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O que uma garota deve fazer depois de ser dispensada no altar
por mensagem? Isso mesmo. Mensagem.

Como ela recolhe os pedaços e segue em frente? Eu não sou a


Querida Abby, mas aqui está um pequeno conselho grátis…

Conselho #1 – Primeiro, purifique seu apartamento de todas as coisas


dele, jogando seus pertences fora pela varanda.

Conselho #2 – Não, repito, não jogue nada no corredor porque você vai
machucar seu novo vizinho gostoso.

Conselho #3 – Quando o vizinho em questão traz comida chinesa, não o


deixe ficar e lhe fazer companhia. É estranho quando você perceber que
ele é seu chefe.

Conselho #4 – Aceite a oferta dele para lhe ajudar com o seu negócio
paralelo, mas pense duas vezes antes de usar um acompanhante para o
casamento da sua irmã como garantia.

Conselho #5 – Investigue quem é realmente seu vizinho misterioso. Não


confie em sua palavra, mesmo que ele seja o melhor beijoqueiro do mundo.

Se você não ouvir mais nada, preste atenção a esse último.


É o mais importante e vai poupar muita dor de cabeça.

Xo,

APAIXONADA EM LAKE STARLIGHT.


Abandonada.

Isolada.

Indesejada.

Todas essas palavras passam pela minha cabeça, enquanto,


minha irmã mais nova Juno, me empurra com meu vestido
branco no banco de trás do SUV da minha irmã mais velha,
Savannah.

Com certeza haviam sinais de que meu noivo Jeff não estava
feliz, mas tudo que lembro são os sorrisos, os beijos, os abraços
e as risadas. Bem, não havia muitas risadas, mas Jeff não é um
cara alegre ou risonho, o completo oposto dos meus irmãos.
Embora não estejam rindo ou contando piadas neste minuto.

— Não façam nada estúpido! — Juno grita por cima do capô


para os meninos e sobe no banco do passageiro ao lado de
Savannah.
— Ele obviamente tem um desejo de morte. — Diz Austin,
subindo em seu jipe com os meus outros três irmãos, com seus
paletós tirados, gravatas frouxas penduradas no pescoço. Os
pneus do jipe cantam quando saem do pequeno estacionamento
da igreja, derrapando antes de virar a esquina, quase em duas
rodas, e desaparecem na Main Street.

Eles são meio que protetores, e meu irmão mais velho,


Austin, nunca gostou de Jeff desde o começo. — Vai ficar tudo
bem. — Juno estende a mão no banco de trás, esfregando meu
joelho através das milhões de camadas de tule. Savannah olha
para mim através do espelho retrovisor, um sorriso
tranquilizador permanece em seu rosto. Ela queria ficar e
informar os nossos amigos e familiares, mas acho que Juno
estava com medo de lidar comigo sozinha, então deixamos o
trabalho de dizer a todos os convidados que não haveria
casamento nas mãos de nosso tio Brian. Minha avó Dori, minhas
irmãs gêmeas, Phoenix e Sedona, e a namorada de Austin, Holly,
ficaram para ajudar a remover as flores de dentro da igreja.

— Estou bem. Eu estou bem. — É mentira. Sei disso. Eles


sabem disso. Mas estou lutando para manter tudo junto.
Desmoronar e ter um colapso mental só aumentará o nível de
humilhação que já sinto.

Olho pela janela traseira do SUV e vejo as portas da igreja


se abrirem, e os convidados começam a descer as escadas de
concreto, confusão e surpresa atadas em suas expressões.
Obrigada, tio Brian.

Juno se endireita no banco do passageiro e olha para


Savannah. Têm feito todo o discurso não verbal desde que a
mensagem de Jeff chegou. É isso mesmo. O idiota me dispensou
no dia do nosso casamento via mensagem de texto.

Minha calma sinistra deve disparar um alarme para minhas


irmãs. Não confunda minha compostura como um bom sinal.
Quero gritar e reclamar e, se Jeff estivesse na minha frente,
poderia realmente vencê-lo com meu buquê como Carrie fez com
Big quando ele a deixou parecendo uma idiota no dia do
casamento no filme Sex and the City. Jeff não está aqui, porque
é um covarde.

Tudo o que tenho é a mensagem de texto que me enviou


cinco minutos antes de eu ir andando pelo corredor. Depois que
minha família gastou uma tonelada de dinheiro em um
casamento enorme que eu nem queria. Teria ficado feliz com uma
pequena cerimônia, mas não... Jeff praticamente queria que toda
a cidade testemunhasse nossas núpcias e, agora, minha eventual
humilhação.

Uma mensagem... Depois que me levantei na madrugada


para arrumar meu cabelo. Depois que coloquei uma calcinha de
seda branca, imaginando-o deslizando por minhas pernas esta
noite. Depois que uma bela dama belga, arrancou todo o cabelo
entre as minhas pernas para me dar uma boceta depilada, estilo
brasileira lisa. Que filho da puta! O fato de ter feito isso para ele
alimenta a raiva dentro de mim.

— Vamos voltar para casa. — Savannah vira o sinal de volta


à casa em que cresci. Não. Não vou para lá.

— Não, vá para o apartamento. — Juno olha para mim


novamente, seus olhos expressando sua incerteza.

— Não acho que seja uma boa ideia. Vamos para a casa,
espere pelos meninos.

— Espero que nenhum deles seja preso. — Murmura


Savannah. — A última coisa que Bailey Timber precisa agora é
que um de nós seja preso... de novo.

— Bem, agora que você mudou para os copos de café


descartáveis, deve ficar tudo bem. — Juno ri, lembrando
Savannah de quando ela jogou uma caneca de café no rosto do
seu inimigo e passou algumas horas na cadeia. Savannah mostra
o dedo do meio para ela. Deixo para minha família trazer outro
assunto dolorido logo depois que minha vida se desfez. Talvez
seja porque lidamos com tanta tragédia, que procuramos
qualquer coisa para fazer uma situação séria, um pouco mais
leve. Savannah dirige de volta para casa, ignorando meu pedido.

— Sav, o apartamento.

— Eu não vou.
— AGORA! — Seus olhos encontram os meus novamente
pelo espelho retrovisor.

Nunca teve medo de mim e é difícil dizer se está agora. Teve


que brincar de mamãe e suportar muito ao longo dos anos, desde
que meus pais morreram há uma década. Suavizo minha voz.

— Preciso ver se ele está lá. Quero respostas. — Olho para


o meu telefone ainda apertado em minhas mãos. Uma maldita
mensagem de texto. Não estou surpresa que não tenha coragem
de me dizer cara a cara. Jeff não é um tipo de cara de confronto.
Ainda assim, pensei que me amava. Isso é o que dói mais.
Obviamente tinha entendido tudo errado.

— Dane-se o bastardo. — Diz Savannah. Os olhos bondosos


de Juno olham para o lado do encosto de cabeça mais uma vez.
— Se é de encerramento que precisa, então vamos. — Ela aperta
minha mão, dando a Savannah um olhar que diz que ela deve
escutar. Savannah bufa, sempre a aberração do controle, mas faz
uma meia volta e se dirige para o apartamento em que assinei
um contrato de locação na semana passada com Jeff.

Por que não disse alguma coisa? Tipo: Ei, essa coisa toda de
casamento? Não tenho tanta certeza de que quero ser seu marido.

Dirigimos por dez minutos e seguimos até o aglomerado de


prédios brancos, cada um com uma pequena sacada, alguns com
vista para o lago Starlight. Pagamos um pouco mais no aluguel
pela vista. Jeff disse que achava que o aplicativo que estava
desenvolvendo no ano passado estava prestes a ser vendido e que
poderíamos pagar por isso.

— Para que fique registrado, eu não acho que isso é uma


boa ideia. — Savannah puxa as chaves da ignição e nós três
continuamos sentadas, olhando para onde meu futuro deveria
começar. Quando assinamos o contrato, pensei no apartamento
como nosso local de partida. Imaginei Jeff e eu juntos por anos a
partir de hoje, depois nos mudaríamos, nossos filhos no banco
de trás, enquanto apontávamos para onde tudo começou. Eles
revirariam os olhos como se não pudessem se importar menos e
então voltaríamos para nossa casa cheia de amor, com um
quintal grande e uma placa fofa na porta da frente que dizia —
The Brickles. — Que merda.

Abro a porta do veículo. Realmente deveria ter pensado


sobre o tamanho do meu vestido, mas, novamente, não estava
pensando que estaria fazendo a caminhada da vergonha vestindo
ele.

Meus olhos estão fixos naquela pequena varanda ao lado do


prédio. Aquela em que Jeff disse que colocaria uma grelha e uma
cadeira para eu fazer companhia a ele enquanto cozinhava seus
famosos hambúrgueres. Minhas irmãs saem do SUV e
murmuram atrás de mim. Savannah ainda está falando sobre
como essa decisão é errada e Juno argumentando que tenho que
fazer isso algum dia.
Cavando na minha bolsa, encontro as chaves. Duas chaves
em um chaveiro de coração. Quão ingênua eu era? Rolo meus
olhos, inserindo minha chave na porta principal do prédio e
girando a maçaneta.

O foyer cheirava a flores e um futuro quando mudamos


nossas coisas na semana passada. Agora cheira a solidão e
desespero enquanto subo o primeiro lance de escadas,
contornando o segundo. — Traga seu vestido. — Diz Juno.

— Por que?

— Vamos queimar esta noite. — Diz Savannah.

Pego a frente da saia grande. Por que decidi sobre o estilo


da princesa Cinderela de novo? Que desperdício de dinheiro.

Quando chegamos ao último andar, olho para os números


do lado de fora da porta do meu apartamento. Pensei que era um
sinal, data de aniversário dos meus pais. Trezentos e vinte e dois.
Eles se casaram no dia vinte e dois de março e esse número era
mágico para eles. Esperava que fosse o mesmo para mim.
Balançando a cabeça, insiro minha chave.

A mão de Juno cobre a minha.

— Tem certeza de que está pronta?

Olho para ela. Ninguém imaginaria que somos irmãs. Seu


cabelo ruivo é contrário ao meu loiro. Seus olhos verdes para os
meus azuis. Mas se olhar de perto, verá nosso nariz inclinar-se
da mesma maneira, e nossos lábios seguram o mesmo sorriso.
Mas é aí que nossas semelhanças terminam.

Concordo.

— Eu te disse. Estou bem.

Juno recua e abro a porta para o que deveria ser o meu


futuro lar. Todas entramos no apartamento e a porta se fecha
automaticamente atrás de nós.

A luz aqui não é tão brilhante quanto me lembro. O espaço


menor e mais antigo na aparência.

— Estou indo falar com o proprietário . Estou tirando você


deste contrato. — Diz Savannah, e a porta se abre e fecha com a
partida dela.

— Ela está no modo mãe. — A mão de Juno pousa no meu


ombro e ignoro o formigamento no meu nariz. — Quer que vá a
Liquory Split e traga alguma coisa para acalmar?

Meu olhar se dirige ao sofá que compramos como presente


de casamento.

Sorrio para ela.

— Seria ótimo. Obrigada.


— Considere isso feito. — Seus saltos clicam no chão de
madeira enquanto se dirige para a porta. Outro ponto de
destaque para o apartamento.

— Você tem certeza? Quer dizer, vai ficar bem? — Eu dou a


volta, mantendo o sorriso no meu rosto.

— Sim. Tenho certeza de que Savannah voltará em breve.

Feliz com a minha resposta e meu sorriso, ela abre a porta


e sai do apartamento.

