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O Transistor
O termo transistor vem da expressão em inglês "transfer resistor" que significa resistor de transferência. É
um componente que apresenta resistência (impedância) variável entre dois terminais. Essa resistência é
controlada por um terceiro terminal. Por sua característica controladora de corrente, o transistor pode ser
usado como amplificador de sinais ou como "interruptor eletrônico" em aplicações como equipamentos de
som, imagem, controles industriais, máquinas, calculadoras, computadores.
O primeiro dispositivo construído foi um transistor de contato pontual inventado em 1947 pelos físicos John
Bardeen, Walter Brattain e William Shockley (todos dos EUA). Bardeen, Brattain e Shockley dividiram o
Prêmio Nobel de Física em 1956 por sua conquista.
Transistor Bipolar
O Transistor Bipolar de Junção (TBJ ou BJT, do inglês: bipolar junction transistor) tem esse nome por
trabalhar com duas junções PN. É o mais comum e também o de duas camadas de material semicondutor do
mesmo tipo. Entre essas camadas é criada uma terceira, bastante fina, de material diferente, formando uma
espécie de sanduíche.
Os dois tipos de transistores (NPN e PNP) podem cumprir as mesmas funções diferindo apenas na forma
como as fontes de alimentação são ligadas ao circuito eletrônico.
Embora o coletor e emissor sejam do mesmo tipo de material semicondutor, existe diferença de volume de
material semicondutor e de dopagem.O emissor é densamente dopado, enquanto que a base é levemente
dopada. Já o coletor possui maior volume e, por isso, dissipa mais potência; a intensidade de sua dopagem é
intermediária emrelação à dopagem da base e emissor. Por esse motivo, as ligações do coletor e do emissor
no circuito eletrônico não sãointercambiáveis.
Note como o emissor é densamente dopado em relação ao coletor. O coletor tem maior área. A base é a
menor e levemente dopada.
O funcionamento do transistor baseia se no movimento dos elétrons livres e das lacunas em seu interior.
Essas movimentações são provocadas pela aplicação de tensões externas. Esse movimento está ligado à
polaridade da tensão aplicada a cada um desses terminais e é diferente para transistores NPN e PNP.
Quando as três camadas semicondutoras são unidas, ocorre um processo de difusão dos Portadores de
carga (eletrons e lacunas). Como no diodo, esse processo de difusão dá origem a uma barreira de potencial
em cada junção. Portanto, no transistor, existem duas barreiras de potencial que se formam com a junção
do cristal: a barreira de potencial na junção base-emissor (BE) e a barreira de potencial na junção coletor-
base (CB).
As três regiões do transistor possuem diferentes níveis de dopagem. Por isso, as camada depleção não
possuem a mesma largura. Quanto mais densamente dopada for a região, maior será a concentração de íons
próximos da junção. Isso significa que a camada de depleção penetra levemente na região do emissor
(dopagem densa), porém profundamente na base (dopagem leve). O mesmo acontece entre base e coletor.
A camada de depleção do emissor é pequena e a do coletor, grande.
Percebemos a similaridade de análise para os transistores NPN e PNP. Assim, vamos passar a representar
apenas a notação NPN. Quando quisermos aplicar os conceitos ao PNP basta inverter as polaridades das
baterias e correntes envolvidas.
A polarização base-emissor faz com que essa junção atue como um diodo, com barreira de potencial entre
0,6 e 0,7V, aproximadamente. Assim, a tensão de polarização de base pode ser com uma tensão (VBE)
bastante reduzida. Já a tensão polarização de coletor deverá ser maior para garantir a polarização reversa
entre coletor e base. Veja a figura a seguir:
IC = corrente de coletor;
IB = corrente de base;
IE = corrente de emissor.
Correntesenvolvidas
A corrente de base (IB) é provocada pela tensão de base (VB) que a polariza a junção diretamente.
Para melhor compreensão, analisemos considerando o sentido real das correntes envolvidas.
Tanto a corrente de base (IB) como a corrente de coletor (IC) provêm do emissor, reafirmando afirmar que:
IE = I C + I B
A principal característica do transistor reside no fato de que a corrente de base (pequena) exerce um
controle eficiente sobre a corrente de coletor. Esse controle é devido à influência da corrente de base sobre
a largura da barreira de potencial da junção base-emissor, ou seja, quando VBE aumenta, a barreira de
potencial torna-se mais estreita.
Esse estreitamento permite que um maior número de portadores de carga do emissor atinja a base. Esses
portadores são absorvidos pelo coletor, uma vez que a base não tem capacidade para recombiná-los.
Verifica-se então um aumento na corrente de coletor. Assim, se IB aumenta, IC aumenta; se IB diminui, IC
também diminui.
Assim, através de um transistor, é possível utilizar uma pequena corrente IB para controlar a circulação de
uma corrente de valor muito maior (IC).
A corrente controlada (IC) e a corrente de controle (IB) podem ser relacionadas entre si para determinar a
quantidade de vezes que uma é maior que outra. Essa relação é o parâmetro β (beta) do transistor.
O ganho de amplificação estático (β ou hFE) de um transistor é encontrado em seu datasheet. Porém, cada
lote de fabricação possui uma certa tolerância, o que faz com que não seja declarado um valor único e exato,
mas uma faixa entre o mínimo e o máximo.
Significa que transistores com a designação “B” no nome (BC546B~BC550B) possuem uma relação entre as
correntes de base e coletor (β ouhFE) entre 200 e 450.
O outro parâmetro a ser considerado é o da relação entre as correntes de emissor (IE) e coletor (IC):
𝐼 A letra grega alfa (α) é usada para designar o ganho estático de corrente de um
𝛼= transistor na configuração de base comum. Como a corrente IE é maior que Ic,
𝐼 conclui-se que a é sempre menor que 1.
β α
𝛼= 𝛽=
β+1 1−α
Para valores fixos de IC, VBC e de temperatura a variação em α, devido às tolerâncias no processo de
fabricação do transistor, é muito pequena, da ordem de ±0,1%. Essa pequeníssima variação em α tem um
efeito pronunciado em β.
Tomemos como exemplo o caso do transistor BC547A, que para IC=20mA, VBC=10V, T=20ºC possui α = 0,995
e portantoβ = 199. Se α sofrer uma variação de 0,1% então 0,994<α <0,996 e portanto 165<β <250, ou seja,
tem-se uma variação de até 25% em β. Esse é o motivo pelo qual se observam grandes variações nos valores
de β para exemplares diversos de um dado tipo de transistor (comoo citado BC547A).
A maioria dos multímetros digitais de hoje tem uma entrada específica para testes de transistores e que
medem o seu hFE.
Um transistor pode operar como chave eletrônica, bastando para tal polarizá-lo de forma conveniente nas
condições de corte (sem corrente de coletor) ou saturação (máxima corrente de coletor).
Para determinar as correntes que polarizam o transistor para que opere na forma desejada, precisamos
analisar um circuito típico de polarização. Veja a figura a seguir:
Na figura temos:
Pela figura percebemos que Ve = VRB + VBE. Vemos também que a corrente IB dependerá de VRB (se não
houver diferença de potencial em RB, não há corrente).
Concluímos que: para a tensão de entrada (Ve), existe uma faixa de tensão (até Ve = VBE) onde a corrente de
base IB não circula (IB=0).
Lembrando que: IC=β.IBIC= β.0IC=0A. Nestas condições teremos o transistor na condição de “corte”
ou “aberto”.
Existe uma corrente de base (IB) máxima, a partir da qual a corrente de coletor (IC) não aumenta mais, devido
à limitação imposta pelo resistor de coletor (RC). Nestas condições teremos o transistor na condição
“saturado”. Para essa condição, também encontramos a informação sobre a VCE no datasheet do transistor
em questão. Abaixo a reprodução parcial, referente aos BC546~550.
Neste circuito, quando o LDR estiver exposto à luz, sua resistência diminui
a ponto de cessar a corrente de base. Com isso, a corrente de coletor
também cessa, apagando o Led.
Para determinar os valores dos resistores, vamos partir da carga alimentada: um diodo Led vermelho
comum opera com corrente típica de 20mA e possui tensão direta (VD) de 1,8 a 2V.
Pelo datasheet do transistor escolhido, vemos que o BC548 apresenta uma VCE máxima, quando saturado, de
200mV. O diodo Led apresenta uma VD de 1,8 a 2V.
Para simplificar os cálculos, consideraremos que o conjunto (VCEsat do transistor + VD do Led) apresente 2V.
Assim, quando o transistor estiver saturado, dos 12V da alimentação (Vcc), sobre RC recairão 10V.
