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RAILSON DA CRUZ ALMEIDA

OS ANTIGOS HABITANTES DO TARUMÃ MIRIM: UMA


PERSPECTIVA ATRAVÉS DA ARQUEOLOGIA HISTÓRICA PRÉ-
COLONIAL DE MANAUS (1541-1691)

Projeto de Pesquisa apresentado ao


Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Ensino e Pesquisa em História do Centro
Universitário do Norte para obtenção de
nota parcial na Disciplina de Projeto I,
ministrado pela professora Msc. Simone
Villanova.

Linha de Pesquisa (PPGH/UFAM):


Cultura e Representações (Linha de
Pesquisa 1).

Manaus, AM
2017

1
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
Nem sempre as margens de um importante rio – se qualificado pela grandeza em
volume d’água e extensão – foram importantes para o estabelecimento de algumas
sociedades indígenas mais complexas. Houve sim, pequenas aldeias estabelecidas às
margens de grandes rios enquanto o centro dessas populações indígenas era mantido
longe das vias saturadas por forasteiros e aventureiros. Por volta de 1541, Gaspar de
Carvajal, cronista da expedição de Orellana, relatou que durante muitos dias viajou
ouvindo o som de tambores sem que fosse possível ver assentamento algum1. Segundo
relatos da expedição, esses tocadores de tambor viviam às mediações do grande rio,
porém, sem estarem à mostra aos que passavam. Da mesma forma, para os habitantes do
Encontro das Águas, local da atual Manaus, as ponderações quanto às ostentações às
margens do rio Negro não foram diferentes. Conforme a localização de artefatos
arqueológicos aglomerados em tributários do rio Negro é possível salientamos que as
principais populações indígenas dessa importante região viveram às espreitas do
corredor das grandes caravanas de comerciantes, migrantes e aventureiros que desciam
os rios Negro e Solimões, assim como aos que subiam o Amazonas.
Segundo pesquisadores, o igarapé Tarumã Mirim, escondido nas florestas do Rio
Negro, foi o refúgio durante milhares de anos de uma das etnias mais importantes da
região da atual Manaus, os índios tarumãs2. Hoje, inúmeros fragmentos cerâmicos
aflorados no povoado de Agrovila3 confundem com cacos de tijolos e telhas das
construções civis atuais. Urnas inteiras são inadvertidamente reduzidas a dezenas de
pedaços por pedestres quando expostas por erosões, limpezas de quintais e construções
de vicinais.
Nos trabalhos de adequação do povoado foram necessárias escavações de
cisternas, fossas, aplainamentos de terrenos, construção de campos de futebol e até
mesmo a construção da escola pública, artefatos arqueológicos de grande valor histórico
continuavam aflorando, tais como: machado polido, petróglifos, arenitos polidores,

1
CARVAJAL, Gaspar de In MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las Amazonas. Imprenta
de E. Rasco, Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 194 de 200 – Reimpressão por Estúdios Ediciones
y Medio, EDYM, Valência – Espanha, 1992, p. 9, 10 e 11.
2
Segundo Küger “o uso de nomes de populações indígenas exclusivamente no singular e com a inicial
maiúscula está de acordo com as normas estabelecidas na 1ª Reunião Brasileira de Antropologia em 1954.
Para o autor “tal prática deve se restringir apenas aos antropólogos”. Portanto, seguimos a mesma postura
do autor, ou seja, grafando os nomes populações indígenas de acordo com as normas gramaticais da
língua portuguesa no Brasil. KRÜGER, Marcos Federico. Amazônia Mito e Literatura. Manaus: Editora
Valer, 2005, p. 13.
3
Comunidade ribeirinha à margem direita do igarapé Tarumã Mirim, pertencente a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Tupé em Manaus.

2
pilões em rocha, fusos para confecção de roupas, utensílios de cerâmicas, balas de
canhões e arcabuzes, além de objetos deixados pelos viajantes estrangeiros.
Os vários questionamentos dos comunitários acerca dos povos que viveram nas
margens do Tarumã Mirim – de onde vieram, como chegaram, por quanto tempo
estiveram aqui e como desapareceram deixando tanta coisa para trás – são um convite a
sérias investigações sobre os antepassados dessa região.
Com base em documentos históricos verificamos que o rio Negro e seus
igarapés, dentre estes o Tarumã Mirim foram visitados por Francisco de Orellana, um
dos primeiros exploradores europeus a passar por essa região4 e que possivelmente a
primeira missa do Amazonas foi celebrada em um desses igarapés5, um século depois
também recebeu o primeiro povoado, a Vila Tarumã6, por volta de 1657. Na
documentação sobre a colonização de Manaus, importantes relatos destacam também a
presença de holandeses como sendo uma das razões da construção do Forte de São José
da Barra do Rio Negro7. Tudo isso faz com que o Tarumã Mirim precise ser visto pelo
importante passado indígena e também pela presença dos conquistadores, religiosos e
viajantes.
O acervo arqueológico indígena, assim como um grande número de objetos de
viajantes são importantes documentos para comparação com o que foi relatado a partir
do cronista da expedição de Orellana, o padre Gaspar de Carvajal e mais tarde pelos
padres catequizadores, dentre eles, Samuel Fritz. Nossa pesquisa se concentra no recorte
cronológico de 1541, chegada do cronista Carvajal, na expedição de Orellana ao Rio
Negro e se estende até 1691, ocasião em que o Padre Samuel Fritz esteve entre os
nativos da região da atual Manaus. Dentro deste contexto buscaremos evidenciar o
importante passado histórico dos índios tarumãs, antigos habitantes do Tarumã Mirim
através da arqueologia histórica e destacar a contribuição desta etnia na formação
cultural de Manaus, a antiga “Vila Tarumã”, através de fontes arqueológicas, mas
especificamente, artefatos indígenas e manuscritos dos viajantes.