O silêncio que encobre a sala parece um prego no quadro


negro. Vasculho o pequeno apartamento. O paletó de Jeff de
ontem ainda está pendurado na cadeira. A xícara de café que
bebeu esta manhã está na pia. Ele bebeu isso enquanto digitava
a mensagem? Olho para o meu telefone novamente.

— Covarde. — Digo, minha voz ecoando pelo apartamento


meio vazio.

Pego a caneca de café, inspecionando se há alguma marca


de batom. Que outro motivo poderia haver para quebrar todas as
promessas que fez para mim? Tem que haver outra pessoa. Seria
mais fácil para mim lidar com isso, se alguém o convencesse a
me deixar, em vez de pensar que se deu conta a tempo, quando
me beijou ontem à noite na casa da minha família, para me
mandar uma mensagem esta manhã e me dizer que
simplesmente não sou o que ele quer. Mas não encontro as
provas que estou procurando.

Jogo meu telefone na mesa e atiro a caneca de café sem


pensar em direção, mas o som estridente eleva meu humor um
pouco. Um pedaço dele. Um pedaço de nosso prometido futuro se
foi. Deus, isso é tão bom.

Pego sua jaqueta, puxando com força em uma das mangas,


rasgando-a e jogando o pedaço de tecido no chão. Procuro nos
bolsos qualquer evidência de um guardanapo com o nome de
uma mulher e o número de telefone rabiscado nele. Nada. Saindo
de meus calcanhares, corro pelo corredor curto até nosso quarto
principal.

Pulo na cama desgrenhada como uma puma, levantando o


travesseiro para o nariz, querendo sentir o perfume de uma
mulher. O descarto, sentindo o cheiro de Jeff e jogando-o no chão
também. Abro todas as gavetas, encontrando apenas a caixa de
camisinhas que compramos na noite em que levamos nossas
coisas. Indo para o banheiro, abro o armário de remédios.
Frascos de colônia e aspirina batem no chão do banheiro.
Vasculho loucamente o lixo, não encontrando nada além de um
pequeno pedaço de papel higiênico que deve ter usado quando se
cortou para fazer a barba. Foi quando decidiu que não era eu
quem ele queria?
Não encontrando qualquer evidência de que há outra
mulher, entro em nosso armário, a principal razão pela qual
decidi assinar um contrato de aluguel neste apartamento. Suas
roupas estão de um lado, as minhas do outro. Sorri como uma
princesa dos contos de fadas depois que penduramos nossas
roupas. Sonhei com o armário dele e meu desde os meus
dezesseis anos. Puxo suas blusas de gola V e sua coleção
horrenda de camisetas de Star Wars da prateleira. Abrindo as
gavetas embutidas, jogo meias, roupas íntimas e todas as outras
peças de suas roupas no chão.

— Foda-se você, Jeff Brickle! — Ainda sem sinal de


nenhuma outra mulher, me sento no meio do nosso armário,
olhando meu lado limpo e organizado e a pilha de seus pertences
no chão na minha frente.

Minha garganta trava e me esforço para respirar quando


meu peito se contrai.

Pego uma braçada de suas roupas, saio do armário e entro


na sala de estar. Abro a porta do pátio para a nossa pequena
varanda, jogando-os sobre o corrimão e volto para dentro para
outro carregamento.

— Estou te jogando fora da minha vida! — Lanço outro


monte de seu guarda-roupa de merda.

— Brook! — Savannah grita de baixo. A ignoro e abro todos


os outros pertences de Jeff. Sua preciosa coleção de filmes de
Star Wars. Seu estúpido despertador que toca seu gosto de merda
na música. Estou voltando para a varanda quando Savannah
entra correndo pela porta do apartamento. Seu cabelo caiu de
seu penteado perfeitamente estilizado.

— Brooklyn. Pare.

O homem à sua direita é o cara com quem assinamos o


contrato. Jogo tudo em minhas mãos pela varanda.

— Por favor senhorita Bailey, você precisa parar. Você pode


ferir outro morador.

Inalo uma respiração profunda.

— Como pode me deixar assinar este contrato? Certamente


tem algum senso dessas coisas? Quero dizer, ele cancelou nosso
casamento! Não tinha ideia do que aconteceria quando apontou
para aquela linha pontilhada?

— Desculpe. — Diz Savannah ao homem.

— Eu não sinto muito. — Aponto meu dedo para o gerente


do prédio.

— Você deveria me deixar sair deste contrato. É o mínimo


que pode fazer! — Pego o romance de ficção científica que Jeff
afirmou ser melhor do que qualquer um dos meus livros de
romance. Deveria ter descoberto que não éramos compatíveis.

O gerente corre e trava a porta de tela.


— Por favor. — Ele bloqueia, mas há medo em seus olhos.
Se me aproximar, ele vai se mover. Em algum lugar do meu
cérebro sensível, sei que preciso me acalmar, mas parece
impossível no momento.

— Que diabos? — Juno entra correndo pela porta, dois


sacos de papel pardo em cada mão. O cabelo dela também caiu
dos belos grampos com pequenas flores que colei nas pontas. Que
desperdício de tempo!

Jogo o livro na minha mão na porta. Juno se esquiva, graças


a Deus. Seus reflexos sempre foram os melhores em nossas lutas
adolescentes.

— PORRA! — Grita uma voz masculina do corredor. Os


olhos de Savannah se arregalam e ela se vira para o som. Mordo
o lábio, rezando para que fosse um dos meus irmãos. Juno coloca
as duas sacolas na mesa e segue Savannah.

O gerente desliza ao longo da parede para que não tenha


que se aproximar da noiva e segue em direção à porta.

— Que diabos? — Uma voz masculina profunda diz.

Ninguém precisa sair do apartamento, porque a pessoa


entra com o livro de Jeff, o traz em uma mão enquanto esfrega
sua cabeça com a outra. Há um pequeno fio de sangue
escorrendo pelo sulco dos dedos dele.
— Oh, nós sentimos muito! — Savannah toma as rédeas
porque é ela quem lida com qualquer crise na família Bailey.

— Você realmente sente? — Sua figura alta ocupa toda a


porta. Está com uma calça e uma camisa de abotoar para fora.
Você acharia que ele foi convidado para o meu casamento. Sua
barba escura está desalinhada, seu cabelo bem preso, exceto um
pedaço que caiu solto, provavelmente do livro que o atingiu.

— Sinto muito, realmente. — Digo e dou um passo à frente.

Seu olhar se move de Savannah para mim. Ele pisca os


olhos três vezes como se não acreditasse no que está vendo.
Depois de alguns segundos, ele olha para si mesmo e ri.

— Não. Não estou nu ou em um smoking... obrigado, porra.


Por um segundo, pensei que meu pior pesadelo se tornou
realidade. — Eu levanto meus braços no ar.

— Ótimo, apenas o que preciso. Outro homem com medo de


compromisso!

— Deixe-me pegar um pouco de gelo. — Juno corre na


cozinha. — Oh, uma caneca de café quebrada. — Ela pega um
pedaço e mantém a evidência para Savannah. — O que nossa
família tem contra canecas de café? — As risadas que Juno lança
nunca chegam.

Desapareço no corredor e bato a porta do meu quarto. Sei


que este é apenas o segundo pior dia da minha vida. O primeiro
foi o dia em que perdi meus pais, mas no presente momento, com
certeza parece que as coisas não poderiam ser piores.
Quebro meu pescoço, passando pela placa no lado da
estrada que me dá as boas-vindas ao Lake Starlight. Esse lugar
é minha nova casa, mas eu simplesmente não sei ainda.

Tanto faz.

Vida de cidade pequena não é para mim. A única coisa


excitante que aconteceu desde que aluguei meu carro no
aeroporto e dirigi uma hora para oeste foram as cabras subindo
um penhasco ao lado de uma montanha. Peguei a dica e
estacionei meu carro ao lado da fila de veículos espalhados ao
longo da rodovia, juntando-me ao resto das pessoas observando
um filhote de cabra montês tentando seguir sua mãe ou seu pai.
Não tenho certeza de qual. Um sexo tem chifres e o outro não?

Veja, não estou destinado a esta vida. Embora admita que


foi interessante. Não tão interessante quanto um alce, mas é
muito melhor do que ver os vendedores de rua pagando cofrinho
diariamente em Nova York.
Meu telefone toca pelo alto falante através do Bluetooth.

— Ei, mãe. — Respondo.

— Wyatt. Você chegou em segurança, presumo?

— Sim, desculpe-me. Tudo aqui é como extrair um dente


com um alicate sem anestesia. — Ela ri.

— Aproveite. Talvez você goste de uma vida mais lenta.

— Duvido. — Não estou em Lake Starlight, antes de passar


no centro da cidade, o que acho que pode ter sido inspirado por
Stars Hollow.

Sim, eu conheço Stars Hollow de Gilmore Girls. Tenho uma


irmã que costumava me espionar e depois me chantagear,
forçando-me a ceder o controle da televisão para ela. Mamãe
tinha essa regra ridícula de ter apenas uma televisão em uma
mansão de dez quartos. Mamãe era uma leitora, então agora que
sou adulto, consigo entender o raciocínio dela um pouco mais.
Por sorte, Haylee é problema de seu noivo, Bradley, agora.

— Você vai voltar para o casamento? — Minha mãe


pergunta. Neste momento, apenas duas coisas importam na vida
da minha mãe: as núpcias da minha irmã e quem vai ser meu
encontro para o grande evento.

— Sim. Nós já passamos por isso. — Paro o carro no


semáforo.
— E?

— E eu provavelmente vou sozinho.

— A menos que você encontre alguém nessa cidade fofa. —


A ansiedade preenche sua voz.

— Duvido.

Uma respiração longa e exasperada flui pelo alto falante.

— Wyatt, não sei por que insiste nessa vida de solteiro. Eu


e seu pai não fomos um bom exemplo de quanto um
relacionamento comprometido pode trazer para sua vida? Sei que
tivemos nossas brigas, mas nos amamos. Sua irmã está indo
muito bem. — Rolo meus olhos para mim e aperto o acelerador
quando a luz fica verde.

— Não está fora de jogo, mas tenho muito mais coisas para
fazer antes de ficar brincando de casinha em Connecticut.

— A maioria das pessoas não sente que o casamento é estar


preso, Wyatt.

— Veja mamãe, não sou como a maioria das pessoas. Sou a


exceção. Lembra? — Ela ri de novo. Uma coisa em que eu sou
ótimo é fazer minha mãe rir.

— Você sempre foi a exceção a todas as regras. Acho que


convenci seu pai a ir depois do casamento. Estou ansiosa para
ver o novo lugar. — Rolo meus olhos, me dando o direito de ir
em direção ao último hotel que meu pai comprou para adicionar
ao seu império.

— Mãe. É um pequeno hotel de cidade pequena.


Provavelmente três estrelas.

— Estraguei você. Quando era mais jovem...

— Sim, era uma pobre camponesa implorando por uma


migalha de pão em um canto.

— Wyatt Whitmore, é melhor você repensar esse tom. Estou


falando sério. Você precisa encontrar uma esposa. Apaixonar-se.
Viva para alguém, além de você. Você faz o que quer, quando
quer, sem qualquer consideração por mais ninguém.

— Esse é o ponto de ser solteiro. — Solto um suspiro. Cara,


ela deve estar estressada para mudar de humor tão rápido. Não
sei por que minha mãe está tão obcecada com a ideia de me casar.
Se o fizesse, me divorciaria um mês depois que a fase de luxúria
terminasse.

