhor. É também
encontramos várias citações das chamado de Anjo da sua presen­
quantidades dos anjos, o que nos ça" (Is 63.9). Ele se distingue dos
fornece uma ideia de que eles são outros anjos por possuir atributos
muito mais do que pensamos ou divinos:
imaginamos. a) O nome de Deus está Nele,
A Bíblia registra: isto é, o caráter revelado de Deus
a) "Milhares de milhares" e (Êx 23.20-23).

31
Liçõo 5 - Anjos, os M ensageiros de Deus

b) Ele é o rosto de Jeová (Êx vez com a missão de guardar os


32.34; 33.14). portões do Éden para que o ho­
c) Literalmente, quem olhar mem não tivesse mais acesso ao
para esse Anjo está olhando para Jardim (Gn 3.24). Estão relacio­
Deus (Gn 32.30; Jz 13.6,11,18,22). nados diretamente com o trono
d) Ele tem poder para perdoar de Deus ou sua extensão, tanto
ou reter pecados (ls 63.9). no céu como na terra. Eles foram
Todas as características des­ colocados sobre a arca da aliança
se Anjo levam-nos a crer que (Êx 25.18-22). O profeta Ezequiel
Ele era uma teofania (do grego: descreveu os querubins (Ez 1.5-
Théos = Deus; p h an ei = apare­ 23; 10.1).
cer), uma manifestação visível Serafim significa "ardente”,
de Deus. Portanto, crê-se que era "brilhantes” ou "refulgentes”. São
o próprio Jesus em sua pré-en- mencionados uma única vez na
carnação (Ap 1.1,17). Bíblia (is 6.1-7). Seu louvor cons­
tante é dirigido à Trindade, e eles
2. Arcanjos, Querubins e Se­ figuram como líderes da adoração
rafins. prestada a Deus (Is 6.3).
Arcanjo designa uma posição Alguns acreditam que eles
de chefia sobre os anjos, dotado são a ordem mais elevada dos
de autoridade sobre larga área, anjos, e que a maior característi­
celestial ou terrena. O vocábulo ca deles é o intenso amor a Deus
arc significa chefe ou principal. O (IP e 3.22; Cl 1.16; Ef 1,20,21).
título de arcanjo é mencionado na A ocupação primária deles é a
Bíblia, sendo Miguel o único anjo santidade, e os mesmos parecem
que recebeu este título (Jd 9; lTs zelar pela purificação dos remi­
4.16). Ele é relacionado direta­ dos, para que prestem serviço e
mente como protetor e guarda da adoração aceitáveis a Deus.
nação de Israel.
Alguns teólogos afirmam, ape­ 3. Outras categorias de an­
sar de não constar na Bíblia, que jos. Há várias outras categorias de
o anjo Gabriel é um arcanjo, pois anjos, entre as quais destacamos:
assiste diante de Deus e é descri­ a) Anjos eleitos. São todos
to nas Escrituras como realizando aqueles que permaneceram fiéis
missões extraordinárias (Dn 8.16; a Deus na rebelião comandada
9.21; Lc 1.10,28). por Satanás (ITm 5.21; Mt 25.41).
Querubim quer dizer 'guar­ São também chamados de "santos
da”. Os querubins são citados 82 anjos", com os quais Jesus voltará
vezes nas Escrituras, sendo uma para buscar a Sua Igreja (Mc 8.38).
vez no Novo Testamento (Hb 9.5). b) Anjos das nações. São os an­
São mencionados pela primeira jos a quem são confiados os negó-

32
Lição 5 -Anjos, os M ensageiros de Deus

cios de nações para liderá-las. Essa III. A OBRA DOS ANJOS


organização está presente tanto
para os anjos bons como para os Os anjos executam tarefas es­
maus. Os principados espirituais pecíficas, que lhes são determina­
malignos sobre as nações sofrem das por Deus (lR s 22.19).
oposição por parte desses anjos
(Dn 10.13, 20). O arcanjo Miguel é 1. Adoradores. Entre os qua­
o príncipe do povo de Israel. Sua dros revelados nas Escrituras, te­
tarefa parece incluir a proteção da mos os anjos que estão prostrados
mesma, fazendo-a prosperar (Dn na presença de Deus para adorá-lo
10.13,21; 12.1). (SI 103.20; 148.2; Is 6.1-7). Eles le­
Entendemos que há batalhas vantam suas vozes em poderosos
espirituais a todo o instante nas louvores, porquanto Deus é digno
dimensões celestiais, principal­ de ser exaltado pelas Suas cria­
mente quando as forças do mal turas inteligentes. Eles adoram a
procuram enredar as mentes e os Deus pelo que Ele é, adoram-no
afetos dos seres humanos, procu­ pelo que Ele tem provido e tam­
rando pôr em perigo as suas almas bém por causa dos meios que Ele
eternas. O motivo de os demônios emprega na realização da reden­
rogarem a Jesus que não os man­ ção (Ap 5.9-14).
dasse para fora da província de Eles regozijam-se diante dos po­
Gadara, provavelmente era para derosos atos coletivos de Deus na
não perderem o domínio sobre natureza, bem como diante dos be­
essa região (Mc 5.10). los milagres que Ele opera, transfor­
c) Os vigilantes (Dn 4.13,17). mando os pecadores e tornando-os
Aparentemente, eles são de­ membros de Sua família (Jó 38.7; Lc
signados a observar atividades 15.10; Ef 2.19). O céu é desvendado
específicas. São fiéis no cumpri­ como um glorioso templo, onde os
mento de seus deveres e, nesse anjos aparecem como uma congre­
contexto de Daniel, são vistos a gação celestial. Ali eles adoram e
anunciarem uma mensagem de louvam a Deus (Mt 18.10).
Deus aos homens.
d) Os seres viventes (Ap 4.6-9; 2. Mensageiros. Eles cumprem
6.1-7; 15.7). Esses seres angelicais a vontade de Deus (SI 103.20). Na
parecem ser diferentes dos sera­ qualidade de espíritos ministrado-
fins, dos querubins e dos anjos or­ res, os anjos são enviados para ser­
dinários. Conforme se pode dedu­ vir àqueles que herdarão a salvação
zir, a sua tarefa consiste em adorar (Lc 1.26-23). Esse serviço angelical
a Deus, em dirigir os Seus juízos e foi feito tanto no Antigo Testamen­
em mostrarem-se em intensa ati­ to quanto no Novo Testamento (Gn
vidade em redor de Seu trono. 18.1-15; At 27.23,24; 8.26):

33
Liçõo 5 -Anjos, os Mensageiros de Deus

a) Cornélio foi ajudado por um Muitas outras passagens bíbli­


anjo, em sua busca por um rela­ cas referem-se ao trabalho desem­
cionamento mais satisfatório com penhado pelos anjos como agentes
Deus (At 10.3-7). da providência divina ou de juízo,
b) Pedro foi miraculosa mente no passado; ou no futuro, como for­
libertado por um anjo (At 12.7-10). ças especiais que acompanharão o
c) Jesus, pelo menos em duas Senhor por ocasião de Sua vinda.
ocasiões, foi fortalecido por anjos
(Mt 4.11; Lc 22.43).
d) Eliseu foi protegido de ata­
í I >
APLICAÇÃO PESSOAL
ques por parte de um poderoso
exército sírio por uma hoste de Os anjos são ministros de Deus
anjos (2Rs 6.8-23). para a realização de todo o Seu
propósito. Eles estão permanente­
3. Agentes do Juízo divino. mente a serviço dos que herdarão
Eles atuam como agentes nos juí­ a salvação, no apoio, proteção e
zos divinos, castigando os inimi­ livramento dos santos.
gos de Deus (2Rs 19.35; At 12.23), V______________ __ _____________ J

i RESPONDA
1) Os anjos são seres eternos?

2) Qual categoria dos anjos recebeu a missão de guardar a porta do Jardim do Éden?

3) Qual o nom e do anjo considerado o príncipe da nação de Israel?

v__________________________________________________ J
VOCABULÁRIO
• Hierarquia: Ordem e subordinação dos poderes. G raduação da autoridade, corresponden­
te às várias categorias de servidores.
• Militante: Que milita; combatente. Que atua; participante. Que funciona ou está em exercício.

34
Estudada e m ___ /___ /

I.IÇ Ã 0 6 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Jd 6
ANJOS CAÍDOS, Os demônios são espíritos rebeldes
Terça - Mc 5.2
AGENTES Os demônios sâo espíritos maus
Quarta - Mt 12.27
DO MAL Satanás lidera os demônios
Quinta - Ef 6.12
Os demônios são nossos inimigos
Sexta - Rm 16.20
0 poder de Deus subjuga os demônios
TEXTO AUREO Sábado - Ap 20.10
'A legrai-vos, não p orqu e os 0 Lago de Fogo espera pelos demônios
espíritos se vos subm etem , e
5/m p orq u e o vosso nom e está
arro la d o nos céus Lc 10.20 LEITURA BÍBLICA
Lucas 10.17-20
17 Então, regressaram os setenta, pos­
suídos de alegria, dizendo: Senhor, os
próprios demônios se nos submetem
pelo teu nome!
18 Mas ele lhes disse: Eu via Satanás
caindo do céu como um relâmpago.
19 Eis aí vos dei autoridade para pi­
sardes serpentes e escorpiões e sobre
todo o poder do inimigo, e nada, abso­
lutamente, vos causará dano.
20 Não obstante, alegrai-vos, não por­
que os espíritos se vos submetem, e
sim porque o vosso nome está arrola­
do nos céus.

Hinos da Harpa: 9 6 -3 7 2 -4 9 1
V_______________ J
35
Lição 6 - Anjos Caídos, Agentes do M al

C " ^ INTRODUÇÃO
ANJOS CAÍDOS,
AGENTES DO MAL Na lição anterior, estudamos
os principais aspectos dos anjos.
Agora, vamos conhecer a outra di­
INTRODUÇÃO mensão angelical: os anjos maus
ou demônios. Aprenderemos que
I. NATUREZA DOS ANJOS CAÍDOS todos os anjos foram criados san­
1. Espíritos rebeldes Jd6 tos, mas alguns caíram de seu es­
tado original e os resultados da
2. Espíritos maus is 1 4 .1 2 -1 5
sua queda têm consequências, em
3. Espíritos limitados jo 12.31 longo prazo, em toda a Criação.

II. ORGANIZAÇÃO DOS ANJOS I. NATUREZA DOS


CAÍDOS ANJOS CAÍDOS
1. 0 Príncipe jo 14.30
0 entendimento da maioria
2. Níveis de liderança E/6.12
dos comentaristas bíblicos é que
3. As atividades M t 1 2 .4 3 -4 5 os demônios são anjos caídos,
que se tornaram espíritos maus,
III. DERROTA DOS ANJOS CAÍDOS os quais foram condenados por
1. No passado c l 2 .1 3 -1 5 Deus por causa da rebelião ange­
lical comandado por Satanás.
2. No presente Rm8.38
3. No futuro A p 2 0 .7 -1 0
1. Espíritos rebeldes. A Bíblia
revela bem pouco sobre o estado
APLICAÇÃO PESSOAL original dos anjos, criados perfei­
tos em santidade. No princípio, seu
afeto e amor eram exclusivamente
para o Criador, a quem procuravam
servir e cumprir Sua vontade.
Nesse estágio, eles tinham a
capacidade de pecar ou de não
pecar. Tinham consciência de sua
posição e de seu relacionamento
com o Criador.
Eles não eram forçados a obe­
decera Deus e a conservar sua pri­
mitiva posição. Mas a escolha infe­
liz deles foi a de se rebelar contra
Deus, sob o comando de Satanás.

36
Lição 6 - Anjos Caídos, Agentes do M al

Uma grande parcela da com­ eles não são onipotentes. Como


panhia angelical caiu no pecado, seres criados, seus poderes são li­
tornando-se "anjos de trevas", "de­ mitados (Jo 12.31; Lc 11.21).
mônios” ou "espíritos imundos” Como exemplo, bastará um anjo
(Jd 6; lTm 3.6; Mc 5.1-5). para amarrar a Satanás e lançá-lo
no Abismo (Ap 20.2,3). Eles não são
2. Espíritos maus. 0 orgu­ onipresentes, só podendo estar em
lho foi o pecado-raiz que causou um lugar de cada vez (Jó 1.7; IPe
a queda de Lúcifer e infestou um 5.8). Também não são oniscientes,
grande número de anjos (is 14,12- não conhecem todas as coisas; por
15). Satanás tornou-se um grande isso, os espíritos malignos espio­
mestre no engodo (Jo 8.44; 2Co nam os nossos passos (SI 55.5,6).
11.14). Para os demônios, o que Satanás não pode fazer nada
mais importou foi a sua própria com os justos sem a permissão de
escolha de infidelidade, e não a Deus, tampouco os demônios (Jó
vontade do Senhor. Por isso, fo­ I. 8-12; 2.3-7). Por outro lado, de
ram banidos do Reino e sofreram modo geral, eles não exercem o
o julgamento divino (2Pe 2.4). seu poder sem obterem o consen­
Eles formam o exército diabóli­ timento inicial da vontade huma­
co sob o comando do "Príncipe do na (Mt 12.43-45; Gn 3.1-7).
mundo” (Mt 25.41; Jo 14.30). Eles
são exemplos do perigo de rejeitar II. ORGANIZAÇÃO DOS
a Deus ou de negligenciar a Sua ANJOS CAÍDOS
graça (Mt 6.13; 13.9). O propósito
maléfico deles nunca mudou (Mc A Bíblia revela que nas dimen­
9.20-27; IJo 5.18,19). sões das trevas espirituais o Diabo
Por isso, não devemos ouvi-los tem a sua própria organização.
e nem ter contato com eles (Mc
16.17). Eles se disfarçam de "espí­ 1. O Príncipe. Satanás é o che­
ritos de mortos” para enganar. Os fe de uma organização maligna.
espíritos dos mortos, de injustos Ele tenta firmar o seu trono na
ou dos santos, estão sob o controle iniquidade (Ap 2.13). O chefe das
de Deus, e não voltam à terra (Hb trevas tem vários nomes:
9.27). Satanás, o maioral dos de­ a) Satanás, cujo significado é
mônios, também chamado de Bel- adversário. Faz oposição a Deus
zebu, pode se transformar em anjo e ao homem (Zc 3.1; Mt 13.39;
de luz para ludibriar os incautos IPe 5.8).
(2Co 11.14; Lc 11.15). b) Diabo, que significa calunia­
dor. Acusa a Deus diante dos ho­
3. Espíritos limitados. Os mens e acusa os homens diante de
demônios possuem poderes, mas Deus (Gn 3.1-4; Ap 12.10).