4
CARVAJAL, Gaspar de In MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las Amazonas. Imprenta
de E. Rasco, Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 194 de 200 – Reimpressão por Estúdios Ediciones
y Medio, EDYM, Valência – Espanha, 1992.
5
FRITZ, Samuel. Diário do Padre Samuel Fritz In: MARONI, Pablo. Notícias Autenticas del Famoso Rio
Marañon. Quito – Peru, 1738. Reimpressão pela La Real Academia de la História, Madrid, 1889, p. 447.
6
MARONI, Pablo. Notícias Autenticas del Famoso Rio Marañon. Quito – Peru, 1738. Reimpressão pela
La Real Academia de la História, Madrid, 1889, p. 76.
7
FILHO, Pontes. Estudos de História do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2000.

3
2. JUSTIFICATIVA
Ao nascer este projeto de pesquisa - cunhado por um caboclo ribeirinho que
buscou na academia o ofício de historiador - estávamos muito mais preocupados em
elucidar questões ligadas especificamente à preservação do acervo arqueológico dos
tarumãs do que evidenciar o importante passado indígena desta etnia, destacando a
contribuição cultural, do que hoje chamamos de “cultura manauara”. Foi exatamente a
partir da cristalização desta “atribuição cultural” na qual reverencia os “índios manáos”
como anfitriões da cultura manauara que propomos realizar um estudo que busque
justificativa a não contemplação na historiografia dos índios tarumãs no processo de
formação de Manaus.
Na pesquisa bibliográfica preliminar identificamos que alguns pesquisadores de
outras áreas do conhecimento, tais como o artista plástico Eliel Cavalcante dos Santos8
e a escritora Etelvina Garcia9, abordam rasamente a cultura tarumã. O primeiro, por ser
curador do Memorial dos tarumãs realizou uma catalogação dos artefatos encontrados
no sítio arqueológico e cunhou um ensaio da cultura tarumã dentro de uma perspectiva
artística. A pretensão era apenas demostrar a arte produzida por esta etnia expressa em
cerâmicas aos visitantes do Memorial. Garcia faz citações em sua obra a respeito dos
tarumãs, no entanto, por um viés meramente memorialista, ou seja, busca apenas fazer
um amontoado de informações acerca da História do Amazonas, nada mais do que já
conhecemos. Por se tratar de uma obra memorialista a intenção de ir até as fontes
problematiza-las ficou em segundo plano.
Dentro desse contexto, o ofício de historiador nos levou a construir este presente
projeto por dois motivos evidentes: primeiro pela relevância acadêmica do tema.
Teremos um estudo voltado especificamente aos tarumãs construído por um viés
histórico sob a égide dos conceitos e métodos da História, no qual de certa forma,
lançará luzes aos trabalhos já existentes na historiografia regional sobre a questão
indígena do período colonial de Manaus. Segundo, pela relevância social, pois a partir
da pesquisa mostraremos uma porção da cultura de Manaus, oriunda de uma população
indígena pouco conhecida – a não ser pelos nomes de ruas e bairros - que habitava a
região e demonstrar, através dos resultados da pesquisa, que assim como os manáos, os
tarumãs participaram do processo de formação cultural da cidade de Manaus. A mola

8
Curador do Memorial Paulo Freire, construído para salvaguarda do material arqueológico dos tarumãs.
9
GARCIA, Etelvina. Manaus: Referências da História. Manaus: Editora Norma, 2014.

4
propulsora de nossa justificativa é trabalhar a cultura tarumã dentro de uma perspectiva
histórica.
Por fim, o sítio arqueológico dos tarumãs precisa urgentemente tornar-se objeto
de estudo de pesquisadores, principalmente de historiadores, tendo em vista o valor
histórico da cultura material por eles produzidos que muito pretendem dizer a respeito
da cultura de Manaus. Nós, enquanto historiadores não devemos permitir que os
artefatos do sítio arqueológico dos tarumãs se transformem em objetos de
colecionadores particulares – como já vem acontecendo e observado por nós moradores
da região -, pois os relatos dos cronistas nos dão notícias que provavelmente os
primeiros registros históricos referentes à nomenclatura de Manaus nada mais foi do que
“Vila Tarumã” ou “Vila Taromases” como consta nos manuscritos. Por que logo os
tarumãs? Portanto, à proposta deste projeto de pesquisa está justificada na discussão
aqui apresentada.