Paro na frente do Glacier Point Resort. Resort está sendo


usado vagamente aqui. Provavelmente poderia ser demolido e
reconstruído, mas meu pai comprou para ter uma presença no
Alasca antes de qualquer outra pessoa. Quer comprar esses
pequenos hotéis independentes antes de sua concorrência. Pensa
que é a próxima grande fuga a que todos vão estar reunidos. Esta
é uma operação de um ano ou dois, porém, suas instruções
claras foram para seis meses. Antes da temporada de esqui
começar.

— Você me faz sentir como se eu fosse uma mãe ruim. —


Juro que a menopausa não é divertida nem para minha mãe nem
para mim.

— Você não é. Não tenho nem trinta anos.

— Em um par de meses querido. — Ela murmura, mas ouço


a espessura em sua voz de chorar.

— Alguns meses? Mãe, não me compre um andador ainda.


Tenho dez meses antes dos trinta. — Ela ri.

Obrigado, porra, ela está feliz de novo. Por um segundo, ia


dizer a ela que casaria com a primeira garota que visse aqui. Você
poderia imaginar? Esse pensamento me leva a imaginar com
quem passarei minhas noites aqui. Seis meses aqui no Alasca e
apenas um fim de semana com uma desculpa para voltar para
Nova York. Talvez deva fazer um voto de celibato enquanto estiver
aqui e ver se isso me ajuda a me concentrar mais. Poderia sair
daqui em quatro meses.

— Onde seu pai está começando? — Pergunta a mãe.

— Bellhop. Para um homem que não assiste televisão, é


estranho que esteja fazendo algo que parece um reality show.
— Ele só quer que você aprecie o que tem. Ele não teve um
caminho fácil, sabe? Quando comprou seu primeiro lugar, tinha
cinco investidores...

— Eu sei mamãe. Você e papai tiveram um início de vida


horrível. Entendi.

Olho para a linha de caminhonetes. Meu carro alugado pode


ser o único sedan no estacionamento.

— Só quero que você seja feliz.

— O que eu sou. Bem, estarei aí, assim que terminar aqui e


papai finalmente entregar o que prometeu.

Ela fica quieta. Nós dois sabemos que há uma chance de


meu pai mudar de ideia. Ele jurou para mim que, se provasse a
mim mesmo, finalmente me deixaria possuir uma de suas muitas
cadeias de hotéis. Não que eu queira o que quer que seja dessa
corrente no Alasca. Iria me contentar com os nossos hotéis de
alto nível em arranha-céus no centro da cidade.

— Eu sei. Mas depois disso, talvez você pense em encontrar


alguém. — Eu rio.

— O amor não deveria te impressionar, te surpreender? Não


acho que tenho tempo de conhecer o amor da minha vida. — Ela
ri novamente. Quando eu era mais novo, sempre tentava fazê-la
rir com truques de mágica idiotas ou caras bobas. O mesmo
objetivo nos dias de hoje, apenas tática diferente.
— Suponho que não, mas as coisas hoje em dia mudaram.
— Saio do estacionamento do resort, mesmo que esteja ansioso
para começar a colocá-lo de volta no azul. De acordo com todos
naquele prédio, na segunda de manhã sou o novo gerente. Eles
ainda têm um gerente? Provavelmente não. A ideia ridícula do
meu pai é que trabalhe em todos os departamentos, enquanto
relato a ele o que precisa ser feito e quem deve ficar e quem deve
ir. Estou basicamente fazendo uma versão não televisionada do
Undercover Boss.

— Tudo bem mamãe, prometo me esforçar um pouco mais


para encontrar 'aquela garota' depois que papai passar algumas
propriedades para mim. — Não mencionei que isso significa que
preciso entrevistar muitas mulheres e quando digo entrevista,
quero dizer na minha cama.

— Eu te amo tanto. Você tem um coração muito grande


Wyatt, você precisa encontrar alguém que aprecie isso.

— Tudo bem, vou me instalar. Tenho que encontrar esse


proprietário no novo local. Rezo para que esteja mobiliado como
ele prometeu.

— Ok, lembre-se de ficar de olho. Sua noiva pode aparecer


a qualquer momento.

— Tchau mãe, amo você.


— Te amo. — Clico no Bluetooth, entro no estacionamento
do prédio onde estou alugando uma unidade por um ano, embora
esteja aqui por seis meses. O senhorio era um defensor da
duração do arrendamento. Então ele bufou e bufou quando
perguntei sobre um lugar mobiliado, então joguei mais algumas
notas em seu caminho. Bati no chaveiro para trancar as portas
do meu sedan alugado, sem alarme. Tão nortenho. Não sentei em
assentos de pano em... bem, talvez nunca.

Enquanto ando até o número do apartamento que o


proprietário me disse para ir, pego no meu bolso as chaves que
me enviou. Pelo menos, é bom o suficiente para passar a noite.
Acho que não progrediram para entradas de código-chave nesta
cidade montanhosa.

— O que? — Uma peça de roupa cai na minha cabeça.


Arranco, encontrando um bermudão de um cara. — Que tipo de
lugar é esse? — Olho para a pilha de roupas masculinas no chão
na minha frente.

— Brooklyn. — Ouço o pedido de uma garota, um pouco


antes que a porta do prédio feche.

Ótimo. Olho para cima para ver um homem espalhado ao


longo da porta de vidro no terceiro andar. Olho para as chaves
na minha mão. Trezentos e vinte e três, o que significa que estou
no mesmo andar do tumulto que está acontecendo lá em cima.
Espero que haja mais de um policial nesta cidade.
Abro a porta da frente do prédio e subo as escadas. O
carpete está um pouco manchado, mas não posso imaginar que
tenha muito alívio com o clima ruim nessa parte do país. Estou
no meio da segunda escada e realmente gostaria de ter trazido
minha mala comigo. Onde está o elevador neste lugar?

Os gritos aumentam quanto mais subo, o que não é


realmente uma surpresa. Recupero o fôlego quando chego ao
terceiro andar e vejo a porta do outro apartamento aberta, uma
ruiva de cabelo curto parada na porta. Ninguém me vê quando
insiro a chave na porta do meu apartamento.

Obrigado, porra. Não quero ser testemunha de algo e passar


o resto do dia contando à polícia o que presenciei. Estou invisível
nesta cidade a partir deste ponto em diante.

— UGH! — Ouço uma mulher gritar. Não posso deixar de


me virar na direção do som. É como um reflexo, embora deva
cuidar do meu próprio negócio. Algo bate na minha cabeça com
um baque enorme.

— PORRA! — Grito. O que eu fiz para viver aqui?

Me abaixei, recuperando minhas chaves e a arma escolhida.


Um livro que descreve uma invasão alienígena na capa.

— Que diabos? — Piso no corredor.

Três mulheres e um homem estão dentro do apartamento.


O homem com medo de escorregar deslizando seu corpo ao longo
da parede, os olhos frenéticos. Uma mulher loira alta me
encontra antes que possa entrar no apartamento. Os olhos da
ruiva se movem para os meus e concentram-se em seus sapatos.

— Nós sentimos muito. — Diz a loira.

Pisco algumas vezes para clarear minha visão,


provavelmente parecendo que tenho uma contração nos meus
olhos.

— Você realmente sente? — Olho entre a loira e a ruiva, me


perguntando qual delas deveria estar lançando na liga de
basebol.

— Sinto. — Uma voz suave me lembra de que há mais


alguém aqui.

Olho para longe das duas mulheres tentando me dar algum


tipo de comunicação não verbal com seus olhos e pisco. Pisco de
novo.

Pisco mais uma vez porque as palavras da minha mãe de


dez minutos atrás me assombram como o fantasma do Natal
passado.

— Sua noiva poderia aparecer a qualquer momento. — A


noiva loira é fofa como o inferno e se não fosse pelo olhar irritado
em seu rosto e pelos fios de cabelo soltos em todas as direções,
provavelmente seria a noiva mais linda que já vi. Esqueça isso.
Meio que gosto do olhar da noiva fugitiva. Olho para mim mesmo,
me perguntando se fui nocauteado e agora estou sonhando e
solto um longo suspiro.

— Não. Não estou nu nem de smoking... obrigado, porra.


Por um segundo, pensei que meu pior pesadelo se tornou
realidade.

Falo a verdade, embora, em retrospecto, tenha mantido


esse pensamento para mim.

— Ótimo, apenas o que preciso. Outro homem com medo de


compromisso.

A noiva ergueu os braços no ar e desapareceu pelo corredor,


batendo uma porta no processo.

— Deixe-me pegar um pouco de gelo. — A ruiva passa por


mim e vai para a cozinha.

— Sente-se. — A loira puxa uma cadeira e passo por cima


de um casaco esportivo rasgado e me sento.

— Devo procurar livros voando toda vez que sair do meu


apartamento? — Pergunto.

A ruiva coloca um saco de gelo na mesa.

— Sou Juno Bailey e esta é minha irmã, Savannah. — Ela


aponta para o corredor. — Aquela é Brooklyn e hum... não é um
bom dia para ela hoje. — Ela dobra sua pequena estrutura na
cadeira ao meu lado, acariciando minha ferida com uma toalha
de papel molhado.

— É apenas um corte de superfície. Acho que vai ficar bem.

— Você é a médica da cidade? — Ela ri e dá uma olhada na


irmã.

— Casamenteira da cidade.

— O quê? — Obviamente, o impacto na minha cabeça afetou


minha audição.

— Este é o noivo? — O cara, que agora tem cor de volta em


seu rosto, se aproxima.

— Definitivamente não sou noivo. — Ele ri.

— Só brincando com você. — Juno revira os olhos e um som


vem da garganta de Savannah. Um que significa que concorda
com sua irmã. Se ficar tempo suficiente, talvez descubra sua
língua nativa.

— Quem é você? — Savannah pergunta.

— Eu sou Wyatt W... Moore. O seu vizinho durante durante


um ano. — Mais uma vez, Juno olha para Savannah, mas desta
vez sorri. Amplo e acolhedor. Outro grunhido vem de Savannah.
Estão discordando agora.
Olham para mim, estou entendendo como os nativos se
comunicam.

— Então, quem é minha vizinha? — Pergunto.

O cara olha para o corredor.

— A noiva abandonada lá dentro.

— Ainda precisamos negociar. — Interrompe Savannah.

— Te disse, ela não está saindo do contrato. — Ele coloca a


mão na minha frente. — Sou Joel, o proprietário. Prazer em
finalmente conhecer você. — Estendo minha mão livre enquanto
seguro a bolsa de gelo na minha testa com a outra.

— Você está bem para andar? Posso te mostrar o


apartamento e passar por tudo com você agora. — Joel está
ansioso para sair e eu sou sua desculpa. Não que queira ficar
com três filhotes que provavelmente estão a poucos minutos de
levantar seus forcados em direção a alguém com um membro
entre as pernas.

— Obrigado pela ferida na cabeça e o gelo. — Aceno indo em


direção à porta.

— A qualquer momento. E nós nos desculpamos. Apenas


um dia ruim. — Juno tenta apaziguar a situação. Savannah não
diz nada.
— Vamos ter pizza mais tarde hoje à noite se quiser se
juntar a nós. — Juno nos segue até a porta.

— Juno. Pare. — Diz Savannah. Juno olha por cima do


ombro e a irmã revira os olhos.

— Brooklyn é realmente uma menina doce. Você verá, será


uma ótima vizinha. — Seu sorriso é tão brilhante que sinto que
estou em uma nova versão do filme Mulheres Perfeitas.

— Certo. Qualquer coisa que diga.