37
Liçõo 6 -Anjos Caídos, Agentes do M al

c) Tentador. Tenta os homens 2. Níveis de liderança. Evi­


para que pequem. O seu método dências bíblicas indicam alguns
consiste em apresentar, de forma ló­ níveis de liderança no reino das
gica, as desculpas para o pecado e as trevas (Cl 1.16; Ef6.12).
supostas vantagens em obtê-las (Mt Uma organização de acordo
4.3; lTs 3.5). Ele e seus demônios com uma hierarquia, sobre a base
também utilizam o instrumento de de níveis de autoridade: principa­
atormentar as pessoas em gerar ne­ dos, potestades, dominadores, for­
las confusão mental e instabilidade ças espirituais:
emocional (ISm 16.14). a) Principados. São os níveis
d) Pai da mentira (2 Co 11.3). mais altos de autoridade maligna
Segundo Jesus, Satanás "jamais se no comando de países e nações
firmou na verdade, porque nele (Dn 10.13),
não há verdade" (Jo 8.44). b) Potestades. São espíritos
e) 0 príncipe do mundo (Jo atuantes nos níveis intermediá­
14.30; 16.11). Ele assumiu essa rios no comando de estados ou
condição com a Queda, no Éden, cidades.
porque lhe foi transferido o domí­ c) Dominadores. Exercem mis­
nio que outrora pertencia ao ho­ sões especiais, como famílias e pes­
mem (Lc 4.6). Ele é também cha­ soas estratégicas na visão maligna.
mado de "príncipe da potestade d) Forças espirituais. Espíritos
do ar" (Ef 2.2). mais inferiores, os quais agem nas
Visto que o Diabo é limitado, opressões e possessões de pessoas,
não sendo onipotente, nem onis­ além de induzirem pessoas ao peca­
ciente, nem onipresente, por isso do e à prática do mal (Mt 12.43-45),
mesmo emprega diferentes meios
em sua oposição a Deus. Como é 3. As atividades. Todas as
óbvio, ele não pode atacar a Deus ações e atividades dos demônios
diretamente; mas ataca os ho­ são malignas, por isso sao conhe­
mens, a coroa da criação. cidos como espíritos maus. Suas
E isso Satanás faz de várias ma­ principais atividades são:
neiras, a saber: Mente (Jo 8.44; 2 a) Eles se opõem a Deus, ao Seu
Co 11.3). Tenta (Mt 4.1). Furta (Mt povo e ao programa divino. Fazem
13.19). Atormenta (2 Co 12.7). Im­ isso como parte militante e comba­
pede (1 Ts 2.18). Peneira (separa) tiva do reino tenebroso de Satanás
(Lc 22.31). Disfarça-se (de alguma (Mt 25.41; Ef 6.12; Ap 12.7-12).
outra pessoa), a fim de melhor enga­ b) Procuram separar o povo
nar (2 Co 11.14). Acusa (Ap 12.10). santo do seu Deus (Rm 8.38).
Aflige com enfermidades (Lc 13.16). c) Afligem as pessoas com en­
Possui pessoas (Jo 13.27). Mata e fermidades físicas e com perturba­
devora (Jo 8.44; 1 Pe 5.8). ções mentais (Mt 12.43-45; Lc 8.2).

38
Lição 6 - Anjos Caídos, Agentes do M al

d) Propagam doutrinas falsas para destruir as obras do Diabo


(2Ts 2.1-12; U m 4.1). ( ljo 3.8). A sentença de derrota
e) Oprimem e possuem pes­ final e eterna foi confirmada ao
soas, e até mesmo animais (Lc 8.2; príncipe deste mundo;
At 8.7; 16.16). c) Vencido pela Igreja no decor­
f) Conduzem para a imoralida­ rer dos séculos (Mt 10.8; Lc 10.19).
de e prostituição (Os 4.12; 5.4). Os apóstolos e todos os fiéis dis­
g) Influenciam a violência e o cípulos de Cristo venceram os de­
ódio (Mc 5.4). mônios no nome de Jesus. Todas
h) Produzem problemas eco­ as forças dos espíritos, disfarçados
nômicos e financeiros (Ml 3.11). em falsas culturas ou em oposições
i) Ocasionalmente, Deus uti­ diretas, foram desmanteladas (At
liza-se dos anjos maus, a fim de 13.8-12; 19.11-19).
atingir os Seus propósitos de cas­
tigar os ímpios, bem como para 2. No presente. A todos os sal­
disciplinar os justos que erram (SI vos é garantida a vitória sobre os
78.49; lR s 22.23; ICo 5.5). demônios. Precisamos crer na vitó­
ria de Cristo sobre eles, repreendê-
III. DERROTA DOS -los pela fé em o nome do Senhor.
ANJOS CAÍDOS Devemos resisti-los, pois já estão
derrotados, e eles fugirão (Tg 4.6).
A sorte final dos demônios é A Igreja tem a promessa de
clara na Bíblia: assim como o seu que Satanás e todas as forças e as
príncipe já está julgado, eles tam­ obras malignas serão esmagados
bém têm o seu destino selado. debaixo dos nossos pés, junto com
a certeza, dada por Jesus, de que
1. No passado. O reino das tre­ as portas do inferno não prevale­
vas sempre foi derrotado por Deus: cerão jamais sobre a mesma (Rm
a) Na grande rebelião, vimos an­ 8.38; Rm 16.20; Mt 16.18).
teriormente que Satanás e os anjos Devemos vigiar para que a nos­
foram expulsos do céu (Ez 28.17). sa vida não esteja comprometida
Muitos desses espíritos imundos, com eles ou contaminada com os
os mais poderosos, estão presos no seus desígnios (Jo 14.30; Ef 4.27).
Abismo, e serão soltos por ocasião Precisamos buscar e manter a co­
da Grande Tribulação, para produ­ munhão com Deus intensamente
zir sofrimento ()d 6; Ap 9.1-10); por meio da oração e do jejum,
b) No ministério de Cristo e obedecendo a Deus para sermos
na Cruz, eles foram derrotados cheios do poder do Espírito Santo
e despojados do domínio espi­ (Mc 9.28, 29; Mt 12.28; At 10.38).
ritual sobre o destino da huma­ Convém se esforçar para obter
nidade (Cl 2.13-15). Jesus veio discernimento espiritual a fim de

39
Lição 6 -Anjos Caídos, Agentes do M al

identificar os nossos verdadeiros nios, por ocasião da vinda de Je­


inimigos, os demônios, e não as sus, em glória, enquanto Cristo e a
pessoas (Ef6.12; ICo 12.10). Igreja reinarão por mil anos (Milê­
nio), na terra (Ap 20.1-3).
3. No futuro. Provavelmente, b) Depois do Reino Milenial de
a razão do ódio permanente de Cristo, Satanás será solto e, nova­
Satanás contra Deus e o Seu povo mente, se rebelará contra Deus e
tem a ver com o fato de que, na sua será lançado para sempre no Lago
vaidade cósmica, buscou a posição de Fogo (Ap 20.7-10).
de ser "igual a Deus", condição
esta que estava destinada ao ser
humano redimido (ljo 3.2).
r : a
APLICAÇÃO PESSOAL
Além disso, o conhecimen­
to da sua condenação eterna e a Não devemos nos enganar
vitória eterna da Igreja sobre as com os métodos de Satanás e
portas do inferno são um forte nem permitir que ele nos afaste
motivador desse ódio. da verdade e nos engane com sua
Todos os juízos futuros de astúcia e mentira. Precisamos
Deus sobre ele e os seus compar­ nos sujeitar a Deus e nos revestir
sas estão preditos nas Escrituras: do Seu poder para vencer todo o
a) Ele será preso por mil anos, poder das trevas.
certamente junto com seus demô­ v___________________ J
N
RESPONDA
1 ) Como surgiram os demônios?

2) Os espíritos maus são onipotentes? Por quê? *

3) Cite dois possíveis níveis de governo de Satanás.

V ___________________________________________J
VOCABULÁRIO
* H ie ra rq u ia : Ordem e subordinação dos poderes. G raduação da autoridade, corresponden­
te às várias categorias de servidores.
* Militante: Que milita; combatente. Que atua; participante. Que funciona ou está em exercício.

40
Estudada e m ___ /___ /____

\
LIÇÀO 7 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Gn 1.27
Homem: imagem e semelhança de Deus
H O M EM , Terça - Gn 3.8
0 pecado separou o homem de Deus
A GLÓRIA Quarta ■lTs 5.23
0 homem é "espírito, alma e corpo"
DA C R AÇÀO 1
Quinta - ICo 6.19
0 corpo é templo do Espírito
Sexta - Lc 23.43
Alma e espírito são imortais
TEXTO ÁUREO Sábado - At 24.16
"Também disse Deus: Façam os o 0 homem tem capacidade moral
hom em à nossa imagem, conform e
a nossa sem elhança
Gn 1.26
LEITURA BÍBLICA
Gênesis 1.26-28
26 Também disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança; tenha ele domínio
sobre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus, sobre os animais domésti­
cos, sobre toda a terra e sobre todos
os répteis que rastejam pela terra.
27 Criou Deus, pois, o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criou,
28 E Deus os abençoou e lhes disse:
Sede fecundos, multiplicai-vos, en­
chei a terra e sujeitai-a; dominai so­
bre os peixes do mar, sobre as aves
dos céus e sobre todo animal que
rasteja pela terra.

Hinos da Harpa: 3 -1 4 7 - 418


v______________________________ J

41
Lição 7 - Homem , a Glória da Criação

( ^ INTRODUÇÃO
HOMEM,
A GLÓRIA DA CRIAÇÃO Os vocábulos homem e hu­
manidade, nesta lição, referem-
INTRODUÇÃO -se a ambos os membros da raça
humana: o homem e a mulher.
I. ORIGEM DO HOMEM Compreenda melhor a si mesmo
entendendo os deveres e direitos
1. Criação Divina G n 2 .7 daqueles que aceitam o fato de
que Deus é o único Soberano.
2. Imagem de Deus Gn 1.26

3. Ser especial S I8 .5 I. ORIGEM DO HOMEM

A Bíblia nos expõe as evidên­


II. NATUREZA DO HOMEM
cias da origem, do propósito e do
1. Aspecto Físico IC o 6 .1 2 -2 0 destino do homem.

2. Aspectos Imateriais Hb4.i2 1. Criação Divina. O homem


é uma criação especial de Deus. A
3. Aspectos Morais Lc6A 5
criação de todas as outras criatu­
ras simplesmente envolveu uma
III. IMORTALIDADE DO HOMEM ordem divina, que foi cumprida
prontamente (Gn 1.20,24). O ho­
1. Morte física Gn3.19
mem, não; ele foi feito de modo
2. Razão da morte R m 5 .l2 especial, não é produto do acaso
- não "evoluiu" de uma forma infe­
3. Imortalidade L c 2 3 .3 9 -4 3 rior de vida animal. As Escrituras
declaram que ele resultou de pla­
APLICAÇÃO PESSOAL nejamento e ato divinos especiais
(Is 45.11,12; Gn 1.26-28):
a) Deus formou o homem com os
elementos da terra e soprou em suas
narinas o sopro da vida (Gn 2.7).
b) Deus deu-lhe uma natureza
espiritual semelhante à Sua, ou­
torgando-lhe uma posição supe­
rior às demais criaturas.
c) O mandamento divino era
para governar e subjugar a terra e
todos os seres vivos (Gn 1.28).
d) Deus abençoou a raça humana

42
Lição 7 - Homem, a Glória da Criação

com a capacidade de multiplicar-se e f) Natureza social. A base da


povoar o mundo (Gn 1.28; 5.2). natureza social divina consiste
em seus afetos, em seu amor (]o
2. Imagem de Deus. O homem 15.9,12). Buscamos comunhão
foi criado à imagem de Deus, ou com Deus, com os nossos seme­
seja, semelhante, parecido com Ele lhantes e organizamos as nossas
(Gn 1.26; 9.6; ICo 11.7; Tg 3.9). A vidas de acordo com a unidade so­
expressão "à imagem de Deus” não cial básica: a família.
significa que o homem seja uma có­
pia, mas que, em certas coisas, o ho­ 3. Ser especial. 0 homem foi
mem assemelha-se a Deus. A seme­ criado como um ser especial, "por
lhança entre Deus e o homem não é, um pouco, menor do que Deus”,
portanto, uma questão física (pois mas coroado de glória e honra (SI
Deus é espírito); antes, é uma ques­ 8.5). Podemos notar outras evi­
tão moral e espiritual, que pode ser dências sobre a natureza especial
vista quanto aos seguintes aspectos: do homem nas grandes diferenças
que vemos entre o homem e os
a) Personalidade. Somos se­ animais irracionais, a saber:
res pessoais. Temos a capacidade a) 0 homem possui a capacida­
de manter comunhão com Deus de de falar. A notável habilidade de
e desfrutar de companheirismo comunicar aos seus semelhantes
com outros seres. ideias concretas (reais) e ideias
b) Semelhança morai Temos a abstratas (teóricas) de uma ma­
capacidade de distinguir entre o cer­ neira dinâmica e criativa.
to e o errado, assim como a liberdade b) 0 homem tem a capacidade de
de agir de maneira responsável apreciar a beleza. Os animais irra­
c) Natureza racional. O homem cionais, entretanto, não parecem ter
é um ser racional com capacidade maior apreciação por um belo jar­
intelectual, de raciocinar e conhe­ dim do que por um terreno baldio.
cer a Deus e a outros seres. c) 0 hom em tem necessidade de
d) Capacidade de governar. 0 ad orar a Deus. Ele tem um profun­
homem tem capacidade de exer­ do senso da necessidade de ado­
cer domínio, de controlar as coi­ rar a um Ser superior e exprimir
sas, de domar os animais, de tirar reverência; mas os animais não
proveito da natureza, têm essa capacidade.
e) Autoconsciência. O homem d) O hom em pode planejar. Ele
tem consciência de si mesmo. pode antecipar as necessidades
Desde bem cedo na vida começa a futuras e alterando os aconteci­
sentir que é um ser único e dife­ mentos. Ele deleita-se em criar
rente dos demais membros de sua novos estilos de residência e no­
família. Ele é um indivíduo. vas formas de arte.

