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Banho para atrair bons fluidos:
Misture dinheiro em penca, folhas de dólar, folhas de malva cheirosa, fo-
lhas de laranjeira, folhas de elefante, folhas de manjericão, folhas de fortu-
na, macere estas ervas com água e coe, misture um pouco de água quente
para que a água fique numa boa temperatura para o banho. Coloque num
balde entre na banheira ou no duche, colocando-se de pé dentro de uma ba-
cia, vá despejando o conteúdo do balde por cima do corpo com uma caneca
(nunca deite nenhum tipo de banho na cabeça). No final, despeje o conteú-
do da bacia no seu quintal. Se quiser lavar a casa com este preparado deve
lavar da frente para o fundo e despeje o resto no fundo do quintal.
Nota: Como é um banho para atrair bons fluidos não deve ser despachado
do lado de fora do pátio ou da porta de casa, caso você more num aparta-
mento, sugiro que deixe um vaso grande com plantas verdes numa área on-
de possa despejar estes banhos.
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Pegue a gamela, coloque as bananas descascadas dentro da gamela, em
baixo de cada uma o papel com o seu pedido, leve a um verde de preferên-
cia onde tenha uma pedra grande para você colocar a gamela em cima, es-
creva o seu nome em cada uma das velas e depois de colocar a simpatia
sobre a pedra, acenda as velas e peça muita proteção e auxílio quando você
estiver prestando à prova.
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Pegue o favo de mel, abra no meio com uma colher e escreva o nome do
casal a lápis em um papel, dobre e coloque dentro do favo. Amarre as ali-
anças com as fitas e amarre o favo também com estas fitas, faça um buraco
na maçã com a colher, coloque o favo dentro, forre toda a maçã com bas-
tante algodão, coloque dentro do abafador e regue com muito mel, tape o
abafador, ascenda a vela ao lado, após a vela queimar plante esta simpatia
em um vaso de folhagem, sem espinhos.
EBÓS
Os Ebós são oferendas feitas para Orixás, Odús e outras divindades para
diversas finalidades, sejam elas feitas para apaziguar algum problema, se-
jam feitas em forma de agradecimento de alguma graça atingida, por alcan-
çar algum objetivo ou simplesmente como forma de agradar às divindades
que se cultuam. O princípio do Candomblé baseia-se no Ebó, nas oferendas
propiciatórias obtendo a redistribuição do Axé e mantendo o seu equilíbrio
vital.
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Abaixo seguem alguns Ebós que o poderão ajudar em algumas situações da
sua vida, no entanto, sempre que possível, é preferível recorrer a alguém
que tenha fundamento no Candomblé para realizá-los de forma correta.
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Ebó para Exú Lonan Abrir Seus Caminhos, para tirar feitiço, olho-
grande, inveja.
1 metro de pano vermelho, 1 alguidar médio, 7 velas brancas, 1 bife de boi
cru, 7 moedas atuais, 7 búzios abertos, 1 farofa de dendê, com uma pitada
de sal, 7 limões, 7 acaçás vermelhos, 7 ovos vermelhos, 1 obi.
Como Preparar: Abra o pano em sua frente. Acenda as velas. Passe o algui-
dar pelo seu corpo e coloque-o em cima do pano. Passe os ingredientes no
corpo, pela ordem acima. Por último, abra o obi, e leve-o até a sua boca,
fazendo seus pedidos. Deixe-o em cima do Ebó. Feche o pano. Este Ebó
tem que ser despachado numa rua de muito movimento, onde tenha muitas
casas comerciais.
Oferenda a Exú
Material:
Farinha; Azeite de dendê; Mel de abelhas; Farinha de milho branco; Fíga-
do, coração e bofe de boi; CEBÓla; Camarão seco socado; Um alguidar.
Modo de fazer: Faça uma farofa com dendê, uma com mel e uma com
água, separadamente. Faça o acaçá branco cozinhando a farinha de milho
em água, deixe a massa bem consistente, depois coloque em um pedaço de
folha de bananeira e enrole. Deixe esfriar. Corte os miúdos de boi em peda-
ços pequenos e coloque para refogar com dendê, cEBÓla, um pouco de sal,
o camarão e rodelas de cEBÓlas. Coloque as farofas no alguidar sem mis-
turar muito, ponha o refogado de miúdos sobre a farofa e coloque o acaçá
no centro. Oferece-se para Exú pedindo o que se quer. Coloque numa praça
bem movimentada.
Ebó de União
Colocar o nome das duas pessoas dentro de um Obi e enterrar em um pé de
planta sem espinhos, colocar bastante mel e fazer os pedidos.