Conhecendo a corrente de trabalho do Led (é a mesma do resistor) e a tensão sobre o resistor, podemos
determinar seu valor pela Lei de Ohm:
Pelo datasheet do transistor BC548A, vemos que tem um ganho estático mínimo de 120 (hFE ou β). Para fins
didáticos, não estamos adotando a regra prática de IB=IC/10 descrita anteriormente.
𝐼 20mA
𝐼 = 𝐼 = 𝐼 = 0,167mA 𝐼 = 167µA
𝛽 120
Considerando a VBE do transistor, quando saturado, em 0,7V, sobre o resistor RB teremos os 12V da
alimentação (Vcc) menos os 0,7V da VBE do transistor.
Conhecida a corrente de base (que será praticamente a mesma do resistor, já que o LDR estará com
altíssima impedância), podemos calcular o resistor RB pela Lei de Ohm:
Considerando, na pior condição possível, um transistor BC548A, pelo datasheet, temos um ganho mínimo de
120. Multiplicando IB por 120 teríamos: 0,043mA x 120 5,16mA, muito superior ao permitido pelo resistor
de coletor (RC). Podemos concluir que, nestas condições, o transistor está saturado e a tensão de saída (Vs)
ficará restrita à VCE do transistor: algo em torno dos 90mV (conforme o datasheet).
Assim, concluímos que, quando a entrada estiver em vível alto (Ve=5V) a saída apresentará nível baixo
(Vs=0,09V).
Na Tabela verdade é comum encontrarmos “L” (low) para o nível baixo e “H” (high) para o nível alto:
Na realidade, há uma regra prática para adoção de uma relação entre as correntes de base (IB) e coletor (IC)
em um transistor operando como chave. Ocorre que uma variação no ganho estático do transistor (β) que
possa ocorrer, pode levar a flutuações indesejáveis na corrente de coletor (IC). Assim, na prática, costuma-se
considerar a corrente de base (IB) como 1/10 da corrente de coletor (IC), onde for possível.
Exercícios:
1) Analise o circuito e complete a tabela da verdade para a porta lógica NAND com transistor NPN
A B S
L L
L H
H L
H H
2) Analise o circuito e complete a tabela da verdade para a porta lógica NOR com transistor NPN
A B S
L L
L H
H L
H H
Os transistores bipolares são aplicados em três configurações básicas:Base Comum, Emissor Comum e
Coletor Comum.Para identificar a configuração, basta observar o terminal comum à entrada e saída.
A figura a seguir mostra o transistor bipolar (NPN e PNP) na configuração Base Comum. Nesta, estão
representadas as correntes no sentido convencional:
Corte x Saturação
O ganho de corrente de qualquer circuito amplificador é dado pela relação entre a corrente de saída e a
corrente de entrada. Nesta configuração, será dado por IC/IE que nada mais é que o parâmetro α (alfa) do
transistor.Consideremos a curva de saída (para um transistor NPN):
Exercício:
Determine:
a) A tensão de entrada aproximada, a partir da qual a corrente de entrada começa a fluir de forma
intensa;
b) Sabendo que o germânio apresenta uma zona de depleção de 0,3V e o silício de 0,7V, indique de
qual material é feito este transistor;
c) Determine a corrente de entrada quando a tensão de entrada é 1V;
d) Determine a corrente de saída quando a tensão de entrada é 1V;
e) Determine a corrente na base quando a tensão de entrada é 1V;
f) Determine o ganho de corrente do circuito (α – veja pág 5) quando a tensão de entrada é 1V.
g) Determine o hFE do transistor nas condições citadas acima.
Na figura a seguir temos essa configuração do transistor bipolar e seus equivalentes para a JFET, MOSFET e
válvula.
As figuras abaixo ilustram as tensões e correntes elétricas envolvidas na polarização base comum:
Analisando o circuito de entrada, vemos que resistor RE (ligado ao emissor) pode ser calculado, pela
Lei de Ohm, por:
RE = (VE-VBE)/IE
Analisando o circuito de saída, vemos que o resistor RC (ligado ao coletor) pode ser calculado, pela
Lei de Ohm, por:
RC = (VC-VCB)/IC
Dentro das curvas características, existem vários pontos onde o transistor pode funcionar nas regiões
de trabalho:
se o ponto de operação for na região ativa, o transistor pode funcionar como amplificador;
se o ponto de operação for na região de saturação, ou de corte, o transistor pode funcionar como
uma chave eletrônica.
Para tanto, é necessário fixar o ponto de operação numa das regiões de trabalho do transistor. Esta fixação é
feita em corrente contínua, através de resistores; a isto chamamos de polarização.
A escolha do ponto quiescente é feita em função da aplicação que se deseja para o transistor, ou seja, ele
pode estar localizado nas regiões de corte, saturação ou ativa da curva característica de saída.
Reta de Carga
A reta de carga é a representação das possíveis localizações do ponto quiescente (Q) na curva característica
de saída.
Sua determinação se dá pela fixação de dois pontos: ponto de saturação e ponto de corte.
Determinado o ponto quiescente (ICQ e VCBQ) através dos resistores RE e RC, qualquervariação de tensão
ou corrente no transistor corresponderá a um deslocamento desteponto sobre a reta de carga.
Exemplo de aplicação:
Polarize e trace a reta de carga de um transistor, sabendo que o mesmo deve trabalhar na região ativa.
Dados:
Ponto quiescente: VCBQ = 10V, ICQ = 2mA e VBEQ = 0,7V Circuito eletrônico:
Resolução:
Conhecendo a corrente de coletor quiescente (ICQ) e a tensão coletor-base quiescente (VCBQ), podemos
calcular o resistor de coletor (RC):
RC = VRC / ICQ RC = (VC – VCBQ) / ICQ RC = (20V – 10V) / 2mA RC = 5kΩ
A partir da corrente de coletor quiescente (ICQ) e ganho estático (β), podemos calcular a corrente de emissor
quiescente IEQe o resistor RC.
Dados VE = 5V, VBE= 0,7V e conhecendo IEQ, podemos calcular o resistor de emissor(RE):
Exercícios:
RE = ___________
RC = ___________
5) Determine ICQ e mostre em que região da curva característica de saída (corte, ativa ou saturação)
encontra-se o ponto quiescente do transistor (β=120) do circuito a seguir:
Nesta configuração, o terminal do coletor do transistor é ligado a um terminal comum à malha de entrada e
da saída, o terminal do emissor é ligado à carga de saída a ser controlada, e o terminal da base funciona
como a entrada de sinal.
O circuito possui um ganho de corrente típico que depende em grande parte do hFE do transistor. Uma
pequena mudança na corrente de entrada resulta em uma mudança muito maior na corrente de saída
enviada à carga.
O circuito apresentado é porcom polarização por corrente de base constante. Porém, é comum a utilização
da polarização de base por divisor de tensão.
Da mesma forma que o circuito anterior, a junção base/emissor deve ser polarizada diretamente e a
base/coletor reversamente.
As figuras abaixo mostram as tensões e correntes elétricas envolvidas na polarização tipo emissor comum
paraos transistores NPN e PNP.
Onde:
VB = tensão de alimentação de base IC = corrente de coletor VCE = tensão coletor emissor
VC = tensão de alimentação de coletor IE = corrente de emissor VBE = tensão base emissor
IB = corrente de base VCB = tensão coletor base
VB = RB x IB + VBE RB = ( VB - VBE ) / IB
VC = RC x IC + VCE RC = ( VC – VCE ) / IC
Para garantir a polarização direta da junção base/emissor e reversa da junção base/coletor, o resistor de
base (RB) deve ter maior valor que o resistor de coletor (RC).
Esse incremento fará aumentar a tensão sobre o resistor de coletor (VRC), diminuindo a VCE.
Vcc = RC xIc + VCE IC = (Vcc – VCE) / RC conclui-se que se VCE diminui, a corrente IC aumenta.
Um aumento na corrente IC tende a aumentar a temperatura, que aumenta o β, aumentando IC. Esse efeito
éumarealimentação positiva e, se não for contido, pode levar o transistor à destruição.
A solução encontrada é o uso de uma realimentação de emissor como mostra o circuito a seguir:
Neste circuito, um aumento na corrente de coletor (IC) provocará igual aumento na corrente de emissor (IE).
Esse aumento em IE provocará aumento na tensão sobre o resistor de emissor (VRE).