43
Lição 7 - Homem, a Glória da Criação

II. NATUREZA DO HOMEM rio que Ele tivesse um corpo físico,


a fim de que pudesse ser o nosso
O homem é uma criatura com­ "modelo" de vida e Sumo Sacerdo­
plexa: é dotado de um corpo admi­ te (Hb 2.14,15,17,18; ICo 11.1).
rável, de uma mente fértil e da ca­
pacidade de fazer escolhas morais. 2. Aspectos Imateriais. É
Essa descrição revela-nos que ele muito difícil descrever as dimen­
tem um aspecto material ou físico sões imateriais do ser humano:
(palpável, pode ser visto e ana­ alma e espírito, posto estão intrin­
lisado), e um aspecto imaterial secamente ligados. Geralmente,
ou não-físico (não pode ser visto, qualquer divisão é estabelecida
medido e nem analisado em labo­ apenas para efeito didático. Para
ratório). Consideremos alguns as­ alguns, o espírito e a alma são
pectos da natureza humana. dois nomes para a mesma coisa.
Porém, nós cremos que alma e es­
1. Aspecto físico. 0 aspecto físi­ pírito são dois elementos distintos
co ou material do homem é seu cor­ (Mt 10.28; lTs 5.23).
po, sobre o qual as Escrituras falam À Palavra de Deus é a única
com bastante frequência, destacan­ habilitada a fazer uma separação
do, inclusive, o corpo de glória que essencial entre essas duas dimen­
teremos na nossa redenção final sões imateriais (Hb 4.12),
(Rm 8.23; ICo 6.12-20). Embora o Os aspectos da alm a são tam­
aspecto não-físico do homem seja bém inerentes à personalidade:
mais importante do que o físico, não a ! Intelecto, Capacidade para
devemos pensar que os nossos cor­ compreender, raciocinar e lembrar.
pos sejam desprezíveis ou inerente­ b) Vontade. Capacidade de es­
mente maus (Mt 10.28). colher, de resolver, e de agir.
Os nossos corpos, após a mor­ c) E m ocional Capacidade de
te, entram em decomposição. Mas, sentir, de ser afetado por aquilo
quando Jesus voltar, os mortos se­ que a pessoa sabe ou experimenta.
rão ressuscitados incorruptíveis, e Os aspectos do espírito têm a ver
os corpos dos que estiverem vivos com a espiritualidade latente do ser:
serão transformados; e todos serão a) Fé. Tem a ver com a nossa
revestidos de imortalidade (ICo necessidade intrínseca de crer e
15.52; Fp 3.20,21; 2Co 5.1-4). Os adorar, a busca pelo sagrado e sua
crentes são membros do corpo de relação com a Divindade.
Cristo; os seus corpos são "templo b) Consciência. É o conheci­
do Espírito Santo" (ICo 6.15,19,20). mento do próprio eu, isto em rela­
Jesus crescia "em estatura* e se ção a algum padrão conhecido de
fortalecia como qualquer criança certo e errado. Essa é a facu ldade
normal (Lc 2.40,52). Era necessá­ que nos capacita julgar de modo

44
Lição 7 - Homem, a Glória da Criaçao

apropriado entre cursos de ação


diferentes ou entre formação de
atitudes que sejam agradáveis ou
desagradáveis a Deus. Fomos criados à
imagem de Deus para
3. Aspectos Morais. As qualida­ cuidarmos da Terra de
des racionais de nosso ser imaterial forma responsável e
nos equipam para realizar ações na proveitosa.”
vida, certas ou erradas, relativamen­
te à lei moral de Deus (At 20.16; lTm
4.2}. O nosso intelecto nos permite tas coisas que não sabemos acerca
entender o que está envolvido nas da existência após a morte. Mas a
questões do que é certo e do que é Bíblia ensina que há vida após a
errado. As nossas emoções apelam morte do corpo. A morte física é
para que nos inclinemos numa di­ aquilo que acontece quando o corpo
reção ou noutra, e a nossa vontade deixa de funcionar biologicamente.
decide, finalmente, a questão. O corpo físico entra em decadência
Porém, sem o quarto elemento, e retorna ao pó, de onde veio (Gn
que é a consciência, não pode haver 3.19}. No entanto, a parte imaterial
qualquer ação moral. A nossa cons­ do homem, que a Bíblia chama de
ciência pode ser descrita como uma alma e espírito, continua existindo
"voz interior" que aplica a lei moral conscientemente e volta para Deus
de Deus a nós, em relação a cursos (Lc 23.43; 2Co 5.8; Fp 1.22,23).
específicos de ação, levando-nos a
obedecer a essa íeí Lc 6.45}. 2. Razão da morte. A morte
surgiu em consequência do pe­
III. IMORTALIDADE cado (Rm 5.12). Depois que Adão
DO HOMEM pecou, ele morreu espiritualmen­
te, de modo imediato, pois perdeu
1. Morte física. A palavra mor­ a comunhão com Deus. Mas a sua
te significa "separação", A morte morte física somente aconteceu
espiritual é a separação entre o aos 930 anos de idade (Gn 2.17;
homem e Deus (Is 59.1,2}. A mor­ 5.3). A morte física do homem faz
te física é a separação da parte es­ parte tia maldição que lhe foi im­
piritual do homem do seu corpo. posta, quando Adão caiu em peca­
A alma e o espírito, os elementos do (Gn 3.19; Rm 6.23).
espirituais, se separam do corpo, a No plano original de Deus, o ho­
parte terrena. No entanto, a alma e mem precisava se alimentar com cer­
o espírito não desaparecem. ta regularidade da Árvore da Vida, de
O que acontece a uma pessoa, modo que o corpo físico seria renova­
por ocasião da morte física? Há mui- do constantemente pelo seu fruto.

45
Lição 7 -Homem, a Glória da Criação

Mas, devido ao pecado, Deus de intensos sofrimentos chamado


proibiu o seu acesso à Árvore da hades ou inferno (Lc 16.19-24).
Vida, para que não vivesse para Nesse lugar, a pessoa pode
sempre em pecado (Gn 3.22). pensar, lembrar, falar e sentir; e
também conserva a sua autocons­
3. Imortalidade. 0 homem foi ciência. No Juízo Final, todos os
criado por Deus como um ser imor­ incrédulos terão de enfrentar o
tal. No caso do crente, ao morrer, ele julgamento eterno e os tormentos
deixa de existir como um completo de serem banidos da presença do
ser material/imaterial, mas ele conta Senhor (2Ts 1.9; Ap 20.7-10).
com a bendita esperança da vinda de
Jesus Cristo para resgatá-lo (Ef 1.14),
f I
Quando morre, o ser espiritual (alma APLICAÇÃO PESSOAL
e espírito) volta imediatamente para
a presença do Senhor, no Paraíso (Lc 0 homem é a coroa da criação
23.39-43). Por ocasião da vinda do de Deus, portanto, não deve viver
Senhor, seus corpos mortais serão sem um propósito na vida, como
ressuscitados e transformados em se fosse um produto do acaso.
glória (ICo 15.50-57). Deve fazer a vontade de Deus e
Em contraste, quando morre buscar a Sua glória, experimen­
um pecador impenitente, a sua tando no seu dia-a-dia as bênçãos
alma continua em estado de exis­ da salvação em Cristo.
tência consciente, mas em um lugar v _ _ __________ _______________ )

( \
RESPONDA
1) Como Deus criou o homem?

2) Quais são os aspectos imateriais do homem?

3) O que é a morte espiritual?

v~ "- -------- — J
VOCABULÁRIO
• Abstrato: Que utiiiza abstrações, que opera com qualidades e relações, e não com a realidade
sensível.
* Im aterial: Que não tem a natureza da matéria; não material; impalpável.

46
Estudada e m ___ /___ /____

( A
LIÇÃO 8 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - SI 119,9
BÍBLIA, A Bíblia revela a vontade de Deus
Terça - Rm 16.25,26
A REVELAÇÃO A Bíblia é a preservação da revelação
Quarta-2Pe 1.21
ESCRITA DE
Toda a Bíblia é inspirada por Deus
Quinta - Mt 4.4
DEUS Para jesus, a Escritura é a Palavra de Deus
Sexta - Mt 24.35
A Palavra de Deus é Eterna
T e x to Á u r e o Sábado - G11.8
'Toda a Escritura é inspirada por A Revelação não pode sofrer acréscimo
Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a
educação na justiça."2Tm 3.16 LEITURA BÍBLICA
2 Timóteo 3.13-17
13 Mas os homens perversos e im­
postores irão de mal a pior, enga­
V erdade p r á t ic a nando e sendo enganados,
A Bíblia c a Palavra Eterna cie 14 Tu, porém, permanece naquilo
Deus rev elad a aos homens.
que aprendeste e de que foste intei­
rado, sabendo de quem o aprendeste
15 e que, desde a infância, sabes as
sagradas letras, que podem tornar-
-te sábio para a salvação pela fé em
Cristo jesus.
16 Toda a Escritura é inspirada por
Deus e útil para o ensino, para a re­
preensão, para a correção, para a
educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus
seja perfeito e perfeitamente habili­
tado para toda boa obra.

Hinos da Harpa: 259 - 306 - 505


v _______________ __ ______________J

\7
Lição 8 - Biblia, a Revelação Escrita de Deus

INTRODUÇÃO

A partir desta lição (até a li­


ção 13), abordaremos "O Plano de
Deus", na seguinte ordetn: 9) A Bí­
blia; 10) A Salvação; 11) A Família;
12) A Igreja; 13) A vinda de jesus;
e 14) Eventos Futuros.
A Bíblia é a revelação escrita
de Deus sobre si mesmo e sobre
a Sua criação. É razoável crer que
um Deus pessoal, soberano, amo­
roso e justo, decidiu se revelar às
Suas criaturas racionais através
de um registro escrito. E Ele resol­
veu usar homens submissos à Sua
vontade para serem os autores hu­
manos das Escrituras.

I. NECESSIDADE
DA REVELAÇÃO

O vocábulo "revelação" signi­


fica que Deus "desvenda" às pes­
soas aquilo que elas não poderiam
saber de nenhuma outra maneira
sobre Deus e Seus propósitos.

1. Conhecer a Deus. O pró­


prio Deus nos mostrou o Seu
amor quando providenciou cui­
dadosamente o necessário para
suprir a nossa natureza física e
resolver os nossos problemas es­
pirituais (SI 119.9-18).
Sem uma revelação da parte de
Deus, o homem natural nem ao me­
nos notaria sua condição de impor­
tância ou sua necessidade de ajuda.
Na revelação escrita, Deus falou
claramente ao homem quem Ele é

48
liçã o 8 - Bíblia, a Revelação Escrita de Deus

e como este poderia conhecê-lo e d) Form a. As Escrituras, como


viver segunda a Sua vontade. um livro antigo, foram escritas em
Além disso, é perfeitamente ló­ forma de rolos de pergaminhos ou
gico que Deus haveria de garantir papiro (Jr 36.2),
que essa revelação fosse protegi­ Deus começou a revelação es­
da, a fim de que as pessoas pudes­ crita, escrevendo Ele mesmo a Sua
sem ter esse conhecimento, sem Lei numa pedra (Êx 24.12), No iní­
distorcê-lo de maneira alguma. cio, eram utilizados o papiro e o
pergaminho. O papiro é uma plan­
2. Revelação escrita. Deus ta que nasce nas margens dos rios
usou a forma escrita para melhor e lagos do Oriente, de cujas entre­
preservar o conteúdo das Suas re­ cascas eram extraídas tiras que,
velações (Mt 5,17-20), O método coladas umas as outras, formavam
de aprender por tradição oral, his­ rolos (Êx 2.3; Jó 8.11).
tórias cujas narrativas passam de O pergaminho era feito de pele
uma geração a outra, com a pas­ de animal curtida e polida (cuja téc­
sagem do tempo haveria de enfra­ nica foi aperfeiçoada em Pérgamo,
quecer a sua memória e facilmen­ advindo daí o seu nome), especial-
te ser distorcida. Portanto, esse mente para a escrita em forma de
método de transmitir a revelação rolo (2Tm 4.13). Com a invenção
de Deus e dos Seus propósitos não do papel pelos chineses, no Século
seria seguro nem fidedigno. II, e da impressa por Gutemberg,
Então, Deus providenciou para em 1450, foi possível a "reunião" de
que a Sua revelação fosse preser­ todos os 66 livros num só volume.
vada em forma escrita. Considere­ Hoje, temos a Bíblia na forma digi­
mos os seguintes aspectos: tal nos computadores, notebooks,
a) Autor Cremos que Deus é o smartphones, celulares e tabletes.
único Autor da Bíblia e que todo o
seu conteúdo é a revelação da Sua 3. O nome Bíblia. O nome Bí­
vontade aos homens. blia deriva do grego biblos, que
b) Escritores. Deus usou, num era uma folha de papiro prepara­
período de cerca de 1.600 anos, da para a escrita (Ec 12.12; lTm
40 pessoas para escrever a Sua 4.13; 2Jo 1.12). Várias folhas de
revelação, entre os quais: reis, papiro formavam um rolo que era
sacerdotes, profetas, estadistas, chamado de biblion, e vários rolos
pescadores etc. constituíam uma bíblia ou coleção
c) Línguas. O Antigo Testa­ de livros pequenos (Hb 9,19),
mento foi escrito em Hebraico, e Segundo a tradição cristã, João
algumas partes em Aramaico. O Crisóstomo, patriarca de Constan­
Novo Testamento foi escrito no tinopla, no Século IV, foi o primeiro
Grego popular. a chamar as Escrituras de "Bíblia".

49
Lição 8 - Bíblia , a Revelação Escrita de Deus

II. A INSPIRAÇÃO a) Jesus reconheceu o Antigo


DAS ESCRITURAS Testamento como Palavra de Deus.
Ele a usou frequentemente (Mt
As Escrituras são a revelação 4.4,7,10), e asseverou que as Escri­
infalível (sem erro) de Deus sobre turas permaneceriam para sempre
si mesmo e sobre os Seus propósi­ (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Ele também
tos aos homens. disse que as Escrituras falavam a
respeito Dele (Mc 9.12; Lc 18.31).
1. Inspiração divina. 0 termo b) Cumprimento das p rofe­
"inspiração" índica a orientação e cias bíblicas. As predições bíbli­
supervisão do Espírito Santo na cas têm-se cumprido de manei­
produção das Escrituras, na seleção ra exata, o que confirma a sua
do conteúdo e das palavras que eles inspiração divina pelo Espírito
escreveram (2Tm 3.16; 2Pe 1.1-21). Santo. Esses eventos jamais po­
0 Espírito os resguardou de todo deriam ter sido previstos pelo
erro e de toda a omissão no registro raciocínio inteligente do homem.
daquilo que Deus queria que eles Muitas dessas predições já foram
escrevessem. Contudo, Ele usou a cumpridas à risca (Exemplos: Mq
personalidade dos escritores, com­ 5.2; SI 41.9; SI 22.16; Is 52.13-15;
provado na singularidade de estilo e 53.1-12; SI 34.20; Is 35.1,2;Ez 37,
vocabulário de cada livro. etc.). As demais profecias serão
Em geral, os autores das Escritu­ cumpridas no devido tempo.
ras não estavam conscientes do fato c) Unidade da Bíblia. Ela exibe
de que seus escritos fariam parte da uma maravilhosa unidade quanto
revelação divina registrada. a seus temas. Os livros bíblicos,
Ao serem impelidos por Deus, es­ embora escritos por autores di­
creveram obedientemente e não du­ ferentes, em tempos e geografias
vidaram das palavras que deveriam diferentes, apresentam um tema
ser usadas, reconhecendo eles pró­ predominante: a redenção do ho­
prios que estavam sendo inspirados mem, por parte de Deus, mediante
por Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21). o sacrifício de Jesus Cristo.
Alguns pesquisaram e investigaram Destaca somente um único
todas as narrativas feitas por teste­ sistema doutrinário, um único
munhas oculares (Lc 1.1-4), Outros, padrão moral, um único plano
como Paulo, escreveram a fim de de salvação e um único plano di­
esclarecer dúvidas das igrejas locais vino para os séculos. E tudo isso,
(ICo 1.10-13; 7.1; Gl 1.6,7). embora com autores e livros tão
distintos, produz apenas uma
2, Evidências. Muitas são as narrativa, um tema só, uma única
evidências da inspiração das Es­ grandiosa realização, mas de for­
crituras: ma absolutamente harmoniosa.