3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Fazer um resgate por meio da arqueologia histórica da cultura tarumã em
Manaus.
3.2. Objetivos Específicos
Examinar a arqueologia histórica do sítio arqueológico dos tarumãs. Fazer uma
relação dos artefatos arqueológicos e os manuscritos de Carvajal e Fritz. Destacar a
contribuição cultural dos índios tarumãs na formação de Manaus.

4. DISCUSSÃO BIBLIOGRÁFICA
Em nossa pesquisa preliminar, verificamos que as primeiras informações
atribuídas às sociedades indígenas do Rio Negro aconteceram no ano de 1542 com
Francisco de Orellana na expedição idealizada por Gonzalo Pizarro. Segundo o
historiador Toríbio Medina foi num sábado, três de junho deste mesmo ano, quando o
Rio Negro surpreendeu o navegador e sua comitiva com suas águas rebeldes e escuras e
ao explorar a área de sua desembocadura foram recebidos pelos nativos10 conforme
relatos do padre e cronista da expedição, frei Gaspar de Carvajal:

10
MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las Amazonas. Imprenta de E. Rasco, Servilha.
1894. Exemplar de fac-símile nº 194 de 200 – Reimpressão por Estúdios Ediciones y Medio, EDYM,
Valência – Espanha, 1992, p. 47.

5
Sábado víespera de la Santísima Trindade el Capitán mandó tomar puerto em
un pueblo donde los indios se pusieron en defensa [...] Este mismo día,
saliendo de allí, prosiguiendo nuetro viaje vimos una boca de otro río grande
[...] el agua del cual era negra como tinta, y por esto le pusimos nombre del
Río Negro [...] .11

Carvajal relata que quando Francisco de Orellana se separou de Gonzalo Pizarro


(idealizador da expedição), ao navegar rio abaixo, durante a noite alguns companheiros
passaram a ouvir som de tambores, conforme referido anteriormente, porém sem
nenhum indício da presença humana na área. As incertezas fizeram Orellana ficar atento
durante oito dias de observação até que numa noite confirmou que realmente se tratava
de sons de tambores de índios12. O pesquisador alemão Theodor Koch-Grunberg em sua
viagem pelo Rio Negro grafou um desses tambores entre os aruaques13, grupo
linguístico das sociedades que habitavam a região do Encontro das Águas - e também
outras regiões do Amazonas -, dentre as quais, segundo o historiador Agnaldo
Figueiredo, se destacava os tarumãs do Rio Negro14.
Segundo nossas leituras preliminares, assim que entraram no Rio Negro todas as
aldeias situadas nos igarapés já sabiam que os visitantes se aproximavam da área. Tanto
foi que ao chegar a uma dessas aldeias distantes da via principal os índios já os
aguardavam:

Este dia tomamos poerto en un pueblo mediano. En este pueblo estaba una
plaza muy grande, y en médio de la plaza establa un tablón grande, de diez
pies en cuadra, figurada y labrada de relieve una ciudad murada con su cerca
y con una puerta. en médio de la qual había una plaza redonda: en médio de
esta plaza estaba un agujero por onde ofrecían y echaban chicha para el Sol,
que es el vino que ellos beben, y el Sol es quien ellos adoran y tienen por su
Dios15.

11
Tradução: Sábado véspera da Santíssima Trindade o Capitão mandou aportar em um porto onde os
índios se puseram em defesa [...] Este mesmo dia, saindo dali, prosseguindo nossa viagem vimos uma
boca de outro rio grande [...] a água da qual era negra como tinta, e por isso lhe pusemos o nome de Rio
Negro [...]. CARVAJAL, Gaspar de In MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las
Amazonas. Imprenta de E. Rasco, Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 194 de 200 – Reimpressão
por Estúdios Ediciones y Medio, EDYM, Valência – Espanha, 1992. p. 47.
12
Gaspar de In MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las Amazonas. Imprenta de E. Rasco,
Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 198 – Reimpressão por Estúdios Ediciones y Medio, EDYM,
Valência – Espanha, 1992, p. 9, 10 e 11.
13
KOCK-GRUNBERG, Theodor. Dois anos entre os Indígenas. Manaus: Editora Edua, 2005, pag. 293.
14
FIGUEIREDO, Aguinaldo. História do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2011, pag. 20.
15
Tradução: Este dia aportamos em um porto médio. Neste porto estava uma praça muito grande e no
meio da praça estava um tablado grande de dez pés ... a uma cidade murada com cerca e com uma porta
no meio onde havia uma praça redonda: e no meio desta praça estava um agueiro onde ofereciam e ...
para o Sol que é o vinho que eles bebem e o Sol que eles adoram e o tem por seu Deus. CARVAJAL,
Gaspar de In MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las Amazonas. Imprenta de E. Rasco,
Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 198 – Reimpressão por Estúdios Ediciones y Medio, EDYM,
Valência – Espanha, 1992, pag. 47.

