Você está na página 1de 6

SÃO PAULO: CLIMA E

VEGETAÇÃO
CLIMA DE SÃO PAULO
O clima de uma região é, em geral, determinado por alguns fatores climáticos, como
latitude, altitude, maritimidade e continentalidade, além do relevo.

Quanto à latitude, o Estado de São Paulo se localiza na interface global entre as zonas
tropical e temperada. O próprio Trópico de Capricórnio, de latitude 23 graus Sul, que
delimita formalmente a Zona Intertropical do planeta em relação à Temperada Sul,
atravessa a cidade de São Paulo.

Quanto à altitude, algumas zonas do


Estado de São Paulo são serranas – como
a Serra do Mar, da Mantiqueira, da
Cantareira –, principalmente vinculadas ao
Planalto Atlântico, levando a temperaturas
mais baixas. Muitas áreas de maior altitude
de São Paulo são caracterizadas pela
preservação ou reconstituição da
vegetação de Mata Atlântica.

São Paulo se localiza numa zona de


contato entre diversas massas de ar. No
inverno a Massa Polar Atlântica chega
com mais intensidade, trazendo frentes
frias que geram instabilidade e chuvas
enquanto passam. Ao longo do ano está presente a Massa Tropical Atlântica, que
traz umidade do mar, assim como a Massa Tropical Continental, que é seca e provém
do Paraguai. Já a Massa Equatorial Continental, que surge na Amazônia tem efeitos
indiretos sobre a umidade presente sobre o Estado.

No Estado de São Paulo existem quatro


tipos de clima:

f Subtropical: estações do ano bem


definidas e chuvas bem distribuídas ao
longo do ano.
f Tropical “típico”: predomínio de uma
estação seca (inverno) e uma chuvosa
(verão), com reduzida amplitude térmica
anual.

www.biologiatotal.com.br 1
f Tropical de altitude: uma variante do tropical amenizada pelo efeito de altitude,
São Paulo: Clima e Vegetação

que torna as médias de temperatura mais baixas.


f Tropical úmido (atlântico): uma forma de clima tropical mais influenciado pela
umidade marítima.

O clima tropical, em qualquer uma de suas variantes, tem uma característica principal:
um verão chuvoso acompanhado de um inverno seco. No caso do Estado de São Paulo,
ele se funde à paisagem calibrado pelas diferenciações do relevo.

Tropical
Tropical Úmido
Subtropical
Tropical de Altitude

Nas regiões de maior altitude do Estado, em geral mais próximas à Serra do Mar,
é vigente o clima tropical de altitude, marcado por temperaturas mais baixas no
inverno que o tropical típico. Nestas áreas é possível identificar remanescentes
restritos de Araucárias, inclusive, um tipo de vegetação típico de áreas de maior
altitude no Planalto Meridional brasileiro.

Nas zonas costeiras é predominante o


clima tropical litorâneo, marcado por uma
maior pluviosidade, seja no verão ou no
inverno, principalmente pela ação da
Massa Tropical Atlântica.

Além dos condicionantes climáticos mais


amplos, outros fatores têm profunda
influência na esfera local, principalmente
das cidades. Nessas últimas, há quantidade

2
considerável de dispositivos no território – com muito concreto e asfalto – que contêm

São Paulo: Clima e Vegetação


um baixo albedo (coeficiente de reflexão da luz solar).

Deste modo, ao invés de refletir os raios solares, acabam absorvendo sob a forma de
energia térmica, aumentando o calor nos meios urbanos. É essa a gênese do fenômeno
das “ilhas de calor”, concentrações de altas temperaturas nas cidades quando
comparadas com os meios rurais.

DENSIDADE DEMOGRÁFICA E ILHAS DE CALOR

A região central de
São Paulo, altamente
urbanizada, apresenta
temperaturas mais
elevadas.

No sul da cidade, onde


há mata e quase não
existe prédios nem
casas, as temperaturas
são bem mais baixas.

Além disso, a metrópole paulista sobre com o fenômeno da inversão térmica: quando
ocorre faz com que a poluição gerada pela cidade fique confinada numa camada de ar
que não se dissipa, prejudicando a saúde dos moradores.