Ocorre que, para esse circuito, na malha de entrada temos: Vcc = VRB + VBE + VRE
Como Vcc e VBE são fixos, um incremento em VRE provocará diminuição em VRB, diminuindo a corrente de
base (IB) e, consequentemente, diminuindo a corrente de coletor (IC). Esse é umefeito de realimentação
negativa: umaumento na corrente de emissor (IE) provocará diminuição na corrente de base (IB, malha de
entrada).Concluindo: caso o β aumente, IB diminui e o circuito ficará estável.
Este circuito também é conhecido por polarização com “corrente de emissor constante”.
Malha de entrada:
RB x IB + VBE + RE x IE = VccRB = ( Vcc – VBE – RE x IE ) / IB
Malha de saída:
RC x IC + VCE + RE x IE = VccRC = ( Vcc – VCE – RE x IE ) / IC
Como temosduas equações e três incógnitas(RB, RC e RE), uma regra geral prática é adotar VRE=Vcc/10.
Exemplo de aplicação:
Dado um transistor com β=250 e uma fonte de alimentação de 20V, determine os resistores de polarização
(valores comerciais) para o ponto quiescente: VCEQ = Vcc / 2; ICQ = 100mA e VBEQ = 0,7V.
Resolução:
Como Vcc = 20V, adotando VRE = Vcc / 10, temos: VRE = 20/10 VRE = 2V(ou ainda,RE x IE = 2V)
Potência de RC: P = R x I2
IBQ = ICQ / β IBQ = 100mA / 250 IBQ = 0,4mA IBQ = 400µA (IBQ = 0,0004A)
Potência de RE: P = R x I2
Exercícios:
6) Dado um transistor com β=200 e uma fonte de alimentação de 12V, para um circuito na
configuração emissor comum com corrente de base constante e sem o resistor de degeneração,
determine os resistores de polarização (valores comerciais) para o ponto quiescente: VCE=Vcc / 2;
ICQ=15mA e VBEQ=0,7V.
7) Dado o circuito abaixo, polarize o transistor (β=150 e Vcc=15V) no ponto quiescente: VCEQ = 7V; ICQ =
50mA e VBEQ = 0,7V.
RB = __________________
RC = __________________
8) Polarize o transistor do circuito a seguir no ponto quiescente VCEQ= Vcc / 2; ICQ =40mA e VBEQ = 0,68V.
Dados: Vcc = 15V e β = 180.
RB = __________________
RC = __________________
RE = __________________
IB = __________________
ICQ = __________________
VCEQ = __________________
Na amplificação de sinais variáveis, para obter a maior amplitude de oscilação na saída, é desejável que a
tensão de coletor (tensão de saída) seja igual à metade da tensão de alimentação Vcc.Isto será verdade
quando VRC = Vcc/2.
O ganho deste amplificador é aproximadamente ( – RC / RE). O sinal “–“ indica mudança de fase da saída em
relação à entrada.
Substituindo RC e RE das equações acima, verificamos que o ganho do amplificador depende da tensão de
alimentação (Vcc) e da tensão de emissor escolhida(VRE).
No entanto, não podemos escolher VRE muito baixo, pois isso faria o amplificador não se comportar de forma
linear, devido aotransistor não ser linear.
Por isso, geralmente escolhemos uma tensão de emissor (VRE) de no mínimo algumas centenas de milivolts,
algo próximo da tensão base-emissor (VBE) do transistor.
Portanto, nesta configuração o amplificador possui um ganho limitado. Por exemplo, com alimentação 5V e
fazendo VE = 0,5V obtemos um ganho de G = -5.
Podemos aumentar o ganho livremente aumentando a resistência de coletor RC, limitando a saída apenas
pela tensão de alimentação.
Continuando com o projeto do amplificador, a corrente de base do transistor não deve afetar
significativamente a tensão de base do transistor. Para isso precisamos escolher os resistores RB1 e RB2
pequenos o suficiente quando comparados com o resistor de emissor.
Finalmente, para polarizar a base do transistor, precisamos fornecer a tensão de base correspondente. O
divisor resistivo formado por RB1 e RB2 precisa reduzir a tensão de alimentação de VCC para a tensão de
base necessária (VRB2).
Exemplo:
Projete um amplificador emissor comum com ganho -20, com alimentação de 24V. Considere um transistor
com βmin = 100 e uma corrente de coletor (Ic) próxima de 1mA.
c) A corrente de coletor (IC) é aproximadamente igual à corrente de emissor (IE). Com isso, calculamos a
resistência de coletor.
A potência dissipada por esse resistor será: P = R x I2 P = 12k x (0,000968)2 P = 11mW
(RB1 || RB2) < 6,26kΩesse valor pode ser a referência para escolha de RB2
(valor comercial = 6K2)
e) As resistências de bases devem dividir a tensão de alimentação para fornecer a tensão de base
necessária.
VRB2 = VccX RB2 / (RB1 + RB2)1,3V = RB2 x 24V / (RB1 + RB2) 1,3V (RB1+RB2) = RB2 x 24V
RB1 + RB2 = RB2 x 24V / 1,3V RB1 = 18,46 xRB2 – RB2 RB1 = RB2x 17,46
f) Escolhemos valores comerciais para RB1 e RB2 que satisfaçam a equação do paralelo e a razão entre as
resistências.
Escolhemos RB2 = 6,2kΩ (primeiro valor comercial menor que o paralelo calculado) e utilizamos a razão
17,46 para calcular o valor de RB1
RB2 = 6,2kΩ RB1 = RB2x 17,46 RB1 = 6200 x 17,46 RB1 = 108252Ω
A potência dissipada no resistor RB2 será de: P = (VRB2)2 / RB2 P = 1,32 / 6200 P = 272µW
VRB2 = 1,28V
A potência dissipada por esse resistor será: P = (VRB1)2 / R P = (24 – 1,28)2 / 110K P = 4,7mW
Exercícios:
IB= ________________
IC= ________________
VCE = ________________
IB = ________________
IC= ________________
VCE = ________________
IB= ________________
IC= ________________
VEC = ________________
Respostas:
a) b) c) d) e)
14) Determine o valor dos resistores no circuito abaixo, onde a carga controlada pelo transistor é um
LED.
Dados: βsat = 20; VBEsat = 0,7V; VCEsat = 0,3V; ID (LED) = 25mA; VD (LED) = 1,5V.
RC = ________________
RB = ________________
15) Um circuito digital TTL deve acionar um motor de 120VAC. Para isto, é necessário projetar uma
interface de potência, composta de um transistor atuando como chave sobre um relé. Projete o
circuito de polarização do transistor, considerando os seguintes parâmetros:
Dados do transistor: VBEsat = 0,7V; VCEsat = 0,3V; ICmax= 500mA; VCEmax = 100V; βsat = 10.
Dados do relé: RR = 80Ω;IR = 50mA.
RC = ________________
RB = ________________
16) Dado o circuito abaixo, determine IB, IC, VCE, VB, VC e VBC. Considere VBE=0,7V. Desconsidere os
capacitores no cálculo. Dado: β = 50.
IB = _______________
IC = _______________
VCE = _______________
VB = _______________
VC = _______________
VCB = _______________
17) Polarize o transistor BC548B na região ativa, com divisor de tensão na base, determinando os valores
comerciais dos resistores RB1, RB2, RE e RC.
Dados do transistor: BC548B; VBE = 0,6V; hFEmin = 110.
Dados de projeto: Vcc = 10V; IC = 5mA; Vsaída = Vcc/2.
RB1 = ___________________
RB2 = ___________________
RC = ___________________
RE = ___________________
18) Dados o circuito e a curva característica do transistor nas figuras a seguir, determine os pontos de
operação (VCEQ e ICQ) pelo traçado da reta de carga. Desconsidere os capacitores de entrada e saída.
Dado: IB = 20µA.
Configuração Darlington
Na eletrônica, o transistor Darlington é um dispositivo semicondutor que combina dois transistores bipolares
no mesmo encapsulamento (as vezes chamado par Darlington).
A configuração (originalmente realizada com dois transistores separados) foi inventada pelo engenheiro
Sidney Darlington do Bell Labs. A ideia de por dois ou três transistores em um mesmo chip foi patentada por
ele, mas não a ideia de por um número arbitrário de transistores, o que originaria o conceito moderno de
circuitos integrados.
Esta configuração serve para que o dispositivo seja capaz de proporcionar um grande ganho de corrente (hFE
ou β do transistor) e, por estar todo integrado, requer menos espaço do que o dos transistores normais na
mesma configuração.
Comparado a um transistor comum, apresenta uma maior defasagem em altas frequências, por isso pode
tornar-se facilmente instável. A tensão base-emissor do conjunto também é maior: consiste da soma das
tensões base-emissor de cada transistor individual e, para transistores de silício, é superior a 1.2V.
