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PROJETO

RESGATANDO NOSSO
POVO
Juliano Pereira de Souza

1º DE FEVEREIRO DE 2022
ALPINÓPOLIS/MG
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Sumário
Objetivo ......................................................................................................................................... 3
Fotos do Loteamento Vale do Sol - 2021 .................................................................................. 4
Fotos do futuro Loteamento Padre Figueiredo - 2021 ............................................................. 4
Disposição e nomenclatura das Ruas do Loteamento Vale do Sol ............................................... 6
Avenida 1 – João Guilherme Rick .................................................................................................. 8
Rua 01 – Professor Paulo Garabini ................................................................................................ 9
Rua 05 – Doutor José Ferreira Lopes (Inicia-se no Loteamento Vale do Sol seguimento com a
Rua 04 do Loteamento Padre Figueiredo) .................................................................................. 10
Rua 06 – Jorge Abdo Salum (Jorginho) (Inicia-se no Loteamento Vale do Sol seguimento com a
Rua 05 do Loteamento Padre Figueiredo) .................................................................................. 12
Rua 07 – Sargento Farid Rachid .................................................................................................. 15
Rua 12 – José Freire Gonçalves (Zé do Nelson) ........................................................................... 17
Rua 13 – Coronel João Cândido de Souza. .................................................................................. 20
Rua 14 – Floriano Marcience dos Reis ........................................................................................ 23
Rua 15 – Professora Mariana Cândida Ferreira Lopes ................................................................ 24
Rua 16 – Major Francisco Pio Brasileiro ...................................................................................... 26
Rua 17 – José Gonçalves de Lima ................................................................................................ 28
Rua 18 – Maria Inocência Vilela .................................................................................................. 29
Rua 19 – Pedro Gomes de Santana ............................................................................................. 31
Rua 20 – Alberto Gonçalves Freire .............................................................................................. 33
Disposição e nomenclatura das Ruas do Loteamento Padre Figueiredo .................................... 36
Rua 02 – Capitão Januário Garcia Leal (O Sete Orelhas) ............................................................. 38
Rua 03 – Eloy de Faria Filho (Loíto) ............................................................................................. 41
Rua 08 – Antônio José de Freitas ................................................................................................ 44
Rua 09 – Bispo Gerardo Ferreira Reis ......................................................................................... 47
Rua 10 – Padre Orlando Oliveira Vilela (Inicia-se na Rua 02 e finaliza na Avenida 01)............... 49
Rua 10 – Leopoldina Cândida de Jesus (Inicia-se na Rua 02, segue cruzamento com a Rua 03, 04
e 5 finalizando na área verde, próximo a Estrada do Pacheco.) ................................................. 50
Rua 11 – Hilda Mendonça da Silva .............................................................................................. 51

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Objetivo

Alpinópolis é uma cidade de um povo hospitaleiro e cheio de histórias desde dos tempos
da pequena Fazenda Ventania, bem no início dos primórdios da colonização dessa área existem
várias histórias que marcam o desenvolvimento cultural e demográfico.

Esse projeto se iniciou em março de 2018, com o projeto: “Ventania Valorizando Nosso
Povo – Conhecendo Nosso Povo”, que culminou na publicação de um livro, que ganhou apoio
popular e das autoridades locais, no caso o poder legislativo e assim nomearam alguns
logradouros com o nome das personalidades que estão descritas no livro, sendo os loteamentos
Alto da Serra e Jardim Europa I e II, que foram beneficiados com os nomes das Ruas.

Existe uma grade falha histórica em relação a algumas personalidades que necessitam
ser corrigidas e tratadas com respeito e serem reconhecidas definitivamente como pessoas que
muito contribuíram para evolução histórica e cultural da cidade.

No ano de 2019, iniciou-se a elaboração do livro: “Caminhando pela História – Um


Passeio pelas Ruas”, vindo a ser publicado no ano de 2021, cujo lançamento ocorreu no dia 15
de dezembro, com a presença de várias autoridades e populares que prestigiaram o evento.

Com o livro ainda se firmou mais a ideia de reconhecer nossos personagens históricos e
que muito contribuiu para a cidade com seus feitos e realizações pessoais e profissionais.

Em Alpinópolis é visível a expansão demográfica que vem ocorrendo nos últimos dez
anos, surgindo vários loteamentos e consequentemente o aumento de vias públicas, assim
surgindo a possibilidade dessas pessoas serem homenageadas e assim sanar essas falhas
históricas.

No final do ano de 2021 a Empresa Antunes e Vilela iniciou as vendas dos lotes do
Loteamento Vale do Sol, nas terras de propriedade de Osvaldo Amâncio dos Reis (Macena),
localizadas no Bairro Jardim Panorama e no ano de 2022, está previsto as obras de estrutura no
Loteamento Padre Figueiredo, pela mesma empresa, nas terras de propriedade de José Jorge
Morais (Neguinho) e Pedro Gonçalves da Silva (Pedro Barbeiro).

O objetivo dessa explanação e conscientização dos legisladores e esses firmarem o


compromisso de sanar essas falhas históricas dessas personalidades e assim reconhecendo
definitivamente essas pessoas.

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Fotos do Loteamento Vale do Sol - 2021

Fotos do futuro Loteamento Padre Figueiredo - 2021

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Disposição e nomenclatura das Ruas do Loteamento Vale do Sol

Conforme a Legislação municipal os logradouros públicos do munícipio de Alpinópolis,


necessitam de aprovação, sendo assim os seguindo a sugestão desse historiador as Ruas
receberiam essa denominação, conforme relação abaixo:

1º. Fica denominado de JOÃO GUILHERME RICK, a antiga Avenida 01 no Loteamento Vale do Sol,
no Munício de Alpinópolis/MG.

2º. Fica denominada de PROFESSOR PAULO GARABINI, a antiga Rua 01 no Loteamento Vale do
Sol, no Munício de Alpinópolis/MG.

3º. Fica denominada de DOUTOR JOSÉ FERREIRA LOPES, “ZEZITO” a antiga Rua 05 no
Loteamento Vale do Sol, no Munício de Alpinópolis/MG.

4º. Fica denominada de JORGE ABDO SALUM, “JORGINHO”, a antiga Rua 06 no Loteamento Vale
do Sol, no Munício de Alpinópolis/MG.

5º. Fica denominada de SARGENTO FARID RACHID, a antiga Rua 07 no Loteamento Vale do Sol,
no Munício de Alpinópolis/MG.

6º. Fica denominada de JOSÉ FREIRE GONÇALVES, “ZÉ DO NELSON”, a antiga Rua 12 no
Loteamento Vale do Sol, no Munício de Alpinópolis/MG.

7º. Fica denominada de CORONEL JOÃO CÂNDIDO DE SOUZA, a antiga Rua 13 no Loteamento
Vale do Sol, no Munício de Alpinópolis/MG.

8º. Fica denominada de FLORIANO MARCIENCE DOS REIS, a antiga Rua 14 no Loteamento Vale
do Sol, no Munício de Alpinópolis/MG.

9º. Fica denominada de PROFESSORA MARIANA CÂNDIDA FERREIRA LOPES, a antiga Rua 15 no
Loteamento Vale do Sol, no Munício de Alpinópolis/MG.

10º. Fica denominada de MAJOR FRANCISCO PIO BRASILEIRO, a antiga Rua 16 no Loteamento
Vale do Sol, Munícipio de Alpinópolis/MG.

11º. Fica denominada de JOSÉ GONÇALVES DE LIMA, a antiga Rua 17 no Loteamento Vale do
Sol, Munícipio de Alpinópolis/MG.

12º. Fica denominada de MARIA INOCÊNCIA VILELA, a antiga Rua 18 no Loteamento Vale do Sol,
Munícipio de Alpinópolis/MG.

13º. Fica denominada de PEDRO GOMES DE SANTANA, a antiga Rua 19 no Loteamento Vale do
Sol, Munícipio de Alpinópolis/MG.

14º. Fica denominada de ALBERTO GONÇALVES FREIRE, a antiga Rua 20 no Loteamento Vale do
Sol, Munícipio de Alpinópolis/MG.

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Avenida 1 – João Guilherme Rick

As origens dessa nobre família na comunidade alpinopolense,


foi com a chegada de Johann Wilhelm Rick, nascido por volta
de 1869, possivelmente na colônia de Löln (Clou), na Alemanha
e desembarcou no Brasil por volta dos anos de 1887 a 1893,
seu nome brasileiro Sr. João Guilherme Rick, conhecidíssimo
pela população alpinopolense, que se instalou primeiramente
na região de Passos/MG, local que se casou aos 30 de janeiro
de 1894, em Passos com Dona Joaquina nascida em 1880, em
Passos e falecida aos 2 de outubro de 1940 em Alpinópolis/MG.
Da união nasceram os filhos: José Guilherme Rick, Clara Rick de
Brito casada com Castorina Euzébio de Brito, Augusta Vilela
Rick casada com Manoel Vilela dos Reis, Maria Rick e Antônio
Rick.

De acordo com pesquisas realizadas por seu bisneto Douglas Geraldo Gonçalves Rick,
encontrou um documento muito importante, que pode indicar o desembarque do navio a vapor
Oldemburg, que atracou no Porto de Santos em 11 de março de 1891 de “Wilhelm Rick”, ou seja
Guilherme Rick, registrado a profissão como confeiteiro. Registrado no Livro de Controle de
Imigração nº 24, nº 109.

Em Alpinópolis/MG, Sr. João Guilherme firmou-se na profissão de comerciante, vindo a


se tornar bastante conhecido pela população alpinopolense e residia na antiga Rua Coronel
Rosendo, hoje Rua Antônio Anacleto de Resende, nas imediações da antiga residência do Sr.
Arlindo, “Canarinho”, nº 131.

Em 1914, João Guilherme Rick, homem visionário e dotado de muita inteligência


ilumina, precariamente, as igrejas do Rosário e Matriz, com uma pequena usina instalada no
Poço das Andorinhas.

Em 1915, Sr. João fez a doação a Cruz Vermelha, conforme Jornal Alemão: “Deutsche
Zeintung für São Paulo” publicado em São Paulo/SP, na edição 124, de janeiro de 1915, cujo
nome aparece na página 05. Época em que ocorria a Primeira Guerra Mundial, conflito em que
a Alemanha foi protagonista e estava envolvida diretamente.

Em 1916 graças ao empenho e dedicação do Sr. João Guilherme Rick e encampada pela
Prefeitura de Nova Resende foi instalada uma usina no Ribeirão Conquista e inaugurada aos 8
de setembro de1916, numa sexta-feira, com missa celebrada pelo Padre Miguel Ângelo de Vito.
Naquele ano a Festa do Reinado e a Festa de São Sebastião de 2017 receberam a rede elétrica.
Sendo as obras da rede elétrica apoiadas pelo Sr. José Paulino Junior, naturald e Nova
Resende/MG, mas que fixou raízes em Alpinópolis/MG.

Em 2 de fevereiro de 1917, a Câmara Municipal de Nova Resende elevou o valor do


investimento na usina devido ao progresso conforme Resolução nº 01, de 2 fevereiro de 1917
(Livro de Atas da Câmara Municipal de Nova Resende).

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Por volta de 1920, Sr. João Guilherme Rick alegrava a Ventania com um cinema mudo
(algumas vezes na casa onde reside os familiares de Eloi Faria Filho (Loíto), algumas vezes
também na casa onde reside os familiares de Romeu Lima Filho, ambas na Praça Osvaldo
Américo dos Reis, respectivamente nº 251 e 136), e ainda construiu, um barracão para teatro
na Rua Antônio Anacleto de Rezende, nº 131, Bairro Centro, frente ao prédio da antiga cadeia
pública.

Em 1927, participou ativamente na construção da Capela em louvor a São Benedito,


conforme registro no Livro de Tombo e relatado por José Iglair Lopes no livro “História de
Alpinópolis/MG”, na pag. 216.

Outro feito atribuído a esse nobre cidadão foi a construção da Prefeitura e do Cinema
Mudo de Alpinópolis/MG.

Observação: O local escolhido é devido no canteiro central da Avenida estar localizado


as Torres de Transmissão da CEMIG, fazendo assim uma memória ao homem que ascendeu a
primeira lâmpada em Alpinópolis.

Rua 01 – Professor Paulo Garabini

Professor Paulo Garabini, Italiano, nasceu aos 19 de março de


1868 em Florença, filho de Alberto Garabini e Henriqueta
Garabini.

Paulo casou-se aos 20 de fevereiro de 1897, em


Alpinópolis/MG, com Maria Esmelinda das Dores, nascida em
Alpinópolis/MG, filha natural de Esmelinda Carolina
Camargos. Paulo foi pai do militar reformado Alberto
Garabini e o agrimensor Eduardo Garabini.

Paulo Garabini lecionou nas cidades de Nova Resende,


Alpinópolis/MG, Cássia e Passos deixando saudades e bom
exemplo a todos que conheceram. Aqui lecionou no antigo
Casarão de Militão Gonçalves de Faria, antigo supermercado
do “Tonhinho Chica”, localizado na Rua Antônio Vilela dos Reis, nº 60.

Fato interessante a ser lembrado é que o antigo nome de Arraial de São Sebastião da
Ventania, ou simplesmente Ventania, foi mudado para Alpinópolis/MG em data anterior à
emancipação do município. Isso por conta dos coronéis do arraial que ficaram deslumbrados
com as belas histórias dos Alpes Europeus contadas pelo professor Paulo Garabini e se
empenharam para que sua terra tivesse um nome que fizesse menção àquele belo espetáculo
da natureza.

Residiu também na cidade de Passos e Pouso Alegre, nessa ocasião seu filhos se
mudaram para Campo Grande/MS, fato que o deixou em uma imensa tristeza conforme carta
enviada a Antônio Gonçalves Salum em setembro de 1957. Após, algum tempo se mudou para
Campo Grande/MS. Já com idade avançada queria rever seus amigos e voltar a Ventania e a

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Passos, porém devido as limitações de seu corpo e saúde um pouco fragilizada não conseguiu
realizar seu último desejo.

Professor Paulo Garabini faleceu em 1960, vítima de um acidente de trânsito em Campo


Grande/MS, aos 92 anos de idade completamente lúcido, sua vontade era ser sepultado ao lado
de sua esposa aqui em Alpinópolis, porém seus familiares sepultaram na cidade de seu
falecimento.

Professor Paulo Garabini é uma das figuras históricas da população alpinopolense, que
ao longo dos anos ficaram esquecidas e necessita de um reparo histórico e cultural, com a
nomeação desse logradouro a imagem desse ilustre cidadão ficará lembrado por toda a
eternidade.

Rua 05 – Doutor José Ferreira Lopes (Inicia-se no Loteamento Vale do Sol


seguimento com a Rua 04 do Loteamento Padre Figueiredo)

José Ferreira Lopes, “Zezito”, filho de Gentil Ferreira Lopes e


Maria Bernardina dos Reis, “Mirinha”, nasceu em 28 de janeiro
de 1927 em Alpinópolis/MG. Foi batizado em 8 de fevereiro de
1927 em Alpinópolis. Ele faleceu de 17 de março de 2003 em
Ribeirão Preto /SP. Foi sepultado em 18 de março de 2003 em
Alpinópolis /MG. Neto paterno de Aureliano Ferreira Lopes
Junior, “Seu Laninho” e Gabriela Gonçalves de Morais. Neto
materno de Manoel Cândido dos Reis e Adolfina Gonçalves de
Morais. Descendente das famílias tradicionais “Gonçalves de
Morais” e “Alves de Figueiredo”, que fazem parte da história da
cidade de Alpinópolis/MG.

José casou-se com Oneida Desdêmona Brasileiro, filha de


Osvaldo Brasileiro e Ordália Chagas em 4 de julho de 1959 em Passos/MG. Após, o casamento
passou a se chamar Oneida Desdêmona Ferreira Lopes. Oneida nasceu em 3 de dezembro de
1930, em Alpinópolis e faleceu de 15 julho de 2016, em Passos/MG.

Da união nasceu Marcos Brasileiro Lopes, nascido em 25 de março de 1960 em


Passos/MG, médico, casado, atualmente trabalha em São Paulo.

“Zezito” como era conhecido é irmão do médico renomado Doutor Hélio Ferreira Lopes,
importante figura da história do município alpinopolense, que muito colaborou e incentivou o
desenvolvimento da área de saúde no nosso município.

José Ferreira Lopes, juntamente com o Dr. Jair Bernardes da Silva, foi responsável pela
elaboração da primeira planta cadastral de Alpinópolis (1955/1956). Fato de importância para a
estrutura do município, para evitar o crescimento desorganizado e futuros problemas de
saneamento básico.

Atuou nos cálculos no monumento “Gruta de Belém” do “Monte das Oliveiras”, em Alpinópolis,
cedendo relíquias da Terra Santa para utilização de um futuro relicário.

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No período de 1953 a 2001, sempre participou dos grandes empreendimentos dos
Governos de Estadual e Municipal de São Paulo, destacando-se, os seguintes projetos e obras
do Governo Paulista:

 Linha Norte – Sul do Metrô de São Paulo, com 17 KM e 20 estações, em túneis


construídos pelo método “Cut and Rover” e 78 m² de seção transversal construídos pelo
método “tatuzão”. Essa foi a primeira linha construída no Brasil. Participou ainda Linha
Leste-Oeste, no trecho da Barra Funda – Praça da República, linha 5 do Metrô, dentre
muitas outras obras, finalmente a travessia sobre o Rio Pinheiro em ponte extasiada.
Essa ponte também foi uma estação de Metrô, tem vão livre de 200 metros e foi a
primeira do gênero Construída no Brasil.
 Conclusão da pista ascendente da Rodovia dos Imigrantes e estudos e projetos da pista
descendente da mesma pista.
 Estudos e projetos Ramal de Mongaguá, que liga o planalto ao litoral sul.
 Rodovia dos Bandeirantes ligando São Paulo a Campinas, com extensão de 91 Km, com
das pistas, cada uma com três faixas de tráfego, 112 pontes e viadutos e 2 túneis
construídos sob a FEPASA, sem interrupção do tráfego de trens.
 Prolongamento da Rodovia Bandeirantes entre Campinas e Limeira, com extensão de 71
km.
 Duplicação da Estrada Piaçaguara – Guarujá, envolvendo obras de túneis e mangue.
 Estrada de Ferro Sorocabana, com extensão de 24 KM.
 Duplicação da pista existente da Rodovia Fernão Dias, no trecho do Estado de São Paulo.
 Rodoanel na Periferia da cidade de São Paulo, trecho Oeste, com 4 faixas de tráfego,
além de projetos alternativos de solução para o trecho norte.
 Construção do rebaixamento e alargamento da calha do Rio Tietê, trecho entre 24 km
entre o Cebolão e a Barragem Edgard de Souza.
 Diversas rodovias de pequeno porte e redes de água e esgoto no interior do Estado de
São Paulo.