50
Lição 8 - Bíblia, a Revelação Escrita de Deus

3. Revelação completa. A Bíbiia


é a revelação escrita e completa de
Deus, Isto significa que não devemos
acrescentar ou retirar coisa alguma
A Bíblia sendo a
dela (G11.6). Deus já nos disse tudo
revelação escrita
quanto queria revelar acerca de Si
completa e única de Deus
não pode ser diminuída
mesmo e de Seu plano para nós.
e nem acrescentada."
A inspiração especial, "inspira­
ção plenária" do Espírito, que trou­
xe à existência a Palavra de Deus 40.5; G1 6.16). Aplicado às Escritu­
em forma escrita, não está mais à ras, primeiramente por Orígenes
nossa disposição hoje em dia, pois (185-254 dC), refere-se aos 66 li­
se destinava exclusiva mente aos vros que foram aprovados como a
autores das Escrituras. Podemos revelação inspirada escrita de Deus.
ser impelidos por Deus para con­ Os livros bíblicos são reconhe­
tribuirmos para a expansão do Seu cidos como canônicos, para dife­
reino, mas não para produzirmos renciá-los dos livros apócrifos. Os
outras revelações divinas. apócrifos, ou "não genuínos", são
Obviamcntc, Deus feia ainda hoje diversos livros antigos que não fo­
com a Sua Igreja por meio do dom da ram reconhecidos como revelação
profecia, quando o Espírito de Deus de Deus. Sete deles fazem parte da
declara aos crentes a mente do Se­ versão da Bíblia católica: Tobias,
nhor Mas isto destina-se à orientação Judite, Sabedoria de Salomão, Ecle­
pessoal de um crente ou grupos de siástico, Baruque, I e II Macabeus.
crentes, servindo para edificar, exor­
tar e consolar. Todas as profecias, 2. O Antigo Testamento. O câ­
quando recebidas, devem se harmo­ non do Antigo Testamento, cons­
nizar com a Palavra de Deus, jamais tituído por trinta e nove livros, foi
servindo para substituir ou contradi­ formado num período de mil anos.
zer a revelação bíblica (ICo 14.3). Iniciou-se com Moisés, em forma
escrita, por volta de 1450 a.C. (Êx
HL O CÂNON DAS 17.14; Ne 8.1-3). Depois, passando
ESCRITURAS por diversos escritores, como Davi,
Salomão, Isaías, Jeremias, e termi­
A Bíblia é o nosso cânon sagra­ nou nos fins do século V a.C. com
do, nossa regra de fé e prática. Malaquias. (lCr 16.7-10; lRs 4.29-
32; ís 30.8; Jr 36.32; Lc 16.16).
1. Conceito. A palavra kanon, no O historiador judeu Josefo (95
grego, significava “cana" ou “vara d.C), indica que os trinta e nove li­
de medir" como a régua de um car­ vros do Antigo Testamento foram
pinteiro, ou "regra" ou “padrão“ (Ez reunidos sob a direção de Esdras e

51
Lição 8 - Bíblia, a Revelação Escrita de Deus

dos membros da Grande Sinagoga, no apóstolo ou apoiada por um deles.


século V a.C, Na Bíblia hebraica, estão b) Seu conteúdo precisava ser
organizados em três categorias: a Lei, de caráter espiritual, de maneira
os Profetas e os Escritos. A escola de tal que fosse reconhecida como
Jamnia, na judeia, entre os anos 70 obra dívinamente inspirada.
e t00 d.C, reconheceu esses livros c) Precisava ser universalmen­
como o cânon do Antigo Testamento. te aceita pela Igreja como inspira­
da por Deus. 0 Concílio de Cartago
3 .0 Novo Testamento, O cânon (reunido em 397 d.C.) reconheceu
do Novo Testamento é constituído oficialmente que o cânon do Novo
por vinte e sete livros, escritos num Testamento era composto por vin­
período de cem anos (G1 1.8). te e sete livros, confirmando o que
Todos os livros, no final do pri­ já era plenamente evidente para
meiro século, já estavam escritos, todas as igrejas da época.
sendo o Apocalipse o último livro,
escrito em 96 d.C. Entretanto, o reco­
nhecimento canônico neotestamen- APLICAÇÃO PESSOAL
tário demorou devido à existência de
diversos livros apócrifos e heréticos. À Bíblia é a Palavra de Deus e con­
Com o tempo, a Igreja desen­ tém toda a revelação necessária ao
volveu uma maneira de reconhe­ conhecimento de Deus. Por isso, com
cer as Escrituras inspiradas por toda a diligência, íeia a Bíblia e medi­
Deus* Isso destacava as Escrituras te nela para ser sábio, creia nela para
de qualquer outra forma de litera­ desenvolver sua salvação, ame-a para
tura, A regra (ou cânon) do Novo manter viva a esperança, pratique-a
Testamento era a seguinte: para ser santo e agradar a Deus.
a) Tinha de ter sido escrita por um v________ _________J
r "\
RESPONDA
1) Qual a necessidade de ter a Palavra de Deus na forma escrita?

2) Quantos escritores, aproxim adam ente, escreveram a BibEia e em quanto tem po?

3) Quantos livros bíblicos constituem o cânon da Bíblia? (Quantos são do Antigo


Testamento e quantos são do Novo?)

52
Estudada e m ___ f ___ /____

r : ^
i 1ÇÃO 9 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Gn 3.22,23
0 pecado humano inicia-se com Adão
SALVAÇAO, Terça - Rm 6.23
0 salário do pecado é a morte
A SO LUÇÃO Quarta - ljo 3.4
Pecado é a transgressão da lei de Deus
PARA O PECA D O Quinta - Rm 8.22
0 pecado gerou destruição ambiental
Sexta -At 4.12
Jesus é a única salvação do pecado
TEXTO ÁUREO Sábado-Cl 2.15
"Ele vos deu vida, estan do vós Jesus derrotou o autor do pecado
m ortos nos vossos delitos e
pecados." E f 2.1
LEITURA BÍBLICA
Efésios 2.1-5
1 Ele vos deu vida, estando vós mor­
VERDADE PRÁTICA tos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais andastes outrora, se-
Jesu s Cristo é a única e
gundo o curso deste mundo, se­
definitiva solu ção p a ra o p ec a d o
gundo o príncipe da potestade do
do h o m em
ar, do espírito que agora atua nos
filhos da desobediência;
3 entre os quais também todos nós
andamos outrora, segundo as incli­
nações da nossa carne, fazendo a
vontade da carne e dos pensamen­
tos; e éramos, por natureza, filhos
da ira, como também os demais.
4 Mas Deus, sendo rico em miseri­
córdia, por causa do grande amor
com que nos amou,
5 e estando nós mortos em nossos
delitos, nos deu vida juntamente
com Cristo, - pela graça sois salvos...

Hinos da Harpa: 18 -1 5 6 - 73

53
Lição 9 - Salvação, a Solução [xim o Pecado

INTRODUÇÃO
SALVAÇÃO,
A SOLUÇÃO PARA 0 PECADO Nesta lição, aprenderemos o
que a Bíblia diz sobre a origem e
INTRODUÇÃO as consequências do pecado. Mas,
graças a Deus, não precisamos nos
I. COMPREENSÃO DO PECADO desesperai; pois também apren­
1. Origem do pecado Gn 3 .1 -5
deremos que a solução única e de­
finitiva foi dada por Jesus Cristo.
2. Natureza do pecado i jo 3.4 Peçamos que o Espírito nos ajude
3. Realidade do pecado E f 2 .1 -5 a avivar no nosso coração a certe­
za e segurança da nossa salvação,
II. CONSEQUÊNCIAS DO enquanto estudamos esse impor­
tantíssimo assunto.
PECADO
1. Morte e punição eternas Gn2.i7 1. COMPREENSÃO
2. Doençase enfermidades Gn 3.16-19
DO PECADO

3. Destruição ambiental Rm 8 .1 9 -2 2 Existem muitas opiniões sobre


as fraquezas e erros humanos, mas
III. VITÓRIA SOBRE O PECADO a única verdadeiramente comple­
1. Restauração espiritual J 0 3 .1 6 J 7
ta é a revelação das Escrituras.

2. Autoridade espiritual C12.15


1. Origem do pecado. 0 peca­
3. Restauração física Is 5 3 .4 t5 do surgiu em dois momentos:
a) No Universo, o pecado en­
APLICAÇÃO PESSOAL trou através do pecado dos anjos,
pela ambição e soberba de Satanás
[Ez 28.11-19; Is 14,13,14). Desde
então, tornou-se um princípio fun­
damental satânico em oposição ao
governo de Deus.
b) Na humanidade, o peca­
do começou através dos nossos
primeiros pais, Adão e Eva, ao
cederem ao engodo de Satanás e
desobedecerem a Deus, comen­
do do fruto da "árvore do conhe­
cimento do bem e do mal", que
Deus havia terminantemente
proibido (Gn 3.1-5).

54
Lição 9 - Salvação , a Solução pam o Peaido

Na proibição divina ao primeiro o faz perceber sua própria sujeira


casal, sua obediência foi requeri­ moral (SI 51.2,7; Is 64.6; ljo 1.7).
da e a desobediência avaliada (Gn f) Iniquidade. É todo ato con­
2.16,17). Eles tinham de tomar a trário à equidade, à moral ou à
decisão de amar a Deus, obedecê- justiça divina (Pv 22.12).
lo e viver para a Sua glória, ou de g) Impiedade. Consiste no des­
rejeitar a Deus e o Seu amor. Na de­ prezo às cousas concernentes à
sobediência deles o pecado entrou fé, apego à incredulidade e recusa
no mundo e a sua natureza peca­ explícita em conceder adoração ao
minosa foi transmitida, através de único e verdadeiro Deus (Pv 11.5).
Adão, para todos os homens em
todos os tempos (Rm 5.12). 3. Realidade do pecado. O pe­
cado é real na história humana (Gn
2. Natureza do pecado. O pe­ 4.7; Rm 5.12-14). Por isso, Deus
cado é toda desobediência a Deus. deu a Lei escrita para guiar o Seu
Toda atitude que nâo expressa o Seu povo no começo da experiência dos
santo caráter e retidão é pecado, israelitas no deserto do Sinai (Êx
quer seja por ação ou por omissão. 20.1-17). Ele também deu sobejas
Na Bíblia, o pecado é descrito instruções de como o pecado pode­
como: ria ser expiado (Lv 4 - 7).
a) Transgressão. Consiste na Como o homem é uma criatura
desobediência à Lei divina, pois racional, ele certamente sabe que
esta é uma expressão de Sua natu­ é culpado de pecado, quando con­
reza moral (ljo 3.4; Rm 5.14-17). frontado com os seguintes aspectos:
b) Errar o alvo. Significa não a) Se fizer aquilo que não deve
cumprir o propósito de Deus para fazer; ou se não fizer aquilo que
a vida, a Glória de Deus (Êx 20.20; deve fazer.
Rm 3.23). b) Se for aquilo que não deve ser;
c) Egoísmo. É priorizar os dese­ ou se não for aquilo que deve ser.
jos pessoais, por vaidade ou orgu­ Os primeiros cinco livros do
lho, em detrimento da vontade di­ Antigo Testamento, conhecidos
vina (SI 119.36; Pv. 16.18; Fp 2.3). como "livros da Lei", contêm os
d) Rebeldia. É desobediência mandamentos de Deus para o
ou ação contra a soberania e auto­ Seu povo. Os livros históricos (de
ridade de Deus ou contra os minis­ Josué até Ester) registram o trá­
tros enviados por Ele (Êx 23.21; gico fracasso por não obedece­
ISm 15.23; ls 53.6). rem aos mandamentos. O salmis­
e) Imundície. E quando a pes- ta exprimiu tristeza por causa de
soa peca intencionalmente e tem a seu pecado (SI 51.1,2,5). Os pro­
consciência de estar fazendo o que fetas clamaram contra o pecado
é errado, cujo sentimento de culpa (Ez 23; jr 5; Dn 9.1-23).

55
Liçõo 9 -Salvação, a Solução para o Pecado

0 Novo Testamento nos mos­ rem umas com as outras, o que nos
tra Jesus como "o cordeiro de Deus mostra que o egoísmo faz parte da
que tira o pecado do mundo1' o natureza humana pecaminosa. O
qual tomou sobre si nossas enfer­ homem, sem Deus, cai em depra­
midades e dores, recebendo sobre vação, que resulta em corrupção
si mesmo o castigo que nos traz a generalizada; basta observarmos
paz (Jo 1.29; Is 53.4-6; Lc 23.44-47; as terríveis condições da socieda­
Jo 19.28-30; Ef 2.1-5). A deprava­ de atual (2 Tm 3,1-5).
ção humana é uma evidência da A punição eterna é a pior de
realidade do pecado (Rm 1.28-32). todas as consequências do pe­
cado, pois é o castigo eterno (Jo
II. CONSEQUÊNCIAS 3.16-18; 2Ts 1.6-10). Notemos
DO PECADO que o adjetivo "eterno” é usado
para descrever tanto o Céu (vida
Examinemos as principais con­ eterna) quanto o inferno (puni­
sequências do pecado original do ção eterna), conforme lemos nas
homem. Escrituras (Dn 12.2; Mt 25.46).
Depois da morte, segue-se o juí­
1. Morte e punição eternas. A zo, não existindo nenhum estágio
morte tem a ver com a separação intermediário nem cabendo em
entre o homem e Deus (Gn 2.17; Is prol dos mortos nenhum tipo de es­
59.1,2; Rm 3.23). Ao pecarem, Adão cape ou ajuda espiritual (Hb 9.27).
e Eva perderam a comunhão com
Deus, tornaram-se conscientes da 2. Doenças e enfermidades.
condenação, da nudez e cheios de As enfermidades e as mazelas do
vergonha, ao perderem também corpo eram desconhecidas por
a Glória. Por isso, foram expulsos Adão e Eva, no Jardim do Eden,
do Jardim do Éden. Esse princípio porque eles eram puros e inocen­
corruptor, a natureza pecaminosa, tes. Os ataques por germes e vírus,
atingiu o mundo inteiro, que ficou assim como doenças de todos os
debaixo do domínio do pecado (G1 tipos, apareceram como resulta­
3.22; Si 51.5; Rm 5.12). E, juntamen­ do do pecado e em decorrência
te com essa servidão ao pecado, tor- do julgamento divino por causa
namo-nos "filhos da ira'' (Ef 2.3). da desordem e desequilíbrio que Ã

O homem age maldosamente o pecado causou na natureza (Ex


por causa de sua natureza cor­ 15,26; Dt 28.58-62).
rompida, em razão do que ele é em A dor e a decadência física fa­
si mesmo. Desde cedo, as crianças zem parte do processo iniciado
mostram uma tendência para a pelo pecado, o qual, finalmente
desobediência, cuja natureza pe­ leva á morte física (Gn 3.16 19), De
caminosa as leva também a briga- tato, a morte cerca implacavelmen-

S6
Lição 9 - Salvação, a Solução para o Pecado

te a humanidade, como resultado restauração espiritual, se nos ar­


da queda do homem no pecado. rependermos e aceitarmos a ofer­
ta da salvação de Deus (Ef 2.8).
3. Destruição ambiental. Por Quando cremos Nele e o confessa­
causa do pecado, a maldição veio mos como Senhor de nossas vidas,
sobre a natureza (Gn 3.17,18). No somos transformados e recebe­
vindouro reino de Deus, os animais mos a nova vida espiritual. Isso é
irracionais serão pacíficos, e não o "novo nascimento", quando nos
selvagens. Isso leva-nos a crer que tornamos novas criaturas em Cris­
a atual ordem de selvageria resulta to (Rm 10.9; Ef 2.19; 2Co 5.17).
da maldição causada pelo pecado; Por meio da morte de Jesus, a
os animais mais fortes fazem pre­ pena imposta contra o pecado foi
sa dos mais fracos e a harmonia na totalmente paga e satisfez plena­
natureza foi perturbada (Is 11.7). mente a ira de Deus (Cl 2.13). Na
A vida vegetal também revela aceitação desse sacrifício expiató­
os maus efeitos do pecado, Sarças rio, somos justificados ou declara­
e espinheiros abafam as plantas dos justos, como se nunca tivésse­
úteis. Os alimentos são produzi­ mos pecado. Deus garante o nosso
dos com muito esforço, pois a luta perdão e nos provê plena e gra­
para obter alimentos do meio am­ tuita redenção. Ele também nos
biente cobra um alto preço em seu confere uma nova natureza e nos
corpo (Rm 8.19-22). adota na Sua família como Seus fi­
lhos e filhas (Rm 8.14-17; l|o 3.2).
III. VITÓRIA SOBRE
O PECADO 2. Autoridade espiritual. Na
cruz, Jesus sujeitou sob Seus pés
Em meio a todo o desespero todo principado e potestade, nos
humano, Deus proveu, em Sua mi­ dando autoridade espiritual sobre
sericórdia, um meio de escape para Satanás e os demônios (Lc 10.19;
o homem não sofrer as consequên­ Mc 16.17,18; Cl 2.15; At 10.38).
cias da morte espiritual. Desse Deus dera a Adão autoridade sobre
modo, você e eu podemos ser res­ toda a terra (Gn 1.28). Mas quando
taurados, tanto espiritual quanto Adão pecou, ele a entregou a Sata­
fisicamente, dos efeitos do pecado.1 nás, assim como o comando da sua
vida e da humanidade.
1. Restauração espiritual. Como resultado dessa rebelião
Deus proveu para o homem a li­ contra Deus, toda a humanidade
bertação espiritual através de Je­ ficou escravizada sob o poder ma­
sus (Jo 8.36). Ele é o nosso subs­ ligno: mentira, doenças, destrui­
tituto e a própria expiação pelo ção familiar, idolatria, opressões
pecado (Jo 3.16,17). Recebemos a e possessões demoníacas etc., se