IC = IC1 + IC2 IC = β1.IB1 + β2.IB2 porém, a corrente IB2 é a corrente de emissor de TR1.
IB2= IE1 IB2= IC1 + IB IB2= β1.IB + IB IB2= (β1+1).IB substituindo na equação anterior:
Exemplo:
Dois transistores NPN são conectados na forma de um par Darlington para acionar uma lâmpada halógena
12V e 75W. Ignorando qualquer queda de tensão nos dois transistores, calcule a corrente base máxima
necessária para ligar a lâmpada totalmente. hFE1 = 25 e hFE2 = 80.
Em primeiro lugar, a corrente consumida pela lâmpada será igual à corrente do coletor do segundo
transistor, então: IC = ILAMP
IC = (β1 + β1.β2 + β2).IB 6,25A = (25 + 25.80 + 80).IBIB = 6,25 /(25 + 25.80 + 80) IB = 3mA
Concluindo, podemos notar que uma corrente de base muito pequena, de apenas 3,0 mA, como a fornecida
por uma porta lógica digital ou a porta de saída de um microcontrolador, pode ser usada para acionar a
lâmpada de 75 Watts.
Se dois transistores bipolares idênticos forem usados para fazer um único dispositivo Darlington, então β1 é
igual a β2 e o ganho de corrente geral será dado como:
Geralmente o valor de β2 é muito maior do que o de 2β, caso em que pode ser ignorado para simplificar um
pouco a matemática. Assim, a equação final para dois transistores idênticos configurados como um par
Darlington pode ser escrita como:
IC = β2.IB
A vantagem de usar um arranjo Darlington é que o transistor de comutação é muito mais sensível, pois uma
pequena corrente de base é necessária para comutar uma corrente de carga muito maior, já que o ganho
típico de uma configuração Darlington pode ser superior a 1.000, enquanto normalmente um único estágio
de transistor produz um ganho de cerca de 50 a 200.
Assim, um par Darlington com um ganho de 1.000: 1 poderia comandar uma corrente de saída de 1 ampere
no circuito coletor-emissor com uma corrente de base de entrada de apenas 1 mA. Isso torna os transistores
Darlington ideais para interface com relés, lâmpadas e motores para microcontroladores de baixa potência,
computadores ou controladores lógicos.
As informações seguintes foram obtidas no mesmo datasheet. Note o hFE = 1000 e a VBE(on) = 2,5V:
Há também os transistores de menor potência, como o par BC516 (PNP) / BC517 (NPN).
As informações seguintes foram obtidas no mesmo datasheet. Note o hFE = 30000 e a VBE(on) = 1,4V:
Notamos também que o fabricante sugere que a saturação (IC = 100mA) é obtida com IB = 0,1mA, prevendo
um βsat = 1000, valor muito superior ao dos transistores convencionais.
Fontes de Corrente
Em estudos de circuitos eletrônicos é comum representarmos a fonte de alimentação como uma fonte de
tensão constante. De fato são as formas mais comuns, fáceis de assimilar e praticar. Pilhas e baterias
pertencem ao grupo de fontes de tensão: nestas, a tensão tende a permanecer constante e, conforme a
carga é alterada, a corrente é quem varia.
Em fontes de correntes, a corrente é quem permanece constante. Conforme a carga tem seu valor alterado,
a tensão é quem varia de forma a manter a corrente constante. Assim, uma fonte de corrente constante é o
circuito que limita o valor da corrente elétrica mesmo que a fonte de tensão ou carga varie seu valor, dentro
dos limites estabelecidos pela Lei de Ohm.
O circuito seguinte mostra uma fonte de corrente constante, alimentada por uma fonte de tensão, composta
por transistor, diodo zener e resistores.
A carga a ser alimentada é representada pelo potenciômetro RL (Resistor Load). Ajustar RL simula as
variações na carga. Ao mudar RL, a tensão sobre a carga muda, pois a corrente fornecida (coletor de Q1) é
constante. Utilizando o software de simulação Multisim®, construa o circuito indicado a seguir.
XMM1 XMM2
Q1
BC558B
43Ω
D1
1N748A 100Ω 50%
V1 Key=A
12 V
390Ω
Neste circuito, o diodo zener (3v9 para 1N748) e a tensão VEB do transistor (até 0,82V, segundo o datasheet
do BC558) tendem a permanecer constantes. Isto significa que a tensão sobre o resistor RE de 43Ω no
emissor do transistor tende a ser constante, mesmo que a tensão de alimentação V1 flutue (mas mantenha
o diodo zener D1 polarizado). Com isso, a corrente em RE fica fixa, determinando a corrente máxima no
coletor de Q1, que é a corrente máxima entregue à carga.
Ligue a simulação e verifique as leituras nos multímetros. Faça variar o valor do potenciômetro (carga) e
verifique o que muda. Altere o valor da fonte de alimentação V1 para 15V e depois para 18V. Verifique os
efeitos nas leituras dos multímetros e compare com o valor teórico calculado.
Note que a corrente tende a ser tolerante tanto com as alterações na carga como com a fonte de
alimentação. Com os valores sugeridos no circuito, a corrente fornecida permanece constante para qualquer
posição de R3 e para flutuações na alimentação, que poderá estar entre 11V e 20V.
XMM1 XMM2
R3
200Ω
55 %
Key=A
R1
V1 12kΩ
12V carga
Q1
R2
1kΩ BC548B
25 %
Key=A
Ajuste R2 para uma leitura de 4mA no multímetro. Faça variar a resistência na carga (R3) e acompanhe as
alterações pela leitura da corrente e tensão sobre a carga.
As fontes de corrente são representadas por uma seta no interior de um círculo, momo mostra o
símbolo ao lado. Embora não seja um consenso universal, essa é a representação mais utilizada.
Espelho de corrente
Construa o circuito a seguir no Multisim®. XMM1 e XMM2 são multímetros ajustados como amperímetros.
XMM1 XMM2
R2
330Ω
R1 R3
0%
V1 10kΩ 150Ω V2
12V Key=A 24V
Q1 Q2
BC548B BC548B
Execute a simulação. Atue sobre R1 fazendo a corrente de entrada variar. Verifique as alterações na corrente
do circuito da direita. Note que a corrente de saída não é exatamente a mesma da entrada, mas
proporcional.
O circuito seguinte mostra que a corrente de entrada pode ser espelhada em vários circuitos de saída.
5kΩ
Key=Z 10 %
R10
R9 R6 R7 R8
470Ω 100Ω 500Ω 1000Ω
+ + + + +
0 A 0 A 0 A 0 A 0 A
- - - - -
V1 V2
12V Key = A Key = B Key = C 24V
J1 J2 J3
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
Simule o circuito no Multisim®. Atue sobre o valor da corrente e veja a influência na saída. Atue sobre as
chaves J1, J2 e J3 e verifique o espelhamento em mais de uma saída.
Em 1967, os engenheiros George R. Wilson e Barrie Gilbert se desafiaram para encontrar uma forma de
espelho de corrente mais eficiente. George R. Wilson, engenheiro de design de circuitos integrados que
trabalhava para Tektronix, ganhou o desafio e criou o circuito que leva seu nome.
V1
mA mA V2
Adicionando um quarto transistor ao espelho de corrente
Wilson podemos equalizar as tensões de coletor de Q1 e Q2,
RE RL
removendo qualquer incompatibilidade entre Q1 e Q2. A
equalização das tensões de coletor também equaliza a
potência dissipada em Q1 e Q2 e tende a reduzir a
incompatibilidade dos efeitos da temperatura sobre as VBE.
Q4 Q3
+ - 100Ω - +
0 A 0 A
10kΩ
40 %
Key=A
12V 100Ω 24V
Construa o circuito sugerido. Para os transistores, utilize os virtuais disponíveis no Multisim®. Execute a
simulação. Altere a corrente de entrada atuando sobre o potenciômetro. Verifique as modificações na
corrente de saída (parte à direita do circuito).
Modo Diferencial
+ +
0 A 0 A
- -
R5
47Ω R4
Key=A 100Ω
0%
Q2 Q3
V1 BD135 BD135
24V R2
33kΩ
+
0 A
-
Q1
BD135
R1
5kΩ
70 %
Key=A
Ajuste R1 para uma indicação de corrente próxima de 65mA no coletor de Q1. Faça variar o potenciômetro
R5 e veja os efeitos sobre a corrente em R4.
Notamos que a corrente no coletor de Q1 permanece constante. Para que isso aconteça, alterações na
corrente de coletor de Q2 são compensadas inversamente por Q3, daí o nome “modo diferencial”.
