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O Banquete - Platão

Abertura gravada - Boas vindas

Cenário com uma faixa - “Campanha de Alimentos”, produtos e pacotes das doações no palco.

Um pequeno grupo se aproxima e para em frete dos produtos, outro grupo que vem logo atrás, em fila olhando
obcecados para a tela do celular, passam direto do ponto onde os alimentos estão para serem empacotados.

Alguém alerta: - Ô pessoal aonde vocês vão, os alimentos estão aqui.

-Opa! Desculpe estava distraído! - O que é mesmo que viemos fazer?

- Hoje marcamos para fazer a distribuição do que foi arrecadado na Campanha – E apontam para a pilha de alimentos.

Bem atrasado e destreíado com o celular, chega o Arrogante perguntando:

- Tudo pronto pessoal?

-Isso são horas de chegar? Diz um dos alunos.

- Foi só um pequeno atraso! Todo mundo se atrasa!

-Certo, então vamos começar a arrumar tudo. Já tem bastante gente esperando.

Enquanto a turma está preparando e separando os pacotes, um dos necessitados insiste com o grupo sem receber
atenção:

- Ei! ... - Ei!... – Pessoal!

Até que uma pessoa do grupo responde aos gritos:

- O que é que você quer? – Há um Silêncio generalizado e todos ficam parados (congelados).

& - Liga a Música – Rap da felicidade


Eu só quero é ser feliz E poder me orgulhar
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar Mas eu só quero é ser feliz
Fé em Deus, DJ Feliz, feliz, feliz, feliz onde eu nasci (Han!)
E poder me orgulhar
Eu só quero é ser feliz E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
Pára a música todos voltam aos seus personagens originais (com seriedade) e a peça continua.

- Gostaria de saber quando vão entregar os alimentos! – Não aguentamos mais esperar! Estamos sem comer desde
ontem! Precisa morrer alguém para tomarem providência?

- Desculpe já vamos começar a entregar os pacotes. - - Vamos acelarar turma!

Voltam a empacotar e separar os alimentos.

Um colega do grupo, tem problemas, é autista e não consegue empacotar nem separar os alimentos direito. Até deixa
cair um pacote. Seu colega “Arrogante”, se dirige a ele e o maltrata:

- Seu idiota! Não sabe fazer nada direito?! Quem chamou esse retardado! Ele só atrapalha!

- Não grita com ele! Não está vendo que ele tem “problema”?

- E daí?! Não quero nem saber. Problema dele!


O Autista, sempre com a carinha alegre, parecendo não enender nada daquilo, só observa e vai se afastando do grupo.

O arrogante vai em direção a outra vítma fazer bullying.

- Dá um tapinha na nuca de um menino e se esconde. Volta e desarruma o pacote que ele havia feito. Fica provocando o
menino que se entristece muito e fica acuado. Uma pessoa do grupo reclama.

- Você quer parar com essa bobeira?

- Só estou brindando! Não é nada demais.

- É sim! A partir do momento que ofende e desagrada o outro, já não é mais brincadeira.

- Tá bom já parei!

Nisso, o Arrogante olha para uma menina e começa o assédio. Vai até ela e de forma grosseira, a conduz para um canto,
contra a sua vontade. A menina tenta se desvencilhar, sem sucesso.

-Eu não gosto desse tipo de brincadeira! Para com isso!

Ele força ela a dá-lhe um beijo, ela não quer e continua tentando fugir.

– Me deixa em paz! Está me machucando! Para!

O autista vai socorrer a menina e pede para ele parar também.

Ei! O que está fazendo com ela?

Ele xinga e maltrata ainda mais o coitado do autista que não sabe se defender da situação. Mais uma vez. Uma pessoa
do grupo intervem.

- Você quer parar com isso. Deixa de ser chato. Tá atrapalhando nosso trabalho.

O grupo termina de empacotar os alimentos,

- Pronto pessoal, vamos logo distribuir para não estragar nada!

Arrogante: - Espera! Quero mostrar minha contribuição para a sociedade. Ele só quer tirar fotos (selfies). E demora.

