Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Polimerização
CONTEÚDO
✓ Conceitos Fundamentais
1. Tintas e suas Aplicações
2. Itens Importantes
3. Classificação das Tintas
4. Mercado Brasileiro
5. Requisitos ao Preparo de Tintas
6. Polímeros e a Polimerização em Tintas
6.1 Parâmetros de controle da polimerização
6.2 Reação por condensação
6.3 Reação por Adição
7. Emulsões
7.1 Vinílicas
7.2 Acrílicas
Tintas para Proteção Patrimonial
3
6
Tintas e seus Segredos
12
Substrato
Especificação Condições
Ambientais FORMULAÇÃO
✓ Atender necessidade
✓ Finalidade e ambiente
Cor Durabilidade
✓ Aspectos relevantes
✓ Base do desempenho
✓ Custo-benefício
Secagem Aspecto
Aplicação
Primórdios das Tintas: a Caiação
14
Antes da pintura com tintas, a técnica utilizada em
revestimentos decorativos era a caiação (a partir do século
XVIII).
✓ Ex. mistura: cal, água, pigmentos, cola branca, óleo de
linhaça e sal de cozinha.
✓ Assimila pouco pigmento por comprometer a coesão da
mistura. Resultado: baixo poder de cobertura.
✓ Aderência ruim e apenas em superfícies porosas e ásperas.
✓ Não indicada sobre massa acrílica e corrida (baixa aderência),
cerâmicas (não adere) ou concreto armado (não protege
contra a corrosão).
✓ Proteção UV pobre (depende apenas do pigmento mineral).
✓ Não aplicável a paredes internas (mínimo de resina acrílica
requerida para coesão e aderência na alvenaria).
✓ Longa espera para lavagem de fachada (mais de 3 meses) – e
imagine se chover!
Muro Caiado
15
Créditos: Shutterstock
Revolução dos Polímeros: da
16
Caiação para Tintas
✓ Os sistemas poliméricos compõe as resinas, parte não
volátil da tinta que serve para aglomerar as partículas de
pigmento.
✓ No passado, resinas eram à base de compostos naturais
(vegetais ou animais). Hoje são obtidas na indústria
química por meio de reações que originam polímeros,
responsáveis pelas propriedades de resistência e
durabilidade muito superiores das tintas frente a
revestimentos primitivos.
✓ A formação do filme de tinta está diretamente
relacionada com o mecanismo de reações químicas do
sistema polimérico.
✓ Outros componentes influenciam apenas no sentido de
retardar, acelerar ou inibir essas reações.
Bem melhor,
não acha?
Polímeros e a Polimerização
17
Polímeros Polimerização
✓ São compostos químicos de alto ✓ São reações de obtenção de
peso molecular (PM) constituído polímeros, onde os monômeros
pela repetição de unidades (compostos de baixo PM) reagem
estruturais, os monômeros, ligadas entre si para formar a
entre si por ligações covalentes. macromolécula polimérica.
✓ Tipos: Naturais/Naturais Exs: Policloreto de Vinila (PVC),
Modificados/ Sintéticos. Poliestireno (PS) etc...
✓ Polímeros Naturais: óleos vegetais. ✓ O sistema polimérico é definido
✓ Polímeros Naturais Modificados: de acordo com a aplicação
resinas naturais convertidas (breu). destinada.
✓ Polímeros Sintéticos: monômeros
polimerizados em reator.
✓ Fornecedores de Matérias-primas:
Carboquímica, Petroquímica,
Oleoquímica e Alcoolquímica.
Polímeros e a Polimerização
18
Reação de Polimerização
✓ Reação entre grupos funcionais diferentes.
✓ Ocorre um único tipo de reação.
✓ A macromolécula se forma através da reação consecutiva de
monômeros, dímeros, trímeros, etc. como se estivesse sendo
constituída por blocos.
✓Formação de produtos secundários por diferentes “pedaços”.
✓ Ex.: na polimerização por condensação, como a reação constitui
um equilíbrio, a água (H2O) deve ser retirada para deslocar o
sentido da reação direta no sentido da formação do polímero.
⇌(…) HO C
O O H+ O O
C C + HO-CH2-CH2-OH C
HO OH O-CH2-CH2-OH (…)
Monômeros Dímero
+
H2O
Polímeros e a Polimerização
19
Polimerização e Funcionalidade
✓ Polimerização por grupos
funcionais reativos. H2C=CH-C-O-CH2-CH-CH2
✓ Funcionalidade é o número
=
O O
destes grupos funcionais.