6
Os detalhes deste texto, assim como o restante do relatado dessa chegada ao Rio
Negro estão perfeitamente de acordo com o ambiente e as várias peças do acervo
arqueológico da região do igarapé Tarumã Mirim. Carvajal relatou as grandes
construções de madeira - há inúmeros machados de pedras e dezenas de polidores de
arenito para afiação desses machados que eram usados nestas construções -; a adoração
ao sol e a oferenda de bebida fermentada em atos cerimoniais - vários fragmentos
cerâmicos com raios do sol e compõem o acervo além de fragmentos de fermentadores
de bebidas -. O cronista falou ainda que “este poeblo estaba em uma loma apartado del
rio”16, ou seja, que este povoado se encontrava longe da via principal de navegação,
portanto, geograficamente17, da mesma forma está de acordo com o sítio arqueológico
do Tarumã Mirim.
Após 1542, seguiu-se um período de mais de um século com poucas
informações acerca da sociedade indígena mencionada por Carvajal. Por volta de 1691,
o padre catequizador Samuel Fritz chega ao Rio Negro. Neste episódio registrou em seu
diário uma série de dados que nos colocam em condições confiáveis em assegurar que
as populações indígenas da região do Encontro das Águas e seus tributários - dentre eles
o Tarumã Mirim - foram os anfitriões dos primeiros conquistadores a passar pelo local
em que hoje se encontra o município de Manaus como também sustenta a escritora
Etelvina Garcia ao afirmar que:

Aldeia-porto, mameluca, a Manaus seiscentista viu chegar os índios descidos


– escravos consentidos ou não. Os Baré, do Japurá. Os Passé, do Japurá e do
Negro. (Os Manau, sentinelas aguerridos das cachoeiras do Rio Negro,
vieram depois). Os Tarumã que estavam aqui havia alguns mil anos ou muito
mais, contavam histórias da tropa bem sortidas que veio caçar índios no Rio
Negro em 1657 – em nome da coroa e em nome da cruz 18.

Ao examinarmos preliminarmente os relatos de Fritz identificamos que o padre é


um dos primeiros cronistas do século XVII a grafar as sociedades indígenas dos rios por
onde passava, dentre as quais, encontramos grafados as etnias manaves (manaós) e os
taromases (tarumãs).
Samuel Fritz ficou pouto tempo entre os tarumãs. Nesse período de sua
passagem e volta em direção aos omáguas, os tarumãs o solicitaram a permanecer entre

16
CARVAJAL, Gaspar de In MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las Amazonas.
Imprenta de E. Rasco, Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 198 – Reimpressão por Estúdios
Ediciones y Medio, EDYM, Valência – Espanha, 1992, p. 48.
17
Para obtermos as informações geográficas analisamos os mapas produzidos pelos cronistas nos séculos
XVI e XVII, dentre os quais, trabalhamos com Samuel Fritz e Cristóbal de Acuña.
18
GARCIA, Etelvina. Manaus: Referências da História. Manaus: Editora Norma, 2014, p. 21.

7
eles como líder religioso, no entanto, Fritz ficou apenas de sete a nove de setembro de
1691:
Á 7 de setiembre pasamos una corriente grande. Las canoas no las pudieron
vencer. De noche llegamos à la boca de Rio Negro [...] Este dia vinieron más
de ochenta indios Taromases gentiles á verme con su principal cacique,
llamado Carabiana, trayendo muchos presentes de comidas [...] despues que
me vieron y oyeron, me pidió el cacique Carabiana (sic) que volviese á ellos
y fuese su Padre [...] Á 9 del mismo mes partimos del Rio Negro
acompañados de doce Taromases19

A acolhida dos tarumãs a Fritz nesses poucos dias foi o bastante para relatar em
seu diário muito do que temos desses índios. É certo que a maior parte do que Fritz
conseguiu dessa etnia foi adquirida durante sua convivência com a escolta dos doze
tarumãs na longa viagem pelo rio Solimões onde catequizava os omáguas, yurimáguas,
cuchivaras, ibanomas e muitos outros.
Na historiografia recente, Auxiliomar Ugarte, historiador especialista em história
indígena da Amazônia nos séculos XVI e XVII, em “Sertão de Bárbaros” 20 apresenta a
vida cotidiana dos povos indígenas na visão dos cronistas ibéricos nos séculos XVI e
XVII, dentre os quais, Frei Gaspar de Carvajal e Padre Samuel Fritz. Sertão de Bárbaros
lançará novas luzes ao nosso trabalho por dois motivos: o contexto do tema está ligado
diretamente à nossa proposta e a obra nos traz as representações das sociedades
indígenas a partir da visão dos viajantes.
Na obra “Amazônia dez mil anos” do médico Antônio Loureiro, na pesquisa
preliminar foi observado que algumas conclusões acerca dos tarumãs não condizem
com as fontes do sítio arqueológico. Outras informações são terminadas em
questionamentos, como por exemplo, as especulações acerca do atual habitat dos
tarumãs na qual Loureiro afirma que os poucos tarumãs que sobraram do processo de
descimentos “temerosos de novos eventos, emigraram da região de Manaus, para a serra
21
do Acaraí, onde hoje habitam” . A afirmação de Loureiro encerra-se aí, sem mais
explicações, sem apresentação de fontes que evidenciam sua fala. A análise desta obra