Para a prefeitura de São Paulo do município de São Paulo, merecem destaque a


participação nos seguintes empreendimentos:

 Programas de interesse social, compreendendo a construção de 14.974 unidades


habitacionais, complementadas com 51 km de redes de água, 31 km de rede de esgotos
e 31.374m² de pavimentação.
 Boulevart da Av. Juscelino Kubitschek, compreendendo o túnel sob o Rio Pinheiros,
Construído pelo método “NATM”.
 Plano de pavimentação de 500 Km de ruas.

José Ferreira Lopes Lopes participou de diversos projetos de saneamento básico, não
apenas em São Paulo, mas em outras localidades do Brasil, destacando a construção de obras
de Rede de Esgoto, água e tratamento.

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 Na área portuária, participou da construção do Porto de Tubarão para a Cia. Siderúrgica
de Tubarão, no estado do Espírito Santo, e ampliação 340 metros de Cais da Cia
Siderúrgica Paulista – COPISA, participando do plano de expansão da empresa.
 Na área da iniciativa privada, participou da implantação da Fábrica da Mercedes Bens
do Brasil e Indústrias de Metal Leve, ambas em São Paulo.
 Na área de barragens, executou a Barragem de Terra de NHAGAPHI, junto a Barragem
do FUNIL, em Itatiaia, no Rio de Janeiro.
 No departamento Nacional de Estradas de Ferro, foi responsável pela construção de 97
Km de estrada de ferro, no tronco sul, trecho Itapeva-Ponta Grossa, incluindo a
sinalização.

Doutor José Ferreira Lopes, foi uma das pessoas mais competentes e eficientes na área
da construção civil, suas obras são claras e estão presentes até os dias de hoje nos grandes
centros urbanos do nosso Brasil.

Nada mais justo que sua terra Natal o prestigie com um simples gesto de
reconhecimento, aos serviços prestados a cidade de Alpinópolis, valorizando seu filho ilustre
que muito realizou no âmbito nacional.

Rua 06 – Jorge Abdo Salum (Jorginho) (Inicia-se no Loteamento Vale do Sol


seguimento com a Rua 05 do Loteamento Padre Figueiredo)

A história de Jorge Abdo Salum é uma fatalidade acontecida em


Alpinópolis, pelo final de 1949 e início de 1950, que acabou se
convertendo em um dos causos mais contados e conhecidos da
cultura popular local. É uma comovente narrativa de amor – com
um desfecho nefasto – que conta a triste e curta história de um
casal apaixonado.

Jorge Abdo Salum, conhecido por Jorginho, de família síria,


nascido em 31 de julho de 1913, filho de Nazareth Salum (Názia),
homem bom e trabalhador, era um boiadeiro habilidoso.
Entendia de gado e sempre percorria a região atrás de um bom
negócio. Praticava a religião dos chamados protestantes, sendo
membro da Igreja Presbiteriana Independente de Alpinópolis, há
pouco fundada na cidade por seus familiares. Sua mãe, depois da morte do marido, guardando
luto, era vista permanentemente pelas ruas trajando vestes pretas.

Certo dia, em busca de negócios favoráveis, Jorginho cavalgava pelas terras das fazendas
Barra Doce, Boa Vista e Sapé, quando apeou em uma propriedade, cujo morador era um turco
de costumes rígidos e tradicionais. Seu nome era Agush Esper Kallas, vulgo Akesh Velho, casado
com a senhora Barrih Esper Kallas, conhecida como Barrinha. O casal tinha cinco filhos, dentre
os quais uma bonita moça chamada Maria.

Naquela oportunidade os dois homens, que trocavam algumas informações sobre o


comércio de gado realizado na região, entraram para tomar um bom café, ao pé do fogão de

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lenha. Sentado na cozinha, Jorginho viu Maria pela primeira vez, no momento em que ela
transitava entre os cômodos da casa. De imediato se encantou com a jovem. Apesar do passo
apertado, caminhando rapidamente, pois não era costume moça direita ficar se exibindo para
rapazes, ela teve tempo de reparar no boiadeiro e, também, se agradou dele. Terminada a prosa,
Jorginho foi embora, mas durante todo o caminho de volta a figura daquela beldade não lhe saiu
do pensamento.

Os dias se passaram e o rapaz não conseguia fazer outra coisa a não ser pensar em
Maria. Não bastava vê-la novamente, queria estar com ela o tempo todo, queria ser seu marido.
Depois de muito matutar, criou coragem e retornou àquela fazenda para pedir a mão da moça
em casamento. Dona Barrinha, a mãe, persuadiu o marido e, prontamente, o casal se opôs à
realização de tal enlace, já que o pretendente pertencia a outra religião. Assim, Jorginho teve
seu pedido negado e foi expulso daquele lar pelos pais e irmãos de sua amada. Maria caiu em
profunda tristeza, pois também estava fascinada pelo negociante de gado e desejava,
ardentemente, com ele se casar.

Jorginho, no entanto, não se deu por vencido e continuou insistindo com a família,
porém sem obter sucesso. Diante das reiteradas recusas, o rapaz decidiu propor uma fuga a
Maria. Ela aceitou e, dessa forma, numa noite de lua cheia, lá foi o boiadeiro buscar sua
pretendida. Os dois fugiram e, somente pela manhã, a família da jovem percebeu sua ausência.
Acharam apenas um bilhete, deixado por ela, dizendo que havia ido embora com o amor de sua
vida.

O local escolhido para começarem uma nova vida foi o município de Guaxupé, perto da
divisa com o Estado de São Paulo. Já nos primeiros dias marcaram a cerimônia e se casaram. Lá
viveram por certo tempo. Maria, com saudades da mãe, mandou-lhe uma carta contando as
novidades e pedindo notícias dos familiares. Ela respondeu e, assim, foram mantendo
correspondência. Mulher astuta que era, Barrinha logo tratou de ludibriar a filha dizendo que
tudo estava bem e que ela poderia retornar à cidade, onde seria recebida de braços abertos.
Também afirmava que o casal estava perdoado e que poderiam viver suas vidas tranquilamente.

Maria e Jorginho, comovidos, voltaram então para Alpinópolis. Logo o rapaz construiu
uma casa provisória, nas imediações do Córrego da Biquinha – hoje Avenida Francisco Rodrigues
da Silva – próximo ao sobrado do senhor Aniceto Brasileiro, residência que ficou conhecida na
cidade como ‘Sobradinho’.

Mal sabiam os recém-casados que Barrinha e seus outros filhos engendravam um


terrível plano para colocar fim à vida de Jorginho. Segundo contam, o Akesh Velho não
concordava com a trama para matar o genro, mas sua esposa insistia na ideia da honra ultrajada,
sustentando que a família havia sido amaldiçoada por aquela ousada atitude dos novos
consortes. Em ato provocativo, Barrinha chegou a colocar um dos seios para fora do vestido e
desafiar o filho mais velho, chamado Joudeth, dizendo: “Pelo leite que aqui mamou, você vai
matá-lo. Se não o fizer, te tiro a vida, essa que eu mesma te dei”.

Então traçaram o seguinte ardil. O casal seria convidado para almoçar, em um dia de
domingo, quando seria feita uma encenação para levá-los a crer que tudo estaria em perfeita
harmonia. Ato seguido, pediriam a Jorginho que fosse até uma fazenda vizinha para avaliar

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algumas cabeças de gado, já que era boiadeiro entendido. Joudeth seguiria pelo mesmo
caminho e armaria uma emboscada, perto de uma antiga estrada.

A data escolhida foi o dia 5 de março de 1950. O casal, acomodado em uma montaria,
cavalgou rumo à Fazenda Barra Doce. Após o almoço, almejando conquistar a simpatia e
confiança dos familiares de Maria, Jorginho atendeu ao pedido de ajuda para avaliação do gado
e, por volta das 15h30, beijou a esposa e seguiu para o local indicado. Apressado, o primogênito
tratou de chegar logo ao ponto escolhido para a cilada, passando pelo Córrego das Pedras, na
localidade rural conhecida como Monjolinho, naquele local encontrou-se com Alfredo Alves de
Moura, “Alfredo Leandro”, o qual dava água para seu cavalo, após trocarem um dedo de prosa
Jorginho seguiu adiante.

Era por volta de 17h quando Jorginho passou pelo lugar onde estava preparada a tocaia.
Joudeth, então, saiu de seu esconderijo e disparou com sua arma de fogo, porém errou o alvo e
acabou atingindo o cavalo do cunhado. Mesmo ferido, o animal não sucumbiu e prosseguiu em
disparada pela estrada, sendo perseguido por Joudeth, que continuou atirando com o fim de
acertar Jorginho. Toda a ação era assistida por um morador das redondezas, chamado Clóvis
José Gonçalves, “Clóvis Candinho”, que da porta de sua residência conseguia ver tudo
perfeitamente.

A montaria, devido aos ferimentos, naturalmente diminuiu a passada. Dessa forma,


Joudeth pôde se aproximar e alvejar Jorginho que, com o impacto do tiro, foi ao chão. Ao lado
do cavalo, que também agonizava, o boiadeiro foi alvo de mais duas balas disparadas por seu
cunhado e algoz. Ali aconteceu a morte do Jorginho.

Clóvis Candinho, que testemunhou a triste cena, ao ver o assassino batendo em retirada,
montou em seu cavalo e foi ver de perto o que, de fato, havia sucedido. No local encontrou
apenas um corpo sem vida e viu que se tratava de Jorginho. A notícia se espalhou e, dentro de
pouco tempo, outros vizinhos chegaram.

Maria, na casa dos pais, logo ficou sabendo do trágico destino do esposo. Joudeth, por
sua vez, já havia retornado e estava desesperado, visivelmente arrependido, mas já era tarde
demais. Rapidamente apanhou algumas roupas e, com o apoio da família, fugiu, tomando rumo
incerto.

O cadáver de Jorginho foi levado para a cidade na carroceria de um caminhão. No


momento da chegada, uma multidão esperava pelo corpo do pobre boiadeiro. A buzina tocava
e as pessoas, muitas chorando, entoavam canções religiosas. O velório aconteceu na residência
de sua mãe, situada na Rua Capitão Izac, e foi marcado pelo clima de extrema consternação. O
sepultamento ocorreu no dia seguinte. Maria, agora viúva, usando um vestido branco, chorava
copiosamente e não se conformava com a trágica sina do marido. Apesar de jovem, ela não se
casou novamente e faleceu, cerca de 50 anos mais tarde, na cidade de Passos.

As autoridades, no encalço do homicida, depois de muito procurar, o encontraram.


Conta-se que Joudeth estava escondido dentro de um cano de moinho, feito de lata, local de
difícil acesso, e foi necessário jogar uma corda para que pudesse subir, sendo então preso e
encarcerado.

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O julgamento ocorreu na cidade de Passos, sendo seu advogado Dr. Maurílio Ernesto
Corrêa e auxiliado por um professor vindo de Belo Horizonte, que ganhou uma fortuna de Cr$
50.000 – cinquenta mil, o qual só sabia tremer, pois já era um senhor mais velho, enquanto Dr.
Maurílio recebeu apenas Cr$ 20.000 – vinte mil, o qual teve uma atuação brilhante contra quatro
advogados de acusação, sendo dois deles os Drs. João de Paula e Silva e Nicolau Introcaso. No
ditado caboclo “Quem segurou o boi pelos chifres” foi o Dr. Maurílio. Com sua brilhante atuação
conseguiu a pena mínima de 6 anos para seu constituinte. Fez a árdua defesa com lisura sem
denegrir a família Salum e a memória da vítima, pois era amigo íntimo do Sr. Nadra Esper Kallas,
sendo que este era primo e protetor do réu.

Esta história faz parte da memória cultural alpinopolense, sendo lembrada,


principalmente pelos mais velhos, até os dias de hoje. A tragédia motivou os versos do poeta
Fiico Alvim, o Bola, que escreveu uma primorosa obra denominada A Morte do Jorginho. Serviu
também de inspiração para cantores sertanejos, com destaque para a dupla Moreno e
Moreninho, que gravou uma música com esse mesmo nome em 1983.

Rua 07 – Sargento Farid Rachid

Farid Rachid nasceu aos 6 de abril de 1919, em Passos/MG,


filho de Rachid Rachid e Dolores Augusta das Dores. Seus
antepassados são de origem Sírio Libanesa, ou como muitos
familiares relatam que era da Turquia. Seu pai devido as
guerras travadas na Europa se refugiou em território
brasileiro, com muitos outros e se instalaram na região de
Passos, Bom Jesus da Penha, Nova Resende e muitas outras
cidades.

Após, a situação estar mais calma na Europa, seu pai Rachid


Rachid retornou para seu país de origem deixando uma prole
aqui, dentre eles Farid Rachid, que era o filho mais velho e
desde muito cedo teve que se adaptar e a sustentar seus
irmãos mais novos sendo eles: Adra, Nacibe, Luzia (Uca),
Dumor, Goze, Tanus e Manir. Foi na cidade de Jacuí que passou sua infância e adolescência e
onde residiu por muitos anos.

Em 1938, foi convocado para fazer parte do Exército Brasileiro, época da eclosão da 2ª
Guerra Mundial, vindo a servir na cidade de Lavras, após esse tempo foi dispensado dos seus
serviços militares e retornou a sua cidade.

Nessa ocasião casou-se com Aparecida Olívia Rachid nascida em 1923, em Jacuí, filha de
Miguel José Pereira e Tomázia Olívia. Aparecida faleceu após um infarto aos 17 de setembro de
1981, em Alpinópolis, onde foi sepultada.

Dessa união nasceram os seguintes filhos: Ademir, Farid, Vera, Wilson, Donizeti, Altair,
Maria Lúcia (Nenê), Sara, Miguel e Miltinho.

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Ingressou na Polícia Militar de Minas Gerais como soldado, fazendo o curso cidade de
Lavras, pois nessa ocasião ainda não existia o 12º BPM da cidade de Passos. Após alguns anos
fez o aprimoramento para o curso de Cabo, e durante a revolução de 1964 foi promovido por
merecimento como 3º Sargento.

Sargento Farid Rachid residiu em várias cidades exercendo sua profissão, sendo
destacado em Jacuí, Monte Belo, Carmo do Rio Claro, Guaranésia, Areado Passos, Itamogi,
Botelhos.

A vida como militar não foi fácil ainda mais que naquela época os recursos logísticos e
humanos eram escassos e muitas vezes a política local se fazia mais forte do que qualquer outra
autoridade policial, naquela época as rixas políticas eram acirradas e devido a isso Farid sofreu
retaliações por parte de alguns partidos das cidades onde trabalhou, pois, sua postura era muito
enérgica e sempre cumpria a lei, fato que desagradava alguns políticos.

A falta de recursos do Estado fazia com que Farid Rachid exercesse várias funções, tanto
como o policiamento preventivo e repressivo, bem as funções de polícia judiciária, montando
processos e remetendo ao Poder Judiciário, atualmente essa função e exercida pela Polícia Civil.
Sua habilidade com a máquina datilográfica era invejável, fato que lhe rendeu muitos
aprendizes.

Aqui em Alpinópolis Farid Rachid encontrou forte apoio do prefeito Osvaldo Américo
dos Reis, que apoiou incondicionalmente vindo então a fixar residência definitiva em Alpinópolis
passando por várias residências, na Avenida Governador Valadares (Prédio da Vera Bingo), na
Rua Professor Telles (próximo a ponte), na Rua Antônio de Oliveira Lemos (Condomínio do
Miguel), na Praça Osvaldo Américo dos Reis (Casa do promotor Dr. Zelito) e por fim na Rua Belo
Horizonte e esquina com a Antônio Anacleto Rezende residência que passou seus últimos dias
de vida.

Durante sua vida profissional participou de vários eventos importantes de Alpinópolis,


como a instalação da Hidrelétrica de Furnas, onde participou da fixação da pedra fundamental
ao lado de várias autoridades políticas, como o Presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira.
Outra autoridade personalidade política que muito se aproximou de Farid foi Tancredo Neves,
que chegou a visita-lo aqui em Alpinópolis.

Sargento Farid Rachid aposentou-se e assim dedicou a política ao lado de seu compadre
Osvaldo Américo dos Reis vindo a exercer vereança (31/11/1977 até 01/02/1983), sendo o
vereador mais votado obtendo quantidade razoável de votos, que na época foi uma grande
vitória.

Sargento Farid foi um homem muito enérgico e de pulso forte, vários são os casos onde
o militar deu fim aos conflitos que afligiam a comunidade, muitas vezes com poucas palavras a
ordem era estabelecida sem nenhuma objeção.

Devido aos seus serviços prestados a comunidade alpinopolense foi homenageado pela
Câmara de Vereadores no mandado (01/01/1989 até 01/01/1983) onde lhe conferiu o Título de
cidadão Alpinopolense, sendo entregue pelo vereador José Lucas da Silva.

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Farid Rachid faleceu aos 11 de outubro de 2007, em Passos, sendo seu sepultamento
realizado em Alpinópolis.