— Sim, tchau meninas. — Joel chega e fecha a porta.

— Você acredita nisso? Abandonada no altar. E é uma


Bailey. Que idiota. — Diz como se eu entendesse algo além de ela
ser deixada no altar.

— O que diabos sendo uma Bailey tem a ver com isso? —


Insere uma chave na porta e abre o apartamento para mim.

— Os Baileys são donos da grande empresa madeireira da


cidade. — Ele se afasta para o outro apartamento. — São três e
há mais seis.

Aceno, inspecionando a mobília. Não é a melhor, mas


também não é a pior. Faço uma rápida varredura do
apartamento, vejo que deixou a chave do correio no balcão da
cozinha junto com uma folha de instruções para o lixo e outras
regras.
— Muito obrigado, Joel, vou deixá-lo saber se precisar de
alguma coisa.

— Que bom. Estou feliz que isso funcionou. Normalmente


este é um prédio tranquilo. Não sei que tipo de idiota abandonaria
Brooklyn Bailey.

Eu bufo. Joel obviamente acha que me importo com o que


aconteceu com a noiva. Não tenho interesse em me envolver em
qualquer fofoca de cidade pequena. Estou aqui para fazer um
trabalho. Entrar. Sair.

Não que discorde dele. Brooklyn é definitivamente linda,


mas tenho que tomar cuidado com uma garota como ela. Não
tenho certeza de como as coisas são por aqui, mas em Nova York,
nada é tão bom quanto parece. Talvez seja o caso da minha nova
vizinha também.
— Quer dizer que ele não está me deixando sair do contrato?
— Dirijo minha pergunta para Savannah. Ela não diz uma
palavra, apenas acena com a cebeça.

Enfio a tesoura na próxima bainha do meu vestido, cortando


linha por linha enquanto me sento no chão em frente à mesa de
café.

— Podemos, por favor, apenas rasgá-lo? — Savannah


pergunta, suas mãos avançando em direção ao vestido. Franzo a
testa e ela revira os olhos. — Acho que devemos falar sobre o
gostoso com a ferida na cabeça. Senti essa energia incrível
quando ele entrou. — Juno sustenta seus pés em cima da mesa
de café que Holly restaurou para mim e Jeff como um presente
de casamento. Pobre Holly colocando todo esse trabalho em algo
que não serviu para nada.

— Juno. Foco. — Savannah atira-lhe um olhar mortal.


— Se não fosse uma noiva desprezada e empenhada em
fazer toda a população masculina pagar, estaria ciente disso. —
Não posso negar que o cara tem presença forte. Posso não querer
ir para a cama com o homem, mas o cara tem aquele ar sobre ele.
Você sabe o que quero dizer. Anda, fala e parece que faria você
gozar três vezes em uma noite.

— O quê? — Savannah pergunta chocada, as sobrancelhas


quase até a linha do cabelo. Ela obviamente teve a ideia errada.

— Vá em frente, Juno. — Digo. — A menos que você e


Colton... — Ela estreita os olhos.

— Quantas vezes contei a você, somos apenas amigos.


Melhores amigos. — Savannah rola seus olhos para mim. Juno
joga um travesseiro para ela.

— Hey! — Diz, jogando de volta, mas Juno pega. Te disse,


tem os reflexos de um gato. Aposto que, se a empurrasse de um
prédio, ela aterrissaria de pé.

— De volta ao apartamento. Joel diz que...

— Quem é Joel? — Pergunto, pegando a pequena tesoura


ao longo da costura e cortando. É estranhamente terapêutico.

— O proprietário. Vamos, Brooklyn. — Savannah age como


se eu fosse uma esotérica, como sempre. Devo mencionar que ela
está atualmente sentada em frente a uma irmã que acredita ter
nascido com o dom de fazer casamentos, mas eu sou a esotérica
porque curo as coisas com óleos essenciais.

— Não decorei o nome dele. — Dou de ombros. Corto. Corto.


Corto. Libero uma respiração purificadora.

— Bem, ele disse que você assinou o contrato e já que Jeff


está longe de ser encontrado, deixa você no gancho.

— De qualquer forma... — Juno lança um olhar para


Savannah. — O gostoso é seu novo vizinho. — Juno arqueia as
sobrancelhas.

Não tenho ideia do que aconteceu com o cara, porque o


comentário dele foi a palha que me quebrou. Me tranquei no
quarto, as lágrimas finalmente chegando à superfície.

— Mesmo?

— Yeah. — Savannah toma seu vinho.

— Tenho um pressentimento sobre ele também. — Juno


olha para o espaço por um segundo. Juro, minha irmã. Ela diz
que previu meu irmão mais velho, Austin e sua namorada, Holly,
ficando juntos no ano passado, mas a menos que ela enfiasse
álcool nas gargantas deles e os colocasse no jipe atrás da Lucky’s
Tavern, não era ela agindo. Eles eram boas notícias... bem, ainda
são. Estavam no blog de fofocas on-line da cidade há meses.
— Oh Deus. — Solto a tesoura no meu colo. — Buzz Wheel!
— Minha testa bate na mesa de café. Savannah corre a mão em
pequenos círculos nas minhas costas.

— Tenho certeza de que serão gentis. — Juno bufa.

— Uma Bailey sendo abandonada no altar? — Sinto falta do


olhar que tenho certeza que Savannah dá a Juno.

— Só fique no ar por alguns dias, talvez. — Diz Savannah.

Sempre amei esse site. O Lake Starlight Buzz Wheel é uma


obsessão doentia que me entreguei em toda a minha vida. Bem,
a maior parte da minha vida. Realmente não me lembro bem
quando começou, mas Juno está certa. Preciso evitar isso pelos
próximos dias. Como o site é atualizado com novos conteúdos à
meia-noite todos os dias, não haverá registro de... minha mente
trilha o que poderiam desvendar.

— Acha que tem uma foto de Jeff? — Pergunto,


pressionando minhas duas mãos sobre a mesa para levantar do
chão.

— Não. Não leia, Brooklyn. — A mão de Savannah está no


meu braço para me manter no lugar.

— Mais cedo ou mais tarde, vou ter que enfrentar isso. —


Juno puxa o celular para fora.
— Eu vou ler. — Seus polegares percorrem a tela. Me movo
em direção ao meu telefone, mas Savannah não solta meu braço.

— Deixe Juno ler. — Ela implora.

Eu aceno, minha bunda caindo de volta no chão, pegando


minha tesoura e começando a trabalhar desembaraçando o
corpete da saia.

Juno ri e posiciona seu telefone para que possamos ver.

— Há um cartaz de ‘Procura-se um patife’ falando dele. —

Meu estômago afunda com a confirmação de que meu


momento de Querida Jane fez o Buzz Wheel. Não tenho certeza
por que tinha essa esperança que tinha escapado.

— Pronta? — Juno pergunta, olhando diretamente para


mim.

Savannah desliza para o chão comigo, apertando sua mão


sobre a minha.

— Vá. — Aceno. Juno começa a ler.

— Bem, a novidade acabou e infelizmente Brooklyn Bailey


foi deixada no altar. Após dois anos de preparativos, o clã Bailey
com nova integrante, Holly Radcliffe, estava pronto para entregar
sua irmã, mas ninguém estava no final do corredor para tomá-la.
Há rumores de que ela está em lua de mel sozinha. Dizem que o
irmão mais velho, Austin, afirmou: ‘O cara tem um desejo de
morte’. Ele e os outros três irmãos Bailey saíram do casamento
em busca de Jeff Brickle. Espero que esteja escondido em algum
lugar seguro esta noite. Apesar de tudo, é uma triste notícia, mas
muitos homens em Lake Starlight estão questionando, quanto
tempo é curto demais para pedir para sair com Brooklyn Bailey?
— O polegar de Juno rola e eu espero por mais.

— Oh, e algo sobre Austin e Holly no jipe, atrás do Lucky


novamente. Sério, que fascínio doentio têm em fazer essas coisas
no banco de trás? — Ela desliga a tela e deixa cair o telefone no
colo.

— Ainda estão nessa fase de a cada minuto. — Digo com


uma voz sombria. Savannah sacode a cabeça.

— Posso ver esses dois nunca saindo dessa fase. — Eu rio.


Uma risada real. Sacudo e olho ao redor.

Minhas irmãs não notaram, mas eu não deveria estar rindo


agora. Como posso? Não deveria achar diversão em nada.

— Você sabe o que precisa fazer? — Juno serve outra taça


de vinho. — Vá em lua de mel. Você tem o tempo livre. — Ela se
inclina para trás na cadeira. Savannah rouba a garrafa para
encher nossos copos.

— Ela está certa. Isso vai limpar a sua cabeça.


— Sim, andar numa praia quando deveria estar lá com meu
marido será a melhor maneira de limpar minha mente. Boa ideia
meninas. — Corto. Corto. Corto. Ahhh.

— Estou falando sério, Brookie. — Juno usa o apelido que


usava quando éramos crianças. — Acho que é exatamente o que
precisa. Saia daqui por duas semanas. Enquanto isso, vamos
tratar de tudo isso no apartamento. Vou me mudar para ajudar.
Kingston nunca está em casa de qualquer maneira.

Paro de cortar as cordas que deveriam ligar o meu futuro.

— Não. Não vou em uma lua de mel para um e depois ter


minha irmã morando comigo por pena, deixando meu irmão
voltar para casa. Além disso, Holly e Austin acabaram de
conseguir a casa para eles.

— Não é verdade. Rome ainda está lá. — Acrescenta


Savannah.

Caso não esteja acompanhando, há nove de nós, irmãos


Bailey. Não se preocupe, você vai entender tudo bem rápido.

— Não por muito tempo. Ele está abrindo o restaurante e


me disse que há um lugar acima do qual está se mudando. —
Savannah não diz nada porque sabe que estou certa. Nenhum de
nós faz nada sem a aprovação de Savannah ou Austin por algum
motivo. Acho que porque mantiveram a família junta depois que
nossos pais morreram. Eles se tornaram mãe e pai.
— Ok, tanto faz. Apenas vá em lua de mel. — Diz Juno. —
E pega esse gostoso. — Aponta para a porta do meu apartamento.

— De qual planeta você veio? — Savannah pergunta a ela.


— Estou dizendo a você, há algo lá. — Ela mastiga o interior de
sua bochecha por um segundo. — Se ficasse por aí para mais
perguntas, teria previsto o porquê e quem, mas ele parecia meio
sensível.

— Talvez porque foi atingido por um livro que parecia um


tijolo e tenha uma ferida na cabeça como resultado. Não é
exatamente um grande comitê de boas-vindas. — Digo.

— Sim, Juno. Ele estava apavorado que estivesse em seu


próprio casamento quando viu Brooklyn. Esse não é o cara que
ela precisa em sua vida. — Savannah claramente não se
impressiona. Juno toma seu vinho.

— Só estou dizendo o que estou sentindo, e como sou eu


quem herdou o gene de casamenteira, sugiro que acredite em
mim quando digo que há algo nele. — Savannah sacode a cabeça,
servindo outro copo de vinho.

— Se me deixar prepará-lo, não teria razão para pensar que


não sou a pessoa real. — Juno arregala os olhos em dúvida para
Savannah.

— Nunca. — Savannah me cutuca. — Vá na viagem. Vamos.


Você já está de mala feita. Ela está muito ansiosa para mudar de
assunto. — Verdade. Minha mala solitária de lua de mel era a
única que restava no armário. Corto. Corto. Corto. Ahhh.