Este é um dos temas mais polémicos de que podemos falar, não só no en-
quadramento do Candomblé, como de qualquer prática religiosa que utilize
rituais de magia. Cabe em primeiro lugar salientar que a magia, como tudo
na vida, tem o seu lado bom e o seu lado mau, ou se preferirmos, o seu lado
positivo e o seu lado negativo, e cabe a cada um de nós escolher a utiliza-
ção que lhe queremos dar.
Está na natureza humana a constante luta por conseguir tudo aquilo que
pretende, desde os objetivos mais elevados, até àqueles que nem vale a pe-
na descrever… de tão ignóbeis que podem ser. E uma vez mais, aqui, tam-
bém é a nossa escolha que prevalece. Somos nós que escolhemos as nossas
metas e os nossos objetivos, e por isso, cabe-nos a nós também escolher os
meios. E se não é tão questionável que os fins justifiquem os meios, deve-
mos de facto preocupar-nos com os meios que escolhemos para atingir os
nossos fins, porquanto, pelo caminho, estão quase sempre em jogo pesso-
as… e até vidas!
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Particularmente no Candomblé, e porque esta página a ele é dedicada, a
prática de rituais de magia é uma constante, mas, vamos então analisar co-
mo ela é utilizada e como deveria ser utilizada.
Os Ebós, as Oferendas e as Simpatias, são algumas das formas de magia
que utilizamos, mas estes, todos eles sem exceção, foram criados original-
mente com o intuito de corrigir alguma situação errada na vida de uma pes-
soa e para tal pode-se recorrer ao auxílio de diversas entidades; em primei-
ra linha aos Orixás e depois, a outras entidades, que pelo seu estado evolu-
tivo e pelas suas características, se assemelham mais a nós, humanos – aqui
se enquadram os Exús pagãos, as Pombagiras e os Caboclos – e estão de
fato num plano mais próximo de nós.
Qualquer destas entidades pode ser uma mais valia na vida de uma pessoa,
pois o seu auxílio chega sempre, e se devidamente tratados são nossos alia-
dos preciosos.
Mas a magia, como já referi, também tem as duas faces da moeda, e a
quem a pratica, é necessário, diria mesmo essencial, conhecer os dois lados,
tornando-se mais uma vez necessário escolher o lado que se vai utilizar, e
esse lado deve ser sempre o lado positivo e construtivo.
Poderíamos aqui, a título de exemplo, encarar como um veneno, que pode
ser utilizado e para o qual é necessário conhecer o antídoto: é do próprio
veneno da cobra que se criam os antídotos que são utilizados para curar
quem é picado por ela - na magia, grosso modo, também temos que conhe-
cer tanto o veneno como o antídoto, porque para se tratar ou curar alguém
que tenha sido atingido pela magia negativa, é necessário saber contrapor
com a magia positiva.
Obviamente, não vou aqui explicar - nem o poderia fazer - os detalhes des-
se conhecimento, o importante é que fique claro que quem mexe com um
lado tem que conhecer o outro. Embora não pertencente ao Candomblé, m
dos magos mais conhecidos de sempre - São Cipriano - começou por ser
um dos melhores magos que já se conheceram a manejar a chamada Magia
Branca, mas de igual modo, mais tarde na sua vida, virou, e tornou-se um
dos mais temidos e eficientes magos da Magia Negra. Também para ele
isto só foi possível porque tinha conhecimento verdadeiro e profundo de
como os dois lados funcionam.
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Portanto, assim como se pode Amarrar, também se pode sem dúvida De-
samarrar, mas isto só é possível a quem tenha verdadeiros e fundamentados
conhecimentos.
Convenhamos, no entanto que não são muitos aqueles que estão verdadei-
ramente capacitados para isto, portanto, quando pensar em fazer ou solici-
tar uma Amarração, pense, não duas, não três vezes, mas muitas vezes na-
quilo que está a pedir, ou vai fazer, pois você jamais terá a garantia de que
o seu pedido possa ser atendido devido a um conjunto de fatores que po-
dem estar envolvidos e que você certamente desconhecerá.
Ao fazer uma Amarração, você não só estará a pedir algo para si, como es-
tará a mexer com a vida de outra pessoa, e de alguma forma forçando-a a
agir de uma maneira que ela muito provavelmente não quer, não de forma
voluntária e consciente. Quando isso acontece, muita coisa se altera, e por
vezes os resultados não são nada satisfatórios e são até perniciosos para a
vida das pessoas envolvidas.