Ex. Dupla ligação: Funcionalidade = Acrilato de Glicidila: adição pela
2. dupla C=C e condensação pelo
Exs. de grupos funcionais distintos grupo glicidila.
em uma mesma molécula.
CH2OH CH3
-
- -
H3C-C-COOH H2C=C-C-O-CH2-CH2-CH2OH
=
CH2OH O
Ácido dimetilol propiônico: Metacrilato de 3-hidroxipropila:
condensação pela hidroxila do ácido adição pela dupla C=C e
carboxílico (-COOH) e pelos prótons condensação pelo próton do
dos álcoois (-CH2OH). grupo hidroxila.
Homopolímero e Copolímero
21
B B
B B
Monômero Tipo “A”
B B
Monômero Tipo “B”
B B
Conceitos Importantes
22
𝑀𝑝
𝑋𝑛 =
𝑀𝑚
• P é o grau de conversão.
Equação de Carothers
1
𝑋𝑛 =
1−𝑃
A equação correlaciona o grau de polimerização médio (Xn) e o grau
de conversão (P), permitindo correlações.
• Quando (P → 1; Xn → ∞). Significa que o peso molecular médio
do polímero é infinitamente maior do que sua unidade
constituinte estrutural. Portanto, o caráter polimérico se
manifesta em valores de P e Xn altos.
Exs.
• Quando (P = 0,9; Xn = 10). Um composto formado por 10 unidades
estruturais não pode ser considerado um polímero.
• Quando (P = 0,98; Xn = 50). Um composto formado por 50
unidades estruturais já pode ser considerado um polímero.
Conceitos Importantes
25
Polímero Reação
Poliésteres Poliácidos + Poliálcoois
Poliamidas Poliácidos + Poliaminas
Uréicas Ureia + Formol
Melaminas Melamina + Formol
Policarbonato Bisfenol + Fosgeno
Poliuretano Poliisocianatos + poliálcoois
Epóxis Bisfenol + Epicloridrina
Fenólicas Fenóis + Formol
Síntese do PET
32
O O O O O O
C C + C C C C
HO-CH2-CH2-O O-CH2-CH2OH HO O-CH2-CH2O OH
Trímero -H2O Trímero
O O O O O O
C C C C C C
HO-CH2-CH2-O O-CH2-CH2O O-CH2-CH2O OH
Hexâmero
(...) Oligômero: + de 10 unidades estruturais
Formação da Cadeia Polimérica
34
1 2 100 3 254
2 3 50 5 446 Não há
formação de
3 4 33,3 7 638
polímero (> 20
4 5 25 9 830 % de excesso)
5 6 20 11 1022 930
50 51 2 101 9662 4831 6441 Formação de
polímeros em
100 101 1 201 19262 6420 9631
altos valores
1000 1001 0,1 2001 192062 9146 17460 de conversão.
Uma conversão de 100% é praticamente impossível na formação de
macromoléculas, chegando a um valor máximo de 99,5%. P(100 %) é um
valor de referência.
Comparação das Tabelas
36
P aumenta
PM aumenta.
=
HOH2C-H2C-O O-CH2-CH2OH HOH C-H C-O- -C C-O-CH -CH O- -H
2 2 2 2
n
Poliésteres por Transesterificação
38
Poliésteres (continuação)
✓ Ésteres de diácido são usualmente mais solúveis na mistura da reação, o
que contribui para sua maior velocidade.
✓ A estequiometria é inerente ao processo. Para que altos PM sejam
conseguidos, há a necessidade da remoção contínua e eficiente do
etilenoglicol.
=
O O n
✓ Polimerização de um aminoácido, monômero tipo A-B. A
estequiometria está contida no próprio monômero.
=
H O n
✓ Polimerização de uma lactama como a ε-caprolactama.
n H2C(CH2)4C=O
-N-(CH2)5-C- + n H2O
=
N H
H O n
Obtenção de Policarbonatos
40
CH3 CH3
HO C OH + n O=CCl2 O C O-C + 2n HCl
=
CH3 CH3 O n
Ramificação e Reticulação
Se à mistura monomérica A-A com B-B for adicionada uma quantidade de
monômero com funcionalidade superior a 2, ocorre:
• Ramificação: a distribuição do PM é mais estreita do que em
polimerizações lineares não ramificadas.
A-A-B-B-A-A-B-B-B-A-A-B-B-A-A
- - - -
A
A
B
B
• Reticulação: a cadeia lateral pode unir duas cadeias principais,
provocando uma ligação entre cadeias, desde que haja uma quantidade
adequada dos monômeros B-B-B.