57
Lição 9 Salvação, a Solução para o Pecado
-

tornaram uma normalidade anor­ como resultado da promessa de


mal [Mc 5,1-14; Lc 13.11-16). Jesus Jesus (Mc 16.18). Os ministros de
veio para destruir as obras do Dia­ Cristo, assim como todos os cren­
bo e desenvolver a nossa autorida­ tes, devem orar com fé pelos en­
de espiritual [ljo 3.8; Lc 10.19). fermos, na esperança de que Deus
os cure (Tg5.14).
3. Restauração física. Jesus, O testemunho, ao longo da his­
na cruz, fez uma completa provi­ tória, é que aqueles que confiam
são para a nossa restauração física, em Jesus podem ser curados em
pois ele tomou sobre si nossas do­ resposta à oração da fé. Há poder
res (doenças) e enfermidades (Is no nome de Jesus (At 4.10).
53.4,5). Doenças e enfermidades
fazem parte das consequências do r : \
pecado. Jesus curou um número APLICAÇÃO PESSOAL
incontável de pessoas enfermas
durante o Seu ministério público. 0 incomensurável amor de
Ele também instruiu aqueles que Deus foi provado no alto preço
foram enviados a pregar, para que, que pagou para nos salvar: a mor­
igualmente, curassem os enfer­ te de Jesus, Seu único Filho. A sal­
mos (Mt 10.7,8). vação nos confere todos os bene­
Os milagres de cura continua­ fícios conquistados por Jesus!
ram a ser realizados pela Igreja, V_________ __ ________ J

RESPONDA
1) Qual a origem do pecado angélico?

2) Qual a origem do pecado hum ano?

3) Qual a solução de Deus para o pecado do hom em ?

V .. — _____ ___
VOCABULÁRIO
* Expiar: Rem ir (a culpa), cum prindo pena; pag ar Sofrer, padecer
* Restauração: A io ou efeito de restaurar(-se). Recuperação, restabelecim ento, restauro.
* Transgressão: Ato ou efeito de transgredir; infração, violação.

58
Estudada e m ___ /___ /____

k ' \
LIÇÀO 10 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Gn 1.26,27
Criação da primeira família
FAMÍLIA, Terça - Gn 1.28
Deus abençoa o casamento
ALIANÇA DE Quarta - Gn 3.6
A queda da primeira família
A M O R E V ID A
Quinta - At 16.31
Jesus restaura e salva a família
Sexta -Ef 5.21
A base da autoridade familiar
T exto áureo Sábado - SI 127.1
“Maridos, a m a i vossa mulher, Deus é o edificador da família
com o tam bém Cristo am ou a
igreja e a si m esm o se entregou
p o r e l a “ Ef 5.25
LEITURA BÍBLICA
Efésios 5.21-25
21 sujeitando-vos uns aos outros no
temor de Cristo.
22 As mulheres sejam submissas ao
seu próprio marido, como ao Senhor;
23 porque o marido é o cabeça da
mulher, como também Cristo é o ca­
beça da igreja, sendo este mesmo o
salvador do corpo.
24 Como, porém, a igreja está sujeita a
Cristo, assim também as mulheres se­
jam em tudo submissas ao seu marido.
25 Maridos, amai vossa mulher,
como também Cristo amou a igreja
e a si mesmo se entregou por ela.

Hinos da Harpa: 96 -1 0 7 -1 2 6
v__________________ J
59
05/04/2017 utilidades.gatovolador. net/issuu/down.php?url=https%3A%2F%2Fissuu .com%2Frogeriocastelo8%2Fdocs%2Frevista_da_ebd_-_doutrinas_b__blica&in icial=1 &np=84

Lição 10 - Família; Aliança de Amor e Vida

c ~ ^ INTRODUÇÃO
FAMÍLIA,
ALIANÇA DE AMOR E VIDA A família não tem uma origem
acidental, nem se originou na von­
tade dos nossos primeiros pais.
INTRODUÇÃO Não é algo iniciado pelas emoções
de um homem e uma mulher, nem
I. A FAMÍLIA NA BÍBLIA é governada pelos costumes deste
1. Origem da família Gn 1 .2 6 -2 8
mundo. A família se originou em
Deus, para fazer a Sua vontade
2. Queda da família Gn3.6 de abençoar toda a terra. Família,
mais do que um conceito, é uma
3. Propósito imutável Gni.28
instituição divina.

II. RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA L A FAMÍLIA NA BÍBLIA


1. Corrupção da família Tgi.lS
Ao criar a humanidade, Deus ti­
2. Compromisso de Deus A ti63i nha em Sua mente a instituição da
3. Salvação da família Gn i.i família. É por isso que Ele criou a
humanidade a partir de um casal,
como macho e fêmea, e abençoou
III. OS MEMBROS DA FAMÍLIA
a família, que segundo o plano divi­
1. EspO SO E f5 .2 5 no é constituída de casal, homem e
mulher, e seus filhos (Gn 1.28).
2. Esposa E fS .22
Deus criou a família e deixou
3. Pais e filhos E f 6 .1-4 bem claro que a Sua presença,
como edificador da mesma, seria
APLICAÇÃO PESSOAL importante e indispensável no
seio dela (SI 127.1).

1. Origem da família. Fre­


quentemente pensamos em famí­
lia como algo meramente humano,
e esta realmente não deixa de ser.
Por ser humana, tendemos a pen­
sar que ela resulta simplesmente
do pensamento e da necessidade
do homem. Mas a Bíblia nos diz
claramente que a família advém
de um propósito de Deus, e não do
homem. Mesmo no princípio, antes

60

http://utilidades.gatovolador.net/issuu/down.php2urhhttps%3A%2F%2Fissuu.com%2Frogeriocastelo8%2Fdocs%2Frevista_da_ebd_-_doutrinas_b__blica&in icial=1 &np=84 60/84


Lição 10- Fam ília , Aliança de Am or e Vida

mesmo de Deus criar a humanida­ viam juntos na presença de Deus


de, Ele já tinha em si mesmo esse e passavam bons momentos no
j" _ _

conceito (Gn 1.26-28; Ef 1.3-5). Jardim do Eden. Então o pecado


Deus fez o primeiro casamento, entrou no mundo e a família caiu.
demonstrando que a família, no pa­ Vejamos as consequências da
drão divino, nasce no casamento de queda da família:
um homem com uma mulher, e com a) Violação da ordem divina
Ele presente (Gn 2.18-24). A famí­ (Ef 5.23).
lia é a mais importante instituição b) A família fracassou porque
criada por Deus para a formação e Eva se tornou independente de
equilíbrio da sociedade. É através Adão (Gn 2.28).
da família que a benção de Deus se c) A glória e a honra de Deus,
manifesta à humanidade (Gn 12.3), que revestia a família, foi embora
(SI 8.5), Por isso, enquanto não ha­
2. Queda da família. Antes que viam pecado, eles não sentiam ver­
o pecado entrasse no mundo, a pri­ gonha por estarem nus (Gn 2.25).
meira família sobre a terra era feliz d) 0 amor esfriou. Adão come­
e vivia em harmonia com Deus. Eva çou a acusar sua esposa, ao invés
separou-se momentaneamente de de amada e dar-se por ela (ICo
seu marido e, quando estava só, a 13.4-7; Gn 3.12).
serpente, que é o Diabo, veio ten­
tá-la. Enquanto estavam juntos, o 3. Propósito imutável* Apesar
inimigo não conseguiu encontrar de Deus ter pronunciado julgamen­
uma brecha para chegar e tentar to contra o pecado, Ele não alterou
(Mt 12.25; Ec 4.9-12). Seu propósito original para a famí­
A oportunidade do tentador lia (Gn 1.28; 3.16-19). Deus pode
chegou quando Eva estava longe de mudar os meios, mas Seus propósi­
seu marido (Gn 3.1). Quando a fa­ tos são imutáveis. Seus meios, ago­
mília está dividida, principalmente ra, com Adão e Eva, haviam muda­
no coração, quando cada um toma do; mas, até mesmo no julgamento,
uma direção, cada qual agindo in­ o propósito de Deus não se alterou
dependentemente, esse é o início (Gn 3.16). Pois, na criação da famí­
da queda da família (Gn 3.6). lia, Deus dissera: "Sede fecundos,
Sabemos que o pecado é a multiplicai-vos, enchei a terra" (Gn
origem dos males que assolam 1.28). Este é um mandamento dado
a família (Gn 3.1-2; lTm 2.14). ao marido e sua esposa.
Quando não existia o pecado na Ao estabelecer a família, Deus
primeira família, havia um relacio­ fez da mesma um núcleo de bên­
namento aberto, em amor, entre çãos, tanto aos seus membros como
o homem e a mulher; e Deus era para toda a humanidade, principal­
parte essencial da família. Eles vi mente quanto ao seguinte:

61
Lição 10 - Fam ília , Aliança de Am or e Vida

a) Lugar de adoração a Deus. ginal de Deus (Gn 4.19; 2.24).


_ ^
Deus a colocou no Eden, um local Por um período de 235 anos,
seguro e com todas as provisões aproximadamente, não houve ne­
para a primeira família manter co­ nhuma menção de adoração a Deus.
munhão com Ele e adorá-lo livre­ Porém, no ano em que nasceu Enos,
mente (Gn 2.18). "daí se começou a invocar o nome
b) Espaço p ara crescim ento do Senhor" (Gn 4.26).
pessoal. A convivência familiar no Isto mostra que demorou muito
temor do Senhor nos coloca nas para que voltassem a cultuar a Deus.
circunstâncias ideais para o cres­ Quando se voltaram para o Senhor,
cimento pessoal (Lc 2.52). eles descobriram, enfim, que Deus é
c) Um canal de bênçãos. Quan­ o abrigo seguro e fonte de bênçãos;
do a terra se encheu de violência e e também experimentaram que
maldade, Deus separou uma famí­ adorá-lo seria o único meio seguro
lia que o temia e andava com Ele; para afastar o inimigo e tornar sem
e, através dela, deu à humanidade efeito sua ação destruidora.
um novo começo com a plenitude A família, portanto, deveria
da Sua bênção (Gn 6.8-13). Depois, ser fonte de bênção, constituída
através da família de Abraão, aben­ por "um homem e uma mulher",
çoaria toda a Terra (Gn 12.1-3). e os dois seriam uma só carne e
viveriam para cumprir esse pro­
II. RESTAURAÇÃO pósito divino. Porém, quando se
DA FAMÍLIA chega à geração de Noé, todas as
famílias da face da terra já haviam
Após a queda da primeira fa­ se corrompido, exceto a família de
mília, esta foi expulsa do Jardim do Noé (Gn 6.5,8; 7.1).
Éden e veio a povoar a Terra, geran­
do descendentes que constituíram 2. Compromisso de Deus.
famílias igualmente caídas. Somen­ Graças a Deus há salvação; e
te Deus poderia restaurar a família. quando Deus provê a salvação,
esta é destinada para toda a fa­
1. Corrupção da família. Após mília, não apenas para um indi­
a queda da primeira família, o pe­ víduo (At 16.31). A unidade de
cado entrou no mundo (Gn 3.22,23; salvação é a família, mas receber
Rm 3.23). A semente do fracasso, da o Senhor Jesus como Salvador é
derrota da família, já fora semeada uma atitude individual, de cada
(Tg 1.15). Assim, na segunda gera­ um de seus membros.
ção, houve até um assassinato entre A verdade é que nós mesmos
irmãos (Gn 4.8). Na quinta geração, devemos crer no Senhor Jesus para
Lameque casou-se com duas mu­ sermos salvos. Os pais nao podem
lheres, transgredindo o projeto ori- crer para que os seus filhos sejam

62
Liçao Î0 - Fam ília, Aliança de A m or e Vida

salvos, tampouco os filhos para que


seus pais sejam salvos. Cada um,
individualmente, tem de crer no
Senhor (Mt 15.16,17). A salvação é A família estabelecida
pessoal, individual e intransferível. por Deus, inicia com
um homem e uma
3. Salvação da família. Quan­ mulher, com o Senhor
do uma pessoa crê no Senhor Jesus, presente/'
Deus tem uma promessa para ela: a
salvação de siia família (At 16.31).
A Palavra de Deus é rica de exem­ família (Ef 5.26-28; lTm 5.8). Deve o
plos de famílias que experimenta­ marido demonstrar honra, respeito
ram andar no caminho da salvação e e tratar com dignidade sua esposa
que, unidas, cultuavam a Deus: na vida comum do lar, para que não
A família de Noé (Gn 7.1); Abraão (Gn sejam impedidas as suas orações,
18.19); Jacó (Gn 35.1-3); escravas no além de prestar reconhecimento a
Egito (Gn 12.3-7); Raabe (Js 2,18); sua mulher (IPe 3.7; Pv 31.28,29).
Josué (Js 24.15); Elcana (ISm 1.19);
Cornélio, o centurião (At 10.24-44); 2. Esposa. Submissão, bondade,
carcereiro de Filipos (At 16.31-34); amor e respeito: esses são deveres
Lídia (At 16.14,15). cristãos da mulher para com o seu
esposo, seja ele crente ou não (IPe
111. OS MEMBROS 3.1,2). Elisabeth EIliot traduziu mui­
DA FAMÍLIA to bem o caráter de uma esposa que
vive os padrões bíblicos, quando
A Palavra de Deus oferece à fa­ disse: "O fato de ser mulher, não me
mília toda a instrução necessária torna um tipo diferente de cristã.
para o relacionamento conjugal, Mas, o fato de ser cristã, me torna
para o relacionamento entre país um tipo diferente de mulher".
e filhos, e para o relacionamento As características de uma es­
da família com o Senhor. posa, segundo a Bíblia, são: sub­
missão (Ef 5.22,24; Cl 3.18; IPe
1. Esposo. A Bíblia determina 3.1; Tt 2.5); testemunho de disci­
quais são os deveres que o marido plina (IPe 3.2); obediência (IP e 3.
deve ter em relação à sua esposa, co­ 6); respeito e reverência (Ef 5.33);
meçando por amá-la "como Cristo e edificadora do lar (Pv 14.1).
amou a Igreja", e como se fosse seu
próprio corpo (Cl 3.19; Ff 5.25,28). 3. Pais e filhos. Os pais têm o
Ao marido também foi dado o dever de criar e orientar seus fi­
dever de cuidar, aperfeiçoar e ser lhos na vida crista, ensinando-os
responsável pela vida espiritual da através da Bíblia e do exemplo

63
05/04/2017 utilidades.gatovolador.net/issuu/down.php7urhhttps%3A%2F%2Fissuu.com%2Frogeriocastelo8%2Fdocs%2Frevista_da_ebd_-_doutrinas_b__blica&in icial=1 &np=84

Lição 10- Família, Afiança de Amare Vida

pessoal a andarem no caminho Ouvir as instruções de seus


de Deus e educá-los para a vida pais é um dos propósitos do Se­
(Pv 22.6). Cuidar dos filhos com nhor para os filhos (Pv 1,8,9).
sabedoria é a jornada que Deus
confiou aos pais Dt 6.5-7; Jó 1.5). — - ............. -N
0s pais não devem jamais ser in­ APLICAÇAO PESSOAL
constantes, injustos, egoístas, vio­
lentos e de caráter dúbio no trato A família é o resultado de uma
com seus filhos, mas agir como aliança de amor e vida entre mari­
servos de Deus (Ef 6.4). do e mulher, com seus filhos, caso
0 padrão divino para os filhos existam. Semelhante à aliança de
consiste no dever de obedecer, jesus Cristo com Sua Igreja, a fa­
respeitar e honrar a seus pais, pois mília precisa cumprir o seu pro­
isto também vem acompanhado pósito de ser uma bênção.
de bênçãos f Ef 6.1; Êx 20.12). V ___________ __________ )

RESPONDA
1) C om o se inicia uma fam ília, segundo o padrão divino?