Imagine uma situação em que você quer muito ficar com uma outra pessoa
e faz uma Amarração para conseguir o seu intento. Imagine agora que uma
segunda pessoa está interessada nessa mesma pessoa para quem você fez a
Amarração e resolve também, para conseguir o seu intento, fazer também
uma Amarração. Como é que fica essa pessoa que está pelo meio? E você,
vai conseguir o seu intento? Ou é a outra pessoa que vai conseguir?
Este tipo de situação não é inédito, é até cada vez mais comum, dado que
são cada vez em maior número as pessoas que recorrem a este tipo de ma-
gia (embora a maioria jamais vá admitir que o fez!), e garanto que daqui
não sai nada de bom para nenhuma das partes envolvidas, só confusão e
mais confusão e muita dor. Cria-se assim um ciclo vicioso, e nenhuma das
partes vai sair a contento.
Ainda que posteriormente seja feita a magia para Desamarrar, entretanto, já
muita coisa aconteceu que não tem retorno e já nada voltará a ser como era
antes, ainda que a Desamarração seja um sucesso.
Amarração mexe com o destino da pessoa, e nós simplesmente não temos o
direito de impor a nossa vontade na vida e no destino dos outros.
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Esta forma de utilizar a magia não é de todo uma forma positiva. Está na
hora de todos percebermos isto e agirmos em conformidade.
Gostaria, de uma vez por todas, que os verdadeiros adeptos e/ou praticantes
do Candomblé, independentemente do posto que ocupem, se negassem de-
terminadamente a aceitar este tipo de trabalhos que constantemente nos pe-
dem, ou sequer de pensar neles como uma solução para as nossas vidas,
porque não é de facto uma solução; mais que não seja pelas consequências
kármicas que lhes são inerentes e que o nosso lado espiritual jamais deve
esquecer - chama-se Lei do Retorno!
Há sempre uma forma diferente de ajudar as pessoas… pelo lado positivo!
Axé!
Hoje deixo aqui mais alguns trabalhos que lhe poderão ajudar a melhorar
alguns aspectos da sua vida.
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Proteção da casa
01 fita vermelha, 01 chave, 07 moedas, 07 grãos de milho, 01 saquinho de
tecido vermelho.
Coloque dentro do saquinho: a chave, as moedas e os grãos de milho, amar-
re com a fita vermelha e pendure por cima da porta de entrada da sua resi-
dência ou comércio, pedindo proteção, fartura e bons negócios.
Abertura profissional
01 bandeja papelão, pipoca estalada (sem sal e sem açúcar), 07 papéis com
os pedidos escritos, 07 velas vermelhas, 07 chaves.
Forre a bandeja com a pipoca, escreva os pedidos referentes à parte profis-
sional em 7 papéis, enrole cada papel em uma chave e coloque dentro da
bandeja formando um círculo, sendo que a ponta da chave fica voltada para
fora, leve a uma encruzilhada e peça a Exú Bará que abra os seus caminhos
para que consiga um emprego ou uma promoção, etc.
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Ebó para se livrar de pessoa indesejável
Cave um buraco, coloque o nome da pessoa ali dentro, e jogue sete punha-
dos de terra por cima.
Amalá de Oxalá
Cabras, galinhas e pombos brancos. Canjica e acaçá de arroz com mel. Há
também o “boi de Oxalá”, espécie de caracol comestível. Suas bebidas:
água, leite, mel e sumos de ervas.
Amalá de Ogum
Galos vermelhos, inhame assado acompanhado de feijão fradinho ou acara-
jé, ou ainda feijoada acompanhada de cerveja branca.
Amalá de Oxóssi
Porcos, galos e outros animais, de caça preferencialmente. Espigas de mi-
lho cozidas com mel, feijão preto, inhame, feijão fradinho torrado e milho
cozido com coco raspado. Bebida: mel, aluá, garapa, vinho doce, licores de
frutas, além de outras bebidas fermentadas.
Amalá de Xangô
Galos vermelhos e carneiros. Caruru de quiabo, acarajé comprido e feijão
preto acompanhado de farofa e arroz. Aluá e cerveja preta.
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Amalá de Omolu
Bode, galo e porco. Aberém, o doburu e latipá. Bebida: sumo extraído de
suas próprias ervas, vinho tinto, azeite de dendê e mel.
Amalá de Ibêji
Frango(a) de leite. Caruru de quiabos, doces diversos, pirulitos, bolos, tor-
tas doces, tudo isso enfeitado com fitas de cetim de cores bem vivas e di-
versificadas. Bebidas: refrigerantes, sucos, aluá, garapa e similares. Junta-
mente a tudo isso é bom que se coloque adequadamente, artigos de festas
infantis, como: apito, chapéu de aniversário, brinquedinhos e outros.