Rua 12 – José Freire Gonçalves (Zé do Nelson)

José Freire Gonçalves, “Zé do Nelson”, é descendente direto do


Alferes José Justiniano dos Reis e Ana Teodora de Figueiredo,
“Dona Indá”, filho primogênito de Nelson Vilela Freire e Maria
Imaculada de Morais / ou Maria Imaculada Gonçalves da Silva,
“Tota”, nasceu em 23 de setembro e foi batizado em 17 de
outubro de 1930, em Alpinópolis/MG. Aos 2 anos de idade
passou a ser criado pelos avós paternos Eloy Gonçalves Freire e
Ambrozina Vilela da Silveira, “Buzica”, segundo os princípios
cristãos. Aos 18 de novembro de 1940 veio a ficar órfão de pai;
sua mãe já com mais idade faleceu 15h, em 20 de novembro
1985 ambos faleceram em Alpinópolis/MG.

José casou-se com Maria Madalena de Morais, filha de


Sebastião Pimenta de Morais e Maria Conceição de Morais em
5 de fevereiro 1957 (Civilmente) e às 18h do dia 6 de fevereiro de 1957 (Religiosamente), em
Alpinópolis/MG. Maria nasceu em 29 de dezembro de 1935 e foi batizada em 29 de janeiro 1936
em Alpinópolis, Minas Gerais, Brasil.

Da união nasceram os filhos: Imaculada Conceição de Morais Freire casada com Thales Tadeu
Soares Reis, Moízes do Espírito Santo Freire casado com Sara Silva Freire, Maria Damares Freire
casada com Luciano Augusto de Faria Reis, Francisco de Assis Morais Freire casado com
Dulceana Maria Azevedo e Virgílio Morais Freire casado com Leila Moreira Brasileiro Brito.

José Freire Gonçalves faleceu às 14h30 em 14 de setembro de 2013, em Passos e foi


sepultado em 15 de setembro 2013, em Alpinópolis/MG. Sua morte foi muito sentida pela
população alpinopolense, o seu jeito pacificador foi sem dúvida a maior herança por ele aqui na
Terra.

José ainda muito jovem começou a exercer o ofício de sapateiro, ocasião que descobriu
o grandioso valor da caridade, bandeira que empunhou com galhardia até os últimos dias de sua
vida.

Ingressou na Conferência São Vicente de Paulo, do qual foi presidente por mais de 12
anos, trabalhando de forma voluntária pelos menos favorecidos. Hoje o Lar São Vicente é um
exemplo de instituição filantrópica, seus idosos são muito bem tratados e cuidados pelos
funcionários.

Adquiriu formação técnica de laboratorista e trabalhou nesta função por muitos anos,
onde procurava realizar exames sem custos para os menos favorecidos.

José Freire Gonçalves o lado dos médicos Dr. Lázaro Vilela de Faria e Dr. Hélio Ferreira
Lopes criaram no ano de 1969 a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Alpinópolis, que a

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princípio foi instalada no prédio da LBA, hoje atual prédio da Associação dos Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE), cujo objetivo era servir a população deste município, que contou com o
apoio do prefeito Eloy de Faria Filho, junto ao Governador Israel Pinheiro.

Devemos destacar a atuação do Sr. José Freire, que muito se empenhou para a criação
desta unidade de saúde, sem medir esforços viajou várias vezes para Belo Horizonte, Brasília e
outras localidades, a fim de adquirir a parte documental para o funcionamento da futura Santa
Casa de Misericórdia.

A princípio a organização da recém-irmandade ficou da seguinte forma: Provedor e


laboratorista: José Freire Gonçalves, Cirurgião: Dr. Lázaro Vilela de Faria, Anestesista: Dr. Hélio
Ferreira Lopes, Laboratório: Dr. Javert Brasileiro.

No ano de 1974 o Projeto de autoria do Deputado Lourival Brasil, a Lei 6.442/74, de


08/10/1974, publicado no Diário Oficial do Estado de “Minas Gerais” de 09/10/1974, pág. 05, da
parte do diário executivo, “declara de utilidade pública a Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de Alpinópolis”.

Porém, notando a necessidade de construção de novas instalações, Padre Ubirajara


Cabral idealizou o projeto e, com o apoio da comunidade e da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de Alpinópolis, no dia 30 de julho de 1979, iniciaram-se as obras que foram
concluídas quatro anos e meio depois quando a construção foi, de fato, dada por terminada. O
espaço físico estava pronto e ali havia sido investido o montante de CR$ 39.674.895,00. O prédio
foi então equipado, os profissionais arregimentados e as funções ativadas. Os primeiros médicos
que serviram no hospital foram Dr. Hélio Ferre, Dr. Pedro. Dr. Eloy, Dr. Paulo, Dr. Marcondes,
Dr. Luiz, Dr. Vicente e Dra. Graça.

A solenidade de inauguração teve início com o Hino Nacional e, após a entrega das
chaves do prédio pelo Padre Ubirajara ao representante da irmandade, Dr. Eloy de Faria Neto,
Dr. Hélio brindou os presentes com sua apurada eloquência por meio de um
inesquecível discurso.

Hoje a estrutura física e profissional foi reestruturada, foram construídas novas alas de
internação com espaços modernos e preparados para atender com qualidade a população,
também são realizados exames de mamografia, ultrassom, laboratoriais e outros além de serem
realizadas cirurgias.

Graças ao empenho, dedicação e a visão do Sr. José Gonçalves Freire a população alpinopolense
hoje pode contar com essa unidade de saúde, que é referência para nossa região.

Ao deixar a vida profissional, passou a dedicar o seu tempo ainda mais a exercer a
caridade, dentre elas era reunir anualmente centenas de cestas básicas que eram repassadas à
às famílias carentes da comunidade. Seu filho Virgílio me repassou um fato, que merece ser
narrado e apreciado por seu exemplo, eis o relato:

“Meu pai era um homem muito bom e sua preocupação voltava-se ao próximo, para
aqueles que tinham fome e sede de justiça. Trazia consigo o lema de que a fé sem caridade é

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morta. Certa vezem um de seus aniversários ganhou duas blusas de inverno de presente de e no
dia seguinte doou para o Asilo, e disse: - Aqui não faz frio para duas blusas”.

Zé do Nelson era uma pessoa muita caridosa e alegre, gostava de festas, reuniões
familiares e sempre valorizou o lazer como fonte de vida e união entre as pessoas.

Não poderíamos deixar de citar um feito que modificou completamente a vida


população alpinopolense no início do ano de 1950 quando foi criado “A Voz da Mocidade” e
reflete até os dias de hoje em nossa população. José Freire Gonçalves idealizou um serviço de
ato falante com uma programação diária no Coreto do Jardim (Ver Apêndice), das 20 às 22 horas,
estendendo o serviço para aniversários, bailes e outros eventos festivos da cidade. A
documentação necessária teve despacho favorável da Prefeitura e apoio financeiro do Sr.
Antônio de Oliveira Reis, “Toninho Chica” e João Batista de Carvalho, “João do Zacarias” para a
compra dos aparelhos. Entretanto, Antônio Gonçalves de Paula, “Antônio do Zé de Paula”,
ofereceu equipamento completo pronto para entrar no ar, interessado na exploração do
serviço. E, sem nenhuma pretensão de lucro, o idealizador transferiu a documentação, cedendo
a exploração da “Voz da Mocidade” para o Sr. Antônio Gonçalves de Paula.

José Iglair Lopes ainda relata que aos domingos, quando havia jogos, “A Voz da
Mocidade” entrava no ara durante o dia para animar a torcida, alegar a cidade e trazer moças
para o jardim. O clube visitante era recebido com uma bateria de fogos dispostos em volta do
jardim, especialidade do Zé do Nelson e do Sr. Romis Nicolau.

Vários foram os locutores que passaram pelo ilustre Coreto animando as noites na praça
da Matriz, surgindo um novo ritual que uniu muitos casais formando várias famílias que estão
presentes até os dias de hoje em nosso sociedade como é o caso da Sra. Irene Gonçalves
Brasileiro Freire e seu esposo João Freire Pimenta. Dona Irene Brasileiro tem ótimas lembranças
do coreto e do programa “A Voz da Mocidade”, como o relato a seguir:

“Passei minha infância ali e brincava no Coreto da Praça, lembro-me quando as bandas tocavam
e as famílias se reuniam a sua volta. As crianças brincavam crendo de um lado para o outro e
voltavam todas sujas de terra, pois não havia calçamento naquela época. Tenho ótimas
lembranças na minha juventude e inclusive com meu namoro com o João. Comecei o namoro
após um discurso de formatura que ele fez no antigo Ginásio Pio XII, hoje Lar Escola Santo
Antônio, no outro dia fomos para o Jardim da Paz, onde os casais namoravam localizado no
centro da Praça durante o programa A Voz da mocidade” sentamos em um banco e ali tudo
começou. Quando reformaram a Praça há alguns anos atrás fizemos a doação de um banco e
me perguntaram onde era pra colocar, disse que poderia ser em qualquer lugar, passado alguns
dias o banco foi posto e o lugar coincidentemente foi o mesmo que eu sentei a primeira vez com
o João”.

O Coreto e o que ele representa à população é tão importante que foi tombado como
Patrimônio Cultural e Material do município, bem como a imagem de São Sebastião que já foi
restaurada no ano de 2016.

As atividades do programa “A Voz da Mocidade” foram desativadas em 1982,


encerrando um capítulo da história da cidade e de seus moradores. Devido a importância

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cultural o programa “A Voz da Mocidade” ganhou força novamente e com o apoio do
Departamento de Educação e Cultura e as atividades retornaram em 3 de novembro de 2019.

Não poderíamos deixar de lembrar-se desse célebre cidadão alpinopolense que muito
fez pela nossa cidade e nosso povo. As suas atitudes foram atos de amor e devoção ao próximo.
Nada mais justo que nossos representantes lembrem-se deles em um de nossos logradouros
públicos.

Rua 13 – Coronel João Cândido de Souza.

Coronel João Cândido de Souza nasceu em 1868, em


Alpinópolis/MG, filho de Cândido de Souza Passos (1º casamento)
e Maria Custódia dos Reis. Neto paterno de Joaquim de Souza
Passos e Bárbara Maria de Jesus, Bisneto de Antônio Albernaz de
Souza Passos Margarida Inácia de Jesus (Pais de Joaquim). Bisneto
de José Rodrigues dos Santos e Maria Joaquina Gomes (Pais de
Bárbara). Trineto de Manoel de Souza Passos e Apolônia Ângela
Albernaz (Pais de Antônio). Trineto de João Inácio Xavier e
Margarida de Carvalho da Encarnação. Trineto de Antônio
Rodrigues dos Santos e Rosa de Jesus (Pais de José Rod.) Trineto
de Antônio Alves Ferreira e Clara Maria de Jesus (Pais de Mª
Joaquina). Tetraneto de Manoel Gaspar e Isabel Passos (Pais de
Manoel). Tetraneto de Francisco de Oliveira Braga e Escolástica d
e Albernaz (Pais de Apolônia). Pentaneto de Antônio de Oliveira e
Ângela Francisca (Pais de Francisco).

Casou-se em 1ª núpcias aos 28 de maio de 1898, em Alpinópolis/MG, com Maria Alves


de Melo, ela com apenas 14 anos de idade, nascida em 1884 e batizada em Alpinópolis/MG, filha
de Antônio Luiz Bráz e Maria Alves de Melo. Dessa união nasceu apenas um filho, que não lhe
foi conferido um nome, pois faleceu durante o parto aos 11 de março de 1899 em
Alpinópolis/MG. Um ano depois aos 16 de março de 1900, a jovem Maria Alves viria a falecer
devido a complicações devido a uma hemorragia grave, ficando João Cândido de Souza a ficar
viúvo.

Logo, João Cândido aos 7 de setembro de 1901, em Bom Jesus da Penha/MG contraiu
2ª núpcias com Dona Olímpia Maria de Araújo (Sá Olímpia) nascida em Bom Jesus da Penha/MG,
filha de Francisco Antônio de Araújo e Maria Alves Freire. Bisneta de Manoel João de Araújo e
Maria de Jesus de Araújo (Francº Antº) e Bisneta de José Joaquim Freire e Maria Custódia Freire
(Pais de Mª Alves).

Dessa união nasceram os seguintes filhos: Maria Custódia dos Reis, após o casamento
Maria Reis de Carvalho (Maria do Joca) casada com João Gonçalves de Carvalho (Joca), Augusta
de Souza Lemos casada com Cassiano Lemos Maia (Cassianinho) e José Cândido Sobrinho
(Faleceu criança).

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Em 1941, quando ocorreu treinamento o Tiro de Guerra em Alpinópolis/MG juntamente
com o Sargento Luiz Lopes de Souzaque veio da cidade de Passos/MG foi o presidente do Tiro
de Guerra e também instrutor de ordem unida cujo os treinamentos as vezes ocorriam de frente
a sua casa na Rua de Baixo, hoje Avenida Governador Valadares.

Coronel João Cândido de Souza, participou ativamente da política local e estava


presente em 1945, quando iniciou a construção da Nova Igreja Matriz foi eleito o presidente da
comissão que daria andamento ao novo templo da Praça Osvaldo Américo dos Reis, porém o
nobre cidadão não chegou a ver a obra conclusão vindo a falecer antes do término, sendo a
presidência repassada ao Doutor José de carvalho Faria (Doutor Zezé).

A Sra. Terezinha de Carvalho de Oliveira (Terezinha do Prancha), lúcida e muito prosa


gosta de lembrar os casos do passado com ricos detalhes. Segundo Dona Terezinha em
depoimento afirmou que sua avó Olímpia Maria de Araújo contava que quem mandou erguer o
Coreto era seu esposo o Coronel João Cândido de Souza, avô da entrevistada. Especula-se que
ele mobilizou um grupo de moradores locais e teriam reunido verbas para a construção do
Coreto, porém não existe nenhuma comprovação da data e dos construtores desse manumento.

Dona Terezinha também relembra, que seu avô era muito preocupado com as datas
cívicas, demonstrando enorme patriotismo pela pátria e pelo povo brasileiro, sempre no dia 13
de maio promovia passeata em comemoração a Abolição da Escravatura, bem como em outras
datas como 7 de setembro, 15 de novembro.

Residiu por muitos anos em residência localizada na Avenida Governador Valadares, nº


526, Bairro Centro, posteriormente com o falecimento de Dona Olímpia foi vendida ao Sr. Lázaro
Carvalho de Faria (Zaro) e Maria Conceição Aparecida, (Maria do Zaro), essa neta do casal, filha
de Dona Augusta, porém era uma neta muito estimada e foi criada pelos avós João Cândido e
Dona Olímpia, com a aquisição Lázaro modificou um pouco a fachada e retirou o alpendre
original, por último a residência chegou às mãos de Betânia e Raul.

Capitalista e grande proprietário de terras na Fazenda Corrégo Danta, onde existe


residência da antiga sede, que ficou para Dona Maria Reis de Carvalho (Maria do Joca) e seu
marido João Gonçalves, onde residiram por muitos anos, bem como a Fazenda Pacheco, onde á
atual Fazenda Samariana, herança que foi repassada a sua filha Augusta de Souza Lemos e seu
marido Cassiano Lemos Maia (Cassianinho).

Dona Olímpa (Sá Olímpia) era uma pessoa muito boa e calma, com seu seblante
transmitia uma serenidade a todos os que rodeavam. Durante sua vida foi acometida por um
câncer da região da face e realizou por muitos anos tratamento no Estado de São Paulo, as
viagens eram demoradas e cansativas devido as condições precárias das estradas e lá ficavam
hospedados em um hotel do Sr. Cláudio Augusto Ramos e Maria Querina da Conceição (Dona
Bila), os quais eram antigos mortadores de Alpinópolis/MG e haviam se mudado para o Estado
de São Paulo. Após, longo tratamento o resultado foi positivo e Dona Olímpia ficou curadae
faleceu com 94 anos às 22h00 aos 24 de julho de 1973, em Alpinópolis/MG.

Coronel João Cândido de Souza faleceu aos 3 e sepultado aos 4 de junho de 1947, em
Alpinópolis/MG.

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Durante a cerimônia de inauguração da Nova Matriz de São Sebastião, seu nome foi
citado e seus esforços reconhecidos pelo clero, que proferiram homenagens a esse nobre
cidadão e seus esforços para a conclusão da obra.

Logo, após o seu falecimento as autoridades locais trataram de homenagear esse nobre
cidadão e conforme a Lei Municipal nº 213, de 10 de fevereiro de 1953, mudaram e
denominação de Rua João Pessoa, para Rua Coronel João Cândido de Souza, lei sancionada pelo
prefeito Lázaro Brasileiro, porém na década de 1970 a denominação foi alterada e recebeu a
denominação Rua José Gonçalves de Paula, porém não foi localizada nenhum documento formal
que alterava o nome desse logradouro.

Em 1979, conforme a Lei Municipal nº 862, de 8 de setembro foi nomeada a Escola do


Bairro Rural Pacheco que recebeu e denominação de Escola Municipal João Cândido de Souza.

Em 1980, com a Lei Municipal nº 871, de 4 de novembro realizou a mudança do nome


da Rua Treze de Maio para Rua Coronel João Cândido de Souza, lei sancionada pelo prefeito
Osvaldo Américo dos Reis.

Durante realização de pesquisas para elaboração deste livro me deparei com a Rua
Coronel João Cândido de Souza, porém o nome nunca foi usado pelos moradores sendo
habitualmente usada como Rua Treze de Maio, ou também Rua dos Crioulos, fazendo referência
aos antigos escravos que foram libertados em 1888, com abolição da escratura muitos deles
fixaram residência nos subúrbios da antiga Ventania, região que era inóspita e pouco habitada
trazendo assim a denominada Rua dos Crioulos, nome que aparece em algumas escrituras
públicas, após o ano de 1890, que estão arquivadas no Cartório de Registro Civil de
Alpinópolis/MG.