A-A-B-B-A-A-B-B-B-A-A-B-B-A-A
- - - - - - -
A
A
B
B
A
A
A-A-B-B-A-A-B-B-B-A-A-B-B-A-A
Ramificação e Reticulação
42
✓ Funcionalidade aparente
(Falsa)
Excesso de grupos hidroxila, relação do seu número de carboxilas é
de 6 para 5. Polímero apresenta grupos hidroxila, já que não há
grupos carboxila suficiente para esterificá-las.
Considerar somente o número de grupos funcionais que realmente
podem reagir.
✓ Funcionalidade efetiva
✓ Excesso de hidroxilas
Sendo :
fA: funcionalidade em carboxilas; número médio de grupos ácidos por
macromolécula.
fB: funcionalidade em hidroxilas; número médio de hidroxilas por
macromolécula.
R: relação entre número de hidroxilas e de carboxilas.
F: funcionalidade média efetiva da mistura monomérica
Ex. CÁLCULO DE RESINAS ALQUÍDICAS
54
Peso
Massa Molecular
Matéria-Prima mo fi eA eB H2O (g)
(g)
(g mol-1)
Ácido Graxo Soja 535,1 280,0 1,911 1 1,911 -- 34,4
Anidrido Ftálico 319,7 148,2 2,157 2 4,314 -- 38,8
Glicerina 149,2 92,1 1,620 3 -- 4,860 --
Pentaeritritol 68,6 136,2 0,504 4 -- 2,016 --
Total 1.072,6 -- 6,192 -- 6,225 6,876 73,2
FAZENDA, J. M. R. Polimerização: considerações teóricas. In: FAZENDA, J. M. R. (Org.). Tintas – Ciência e Tecnologia. 4ª ed.,
São Paulo: Blucher, 2009, p. 63 (Cap. 2).
Ex. CÁLCULO DE RESINAS ALQUÍDICAS
55
Funcionalidade média
2 × 𝑒𝐴 2 × 6,225 • 1 Eq. grama de An. Ftálico = 9 g de H2O.
𝐹= = = 2,01
𝑚𝑜 6,192
• 18 g de H2O por Eq. grama do Ácido.
Excesso de Hidroxilas
𝑒𝐵 6,876
𝑅= = = 1,10 (10 % de excesso)
𝑒𝐴 6,225
Grau de Conversão Crítico teórico (Carothers)
2 2
𝑃𝑔 = = = 99,5 %
𝐹 2,01
Rendimento teórico considerando esterificação total (IA=0) O IA prático pode ser
𝑦0 = 𝑊 − 𝐻2𝑂𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 1.072 − 73,2 = 999,4 𝑔 (ou 93,2 %) assumido de acordo
com a experiência do
Rendimento real [IA = 12 na prática] formulador.
56.100 56.100
𝑦= × 𝑦0 = × 999,4 = 1003,3 𝑔
56.100 − 18 × 𝐼𝐴 56.100 − 18 × 12 (ou 93,5 %)
Água de reação no IA = 12
1.072,6 − 1.003,3 = 69,3 𝑔 [Comparar com 73,2 g (IA = 0)]
Ex. CÁLCULO DE RESINAS ALQUÍDICAS
56
Experiência prática: resina gelifica no IA = 9.
Pentaeritritol 156,9 g
Total 1.033,6 g
✓ Tabela
MP W (g) Eq. g eA eB f mo H2O
MP mo f eA eB
An. Ftálico 2,0 2 4,0 --
Ac. Adípico 3,0 2 6,0 --
Trimetilolpropano C 3 -- 3C
Neopentiliglicol D 2 -- 2D
Total 5+C+D 10,0 3C+2D
𝐶+𝐷 =5 𝐷 =5−𝐶
𝑒𝐵 − 𝑒𝐴 = 3𝐶 + 2𝐷 − 10 𝑒𝐵 − 𝑒𝐴 = 𝐶
✓ Tabela
MP mo f eA eB Eq. g W (g) H20 (g)
An. Ftálico 2 2 4,0 -- 74 296 36,0
Ac. Adípico 3 2 6,0 -- 73 438 108,0
Trimetilolpropano C 3 -- 3C 45 135C
Neopentilglicol 5-C 2 -- 10-2C 52 520-104C
MP Mo f eA eB Eq g Wg H2O
Anidrido Ftálico 2,0 2 4,0 -- 74 296,0 36,0
Ácido Adípico 3,0 2 6,0 -- 73 438,0 108,0
Trimetilolpropano 4,2 3 -- 12,6 45 567,0 --
Neopentilglicol 0,8 2 -- 1,6 52 83,2 --
H2C = C - X
-
Y
A natureza dos substituintes R e sua cadeia ramificada R’ determinam o tipo
e velocidade de polimerização!