2) Qual o propósito im utável de Deus para a fam ília? *•

3) Qual o com prom isso de Deus com a fam ília?

v -. — J
VOCABULÁRIO
• S u je içã o : subm eter-se, coiocar o outro em prim eiro lugar, dar ao outro a proem inênaa.
• Corrupção: deterioração, putrefação; adulteração das características originais de algo.
• R e sta u ra çã o : reparar, recuperar o que está quebrado ou desgastado pelo uso.

64

http://utilidades.gatovolador.net/issuu/down.php7urhhttps%3A%2F%2Fissuu.com%2Frogeriocastelo8%2Fdocs%2Frevista_da_ebd_-_doutrinas_b__blica&in iciahl &np=84 64/84


Estudada e m ___ / ___ /

( \

L1ÇÁO 11 DEVOCIONAL DIÁRIO


Segunda - Ef 3.10
A multiforme sabedoria de Deus
IGREJA, Terça - Ef 5.23
Cristo é o Cabeça da Igreja
O PO V O DE Quarta - Ef 5.25
Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela
DEUS Quinta - Mt 16.18
0 inferno não pode vencer a Igreja
Sexta - ICo 14.12
T exto Áureo Progredir para edificar a Igreja
Sábado - At 20.28
"Para qu e, p ela igreja, a
A Igreja pertence a Deus
m ultiform e sa b ed o ria d e Deus
se torne con hecida, a g o ra , dos
prin cip ad os e p o testa d es nos
lugares celestia is" E /3 .1 0 LEITURA BÍBLICA
Efésios 3.8-12
8 A mim, o menor de todos os san­
tos, me foi dada esta graça de pregar
aos gentios o evangelho das inson­
dáveis riquezas de Cristo
9 e manifestar qual seja a dispensação
do mistério, desde os séculos, oculto
em Deus, que criou todas as coisas,
10 para que, pela igreja, a multifor­
me sabedoria de Deus se torne co­
nhecida, agora, dos principados e
potestades nos lugares celestiais,
11 segundo o eterno propósito
que estabeleceu em Cristo Jesus,
nosso Senhor,
12 pelo qual temos ousadia e acesso
com confiança, mediante a fé nele.

Hinos da Harpa: 340 - 115 - 132


. ________________ J
65
Lição 11 Igreja, o Povo de Deus

INTRODUÇÃO
IGREJA,
0 POVO DE DEUS Ao receber Jesus como o nosso
único e suficiente Salvador, fomos
INTRODUÇÃO postos em uma nova relação com
Deus e com os outros crentes, tor­
I. A NATUREZA DA IGREJA nando-nos parte da família de Deus,
a Sua Igreja (lTm 3.15). Estudando
1. Definição E f 5 .25 ,3 2
acerca da Igreja e compreendendo
2. Origem E[3.9,l0 o Seu verdadeiro significado, sere­
mos capazes de apreciar melhor
3. Identificação Cl 1.24
o valor dado por nosso Senhor à
Igreja, ao ponto de ter dado a Sua
II. A EXISTÊNCIA DA IGREJA vida por ela [Ef 5.25).
1. Membros Jo 15.5
L A NATUREZA DA IGREJA
2. Líderes At20.28
3. Ordenanças M t 2 8 . l9 ; iC o 11
1. Definição. No sentido bíbli­
co, a palavra igreja vem do termo
grego ekklesia que significa "uma
III. A MISSÃO DA IGREJA
assembleia de chamados para fora".
1. Adorara Deus jo4.23 Refere-se a todas as pessoas que
responderam ao chamado de Deus
2. Manter comunhão Jo 1 7.2 0 2 3
e confessaram a Jesus como Se­
3. Evangelizar e fazer discípulos nhor e Salvador, e assim, tornaram-
M t 2 8 .1 9 -2 0
-se membros de Sua família. Essas
pessoas formam uma comunida­
de, que se organiza a fim de servir
APLICAÇÃO PESSOAL
como agente do reino de Deus e
cumprir a Sua vontade na Terra. A
igreja pode ser geral ou local, com
as seguintes características:
a) A Igreja geral, ou corpo mís­
tico de Cristo, é a totalidade de to­
dos os nascidos de novo, os salvos
que confessam a Jesus como Se­
nhor (Ef 5.25,32).
b) A Igreja local, ou visível, é a co­
munidade de crentes de uma determi­
nada localidade que compartilham a
mesma fé no Senhor (Rm 1.7; ICo 1.2).

66
Lição 11 - Igreja, o Povo de Deus

Portanto, a Igreja é reunião de templo tem o seu testemunho em


pecadores remidos por Deus, atra­ qualquer lugar onde os salvos es­
vés de Jesus, o Salvador. tão presentes (ICo 3.16,17).
b) Corpo de Cristo. A Igreja
2. Origem. Na eternidade, a Igre­ substituiu o corpo físico do Se­
ja surgiu no coração de Deus, antes nhor neste mundo, na realização
mesmo da criação do mundo (Ef da Sua obra na terra (Cl 1.24; ICo
3.9,10). Profeticamente, no Antigo 6.15; 12.13). A Igreja é a expres­
Testamento, a ideia da comunidade são viva de Cristo na Terra.
formada pelo povo de Deus é vista, c) Coluno e baluarte da verda­
inicialmente, na promessa de Deus a de. Representa a missão do povo de
Abraão, de que este seria um instru­ Deus de viver, pregar e guardar a ver­
mento para abençoar todos os povos dade eterna de Cristo (lTm 3.15).
da terra (Gn 12.1-3). Posteriormen­ d) Família de Deus. Todos os
te, esse conceito de comunidade do crentes são filhos de Deus e, por
povo de Deus foi confirmado no tem­ meio de Jesus, espiritualmente,
po através do povo de Israel, tirado irmãos uns dos outros (Ef 2,19).
dentre outras nações para o serviço Originalmente, a palavra "irmão",
de Deus (Êx 19.4-6). no grego, significa "nascido no
Na tradução do Antigo Tes­ mesmo útero" Ou seja, fomos ge­
tamento para o grego, a palavra rados no mesmo "útero" da graça
"congregação" foi traduzida por de Deus, gerados pela mesma se­
ekklesia ou "igreja" (At 7.38). Jesus mente incorruptível da Palavra de
anunciou a fundação da Sua nova Deus (IP e 1.23). Jesus é o "verbo
Igreja (Mt 16.18). Historicamente, que se fez carne" e a Igreja é a
a Igreja de Cristo nasceu no dia de "carne" que se tornará verbo (Jo
Pentecostes, na descida do Espíri­ I . 14; IJo 3.2).
to Santo, como nosso Consolador,
sobre todos os discípulos que ha­ II. A EXISTÊNCIA
viam crido em Jesus e o receberam DA IGREJA
como Senhor e Salvador (At 2.1-4;
Jo 14.16,17). A Igreja do Senhor já existe na
terra há mais de dois mil anos, edi­
3. Identificação. A Bíblia usa ficada sobre a Rocha dos séculos e
diversos símbolos para identificar fundada em alguns princípios:
a Igreja de Jesus:
a) Templo de Deus (IP e 2,5,6; E f 1. Membros. A Igreja de Cristo
2.21,22). Um templo não feito por é um organismo vivo, constituída
mãos
■jàftt
humanas, mas um santuário por vidas transformadas por Ele
composto de pessoas nascidas de (nascidas de novo) e guiada pelo
novo, nas quais Deus habita. Este Espírito Santo (Jo 15.5). Como Igre-

67
Lição 11 - Igreja r, o Povo de Deus

ja local, ela é obrigada a observar


as legislações de cada país ou na­
ção, como uma associação civil ou
organização religiosa. Entretanto, A Igreja é o instrumento
a verdadeira Igreja está além des­ escolhido por Deus para
ses conceitos humanos de estatu­ cumprir a Sua missão na
to, regimento, patrimônio, regras Terra.”
denominacionais etc., tendo sobre
si um único Estatuto, a Palavra de
Deus. A existência da Igreja é a Ele também capacita líderes
vida dos seus membros, o que cor­ para auxiliá-los na administra­
responde aos seguintes aspectos: ção: bispos, presbíteros, diáco­
a) Crer na Palavra de Deus nos, obreiros e auxiliares (At 6.1-
(At 16.31). 4; lTm 3.8-13).
b) Receber a Cristo como único
Senhor e Salvador para nascer de 3. Ordenanças. Cristo deu
novo (Rm 10.9,10; Jo 3.3). duas ordenanças específicas para a
c) Ser batizado nas águas, Igreja: o batismo nas águas e a ceia.
como testemunho de fé e identi­ a) Batismo nas águas. Batizar
ficação com Cristo (Mt 28.19,20), significa "mergulhar" ou "imergir".
d) Viver para a glória e honra Representa para o crente a sua
de Cristo, para o Seu inteiro agra­ identificação com a morte e res­
do (Jo 15.16; Cl 1.10). surreição de Cristo (Rm 6.4-6).
Ao mergulharmos nas águas,
2. Líderes. O Espírito Santo, em declaramos a nossa morte para o
todos os tempos e lugares, escolhe mundo de pecados; e, ao sairmos
e levanta líderes para dirigirem a das águas, declaramos viver uma
Igreja (At 20.28). Não existe uma nova vida com Deus em santidade
forma bíblica padrão de organiza­ e justiça. Por isso, o batismo nas
ção e liderança. A Igreja, como um águas é realizado uma única vez,
organismo vivo, se adequa à estru­ em nome do Pai, do Filho e do Es­
tura de liderança e organização de pírito Santo (Mt 28.19,20).
cada cultura e localidade. Por isso, O batismo não salva, mas é
podemos ver tanta diversidade de parte da salvação (Mc 16.16). Se
nomes de autoridades eclesiásticas alguém não-salvo se batiza, ape­
nas denominações da atualidade. nas entra um pecador enxuto nas
Entretanto, o Espírito Santo dá águas e sai um pecador molhado.
dons ministeriais específicos para Todavia, não se concebe que um
capacitar pessoas como dirigentes crente nascido de novo não quei­
da Igreja: apóstolo, profeta, evange­ ra se batizar, pois isso seria a pró­
lista, pastor e mestre (Ef 4.11-12). pria negação da sua fé.

68
Líçâo 11 - Igreja, o Povo de Deus

b) Ceia do Senhor. Tem o propósi­ que pode adorar a Deus. A adoração


to didático-espiritual triplo: primei­ pode ser individual ou coletiva. Na
ro, avivar permanentemente na vida individual, o crente desenvolve a sua
do salvo a nova aliança pelo sangue vida devocional (Mt 6.6-8). Na ado­
de Cristo - "fazei isto em memória ração coletiva, na família de Deus, o
de mim" (ICo 11.25); segundo, exer­ crente é capacitado numa dinâmi­
citar a esperança da vinda de Jesus ca espiritual que um indivíduo não
- "até que ele venha" (ICo 11.26); pode experimentar sozinho: com
e terceiro, alimentar-se de Cristo, o cânticos congregacionais, orações,
pão (a carne) e o vinho (o sangue) - ministério da Palavra e o exercício
"Quem de mim se alimenta por mim dos dons espirituais (ICo 14.26).
viverá" (Jo 6.41,48,54-57). Por isso, a
Ceia é realizada repetidas vezes du­ 2. Manter comunhão. A vida
rante a vida do crente, pela fé, produ­ cristã é uma experiência coletiva.
zindo esperança e vida. Através do novo nascimento, a natu­
reza antiga e egoísta é crucificada ou
IIL A MISSÃO DA IGREJA abandonada, e os crentes tornam-se
parte de uma família de pessoas que
A Igreja existe para glorificar o se amam e cuidam umas das outras
nome de Deus, ou seja,"... para louvor (Jo 17,20-23; G1 5.22). Os crentes
da glória de sua graça" (Ef 1.6,12,14). mesclam-se em uma união espi­
A sua missão é triplamente qualifica­ ritual com Cristo que envolve res­
da, como veremos a seguir: ponsabilidades coletivas "uns com
os outros", assim como cooperação
1. Adorar a Deus. É o louvor, mútua de cada crente na Igreja (Ef
a reverência e o serviço prestado 4.25; At 2.42; Rm 14.13; 15.7).
unicamente a Deus em razão da Sua Jesus deixou claro que a comu­
soberania e perfeição. 0 foco cen­ nhão dos crentes em amor é o maior
tral da verdadeira adoração está em sinal de fé para o mundo descrente
quem Ele é (o Seu caráter) e tam­ em Deus (Jo 13.35). Nós temos res­
bém por causa daquilo que Ele faz ponsabilidades no corpo de Cristo
(SI 107.1-3). Devemos adorá-lo em que ultrapassam as nossas prefe­
espírito e em verdade, como resul­ rências pessoais, nossos próprios
tado da ação do Espírito de Deus em valores individuais (ICo 1.10).
nosso espírito (Jo 4.23).
Na salvação, em Jesus, Deus re­ 3. Evangelizar e fazer discí­
moveu para sempre as barreiras que pulos. Cada crente deve concen­
impediam a nossa comunhão com trar as suas energias para fora de si
Ele (Hb 4.16; 10,19-22). Por isso, so­ mesmo, para o mundo não-crente,
mente a Igreja, que é a reunião dos a fim de alcançar os "escolhidos"
nascidos de novo no reino do Pai, é por Jesus (Mt 28.19; Jo 15.16). Deus

69
Lição 11 - Igreja, o Povo de Deus

utiliza-se de pessoas para conquis­ to; firmeza e convicção na verdade


tar pessoas! A igreja tem a respon­ diante dos erros e heresias etc.
sabilidade e o privilégio de tornar 0 Espírito capacita os crentes
conhecida a salvação para todos os com dons para contribuírem na
seres humanos (2Co 5.18,19). maturidade e crescimento espi­
Essa é agora uma missão exclusi­ ritual uns dos outros (Rm 12.4-8;
va da Igreja, que os anjos só serão des­ ICo 12.8-10). Cada membro do
tinados a fazer em um futuro distante corpo de Cristo tem pelo menos um
(Ap 14.6). Recebemos essa missão serviço, um talento ou alguma con­
do mesmo modo que Jesus recebeu tribuição especial a fazer. E cada
a dele (Jo 17.16/18). A missão de "ga­ qual precisa da contribuição dos
nhar almas" e "fazer discípulos" não é outros membros (ICo 12.24-26).
uma escolha ou opção, mas um man­
damento (Mc 16.15; At 1.8). ( : a
Todavia, não basta evangelizar APLICAÇAO PESSOAL
e ganhar almas para Jesus; também
é preciso discipulá-ias e levá-las à A Igreja é o corpo de Cristo,
maturidade espiritual (Ef 4.12-15). apta a realizar a vontade de Deus
Através do discipulado, essa ma­ e trazer o reino de Deus à Terra.
turidade fica visível nos seguintes 0 alvo de cada crente deve ser
aspectos; adorar a Deus e servi-io alcançar a maturidade espiritual
com os dons e talentos; viver em para adorar a Deus livremente,
unidade e comunhão com os santos; viver em comunhão na Igreja,
conhecimento e prática da Palavra evangelizar e fazer discípulos.
de Deus; caráter semelhante a Cris­ v____________ ____________ J

RESPONDA
Nas sentenças abaixo, indique V para verdadeiro e F para falso:

1. ( ) A Bíblia usa o term o Igreja para referir-se a uma com unidade de pessoas que aten­
deram ao cham am ento divino.