A denominação Rua das Crioulos, foi usada até o ano de 1933, e posteriormente a
denominação passou a ser Rua Treze de Maio mudança que ocorreu no mandato do então
Prefeito Interventor José Surette (1933 até 1934), quando Alpinópolis/MG era distrito e
pertencia a Nova Resende/MG, ocasião que efetuou um relatório de prestação de contas
referente ao 2º semestre de 1933, ao Exmo. Presidente do Estado Olegário Maciel por
intermédio do Secretário do Interior, nesse relatório consta que foram confeccionadas as placas
e afixadas nos logradouros, nomes que foram escolhidos por conselheiros que residiam no
distrito, sendo conforme o Decreto Municipal nº 53 de 22 de junho de 1933 da Prefeitura de
Nova Resende/MG.

Diante desse problema há necessidade de regulamentar essa situação e nomarar uma


rua, em que os moradores desde o início pronunciam e realmente a pessoa é homenageada e
não fique no esquecimento.

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Rua 14 – Floriano Marcience dos Reis

Floriano Marcience dos Reis nasceu em


5 de julho de 1916 e foi batizado em 14
agosto 1916 em São José da Barra. filho
de Adauto Amâncio dos Reis e Maria
Olímpia de Andrade. Neto paterno de
José Justiniano dos Reis Primo (Deca) e
Maria Claudina de Andrade (Micota).
Neto materno de Joaquim Calimério de
Andrade e Maria de Andrade. Bisneto
de Joaquim Justiniano dos Reis e
Inocência Teodora de Figueiredo
(Inocência Bernardina) (Pai de José
Justiniano). Bisneto de Joaquim Inácio
de Andrade e Ana Hipólita dos Reis (Pais de Joaquim). Bisneto de Joaquim Bernardes de Andrade
e Mariana Vilela de Figueiredo (Pais de Mª). Trineto de José Justiniano dos Reis e Maria Vitória
dos Reis (Pais de Joaquim Justº). Trineto de Bernardino José dos Reis e Mariana Cândida de
Figueiredo (Pais de Inocª e Ana Hipólita). José Justiniano dos Reis e Bernardino José dos Reis são
filhos do Alferes José Justiniano dos Reis e Ana Teodora de Figueiredo (Dona Indá).

Casou-se aos 19 de outubro de 1942 (Religiosamente) em Alpinópolis e aos 24 de


outubro de 1942 (Civilmente) em São José da Barra com Maria Agripina de Jesus, filha Targino
Alves da Cruz e Irias Mariana de Jesus. Maria Agripina havia sido casada primeiramente aos 29
de junho de 1935 com Pedro Pereira de Paula, (Pedro Vaz), filho de João Vaz da Fonseca e Maria
Nazaré. Pedro nasceu em 1914 em Alpinópolis e faleceu em 15 julho 1941 em Alpinópolis. Maria
e Pedro tiveram 04 filhos uma de nome Deusmira, nascida em 2 de setembro 1937, um do nome
Valdivino, nascido em 2 maio 1938, um de nome Miguel, nascido em 28 fevereiro 1942, todos
faleceram provavelmente crianças e outro de nome Euclides Pereira de Paula esse casado com
Marta Borges de Paula. Ela faleceu às 20:00 horas em 21 e sepultada aos 22 de outubro de 1983
em Alpinópolis. Era neta paterna de Francisco Martins da Cruz e Rita Maria de Jesus. Neta
materna de Joaquim Bernardes Teixeira e Mariana Francisca de Jesus.

Da união de Floriano e Maria nasceram os seguintes filhos: Nelson Justiniano dos Reis,
Osvaldo Amâncio dos Reis, (Macena), Maria Aparecida dos Reis (Dica), Dalva Maria de Andrade,
Neuza Maria dos Reis, Sebastião Marcience dos Reis, Messias Amâncio dos Reis e Maria Luzia
dos Reis.

A família foram moradores da Fazenda Cruzes e Mata, no município de São José da


Barra, época que o distrito pertencia a Alpinópolis/MG, nessa localidade todos os filhos do casal
que grande parte de sua família residia e ainda possuem descendência.

Sentindo a necessidade de uma vida melhor no início da década de 1950 efetuou a


venda de 10 alqueires de terra e se mudou para a cidade de Alpinópolis, onde veio a comprar
uma residência na Rua Joaquim Itamar da Silveira, antiga Rua Nossa Senhora Aparecida, em uma

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época em que ali existiam poucas residências. O transporte da mudança foi feito por 2 carros de
bois, trazendo utensílios domésticos e ferramentas de trabalho.

Ao se instalar em Alpinópolis Floriano e seus filhos passaram a trabalhar para grandes


fazendeiros como o Sr. Joaquim Quirino dos Reis (Quinca Vilela), Joaquim Pimenta Freire (Quinca
Pimenta), Sebastião Leite Mezêncio (Tião Nestor), sendo que neste último Floriano trabalhou
como agregado vindo a residir com sua família na região do Pacheco.

Após, alguns anos retornaram para sua residência no Bairro Santa Efigênia, onde veio a
passar seus últimos anos de vida.

Floriano Marcience dos Reis faleceu às 09:00 horas aos 1º de março de 1972, em
Alpinópolis.

Um de seus filhos Osvaldo Amâncio dos Reis (Macena) se tornou um comerciante muito
conhecido pela população alpinopolense vindo a instalar um Bar na Praça São Miguel no ano de
1977 e ali permanecendo 35 anos, aposentando na profissão de comerciante. Ao lado de sua
esposa Ana Maria de Souza adquiriram uma sorte de terras do Sr. Osvaldo Américo dos Reis, na
região do Bairro Pacheco, próximo a estrada que dá acesso a cidade de Passos, localidade que
no ano de 2021 viria a ser loteada e receber o nome de Vale do Sol.

Rua 15 – Professora Mariana Cândida Ferreira Lopes

Mariana Cândida Ferreira Lopes nasceu em 1845, em Alfenas/MG, filha do Capitão


Joaquim Bento Ferreira Lopes e Maria do Carmo Ferreira Vilhena. Neta materna do Comendador
Francisco de Paula Ferreira Lopes (2º casamento) com Mariana Generosa Moinhos de
Vilhena. Bisneta de Manuel Ferreira Lopes e Maria Eugênia de Jesus (Pais do Comendador
Francisco). Bisneta do Capitão Mathias Gonçalves Moinhos de Vilhena e Iria Claudiana Umbelina
da Silveira (Pais de Mariana Generosa). Trineta de Matias Gonçalves Moinhos de Vilhena,
nascido em 1687, em Pitões das Júnias, Monte Alegre, Vila Real Distritod e Portugal e Joséfa de
Moraes Sarmento, nascida em São João Del Rey/MG (Pais do Capitão Matias). Trineta de José
da Silveira e Souza e Maria Joséfa da Cunha Bueno (Pais de Iria). Tetraneta de Antonio Goncalves
Moinhos e Ana Goncalves de Moinhos (Pais de Matias). Tetraneta de Luiz Marques das Neves,
Valongo, Porto, Distrito de Portugal e Maria de Moraes Raposo, nascida em 1863, em São
Paulo/SP (Pais de Joséfa). Pentaneta de Antônio Vieira Dourado, nascido em 1667, em Braga,
em Portugal e Francisca de Macedo de Moraes, nascida em 1671, em São Paulo/SP (Pais de Mª
Raposo).

Seus antepassados mais próximos se estabeleceram na cidade de Campanha/MG, em


meado do século XVIII, quando veio para o Brasil um português que se chamava Manuel Ferreira
Lopes. Tendo-se estabelecido como comerciante naquela cidade. Com o passar do tempo casou-
se com Dona Maria Eugenia de Jesus, cuja família se achava entrelaçada com a dos Machados
de Oliveira, do Estado de São Paulo, mas na qual, por outro lado, parece que havia alguns
parentes caboclos. Deste casamento nasceram os seguintes filhos: Capitão Antônio Quirino
Lopes; Tenente Manuel Corsino Ferreira Lopes; Tenente Miguel Ferreira Lopes; Alferes João

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Pedro Ferreira Lopes; Major Domingos Ferreira Lopes e Comendador Francisco de Paula Ferreira
Lopes; os quais todos morreram maiores de 60 anos, e dois quase centenários.

Seu avô o Comendador Francisco de Paula Ferreira Lopes, foi um rico minerador, político
militante com expressiva atuação em Campanha/MG. Devido sua boa reputação, honestidade e
censo de justiça era admirado e respeitado por todos, prestou relevantes serviços a sua terra
natal e sua gente. Dedicado à causa pública, foi vereador, presidente da Câmara Municipal,
deputado à Assembléia Constituinte Provincial na 1ª Legislatura (1835/1837), Comandante
Superior da Guarda Nacional, além de outros importantes postos de eleição e nomeação do
Governo. Casou-se em 1ª núpcias com Ana de Paiva, união que lhe rendeu cinco filhos: o Dr.
Gaspar José Ferreira Lopes e o Capitão Francisco de Paula Ferreira Lopes Júnior, Dona Francisca
de Paula Ferreira de Rezende, Dona Bárbara Alexandrina Ferreira Brandão, e Dona Ana Rita de
Cássia Ferreira; e à exceção do primeiro e da última, todos se casaram e deixaram maior ou
menor descendência. Após, a morte de sua esposa veio a casar-se em 2ª núpcias com Mariana
Generosa Moinhos de Vilhena, de cuja união nasceram as filhas: Do Maria do Carmo Ferreira
Vilhena, Iria Ferreira Vilhena, Mariana Ferreira Vilhena e Maria José Ferreira Vilhena; e só
da primeira e última ficaram descendentes. Esse importante político veio a falecer aos 94
anos, em dezembro de 1886, na cidade de Campanha/MG, onde foi sepultado.

Dona Mariana Cândida Ferreira Lopes era irmã do Padre Monsenhor João Pedro
Ferreira Lopes, o acompanhou por sua jornada missionária e lecionou nas cidades da Divisa
Nova/MG, Nova Resende/MG passando a moior parte de sua vida em Alpinópolis/MG.

Casou-se com Major Aureliano Carlos Ferreira Lopes nascido aos 1836, em Caconde/SP
e falecido aos 15 de agosto de 1921, em Alpinópolis/MG, onde foi sepultado, filho de Antônio
Ferreira Lopes e Rita Jesuína Ferreira. Foi um grande Fazendeiro e devido a sua boa reputação
foi nomeado Juiz de Paz em Alpinópolis/MG, local que exerceu o cargo por vários anos.

Dessa união nasceram os filhos: Aureliano Ferreira Lopes Filho (Seu Laninho) casada com
Gabriela Gonçalves de Morais, Joséfina Estefânia Ferreira Lopes casada com Evaristo Damasceno
Ribeiro, Francisca Ordália Ferreira Lopes casada com Teófilo de Paula Ribeiro e Maria
Anunciação Ferreira Lopes casada com Domingos Pinto dos Reis

O dom de educar foi repassado a dois de seus filhos, que muitos contribuíram para os primórdios
do ensino em Alpinópolis/MG, sendo eles: Aureliano Ferreira Lopes Filho (Seu Laninho) e Maria
Anunciação Ferreira Lopes.

Pode deduzir que dona Mariana como professora era enérgica, porém com o toque de carinho
e reconhecimento, incentivando seus discentes no caminho do aprendizado, características que
seus filhos eram como professores e provavelmente herdaram isso de sua mãe.

Dona Mariana Cândida Ferreira Lopes, após o pedido de aposentadoria do Professor


Antônio Ferreira Teles pelo que tudo indica passou a lecionar efetivamente para os discentes do
arraial, vindo a requerer o Título de Professora Intererina da Cadeira do sexo femino, que havia
sido criada recentemente na Freguesia de São Sebastião da Ventania, conforme procuração
outorgada aos 13 de outubro de 1886, sendo seu procurador o Comendador Antônio Maria
Soares de Albergária, residente em Ouro Preto/MG.

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Mesmo antes, do pedido de aposentadoria a professora lecionava e era regularmente
paga pelos cofres públicos, fato comprovado através de pedidos de recebimentos de proventos,
que estão nos arquivos do Cartório de Registro Civil de Alpinópolis/MG, registros que estão nos
livros de procurações e escrituras, hora requerendo aos cofres da cidade de Ouro Preto/MG,
hora de São Sebastião do Paraíso, fato também feito com frequência por Mestre Teles.

Mariana Cândida Ferreira Lopes faleceu aos 19 de março de 1921, em Alpinópolis/MG e


seu corpo encomendado pelo Padre Vicente Bianchi.

Em Alpinópolis/MG, não existe nenhum logradouro público, ou mesmo instituição de


ensino que levam o nome da matriarca educacional que muito colaborou e desbravou ao lado
de Mestre Teles o sistema educacional que naquela época encontra-se muito barreiras e
dificuldades, devido a falta de material e locais adequados para exercerem suas funções, fica aí
a dica aos novos legisladores em nomear um dia o nome de nobre cidadão que muito enriqueceu
nossa cultura.

Rua 16 – Major Francisco Pio Brasileiro

Major Francisco Pio Brasileiro nasceu em 1857, em são


Sebastião da Ventania, hoje Alpinópolis, filho de Pio Nato
Brasileiro e Mariana Carolina de Figueiredo, sendo seus irmãos:
Tertuliano Nato Brasileiro nasceu após 1853. (Solteiro),
Laudelina Brasileiro (Loló) ou Laudelina Alda Blandina, que
nasceu em 1855 e faleceu em 9 de dezembro 1883 (Solteira),
Horácio Virgílio Brasileiro, que nasceu em 1858 e faleceu em 16
de julho de 1894 (Solteiro), 01 recém-nascido, que faleceu em
17 de janeiro de 1861, Salatiel Brasileiro, que nasceu em 1861
e foi batizado em 30 de dezembro de 1861 (Solteiro), Amélio
Nato Brasileiro, “Sô Melo”, que nasceu em 1864 e foi batizado
em 8 de fevereiro de 1864 que faleceu às 21 horas em 28 de
fevereiro e foi sepultado em 1º de março de 1921 (Solteiro), Pio
Nato Brasileiro Filho, que faleceu criança, em 3 de maio de
1866. A mãe de Francisco Pio casou-se em 2ª núpcias com seu cunhado Izilito Ponciano Mafra,
nasceu mais um irmão somente por parte de mãe, sendo Pio Nato Brasileiro 2º.

Francisco Pio é neto materno de Ponciana Jesuína da Glória e neto paterno do Capitão
João Alves de Figueiredo (Fundador da Irmandade Nossa Senhora do Rosário) e Maria Inocência
de Jesus.

Dos filhos do casamento de Dona Mariana e Pio Nato, somente Francisco Pio Brasileiro
casou-se. Sua esposa era Maria Alves de Figueiredo, sua prima materna, filha de Francisco Alves
de Figueiredo, (Nanguinga), e Maria Inocência de Paula.

Maria Alves de Figueiredo, conhecida por “Sá Lica”, era neta de Inocência Teodora de
Figueiredo, filha de Ana Teodora de Figueiredo (Dona Indá) e do Alferes José Justiniano dos Reis,
portanto bisneta de Dona Indá.

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Francisco Pio foi batizado em 24 de maio de 1857, em São Sebastião da Ventania; e Maria
Alves de Figueiredo, em 23 de outubro de 1859, também em São Sebastião da Ventania, hoje
Alpinópolis/MG. Ele faleceu às 09 horas em 1º e sepultado em 2 de março de 1922, e ela faleceu
em 17 e foi sepultada em 18 de fevereiro de 1932, ambos em Alpinópolis/MG.

O casamento do casal ocorreu em 29 de fevereiro de 1876, foi celebrado com muito gosto
pelas famílias e sempre era lembrado pelos familiares como um grande acontecimento. Foram
testemunhas do casamento, Antônio Alves de Figueiredo, “Toninho Vilela” e João Batista do
Nascimento. Desta união vieram as famílias FIGUEIREDO e BRASILEIRO.

Desta união nasceram os filhos: Ambrosina Brasileiro ou Ambrosina Carolina de Figueiredo


nasceu em 15 e foi batizada em 27 de outubro de 1877 e faleceu em 30 e foi sepultada em 31
de julho de 1944, Aleixo Brasileiro nasceu em 17 de julho e foi batizado em 17 de agosto de 1879
e faleceu em 24 de julho de 1959, Amélia Jovina de Figueiredo nasceu em 8 de outubro de 1882
e foi batizada em 9 de janeiro 1883 e faleceu em 3 de dezembro de 1956, Aniceto Brasileiro
nasceu em 17 de abril e foi batizado em 25 de maio de 1885 e faleceu em 2 de julho de 1961
(Solteiro), Adauta Brasileiro nasceu em 23 de julho e foi batizada em 24 de agosto de 1887 e
faleceu em 23 de julho de 1964 (Solteira), Afonsina Brasileiro nasceu em 30 de abril e foi batizada
em 28 de julho de 1890 e faleceu em 19 de março de 1966. (Solteira), Lázaro Brasileiro nasceu
em 16 de fevereiro de 1893 e faleceu em 7 de agosto de 1969, 01 recém-nascida, que não lhe
foi dado um nome, sendo esta falecida em 14 de fevereiro de 1899, Sebastião Brasileiro nasceu
em 19 de outubro e foi batizado em 8 de dezembro de 1900 e faleceu em 11 de junho de 1986.
Todos nasceram e faleceram em São Sebastião da Ventania, hoje Alpinópolis/MG.

Foi um grande capitalista e fazendeiro, proprietário de uma vasta área rural abrangente no
município de Alpinópolis, o que gerava vários empregos para a população e alavancava a
economia local. Foi morador do antigo Sobradinho, localizado nas proximidades da Avenida
Francisco Rodrigues da Silva, atualmente próximo ao Colégio Albertino Gonçalves dos Reis.
Também foi morador do Casarão Tradicional de 1886, localizado no Largo da Matriz, onde sua
família possuía várias propriedades.

Herdando de seu pai as habilidades politicas Major Francisco Pio Brasileiro (Chico Pio)
foi uma das figuras alpinopolenses mais influentes na metade do século XIX e início do século
XX, possuía fortes ligações com a política regional e nacional, prova disso é um raro álbum de
fotografias datado de 1875, onde várias personalidades políticas e eclesiásticas enviavam
fotografias em sinal de amizade, álbum que está sob a guarda de sua bisneta Rita Gisselda
Damasceno de Morais. Era um homem muito sábio e respeitoso, educado dentro dos valores e
costumes da igreja católica.