Amplificador Diferencial
Um amplificador diferencial é composto por circuitos de fonte de corrente constante e espelho de corrente.
O circuito tem duas entradas: uma inversora e uma não inversora. Assim, ao aplicarmos sinais nas duas
entradas, a saída será um sinal amplificado correspondente à diferença entre as entradas.
Terminação Simples: é quando um Terminação Dupla (modo Modo Comum: é quando um mesmo
sinal é aplicado numa entrada e a diferencial): é quando dois sinais são sinal, podendo ser também de
outra é conectada a terra; aplicados nas entradas; mesmo potencial e de defasagem
+Vcc +Vcc nula entre si, é aplicado nas entradas.
RC1 RC2 RC1 RC2 +Vcc
VC1 VC2 VC1 VC2 RC1 RC2
RE RE
RE
- Vee - Vee
- Vee
iRE RE
ic = iB = iEiE1 = (+1)iB1 iE2 = (+1)iB2
Para se melhorar o funcionamento do amplificador é preciso que aumente o valor dos resistores nos
coletores (RC) para aumentar o ganho diferencial, e o de RE, para aumentar o ganho em modo comum. Mas
aumentando o valor de RC e RE haverá uma modificação na polarização do transistor e isso afetará o
funcionamento do amplificador.
Para não afetar o desempenho e ao mesmo tempo melhorar o funcionamento do circuito, substituem-se os
resistores por fontes de corrente. No circuito a seguir a saída de sinal é obtida no coletor de Q2.
Vcc
As fontes físicas possuem alta resistência interna, onde a corrente VB1 VB2
iE é obtida usando a expressão:
iE = (Vcc – VBE)/Rx
XSC1
18kΩ
Ext T rig
+
_
A B
12 V + _ + _
XFG1
15kΩ
Ajuste o gerador de sinais para onda quadrada de 100Hz e amplitude de 850mVp. Ajuste o osciloscópio de
forma a visualizar as formas de ondas na entrada e saída (Timebase = 10ms/Div; canal A = 5V/DivYpos = 0;
canal B = 5V/DivYpos = -1).
Execute a simulação. Note que a saída representa o inverso do sinal de entrada, porém amplificado.
O sinal mínimo de saída não é zero volt. Isto se dá por causa das tensões VCE dos transistores no modo
saturado (chave). Da mesma forma, a tensão máxima de saída é próxima à Vcc, mas não idêntica.
A escolha da onda quadrada no gerador de deu porque neste circuito não há controle sobre o ganho de
amplificação. Assim, o sinal de saída tende a se estabelecer no valor mínimo ou no máximo da Vcc.
Experimente outras formas de ondas (senoidal e triangular) e verifique o que acontece.
Coloque o gerador de funções novamente para onda quadrada. Execute a simulação. Reduza
gradativamente o nível do sinal e tente identificar o mínimo sinal de entrada que mantém as características
vistas no sinal de saída. Este mínimo sinal é a sensibilidade do circuito. Justifique este valor.
Comparador de tensão
Como o nome indica, é um circuito capaz de comparar dois níveis de tensão.
A figura é uma cópia do diagrama apresentado no datasheet da Texas Instruments sobre o CI LM 2903. Este
CI é encapsulado em 8 pinos e é composto por dois comparadores de tensão, uma das aplicações do
amplificador diferencial.
COMPARATOR_VIRTUAL
Configuração Inversor
XSC1
G Para esta simulação, o sinal é injetado na entrada inversora. Note a
XFG2
T
inversão de fase da saída em relação ao sinal de entrada.
A B C D
U1
Configuração Comparador
XSC1 Nesta simulação são injetados dois sinais. Ajuste os geradores para
G onda quadrada com 1Vp e frequências 20Hz (XFG1) e 5Hz (XFG2).
XFG1 XFG2
T
Execute a simulação e analise o sinal obtido. Procure justificar o
A B C D
porquê de sua forma.
U1
COMPARATOR_VIRTUAL
Altere a frequência gerada por XFG2 para 22Hz e execute a simulação novamente. Analise a forma de onda
do sinal na saída do comparador de tensão e justifique sua forma.
LM339
Quadvoltage
Comparator
O diagrama a seguir ilustra o circuito completo de cada comparador de tensão existente no LM 339. As setas
à direita do diagrama indicam os pontos de ligação em comum entre os quatro comparadores deste circuito
integrado.
Exemplo de aplicação
Para indicar potências maiores, as alterações no circuito são facilmente implementadas; basta alterar o valor
do diodo zener ou simplesmente incluir um trimpot de 1K na entrada de áudio.
O CI escolhido é o LM 339. Sua escolha se dá por ser comum em nosso mercado (fácil de encontrar), baixo
custo e comporta alimentação simples de até 36V conforme seu datasheet.
Outro fator é a faixa de indicação desejada. A princípio vamos considerar uma potência de áudio máxima de
apenas 10W.
Os CIs comerciais podem conter vários comparadores de tensão. O CI considerado neste exemplo é o
comparador de tensão quádruplo LM339.
Com quatro comparadores de tensão, podemos estabelecer quatro níveis de comparação para indicar
diferentes potências. Para isso, usamos uma tensão de referência estabilizada por um diodo zener e
divisores de tensão.
O sinal de entrada é retificado por um diodo e o resistor de 220 garante que a impedância vista pelo
amplificador seja pouco alterada em relação ao alto falante sozinho (o circuito de entrada opera em paralelo
com o alto falante). O valor desse resistor não é crítico, podendo ser adotado acima de 27Ω.
Aqui cabe ressaltar uma condição importante: o circuito aqui proposto foi pensado em amplificação simples
e não em ponte. Para amplificação em ponte (como nos auto rádios modernos), deve-se desacoplar a CC do
sinal através de um capacitor em série com a entrada de sinais; um capacitor eletrolítico bipolar de valor
entre 47F e 220F com tensão de isolação de pelo menos 25V deve ser usado. Nestas condições, a
indicação de potência será o quádruplo do indicado aqui nas tabelas.
Lista de materiais:
1 CI – LM 339
1 Soquete para CI de 14 pinos
1 resistor de 470x 1/4W [ 470R ]
1 resistor de 220 x1/8W [ 220R ]
5 resistores de 1K x1/8W [ 1K ]
2 resistores de 1,2Kx 1/8W [ 1K2 ]
1 resistor de 2,4Kx 1/8W [ 2K4 ]
1 resistor de 4,7Kx 1/8W [ 4K7 ]
1
1 resistor de 10Kx /8W [ 10K ]
1 capacitor eletrolítico de 4,7F x 25V
1 diodo zener 1N748 – 3v9 x1/2W
1 diodo 1N4148
1 Led vermelho
1 Led amarelo
3 Leds verdes
2 conectores KRE 2 vias
1 PCI de dimensões 5 cm x 6 cm
O capacitor de 4,7F fornece uma velocidade da indicação para melhor conforto de visualização. O tempo de
carga (“tempo de ataque”, na indicação) é dado pela carga do capacitor através do resistor de 220. Os
amplificadores diferenciais apresentam altas impedâncias de entrada (da ordem de centena de K), assim o
tempo de descarga do mesmo capacitor será dado pelo resistor de 10K. Valores diferentes para este
capacitor e para o resistor de descarga podem ser experimentados.A tensão armazenada neste capacitor é
aplicada a todas as entradas inversoras( -) dos comparadores de tensão.
Quando não houver sinal na entrada, a carga nesse capacitor será zero. Como as entradas não inversoras
recebem tensões positivas a saída de cada comparador permanecerá positiva. Como os Leds estão com
anodo no positivo do circuito a queda de tensão neles é nula e permanecem apagados.
Conforme o sinal de entrada se eleva, a tensão no capacitor também se eleva. Essa tensão, aplicada às
entradas inversoras, é comparada com as de referências (fornecidas pelo divisor resistivo e estabilizada pelo
diodo zener). Quando a tensão se torna maior que referência existente em cada comparador, sua saída
muda para zero volt ( 0V ). Com isso, o respectivo Led acenderá.
O resistor em série com cada Led limita sua corrente para que não queime. De acordo com seu datasheet, o
LM 339 permite até 16mA em cada saída. Considerando uma queda de tensão de pelo menos 1V em cada
Led, resistores 1K permitirão alimentação de até 17V. Valores maiores como 1K5 ou mesmo 2K2 podem ser
experimentados. Tal mudança permite elevar a tensão de alimentação do circuito para 24V ou mais.
Como cada comparador possui referência diferente (fornecida pelo divisor de tensão resistivo), o resultado é
que os Leds acenderão em sequência conforme a tensão de carga do capacitor aumentar.