19
Tradução: A 7 de setembro passamos numa corrente grande. A canoas não pôde vencer. De noite
chegamos à boca do Rio Negro [...] Este dia vieram mais de oitenta índios tarumãs gentis e com seu
principal cacique, chamado Carabiana, trazendo muitos presentes de comidas [...] depois que vieram a
mim o cacique Carabiana me pediu que vivesse com eles e fosse seu Padre [...] A 9 do mesmo mês
partimos do Rio Negro acompanhados de doze tarumãs. FRITZ, Samuel. Diário do Padre Samuel Fritz In:
MARONI, Pablo. Notícias Autenticas del Famoso Rio Marañon. Quito – Peru, 1738. Reimpressão pela
La Real Academia de la História, Madrid, 1889, p. 446 e 447.
20
UGARTE, Auxiliomar Silva. Sertões de Bárbaros. O mundo natural e as sociedades indígenas da
Amazônia na visão dos cronistas ibéricos – séculos XVI-XVII. Manaus: Valer, 2009.
21
LOUREIRO, Antônio José Souto. Amazônia Dez Mil Anos. Manaus: Editora Metro Cúbico, 1982.

8
em nossa proposta de pesquisa terá uma abordagem condicionada sobre as lacunas
resultantes dos diversos questionamentos, no que diz respeito aos tarumãs.
Hoje pouco se sabe a respeito dos remanescentes tarumãs que aos poucos foram
dizimados de seu habitat em decorrência dos descimentos realizados pelos portugueses
em 165722. Hoje, os denominados “ribeirinhos” - grupo no qual estamos inseridos -
habitam as margens do Tarumã Mirim e de outros rios da Amazônia. De acordo com
Antônio Porro, estes novos habitantes “assimilaram uma série de técnicas essenciais à
sobrevivência na área, mas as antigas sociedades ribeirinhas, altamente integradas e
adaptadas àquele ecossistema, haviam desaparecido para sempre” 23 daquela região.

5. METODOLOGIA
A história do Brasil foi construída a partir de culturas de diferentes sujeitos
históricos. Nativos, colonizadores ou outros povos vindos pra cá. Dentro desta
perspectiva, segundo as palavras do historiador Thompson, “a cultura é um produto
24
histórico, dinâmico e flexível” , como bem explica a historiadora Maria Regina
Celestino de Almeida na qual diz que:

"antropólogos e historiadores têm analisado situações de contato, repensando


e ampliando alguns conceitos básicos ao tema. A compreensão da cultura
como produto histórico, dinâmico e flexível, formado pela articulação
contínua entre tradições e novas experiências dos homens que a vivenciam,
permite perceber a mudança cultural não apenas enquanto perda ou
esvaziamento de uma cultura dita autêntica, mas em termos de seu
dinamismo, mesmo em situações de contato extremamente violentas” 25

Assim, os tarumãs passam a ser vistos como agentes históricos ativos detentores
de sua própria cultura que influenciou, na mesma proporção que outras etnias, a cultura
de Manaus. Mesmos que outros agentes históricos tenham ocupado lugar de destaque,
isso não determina que a cultura já existente no ambiente seja marginalizada a ponto de
ser esquecida, como se um processo eliminasse outro, visão equivocada do “fazer
histórico”. Assim, sob a ótica dos historiadores supracitados, os tarumãs teriam a
mesma visibilidade dentro da historiografia regional.

22
Ibidem.
23
PORRO, Antônio. As Crônicas dos rio Amazonas: Notas Ento-Históricas sobre as antigas populações
indígenas da Amazônia. Petrópolis: Vozes, 1993, p. 08.
24
THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987 In
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2010. p.21.
25
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
p.22.

9
Teorizar sobre uma cultura não é uma tarefa fácil, devido à amplitude do tema
que envolve infinitos recortes e perspectivas possíveis. Portanto, abordar a história
cultural pode ser mais complexo do que imaginamos. Precisaríamos, antes de qualquer
tentativa de abordagem, nos questionar como nos propõe Burke26: O que é história
cultural? Uma questão formulada há mais de um século e que até hoje não obteve
resposta satisfatória. Na ótica do historiador Peter Burke compreender a história pelo
viés cultural é fugir do círculo dos esquemas teóricos tradicionais, ou seja, da
valorização de grupos específicos ou momentos históricos distintos, marginalizando
alguns sujeitos e contextos da História. Partindo deste campo de abordagem, em nosso
trabalho, a cultura será o caminho para compreender a sociedade indígena que habitou o
Tarumã Mirim em Manaus antes da chegada dos colonizadores, como dizem as fontes.
A historiografia, dentro do âmbito da história cultural, passou por uma profunda
modificação nos últimos anos. O estudo das mentalidades está sendo gradativamente
substituído por uma abordagem das representações. Segundo Chartier27, as
representações permitem ver as coisas ausentes. Na concepção do autor, representar
significa fazer aparecer o ausente, torna-se presente o que está implícito na fonte
permitindo a interpretação. Nossa dissertação será construída a partir das interpretações
das fontes, em nosso caso, os artefatos e os manuscritos. Portanto, o conceito de Cultura
e Representações será o arcabouço teórico desta proposta de pesquisa.
Na construção de um conhecimento histórico mais abrangente será necessário
um diálogo entre duas áreas do conhecimento: a arqueologia que na definição do
arqueólogo Rambelli “consiste no estudo de sociedades através de sua cultura material
em seu devido contexto” 28 e a história, pois é inevitável a necessidade de aproximação
entre ambas às áreas quando propomos estudar os sítios arqueológicos. Nesta
perspectiva, forçosamente nossa pesquisa nos direcionará ao campo de abordagem
denominada “arqueologia histórica” que segundo o historiador e arqueólogo Charles E.
Orser Jr é entendida:

“como o estudo arqueológico dos aspectos materiais, em termos históricos,


culturais e sociais concretos, dos efeitos do mercantilismo e do capitalismo
que foi trazido da Europa em fins do século XV e que continua em ação
ainda hoje” 29

26
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Trad. Sergio Goes de Paula 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editora, 2008.
27
CHARTIER, Roger. A História Cultural entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.
28
RAMBELLI, G. Arqueologia até debaixo d’água. São Paulo: Maranta, 2002.
29
ORSER Jr, C. E. Introdução à Arqueologia Histórica. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1992, p. 23.

10
No entanto, este conceito não foi bem recebido por grande parte dos estudiosos
(historiadores, arqueólogos, geógrafos, etc), pois esta definição sintetiza a chegada dos
europeus ao Novo Mundo e cria uma espécie de “marco inicial” para o estudo da
arqueologia histórica, ou seja, a partir de 1492, com a chegada de Colombo . Sendo
assim, criaria uma divisão dentro da arqueologia histórica, por exemplo: estudar um
povo de 1491 seria então uma arqueologia pré-histórica e quando o objeto for uma
sociedade de 1493, já se tornaria uma arqueologia histórica, mesmo se tratando de uma
sociedade isolada30.
Para melhor compreender este conceito, Funari afirma que “a arqueologia
histórica apenas adquire pleno sentido a partir de um olhar construído com a história”31,
neste sentido, Funari considera que a arqueologia histórica é o estudo de sociedades que
possuam documentos escritos, seja fruto da história ou da proto-história32. Percebe-se
que o autor quebra a ideia de “marco inicial” para estudos da arqueologia histórica,
entretanto, acaba criando novas áreas de atuações do pesquisador, tais como,
arqueologia pré-colonial, arqueologia colonial, arqueologia da república, arqueologia
provincial etc. Já segundo Charles E. Orser Jr “para alguns pesquisadores, a arqueologia
histórica pertence, realmente, à história, estudando, em particular, documentos
provenientes do solo, além dos documentos de arquivos” 33. Portanto, estes dois autores
nos ajudaram a situar nosso objeto dentro do campo de abordagem da arqueologia
histórica e definir nossas fontes.
O uso da cultura material pela História não é tão recente. Historiadores da
antiguidade não tinham como fontes apenas os escritos, também faziam usos de objetos
e paisagens. Portanto, havia o diálogo entre as fontes material e imaterial. E porque não
realizarmos este mesmo diálogo hoje? As fontes arqueológicas não apenas ajudam a
entender melhor a complexidade de uma cultura, como também contribuem para
esclarecer o que nos dizem as fontes literárias, arquivistas e documentais.
Não pretendemos realizar um trabalho no campo etnográfico, mas segundo Le
Goff “a falta de documentação acaba dando a história um caráter etnográfico ao tratar

30
Chamamos de sociedade isolada àquelas que não tiveram contato e consequentemente, registros
escritos, com o homem do “Velho Mundo” ou não faziam uso da escrita como meio de comunicação.
31
FUNARI, P.P.A. A Arqueologia Histórica em uma perspectiva mundial. In Arqueologia da Sociedade
Moderna na América do Sul, Cultura Material, Discursos e Práticas. Andrés Zarankin e María Ximena
Senatores (orgs), Buenos Aires, Ediciones del Tridente, 2002, p. 107- 116.
32
Proto-história é a história de uma sociedade contada por outra sociedade. No contexto da Amazônia dos
séculos XVI e XVII seriam os relatos dos cronistas resultantes das visitações aos nativos da região.
33
ORSER Jr, C. E. Introdução à Arqueologia Histórica. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1992, p. 25.