Isso me afastaria dos olhares de pena dos rostos dos


residentes de Lake Starlight. Não que não retorne a eles quando
voltar, mas não é como se quisesse trabalhar ou ficar sentada no
meu novo apartamento que não posso pagar pelas próximas duas
semanas.

— Eu vou. — Digo baixinho, largando a tesoura e rasgando


o resto do vestido, dividindo-o em duas metades. — Isso foi
fantástico.

— Viva! — Juno salta para cima. — Vamos checar se tem


tudo que precisa. — Parece loucura, mas preciso de um tempo
sozinha para aceitar o que Jeff fez comigo. Preciso libertá-lo do
meu corpo e alma. Pensei que estava a caminho de me tornar
uma mãe, dona de casa, mas desde que o navio partiu, preciso
descobrir um plano e não posso fazer isso aqui. Minha família vai
projetar uma rotação de verificação de bem-estar e me
enlouquecer no processo.

O interfone toca e Juno se move para pressionar o botão


para responder.

— Quem é? — Pergunta com uma nota de satisfação em sua


voz agora que concordei em ir na viagem.
— Abra. — Diz Rome, aborrecimento atado em todo o seu
tom. Ela aperta o botão e as paredes finas do apartamento não
escondem o som de inúmeros passos se aventurando até o
terceiro andar. Juno abre a porta e, um após o outro, o resto da
minha família entra, seus olhos me procurando.

— Pizza e cerveja. — Rome deixa duas pizzas na mesa e uma


caixa de cervejas no balcão.

— Mais pizza e cerveja. — Denver derruba mais duas pizzas


e outra caixa no balcão. Cada um deles seguem pra mim.

— Levante-se. — Dizem em uníssono, suas mãos apontando


para eu ficar em pé.

Quando estou de pé, me puxam para seus braços. — Vou


matá-lo assim que o encontrar. — Rome sussurra.

— Não se eu chegar a ele primeiro. — Acrescenta Denver.

— Deixe-me participar. — Kingston se aproxima do outro


lado.

— O que é um abraço fraterno sem o mais velho. — Logo


Austin está do outro lado e eu estou sufocando com o cheiro de
álcool que eles já consumiram.

— Bebendo tão cedo, garotos? — Murmuro no peito de


alguém. Eles riem e se dispersam, cada um apontando para o
outro. Austin levanta as mãos.
— Eu era o motorista. — Os outros três dão de ombros.

— Ele era um babaca de qualquer maneira. — Austin volta


para a cozinha para ajudar Holly a colocar as cervejas na
geladeira.

— Desculpe, Brooklyn. — Sedona me abraça e Phoenix vem


em seguida, me abraçando sem dizer nada. Ela não é de exibir
suas emoções. A menos que sejam mal-intencionadas. As duas
se sentam no sofá, com as cabeças nos celulares quase
instantaneamente.

Todos festejamos com pizza, cerveja e vinho, agindo como


se Jeff me deixar foi a melhor coisa que aconteceu comigo. Tenho
certeza que alguns deles acham que é, mas diga isso ao meu
coração.

— Adivinha o quê? — Juno pergunta, em pé em uma cadeira


para chamar a atenção de todos. Surpreendentemente, lhe
concederam a palavra.

— Brooklyn vai na lua de mel dela.

— Eu quero a passagem do imbecil. — Denver levanta a


mão.

— De jeito nenhum, ela me ama mais. — Rome desliza na


frente dele.
— Lembre-se daquela vez em que consertei seu carro de
graça? — Kingston se junta a ele.

Ri mais uma vez porque absolutamente não vou na minha


lua de mel com nenhum dos meus irmãos. Já estou
envergonhada o suficiente.

— Vou sozinha, obrigada. — O interfone toca novamente.


Juno corre para pegá-lo.

— Não é o gostoso! Relaxe Juno. — Savannah grita para ela


em torno de uma boca cheia de pizza.

Meu próprio estômago está corroendo a si mesmo. O iogurte


desta manhã não foi suficiente para me encher até o jantar.
Provavelmente devo estar com fome também.

— Desculpe, a festa está cheia, a menos que seja o gostoso


da porta ao lado. — Diz no aparelho. Em seguida, olha para trás,
claramente tendo consumido muito vinho. — Isso rima. Sou uma
rapper.

Austin levanta as sobrancelhas. — Kingston, você vai levá-


la para casa hoje à noite.

— Deixe-me entrar, Juno! — Vovó Dori grita através do alto-


falante.

— Claro que sim, Vovó. — Ela aperta a campainha e Rome


sai pela porta do apartamento para ajudar minha avó a subir os
três lances de escada. Phoenix liga o telefone ao meu alto-falante
Bluetooth e inicia algumas músicas. Talvez uma festa seja
exatamente o que preciso para ser despejada deste lugar.

— Ligue, Phoenix. — Peço para ela.

Ela balança a cabeça, por uma vez ouvindo a instrução.


Depois do que parece uma eternidade, Rome abre a porta, vovó
Dori em nenhum lugar à vista.

— Onde ela está? — Pergunto. Ele aponta os polegares atrás


dele e sorri.

— Ela encontrou alguém melhor para ajudá-la a subir as


escadas. — Caminhando com meu novo vizinho quente preso ao
seu braço está ela.
Um cara à nossa frente espreita por cima do ombro quando
subimos do segundo andar para o terceiro, como se estivesse
tentando pegar a mulher a quem ele se refere como Vovó D.

— Você é tão doce. Qual é o seu nome? — Ela dá um tapinha


na minha mão e para no patamar com apenas meia escada à
esquerda. Não a culpo por tomar um fôlego. Corro todas as
manhãs, mas escalar essas escadas três vezes hoje me diz que
não estou em forma como pensava.

— Wyatt, senhora.

— Sem o senhora. — Diz ela. O cara que desceu para


encontrá-la nos olha de cima.

— Ela é Dori. — Diz, levantando ambas as sobrancelhas.

— Sim, e não devo ser confundida com nada azul, como


aquele maldito peixe. — A mulher idosa responde. Minha atenção
cai para ela.
— A menos que esteja indo para elogiar meus olhos. — Ela
alarga-os, batendo seus cílios para mim.

— Muito azuis e muito bonitos. — Evito mencionar que o


cabelo dela só traz um tom mais profundo de azul em seus olhos.

— Obrigada. Os olhos da minha neta Brooklyn, tem a


mesma cor. — Ah! A noiva abandonada é neta dela. Deveria
colocar essas duas coisas juntas.

— Sim, mas ela recentemente desistiu de todos os babacas.


— Diz o cara.

Olho o cara. Ele me tipificou bem rápido. Não que não seja
como ele pensou. Aposto que somos semelhantes em nosso
pensamento quando se trata de se estabelecer.

— Não estou procurando. — Confirmo.

— Brook não está procurando por qualquer companhia. —


Seu esclarecimento é um aviso claro para eu ficar longe. Como se
fosse me envolver com uma noiva abandonada. Sou algum idiota?

Concordo. Mensagem recebida. Alta e clara.

— Pare com isso, Rome. — Ela ralha e em seguida vira para


mim. — Ele está agindo como um irmão mais velho quando a
verdade é que é o irmão mais novo. — Olho para ele com um
sorriso no rosto e ele revira os olhos.
— Nenhum de nós realmente se importava com o noivo,
verdade seja dita. Era um bom garoto, só não queria ser uma
parte dos Baileys. — Sussurra. Rome ri.

— Não estamos aceitando inscrições. Podemos terminar


esta caminhada? A pizza está ficando fria. — Dori acena para
ele.

— Você pode ir. Wyatt me acompanha. Não é querido? — Os


olhos de Rome brilham para mim.

— Legal. Ela não está procurando alguém de qualquer


maneira, certo? — Ele ri e se vira, o som de uma porta no corredor
acima abrindo e fechando.

— Ok, vamos lá. — Dori pisa na primeira escada. — Não


tenho certeza se virei visitar minha neta com essas escadas.

— Talvez ela vá até você.

— Você vai ficar de olho nela, não vai? — Pergunta. Quero


erguer a cabeça e atirar nela um olhar que diz — Você está louca?
— É isso que uma cidade pequena lhe traz? Em Nova York, pude
ver a mesma pessoa no elevador por três anos e nos contentamos
em não dizer uma palavra uma para a outra.

— Bem... — Ela dá um tapinha na minha mão. — Obrigada.


Seu ex-noivo era um idiota, mas a sensação de ser indesejada
deve estar machucando-a. Vai estar bem hoje porque a família
está aqui, mas minha Brookie mantém as coisas e pensa em
todos antes de si mesma. Sempre foi assim. — A preocupação
genuína no rosto de Dori e em seu tom tira o nova-iorquino de
dentro de mim.

— Certo. Posso fazer isso. — Finalmente chegamos ao topo


da escada. Juro que já poderia ter subido e descido dez vezes.

— Você é um herói. É como se o destino tivesse trazido você


para o outro lado do corredor. — Ela sorri para mim e dou um
passo à frente para empurrá-la para o apartamento em que a
neta mora. — Agora, venha comer pizza.

Seu aperto cresce mais forte em mim, deixando-me sem


chance de escapar e antes que possa fazer qualquer coisa,
estamos no apartamento com o que parece um milhão de pares
de olhos em nós. Faço um duplo exame duas vezes porque há
dois conjuntos de gêmeos. E as duas mulheres de antes estão
aqui.

Enquanto o calor corre para as minhas bochechas, meus


olhos param no meio da sala e aterrissam na Brooklyn. Está de
banho tomado e sem maquiagem mostrando seu rosto limpo. Seu
cabelo loiro está puxado para cima no topo de sua cabeça em um
coque bagunçado solto e vermelhidão tinge suas bochechas ao
encontrar-me, um estranho em seu apartamento mais uma vez.
Ou talvez ainda esteja envergonhada de me bater com um livro.
— Este é Wyatt... — Dori diz para todos, em seguida se
inclina para mim. — Desculpe, nunca perguntei o seu
sobrenome.

— O q... desculpe. Wyatt Moore. — Quase escorrego porque


meu primeiro nome raramente fica sem meu sobrenome quando
me apresento. Meu pai costumava repreender Haylee e eu
quando éramos mais jovens por não incluir nosso sobrenome
sempre que tínhamos que nos apresentar. Disse para ter sempre
o queixo para cima e os ombros para trás quando disser, para
que saibam que você é alguém importante.

— Ele foi um querido e me ajudou a subir as escadas. —


Dori não me solta, me levando até as pilhas de caixas de pizza na
mesa da cozinha. Todos os outros ainda olham, avaliando a
situação.

— Por que não damos boas-vindas a Wyatt? — Diz Dori.


Todos saem de seus transes.

— Ei, sou Holly— Uma mulher de cabelos ruivos é a


primeira a caminhar até mim, seguida rapidamente por um dos
caras que vem atrás dela e colocando uma mão no quadril dela e
a outra entre nós. — Sou Austin. — Aperto a mão dele. Então
parece que estou em uma fila de recepção de casamento.

— Kingston — Aperto de mão.


— Denver. — Aperto de mão. Espere, este não era o Rome?
Com as sobrancelhas numa linha, procuro na sala e outro
homem aparece à minha frente. Rindo.

— Gêmeos. — Diz. Eu aceno, lembrando

— Juno, já conheço. — Eu aceno me lembrando.

— Juno como você sabe. — Faz um aceno engraçado.

— Savannah, nos conhecemos mais cedo. — O aperto de


mão da loira é mais firme que o meu.

— Phoenix.

— Sedona. — Quando aperto a mão delas, ficam lado a lado.