Nisso, um dos necessitados começa a passar mal.

-Ai! Não estou me sentido bem! Cambaleia e cai.

Todos congelam. Liga a Música – Pulso.

O pulso ainda pulsa O pulso ainda pulsa O corpo ainda é pouco

O pulso ainda pulsa O pulso ainda pulsa Assim

Peste bubônica, câncer, Hepatite, escarlatina, estupidez, Reumatismo, raquitismo, cistite,


pneumonia paralisia disritmia

Raiva, rubéola, tuberculose, Toxoplasmose, sarampo, Hernia, pediculose, tétano,


anemia esquizofrenia hipocrisia

Rancor, cisticercose, caxumba, Ulcera, trombose, coqueluche, Brucelose, febre tifoide,


difteria hipocondria arteriosclerose, miopia

Encefalite, faringite, gripe, Sífilis, ciumes, asma, cleptomania Catapora, culpa, carie, câimbra,
leucemia lepra, afasia
O corpo ainda é pouco
O pulso ainda pulsa Ainda pulsa Assim

E o corpo ainda é pouco Ainda é pouco

Todos voltam a cena original.

- O que aconteceu?! Ela ainda respira! Calma gente! Dá um pouco de água pra ela.

Enquanto a turma socorre e tenta acoradar a vítma, o Arrogante aproveita para tirar sua selfie.

A Vítima acorda e é a primeira pessoa a receber a cesta de alimetos. Depois entregam para todos os outros da fila.

Estão comemorando o sucesso da campanha, cada um falando como foi sua contribuição, como é bom ajudar quem
precisa e planejando as próximas ações solidárias.

Mas, a tranquilidade durou pouco tempo.

O Arrogante safado que sempre está de mau humor, cara fechada, não cansa de provocar. Aproveita o descuido de uma
menina que está de minissaia e pensando que ninguém estáva vendo, começa a tirar fotos por baixo da saia dela e a
mandar pelo Whatsapp para o seu grupinho medonho.

Uma pessoa do grupo vê, além de a própria menina perceber o que ocorrera e vai tomar satisfação, ele foge. Ao fugir,
esbarra em Betinha.

Arrogante esbraveja:

- Sai da minha frente! Sua... Sua... Não gosto de gente como você!

-Tinha que ser mulher e ainda por cima preta.

Betinha indignada quase chorando diz:

Foi você quem me atropelou! Eu vi o que você fez, seu pilantra! Isso não se faz!

Arrogante:

Sai fora! Você não deveria nem estar aqui! Não converso com gente como você.

Eu não gosto da sua cor! Eu não gosto de você! Eu não gosto do seu cabelo!

Eu vi você tirando foto íntima da garota. Vou falar com a Direção!

Arrogante: - Quem você pensa que é?! Você não é nada! Ela vai acreditar em mim ou em você?

Sai fora, tenho mais coisas pra fazer.

- A garota de minissaia tenta fazê-lo apagar a foto. - Quem você pensa que é seu safado?

Todos congelam – liga a - Música Mosca na sopa

Arrogante faz cara de demônio. Eu sou a mosca que pintou pra lhe Eu sou a mosca no seu quarto a
Todos cantam. abusar zumbizar

Eu sou a mosca que pousou em Eu sou a mosca que pousou em Eu sou a mosca que perturba o
sua sopa sua sopa seu sono

Eu sou a mosca que pintou pra lhe Eu sou a mosca que pintou pra lhe Eu sou a mosca no seu quarto a
abusar abusar zumbizar

Eu sou a mosca que pousou em Eu sou a mosca que perturba o E não adianta vir me detetizar
sua sopa seu sono
Pois nem o DDT pode assim me Atenção, eu sou a mosca, a grande A mosca, meu irmão
exterminar mosca
Eu sou a mosca que posou em sua
Porque você mata uma e vem A mosca que perturba o seu sono sopa
outra em meu lugar
Eu sou a mosca no seu quarto a Eu sou a mosca que pintou pra lhe
Eu sou a mosca que pousou em zum-zum-zumbizar abusar
sua sopa
Observando e abusando Eu sou a mosca que pousou em
Eu sou a mosca que pintou pra lhe sua sopa
Olha do outro lado agora, eu tô
abusar
sempre junto de você Eu sou a mosca que pintou pra lhe
Eu sou a mosca que pousou em abusar
Água mole em pedra dura, tanto
sua sopa
bate até que fura
Eu sou a mosca que pintou pra lhe
Quem, quem é
abusar

Todos voltam a cena original


(sérios).