11
de sociedades mais longínquas”34, porém muitas sociedades indígenas do contexto
amazônico pré-colonial apenas são alcançadas através da arqueologia. A
interdicisplinaridade entre as ciências entra em discussão como uma das propostas da
Escola Nova35 e é dentro desta abertura que situaremos nossa proposta de dissertação.
Nosso método de investigação e análise para a compreensão de nosso objeto de
pesquisa no âmbito da arqueologia histórica será a leitura atenta dos relatos dos
cronistas (Carvajal e Fritz) fazendo uma associação das informações coletadas a partir
da análise documental aos artefatos arqueológicos do Tarumã Mirim, tais como:
machados de pedra, pontas de lança, trituradores, polidores de arenito, fósseis, urnas
funerárias, grafismos, louças, cachimbos, ídolos, vasos ornamentais, fusos, além dos
objetos europeus (garrafas de bebidas e remédios, balas de canhão e arcabuz, machado
de ferro, dentre outros).
A pesquisa será desenvolvida no sítio arqueológico dos Tarumãs localizado no
povoado de Agrovila à margem direita do igarapé Tarumã Mirim em Manaus. Porém,
não nos limitaremos a um raio de investigação somente neste povoado, alargaremos
nosso campo pesquisa na medida em que se fizer necessário, visto que o sítio
arqueológico compreende toda a extensão do igarapé em questão.
Quanto à abordagem optamos por realizar uma pesquisa qualitativa, pois
buscaremos compreender o importante passado histórico dos índios tarumãs e suas
contribuições na formação cultural de Manaus. Utilizaremos como procedimentos a
pesquisa bibliográfica, que consiste no levantamento de fontes teóricas primárias
publicadas por meios escritos e eletrônicos (livros, dissertações, teses e artigos
científicos); pesquisa documental, que trilha os mesmos caminhos da pesquisa
bibliográfica, porém recorre às fontes mais diversificadas e dispersas – aqui incluímos
os artefatos arqueológicos (fonte material).
Na pesquisa bibliográfica faremos um apanhado geral sobre os principais
trabalhos realizados, capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados ao
tema. Nesta pesquisa, serão consultados autores com relevante contribuição no que se
referem à temática da pesquisa. Enquanto que na pesquisa documental nos valeremos

34
LE GOFF, Jacques. A História Nova. Tradução Eduardo Brandão. 5. ed. São Paulo:Martins Fontes,
2005.
35
Segundo Le Goff (2005, p. 43), a História Nova resulta de fenômenos que representavam a necessidade
da reformulação de um novo campo do saber: a afirmação de ciências surgidas “recentemente”, a
renovação de ciências tradicionais e a interdisciplinaridade, que surge da união de duas ciências.

12
das informações dos manuscritos (relaciones), ligados ao nosso recorte temporal e dos
artefatos, especificamente do sítio arqueológico dos tarumãs.
Para a coleta de dados serão utilizadas as técnicas de visitação e observação. A
visitação, enquanto técnica para coleta de dados valoriza a presença do investigador no
campo de pesquisa, ou seja, este contato nos aproximará de nossa fonte, enquanto que a
observação permitirá o questionamento e a interpretação de nosso objeto. Por fim,
seguiremos a proposta de Lakatos e Marconi, ou seja, “após a coleta dos dados, os
mesmos são elaborados e classificados de forma sistemática através de seleção (exame
minucioso dos dados, para descartar possíveis equívocos), codificação (técnica utilizada
para categorizar os dados que se relacionam) e por fim, a tabulação (disposição dos
dados de forma a verificar as inter-relações)” 36. Esta classificação possibilitará maior
clareza e organização na última etapa desta pesquisa, que é a redação da dissertação.

6. FONTES PARA PESQUISA


A partir do XVI tiveram início as primeiras expedições europeias à Amazônia.
Nestas viagens, um importante conjunto de relatos sobre as sociedades indígenas pré-
coloniais foi produzido por aventureiros, funcionários das Coroas ibéricas e
missionários. Por muito tempo, estes documentos foram desconsiderados pela
historiografia por apresentar, à primeira vista, aspectos fantasiosos na descrição. À
medida que os estudos arqueológicos foram se intensificando na Amazônia foi
percebido, cada vez mais, um novo olhar a esta categoria de fonte. Nas últimas décadas,
a historiografia introduziu novas discussões acerca dos manuscritos dos cronistas e
propiciou nova abertura no campo das pesquisas que atualmente os tem como
importante fonte de estudo. Hoje, sem dúvidas, é indispensável à utilização destes
relatos para compreensão das culturas indígenas pré-coloniais na Amazônia.
As fontes primárias que serão usadas nesta pesquisa (não incluo aqui as fontes
bibliográfica) já encontram disponível no acervo do Memorial Paulo Freire que serão
disponibilizadas para a construção do nosso trabalho. Elas estão divididas dentro de
duas categorias: manuscritos e artefatos arqueológicos. Citamos a seguir as fontes
dentro de suas categorias:

36
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 5ª Ed. São Paulo: Atlas,
2003, p. 166 e 167.

13
Fontes digitalizadas, disponibilizadas pela Biblioteca Nacional da Espanha:
1. Manuscritos do cronista e padre Gaspar de Carvajal, século XVI.
2. Manuscritos do Diário do padre Samuel Fritz, século XVII.
3. Mapa da viagem do padre Samuel Fritz, século XVII.
Artefatos arqueológicos dos tarumãs, disponíveis no Memorial Paulo freire:
1. Líticos (machados, pontas de lança, trituradores, polidores de arenito, fósseis
e outros).
2. Cerâmicos (urnas funerárias, grafismos, louças, cachimbos, ídolos, vasos
ornamentais, fusos e outros).
3. Objetos de viajantes (garrafas de bebidas e remédios, balas de canhão e
arcabuz, machado de ferro, dentre outros).
Fontes bibliográficas:
A bibliografia básica e complementar está disponível por meio de nosso acervo
particular.