— Gêmeas. — Explicam, para o caso de eu ser um idiota.

— E por fim, Brookie. — Dori finalmente solta-me e abraça


a sua neta pelos ombros.

— Qual é o problema das pessoas dessa família e as canecas


de café? — Dori diz, provocando um revirar de olhos de cada
membro da família perto o suficiente para ouvir.

— Eu sei. Eu sei. — Brooklyn abraça a sua avó. Ela está


surpreendentemente otimista para uma mulher que passou pelo
que passou hoje.

— Sobre o que está falando Vovó? — Savannah pergunta,


derramando vinho em seu copo, sentando-se e cortando sua
pizza com um garfo e faca de plástico. Deus, ela me lembra da
minha irmã. Um dos irmãos, eu acho que Kingston, ele parece
mais jovem do que o resto, entrega-lhe uma cerveja e oferece uma
para mim.

— Vai precisar disto se for ficar. — Diz sem um sorriso.

— Obrigado. — Digo aceitando. Ele balança a cabeça, pega


uma fatia de pizza e vai para o sofá onde o grupo de gêmeos está
em seus telefones.

— Canecas de café são um presente fácil. Provérbios fofos,


palavras de amor, referências insignificantes. Acho que o
primeiro presente que ganhei do seu pai foi uma caneca ‘Eu amo
minha mamãe’. Ainda está no meu armário. Uma caneca de café
diz o que as pessoas pensam de você. — Dori dá um gole na
cerveja e estou impressionado com o gole que ela dá. Brooklyn
sorri com um leve revirar de olhos

— O que se passa com esta família e as canecas? — Austin


pergunta e Holly dá um soco ligeiro no seu estômago. Todos os
olhos se viram para Savannah que continua em pé, comendo a
sua pizza e bebendo seu vinho, junto ao sofá.

— Então, pedi ao Wyatt para manter você debaixo de seus


olhos querida. — A mão de Dori agarra a parte de cima do seu
braço. O seu tom não é forçado, mas agora sinto-me um cretino
se não aceitar cuidar da sua neta. Ótimo. Agora terei que ajudá-
la a carregar suas compras para cima e arrumar coisas em seu
apartamento. Ela deveria saber que eu não sou um faz-tudo.

— Oh vovó! — Brooklyn olha para mim. — Estou bem. Juro.

— Bem, se precisar de alguma coisa, é só bater. — Olho para


o meu relógio. — Tenho que ir embora.

— Conversa fiada. — Diz Dori como se fosse a coisa mais


absurda que alguma vez ouviu.

— Sério. Cheguei hoje à cidade e estou cansado. —


Rapidamente acabo a minha cerveja e coloco a garrafa vazia em
cima da mesa.

— Bem, agradeço a ajuda. Penso que os meus netinhos


conseguem ajudar esta velhota a descer as escadas.

— Como? — Rome diz, levantando o seu braço no ar. Todos


riem.

— A qualquer hora. Prazer em conhecê-los. — Sorrio e


aceno, indo para a porta.

— Bem-vindo à Lake Starlight. — Diz Holly com um enorme


sorriso em seu rosto.

— Oh! Olha um vizinho novo. — Denver enrola o cabelo dela.

— Aposto que esperou muito tempo para poder dizer isso à


alguém. — Disse Austin, olhando para ela como se tivesse sido
atingido pelo cupido. Holly cora e Austin olha para mim. — Ela é
a mais nova residente de Lake Starlight, mas nós realmente te
desejamos as boas-vindas.

— Obrigado. Tenho certeza que vamos nos ver de novo. —


Dou um aceno com minha mão.

— Lucky é um lugar onde podemos ir. Alguns de nós


realmente tem sorte lá. — Diz Denver, levantando as
sobrancelhas. Rome não consegue conter a gargalhada e espalha
cerveja por toda a sala. Obviamente, é uma piada privada.

— Rome! — Juno grita mexendo na parte de trás do seu


cabelo. Ei, eu realmente estou entendendo esses nomes. Vai
Whitmore.

Enquanto a sala vira o caos, eu saio de fininho, fechando a


porta atrás de mim o mais silenciosamente possível. Merda, não
consigo nem imaginar fazer parte daquela família.

Vasculho no bolso do meu jeans pelas minhas chaves, mas


antes de conseguir entrar no meu apartamento, a porta de
Brooklyn abre. Olho por cima do ombro, e meu coração bate mais
depressa quando a vejo ali.

— Devo correr para me esconder? — Seus ombros caem,


assim como o seu sorriso. Batendo seus pés através de suas
meias no chão, ela para na minha frente mantendo o contato
visual. Não tenho o hábito de fazer isso, mesmo quando estou
fodendo alguém. Só quando estou para fechar um negócio que
agora é raramente, já que o meu pai está me fazendo passar por
esta experiência. Ela toca meu braço.

— Só quero dizer que sinto muito. — Vejo pelo canto do olho


quando ela levanta o dedo e passa pelo corte. — Espero que não
deixe uma cicatriz.

Eu detesto parecer um disco arranhado, mas ela é tão


bonita. Nada parecida com o tipo de mulher que normalmente
acho atraente. Sempre achei irônico a forma como os pais nos
criam para ter valores sólidos. Ganhar o nosso dinheiro, ter uma
família encantadora, tratar à todos com respeito. Depois nos
mandam para escolas privadas finas, almoços de domingo no
clube misturados nos ricos mais ricos de Manhattan.

Não é preciso dizer que a mulher a que estou habituado,


nunca me tocaria na testa de uma forma carinhosa se não me
conhecesse. Brooklyn não me conhece bem. Inferno, ela nem
sabe o meu verdadeiro nome.

— Tenho certeza que não. — Estou duro que nem uma


tábua enquanto ela continua a passar o dedo junto ao corte.

— Bem, nunca quis bater em você. Foi apenas um dia ruim.


— Franze a testa e seus olhos brilham com lágrimas não
derramadas. Apenas um dia ruim? Quero gritar com ela, dizer
que não foi um dia ruim, foi um dia fodido e que está tudo bem
em ficar puta além da crença.
— Sim. Desculpe... isso não é fácil. — Ela balança a cabeça,
sua mente não no meu corte mais, quando baixa a mão e
entrelaça com a outra em sua frente.

— Vou viajar por duas semanas. Decidi ir na minha lua de


mel.

— Bom para você. — Ela acena com a cabeça.

— Mas não ouça minha avó. Não precisa fazer nada para
mim. Ela só gosta de se intrometer na vida de todos. Mas quando
voltar, se precisar de alguma coisa, me avise. Vivi em Lake
Starlight toda a minha vida, então me trate como o Google. — A
risada mais fofa cai fora dela e ela balança a cabeça. — Qualquer
coisa, apenas grite.

— Obrigado. Essa é uma via de mão dupla. — Ela sorri,


recuando, mas ainda olhando para mim.

— Tenha uma boa noite, Wyatt. — Sua mão pousa em sua


maçaneta.

— Você também. — Viro para o meu apartamento. Ela abre


a porta do seu apartamento iniciando uma série de gritos e vaias
dos Baileys dentro de seu apartamento.

— É sério isso? Vocês todos precisam tomar conta de suas


próprias vidas! — Brooklyn grita, fechando a porta.
Entro e fecho a porta, encontrando o silencioso
apartamento. Enquanto passo pelo corredor para desfazer minha
mala, não posso deixar de me perguntar que tipo de idiota tem
que ser para deixar uma mulher assim no altar. Mesmo que eu
não seja o tipo para casar, não é preciso ser um gênio para
descobrir que qualquer cara teria sorte de ser o marido de
Brooklyn Bailey.
— Aqui vai você. — Savannah tira minha mala da parte de
trás de seu SUV. — Tem certeza de que não quer que estacione e
entre?

Ela está usando sua expressão materna hoje.

— Não. Você não pode passar pela segurança de qualquer


maneira. Vou te enviar uma mensagem quando desembarcar.

— Eu posso, se Duke estiver trabalhando. — Ela me dá um


sorriso de satisfação, referindo-se ao tempo que ela e vovó Dori
surpreenderam Austin no aeroporto para levá-lo a puxar a cabeça
para fora de sua bunda sobre Holly.

— Estou bem. — Insisto. Ela balança a cabeça e inspira


profundamente.

— Ok. — Dando um passo para frente, engulo as lágrimas


que querem explodir.
Depois de uma noite de pizza, bebidas e risos com a minha
família, acordei percebendo o que realmente aconteceu. Eu era
uma daquelas noivas que já li, mas nunca pensei que seria. Estou
destinada a ser Brooklyn Bailey, a Bailey que foi deixada no altar.
Se não fosse por Savannah esta manhã, poderia me fechar no
apartamento e me esconder debaixo das cobertas por toda a
eternidade.

— Você vai se divertir muito. Enfiei um livro na sua bagagem


de mão. Apenas relaxe e aproveite. — Suas mãos seguram meus
braços.

— Tome cuidado. Não confie em todos que encontrar. Não


quero ter que voar até o Havaí procurando por você.

— Tenho vinte e seis anos. — Mesmo que Savannah seja


três anos mais velha do que eu, às vezes parece que é décadas
mais velha, desde que teve que dar um passo a frente quando
nossos pais morreram. Acho que a responsabilidade deu um jeito
de mudar a dinâmica.

— Eu sei. Eu sei. — Ela solta meus braços, apenas para me


abraçar apertado em seu corpo.

— Tem certeza de que não quer que alguém vá com você?


Tenho certeza de que Rome correria até aqui se disser que sim.
— Rio e balanço a cabeça na curva do pescoço dela.
— Estarei bem. Preciso do tempo sozinha para descobrir o
que fazer a seguir.

Ela puxa para trás e fecha o bagageiro de seu SUV.

— Ok. Bem, me mande uma mensagem antes de sair do


Havaí e um de nós vai buscá-la quando voltar. — Ela sorri e sobe
em seu SUV. A vejo ir embora como se fosse meu bote salva-vidas
no meio de um vasto oceano. Quando ando pelas portas de correr
até o terminal de embarque, o aeroporto parece um zoológico. É
a época de férias.

Usando o novo sistema de quiosque, puxo minha


confirmação e digitalizo minha confirmação no meu telefone, mas
a tela continua me dizendo para ver um atendente. Solto um
suspiro e pego minha mala e bagagem de mão para ficar de pé na
longa fila.

Obviamente, essa linha é usada para todos que têm


problemas com passagens porque ela se move tão rápido quanto
a vovó Dori desce as escadas no meu prédio. Acho que ela
esperava que Wyatt viesse ajudá-la. Ele parece ser um cara legal
embora.

Depois que partiu na noite passada, todos especulamos


sobre o que o levou ao Lake Starlight, já que ninguém perguntou
a ele, o que não é normal.
Avanço para a frente na fila, sorrindo para o garotinho na
minha frente. Estava esperando ter um desses em alguns anos.
Agora vou começar de novo. Todo o processo de conhecer alguém,
namorar... Não posso nem continuar com o pensamento, parece
cansativo. Nem sei como ser solteira. Estou com o Jeff desde a
faculdade. Foi ele quem me tirou da depressão que durou muito
depois que meus pais morreram. Confiei quando disse que não
iria me machucar. Bem, olhe para mim agora, Jeff. Alguém pode
realmente mudar tanto em tão pouco tempo ou eu estava apenas
cega?

— Próximo. — A mulher no balcão diz, acenando-me.

Corro, ansiosa para colocar esse show na estrada antes de


sair.