Amalá de Yemanjá
Patas, galinhas e cabras brancas. Milho branco com mel, angu, manjares
brancos, arroz e comidas brancas de um modo geral. Bebidas: sumo extraí-
do de suas próprias ervas, champanha clara e também água mineral purís-
sima.
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Deixe em sua casa ou no local de trabalho durante 7 dias. Despache num
verde, reaproveite as moedas e a tigela de vidro. Peça a Oxum prosperidade
e fartura.
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em seus objetivos. Acrescente 8 gotas de perfume. Tome o banho do pes-
coço para baixo.
Ebó de separação
2 alguidares; pólvora; 1 casal de bruxo; 21 vezes o nome escrito (dos dois)
Jogar a pólvora no alguidar com o casal no meio, tampar com o outro al-
guidar, põe fogo e deixa queimar, põe e no bale (cemitério) ou encruzilha-
da.
Ebó de separação
O nome da pessoa no coité, soca junto com pimenta malagueta, põe cacha-
ça, após joga-se café fervendo por trás de uma porta onde tenha bastante
sujeira. Só despache após ver o resultado.
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Ebó de separação
1 garrafa de cachaça, 7 vezes o nome dentro, tampa-se, leva em uma encru-
zilhada ou num mato que não tenha bananeira. Ofereça a Exú Mulambo e
diz: “COMO ESSA GARRAFA ROLAR, QUE ROLE COM FULANO(A)
DA VIDA DE .....(NOME)”, rolar de maneira que quebre a garrafa. Vire-se
de costas e vá embora.
EBÓ CLIENTE
7 folhas de mamona com: padê de mel, dendê, 7 acaçás vermelho, 7 acaçás
branco, 3 moedas, 1 obi roxo partido em 7.
Colocar em 7 encruzilhadas pedindo abertura de caminho.
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EBÓ OKARÃ ESU
7 padês diferente, 3 acaçás, 7 acarajés, 7 punhados de debur, 7 velas, Vá
metro branco, preto e vermelho, 1 frango
EBÓS DE ODUS
EBÓ ETAOGUNDA
1 prato com arroz branco bem cozido; 3 rodelas de inhame; 3 chaves; 3
acaçás;
3 velas; 1 bandeira branca
Arriar para Esú evocando este Orixá com muita fé.
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Yorossun no caminho de Oyá
4 acuras; 4 velas; 4 torcida de algodão; 4 pedaços de morim
Passar tudo no corpo da pessoa depois colocar os acuras dentro de pedaços
de morim e vai batendo com elas pelo quintal até o portão para mostrar a
Oyá o caminho da rua, levar tudo no bambuzal. Amarra-se tudo na ponta de
um bambu e acenda 4 velas em volta do bambuzal.
OSE-CAMINHO E PROSPERIDADE
1 estrela do mar com 5 pontas; 5 velas; Milho vermelho; Feijão fradinho;
Camarão seco; 5 ovos; 1 prato raso de dendê; Mel; Azeite doce
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Arriar este ebó numa praça aberta ou num pé de árvore, não olhar para trás
de jeito nenhum, após fazer agrado para outro odú passando também na
pessoa, odú bom.
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O nome dentro do acaçá enfiado dentro da ibi, colocar dentro de uma tige-
la, por canjica em volta e cobrir com bastante açúcar, oferecer a Obatalá.
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EBÓ ENCANTAMENTO (AMARRAÇÃO)
1 Obi; Mel; 1 vaso de planta sem espinho; Fita branca e amarela; 3 vezes o
nome um por cima do outro; Açúcar.
Abrir o obi em duas partes, por os nomes, mel, açúcar, amarrar com as fitas
por dentro do vaso e plantar, todo dia em jejum regar a planta e ir chaman-
do o nome de fulano(a), quando conseguir a pessoa levar num rio ou na
praia, entregar a Ogum.
EBÓ UNIÃO
1 panela de barro; 2 quilos de canjica; Dendê; Mel; Azeite doce;1/2 litro de
leite de coco; Camarão seco; 9 velas; Moedas correntes
Pedidos a Yemonjá, Ogum, união, amor, saúde e paz.
EBÓ AMARRAÇÃO
1 obi; Mel; 1 vaso de planta sem espinho; Fita branca e amarela; 3 vezes o
nome um por cima do outro; Açúcar.
Abrir o obi em duas partes, por os nomes, mel, açúcar, amarrar com as fitas
por dentro do vaso e plantar, todo dia em jejum regar a planta e ir chaman-
do o nome de fulano(a), quando conseguir a pessoa levar num rio ou na
praia, entregar Ogum.
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