7. CRONOGRAMA
ANO 2016
(Atividades da Especialização)
J F M A M J J A S O N D
ATIVIDADES/MESES 1 2 3 4
Escolha do tema e mapeamento das fontes
Disciplina da pós-graduação
Construção da apresentação do tema
Leituras
Construção da Justificativa e Objetivos

ANO 2017
(Atividades da Especialização)
J F M A M J J A S O N D
ATIVIDADES/MESES 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Disciplina da pós-graduação
Construção da discussão bibliográfica
Leituras e construção da metodologia
Redação do projeto de pesquisa
Análise do orientador
ANO 2018
(Atividades da Especialização)
J F
ATIVIDADES/MESES 17 18
Disciplina da pós-graduação
Revisão e redação final do projeto
Defesa

14
8. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro:
FGV, 2010.
BURKE, Peter. O que é História Cultural?. Trad. Sergio Goes de Paula 2ª ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2008.
CARVAJAL, Gaspar de In MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las
Amazonas. Imprenta de E. Rasco, Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 194 de 200
– Reimpressão por Estúdios Ediciones y Medio, EDYM, Valência – Espanha, 1992.
CHARTIER, Roger. A História Cultural entre práticas e representações. Lisboa: Difel,
1990.
FIGUEIREDO, Aguinaldo. História do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2011.
FILHO, Pontes. Estudos de História do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2000.
FRITZ, Samuel. Diário do Padre Samuel Fritz In: MARONI, Pablo. Notícias
Autenticas del Famoso Rio Marañon. Quito – Peru, 1738. Reimpressão pela La Real
Academia de la História, Madrid, 1889.
FUNARI, P.P.A. A Arqueologia Histórica em uma perspectiva mundial. In
Arqueologia da Sociedade Moderna na América do Sul, Cultura Material, Discursos e
Práticas. Andrés Zarankin e María Ximena Senatores (orgs), Buenos Aires, Ediciones
del Tridente, 2002.
GARCIA, Etelvina. Manaus: Referências da História. Manaus: Editora Norma, 2014.
KOCK-GRUNBERG, Theodor. Dois anos entre os Indígenas. Manaus: Editora Edua,
2005.
KRÜGER, Marcos Federico. Amazônia Mito e Literatura. Manaus: Editora Valer,
2005.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 5ª Ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
LE GOFF, Jacques. A História Nova. Tradução Eduardo Brandão. 5. ed. São
Paulo:Martins Fontes, 2005.
LOUREIRO, Antônio José Souto. Amazônia Dez Mil Anos. Manaus: Editora Metro
Cúbico, 1982.
MARONI, Pablo. Notícias Autenticas del Famoso Rio Marañon. Quito – Peru, 1738.
Reimpressão pela La Real Academia de la História, Madrid, 1889.

15
MEDINA, José Toríbio. Descobrimiento del Rio de las Amazonas. Imprenta de E.
Rasco, Servilha. 1894. Exemplar de fac-símile nº 194 de 200 – Reimpressão por
Estúdios Ediciones y Medio, EDYM, Valência – Espanha, 1992. .
ORSER Jr, C. E. Introdução à Arqueologia Histórica. Belo Horizonte: Oficina de
Livros, 1992.
PORRO, Antônio. As Crônicas do rio Amazonas: Notas Etno-Históricas sobre as
antigas populações indígenas da Amazônia. Petrópolis: Vozes, 1993.
RAMBELLI, G. Arqueologia até debaixo d’água. São Paulo: Maranta, 2002.
THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987 In ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de
Janeiro: FGV, 2010. p.21.
UGARTE, Auxiliomar Silva. Sertões de Bárbaros: O mundo natural e as sociedades
indígenas da Amazônia na visão dos cronistas ibéricos (séculos XVI-XVII). Manaus:
Editora Valer, 2009.

FONTES HISTÓRICAS:
Fontes digitalizadas, disponibilizadas pela Biblioteca Nacional da Espanha:
4. Manuscritos do cronista e padre Gaspar de Carvajal, século XVI.
5. Manuscritos do Diário do padre Samuel Fritz, século XVII.
6. Mapa da viagem do padre Samuel Fritz, século XVII.
Artefatos arqueológicos dos tarumãs, disponibilizados no Memorial Paulo freire:
4. Líticos (machados, pontas de lança, trituradores, polidores de arenito, fósseis
e outros).
5. Cerâmicos (urnas funerárias, grafismos, louças, cachimbos, ídolos, vasos
ornamentais, fusos e outros).
6. Objetos de viajantes (garrafas de bebidas e remédios, balas de canhão e
arcabuz, machado de ferro, dentre outros).

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