Os valores escolhidos para os resistores do divisor de tensão temos uma escala aproximada de 6dB por
indicação (lembrando que a cada 3dB a potência dobra, portanto a cada 6dB ela quadruplica). Como
sabemos, a potência é dada por P = V2 / R e levando em consideração os valores dos resistores, o zener de
3,9V e 0,6V da barreira de potencial do diodo de entrada, a indicação de potência deste circuito é dada por:
Como as correntes envolvidas são pequenas, quase todos os resistores podem ser do tipo miniatura. Apenas
o resistor de polarização do diodo zener deve ser maior, com potência de 1/4W.
No layout foi incluído um capacitor de 22F x 25V (posicionado entre R4 e R5) que deve ser usado quando a
alimentação deste circuito for independente do amplificador. Quando a alimentação for a mesma do
amplificador, esse capacitor pode ser dispensado.
Este circuito pode ser ampliado para indicação com maior quantidade de Leds. Exemplo:
As imagens apresentam os layouts do circuito expandido para 9 Leds de indicação. Como incremento, há um
trimpotmultivoltas para ajustar o medidor caso se deseje indicações de potência maiores que o inicialmente
projetado.
Note que os valores dos componentes não estão representados. Como exercício de projeto, determine o
valor ideal para cada componente segundo o valor comercial (tabela E24 para resistores) para a escala de
indicação determinada pelo professor.
Como complemento deste estudo, pesquise os datasheets dos CIs LM3914, LM3915, LM3916 e BA6154.
Analise a constituição interna de cada um e verifique as aplicações sugeridas pelo fabricante para cada um
deles. Como são componentes com os mesmos princípios de funcionamento e constituição, identifique o
que os torna específicos para cada aplicação.
Os AOs foram desenvolvidos na era das válvulas termo iônicas, onde eram usados em computadores
analógicos. Os AOs modernos são normalmente construídos em circuitos integrados (ocasionalmente são
feitos com transistores).
A maioria dos AOs simples, duplos ou quádruplos disponíveis possuem uma pinagem padronizada que
permite que um tipo seja substituído por outro sem mudanças na pinagem. Um AO específico pode ser
escolhido pelo seu ganho em malha aberta, largura de banda, nível de ruído, impedância de entrada,
consumo da potência, ou uma combinação de destes fatores.
Analisando seus circuitos, é na etapa de saída que encontramos as principais diferenças e que levam
justamente aos usos diferentes para estes circuitos e também para seu comportamento diferente em muitas
aplicações. Os comparadores em geral trabalham com saída com coletor aberto, já os AOs não. Assim,
dizemos que os amplificadores operacionais são otimizados para uma operação linear enquanto que os
comparadores de tensão são otimizados para uma operação em regime saturado.
Compare as figuras abaixo, extraídas dos datasheets do LM339 (comparador) e do LM324 (AO).
Como já citado, o Amplificador Operacional (AO) é um amplificador multiestágio com entrada diferencial.
Suas características se aproximam às de um amplificador ideal. As características de um AO ideal são:
Para compreender como atua um amplificador operacional, vejamos a atuação de um amplificador simples:
+ Vcc
RE RC3
Q11
D1
Q1 Q2
IN + OUT
D2
GND
IN -
Q12
CC
GND
Q3
RC1
- Vcc
Uma entrada diferencial é necessária para possibilitar controlar o ganho do amplificador. O termo
"feedback" implica que nós realimentamos parte da saída para a entrada negativa (IN - ) através de um
divisor resistivo, como veremos adiante.
Este é também um estágio de transcondutância: tensão, corrente. Transcondutância é a razão entre o sinal
de saída de corrente de um circuito em relação ao sinal de tensão de entrada.
A transcondutância (gm) de Q1, Q2 determina o ganho deste estágio. A entrada é um nível de tensão
elétrica e a saída é a corrente elétrica resultante no coletor do transistor Q1.
Q1 e Q2 são o seu amplificador diferencial básico. RE define a corrente de polarização do coletor de CC para
os transistores.
IC1 = IC2 = IE / 2 = [(VCC - VBE) / RE] ×1/2
IC1 ajusta o ganho de Q1 (ou transcondutância - tensão de entrada, corrente de saída) para um sinal de CA.
gm = IC1 / VT
Onde:
gm = transcondutância do estágio de entrada diferencial
VT = é a tensão de entrada resultante do par diferencial. Isto dá corrente de coletor de Q1. No caso
da entrada inversora estar conectada à terra (0V), VT representará a sensibilidade do amplificador
para máxima tensão de saída, a partir da qual ocorre o ceifamento do sinal.
O resistor RC1 ajuda a definir IC1 igual a IC2. A princípio, RC1 = VBE3 / IC1. Por exemplo, se desejado Ic1 = 0,5
mA, então RC1 = 0,7 V / 0,5 mA = 1,4 k. Podemos ter que ajustar esse valor para obter Ic1 ~ Ic2. Embora RC1
auxilie no balanceamento de correntes de coletores, ele também nos rouba o ganho de sinal, desviando
parte de IC1 da base do Q3. Para efeitos de cálculos, definimos o fator Ki se referindo à parcela de corrente
que efetivamente chega à Q3.
Este é um estágio de transimpedância: quando o sinal de saída é um nível de tensão dependente de uma
corrente de entrada, o estágio é chamado de amplificador de transimpedância ou transresistência. A maior
parte do ganho de tensão acontece neste estágio. O ganho de tensão geral deve ser elevado (> 1000) para
que o amplificador tenha um ganho de sinal preciso (+10) e baixa distorção quando trabalhando em laço
fechado (feedback), instalando os componentes de realimentação.
O estágio de ganho se parece com o um amplificador emissor comum básico. Sua corrente de coletor DC
pode ser calculada com a tensão de saída Vo = 0V, colocando o coletor de Q3 a 0.7V disso através do VBE de
Q11.
IC3 = (VCC – VBE11) / RC3
A corrente de coletor IC1 de Q1 divide-se entre RC1 e a base de Q3. Ki = IB3 / IC1 = RC1 / (RC1 + RIN3)
Onde RIN3 = IC3 / VT. Então, IB3 é multiplicado pelo ganho de corrente de Q3 e convertido de volta para
tensão por RC3. A tensão torna-se VC3 = IB3 ×β3 × RC3.
O capacitor entre coletor e base de Q3 é incluído para evitar que o circuito entre em oscilação.
O estágio de buffer de saída tem um ganho de 1 permitindo alimentar cargas de baixa impedância sem
afetar o ganho. Obter a saída diretamente de RC3 afetaria seu ganho de tensão. O buffer transfere a tensão
de saída para a carga enquanto fornece a quantidade de corrente necessária, isolando a carga do estágio de
ganho.
Os diodos D1 e D2 ajudam a polarizar o estágio de saída Q11 e Q12. Esses diodos compensam a barreira de
potencial de VC3 para Vo quando a saída passa de positiva para negativa ou vice-versa. Essa distorção
cruzada (crossover) é corrigida principalmente pela realimentação(feedback), mas quanto menos
compensar, melhor.
Q11 e Q12 formam o estágio de saída “push-pull”. Eles são seguidores de emissor simples - um para as
variações de saída positiva (NPN) e um para a saída negativa (PNP).
Como o seu nome indica, o emissor segue a base (ganho unitário), exceto por 0,7V até a condução do
emissor. É por isso que D1 e D2 estão incluídos, para compensar uma queda de 0,7V em cada ciclo.
As bases dos seguidores de emissor apresentam uma alta impedância ao RC3, tendo pouco efeito no ganho.
Por outro lado, o emissor apresenta baixa impedância à carga RL, de modo a poder gerar grandes correntes,
se necessário. No entanto, à medida que a carga RL diminui, a impedância de entrada de Q11 e Q12 também
diminui. Esta impedância reduzida está em paralelo com o RC3, reduzindo o ganho do amplificador.
Realimentação e Ganho
Vin+
O ganho interno total do amplificador é da entrada diferencial para a saída.
Vo
Seja o ganho total AOL (Open Loop Gain), teremos:
Vin-
AOL = Vo / (vin + - vin-) = gm1 × Ki × beta3 ×RC3× 1/2
AOL define o ganho de malha aberta do amplificador porque fizemos a análise sem a malha de
realimentação. O ganho em malha aberta (AOL) é tipicamente maior que 1000 V/V.
Vin+
Podemos definir seu ganho de sinal real pelos componentes de Vo
realimentação (feedback) RF2 e RF1.