2. ( ) A ilustração bíblica da Igreja como um corpo com m uitos m em bros indica que cada
assem bleia é organizada da mesma m aneira que todas as dem ais.

3. ( ) A igreja local ou visível aponta para crentes de um lugar qualquer, que confiam em
Jesus Cristo e se reúnem para adorar.
v ___________________ ____________ ___________ ________________________ )

70
Estudada e m ___ /___ /_____

r : ã
LIÇÃO 12 DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - At 1.11
A vinda de Jesus é certa
AVINDA Terça - ICo 15.51,52
A vinda de Jesus será de surpresa
DE JESUS Quarta - Lc 17.34-36
Devemos estar sempre preparados
Quinta - 1Ts 4.17
Encontraremos o Senhor nos ares
Sexta - ICo 15.52-54
Receberemos corpos glorificados
Sábado - Ap 11.15
T exto áureo
0 Rei Jesus reinará para sempre
"Consolai-vos, pois, uns a o s outros
com estas palavras." lT s 4.18
LEITURA BÍBLICA
ITessalonicenses 4.14-18
14 Pois, se cremos que Jesus morreu
e ressuscitou, assim também Deus,
VERDADE PRÁTICA mediante Jesus, trará, em sua compa­
Jesu s voltará em breve, e cad a nhia, os que dormem.
15 Ora, ainda vos declaramos, por pala­
cren te deve esta r p rep arad o.
vra do Senhor; isto: nós, os vivos, os que
ficarmos até à vinda do Senhor, de modo
algum precederemos os que dormem.
16 Porquanto o Senhor mesmo, dada
a sua palavra de ordem, ouvida a voz
do arcanjo, e ressoada a trombeta de
Deus, descerá dos céus, e os mortos
em Cristo ressuscitarão primeiro;
17 depois, nós, os vivos, os que fi­
carmos, seremos arrebatados junta-
mente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e, assim,
estaremos para sempre com o Senhor
18 Consolai-vos, pois, uns aos ou­
tros com estas palavras.

Hinos da Harpa: 4 8 -3 0 0 -3 2 3
V________________________________ J

71
Lição 12 -A Vinda de Jesus

- "
INTRODUÇÃO
A VINDA DE JESUS
O futuro glorioso do povo de
INTRODUÇÃO Deus começará com a volta de Cris­
to a este mundo. Nesta lição vamos
I. O ARREBATAMENTO estudar os principais aspectos da
vinda de Cristo relacionados com a
1 . A esperança i t s 4.13~17 igreja e Israel, e também o período
2. G a l a r d ã o 2Co5.io
da Grande Tribulação, sob a pers­
pectiva doutrinária da nossa Igreja.
3. Celebração Ap 19.9

L O ARREBATAMENTO
II. A GRANDE TRIBULAÇÃO
Jesus prometeu que retornaria
1. Sofrimento e dor Mci3.i9f2ü a este mundo (Jo 14.1-3; At 1.11;
2. Governo satânico A pl3.l-17 Rm 8.23). A volta de Cristo é cha­
mada por Paulo de "a manifesta­
3. Armagedom zc 14.1-3 ção da sua vinda", quando Jesus
virá como o Rei dos reis e Senhor
VIL A REVELAÇÃO DE JESUS dos senhores (2Ts 2.8; lTm 6.14;
2Tm 4.1; T t2.13).
1. As Condições Ap 19.11-21

2. 0 Evento Mt 24.30 1. A esperança. No arrebata­


mento, a Igreja será retirada des­
3. O Julgamento Mt25.31-34,41-46 te mundo para o encontro com o
Senhor nos ares (lTs 4.17). Esse
APLICAÇÃO PESSOAL evento acontecerá de forma rápida
e surpreendente, como num "abrir
e fechar de olhos" ou como a vinda
de um ladrão (lTs 4.17; 5.2).
Os fiéis devem estar firmados
na promessa e preparados em
todo o tempo (Lc 17,34-36). De­
vemos estar atentos aos sinais dos
tempos (Mt 24.4-14), Esse dia es­
pecífico está sob o controle do Pai
(Mt 24.36). Sob a ordem de Jesus,
o arcanjo tocará a trombeta e os
salvos de todo o mundo serão ar­
rebatados, e estarão com o Senhor
para sempre (lTs 4.16; 1.10).

72
Lição 12-A Vinda de Jesus

Os salvos mortos de todos os


tempos e lugares, desde Adão até
os nossos dias, ressuscitarão pri­
meiro; e depois, todos os salvos A Grande Tribulação
que estiverem vivos serão trans­ será um período
formados em corpos gloriosos de julgamento e
(lTs 4.13,14; ICo 15.52-54). Não restauração de Israel
compreendemos tudo quanto está como povo escolhido
envolvido nestes corpos glorifica­ de Deus/'
dos, mas sabemos que eles nunca
experimentarão novamente a dor,
as enfermidades ou a morte, por­ 3. Celebração. Depois do Tri­
quanto serão corpos eternos se­ bunal de Cristo, participaremos da
melhantes ao de Jesus (Fp 3.20,21; grande ceia das Bodas do Cordei­
Mt 22.30,31; ljo 3.2). ro (Ap 19.7). Jesus prometeu que
cearia novamente com a Sua Igreja
2. Galardão. Depois do arreba­ no reino de Seu Pai (Mt 26.29).
tamento, os crentes serão recom­ Antes da crucificação, Jesus rea­
pensados ou galardoados com base lizou a ceia com os discípulos para
em sua conduta de justiça cristã anunciar a nova aliança no Seu
(Mt 16.27; 2Jo 8; Ap 22.12). Isso sangue. Depois, Ele ordenou que se
acontecerá no Tribunal de Cristo praticasse a ceia em “memória” per­
(2Co 5.10). O propósito desse exa­ manente da redenção consumada
me é que cada crente preste contas na Cruz, até a manifestação da Sua
de si mesmo a Deus (Rm 14.10-12). vinda. Nessa ocasião, a ceia servirá
0 julgamento a ser feito por para a celebração da união eterna
Deus avaliará o nosso amor e fide­ da Igreja com Cristo (Ap 19.9).
lidade no nosso serviço cristão. Não
será tanto a quantidade, mas princi­ II. A GRANDE TRIBULAÇÃO
palmente a qualidade dessas obras,
que será examinada pelo Senhor. Esta questão tem sido obje­
A Bíblia revela claramente to de várias controvérsias entre
que nossa atuação será julgada, os estudiosos da Escatologia.
e tudo o que resistir ao teste da Há duas correntes doutrinárias
qualidade no serviço cristão será principais: a) Pré-Irihulncionis-
recompensado. Por outro lado, o ta, que defende o Arrebatamento
serviço que tiver sido motivado da Igreja antes da Grande Tribu­
pelo egoísmo ou pelo orgulho lação; b) Pós-tribuladonista, que
não será recompensado, sua obra defende a passagem da Igreja
será queimada pelo fogo, ou seja, pela Grande Tribulação, finda a
se perderá (ICo 3.11-15). qual virá o Arrebatamento.

73
Lição 1 2 -A Vinda de Jesus

1. Sofrimento e dor. A visão 4), As autoridades pedirão o go­


pré-tribulacionista, que abordare­ verno da besta (Ap 17.13,16,17).
mos nesta lição, defende o arreba­ 0 falso profeta conduzirá as reli­
tamento da Igreja como um even­ giões para a adoração do Anticris­
to anterior à Grande Tribulação, to e de Satanás (Ap 13.11-17).
cujo período será de sete anos, b) No segundo período, tam­
algo sem precedentes de angústia bém chamado de "um tempo, tem­
e males para toda a humanidade pos, e metade de um tempo" (Dn
(Mc 13.19,20). Esse tempo será 7.25), ou "quarenta e dois meses"
marcado pelo seguinte: (Ap 11.2), ou "mil duzentos e ses­
a) Ira de Deus - juízos divi­ senta dias" (Ap 12.6), Israel se
nos, simbolizados pelos selos (Ap recusará a adorar o Anticristo e a
5,1,2; 6.1-15); as trombetas (Ap sua imagem no templo (Mt 24.15;
8.1-9,19); e as taças do apocalipse Dn 9.27).
(Ap 11.15; 16.1-17). Tais eventos Então, será perseguido impla­
trarão aflições inimagináveis. cavelmente (Zc 12.3). Deus levan­
b) Atuação da trindade satâni­ tará duas testemunhas especiais
ca - Satanás, o Anticristo e o Falso para profetizarem para os escolhi­
profeta - que enganarão a Israel e dos (Ap 11.3-12).
as nações (Ap 12.12; 13.1-17).
c) Intensa atividade demonía­ 3. Armagedom. Israel fará
ca no mundo (Ap 9.1-11). oposição ao Anticristo, que por
d) Aflição e perseguição de sua vez reunirá os exércitos do
Israel por ter rejeitado o Messias mundo para a batalha do Arma­
- "o Dia do Senhor" (Sf 1.15-18; gedom, no intuito de destruir os
Ez 20.34-37) ou a "septuagésima judeus (Zc 14.1,2; Dn 11.40-45).
semana" de Daniel (Dn 9.24-27; O Armagedom ou Vale do Megido
Mt 24.21). é o lugar, ao norte de Israel, onde
e) Tortura e morte dos crentes re­se travará a batalha histórica.
manescentes (Ap 6.9,10; 7.14; 13.7). Quando Israel estiver contem­
plando a destruição diante dos
2. Governo satânico. A Tribu­ exércitos inimigos, subitamente
lação se dará em dois períodos de eles passarão por uma mudança
três anos e meio: de coração e clamarão pelo socor­
a) No primeiro período, diante ro do Messias (Zc 12.10-11). Então,
da ausência da Igreja e dos gran­ Cristo surpreenderá os exércitos
des sofrimentos, o Anticristo, com reunidos, ao invadir o nosso plane­
poder satânico, dará soluções ta, vindo do espaço exterior, junto
aparentes para os problemas do com a Igreja glorificada, e salvará
mundo, falsa paz entre as nações, Israel Será a revelação de Jesus à
incluindo Israel (Dn 9.27; Ap 13.1- humanidade (Jd 14,15; Ap 1.7).

74
Liçõo 12-A Vinda de Jesus

III. A REVELAÇÃO DE JESUS da confrontação entre nosso Senhor e


as forças do Iníquo (Ap 19.14).
Na revelação de Jesus, o mun­ c) Então, Ele porá fim à guerra
do inteiro conhecerá a glória do do Armagedom (Ap 19.15-18).
Cristo de Deus. d) A nação de Israel será salva do
extermínio, passará por um reaviva-
1. As Condições. A revelação de mento espiritual, e amará as leis do
Jesus vai culminar com dois fetos insu­ Senhor (Zc 12.8,9; 14.3; Ez 36.26,27).
portáveis aos olhos de Deus na terra: e) Os líderes das forças satâni­
a) A impiedade e o egoísmo dos cas derrotados serão lançados no
homens não será mais tolerada. Lago de Fogo (Ap 19.20, 21).
Será o tempo da colheita judicial, f) Satanás será preso por mil
pois a iniquidade em toda a terra anos, assim como seus demônios,
estará madura para a colheita (Ap no Abismo (Ap 20.1-3).
14.14-16,19). Os homens não terão
mais liberdade de escolher as suas 3 . 0 Julgamento. A vinda glorio­
distorcidas paixões pecaminosas. sa de Cristo resultará no estabeleci­
Os céticos e os incrédulos que desa­ mento de um reino mundial de reti­
fiam a própria ideia da existência do dão, chamado de Milênio (Ap 20.4).
Deus Santo serão silenciados. 0 pe­ Então, todas as nações da terra
cado será solucionado para sempre. passarão pelo "julgamento das na­
b) Deus não continuará tole­ ções", cujo propósito será o de re­
rando a perseguição contra o Seu velar os fiéis a Cristo que partici­
povo, Israel. 0 Iníquo terá como parão do Reino Milenial (Zc 14.16;
seu alvo primário a destruição Mt 25.31-34,41-46).
total dos irmãos do Senhor Jesus. Serão duas classes de nações exa­
Entretanto, chegará o momento da minadas: bodes e ovelhas. Os "bodes"
total intervenção de Deus em prol serão as nações inimigas dos "irmãos"
do Seu povo (Ap 19.11-21). (Israel). As "ovelhas" serão os povos
pacíficos protetores de Israel que par­
2 .0 Evento. Quando Jesus veio ao ti ciparão do Reino de Cristo.
mundo, em carne, mostrou-se como
o Servo sofredor. Por ocasião de Sua r
vinda, como Rei, aparecerá com po­ APLICAÇÃO PESSOAL
der e grande glória (Mt 24.30). Desta­
cam-se os seguintes eventos: A certeza da manifestação da
a) Ele se revelará como Rei vinda de Cristo é a grande esperan­
dos reis e Senhor dos senhores ça de todos os salvos. Por isso, de­
(Dn 2.34-45). vemos orar e ser vigilantes. Cristo
b) Os exércitos celestiais serão vi­ em vós, a esperança da glória!
síveis pelos homens. Eles participarão v ________ J
75
Lição 12 -A Vindei cieJesus

& :
D EZ SIN A IS Q U E A N TEC ED EM A VINDA DE J E S U S

1. Escarnecedores 2 P e 3.34

2. Guerras e rumores de guerra M t 24.6



3, Fome M t 24.7

4. Pestes e doenças Mt 24.7
v-

5. Terremotos M t 24.7
A

6, Tempos difíceis 2Tm 3.1-3

7. Falsos mestres e profetas M t 24.11

8. Frieza espiritual M t 2 4 .3 7 -3 9
ô

9. Perseguição M t 24 12

m 10. Apostasia 2Ts 2 .1 -4

RESPONDA
Escreva um V, se a declaração for Verdadeira, e F, se for Falsa:

1) ( } Tanto os crentes m ortos quanto os crentes vivos serão incluídos no arrebatam ento.