Sua força política e autoridade era reconhecida por todos da população, sendo um
mediador de conflitos e um intermediário para atenderem as reivindicações locais.

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Rua 17 – José Gonçalves de Lima

José Gonçalves de Lima nasceu aos 13 de julho de 1942, em


Alpinópolis, filho de João Martins de Lima e Anézia Augusta de
Lima. Neto paterno de Oscar Borges de Lima e Malvina Maria dos
Santos. Neto materno de João José Gonçalves (João Cândinho) e
Olivia Augusta de Lima. Bisneto de Vitalino Francisco Borges e
Heduwirges Adelaide de Lima (Pais de Oscar). Trineto do Alferes
Vicente Gomes de Lima e Francisca Miquelina da Silva.

Casou-se com aos 20 de janeiro (Civilmente) e 21 de janeiro


(Religiosamente) de 1967, em Passos com Maria Helena de
Andrade Lima, nascida aos 24 de abril de 1945, em Passos, filha
de João Evangelista de Andrade e Hilda Teixeira de Andrade.

Da União nasceram os seguintes filhos: Maria Emília de Andrade


Lima e Álvaro Augusta de Andrade Lima.

Formou-se em Ciências Contábeis Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras,


de Passos. Formou-se ainda, ainda em Ciências Contábeis de São Sebastião do Paraíso, o que lhe
permitiu exercer o cargo de contador no DER, no qual aposentou-se. Após, a aposentadoria
dedicou-se ao teatro, após ter concluído a Oficina de Teatro da PUCMINAS, curso e estudo sobre
Shekespeare, pela CESH-BH

Apaixonado pela sua ancestralidade realizou uma pesquisa minuciosa sobre a vida de
Silvestre de Lima, poeta, político, escritor, advogado que possui uma grande carreira no âmbito
nacional e assim colaborou para desvendar mistérios dessa importante figura pública. Durante
a elaboração do livro “História de Alpinópolis”, de José Iglair Lopes, colaborou imensamente
com documentos para descrever sobre a vida dessa personalidade histórica.

Devido a essas pesquisas , no ano de 2017 veio a lançar o livro em companhia da


brilhante Conceição de Lima o livro: “Silvestre de Lima uma mente além de seu tempo”, que
descreve com detalhes a vida dessa personalidade.

Também possui referências literárias como:, o Jagunço Vitalino, 1989, Editora Arte
Quintal e foi premiado em vários contos literários., dentre eles: I Concurso de Contos da
Secretaria de estado e Administração de Minas Gerais (1984), Honra ao Mérito da Academia
Municipalista de Letras de Minas Gerais, Master de Literatura (Contos 86), publicado pela
Editora Dois Pontos LTDA – 1987.

Sua paixão pelo teatro levou a dirigir e adaptar várias peças, sendo algumas delas: A
barganha, Natal de esquina, Xará, o doidão, Tião vermelho.

Tinha o dom de incorporar os personagens, assim foi um artista que encantava a plateia
e deixava todos boquiabertos com sua atuação, sendo registrado com ator nº 7856 - SATED-
MG, vindo a atuar nas seguintes peças: Como perder seu cliente – Peça Didática (Teatro
SESIMINAS; Viúva, porém honesta, de Nelson Rodrigues (Teatro UNI-BH); O maravilhso mundo

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do Senhor K, de Bertol Brecht; Marcelino pão e vinho, de José Sanches Silva (2006 – 2016); A
bela e a fera, de Gabrielle Suzanne Bartod (2007 – 2015); Bent, de Martin Shermam (2008 –
2010); O descobimento – Pela Histórica (2011 – 2012); A roupa nova do imperador, de Hans
Christian Andersem (2017).

Também empregou seu dom e escreveu várias obras teatrais, sendo elas: Os coronéis –
Peça teatral em trovas; Cidades mineiras – Peças Históricas; Cidades paulistas – Peças Históricas;
A revolução das abelhas – Peça Infantil; Silvestre de Lima – Peça Histórica); Os demônios;
Apocalipse; Inconfidência Mineira – Peça Histórica; Revolução de 1932 (São Paulo) – Peça
Histórica; Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul) – Peça Histórica; Guerra do Contestado
(Paraná) Peça Histórica; Revolução Pernambucana – Peça Histórica; Padre Cicero – Peça
histórica; Revolta da ChibaBaianata (Rio de Janeiro) – Peça Histórica; Revolta da Princesa
(Paraíba) – Pela histórica; Conjuração – Pelça Histórica; Revolta dos Balaios (Maranhão) – Peça
Histórica; Fatos históricos de Alagoas; Fatos históricos do Estado do Espírito Santo; Fatos
Históricos de Goias.

Em Alpinópolis José Gonçalves de Lima adorava conversar com parentes e a lembrar


fatos do passado, quando visitava Ventania seu ponto de encontro era de sua prima Fátima,
filha do Alfredo Gomes de Moura (Alfredo Leandro).

Uma de suas reivindicações perante a administração municipal de sua cidade Natal era
a nomeação de uma rua com o nome do Coronel Silvestre Gomes de Lima, fato que após muito
esforço ao lado de seu parente Juliano Pereira de Souza conseguiram concretizar. Em 22 de
novembro de 2019 a Lei nº 12/2019 foi aprovado por unanimidade pela casa de leis. Nessa
ocasião José Lima proferiu um belo discurso e falou sobre a vida de Silvestre de Lima e a
importância cultural que estava sendo realizada naquele momento.

José Gonçalves de Lima veio a falecer após um infarto às 12h30mim aos 10 de janeiro
de 2022, em Belo Horizonte, onde foi sepultado.

Rua 18 – Maria Inocência Vilela

Maria Inocência Vilela, conhecida por Cota, nasceu em 1880, na Fazenda Boa Vista, que
atualmente pertence ao município de São José Barra, que pertencia a Alpinópolis naquela época,
filho de um grande fazendeiro e capitalista Francisco Vilela dos Reis (1º casamento) e Inocência
Constância de Figueiredo. Neto paterno de Izaac Vilela dos Reis e Ana Esméria da Silva. Neto
materno de Capitão Francisco Garcia Figueiredo (Importante personalidade da cidade de Três
Pontas/MG) e Maria Thereza de Figueiredo. Bisneto do Alferes José Justiniano dos Reis e Ana
Teodora de Figueiredo (Dona Indá) (Pais de Izaac).

Maria passou sua infância e adolescência na região da Boa Vista, onde veio a conhecer
Joaquim Quirino dos Reis Sobrinho (Zote), seu primeiro marido, filho de Francisco Quirino dos

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Reis e Maria Alves da Conceição e cujo casamento ocorreu aos
9 de novembro de 1895 no Oratório da Fazenda Boa Vista em
São José da Barra. Joaquim nasceu aos 8 e batizado aos 22 de
novembro de 1874 em Alpinópolis, Minas Gerais, Brasil. Foi
batizado em 22 novembro 1874 em Alpinópolis, filho do
Sargento Francisco Quirino dos Reis e Maria Alves da
Conceição. Neto paterno de Quirino José dos Reis e Cândida
Teobalda de Paula. Neto materno de Francisco Quirino dos
Reis e Maria Alves da Conceição. Bisneto do Alferes José
Justiniano dos Reis e Ana Teodora de Figueiredo (Dona Indá)
(Pais de Quirino).

Dessa união nasceram os seguintes filhos: Francisco Quirino


Vilela, (Chico Cota) casado em 1ª núpcias com Ana Marotto e
em 2ª núpcias com Adosina Antônia de Jesus, 01 criança que
faleceu recém nascida, José Quirino Vilela (Toco), faleceu jovem, Benedita Maria da Conceição
casado com Francisco Cardoso Vilela Lemos.

Seu marido Joaquim com apenas 28 anos contraiu uma pneumonia e devido aos poucos
recursos médicos veio a falecer aos 22 de dezembro de 1903 em Alpinópolis.

Nessa ocasião as terras que pertenciam aos casal foram arroladas em inventário e
vendidas para parentes e terceiros, vindo Maria Inocência a se mudar para a arraial da Ventania.

Após, três anos Maria Inocência contraiu 2º matrimônio aos 7 de fevereiro de 1906, em
Alpinópolis com Vigilato José Freire, que também era viúvo por óbito de Maria Salomé de Faria,
filha de Manoel José de Faria e Maria Jesuína de Morais. Maria Salomé faleceu aos 9 de
setembro de 1905 em Alpinópolis. Vigilato com Maria Salomé de Faria tiveram um grande
família sendo os filhos: Maria Custódia de Morais casado com Sagisfredo Gonçalves Freire, José
Joaquim Freire Sobrinho, Eduarda Gonçalves Freire casada com Belmira Salustiano Teófilo, Ana
Gonçalves Freire casada com Antenor Alves de Araújo, João José Freire casado com Laura do
Carmo Lemos, Emília Gonçalves Freire casada com Lindolfo Ribeiro da Silva, Amélio José Freire
casado com Cotinha. Vigilato nasceu em 1863 em Nova Resende, filho de José Joaquim Freire e
Maria Custódia Freire.

Da união de Maria Inocência e Vigilato nasceram os seguintes filhos: Sebastião Vilela


Freire casado em primeiras núpcias com Maria Helena da Silva, Izaura Vilela Freire casado com
Antenor Ribeiro da Silva, Ana Vilela Freire casado com Abrão Vilela Agelune, Antônio Vilela Freire
casado com Conceição Nazaré da Silva, Alberto Vilela Freire casado com Luzia Ávila de Morais,
Cláudia Vilela Freire e Laura Lemos e Aparecido Vilela Freire, falecido criança.

Mais uma vez Maria Inocência veio a perder seu marido, vindo então Vigilato falecer em
3 de novembro de 1926 em Alpinópolis. O casal era proprietário de uma enorme sorte de terras
na região do Cafundó, que abrangia os municípios de Alpinópolis, Bom Jesus da Penha, Nova
Resende. Com a morte de Vigilato houve a divisão das terras para os filhos, ficando assim seus
descendentes fixado residente nessa região.

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Maria Inocência passou a ser conhecida como Cota do Vigilato, fazendo alusão ao seu
segundo esposo, nessa ocasião residia na antiga Rua João Pinheiro, hoje Rua Dona Indá quase
de frente a Igreja Presbiteriana. Dona Cota era irmã do respeitado Antônio Vilela dos Reis
(Tônico Vilela).

Era uma mulher de punho forte e muito sistemática, de cor pálida, de fala muito fina,
sem dentes, lábios balançantes, olhos de pombinha, muito preto e espertos. Sua residência era
chamativa e agradava a todos que lá chegavam, tinha sempre um bolinho, um biscoito para
oferecer as visitas. Na horta da residência tinha vários pés de frutas e alguns pés de café, que
davam na porta da cozinha, um cômodo grande e bem cuidado, que dava um toque especial
com o banco velho que ficava ao canto, com três ou quatro cadeiras, daquelas em forma de xis,
que abriam e fechavam.

Apesar de sua hospitalidade, passava a imagem de uma mulher brava e muito franca,
porém cultivava entre os familiares uma afetividade incomparável.

Cota então passou a costurar para as pessoas da cidade e ensinou várias familiares o
ofício da costura, o que ajudou no sustento de vários familiares. Alberto um dos filhos mais
novos se mudou para Belo Horizonte e lá começou a trabalhar com Alfaiate, passando a ser um
dos melhores da capital mineira, Alberto é pai do médico cirurgião Josaphta Vilela. Conta-se que
Alberto era muito bravo, porém também era muito simpático e educado com todos.

Abrigou em sua residência vários netos, sendo Maria Conceição Vilela, Lourdes Vilela,
Josaphat, e vários outros que aprenderam o oficio de costura e ajudaram no sustento de suas
famílias.

Maria Inocência Vilela, Cota, faleceu em 8 de abril de 1957 em Alpinópolis, onde foi
sepultada.

Rua 19 – Pedro Gomes de Santana

Pedro Gomes de Santana, natural de São João Del Rey/MG era irmão do Alferes Vicente
Gomes de Lima, e ambos casados respectivamente com as irmãs Maria Claudina da Silva e
Francisca Miquelina da Silva.

Era um respeitado comerciante e negociante de fazendas, sua fortuna e suas posses


eram de uma quantidade expressiva. Pedro também exercia a função de subdelegado, e
ocupava o cargo desde o ano de 1875, sendo considerado uma das autoridades mais
importantes do pequeno arraial.

Aos 19 de março de 1884 falece Maria Claudina da Silva, a qual antes de sua morte deixa
um testamento registrado aos 25 de fevereiro daquele mesmo ano e cujo inventário foi aberto
aos 19 de abril de 1884, em Passos/MG nomeando assim os herdeiros, pois conforme descrito
no documento seu casamento com Pedro Gomes rendeu somente uma filha de nome Emília,
que já era falecida.

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Muito correta, deixa os pagamentos a serem feito a sua sobrinha Rosenda casada com
José Domingues, bem como destina uma parte ao filho deles com nome de José, pagamento
também a sua cunhada Rita e por fim nomeia os herdeiros, sendo os filhos de sua irmã Francisca:
José Vicente de Lima, Silvestre Gomes de Lima, Heduwirges Adelaide de Lima, Maria Adelaide
de Lima e Ambrosina Adelaide de Lima.

A partir desse momento começa os conflitos entre Pedro Gomes de Santana e alguns
dos herdeiros, Pedro foi nomeado o testamenteiro por sua finada esposa e o responsável pela
partilha dos bens, porém segundo relatos que constam o tio não quitou devidamente as partes
com os legítimos herdeiros originando a “rixa”, culminando em ameaças e insultos entre as
partes.

Silvestre, já era um jovem reconhecido pela sua inteligência e por estar estudando e
usufruindo da companhia de pessoas influentes que mais tarde iriam fazer parte do movimento
republicano, é citado no Almanack Sul Mineiro de 1884, de Bernardino Saturnino da Veiga como
uma das importantes e promissoras figuras do pequeno Arraial da Ventania.

Essa vida de estudos, viagens, e as vezes de certa boemia, principalmente naquela época
era de alto custo e assim Silvestre insistentemente requeria a parte que ela de direito na herança
de sua tia Maria Claudina, porém inúmeras foram a recusa de seu tio para a quitação fato que a
cada dia acirrava os ânimos.

Silvestre então enviou um bilhete pelas mãos do adolescente Pio Mafra de Alpis para
seu tio pedindo o recebimento de seu legado, que foi deixado por sua tia, Pedro respondeu o
bilhete relatando que seria descontando as dividas de ambos.

Naquele mesmo dia 6 aos de junho de 1886, por volta das 17h00min Silvestre e José
Vicente insatisfeitos foram até a casa de seu tio, localizada na antiga Rua de Baixa, Rua do
Comércio, atualmente Governador Valadares, onde atualmente é a loja “Lurean Móveis”, para
saber como ficaria a questão do pagamento.

Segundo as testemunhas José Elias Ribeiro Viana, Francisco José Ribeiro, Ana Rosa de
Jesus, Claudosino Francisco Borges, Victalino Francisco Borges e Joaquim Rodrigues de Oliveira,
relaram que ambos entraram na residência, que dentro da residência ouviu-se vários disparos.
A única testemunha que estava presente dentro da residência era Dona Ana Rosa de Jesus, que
vivia com Pedro Gomes de Santana, os demais presenciaram a chegada e a fuga dos autores,
bem como informaram sobre a “rixa” entre as partes devido a parte da herança.

Tanto Silvestre como José estavam armados e invadiram a casa de seu tio, que estava
no quarto com Ana Rosa, ao ouvir o barulho apanhou uma garrucha e deparou com José na sala,
não se sabe ao certo quem efetuou o primeiro disparo, porém nesse primeiro momento José foi
alvejado no ombro. Silvestre ao ver a situação efetuou dois disparos e José mais um.

Pedro Gomes de Santana foi atingido na face, e no ombro e rumou sentido a porta da
cozinha, vindo a pronunciar as seguintes palavras: “Estou morto! ”, vindo a cair na escada que
dava acesso ao quintal. Após, o fato os autores dairam pelo quintal em desabalada carreira, fato
presenciado por algumas testemunhas.

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Prevendo sua morte, e não tendo herdeiros diretos com Maria Claudina da Silva aos 20
de março de 1886 registrou seu testamento. Esse fato é curioso, pois Pedro Gomes era um
homem saudável, em plena atividade econômica, o que leva a crer que ele a cada dia que
passava percebia que a “rixa” não acabaria bem e poderia levar a um desfecho trágico.

Seu inventário foi aberto aos 22 de junho de 1886, e para a surpresa dos familiares Pedro
havia tido um filho com Ana Rita do Prado, já falecida, antes de seu casamento com Maria
Claudina da Silva sendo seu filho legítimo e herdeiro José Domingos Ricardo e nomeia também
um filho de criação de nome Saturnino Barbosa Ribeiro, bem como faz a doação a sua irmã Rita
do Nascimento.

Durante esse Processo Crime que se prolongou por 5 anos, foi realizado aos 12 de
fevereiro de 1890, correu o julgamento do Tribunal do Júri de José Vicente de Lima, que foi
inocentado dos fatos. Somente aos 10 de abril de 1891, Silvestre foi levado a julgamento,
sendo também inocentado, ambos julgamentos ocorreram na cidade de Passos/MG. Durante
todo processo foi a única ocasião que Silvestre se apresentou e relatou sobre os ocorridos,
suas declarações anteriores foram realizadas somente por seus advogados.

Em relação a esse fato existem mistérios, várias versões sobre os reais motivos do
crime, é um lamentável ocorrido na vida do Coronel Silvestre Gomes de Lima, o qual foi
acusado juntamente com seu irmão de assassinar a tiros seu tio Pedro Gomes de Santana.