RF2
ACL (Closed Loop Gain) define o ganho de malha fechada. Sejam RF2 e
RF1 os resistores de feedback (realimentam a saída para a entrada
negativa). RF1
Vamos projetar um amplificador para a faixa de áudio, partindo dos parâmetros desejados:
Parâmetros iniciais:
Ganho de tensão de 10 V/V (20 dB)
Alimentação a partir de uma fonte simétrica de +/- 15V
Corrente de polarização (DC bias) de Q1 e Q2 de 0,5mA
Corrente de polarização (DC bias) de Q3 de 3,5mA
Mínimo sinal na entrada quando operando em malha aberta de 25mV
Inicialmente, para obter IC1 = 0.5 mA, vemos que VBE3 (de Q3) está em paralelo com RC1, limitando-o a 0.7V.
Assim, temos RC1 = 0,7V/ 0.5mA = _______. (determine o valor teórico de RC1 e anote)
IC1 = [ (VCC - VBE) / RE ]× ½ RE=[ (VCC - VBE1) / IC1 ] × ½ RE = [ (15 - 0,7) / 0,5mA ] × ½ RE = ______
IC3 = (VCC - VBE4) / RC3 RC3 = (VCC - VBE4) / IC3 RC3 = (15 - 0,7) / 3,5mA =_____
IC1 = Vin × 1/2 × gm1 IC1 = Vin × 1/2 × 0,02 IC1 = Vin × 0,01 (A / V)
A corrente de coletor ic1 será dividida entre RC1 e rin3, definida por
AOL = VC3 / Vin AOL = gm1 × Ki × beta3 × RC3 × 1/2 AOL = 2705 (V / V)
Finalmente, com o ganho em malha aberta (AOL) tão grande, podemos fechar com segurança o loop com
RF1 e RF2 definindo o ganho de malha fechada. Neste caso, como veremos adiante, o ganho em malha
fechada (ACL) será dado por:
Como escolhemos inicialmente um ganho de 10 vezes (ACL = 10 V / V), adotando o resistor de realimentação
de 10K, teremos:
A resistência RL, próxima ao osciloscópio, simula a carga alimentada pela saída do circuito.
V1 XSC1
XFG1
RE RC3 15 V
14300Ω 4085Ω Ext Trig
+
_
Q11 A B
+ _ + _
D1
RF2
Q1 Q2
10kΩ
RF1 D2
1.1kΩ RL
1kΩ
Q12
CC
470pF Q3
RC1 V2
1400Ω 15 V
Experimente outros valores para a malha de realimentação e verifique seu funcionamento na simulação.
Sugestões: ACL = 25; ACL=100. Para ambos, considere RF2 = 18KΩ.
Podemos estudar possíveis ajustes para aproximar o projeto para o de um amplificador ideal.
A figura seguinte mostra o mesmo projeto, mas sem os resistores de realimentação e carga e também com
as entradas conectadas a 0V (gnd).
Neste circuito foram incluídos amperímetros e um voltímetro para auxiliar nos ajustes.
V1
+
RC3 15 V
RE 0.000 A
-
14300Ω
XSC1
Ext T rig
+
Q11
_
B
D1 A
_ _
+ +
Q1 Q2 D2
Q12
+
+ +
CC 0.000 A
0.000 A 0.000 A
470pF - +
- -
0.000 A
-
Q3
+ V2
RC1 0.000 V 15 V
-
A tensão VBE de Q3 foi considerada 0,7V para fins de cálculo, mas na realidade este valor é apenas próximo
disto, como podemos ver pelo voltímetro. Isto significa que o valor calculado de RC1 é teórico, podendo ser
melhorado.
Podemos iniciar com a adoção de RE=14300 conforme calculado, e modificar o valor de RC1 para que a
diferença entre as correntes de coletor de Q1 e Q2 seja a menor possível. Anote o valor ajustado encontrado
para RC1.
RC1 = ______________
Para a saída, já que as entradas estão em 0V, a tensão de saída medida pelo osciloscópio deveria apresentar
0V, o que com os valores calculados não ocorre. Para que isso ocorra devemos ajustar o valor de RC3. Altere
o valor de RC3 para que a leitura na saída seja a mais próxima possível de zero volt.
Note que com o valor ideal, as correntes de coletor dos transistores de saída se igualam. Compare os valores
encontrados para os resistores e as correntes medidas ainda estão bem próximas do calculado.
RE RC3 +
14300Ω 0.000 A V1
- 15 V
+
XSC1
0.000 A Q11
-
Ext Trig
+
_
B
D1 A
_ _
+ +
Q1 Q2
D2
+
Q12
0.000 A
-
+
+
0.000 A CC
-
470pF 0.000 A
-
+
Q3
0.000 A
-
Q4 Q5 +
0.000 V V2
- 15 V
Nesta nova configuração, o valor de RC3 deverá ser reajustado para que a saída se apresente a mais
simétrica possível. Na ausência de sinais de entrada, como na figura, a saída deve ficar em 0V. Experimente o
valor de 9k1 para RC3 e verifique o efeito na saída. Isto ocorre em malha aberta, onde o ganho é máximo e
diferenças entre o ideal e o real são amplificadas. Esta é a correção de offset dos AOs. Com laço fechado em
ganho 10, por exemplo, o valor anteriormente calculado pode ser aplicado.
Em um CI comercial, os resistores RE e RC3 são normalmente substituídos por fontes de corrente constante.
A figura a seguir foi obtida de um datasheet do CI LM386. Interprete o diagrama de sua constituição interna.
Os circuitos apresentados contêm os princípios dos amplificadores operacionais e são ótimos para baixas
frequências como a faixa de áudio. Porém, um amplificador operacional deve operar com ampla faixa de
tensão de alimentação e de sinais, ter precisão de funcionamento e ganho controlado com exatidão em uma
faixa de frequências muito mais ampla que a de áudio, além de trabalhar com qualquer tipo de forma de
onda. Então, um circuito mais elaborado se faz necessário.
O primeiro AO integrado a tornar-se largamente disponível foi o Fairchild UA-709, no final dos anos 60.
Porém foi ultrapassado pelo desempenho superior do 741 (é mais fácil de utilizar, e provavelmente o mais
conhecido da eletrônica – todos os principais fabricantes produzem uma versão deste chip). O 741 possui
transistores bipolares, e segundo os padrões modernos possui uma performance considerada média.
No final dos anos 70 surgiram projetos baseados em transistores FET e as versões com MOSFET no início dos
anos 80. Há ainda os chamados AOsBi-FET, que combinam transistores bipolares e MOSFETs e que
aproveitam as melhores características de ambos. Bi-FETs típicos são os CA3130 e CA3140 da RCA.
Fontes de corrente
+Vcc
7
Q8 Q9 Q12 Q13
Entrada
Inversora
Q14
2
4K7Ω
3
Q1 Q2 39kΩ Q16 Q17
Entrada não
Inversora 7K5Ω
30pF 24Ω
Saída
Estágio de
Entrada Q3 Q4
6
diferencial Q15
Q7 51Ω
Q19
Estágio de saída
push-pull
Q5 Q6 Q10 Q11 Q22 Q20 (em classe AB)
1 5 -Vcc
Offset Offset
Fonte de Estágio de ganho
corrente (em classe A)
O amplificador diferencial formado por Q1 a Q4 comanda uma fonte de corrente de carga ativa formadas
pelos transistores Q5/Q7. Q7 aumenta a precisão da fonte de corrente pela redução da quantia de corrente
de sinal necessária para Q3 controlar as bases de Q5 e Q6. Esta fonte de corrente provê a conversão de
estágio diferencial para saída única, descrito a seguir:
A corrente de sinal de Q3 é a entrada para a fonte de corrente, enquanto a saída da fonte (o coletor do Q6) é
conectada ao coletor de Q4. Ali, as correntes de sinal de Q3 e Q4 são somadas. Para sinais de entrada
diferencial, os sinais de corrente de Q3 e Q4 são iguais e opostos. Desse modo, a soma é o dobro das
correntes individuais. Isto completa a conversão para uma saída única.
A tensão de sinal para um circuito aberto sobre este ponto é dada pelo produto das correntes de sinal
somadas pelo valor da associação paralela entre as resistências dos coletores de Q4 e Q6. Como os coletores
de Q4 e Q6 aparecem como altas resistências à corrente de sinal, o ganho de tensão de circuito aberto é
muito alto.
Deve se notar que a corrente de base nas entradas não é zero, e que a impedância efetiva das entradas
diferenciais do 741 é de cerca de 2 MΩ. Os pinos de ajuste de offset (offset null) podem ser usados em
conjunto com um potenciômetro para remover qualquer tensão de offset que iria existir na saída do AO
quando o sinal aplicado entre as entradas fosse igual a zero.