2) ( ) A Bíblia ensina que haverá graus de recom pensa, ou galardão, para os crentes.

3) { ) O A nticristo conseguirá produzir uma paz perm anente no mundo,

peio espaço de mil anos.

4) { ) A revelação de Jesus Cristo ocorrerá quando a perseguição contra os judeus

e a im piedade da hum anidade tiverem chegado a uma condição extrem a.

5) ( ) Por ocasião da revelação de Jesus Cristo, serão derrotados o Iníquo e os seus

exércitos, e Jesus então revelar-se-á com o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
v_____________________ _____________________ J
76
Estudada e m ___ /___ /

c ^
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda - Ap 21.4-7
Viveremos num Reino de justiça e paz
Terça -Ap 20.6
A Igreja reinará em corpo glorificado
Quarta - Is 12.1-6
Israel será restaurado pelo Senhor
Quinta - Ap 20.10,14,15
0 triste destino de quem rejeita a Deus
Sexta - 2Pe 3.13
Havem um novo céu e uma nova terra
TEXTO ÁUREO Sábado - Ap 21.3
"Nós, p o rém , segun do a sua 0 Deus Eterno habitará na nova terra
p rom essa, esp era m o s novos céus
e nova terra, nos qu ais h a b ita
justiça." 2 Pe 3.13
LEITURA BÍBLICA
2Pedro 3.11-14
11 Visto que todas essas coisas hão
de ser assim desfeitas, deveis ser
tais como os que vivem em santo
procedimento e piedade,
12 esperando e apressando a vinda do
Dia de Deus, por causa do qual os céus,
incendiados, serão desfeitos, e os ele­
mentos abrasados se derreterão.
13 Nós, porém, segundo a sua pro­
messa, esperamos novos céus e
nova terra, nos quais habita justiça.
14 Por essa razão, pois, amados, es­
perando estas coisas, empenhai-vos
por serdes achados por ele em paz,
sem mácula e irrepreensíveis.

Hinos da Harpa: 304 - 509 - 488


V _____________ _______________ )

77
Lição 1 3 -A Rcvelaçao Sobre o Futuro

r ~ * ^ INTRODUÇÃO
A REVELAÇAO
SO B R E O FU TU R O Deus reveiou na Sua Palavra
algumas partículas do futuro, ou
INTRODUÇÃO dispensações eternas, que a men­
te humana finita nao compreende
I. O MILÊNIO totalmente. Vamos estudar o Reino
Milenial de Cristo, o juízo Final e a
1. Reino Milenial Ap20.l-6 criação de Novos Céus e Nova Terra.

2. Propósitos fr33.14-16
I. O MILÊNIO
3. Características isiLii-16
Na lição anterior, estudamos
que a vinda de Cristo em glória
II. O JUÍZO FINAL
culminará com a implantação do
1. Lago de Fogo Ap 2034 Seu Reino Milenial na Terra.

2. julgamento cie Satanás AplQ.lO 1. Reino Milenial. Será o rei­


nado de Cristo nesta terra por um
3. Trono Branco Ap20.11-15 período de mil anos, que com­
preenderá uma era de justiça e
III. A NOVA CRIAÇÃO pazr de retidão e abundância (Ap
20.1- 6; Is 2.3). Um sonho profe­
1. Purificação 2 Pe3.7-12 tizado por Deus (Is 65.17-22; Mq
2. Nova Jerusalém Ap2i.2 4.1- 5). A Igreja, em corpo glori­
ficado, reinará com Cristo no Mi­
3. Reino Eterno Ap223-5 lênio, como reis e sacerdotes (Ap
20.6; 2.26-28; 5.9,10; lP e 2 .9 ).
Participarão desse reino o povo
judeu e todas as nações que passa­
rem pelo julgamento de Cristo, após
a batalha do Armagedom (Mt 25.31 -
46; Dn 7.14; Zc 14.16). Durante esse
período de mil anos Satanás estará
preso, para que não produza mais
sofrimento (Ap 20.1-3).

2. Propósitos. O Estabeleci­
mento desse reino tem alguns
propósitos;
a) R estaurar a g lória de Deus

78
Lição 1 3 -A Revelação Sobre o Futuro

na ordem natural da terra. Sob o


governo de Cristo, sem os efeitos
da maldição divina e anulação de
Satanás, os homens serão livres E será que, antes que
para observar o amor, a justiça e clamem, eu responderei;
a sabedoria do Senhor Como re­ estando eles ainda
sultado disso, os homens darão ao falando, eu os ouvirei/'
Senhor a sua leal cooperação. Em (Deus, falando sobre o
Seu reino de bondade, nosso Se­ Milênio.)
nhor demonstrará que as necessi­
dades dos homens foram satisfei­
tas, que a justiça realmente existe e) A vida será longeva. Haverá
e que a paz e a harmonia são pos­ tolerância com as pessoas, mas
síveis neste mundo. todo aquele que pecar será punido
b) Cumprir as profecias bíblicas (Is 65.20; Zc 14.16-19).
sobre o futuro. Deus prometeu a f) A harmonia pacífica será
Davi que seus descendentes ha­ uma das características fundamen­
veriam de governar para sempre tais desse reino milenar, quando
(2Sm 7.12-17; Jr 33.14-26). até os animais ferozes tornar-se-ão
mansos e os animais mansos não
3. Características. Numerosas viverão atemorizados (Is 11.6-9).
referências bíblicas falam sobre as g) As pessoas desejarão conhe­
condições que existirão durante o cer a Deus e as realidades espirituais.
reinado do Ungido de Deus: Elas estudarão a Palavra de Deus, de
a) Será um reino literal, esta­ tal maneira que o conhecimento de
belecido neste mundo [Zc 14.9). Deus tornar-se-á evidente por toda
incluirá todos os povos que per­ parte (Is 2.3; 11.9; Zc 8.20-23).
manecerem vivos no mundo (SI
72.8-11; Dn 7.14; Mt 26.31,32). II. O JUÍZO FINAL
b) 0 solo produzirá alimentos
em grande abundância. Não ha­ A Bíblia é muito clara sobre a
verá mais escassez de alimentos e existência futura de um Juízo Fi­
nem fome (Is 35.1; Mq 4.1-4). nal, quando Deus julgará os mor­
c) Israel será restaurado como tos, grandes e pequenos, segundo
uma grande nação (ls 11.11-16). o que está registrado nos livros
d) A lei do Senhor será obede­ (Ap 20.11-15; At 17.31; Hb 9.27).
cida por todos os povos. Essa legis­
lação, apesar de ser bondosa e gen­ 1. Lago de Fogo. A revelação
til, também será firme (SI 2.9). O divina é clara sobre o castigo eter­
resultado disso serão julgamentos no, ou morte eterna (separação
perfeitos e perfeita justiça (Is 11.4). de Deus), num lugar de dor e so-

79
Lição 13 - A Revelação Sobre o Futuro

frímento inimaginável, chamado


de 'Lago de Fogo". Aqueles que
morrem sem Deus, suas almas são
levadas para o Hades, ou Inferno, Esperamos novos céus
em tormento, enquanto aguardam e nova terra, nos quais
o Juízo Final (Mt 25.41; Lc 16.23), habita justiça." (Apóstolo
No julgamento final, diante do Pedro)
grande Trono Branco, o próprio
Inferno será lançado no Lago de
Fogo (Ap 20.14). Essa prisão cós­ com bater contra o povo do Se­
mica eterna é um lugar de sofri­ nhor, na sua capital, Jerusalém.
mento eterno, quando os agentes Alguém poderia indagar:
da impiedade "sofrerão penalida­ "Como é que pessoas que vive­
de de eterna destruição, banidos ram debaixo do reino justo e
da face do Senhor e da glória do bondoso do Rei Jesus poderiam
seu poder" (Ap 20.10; 2Ts 1.9). revoltar-se e serem levadas a
Suas características são: crer que obteriam sucesso em
a) Consciência e remorso (Lc sua rebelião contra Ele?"
16.19-31). 0 fato é que Deus não força­
b) Tormento e desespero (Lc rá ninguém a ser fiel ao Salva­
16.24). dor. Assim sendo, no fim do rei­
c) Vergonha e horror eterno no milenar, evidentemente um
(Dn 12.2). imenso número de pessoas não
d) Más companhias - conviver terá confiado em Cristo quanto
com Satanás, o Anticristo e o Falso à sua salvação. Então, com o rea­
Profeta, e todos os líderes e mem­ parecimento de Satanás trazen­
bros do "sindicato da impiedade" do outra ilusão (a grande men­
(Ap 21.8; 20.10; SI 1.1). tira!), toda aquela gente terá a
oportunidade de revoltar-se.
2. Julgam ento de Satanás. Eles poderão exercer livremente
Terminado o Milênio, Satanás o seu direito de escolha.
será solto de seu confinamento Essa rebelião será firmada
(Ap 2 0 .7 -1 0 ). Im ediatamente, em escala mundial e irá cres­
ele percorrerá a terra inteira, a cer até o ponto em que Satanás
fim de enganar os homens mais lançará diretamente suas forças
uma vez, encorajando-os à re­ contra o acampamento do povo
beldia contra o Senhor. Mesmo de Deus. Entretanto, Deus en­
depois de experim entarem o viará juízo de fogo contra os re­
Reino de Cristo, multidões da beldes e eles serão consumidos.
terra cerrarão fileiras em torno Satanás, seu chefe, será lançado
de Satanás, preparando-se para para sempre no Lago de Fogo.

80
Lição 1 3 -A Revelação Sobre o Futuro

3. Trono Branco. Após essa Nessa ocasião, todas as obras hu­


rebelião satânica final, chegará o manas serão consumidas (2Pe 3.10;
tempo do Juízo Final. Toda a huma­ Hb 12.27-29). Entretanto, após essa
nidade será convocada à presença tremenda destruição, devemos espe­
da majestade do Deus Eterno. Os rar por "novos céus e nova terra, nos
que morreram sem aceitar a salva­ quais habita justiça" (2Pe 3.13).
ção oferecida por Deus ressuscita­
rão para colocar-se diante do gran­ 2. Nova Jerusalém. A Cidade
de Trono Branco (Ap 20.11-15). Santa, a Nova Jerusalém celestial,
Aqueles que estiverem diante do será colocada na nova terra (Ap
grande Trono Branco serão julga­ 21.2) . A cidade que o Senhor terá
dos segundo o que está escrito nos preparado desafia qualquer tenta­
livros. Será verificado e confirmado tiva de descrição; será linda, acima
que seus nomes não estão alista­ de tudo que já tenhamos contem­
dos no Livro da Vida. plado (H bl2.22; Ap 21.9-23).
Baseado na perfeita e estrita jus­ Nesse tempo, a Igreja estará em
tiça, cada incrédulo receberá a sen­ perfeita glória, em comunhão ab­
tença do confinamento eterno no soluta com o Senhor, e continuará
Lago do Fogo (Mt 8.12; 13.41,42). reinando com Cristo para sempre
Dessa forma, portanto, Deus porá (Dn 7.18,27; Ap 22.3-5).
fim ao mal em Sua criação, banindo-
-o para sempre. A perfeição de Deus 3. Reino Eterno. O Deus Eter­
se instalará eternamente. no estabelecerá Seu trono e Sua
residência na Nova Jerusalém (Ap
HL A NOVA CRIAÇÃO 22.3) . O Pai, o Filho e o Espírito
Santo, o Deus Trino, o Deus Uno,
Logo após o Juízo Final, Deus junto com a Igreja gloriosa, reina­
preparará a terra para as dispen- rão num reino perfeito:
sações de comunhão eterna com a) Não existirá mais pecado ou
Ele (2Pe 3.18). maldição (Ap 22.3).
b) Os seus servos o servirão
1. Purificação pelo fogo. A com alegria (Ap 22.3).
terra passará por uma renovação, c) Haverá uma comunhão ínti­
mudança e transformação, por ma (Ap 22.4).
meio das chamas (Is 65.17; 2Pe d) Identidade própria (Ap 22.4).
3.7,10-12; Ap 21.1). Todo o plane­ e) Iluminação perfeita em todo
ta será purificado para uma nova lugar (Ap 22.5).
dimensão espiritual. Será terrível, Na era vindoura da eternida­
visto que a atmosfera da terra é de, nós, os que agora vemos ape­
constituída de oxigênio e hidrogê­ nas um indistinto reflexo da rea­
nio, altamente inflamáveis. lidade das coisas, disporemos de

81
Lição J3-A Revelação Sobre o Futuro

toda a eternidade para desfrutar C Ã


as maravilhas dessa nova criação APLICAÇÃO PESSOAL
divina (ICo 13.12).
Certa mente, agora nem passa Regozijemo-nos diante de
pelo nosso entendimento a com­ todas essas revelações das dis-
plétude desse estado de perfeição pensações futuras, pois estam os
futura (Ef 2.7; ICo 2.9). Mas nós cada vez mais perto do dia da
entenderemos, na medida em que Redenção final, A nova criação
os pianos de Deus forem se cum­ nos aguarda, onde Jesus será o
prindo, e também participaremos Rei e todos os santos reinarão
de todo o processo, até que tudo se para sem pre com o Senhor! Ma-
cumpra e estejamos para sempre ranata! Ora, vem, Senhor Jesus!
com o Senhor (1 Ts 4 .1 3 1 8 ). Amém! v ________________ _______________

( ã
RESPONDA
C oncernente ao Reino de D eus a ser im plantado na Terra, m arque V para as sentenças
Verdadeiras, e F para as Falsas:

1) ( ) O Reino de Deus será um reino literal e incluirá todos os povos que perm anecerem
vivos no mundo.

2) { ) Uma vez removidos os efeitos da maldição, o solo produzirá alim entos em grande
abundância, mas ainda haverá desigualdade e fom e em alguns lugares.

3) ( ) A tei do Senhor será obedecida por todos os povos. Haverá tolerância, m as todo
aquele que se recusar a obedecer será punido.

4 ) ( ) A paz será uma das características fundam entais desse reino milenar, porquanto o
governante será o Príncipe da Paz,

5) ( ) O s anim ais ferozes tornar-se-ão m ansos e os anim ais m ansos ficarão ferozes, e
todos viverão atem orizados; m as som ente os hom ens viverão pacificam ente, *

VOCABULÁRIO:
* Confinamento: Ato de confinar, encerrar, enclausurar, prender.
* D ispensação: Período de tempo referente a alguma revelação especial da vontade de Deus
* V in d o u ra : Q ue há de vir ou acontecer; referente ao futuro.

82
novos

DOS MESMOS CRIADORES


DE3PALAVRINHAS

' S-í

m 0 CP E PYP m MELHORES
m : (11) Z2U-2550 - VERPASeOMMVmMMèR

D FACE300K.COM/RR022BANP
novos S Y0UT0&EC0MIKR022BANP
ESCOLA DOMINICAL PARA
ADOLESCENTES
RE\A5T*O
J "'Oí0,
Sj
E 5 2 3 S B tW

■■..■y ■WL

Revistas com o mesmo Comentada por


Currículo Completo Novidades a cada
tema e linguagem para pastores de
e adaptado novo trimestre
o público adolescente adolescentes

r \
vice UNIVERSIDADE
V y DA ESCOLA
J’ROC RAMA Pt' BÍB LICA
EDUCACÄO CRISTA DOMINICAL
CONTINUADA V---- _ --- ^

WWW com.br

Você também pode gostar