Soa o sinal para a merenda e o Arrogante apavorado sai correndo para ser o primeiro da fila.

- Eu quero ser o primeiro da fila. Sai desesperado, tropeça e cai bem no centro do palco.

O grupo se afasta. As luzes se apagam ou as cortinas de fecham. O palco é montado com o cenário do Banquete.

Minutos depois, chega Erixímaco.

- Olá meu caro amigo. Você está bem?

Ainda atordoado o Arrogante indaga: - Onde estou? O que aconteceu?

- Fique calmo, o encontramos caído aqui. - Quem é você e onde mora?

- Não me lembro! Minha cabeça doi! - Vou embora! Não sei o que estou fazendo aqui!

- Acalme-se! Aproveite e fique para o Banquete que nosso amigo e afitrião Ágaton está promovendo pela sua vitória no
Concurso de Tragédias.

O que? Quem? Que Banquete? Não estou entendendo!

- Primeiro se acalme para podermos conversar! Eu também não sei como você chegou aqui, mas, já que está, fique
como meu convidado.

- Convidado do que? O que vão fazer?

- Já disse! Estamos aqui para o Banquete. Vamos comemorar a vitória de Ágaton . Ele ganhou o concurso de tragédias e
como sempre fazemos, promovemos um belo almoço. E agora, como intelectuais da cidade, vamos nos desafiar numa
competição, discursando sobre um tema de nosso interesse.

- Mas, eu não sei nada! Ninguém gosta de mim! Não sei o que fazer!

- O que você quer de mim? Grita o Arrogante.

Todos congelam – liga a Música – Não quero dinheiro – todos cantam.

Vou pedir pra você ficar Eu te amo Vou pedir pra você me amar

Vou pedir pra você voltar Eu te quero bem Vou pedir pra você gostar
Eu te amo Não quero dinheiro Pra te ver cantando

Eu te adoro, meu amor Eu só quero amar Quando a gente ama não pensa
em dinheiro
A semana inteira fiquei esperando Te espero para ver se você vem
Só se quer amar se quer amar se
Pra te ver sorrindo Não te troco nesta vida por
quer amar
ninguém
Pra te ver cantando
De jeito maneira não quero
Porque eu te amo
Quando a gente ama não pensa dinheiro
em dinheiro Eu te quero bem
Quero amor sincero
Só se quer amar se quer amar se Acontece que na vida a gente tem
Isto é que eu espero
quer amar
Que ser feliz por ser amado por
Grito ao mundo inteiro
De jeito maneira não quero alguém
dinheiro Não quero dinheiro
Porque eu te amo
Quero amor sincero Eu só quero amar
Eu te adoro, meu amor
Isto é que eu espero
A semana inteira fiquei esperando
Grito ao mundo inteiro
Pra te ver sorrindo

Valtam a cena original (com seriedade)

- Erixímaco - Fique tranquilo! Meu nome é Erixímaco! Já, já, teremos companhia! Preste atenção e aprenda um pouco
com nossos amigos filósofos. Eles têm muito o que dizer.

Aparece Ágaton:

- Muito bem Erixímaco! Todos os nossos amigos já estão aqui para o Banquete.

- Faça-os entrar querido Ágaton – Diz Erixímaco.

Fedro cumprimenta entrando em cena:

- Quanto tempo Pausânias!

- Olá nobre Fedro! Diz Pausânias.

O médico Erixímaco comenta:

- E você Aristófanes, já tomou jeito e vai parar com suas gracinhas?

- Meu Caro Doutor Erixímaco, preciso tomar muito mais doses de sua seriedade para fazer efeito em meu corpo. O que
realmente importa, são as ideias. Esqueça o mundo sensível e mergulhe no mundo das ideias.