As seções em destaque formadas pelos pares Q8/Q9, Q10/Q11 e Q12/Q13 são as fontes de corrente. A
corrente primaria, da qual as outras correntes estáticas são geradas, é determinada pela alimentação do
chip e pelo resistor de 39 kΩ atuando (em conjunto com as duas junções de diodo dos transistores) como
uma fonte de corrente. A corrente gerada é de aproximadamente [ (VS+) – (VS−) – (2Vbe) ] / 39 kΩ.
As condições em CC do estágio de entrada são controladas pelas duas fontes de corrente à esquerda. A fonte
formada por Q8/Q9 permite tensões de modo-comum maiores nas entradas sem exceder a faixa ativa de
nenhum transistor no circuito. A fonte de corrente formada por Q10/Q11 é usada, indiretamente, para
determinar a corrente no estágio de entrada. A corrente é determinada pelo resistor de 5 kΩ.
O controle do estágio de entrada ocorre da seguinte maneira: As saídas das fontes de corrente Q8/Q9 e
Q10/Q11 juntas formam um circuito diferenciador de corrente com alta impedância. Se o estágio de entrada
tende a desviar (como detectado por Q8) do valor definido por Q10, isto é refletido por Q9 e qualquer
mudança do circuito é corrigida alterando a tensão nas bases de Q3 e Q4. Desta maneira, as condições de CC
do estágio de entrada são estabelecidas por um sistema de realimentação negativa de alto ganho.
A fonte de corrente no topo à direita, formada por Q12/Q13 provê uma carga de corrente constante para o
estágio de ganho classe A, através do coletor de Q13, que é largamente independente da tensão de saída.
A área tracejada que contêm os transistores Q15, Q19 e Q22 é o estágio de ganho classe A. Ele consiste de
dois transistores NPN em uma configuração Darlington(Q15/Q19) e utilizam a saída de fonte de corrente
como a sua carga de coletor para obter um alto ganho. O capacitor de 30 pF provê uma realimentação
negativa que varia com a frequência no estágio de ganho classe A para estabilizar o amplificador em
configurações de realimentação. Está técnica é chamada “compensação Miller” e funciona de uma maneira
similar ao circuito integrador com AO. É também conhecida como compensação de pólo dominante, porque
introduz um pólo dominante (que mascara os efeitos dos outros pólos) na resposta de frequência em malha
aberta. Estepólo pode ser baixo como 10 Hz em um amplificador 741 e introduz uma perda de −3dB na
resposta em malha aberta à esta frequência. Isto é feito para conseguir estabilidade incondicional no
amplificado até o ganho unitário de malha fechada e torna este tipo de amplificador mais fácil de utilizar.
A seção tracejada ao redor dotransistor Q16 é um chaveador de nível de tensão ou um multiplicador de VBE
(um tipo de fonte de tensão). Q16 provê uma queda de tensãoconstante entre seu coletor e emissor
independente da corrente que passe pelo circuito. Se a corrente de base no transistor for tida como zero, e a
tensão VBE for de 0.625 V (um valor típico em um transistor bipolar na região ativa), a corrente no resistor de
4.5kΩ será a mesma que a do resistor de 7.5 kΩ, produzindo uma tensão de 0.375V sobre ela. Isto mantém a
tensão no transistor e nos dois resistores em 0.625 + 0.375 = 1 V. Isto serve para polarizar os dois
transistores de saída levemente para prevenir a distorção por crossover. O problema da distorção de
crossover pode ser resolvido utilizando-se dois diodos de silício (2 × 0,6 V) em substituição a este estágio
(Q16 e resistores). Em amplificadores com componentes discretos, para se ter sucesso com esta técnica é
necessário que os diodos e os transistores de saída estejam em contato térmico.
O estágio de saída (tracejado que contém os transistores Q14, Q17 e Q20) é um amplificador seguidor de
emissor Classe AB push-pull (Q14/Q20) com a entrada definida pela fonte de tensão VBE de Q16 e seus
resistores de base. Este estágio é controlado pelos coletores de Q13 e Q19. A faixa de saída do amplificador
é de cerca de 1 volt a menos do que a tensão de alimentação, definido em parte pelo VCE(SAT) dos transistores
de saída.
O resistor de 25 ohms no estágio de saída atua com um sensor de corrente para prover a função de limite de
corrente de saída que limita o fluxo de corrente no seguidor de emissor Q14 para cerca de 25 mA no caso do
741. A limitação de corrente para a saída negativa é feita pela percepção da tensão no resistor do emissor do
Q19 e a utilizando para reduzir a carga na base de Q15. Versões posteriores deste esquema de amplificador
podem mostrar um método levemente diferente de limitar a corrente de saída. A resistência de saída não é
zero como em um AO ideal, porém com a realimentação negativa ela se aproxima de zero.
A figura abaixo é mais um exemplo de amplificador operacional na forma de circuito integrado. Foi obtida do
datasheet do CA3140 do fabricante Intersil.
Como são componentes reais (não ideais), por maior que seja a precisão construtiva dos componentes
sempre haverá algum grau de imperfeição. Isto faz com que os AOs apresentem uma tensão DC em sua
saída mesmo sem nenhum estímulo nas entradas. Essa é a tensão de offset.
O cancelamento de offset é possível porque os terminais citados estão conectados ao estágio diferencial de
entrada do AO, permitindo o balanceamento das correntes de coletor dos transistores.
Quando o AO não possui os terminais para ajuste de offset, isso pode ser feito através de resistores
externos.
Em qualquer caso, a tensão de offset poderá ser reduzida (mas não anulada) colocando-se um resistor de
equalização no terminal não inversor. Esse procedimento é sugerido pelos próprios fabricantes.
A figura seguinte mostra a inclusão do resistor de equalização (RE) para as configurações do AO como
inversor e não inversor.
Muitos AOs têm dois terminais dedicados para correção de offset, aos quais se conecta um trimpot. O cursor
do trimpot é conectado a um dos pinos de alimentação para prover o ajuste ou o cancelamento dessa
tensão. No 741 esses terminais estão presentes nos pinos 1 e 5 do circuito integrado.
Na simulação do componente 741 existente Multisim®, embora os terminais 1 e 5 estejam disponíveis para
uso, essa correção não funciona.
Na prática, esse erro (offset) é corrigido com a inclusão de um potenciômetro com os extremos entre os
pinos 1 e 5 do 741 e com o terminal central em –Vcc.
V1
12 V
Vejamos como isso se comprova. Utilizando o software de
simulação Multisim®, construa o circuito indicado ao lado. XMM1
Execute a simulação e meça a tensão de saída (pino 6). 7 1 5 U1
3
Anote: VS = ___________________ R1
6
2
15kΩ
Veja que as entradas estão ligadas a terra (0V). Com isso, a 5% R2
4 741
saída (pino 6) deveria apresentar tensão nula, o que não
150kΩ
ocorre. Esta é a tensão de offset. 5%
V2
Faça variar os valores dos resistores R1 e R2 conforme a 12 V
tabela abaixo e veja sua influência sobre a tensão de offset
na saída.
10K 470K Por outro lado, se a realimentação for fixa (ganho fixo),
um ajuste pode eliminar o offset, tornando-o preciso
5K 470K (sem erros) para qualquer nível de sinal de entrada.
1kΩ
+Vcc
7
Q8 Q9 Q12 Q13
Entrada
Inversora
Q14 V1
2 12 V
4K7Ω XMM1
3
Q1 Q2 39kΩ Q16 Q17
Entrada não
Inversora 7K5Ω
30pF 24Ω
Saída
Q3 Q4
6
Q15
Q7 51Ω
Q19
V2
12 V
Q5 Q6 Q10 Q11 Q22 Q20
Note que a alimentação é simétrica: +12V / GND / -12V. Construa esse circuito ou pegue o arquivo com o
professor.
Execute a simulação. Um voltímetro mede a tensão na saída. Atue sobre o potenciômetro (R12, na
simulação) de forma a obter a mínima tensão de saída. Esse é o ajuste de offset.
A realimentação faz com que o ganho seja ajustado conforme o projeto de aplicação, de ganho unitário a
centenas de milhares de vezes, multiplicando por esse valor qualquer diferença entre os componentes da
entrada diferencial. Assim, mesmo que sejam injetados 0V (zero Volt) nas entradas, a saída exibirá uma
tensão. O ajuste de offset é para minimizar este erro.
O circuito apresentado possui um resistor de 1K (R15) no elo de realimentação. Como não há resistência de
entrada, o AO atua como seguidor de tensão.