— Oi. Tentei digitalizar minha confirmação e disse para ver


um atendente. — Ela sorri e pega meu telefone, digitando em seu
teclado.

— Maui? — Ela pergunta.

— Sim. — Coloco minhas mãos no balcão, olhando para ela,


ansiosamente batendo meu pé.

Seus lábios saem de um sorriso profissional e se voltam


para baixo.

— Esta passagem foi cancelada. — Meu corpo fica tenso.


— Bem, não sei como isso teria acontecido.

— Oh, espere. — Ela digita um pouco mais, seus olhos na


tela.

Bom. Foi apenas um erro, ela descobriu. Soltei um suspiro


aliviado.

— Oh. — Desliza o telefone de volta para mim.

— Você comprou essas passagens? — Fecho meus olhos,


entendendo o problema.

— Bem, meu noivo... meu ex que comprou, mas este bilhete


está em meu nome. — Seu comportamento e atitude amolecem e
um olhar de pena entra em seus olhos. Aqueles malditos olhos.
A razão pela qual estou indo nesta lua de mel é escapar do olhar
exato que ela está me dando agora.

— O comprador cancelou o bilhete. — Diz, em voz baixa. Me


sinto como se tivessem me esbofeteado.

— O que? Isso é impossível. — Ela olha para a tela para ter


certeza de que está certa. — Jeffrey Brickle?

— Sim, é ele. — Seu olhar se desloca para a direita para o


corredor que leva à segurança.

— Desde que foi ele quem comprou as passagens, ele pode


cancelar a compra. Mas... — Ela olha para a fila de carteiras com
seus colegas de trabalho ajudando outras pessoas e se aproxima
de mim.

— Me desculpe, ele nos contou como você o deixou no


altar...

— O que? — O cara trabalhando ao lado dela, me olha de


lado. Obviamente, também está familiarizado com Jeff. O homem
que está ajudando corre com sua passagem na mão. O
funcionário da companhia aérea coloca uma placa fechada em
frente à sua área e passa ao lado da mulher me ajudando.

— Mas não é da nossa conta. Tudo o que podemos


realmente dizer é que a sua passagem foi cancelada. — O olhar
em seu rosto diz que ele acreditou no que o babaca do meu ex-
noivo disse. Os olhos da mulher se desviam pelo corredor mais
uma vez.

Sigo o olhar dela, mas tudo o que há é um mar de pessoas


indo para o ponto de segurança.

— O bilhete estava em meu nome! — As lágrimas estão


ficando cheias, meu nariz está fazendo cócegas. A qualquer
momento vou perder.

— Sim, mas ele pagou por isso. — Diz ela. Pego meu
telefone e coloco no meu bolso. — Então o que faço? Compro
outra passagem?
— Sinto muito, mas o voo está cheio. — Diz o homem. Estou
tentada a acreditar que ele está mentindo para mim porque acha
que fui eu que saí do meu casamento.

— Bem. Vou levar o meu negócio para outro lugar. — Pego


minhas malas, me virando para encontrar a longa fila de pessoas
esperando na fila olhando para mim. Circulo de volta.

— Só para você saber. Foi ele quem me deixou, idiota. Com


uma mensagem de texto. — O rosto do homem empalidece. —
Acredito que suas palavras exatas foram: ‘Eu simplesmente não
consigo. Desculpa Brooklyn’.

— Eu sabia! — Diz a mulher, enfiando o cotovelo nas


costelas do homem.

— Ele está passando pela segurança agora. Com a mulher


que usou o outro bilhete. — Me lança um olhar simpático.

— O quê? — sussurro. Claramente, não a ouvi


corretamente. Não havia sinais de Jeff me traindo. Vasculhei o
apartamento como um cão de drogas. Ela acena com a cabeça.

A cor não voltou ao rosto do outro cara. Se me sentisse bem,


pediria desculpas e diria para não se sentir mal, Jeff Brickle
também me enganou. Mas pela primeira vez, não estou me
sentindo bem.
— Ele cancelou o seu e comprou a passagem no nome de
outra mulher. Os dois estão indo em sua lua de mel. — Ela
aponta novamente. — Se se apressar, vai pegá-los.

Olho fixamente para ela. Por que iria querer pegá-lo?

Como a realidade do que a mulher atrás do balcão me disse


afunda, aperto minhas malas com força e corro pelo corredor. Eu
passo entre famílias e acidentalmente derramo o café de um
homem. Desculpas voam para fora da minha boca uma vez que
passo fora porque meus olhos estão colados ao grande sinal do
ponto de verificação de segurança.

Me esforço, tentando ganhar oxigênio em meus pulmões, e


olho para cima quando Jeff está prestes a passar pela segurança.

— JEFF! — Grito. Ele olha para trás, arregalando os olhos.

— Brooklyn. — O amor que pensei encheram as sílabas em


meu nome quando saíram da sua língua não estão mais lá.
Abandonando minha bagagem, zigue-zaguiei pelas cordas,
passando por passageiros olhando para mim com intriga e
choque.

— Quero respostas!

— Senhor. — O pessoal de segurança diz ao mesmo tempo


que um braço se estica para me impedir de ir para frente.
Uma pequena morena espreita a cabeça para o outro lado
da segurança. Não a reconheço, mas ela obviamente me conhece.

— Apenas me diga. — Digo para Jeff. Olho para a segurança


me impedindo de me aproximar mais.

— Ele me deixou no altar ontem. — Explico para ela. Todos


ao alcance da voz ofegam.

— Eu te disse. Não estou feliz. — Diz Jeff.

— E ela te faz feliz? — Aponto para a morena e ele olha de


volta para ela, em seguida, volta para mim.

— Não faça isso para si mesma. — Ele balança a cabeça


como se eu fosse uma criança petulante.

— Sério, isso é tudo que você tem? Você fez isso comigo!
Você me pediu em casamento! Você me fez planejar um
casamento grande e elaborado e você me enviou uma mensagem
de texto cinco minutos antes do início da cerimônia de
casamento! — Aponto meu dedo para ele, meu corpo inclinado
para a frente até onde a segurança me deixa ir.

Ele abandona seu lugar e eu pego um guarda de aparência


mais profissional vindo do corredor. Obviamente foi notificado da
perturbação que causei.

— Eu sinto muito. Deveria ter dito algo antes. —


— E agora você está levando-a em nossa lua de mel? —
Minha garganta bloqueia com emoção.

— Achei que você não iria querer ir. — Enquanto aguardo


respostas, percebo que há uma razão simples para tudo isso. Sou
eu. Claro e simples.

— Diga-me. — Exijo. — Diga as palavras.

— O quê? — Pergunta ele, colocando os braços para o lado,


como faz quando está tentando evitar responder uma pergunta.

— Conte-me. Diga, seu covarde. — Digo entre os dentes


cerrados. Ele olha para a morena e volta sua atenção para mim.

O cara da segurança está se aproximando, seus olhos


focados em mim.

— As coisas entre nós mudaram em algum momento. Não é


você.

— JEFF! — Grito, avançando para frente. A segurança me


deu um pouco mais de liberdade.

— O que quer de mim, Brooklyn? Simplesmente não te amo.


— Passei pela segurança e a multidão entre nós se dispersou,
deixando uma abertura para mim.

— Foda-se, Jeff! — Bato na cara dele. — Você não me ama?


Que vergonha para você por me amarrar todo esse tempo. — Me
inclino em torno de seu ombro para olhar para a morena. — Boa
sorte.

Ela zomba, as bochechas vermelhas e envergonhadas. Jeff


segura sua bochecha enquanto olho para o homem que pensei
que seria meu marido.

— Minha família está certa. Você não está nem perto de ser
bom o suficiente para mim, seu fraco filho da puta. — Rodo nos
meus calcanhares, os passageiros deixando espaço para eu
passar.

— Obrigada. — Sussurro para a segurança.

— Com prazer. — Ela responde, e zigue-zagueio de volta


através das cordas, pegar minhas malas e seguir as indicações
para a área de aluguel de carros, porque a última coisa que quero
fazer agora é ligar para minha família.
J uro. Cada minuto em Lake Starlight arrasta mais do que
em Nova York. É domingo de manhã e já fui para minha corrida,
tomei café da manhã e li o Wall Street Journal no meu iPad.

Precisando me familiarizar com esta cidade, desço as


escadas do meu complexo de apartamentos, apenas para ver
Brooklyn parada do outro lado da porta.

Meu coração afunda quando noto seus olhos avermelhados,


a tristeza tatuada em seu rosto como se fosse permanente. Que
vergonha seria se isso a arruinasse para um cara que realmente
a merece. Eu vi com meus amigos. Um desgosto e estão
acabados, para nunca mais confiar em ninguém.

Ela brinca com as chaves, solta-as e se abaixa para pegá-


las novamente.

Abro a porta e ela está sentada no concreto ao lado de um


par de malas, com a cabeça nas mãos, devastada.
— Brooklyn. — Digo, me agachando ao lado dela. — Você
está bem?

Ela me espreita através dos dedos entrelaçados e enxuga o


resíduo de lágrimas antes de se levantar. Agarrando as chaves e
as malas, ela dá um passo à frente.

— Whoa. — Coloco minha mão em seu ombro. —


Desacelere. — Ela balança a cabeça freneticamente e passa por
mim através do batente da porta.

— Obrigada por abrir a porta.

— Brooklyn. — Digo o nome dela novamente, seguindo-a


pelas escadas.

— Não se preocupe, não direi a Dori que você me viu assim.


Na verdade, toda a minha família nunca vai saber que eu não fui.
— Arrasta as malas no primeiro lance de escadas como se
demônios do inferno estivessem perseguindo ela.

— Você vai parar? Sei que não nos conhecemos, mas... —


Ela para no segundo patamar, um fluxo fresco de lágrimas
caindo.

— Não sou seu problema, mas obrigada por tentar. — Sua


mão pressiona meu antebraço novamente e mesmo que a minha
camiseta de mangas compridas bloqueie qualquer contato pele a
pele, seu calor está lá. Está nela.
— Você obviamente precisa de alguém. Se não vai contar
para sua família o que está acontecendo. — A sigo pelo próximo
lance de escadas.

— Eu vou ficar bem. Só preciso relaxar.

Chega a sua porta e novamente se atrapalha com as chaves,


primeiro colocando a porta da frente, antes de perceber que não
abre a porta. Veja por que os códigos-chave para entrar em um
prédio são muito mais simples hoje em dia?

Pego as chaves penduradas na maçaneta, troco-as e abro a


porta.

Ela puxa as malas, parando e se virando antes que possa


segui-la.

— Obrigada. — Ela bate a porta na minha cara, mesmo que


ainda mantenha as chaves na minha mão. Amaldiçoo esta
cidade. Ou talvez seja apenas este edifício. Talvez seja apenas os
Baileys.

Bato levemente.

Sem resposta.

Bato de novo e inclino minha orelha para a porta.

Nem um pio.

Merda.
Agarro a maçaneta e viro.

Simples o suficiente.

Vou abrir com as chaves e depois trancá-la do outro lado


antes de fechá-la novamente. Minha mãe me mataria se eu
deixasse uma garota em um apartamento com uma porta
destrancada à mercê de alguém.

Então, novamente, não estou em Nova York, estou em Lake


Starlight, com o que parece ser uma população de cem pessoas
até agora.

O botão clica e deslizo a porta apenas o suficiente para jogar


as chaves e alcançar meu braço ao redor da porta para travar a
trava inferior. Não posso deixar de olhar através da rachadura na
abertura.

Não vejo Brooklyn em nenhum lugar. Deve estar em seu


quarto.