- Esse mundo sensível, dos sentidos, é mutável, imperfeito, temporal e finito. Já o mundo das ideias, é perfeito,
imutável, eterno e infinito.

- Olá Pessoal! Entra cheio de trejeito Alcibíades.

Parece que já começaram a discursar, sem mesmo confirmar o tema.

- Sócrates meu querido, o que vai fazer depois do Banquete?

- Como está Alcibíades? Tudo bem com você? Ainda não tenho nenhum compromisso marcado. – (diz Sócrates)

- Que maravilha Sócrates. Podemos conversar. Lá em casa? – (Alcibíades diz)


- Depois nos falamos Alcibídades. Acho que está na hora de começarmos o nosso Simpósio. Se nosso anfitrião assim o
permitir. – (Sócrates)

- Mais é claro Sócrates! Sugiro entoarmos louvores a Eros. Vamos tributar honras e glorias ao amor. Diz Ágaton

Nisso, Arrogante interrompe:

- Mas, que coisa é esse? Não é um Banquete? Estou com fome! Com sede! Não vamos comer?

Congela – liga a Música - Comida

Bebida é água A gente não quer só comida A gente não quer só comer

Comida é pasto A gente quer bebida, diversão, A gente quer comer e quer fazer
balé amor
Você tem sede de quê?
A gente não quer só comida A gente não quer só comer
Você tem fome de quê?
A gente quer a vida como a vida A gente quer prazer pra aliviar a
A gente não quer só comida
quer dor
A gente quer comida, diversão e
Bebida é água A gente não quer só dinheiro
arte
Comida é pasto A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só comida
Você tem sede de quê? A gente não quer só dinheiro
A gente quer saída para qualquer
parte Você tem fome de quê? A gente quer inteiro e não pela
metade

Todos voltam ao personagem

Sócrates fala:

- Ilustre e inesperado visitante, aqui fazemos muito mais do que comer e beber.

-Celebramos a prazer e o amor ao conhecimento, as boas ações, enaltecemos a amizade e a solidariedade. O bem-estar
é importate e a felicidade deve reinar.

Erixímaco:

- Meu jovem, seja feliz. Pode se deliciar em nosso Banquete. Coma! Beba! Alimente-se dos conhecimentos que serão
exposto por nossos pensadores.

- Já que hoje o tema é o amor, posso começar disse Fedro?

- Fique à vontade, meu amigo! Responde Ágaton.

1. Discurso proferido por Fedro

- O amor é um Deus. Ele se chama Eros. É o mais antigo dos deuses. Ele nasceu após o Caos, juntamente com a mãe
Terra. Ele é a causa dos maiores bens que recebemos, das maiores realizações e é o mais belo de todos. Ele insufla a
virtude, a bravura e a coragems nos hom...

Arrogante - Ele o que?

Fedro – Insufla.

Arrogante – O que é isso?

Fedro – Introduz; inspira.


Fedro continua - Ele insufla a virtude, a bravura e a coragems nos homens. As virtudes mais louváveis, pois, através delas
a bravura e a coragem oriundos do amor se...

Arrogante – Oriundos?

Fedro – Sim. Vindos, originados. a bravura e a coragem oriundos do amor se refletem no ato extremo de morrer pelo ser
amado; assim, morrer um pelo outro, representa o amar verdadeiro e aquele que se sacrifica é admirado e
recompensado pelos deuses após a morte, pois, sendo capaz de tal sacrifício, possui em si algo de belo e precioso, a
própria divindade.

Portanto, eu afirmo que o Amor é dos deuses o mais antigo, o mais honrado e o mais poderoso para a aquisição da
virtude e da felicidade entre os homens, tanto em sua vida como após sua morte.

2. Discurso proferido por Pausânias

Meu caro orador, não existe um Eros, mas na realidade são dois. Ou seja, o etéreo e a carnal. O etéreo (divino) conduz
as ideias e é, por isso, o mais belo.