Exs.
H2C = C - COOR H2C = C - H
-
-
H
Acrilatos
Estireno
-
CH3
Metacrilatos
Α-metil estireno
Polimerização por Adição ou “em Cadeia”
66
Sítio de reação
H2C = C - X
-
Y
Controlam as formas e
velocidades de polimerização.
-
Metacrilatos
Acrilatos H Volume (H) < Volume (-CH3) CH3
-
Veloc. (H) > Veloc. (-CH3)
Reação Reação
Estireno α-metil estireno
Se simultaneamente X e Y são mais volumosos que (–CH3), a polimerização é muito lenta!
Mecanismos de Polimerização
67
FAZENDA, J. M. R. Polimerização: considerações teóricas. In: FAZENDA, J. M. R. (Org.). Tintas – Ciência e Tecnologia. 4ª ed.,
São Paulo: Blucher, 2009, p. 98 (Cap. 2).
Mecanismos de Polimerização e Iniciadores
69
Radical Livre Catiônica Aniônica Coordenação
Peróxidos Ácidos de Lewis Organo- Complexos de
metálicos Metais de
Transição
Azo-compostos Carbocátions Bases de Lewis
Sistemas Redox Oxônio Metalamidas
Luz
Calor
Radiação
Substituintes indutivos → polimerização aniônica.
Substituintes que Diminuem a densidade eletrônica na dupla → polimerização catiônica.
Formação de Radicais estabilizados por ressonância → polimerização por radicais.
Ex. poliestireno – PS.
- -
R* + H2C=CH R-H2C-C● obtenção da molécula
-
polimérica é da ordem
COOC4H9 COOC4H9 de 10-1 a 10-6 s.
Propagação
H H COOC4H9
- -
-
- -
R-H2C-C● + H2C=CH R-H2C-C-CH2-HC●
-
(...)
COOC4H9 COOC4H9 COOC4H9
2. Nessa etapa, o radical instaura uma ligação σ (C-C) com um dos carbonos da
dupla ligação no monômero, propagando o radical ao outro carbono.
-
Polímero-H2C-CH-CH2-HC●
- + ●CH-CH -CH-CH -Polímero
2 2
-
COOC4H9 COOC4H9
COOC4H9 COOC4H9
-
Polímero-H2C-CH-CH2-HC---CH-CH2-CH-CH2-Polímero
-
-
COOC4H9 COOC4H9
1. O mecanismo de terminação leva à extinção dos radicais, formando os
compostos poliméricos estáveis.
2. Na terminação por combinação, os elétrons desemparelhados dos radicais se
combinam para formar uma ligação σ (C-C).
3. A reação finaliza por não haver propagação radicalar na terminação do
monômero incorporado pela nova ligação.
Etapas na Polimerização em Cadeia
74
Terminação
Desproporcionamento
H H
Polímero-CH2-C● ●C-CH -Polímero
+ 2
-
-
COOC4H9 COOC4H9
H
Polímero-CH2-C-H + Polímero-CH=C-H
-
COOC4H9
-
COOC4H9
1. A terminação por desproporcionamento envolve a abstração de hidrogênio no
carbono α.
2. Um dos radicais instaura uma ligação C-H do hidrogênio sequestrado.
3. O outro radical, que teve o hidrogênio abstraído formando um birradical em α,
sofre combinação radicalar intramolecular, formando a ligação π (C=C).
Etapas na Polimerização em Cadeia
75
Terminação
Transferência de Cadeia
H H
Polímero-CH2-C● + RSH Polímero-CH2-CH + RS●
-
-
COOC4H9 COOC4H9
H
CH2=CH + RS● RS-CH2-C●
-
-
COOC4H9 COOC4H9
RSH: agente de transferência de cadeia (ex. mercaptanas)
✓ A sua ligação O-O, que por ser fraca, é facilmente rompida formando
radicais.
A B r1 r2 T
r1 = r2 = 1 Pares Ideais
A B r1 r2 T
r1 < 1 e r2 < 1 r1 ≠ r2 Nessa condição, os dois monômeros
copolimerizam nas relações da mistura.
Metacrilato de Butila Estireno 0,64 0,63 60 oC
Estireno Acrilato de Butila 0,76 0,15 60 oC
Ácido Acrílico Estireno 0,35 0,22 70 oC
Acetato de Vinila Anidrido Maleico 0,55 0,003 75 oC
r1 < 1 e r2 = 0
Contatos
azevedo.marcos@terra.com.br
11 99208-3019
ronald.dlsantos@gmail.com
11 97301-9757
Nosso Muito Obrigado!
Marcos Azevedo / Ronald Santos