Rua 20 – Alberto Gonçalves Freire


Alberto Gonçalves Freire, conhecido por “Sô Alberto”, filho de
Antônio Gonçalves dos Reis, (Tônico) e Maria Gonçalves Freire,
(Dona Bem). Neto paterno de Eloy Pereira dos Reis e Maria
Hipólita de Morais, “Cota” e neto materno de José Gonçalves
Freire, “Zé Domingos” e Maria Vilela dos Reis, “Marica”,
antepassados de tradicional família alpinopolense descendente
dos fundadores Ana Teodora de Figueiredo, (Dona Indá) e
Alferes José Justiniano dos Reis. Alberto nasceu em 13 de maio
e foi batizado em 3 de junho de 1934 em Alpinópolis/MG. Foi
sepultado 10 de maio de 2015, em Passos/MG.

Alberto casou-se em 13 de julho de 1962, em Alpinópolis/MG,


com Nair Nunes de Avelar, filha de Eduardo Nunes de Avelar e
Anésia Cândida da Silveira. Após, o casamento passou a
chamar-se Nair Avelar Gonçalves. Nair nasceu em 25 julho 1939, em Passos /MG. Neta paterna
de Joaquim Nunes de Avelar (1º casamento) e Maria Irene do Amor Divino ou/ Maria Irene de
Jesus ou/ Maria Janir Irêna.

Da união nasceram os filhos: Gláucia de Avelar Gonçalves, Cássio de Avelar Gonçalves,


Carlos Alberto de Avelar Gonçalves e Éder de Avelar Gonçalves.

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Era um homem simpático e gostava de conversar com familiares e amigos e relembrar
os tempos em que a Ventania começa a desenvolver-se. Alberto era um homem democrático
aberto ao diálogo no que se refere à administração pública, atrelado a política.

Alberto Gonçalves Freire exerceu o cargo de vereador em 1977-1983, sendo Vice-


Presidente da mesa do Legislativo durante esse período. Após, esse período candidatou-se a
prefeito vencendo as eleições municipais elegendo prefeito o qual permaneceu no mandato
1983-1988. Foi o 2º vice presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio
Grande (AMEG), que era formada por 9 municípios, que visava minimizar a dependência das
esferas superiores e hoje conta com 12 atualmente associados.

Durante seu mandato várias obras foram desenvolvidas:

 Construção do Terminal Rodoviário, que até está em atividade na Av. Governador


Aureliano Chaves.
 Melhorias no Estádio de Futebol Benevenuto Augusto de Souza para comportar o
público, com construção e melhoria de arquibancadas.
 Instalação e contrato com a COPASA, que modificou inteiramente a rede de
abastecimento de água do município, que necessitava urgentemente de melhorias
devido ao crescimento populacional e demográfico do município. O serviço de
abastecimento de água estará incluso no convênio, porém já é prestado pela COPASA
em Alpinópolis desde o ano de 1982, quando o prefeito Osvaldo Américo dos Reis
sancionou a Lei nº 884/82 que concedeu à companhia a exploração dessa natureza de
fornecimento na zona urbana. A implantação definitiva das ações se deu no mandato
seguinte, quando Alberto Gonçalves Freire era o mandatário, e o município passou a ser,
de fato, atendido pela concessionária.
 Instalação de escolas municipais na área rural, que durante seu mandato cobriu 100%
da área do município, que na época abrangia o distrito também de São José da Barra.
 Melhoras na Infraestrutura da cidade, seguindo as diretrizes tomadas pelo seu
antecessor Antônio José de Freitas.
 Instalação de Rede de Comunicações, com construção do Prédio da Telemarna sede do
Município e instalação de pontos telefônicos no distrito de São José da Barra/MG.
 Durante seu Mandato a infraestrutura da cidade modificou-se completamente muitas
Ruas e Praças foram pavimentadas, merecendo destaque o calcamento das Praças:
Santa Efigênia e Praça do Rosário
 Mudança da Rede Elétrica de Iluminação Pública, passando os serviços para a CEMIG,
acabando com os chamados “Tomatinhos”.
 Aumento considerável na Rede de Esgoto na área urbana, diminuindo o problema de
insalubridade pública.
 A Rede de Saúde foi melhorada com a criação de postos e ambulatórios para servir a
população.
 Na área Rural, muitas estradas foram modificadas e abertas facilitando o acesso as
comunidades rurais.
 Foram construídas pontes na área Rural e Urbana.

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Podemos dizer que Alberto foi um administrador acompanhou a linha de raciocínio de
Antônio José de Freitas, apesar de este ser seu adversário político, adotou uma mente
revolucionária para a cidade de Alpinópolis, dando continuidade ao de transformar a antiga
história municipal em “Período Ventania” – fase antiga da lamparina e postes de madeira com
“tomatinhos incandescentes” (desde o mandato do primeiro prefeito de Alpinópolis Antônio
Herculano dos Reis até o penúltimo mandato de Osvaldo Américo dos Reis) e “Período
Alpinópolis” – fase moderna (Freitas em diante).

Suas realizações foram nacionalmente reconhecidas pelos seus feitos na administração


pública, sendo escolhido Prefeito de Expressão Nacional – 1987, uma promoção do jornal
Correio de Recife. Seu nome foi indicado duas vezes consecutivas num mesmo dia e aprovados
por unanimidade “tendo em vista a comprovação dos seus incontestáveis méritos
administrativos e humanos e sua ativa participação no desenvolvimento desse município”,
conforme ofício publicado no jornal na 3ª página. O prefeito foi contemplado com o Diploma de
Honra ao Mérito e Troféu Conde de Boa Vista.

Naquele mesmo ano no dia 23/12/1987 recebeu uma homenagem da Câmara Municipal
de Alpinópolis/MG pelos serviços que prestou ao município durante o seu mandato, na
cerimônia os vereadores o trataram “Sô Alberto” como um homem carinhoso e zeloso pela
população alpinopolense e pelo distrito de São José da Barra, o qual ainda pertencia ao
município. Também ressaltaram o talento e a sabedoria de saber governar para todos visando
o bem de coletivo e recordaram o feito de ter sido escolhido um dos melhores prefeitos do Brasil
durante sua gestão.

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Disposição e nomenclatura das Ruas do Loteamento Padre
Figueiredo

Conforme a Legislação municipal os logradouros públicos do munícipio de Alpinópolis,


necessitam de aprovação, sendo assim os seguindo a sugestão desse historiador as Ruas
receberiam essa denominação, conforme relação abaixo:

1º. Fica denominado de CAPITÃO JANUÁRIO GARCIA LEAL, a antiga Rua 02 no Loteamento Padre
Figueiredo, no Munício de Alpinópolis/MG.

2º. Fica denominada de ELOY DE FARIA FILHO, “LOÍTO” a antiga Rua 03 no Loteamento Padre
Figueiredo, no Munício de Alpinópolis/MG.

3º. Fica denominada de ANTÔNIO JOSÉ DE FREITAS” a antiga Rua 08 no Loteamento Padre
Figueiredo, no Munício de Alpinópolis/MG.

4º. Fica denominada de BISPO GERARDO FERREIRA REIS a antiga Rua 09 no Loteamento Padre
Figueiredo, no Munício de Alpinópolis/MG.

5º. Fica denominada de DOUTOR PADRE ORLANDO OLIVEIRA VILELA, a antiga Rua 10 que se
inicia na Rua 02 e finaliza na Avenida 01, Loteamento Padre Figueiredo, no Munício de
Alpinópolis/MG.

6º. Fica denominada de LEOPOLDINA CÂNDIDA DE JESUS, a antiga Rua 10 que se inicia na Rua
02, segue cruzamento com a Rua 03, 04 e 5 finalizando na área verde, próximo a Estrada do
Pacheco no Loteamento Padre Figueiredo, no Munício de Alpinópolis/MG.

7º. Fica denominada de HILDA MENDONÇA DA SILVA, a antiga Rua 11 no Loteamento Padre
Figueiredo no Munício de Alpinópolis/MG.

36
37
Rua 02 – Capitão Januário Garcia Leal (O Sete Orelhas)

Impossível falar sobre a formação histórica de Alpinópolis/MG, sem citar o nome e o


histórico de vida de Januário Garcia Leal, cujas façanhas perpetram o tempo e atiçam e aguçam
a imaginação de escritores, pesquisadores e
historiadores, algumas informações com
divergências, porém no final todos chegam
a conclusão que esse cidadão percorreu as
capitanias de Minas, São Paulo e Goiás em
busca de justiça, lembrando tempos muito
remotos da história da humanidade,
quando a justiça era feita pelas próprias
mãos.

O brilhante trabalho de pesquisas realizadas


pelo historiador alpinopolense José Iglair
Lopes, que conseguiu provar através de documentos a passagem de Januário Garcia Leal, pela
Fazenda Ventania além de realizar uma ordem cronológica dos fatos e da vida de Januário,
ficando fácil o entendimento do leitor e apreciação da história do lendário “Sete Orelhas”, cuja
narrativa está registrada no Livro História de Alpinópolis, lançado em 2002.

Não sabemos com exatidão onde nasceu Januário Garcia Leal. Alguns historiadores
afirmam que foi em São Paulo, mas parece-nos que equivocadamente. Januário foi o quarto
filho de Pedro Garcia Leal e Joséfa Cordeiro Borba, tendo nascido por volta de 1761. Nessa época
seus pais moravam na Freguesia de Jacuí, no Sul de Minas, e o mais provável é que tenha nascido
ali. No entanto os registros de batizados daquela localidade só começam em 1764, estando
desaparecidos os livros mais antigos, o que impossibilita a comprovação documental dessa
hipótese, embora evidências convirjam rumo a sua confirmação.

Não há dúvida, contudo, de que foi em Jacuí/MG que passou sua infância,
provavelmente ouvindo de seus pais as façanhas do parente Bartolomeu Bueno do Prado, que
mandou ao Governo de Minas, segundo alguns historiadores, três mil e novecentos pares de
orelhas de negros fugidos, o que – se verídico – certamente influenciado de alguma forma na
formação de Januário.

Januário Garcia Leal foi um fazendeiro que vivia na propriedade denominada Ventania,
hoje no município de Alpinópolis, situada no sul de Minas Gerais, juntamente com sua família e
escravos. Em 21 de janeiro de 1802, recebeu uma carta patente assinada pelo Capitão General
da Capitania de Minas Gerais, Bernardo José de Lorena, nomeando-o como Capitão de
Ordenanças do Distrito de São José e Nossa Senhora das Dores (hoje Alfenas).

Sua vida foi pacata até que um acontecimento trágico a mudou definitivamente: a morte
covarde de seu irmão João Garcia Leal, que foi surpreendido em uma fazenda no município de
São Bento Abade, por sete homens e atado nu em uma árvore, onde foi assassinado a sangue
frio, tendo os homicidas retirado lentamente toda a pele de seu corpo.

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A burocrática justiça colonial mostrou-se absolutamente indiferente ao episódio,
deixando impunes os sete irmãos que haviam perpetrado a revoltante barbárie. Foi assim que,
ante a indiferença dos órgãos de repressão à criminalidade, Januário se associou a seu irmão
caçula Salvador Garcia Leal e ao primo, Mateus Luís Garcia, e, juntos, os três capitães de milícias
assumiram pessoalmente a tarefa de localizar e sentenciar os autores do crime contra João
Garcia Leal, dando início a uma perseguição atroz que relembrou tempos antigos, quando a
justiça ainda era feita pelas próprias mãos. Segundo reportagem da EPTV Sul de Minas, Januário
agiu dentro da legalidade, tendo recebido autorização da Coroa Portuguesa para agir de tal
forma e resolver o fato como achasse justo.

A lei escolhida por Januário, chefe do bando de justiceiros privados, foi a de talião, ou
seja, a morte aos matadores – com o requinte estarrecedor de se decepar uma orelha de cada
criminoso, juntando-as em um macabro cordão que era publicamente exibido como troféu pelos
vingadores.

Somente depois de decepada a última orelha dos criminosos é que Januário deu-se por
satisfeito. Até então, grande parte da então Capitania de Minas Gerais ficou sujeita à autoridade
dos vingadores, que chegaram a desafiar magistrados e milicianos, sendo necessária a dura
intervenção de Dom João VI, então Príncipe Regente de Portugal, para tentar debelar a ação dos
capitães revoltados, que foram duramente perseguidos.

Segundo a tradição oral, relatada por Gustavo Barroso, o "Sete Orelhas" teria morrido
em decorrência de um acidente numa porteira. A morte se deu por um trauma que, por ironia
do destino, foi na região da orelha direita, fraturando-lhe o crânio e o queixo. Tal trauma ocorreu
quando o capitão cercava um cavalo que pulou uma porteira de varas, vindo uma das varas a
desferir-lhe o golpe fatal. No início de 2006, a pesquisadora catarinense Tânia Arruda
Kotchergenko localizou no Museu Histórico do Tribunal de Justiça de Santa Catarina o inventário
de Januário Garcia Leal. Nesse documento há o registro da morte do Capitão Januário Garcia
Leal ocorrida no dia 16 de maio de 1808, em Lajes/SC, na propriedade de Mateus José de Souza,
quando estava junto a um escravo de nome Antônio. Ainda no Livro de Óbitos da Igreja Matriz
de Lajes/SC (1799-1822) fl.23 contem o seguinte teor:

“Aos 22 dias do mês de maio de 1808, no distrito desta Freguesia de Lajes, faleceu da
vida o presente Capitam Januário Garcia Leal, casado em Minas, com Dona Mariana Lourença
de Oliveira, cujo teria a idade de 50 anos mais ou menos. Morreu repentinamente de hum
desastre em uma porteira de hum curral, havendo uma pancada na cabeça na disparada que fez
um animal contra a porteira arrebentou uma vara q a qual foi com tanta violência a cabeça que
no mesmo lugar matou. Não recebeu sacramento algum, foi por mim encomendado e sepultado
nesta Igreja Matriz e para constar fiz o assento. Ass: vigário Francisco José de França”.

Este documento confirmou que, à época de sua morte, Januário Garcia Leal exercia a
função de mercador, tal qual seu pai, Pedro Garcia Leal. A documentação contém a carta patente
original que lhe conferiu o posto de Capitão de Ordenanças do Distrito de São José e Nossa
Senhora das Dores, as procurações de sua mulher e filho, declarações de testemunhas e, ainda,
o exame de Corpo de Delito.

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Januário e seu bando sacudiram a Capitania de Minas Gerais, sobrepondo-se às
autoridades policiais e judiciárias, conquistando fama e respeito com seus impressionantes
feitos, sem que precisassem contar com qualquer instrumento de propaganda. A ação dos
vingadores em Minas Gerais, segundo um documento do período, uma ordem régia, colocava
em risco a soberania do próprio Estado Português. Mas um detalhe merece destaque: Januário
Garcia Leal sempre viveu na região sudeste do Brasil.

Januário Garcia Leal foi filho de Pedro Garcia Leal (açoriano, filho de João Garcia Pinheiro
e Maria Leal) e de Joséfa Cordeiro Borba (nascida na freguesia de Cotia, São Paulo, filha de Inácio
Diniz Caldeira e Escolástica Cordeiro Borba). João Garcia Pinheiro era irmão de Diogo Garcia que
foi casado com a Ilhoa Júlia Maria da Caridade, com quem teve o Capitão Mateus Luís Garcia.

Januário teve oito irmãos: José Garcia Leal (n. 1755); Joaquim Garcia Leal (n. 1758); João
Garcia Leal (n. 1759); Manuel Garcia Leal (n. 1763); Antônio Garcia Leal (n. 1764); Ana Garcia
Leal (n. 1766); Maria Garcia Leal (n. 1767); e Salvador Garcia Leal (n. 1768).

Januário Garcia Leal foi casado com Dona Mariana Lourença de Oliveira, filha de João
Lourenço de Oliveira, natural de São João del-Rei, e de Rita Rosa de Jesus, da freguesia de Nossa
Senhora da Piedade da Borda do Campo. A esposa de Januário era sobrinha do Padre Manoel
Lourenço de Oliveira, capelão da Feguesia de São Bom Jesus do livramento, atual Liberdade/MG,
e neta paterna de Salvador Lourenço e Inácia Lemos de Godoy e neta materna de Manoel
Lourenço do Amaral e Isabel Rosa de Jesus. Bisneta de Pedro Lourenço e Senhorinha Moreira
(Pais de Salvador). Bisneta de José Lemos de Oliveira e Raimunda de Godoy (Pais de Inácia).

Da união nasceram os filhos:

 Higino Garcia Leal – seu nome aparece no inventário de Januário, em uma


procuração que Mariana Lourença de Oliveira, residente no Arraial de Jacuí, na
Vila de São Carlos, Comarca da cidade de São Paulo, no Cartório do Tabelião aos
13 de outubro de 1808, nomeando seus procuradores seu filho Higino Garcia
Leal, Manoel Joaquim da Silveira, João Pedro Garcia Leal e Antônio Carlos
Cardoso.
 Januário Garcia Leal – seu nome aparece no Mapa da População, referente ao
ano de 1832 na Freguesia de São Carlos de Jacuí, onde Januário residiu e poderia
ter ali algum descendente, o registro de nº 294, de um tal de Januário Garcia,
branco. Livre com 34 anos de idade, lavrador, casado com Teresa de Jesus,
branca, livre, 24 anos de idade com uma filha de dois anos de idade chamada
Rita, nome da mãe de Dona Mariana Lourença de Oliveira, registro que chama
a atenção, pois havia o costume de dar nomes de seus antepassados aos
parentes próximos. Pode então esse Januário pode ser filho do casal, nascido
em 1798, como afirma Marcos Paulo de Souza Miranda.
 Maria Leopoldina Cândida de Oliveira Garcia – seu nome é citado na obra de
Aparecida Gomes do Nascimento Thomazelli: As Famílias de Nossas Famílias,
Belo Horizonte, 1984. São Paulo, 1989, 533 p. à p.425. a aual foi casada com o
Capitão José Joaquim Alves Branquinho. As informações desse casal e
descendência são desse aurora e obra. Na referida obra, apresenta pesquisas

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genealógicas das famílias Gomes do Nascimento, Marques, Corrêa Neves,
Branquinho e Gonçalves Valim.
É de ressaltar que os avós paternos de Mariana Lourença de Oliveira foram fundadores
da cidade de Piedade do Rio Grande/MG, onde residiam na primeira metade do séc. XVIII.