Se portanto um só fosse este, um só seria o Amor; como porém são dois, é forçoso que dois sejam também os Amores.
Ou melhor, duas deusas. A primeira, a mais velha sem dúvida, é a que chamamos de Urânia, a Celestial; a mais nova,
chamamo-la de Pandêmia, a Popular. Então, temos o amor popular e o amor divinal.

3. Discurso proferido por Erixímaco

Ora, eu começarei pela medicina a minha fala, a fim de que também homenageemos a arte. A natureza dos corpos, com
efeito, comporta esse duplo Amor; o sadio e o mórbido são cada um reconhecidamente um estado diverso e
dessemelhante, e o dessemelhante deseja e ama o dessemelhante. Um portanto é o amor no que é sadio, e outro no
que é mórbido.

A arte do amor é a arte do equilíbrio e da manutenção saudável das forças do bem e do mau. O amor pode ser saudável
e fazer bem as pessoas, mais também pode ferir e provocar doenças.

4. Discurso proferido por Aristófanes


Na humanidade haviam três gêneros: o masculino, o feminino e um terceiro, andrógino. Esses seres eram inteiramente
autossuficientes. Se achavam tão fortes e poderosos, quanto os Deuses. Então, os deuses resolveram parti-los ao meio, dessa forma
eles estariam condenados a infelicidade eterna por não serem mais completos.
E desde então, eles vivem procurando a sua outra metade na intenção de se completarem para voltar a ser felizes. O verdadeiro
amor acontece, quando você encontra a sua outra metade. Essa é a nossa natureza, a busca pela completude, a união das partes. O
amor é a parte que nos falta. Encontrea para ser feliz.
5. Discurso proferido por Ágaton ou Agatão
Os benefícios do Amor expostos no início por Fedro, são decorrentes de sua própria natureza. O amor, possui todas as perfeições
imagináveis: ele é o mais feliz dos deuses porque é o mais belo; e mais belo porque mais jovem! Além de ser também o melhor (por
ser o mais justo), temperante, corajoso e sábio.
Em resumo, bom, belo, jovem e feliz, é assim o Amor para mim.
6- Discurso de Sócrates
- Amor é desejo!
Eros quer o que não tem, ou seja, o belo. E já que o belo é bom, Eros não tem o bom e o belo, portanto os deseja. Eros estaria no
meio termo entre bom e mau, belo e feio, mortal e imortal. Oscila entre a sabedoria e a tolice. Por isso filosofa. Os deuses não
exercem filosofia porque já são sábios, sabem, e sabem que sabem. Os tolos não sabem, mas acham que sabem, daí sua grande
tolice. A Sabedoria é uma das coisas mais belas que há, e Eros tem como objeto do seu amor o que é belo. Quem ama o belo ama o
bom, e quem os possui se torna feliz e os quer para sempre. Daí decorre ser Eros o amor pela imortalidade. Através deste caminho,
a natureza mortal torna-se eterna, através de uma renovação constante. Aqueles que são mais fecundos segundo a alma, em
comunhão com outras almas belas, são capazes de conceber e procriar a sabedoria e as outras virtudes. Aquele que se eleva,
comtemplando as diversas belezas, ao término da iniciação amorosa, vislumbra uma beleza eterna, absoluta, pura, simples, a Beleza
Divina. Assim, Eros é o Amor a sabedoria.
- Tome cuidado, pois ao ser flechado por Eros também conhecido como Cupido, você vai se apaixonar pela primeira pessoa que
verá.
Ao término do seu discurso, Sócrates foi grandemente aplaudido.

Alcibíades - Vem aqui dar-nos um abraço!

Sócrates espera e lentamente vai em direção aos discípulos.

Alcíbiades reclama da demora e grita. Vem logo! Junte-se a nós! Por quê andas tão devagar?

Congela – liga a Música – Tocando em frente

Ando devagar porque já tive Só levo a certeza É preciso paz pra poder sorrir
pressa
De que muito pouco sei É preciso a chuva para florir
E levo esse sorriso
Ou nada sei Penso que cumprir a vida
Porque já chorei demais
Conhecer as manhas e as manhãs Seja simplesmente
Hoje me sinto mais forte
O sabor das massas e das maçãs Compreender a marcha
Mais feliz, quem sabe
É preciso amor pra poder pulsar E ir tocando em frente

Música pára e todos voltam a atuar em seus personagens.