Em um fluxo normal, o ar quente próximo


à superfície, mais leve, se eleva na
atmosfera, substituindo o ar frio, que é
mais pesado e desce para mais próximo
do solo. Esse ciclo pode ser interrompido
ou dificultado no inverno, quando uma
camada espessa de ar frio pode se
manter próxima à superfície, funcionando
como uma “tampa” sobre a cidade. A
poluição ali se concentra.

www.biologiatotal.com.br 3
VEGETAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo: Clima e Vegetação

Em relação à vegetação, no Estado de São Paulo existem dois biomas principais: a


Floresta Atlântica e o Cerrado. Entretanto, em seu litoral é possível observar suas
principais exceções, que podem ser encaixadas sob o rótulo de “vegetação litorânea”:
mangues e restingas.

Os mangues são zonas alagadiças, em geral


próximas à foz de cursos d’água, mas que
recebem a influência direta das marés, que
invadem constantemente esses verdadeiros
“pântanos”. Sua preservação é importante,
pois servem como zona de reprodução para
diversas espécies aquáticas, além de zona
de alimentação de aves, marinhas ou não.
Fotografia: Luciano R. Gonçalves, 2008 (SANTOS, 2009. 137p.) Em geral, a vegetação dos mangues é
adaptada a altos índices de salinidade, presente na água do mar que constantemente os
inunda. Deste modo, a vegetação pode ser chamada de halófita.

As restingas são espécies de vegetação também adaptadas à salinidade, porém


recobrem faixas de areia rentes ao litoral. Muitas vezes adotam a forma de “braços”
sobre dunas fixas. Assim como os mangues, foram submetidas nas últimas décadas à
destruição vinculada à expansão imobiliária sobre zonas litorâneas.

A devastação da Mata (Floresta) Atlântica no território de São Paulo tem uma longa
história: as suas fases contam muito sobre a formação do território paulista. As primeiras
zonas foram derrubadas na faixa litorânea, ainda no início da colonização portuguesa,
entre os séculos XVI e XVII. O objetivo era dar lugar a amplas áreas de cultivo de açúcar,
que não demoraram muito a entrar em decadência com a concorrência da economia
açucareira vinculada às capitanias do atual Nordeste.

No século XIX, outro grande movimento de destruição da floresta atlântica se ampliou,


com a expansão da economia cafeeira. O Vale do Paraíba do Sul foi a primeira zona da
antiga província onde o cultivo do café se implantou. O vetor da cafeicultura seguiu na
direção da capital paulista, onde se irradiou para a direção oeste do Estado entre o final
do século XIX e início do século XX.

A partir do centro, assim como no norte e no


noroeste do estado, o café foi encontrando
também manchas consideráveis de Cerrado,
vegetação condizente com o clima “tropical
típico” vigente em parte do Estado de São Paulo.

A Mata Atlântica tem como característica


folhas largas (latifoliada), diferente das
Cerrado
araucárias, que têm folhas em forma de agulha
(aciculifoliadas). Além disso, são perenifólias,
Mata Atlântica

pois suas folhas não caem no outono, diferente


de vegetações caducifólias, ou caducas.

4
São Paulo: Clima e Vegetação
Remanescente de Araucária no município de Campos do Jordão/SP.

Atualmente, os principais remanescentes de Mata (Floresta Atlântica) no Estado


de São Paulo se encontram nas regiões serranas e na interface com as planícies
litorâneas. Deste modo, também ficam suscetíveis à devastação trazida pela
expansão imobiliária desenfreada. No mapa abaixo, é possível observar a extensão
do desmatamento da Mata Atlântica nos últimos séculos.

www.biologiatotal.com.br 5
São Paulo: Clima e Vegetação

Originalmente o Cerrado cobria Hoje, resta uma área


pulverizadade

da área do
estado

No caso do Cerrado, a vegetação não é tão robusta quanto as regiões de Mata Atlântica,
fato relacionado principalmente ao inverno bastante seco e a um solo em geral mais
ácido. A vegetação é acostumada a uma estação com pouca umidade, possui galhos
mais retorcidos e raízes mais profundas, para facilitar a captação de água. Assim como
a Mata Atlântica, o Cerrado paulista também passou por intensa destruição.

ANOTAÇÕES

Você também pode gostar