Fronteiriças: Danças e filosofias em Latino-américa é uma proposta de palestra-performance

que pretende trazer reflexões a partir de uma filosofia encarnada, territorializada e dançante,
como assim também, de uma dança que se constrói a partir de filosofias fundamentadas nos
saberes e conhecimentos do chão que habitamos.

A idéia de fronteira que trabalhamos aqui, remete, há um só tempo, à noção de separação e

de encontro: enquanto delimita territórios, também implica em tratativas e/ou estratégias
para ultrapassagem destas limitações. Se considerarmos que a filosofia se faz a partir do
diálogo, podemos pensar que ela está ligada a estas noções de fronteiras e negociações entre
os diferentes, entre alteridades que buscam um espaço comum, um compartilhamento, entre
o saber o e não-saber. Além disso, ser um corpo é estar em constante negociação, seja com a
gravidade e o peso próprio, seja com os demais corpos no mundo em todos os seus estados e
formas de apresentação.

Aqui, gostaríamos de compartilhar as relações fronteiriças que compõem possíveis

filosofias/danças afro-latino-americanas, as perguntas que elas nos trazem enquanto
habitantes destes territórios e as diversas formulações delas que têm sido elaboradas nestas
terras. Falamos então de demarcações coloniais que separam povos hermanados, que
impuseram dor e sofrimento e aniquilação de corpos/filosofias (genocídio/epistemicídio) a
partir de imposições territoriais. Entretanto, falamos também existências, de afirmações, de
desobediências e insubordinações à tais imposições. Falamos, por fim, de “cosmopercepções”
que entendem tais relações do corpo-do-mundo desde outras demarcações, de corpos que se
compreendem como ‘terra andante’, que respeitam e reconhecem a alteridade das folhas, das
árvores, dos pássaros, das pedras, do ar e se deslocam no mundo em diálogo com essa
multiplicidade de seres. Assim, a proposta procura trazer, então, alguns elementos para
elaborações filosófico-dançantes destas danças-filosofias fronteiriças de nossa latino-afro-
américa