- Sua vez Alcibíades.

7- Alcibíades
A sua eloquência nos comove ó magnânimo Sócrates. Sua palavras são um bálsamo para o nosso intelecto. Você tem o dom da
palavra. Fico fora de mim, o meu coração começa a saltar no meu peito, as lágrimas escorrem-me pelo rosto. Tu és a sabedoria em
pessoa. Ninguém mais consegue se expressão tão bem como tu.
Arrogante vai em direção ao grupo de filósofos, quando é atingido por uma flecha e cai no meio do palco.

A cortina se fecha. Ao abrir novamente:

Surge o Arrogante deitado no meio do palco com uma flecha em seu peito. Ao seu lado está quem ele humilhou
(Betinha)

Ela se assusta

- Nossa o que é isso? Ela retira a flecha do seu peito e a flecha se desintegra.

Ele Arrogante acorda e olha para ela.

Está totalmente diferente. Seu olhar é amoroso, demonstra bondade vai se levantando sem tirar o olho da colega
(Betinha) que está ao seu lado. Sua expressão, é a de um bobão apaixonado.

Você está bem? Ficou muito tempo inconsciente!


- Como você está diferente! Diz Betinha.

Esses momentos em que fiquei desacordado conheci umas pessoas estranhas! Do passado!

- Elas me fizeram ver o outro lado das relações humanas. Como devemos agir com o outro em relação a: amizade,
respeito e todos os sentimentos que nos faz humanos.

Quando está totalmente em pé, vem um amigo fofoqueira falar com ele:

- Quero te contar uma coisa a respeito de um amigo seu!

- Espera um momento – disse Arrogante – Antes de me contar, quero saber se já filtrou a informação pelas três
peneiras.

- Três peneiras? Do que se tá falando?

- Vamos filtrar isso que quer me contar. A primeira peneira é a da VERDADE.

- Tem certeza de que isso que vai me falar é VERDADE?

- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não confirmei nada.

- A segunda peneira é a da BONDADE. O que você vai me dizer é bom?

Envergonhado, o garoto respondeu:

- Devo confessar que não.

- A terceira peneira é a da UTILIDADE. É útil o que vai falar a respeito do meu amigo?

- Útil? Na verdade, não.

- Então, se o que quer me contar não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que fique apenas para você.

-O rapaz fica sem jeito e desorientado. Os outros colegas vão chegando e ele sai caminhando pelo palco.

O grupo todo reunido

O Arrogante se dirige onde está o Autista e se desculpa.

Depois vai até a outra garota que tentou beijar à força e també se desculpa. Faz isso também com a menina que tirou
foto por baixo da saia e com ela deleta a foto.

Faz um discurso:

- Quando a gente não se ama e não conhece o verdadeiro amor, agimos como animais irracionais, desrespeitando o
próximo. A partir do momento que conhecemos o amor em todo a sua plenitude, passamos a nos respeitar e respeitar o
próximo. Aceitando os defeitos, sem julgar e sem tentar mudar o outro. Só assim, poderemos conviver de forma
saudável, com bons relacionamentos e alcançando uma vida mais feliz.

Olha fixamente para Betinha, se abraçam e todos saem do palco bem devagar.

Liga a Música - Pra não dizer que não falei das flores
Caminhando e cantando e seguindo a canção Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Somos todos iguais, braços dados ou não Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Os amores na mente, as flores no chão
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer A certeza na frente, a história na mão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Caminhando e cantando e seguindo a canção
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Aprendendo e ensinando uma nova lição
Há soldados armados, amados ou não Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quase todos perdidos de armas na mão Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição Vem, vamos embora, que esperar não é saber
De morrer pela pátria e viver sem razão Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas, campos, construções Vem, vamos embora...
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os atores retornam para o centro do palco de mãos dadas e cumprimentam a plateia

Fim

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