Em 1806, Marianna Lourença de Oliveira informa que o marido Januário Garcia Leal
(Sete Orelhas) ausente há mais de três anos, deixou determinado que vendesse as terras para
pagamento de dívidas contraídas com primos em 1802. Em 25 de novembro de 1806 os Sítios
Ventania e Ponte Alta foram vendidos ao Alferes José Justiniano dos Reis e sua esposa Ana
Teodora de Figueiredo, conhecida popularmente, “Dona Indá”, são considerados os fundadores
da cidade de Alpinópolis/MG. O documento passado com validade de escritura por falta de
tabelião. É o primeiro documento das terras de Ventania e foi assinado a rogo por Thomé Soares
Coelho por ser Marianna analfabeta. Foi assim que a Ventania entrou no século XIX.

É triste pensar que até os dias de hoje essa figura histórica e folclórica não ganhou um
local de destaque em nossa cidade, Januário Garcia Leal, foi um dos primeiros proprietários das
terras da Fazenda Ventania e sua saga em busca de justiça, apesar de violenta demonstra um
amor e honra a sua a família.

Rua 03 – Eloy de Faria Filho (Loíto)

Eloy de Faria Filho, popularmente conhecido por “Loíto”, filho


de Eloy Gonçalves de Faria e Cândida de Oliveira Faria, “Cândita”.
Neto paterno de Francisco Gonçalves de Faria, “Chico Faria” e
Maria Quirina dos Reis, neto materno de Capitão Joaquim Bento
de Carvalho e Maria Cristina de Carvalho, “Dinho”. Seus
antepassados são de tradicionais famílias de Alpinópolis e Carmo
do Rio Claro/MG.

Eloy nasceu em 25 de julho e foi batizado em 15 de agosto 1921


em Alpinópolis/MG. Eloy casou-se com Lígia Carvalho Borges,
filha de José de Carvalho Borges e Maria de Carvalho Alves em
25 de julho de 1949 em Cássia/MG. Ligia nasceu em 16 de junho
de 1924 em Cássia/MG. Dona Lígia está atualmente com 95 anos,
muito lúcida é um exemplo de vivacidade a nossa população.

Da união nasceram os filhos: Maria Aparecida Borges de Faria, José Tadeu Borges de
Faria de Faria (Falecido criança), Joaquim Bento Borges de Faria, Maria Rita Borges de Faria, José
Silanos Borges de Faria, Ana Maria Borges de Faria, Thomáz Antônio Borges de Faria e Maria do
Carmo Borges de Faria.

Eloy de Faria Filho, “Loíto” foi um dos líderes políticos que muito colaborou e incentivou
a emancipação político administrativa do município de Alpinópolis, em 17 de dezembro de 1938
na época estudante em Belo Horizonte, acompanhava de perto o processo junto a Secretaria do
Interior.

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Na criação na “Copial” (Companhia do Progresso Industrial de Alpinópolis), em 1946,
entrou como acionista na companhia, empresa que foi desfeita em 1948, devido a problemas
na diretoria.

Também foi um dos pioneiros no ramo de Laticínios no município, sócio do Laticínio São
Miguel, em sociedade com seus irmãos, entre os anos 1948-1956. O laticínio foi desativado
devido à criação da Cooperativa de Laticínios de Alpinópolis (Cooral) em 2 de março de 1957.
Foi homenageado em 22 de março 2007, reconhecendo os serviços prestados durante seu
mandado da presidência da Cooral (1972-1975) (1976-1977) (1981-1983).

Na construção da nova Igreja Matriz inaugurada em 05/07/1949, esteve presente entre


os membros da comissão da obra do novo templo católico.

Foi Inspetor Escolar do Grupo Escolar “Escola Reunidas”, no ano de 1945, que
funcionava na antiga casa de Sámira. Também foi o 1º inspetor escolar do Grupo Escolar “Dom
João VI”, inaugurado em 23 e 24 de novembro de 1950, cujas aulas iniciaram no início do ano
de 1951.

Foi um dos líderes do cooperativismo em Alpinópolis, conforme citação do historiador


José Iglair Lopes, na pagina 308, livro: “História de Alpinópolis”.

Eloy de Faria Filho, “Loíto” exerceu a vereança 1959-1963 e foi prefeito de Alpinópolis
entre 1967-1971, em um livro de sua autoria, intitulado “Em nome do Pai”, relata
minuciosamente, dentre outras, a realização das seguintes obras:

 Instalação de fábrica de blocos e manilhas.


 Calçamento com pedrinhas na Praça da Matriz, hoje Praça Osvaldo Américo dos Reis.
 Instalação do Sistema de telefonia em Alpinópolis, construindo a linha telefônica desde
Alpinópolis até São Pedro da União, que através de um circuito a mais, Alpinópolis, Bom
Jesus da Penha ficaram ligadas a Guaxupé e daí a Rede Nacional de Telefonia.
 Implantação da Rede de Esgoto desde o largo do Rosário até a conquista.
 Nova entrada para a entrada da cidade pelo início da avenida Governador Valadares.
 Compra de mananciais de água das Terras da Semida e do alto da serra.
 Troca de bomba e motor na estação de bombeamento.
 Perfuração de poços artesianos.
 Compra de Trator Fiat direto da Itália.
 Melhoria em diversas estradas rurais.
 Diversas escolas rurais.
 Abertura de diversas Ruas.
 Compra do Prédio da Prefeitura, que até hoje está em funcionamento.
 Compra do terreno para o almoxarifado da Prefeitura.
 Construção de pontes na Conquista, no Aprígio, no Monjolinho, na Capetinga e diversas
na cidade.
 Instalação da Minas Caixa na Casa do Zedemar.
 Instalação da Emater na casa do Tonho Herculano.

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 Instalação do Sindicato do Trabalhador Rural no terreno doado pelo Padre Ubirajara, e
depois construído o prédio.
 Aquisição de uma casa na Rua Professora Teles para residência do promotor de Justiça.
 Aquisição de uma casa na Rua Coronel Herculano dos Reis, hoje rua João Batista de
Carvalho, para o Juiz de Direito.
 Implantação do Curso de Normal, no setor de Educação.
 Com apoio de outros líderes na fundação da Santa Casa de Misericórdia de Alpinópolis,
que intercedeu junto ao governador Israel Pinheiro.

Esteve presente e foi tesoureiro na criação do Sindicato Rural de Alpinópolis, assumindo


o cargo provisoriamente até a votação da 1º Diretoria, que se estabeleceu em 19/12/1971 e
continuou na função até 1974, quando ocorreu a 2ª votação. Em 19 de dezembro de 1995, a
diretoria e presidente realizaram uma homenagem reconhecendo seus relevantes serviços
prestados naquela época.

Na fundação Clube Serra Verde, foi conselheiro fiscal na sua criação, onde exerceu com
maestria sua função, clube que é referência nos serviços de lazer do município.

Um fato revelado por Joaquim Bento Borges de Faria, filho de Eloy Faria Filho foi a
aquisição do terreno que hoje situa se situa o Parque de Exposição Vicente José Freire, onde
atualmente é celebrado a EXPOAL, festa que ao longo dos anos vem trazendo vários shows de
artistas de renome nacional, bem como incentivando a produção leiteira fomentando a
economia local.

Devido o senso visionário de Loíto, que já naquela época percebeu o grande potencial
do agronegócio na cidade e como isso poderia trazer benefícios a população local e aumento da
economia.

Outro fato importante foi a criação e instalação da Agência 1418-4 do Banco do Brasil
no município de Alpinópolis, que aconteceu devido a forte mobilização do Sr. Eloy junto as
autoridades locais e representantes do Banco do Brasil. Ressaltando que na época o prefeito em
exercício era o Sr. Osvaldo Américo dos Reis.

A reunião que deu a criação da futura agência ocorreu em um imóvel do Sr. Loíto, que
foi a primeira sede do estabelecimento financeiro no município, na época o então prefeito Sr.
Osvaldo encontrava dificuldades de onde seria a sede do futuro e dirigiu ao Sr. Eloy, que de
imediato disponibilizou um cômodo da residência para efetivar a instalação.

As atividades do Posto Avançado da Agência de Passos, assim chamado inicialmente


deram-se no final de 1981 com os funcionários Virgílio Otávio Vasconcelos, Adriano de Jesus
Mendes e Camilo de Lélis Melo, já em novembro 1982 ingressa como menor auxiliar Natan
Brasileiro do Carmo, que ainda exerce suas atividades na agência e em dezembro ingressa
Moacir Domingues, natural de Nova Resende, Maria Clara de Oliveira, natural de Alpinópolis e
Maria Aparecida natural de Carmo do Rio Claro.

Em 1986 foi inaugurada a nova estrutura física da agência do Banco do Brasil, localizada
na Av. Governador Valadares, nº 546 e atualmente está sob o comando do competente gerente

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Agostinho de Souza. A importância da Banco do Brasil frente a movimentação financeira é de
extrema relevância e alavanca o crescimento econômico do munícipio.

Hoje Alpinópolis, conta também com os Bancos Itaú, um dos pioneiros na cidade, Caixa
Econômica Federal, Bradesco e Siccob Credialp, que está sob o comando da competente
Margarida Maria Alacoque, que com todo seu dinamismo fez o agronegócio prosperar em nossa
cidade e região sendo referência para demais agências do cooperativismo. Em 5 de novembro
de 2008 a diretoria homenageou Eloy e reconheceu seu esforço em prol do cooperativismo.

Eloy, sem dúvida foi umas das pessoas que mais fomentou o desenvolvimento
alpinopolense, estava sempre presente e ativo nas diretorias dos órgãos e entidades municipais.
Podemos concluir que ele foi um administrador que focou em construir obras de infraestruturas
do município preparando o espaço urbano e rural para o crescimento e desenvolvimento.

Não podemos nos esquecer que ele sempre amou sua terra natal e foi um amante da
história do município alpinopolense e manteve consigo um grande arquivo de fotografias, que
muito ajudou o historiador José Iglair Lopes na elaboração do livro: “História de Alpinópolis”.

Ele faleceu em 20 e foi sepultado em 21 de agosto de 2013 em Alpinópolis/MG, naquele


dia foi decretado luto oficial em todo território municipal por 3 dias pelo então prefeito Júlio
César Bueno da Silva, conforme decreto 2.682/2013

Devido a seus feitos devemos homenagear esse cidadão que muito ajudou Alpinópolis
e eternizar seu nome na história.

Rua 08 – Antônio José de Freitas

Antônio José de Freitas, filho de José Antônio de Freitas e


Olímpia Maria de Freitas nasceu em 24 de abril 1931 em Carmo
do Rio Claro/MG, cidade vizinha a Alpinópolis/MG, local onde
esse cidadão viria a demonstrar todo seu potencial político. Sua
morte foi recebida com muita tristeza pelos em 31 de agosto
de 2002 em Alpinópolis, quando deslocava da cidade de Belo
Horizonte para Alpinópolis pela MG 050 veio a sofrer um
acidente automobilístico, levando essa personalidade tão
importante para a história de Alpinópolis/MG.

Antônio casou-se com Maria Aparecida de Souza Freitas.

Da união nasceram os filhos: Flávia Souza Freitas e Fauser de


Souza Freitas.

Antônio de Freitas, antes de ser prefeito, foi professor de Química, e tendo esse perfil de crente
em leis científicas sempre exatas, sabia que caixa municipal vazio o impediria de governar com
pacificação contábil.

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Com espírito e consciência política procurou buscar diálogo e almejar o bem social para
a população alpinopolense.

No início de 1977 encerrou o mandato de Antônio José de Freitas, um dos prefeitos mais
eficientes e polêmicos que comandaram o município de Alpinópolis. Freitas foi o 16º mandatário
alpinopolense, empossado em 31 de janeiro de 1973 depois de vencer, por uma diferença de
507 votos, o pleito de 15 de novembro de 1972, disputado contra José Freire Gonçalves.

A atuação de Antônio de Freitas frente ao Executivo Municipal vem oportunamente ser


aqui lembrada, pois em seu mandato fez-se exatamente o que deveria ser feito. Sem medo de
represálias, sem jogos politiqueiros e sem o desprezível clientelismo, as ações foram executadas
de maneira sóbria e sob austero planejamento, algo que precisava urgentemente acontecer
novamente. Outro homem público que merece atenção por ter seguido uma linha
administrativa similar e igualmente louvável é Alberto Gonçalves Freire, cujo governo será
oportunamente detalhado. Freitas e Alberto eram representantes de grupos políticos
historicamente opostos, apoiados por UDN e PSD, respectivamente.

Segundo observações, gentilmente adiantadas pelo professor Dimas Ferreira Lopes


(contidas em sua futura publicação denominada “História de Alpinópolis – Parte II”), Antônio de
Freitas foi um prefeito técnico e deixou como marca maior de sua gestão a severidade fiscal,
havendo executado integralmente a dívida tributária da época. Isso o fez com a convicção que,
com este ato, seria possível organizar, coordenar e controlar a administração financeira
municipal, ponto de partida para qualquer gestão que objetive realizar um trabalho de base que
permita boa atuação nas demais áreas.

“Antônio de Freitas, antes de ser prefeito, foi professor de Química, e tendo esse perfil
de crente em leis científicas sempre exatas, sabia que caixa municipal vazio o impediria de
governar com pacificação contábil”, aponta Dimas. A coragem do ato de Freitas trouxe, no
entanto, efeitos colaterais que medidas impopulares, porém necessárias, trazem naturalmente.
O desgaste político foi inevitável e a simpatia pelo partido que o elegeu foi mortalmente atingida
fazendo com que sofresse as derrotas eleitorais dos três pleitos seguintes. “Freitas pagou o
preço, mas pagou com coragem e penso que agiu corretamente. O problema é que uma dívida
tributária pesa diferente para o contribuinte rico e para o pobre, talvez ele devesse ter aplicado
algumas anistias que a legislação da época permitia. Porém, em suma, posso dizer que tenho
uma excelente impressão do mandato de AJF”, pontuou o professor.

Realizações durante o mandato de Antônio José de Freitas:

 Equilíbrio das contas públicas, liquidando a dívida tributária do município.


 Implantação na cidade das luzes de mercúrio em postes de cimento, como prelúdio da
modernidade, dividindo a história municipal em “Período Ventania” – fase antiga da
lamparina e postes de madeira com “tomatinhos incandescentes” (desde o mandato do
primeiro prefeito de Alpinópolis Antônio Herculano dos Reis até o penúltimo mandato
de Osvaldo Américo dos Reis) e “Período Alpinópolis” – fase moderna (Freitas em
diante). Compra de 280 postes de cimento em substituição os de madeira e substituição
das fiações de cobre por cabos em toda zona urbana.
 Ampliação da área do Campo do CEA, muramento e construção de quadra de handball.

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 Construção da Praça Marechal Deodoro (atual Praça Dr. José de Carvalho Faria –
Rosário)e calçamento da Rua Professor Teles, a partir da Av. Governador Valadares e
ponte definitiva de concreto armado.
 Interferência junto ao Governador do Estado para que o Asfalto chegasse até a Av.
Governador Valadares, daí a homenagem ao Governador Aureliano Chaves.
 As obras na zona rural (abertura de estradas, colocação de mata-burros de metal,
construção de pontes, etc.).
Destaca-se:
 Substituição de mata-burros de madeira por de ferro, no total de 54.
 Alargamento da Estrada de Bom Jesus da Penha e Nova Resende, ambas com
bueiro, mata burros de ferro. Foi necessária a mudança do leito do córrego do
Pari até o Ribeirão das Almas, economizando 12 mata burros.
 Abertura de estradas do bairro Rural da Barra Doce.
 Reconstrução da Ponte Taquaril.
 Investimentos estruturais no setor educacional (criação do Departamento de Educação
e construção de grupos escolares rurais).
Destaca-se:
 Construção dos grupos Escolares Sertão Grande, Cruzes e Cachoeira Grande.
 Especialização de profissionais.
 Conclusão das obras do fórum local, “Lázaro Brasileiro”.
 Expansão urbana através do início das bases para o loteamento do bairro Mundo Novo.
Destaca-se:
 Antiga estrada boiadeira foi transformada em estrada municipal.
 Abertura de Ruas José Gonçalves de Faria, Minas Gerais, trecho da José Jacinto
Ribeiro.
 Galeria de canalização “bueirão” e nivelamento das Ruas Capitão Joaquim
Bento e São Paulo (que foi ligada a Av. Governador Valadares).
 A gestão AJF trouxe a Alpinópolis, simultaneamente, valores de eficiência e de
democracia. De eficiência, no sentido em que houve clareza na definição dos objetivos
fiscais de suas ações e sua operacionalização traduziu-se em resultados que permitiram
toda uma organização pautada em cofres cheios e, portanto, permitindo boa
governabilidade. De democracia, na dimensão em que suas ações na área tributária,
envolvendo cadastramento urbano das propriedades para fins de cobrança de um IPTU
justo e execução da dívida fiscal, a cidade foi homogeneamente atingida, sem distinção
de classe social ou posicionamento político. Todos foram igualmente afetados pelas
medidas e, posteriormente, beneficiados por elas.

O governo de AJF não foi radicalmente tecnicista e contou com uma dosagem política
acertada. Dispondo do apoio administrativo de figuras com bom trânsito dentro do cenário
político tradicional da época, como o senhor Onofre Paschoal dos Santos (Sabiá) e o professor
Edeltides de Souza, entre outros, a administração tornou-se eficiente pelo equilíbrio nesse
sentido. Uma gestão informada pela técnica, que foi capaz de atender sua necessidade de
organização, mas também política, que permitiu bom relacionamento com outras esferas de
poder resultando, portanto, no regular funcionamento e integração da máquina administrativa
municipal.

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Qualquer administração pública, para funcionar bem, precisa contar com uma estrutura
que contemple a sua necessidade organizacional. Mas também precisa, imperiosamente, de
traquejo político (não politiqueiro), para estabelecer os contatos necessários, visando promover
um adequado diálogo com as diversas partes interessadas, e seja construtora do bem-estar
social.

