Resenha Crítica de “ Formação: ética, política e subjetividades na Psicologia. Criando outros olhos: manifesto pelo (re)encantamento na formação do psicólogo.”, por Diana Marisa Dias Malito e Katia Faria de Aguiar
Título original
Resenha Crítica de Formação ética, política e subjetividades na Psicologia
Resenha Crítica de “ Formação: ética, política e subjetividades na Psicologia. Criando outros olhos: manifesto pelo (re)encantamento na formação do psicólogo.”, por Diana Marisa Dias Malito e Katia Faria de Aguiar
Resenha Crítica de “ Formação: ética, política e subjetividades na Psicologia. Criando outros olhos: manifesto pelo (re)encantamento na formação do psicólogo.”, por Diana Marisa Dias Malito e Katia Faria de Aguiar
Resenha Crítica de “ Formação: ética, política e subjetividades na Psicologia.
Criando outros olhos: manifesto pelo (re)encantamento na formação do psicólogo.”, por Diana Marisa Dias Malito e Katia Faria de Aguiar
REFLEXÕES DE UMA VISÃO DESENCANTADA NO PROCESSO DE
ELABORAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Muitas universidades públicas fazem um movimento de trabalhar com autores e
pesquisadores da própria comunidade, apresentando a si mesma e fortalecendo esta parte da comunidade acadêmica. Meu orientador e eu procuramos autores internacionalmente conhecidos e também incluímos como um dos nossos principais uma rede de estudos budistas que se faz presente inclusive na universidade: representantes e amigos do Centro de Estudos Budista Bodhisatva. Isso contribui para a produção de um trabalho mais conectada conosco e com o que nos circunda.
No início da escrita da monografia, senti-me viciada em uma forma de escrita
que vem inclusive desde o vestibular. Era difícil escrever de outra forma até em outras ocasiões sem autoridades, instituições ou necessidade de obter um registro profissional. Bem ou mal esta forma aprisionada supriu muitas necessidades que tive ao longo da formação, mas certamente não é a que eu desejo me fixar e aqui está o porquê:
“Que tipo de saber vocês querem desqualificar no momento em
que vocês dizem ‘é uma ciência’? Que sujeito de experiência ou de saber vocês querem menorizar?” (Foucault apud Coimbra , 1998: 31). No texto se fala sobre engessamentos típicos (desqualificação do atendimento entre “quatro paredes, falas transdisciplinares que usam apenas três autores, etc.), mas usando um exemplo (não muito) diferente, também me identifico nesse questionamento. Ressoando a fala de Barros, meu avental invisível – que me distanciava de uma ação profissional orientada para a realidade – me mantinha em conflito em relação ao desenvolvimento nesse espaço mediante a forte oposição a todos os exemplos de prática engessada citados no texto e visíveis no dia-a-dia da vida universitária. Com a produção de uma monografia também não foi diferente – pelo menos no início. Sentia que havia pouco espaço para o que eu verdadeiramente desejava produzir como trabalho final de graduação e que eu precisaria desconsiderar todas as partes importantes do meu processo para concluir este trabalho. Trocando a atitude de competição belicosa por uma postura de humildade mais cooperativa, não somente mais rica se tornou a elaboração do trabalho, como também, no mínimo, mais operante as relações que a compõem. “Propomos uma pergunta ética: como escolhemos o que serve para potencializar nossa formação de psicólogo, sabendo que tal escolha produzirá efeitos no mundo?”. Pensar meu trabalho como orientado pra realidade, pra nossas necessidades objetivas e para as necessidades objetivas das pessoas que podem ser afetadas por esses trabalhos também tem o mesmo sentido. Ou seja, continuo não tendo me afeiçoado à forma convencional de se escrever uma monografia, mas percebo que até isso traz contribuições concretas pelo menos para o meu desenvolvimento como profissional. Então, falando do meu ponto de vista (de uma aluna que passou uma graduação quase inteira com grande interessem em desqualificar silenciosa, mas reiteradamente essa forma da universidade de construir saber e realidade), posso afirmar que meu processo de escrita da monografia se tornou menos conflituoso e mais proveitoso depois de reconhecer a potencialidade do contexto no qual eu e ele estamos inseridos: “Encontramos outros modos de pensar que afirmam o mundo, os objetos e os sujeitos como efeitos de práticas datadas, num permanente movimento de co-produção.“ e “Objetivamos, então, pensar o processo de formação do psicólogo sem buscar culpados, mas convocando aliados e evocando problematizações.”
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