Antônio de Freitas foi um homem que usou a política em favor do povo e gerou
benefícios, como lembrado por não fazer conchavos políticos acabou sofrendo derrotas nas
eleições subsequentes. Antônio deve ser lembrado e sua memória deve ser gravada em nossos
logradouros.

Rua 09 – Bispo Gerardo Ferreira Reis

Gerardo Ferreira Reis (Gerardo e não Geraldo) se tornará bispo


da Igreja Católica Romana, integrando, assim, a galeria dos filhos
ilustres da terra natal, nascido aos 1º de outubro de 1911, em
Alpinópolis/MG.

Suas primeiras instruções ocorreram no antigo Prédio da Cadeia


Pública, na parte superior onde as aulas eram ministradas pelo
seu tio Aureliano Ferreira Lopes Junior (Laninho), sendo um
grande colega e companheiro de carteira do Professor Isaac
Nicolau Salum, homem que destacaria devido sua inteligência e
intelectualidade.

Jovem ingressou no seminário e pouco depois de se tornar


padre, revelará sua liderança e aptidão política, tendo
participado do grupo emancipacionista (emancipação da Ventania de Nova Rezende), sua
atuação foi de grande importância para a emacipação de Alpinópolis/MG.

Aos 21 de junho de 1936, foi sua Ordenação Sacerdotal, cerimônia que ocorreu na Igreja
Matriz da cidade de Passos/MG e aos 27 de junho celebrou sua primeira missa, na Igreja Matriz
de Alpinópolis/MG.

Pastoreou por 25 anos na Diocese de Guaxupé, sendo pároco em Monte Santo de Minas
e capelão em Poços de Caldas/MG.

Devido as suas boas qualificações aos 16 de junho de 1961, foi nomeado pelo Papa João
XIII para ser bispo na Diocese de Leopoldina/MG, diocese criada aos 28 de março de 1942, tendo
Dom Gerardo se tornado seu sengundo bispo, sucedendo a Dom Delfim Ribeiro Guedes (1943 –
1960).

Aos 24 de agosto de 1961, em Guaxupe/MG ocorreu a Consagração Episcopal, por Dom


Inácio João D’ Almonte (consagrante principal), assumindo a Diocese de Leopoldina, onde foi
bispo por 24 anos, aposentando-se aos 5 de agosto de 1985.

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Após, o pedido de renúncia, foi nomeado Bispo Emérito aos 14 de agosto de 1985, sendo
substituído por Dom Sebastião Roque Rabelo Mendes.

Voltou para a cidade de Passos/MG e a partir de 10 de setembro de 1985, passou a


exercer seus serviços como Capelão do Carmelo São José de Passos, onde aos 22 de junho de
1986 ingressou para a Ordem Terceira das Carmelitas como orientador espiritual.

Dom Reis participou do Concílio Vaticano II, ou seja, esteve presente naquele inspirado
momento em que o papa João XXIII iniciou as reformas necessárias para a “Igreja dos Tempos
de Hoje”.

Embora com pose aristocrática, Dom Gerardo Reis era muito humilde. Sempre se
revelou um bom filho, atencioso com os parentes, valorizando os encontros familiares. Gostava
de jogar “buraco” com os cunhados Durval Ribeiro Magalhães e Horácio Gonçalves dos Reis, o
“Horácio do Nequinha”, casados, respectivamente com suas irmãs Candota e Ana. O quarto
parceiro era seu irmão José Sebastião dos Reis, casado com Dona Rosa, moradores há mais
tempo na Ventania. Tinha outros parentes e “amigos chegados” que também jogavam.

Muito disciplinado nas leituras diárias, estudioso e profundo, excelente orador, tinha
grande limpidez na dicção oratória que a todos chamava atenção. Em Alpinópolis sua última
celebração pública foi o casamento do advogado e diácono Dimas Ferreira Lopes e Maristela de
Melo Faria Lopes, aos 03 de maio de 1992. Já não estava muito bem de saúde, mas mesmo assim
oficiou ao lado do padre Ubirajara, com um entrosamento e disposição joviais, mas, certamente,
se despedindo da comunidade alpinopolense, pois durante a cerimônia anunciou, com surpresa
para todos, que escrevera ao papa João Paulo II, tempos antes, e que fora autorizado a dar uma
benção especial para todos da cidade, o que naquele momento fazia. Em Passos, continuou a
celebrar mesmo acomodado na cadeira de rodas.

No “Livro de Visitantes” do “Monte das Oliveiras”, aqui em Alpinópolis, em visita aos 30


de março de 1986, D. Gerardo anotou: “Nem todas as pessoas têm a possibilidade de visitar os
Lugares Santos, a distância e o dispêndio da viagem o impedem. Nem todos têm a facilidade de
poder mentalizar, criando imagens na imaginação, das coisas maravilhosas da Terra Santa. Este
empreendimento que ali se leva a efeito vai resolver para essas pessoas as dificuldades acima.
Quem visitar ‘Monte das Oliveiras’ vai ter, aqui em Alpinópolis, de forma quase sensível, as
riquezas magníficas da Terra Santa. Que esse projeto se realize, pois, para o bem espiritual de
muita gente.”

Dom Gerardo faleceu em Passos aos 22 de junho de 1995, sendo velado o seu corpo na
Igreja Matriz, com missa solene, concelebrada por padres e bispos da região. Acorreram várias
famílias de Alpinópolis para a despedida no sepultamento.

A cidade de Passos já lhe tributou nome de rua no bairro da Penha. Também em


Leopoldina existe rua com o nome de D. Gerardo Ferreira Reis (bairro Nova Leopoldina), além
do Centro de Pastoral D. Reis, situado na Rua Padre José Domingues, no bairro Seminário.

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Rua 10 – Padre Orlando Oliveira Vilela (Inicia-se na Rua 02 e finaliza na Avenida
01)

Padre Orlando Oliveira Vilela nasceu em Alpinópolis no dia 22 de


março de 1914 e foi, além de sacerdote, um renomado professor
universitário e escritor. Teve sua formação religiosa e intelectual
no Seminário Nossa Senhora Auxiliadora de Guaxupé e foi
ordenado em 24 de janeiro de 1937.

Homem de espírito rebelde, esse ilustre alpinopolense foi figura


ativa e fundamental no processo de emancipação de nossa
cidade, em 1938, ao lado de nomes de expressão como Antônio
Herculano dos Reis, Dr. José de Carvalho Faria, José Jacinto
Ribeiro, Padre Gerardo Ferreira Reis e José Sureti.

Padre Orlando deixou profícua obra literária, sendo apreciado e


elogiado por baluartes da literatura e autoridades brasileiras como Oto Lara Rezende, Tristão de
Ataíde, Milton Campos e Juscelino Kubitschek. Dentre suas obras podemos aqui destacar
“Realidade e Símbolo” (1947), “Um burro e sua sombra” (1956), “A pessoa humana no mistério
do mundo” (1971), “A violência no mundo atual” (1977) e “Sacerdotes e Escribas” (1985).
Também é vasta sua produção de ensaios, artigos e pareceres.

Em entrevista concedida ao historiador José Iglair Lopes, o professor Elói Silveira Reis
teceu elogiosos comentários sobre Padre Orlando, classificando o literato, em linhas gerais,
como um “escritor de mérito, preciso na linguagem e estilo comedido”. Como sacerdote, o
professor foi acertado em denominá-lo como portador de “uma aguda consciência teórica
mercê do conceito de grande competência e uma consciência profunda o poder da razão e dos
mistérios da fé”.

Injusto seria ocultar o depoimento de Roberto de Oliveira Campos, seu colega de


seminário e ex-ministro do presidente Castelo Branco, senador, deputado federal e diplomata.
Roberto Campos escreveu sobre nosso notável conterrâneo, em seu livro de memórias “A
Lanterna na Popa” (1994), o seguinte: “O mais inteligente de todos, o Orlando Vilela, tornou-se
um professor de Filosofia e um escritor de mérito, mas sua excessiva rebeldia o impediu de
ascender na hierarquia. Morreu apenas padre, depois de lecionar na PUC (Pontifícia
Universidade Católica de Belo Horizonte).” Este depoimento mostra-nos a linhagem moral e
intelectual a que pertenceu esse sacerdote e escritor alpinopolense.

Padre Orlando Vilela faleceu aos 09/03/1989 e está sepultado em Belo Horizonte, no
cemitério Parque da Colina.

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Rua 10 – Leopoldina Cândida de Jesus (Inicia-se na Rua 02, segue cruzamento
com a Rua 03, 04 e 5 finalizando na área verde, próximo a Estrada do Pacheco.)

Dona Leopoldina nascida em 1880 e falecida aos 18 de abril de 1954, em Alpinópolis/MG


era uma senhora muito conhecida e respeitada pela sociedade alpinopolense e participou de
um episódio marcante da história de Alpinópolis/MG, conhecido como “Arraial do Toco”.

Entre 1930 e 1938, os moradores e autoridades locais da Ventania pleitearam melhorar


as estradas, interligando aos municípios visando a emancipação político administrativa, porém
devido a resistência e evitar gastos as autoridades políticas não deram interesse, sendo a estrada
aberta por picaretas, enxadas, pá, sendo investido capital financeiro de fazendeiros locais. Para
ressarcir as despesas os fazendeiros criaram um pedágio e fixaram nas entradas do Arraial com
um TOCO, passando a controlar o movimento de veículos. Fecharam as estradas do arraial com
um toco, passando a controlar o movimento de veículos. A geringonça era feita em duas peças
de madeira, com dobradiças grandes de ferraria, presa por um cadeado. O tronco-mestre,
plantado bem no meio da estrada, impedia a passagem dos veículos. Assim que o empregado
recebia, abria as duas partes do toco arreando as peças no chão, dando passagem ao veículo.
Era o “tomadô de conta”, que contratava os meninos para controlar o pedágio e aguentar as
broncas dos viajantes, pois o dono mesmo nunca aparecia.

Dona Leopoldina tinha os seguintes filhos: Aparecida Cândida de Jesus, Izabel Cândida
de Jesus, Maria Jeremias, Luiza Cândida de Jesus, Benedito Valeriano de Brito, José Valeriano de
Brito e Antônio Valeriano de Brito.

Um desses meninos era o Sr. Antônio Valeriano Filho, filho de Antônio Valeriano de Brito
e D. Leopoldina Cândida de Jesus, foi respeitável capitão de Moçambique e Cavalhada por
muitos anos. Era ajudante da mãe no serviço do pedágio.

Nos primórdios da Ventania antiga a estrada que dava acesso à cidade de Carmo do Rio
Claro/MG, passava pelo Bairro Rosário conforme relato do livro História de Alpinópolis/MG de
José Iglair Lopes.

Passando o TOCO, a estrada contornava à esquerda, passando ao pé do morro onde, no


alto, fica o cruzeiro do Joaquim Romão, e, descendo pela encosta, chegava a uma pequena ponte
por onde se entra, pela Rua da Caixa D’água, passando pelo cemitério velho, no Largo do
Rosário, até chegar ao largo da Matriz.

A uns trinta metros da pequena ponte, entrando pela Rua Sebastião Cardoso Sobrinho,
na casa de nº 50 (que ainda existe), moravam uns “mudinhos”: Quim, Tião, Gusto e Tõe. Estes
quatro irmãos tinham boa audição. Durante a passagem pela jardineira e de carros, lá estavam
eles com as mãos estendidas recebendo a generosidade dos motoristas e passageiros”

Na chegada de Carmo do Rio Claro, assim que subia a serra, ao se aproximar das terras
de Antônio Valeriano, havia um mata-burro na divisa do Patrimônio; ali ficava o toco. Do lado
direito, a estrada boiadeira, do lado esquerdo, a 60m ficava a casa e venda de D. Leopoldina,

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esposa de Antônio Valeriano e encarregada do pedágio, hoje, no final da Rua Aracaju, Bairro
Rosário.

Durante essa época houve um descontentamento por um comerciante turco, que


vendeu seus produtos e depois quando retornou a Passos/MG passou a dizer que a Ventania
era o Arraial do Toco, fato que pegou mal as autoridades locais e assim extinguiram o pedágio e
colocaram porteiras nas entradas do patrimônio para conter a entrada de animais, prática
comum da época.

Com a instalação da Hidrelétrica de Furnas a região se beneficiou de alguns recursos e


um deles foi o pavimentação entre Carmo do Rio Claro e Alpinópolis. Numa época difícil, nosso
município foi comtemplado com benefícios das metas do governo JK, “energia e transporte”.
Devemos esta conquista ao empenho de Dr. José de Carvalho Faria, Padre Ubirajara Cabral e o
ao Prefeito Municipal, Sr. Osvaldo Américo dos Reis, que interferiram junta às autoridades de
Furnas no Rio de Janeiro, para fosse mudado o curso da estrada projetada pela Vargem dos
Pinheiros, Itapiché, Carmo do Rio Claro para via Alpinópolis-Carmo do Rio Claro.

Entre 1973-1974, foi feito o serviço de preparação do trecho que seria asfaltado. Em
1975, finalmente o asfalto chegaria a Alpinópolis.

E triste saber que essa nobre senhora muito conhecida e respeitada no passado pela
população alpinopolense ficou esquecida ao longo dos anos. Nada mais justo que homenageá-
la com o nome de um de seus logradouros.

Rua 11 – Hilda Mendonça da Silva

Não existem palavras para descrever Hilda Mendonça da Silva,


essa nobre alpinopolense, que levou seu nome aos confins do
Brasil. Historiadora, folclorista, escritora, procurou repassar
seus conhecimentos através de suas obras, bem como em
cada uma deles existia sempre um pouco de “Ventania”, sua
terra Natal como gostava de ser chamada. Foi um ícone para
os escritores e amantes da literatura e incentiva cada um que
lhe procurasse, ou simplesmente fazia ascender as chamas do
conhecimento.

A escritora Hilda Mendonça é natural de Alpinópolis, ou


Ventania, como ela própria gosta de chamar. Esta filha de
Alfredo Crispim da Silva e Antonia Francisca Mendonça é
formada em Magistério – Letras Inglês/Português, pós-
graduada em Ensino Institucionalizado e Educação para Adultos, além de ter diversos cursos na
área da Educação.

Viveu por 17 anos na vizinha Passos, onde completou o ensino médio e superior. Fixou
residência em Brasília, em 1975, sendo aí aprovada em concurso público como professora de
Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, exercendo o magistério por 25 anos, notadamente na
cidade de Taguatinga, onde se envolveu também em atividades literárias, desfiles da cidade,
música, etc.

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Hilda Mendonça é filiada ao Sindicato dos Escritores do Distrito Federal, tendo sua
biografia registrada no Arquivo Público do DF e já publicada em uma revista da ADPF. Há que
destacar ainda que desenvolveu rico trabalho sobre o resgate da história da cidade de
Taguatinga. Participou do projeto “Leitor Criador”, das escolas públicas do DF e do projeto Luz
e Autor em Braille (PLAB) da biblioteca Braille Dorina Nowill. Ao aposentar-se, em 2000, Hilda
volta para Minas Gerais, dedicando-se agora integralmente a sua obra literária.

Tendo recebido inúmeras homenagens ao longo de sua carreira, a que mais se destaca
é ter seu nome dado nomenclatura à biblioteca do CEM-EIT Taguatinga-DF, chamada Biblioteca
Hilda Mendonça. É membro fundador da Academia Taguatinguense de Letras, cadeira nº 4,
patrono Humberto de Campos.

Foi casada com Antônio Vicente da Silva nascido aos 28 de setembro de 1957, em Carmo
do Rio Claro/MG, filho de Antônio Claudino da Silva e Josina Maria da Silva. Ele faleceu aos 26
de agosto de 2019 em Passos/MG.

Hilda Mendonça era filiada ao Sindicato dos Escritores do Distrito Federal, tendo sua
biografia registrada no Arquivo Público do DF e já publicada em uma revista da ADPF. Há que
destacar ainda que desenvolveu rico trabalho sobre o resgate da história da cidade de
Taguatinga. Participou do projeto “Leitor Criador”, das escolas públicas do DF e do projeto Luz
e Autor em Braille (PLAB) da biblioteca Braille Dorina Nowill. Ao aposentar-se, em 2000, Hilda
voltou para Minas Gerais, para viver na vizinha cidade de Passos, dedicando-se integralmente à
sua obra literária.

Tendo recebido inúmeras homenagens ao longo de sua carreira, a que mais se destaca
é ter seu nome dado à biblioteca do Centro do Ensino Médio e Escola Industrial de Taguatinga-
DF, chamada ‘Biblioteca Hilda Mendonça’. Era membro fundador da Academia Taguatinguense
de Letras, cadeira nº 4, cujo patrono é Humberto de Campos.

Em Passos criou a Associação dos Escritores de Passos e Região, reuniões que ocorreram
em sua residência entre os dias 18 de abril a 2 de maio de 2012, na Rua Ouro Preto, nº 644,
bairro Centro na ocasião foi realizada a Assembléia Geral de Constituição Cultural Escritores e
Companhia de Passos e Região, porém a associação foi efetivada às 19h00mim aos 9 de maio de
2012, quando foi assinada a lista de presença com 21 assinaturas.

Em seu aniversário de 80 anos, recebeu a homenagem da Prefeitura de Passos/MG, que


realizou uma exposição sobre Hilda Mendonça, mostrando a trajetória da escritora, com
exposição de fotos e livros de sua autoria.

Em Alpinópolis, em 2019 recebeu da Câmara Municipal uma homenagem de “Moção de


Aplausos”, onde compareceram vários amigos e membros da Associação dos Escritores de
Passos e Região, sendo parabenizada pela sua carreira e levar o nome de Alpinópolis a todos os
cantos do Brasil.

Hilda Mendonça da Silva faleceu as 19h00mim aos 11 de maio de 2021, no leito da Santa
Casa de Misericórdia da cidade de Passos/MG, devido a complicações da Covid-19, sendo
sepultada no dia 12 ao lado de seu eterno amor Antônio Vicente da Silva.

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