Meus dedos cegamente mexem na fechadura e estou prestes


a deixar a porta se fechar quando meu olhar pisca para o
movimento à direita. Esquecendo a fechadura, abro a porta.

Ela não notaria se alguém derrubasse a porta. Ela está


enrolada em uma bola no sofá, segurando um travesseiro no
peito, lágrimas escorrendo pelo rosto. Porra.
Por que não consigo me importar com meu próprio negócio?
Ela não é da minha conta. A última coisa que quero é ficar
sentado o dia todo e ouvi-la falar sobre um idiota que não deu a
mínima para ela. Como diabos sei o que fazer com uma garota de
coração partido? Pareço com o Dr. Phil?

Minha mãe se pergunta por que não quero me acalmar?


Olha essa garota. Um cara prometeu a ela a lua e as estrelas,
então a deixou no altar. Você realmente conhece alguém?

— Hey. — Lentamente entro na sala. — Brooklyn? — Ela


não olha para mim, então continuo meu caminho pelo chão até
sua pequena sala de estar. Quando me sento no final do sofá, ela
nem sequer olha para mim.

— Você está bem?

Que pergunta idiota. Claro que ela não está. Sua vida como
conhece acabou. Não que já tenha experimentado mágoa de um
relacionamento romântico. Mas a bagunça das emoções que ela
está sentindo é o motivo exato pelo qual me afasto deles.

— Sou a mulher mais idiota do mundo. — Murmura, a


cabeça deitada em cima do travesseiro enquanto olha para fora
da porta do pátio para o lago.

— Não, você não é. — Fecho meus punhos para me impedir


de estender a mão e tocá-la. — Não é a primeira mulher a ser
enganada por um cara ou vice-versa.
Seus olhos piscam para mim.

— Ele roubou nossa lua de mel também. Cancelou minha


passagem e comprou uma para uma morena safada. — Ela
estremece. — Não deveria dizer isso. Nem sequer a conheço.

Eu bufo. Esse cara está concorrendo o prêmio imbecil do


ano.

— Sinto muito. — Digo como um puro babaca. Deveria ter


algumas palavras de sabedoria, mas não tenho nada.

— Não precisa se desculpar, você não me abandonou. — Ela


se senta, olhando para frente ainda. — Você sabe o que me deixa
assim? — Sua bunda se agita no sofá como se fosse um cachorro
encontrando sua posição mais confortável.

— O fato de ele deixar passar tanto tempo. Quer dizer, tenho


certeza de que fomos envolvidos no planejamento e tudo mais,
mas ele queria isso. Se fosse a minha decisão, teria me casado no
lago na casa dos meus pais. Teria uma tenda e convidaria apenas
nossos amigos e familiares mais próximos. Mas ele queria fazer
grande. — Ela estica os braços para os lados. — Você acha que é
porque sou uma Bailey? Como se ele apenas quisesse se casar
com uma e pensasse 'bem, eu ficarei com aquela’ e como uma
boneca, eu deixaria ele se aproveitar de mim?

Lá vão eles de novo. Agem como se o nome Bailey em Lake


Starlight fosse semelhante a um Kennedy em Washington.
— Tenho certeza que ele te amava por você. — Aperto
minhas mãos entre as minhas pernas, sentado na beira do sofá
para que possa fazer a minha fuga assim que ela parecer estar
bem.

— Se ele me amasse, não teria feito o que fez.

— Não posso dizer que discordo.

— Escute. — Coloca o travesseiro entre as pernas, balança


de novo e me olha para baixo. — Não vou contar para minha
família o que aconteceu. Pelo menos ainda não. — Os olhos dela
se dirigem para a janela. — Só preciso de um tempo para mim
mesma. Então, podemos fingir que você não me viu?

— Não conheço sua família.

— Bem, quanto mais estiver em Lake Starlight, mais


perceberá que todo mundo conhece minha família e garanto que
vai se deparar com eles. Não o quero colocar em uma situação
ruim, mas eles vão me sufocar até que eu implore por
misericórdia. — Ela ri.

Isso é um bom sinal, certo?

— Meus lábios estão selados. — Fico de pé, aliviado que isso


não vai ocupar toda a minha tarde.
— Obrigada, Wyatt. Prometo que vou te pagar por toda a
merda com a qual lidou no curto espaço de tempo que esteve
aqui. — Um pequeno sorriso enruga seus lábios.

Seu ex verdadeiramente é um idiota. Não me sinto


confortável aqui sentado com uma mulher chorando, mas fica
claro que, em um bom dia, você teria sorte em passar o tempo
com a Brooklyn.

— Não é necessário.

— Aqui é Lake Starlight. Os retornos são uma obrigação.


Além disso, é amigável.

Balanço de volta nos meus calcanhares.

— Estou começando a perceber a mentalidade de cidade


pequena. — Seus olhos se concentram na janela novamente, sua
mente em algum lugar diferente de mim. Não estou acostumado
a isso.

— Se precisar de alguma coisa, estou do outro lado do


corredor. — Ela vira a cabeça e, novamente, um pequeno sorriso
toca em seus lábios.

— Obrigada.

— Eu tranco.

Ela não diz nada, deslizando pelo sofá e caindo na mesma


posição em que a encontrei.
Fecho a porta e, embora um sentimento de alívio deva me
envolver, não acontece. Por alguma razão estranha, ainda me
sinto puxado para o outro lado da porta.

Balanço a cabeça para mim mesmo, enquanto caminho até


a escada.

Meu foco deve ser no Glacier Point Resort e torná-lo o hotel


no Alasca que todo mundo quer visitar, para que eu possa voltar
para Nova York, onde as pessoas suportam a si mesmas.
Entrei no hotel na manhã de segunda-feira usando meu
terno da sorte. Essas pessoas precisam saber que, apesar de eu
ser o gerente temporário atuando nas próximas semanas, sou o
novo gerente. Não importa o que meu pai diga.

As cabeças postadas na recepção se viram e me acertam no


minuto em que atravesso a porta giratória para o saguão.

Então, é melhor que um hotel de três estrelas. Talvez um


três e meio. O lobby tem um bom tamanho com móveis decentes
e algumas plantas polvilhadas por toda parte.

— Olá senhor. — Um jovem garoto vem e me cumprimenta.

Minha suposição é que esse garoto com a cara cheia de


espinhas será meu novo chefe no futuro previsível. Obrigado
papai.

— Oi, sou Wyatt Moore. — Estendo minha mão, grato por


não ter tropeçado no meu sobrenome. A prática leva à perfeição.
Os olhos do garoto se arregalam.

— Olá. Sou o Mac. — Aperto a mão dele.

Nota mental: Ensinar a esse cara como ter confiança, se


será nossa conexão de linha de frente com os clientes.

— Prazer em conhecê-lo. Vou situar algumas coisas com o


Sr. Clayton e então sou todo seu. — Mac sorri nervosamente e
acena com a cabeça.

Os saltos dos meus mocassins clicam no chão de azulejos,


anunciando minha chegada na recepção o caminho inteiro.

Uma mulher e um homem sorriem para mim. Sabem quem


sou. Bem, na verdade não. Acham que sabem isso.

— Sr. Moore? — A mulher pergunta, estendendo a mão.

— Wyatt. — Digo. Uma das diferenças que não sou como o


meu pai é ter que ser chamado de Sr. Whitmore o tempo todo.
Sem mencionar que provavelmente não responderei ao Sr. Moore,
já que não é meu nome.

— Prazer em conhecê-lo. Sou Noelle e este é Neil. — Ela


inclina a cabeça para o homem ao lado dela. Ele sorri e aperto a
mão dele.

— Deve ser fácil lembrar de vocês dois. Noelle e Neil. Os dois


Ns. — Ambos riem nervosamente, embora esteja tentando deixá-
los à vontade. Não acredito em administrar pelo medo.
— O Sr. Clayton está? — Pergunto. Os olhos de Noelle se
voltam para Neil.

— Ainda não chegou. Ele geralmente chega em algum


momento dentro da próxima hora.

— Oh. — Meu pai comprou o hotel do Sr. Clayton e ele


concordou em ficar durante toda a transição/experiência do meu
pai.

— Tenho sua roupa de gerente toda lavada e pronta,— diz


Noelle. Esqueci disso.

— Ótimo. Vou começar e talvez pegar o Sr. Clayton no meu


almoço.

— Por aqui. Venha através dessa porta. — Ela aponta para


a porta ao lado da recepção marcada com Apenas Funcionários.

Ali está meu uniforme de poliéster. Casaco vermelho com


detalhes dourados e botões. Ótimo. Estou fazendo isso para toda
uma cadeia de hotéis. Tenho a sensação de que precisarei do
lembrete nas próximas semanas.

— Obrigado, Noelle. — Digo e pego o cabide de arame do


gancho e sigo as placas até o vestiário dos funcionários.

Dez minutos depois, meu terno de oito mil dólares está


pendurado no cabide anteriormente ocupado pelo uniforme de
cinquenta dólares que é tão durável que provavelmente
sobreviveria muito tempo depois que o incendiasse.

Saio do vestiário dos funcionários e vou para o saguão


principal. Mac está de pé perto da pequena mesa perto das portas
giratórias, seus olhos encontrando os meus.

— Tudo bem Mac, me ensine tudo o que preciso saber.


Rápido. — Eu rio.

Ele ri. — Bem, é segunda-feira, então temos mais partidas


do que chegadas. — Isso é típico da maioria dos hotéis voltados
para as férias. Não é como se fosse um hotel na cidade, onde
pessoas de negócios estão indo e vindo a semana toda.

Sigo Mac, carregando bagagem de carrinhos para os baús


de seus donos, e na hora do almoço, tenho uma boa pilha de
gorjetas. Mac retorna do seu almoço, então eu tomo o meu.

Realmente odeio os primeiros dias no trabalho. São


péssimos.

O Sr. Clayton parou mais cedo quando estávamos entre três


quartos de hóspedes. Um com tantas crianças, olhei em volta
depois que se afastaram pensando que tinham perdido uma.

— Ei, Noelle. — Ela sorri.

— Sr. Clayton está por aí? — Ela balança a cabeça e pega o


telefone, informando-o que estou esperando por uma palavra.
— Continue. — Antes que possa realmente entrar em seu
escritório, ele aparece e sinaliza para irmos ao bar restaurante
com vista para Glacier Point, daí a razão para o nome do resort.

— Desculpe, não estive aqui esta manhã, mas você está


ciente disso. — Ele olha em volta para ter certeza de que estamos
sozinhos. — Nossa razão para vender. — Concordo.

É uma história triste, na verdade. A esposa de Clayton foi


diagnosticada com fibromialgia e decidiram ir para o Arizona,
onde o clima quente ajudará em sua condição. Suas palavras
foram: A vida é muito curta e eu sou muito velho. Se o tempo
quente vai ajudá-la, então vai se mudar.

— Ela está tendo uma manhã difícil. — Ele acena para o


barman e para uma jovem garçonete, situando-nos no canto mais
distante que pode.

— Sinto muito por ouvir isso.

— O bom é que vamos embora antes que o inverno chegue.


Já arranjei uma casa para nós com uma piscina. Ela está
animada e, como pode imaginar, não há nada melhor do que ver
a mulher que a gente ama feliz. É como uma foto do Jack.
Entorpece qualquer coisa que esteja acontecendo na sua
realidade por um tempo.

Sorrio com suas palavras, embora não saiba do que ele está
falando.
— Então, Mac parece perfeito. — Me acomodo no estande.
Cabines que serão substituídas assim que a Whitmore Hotels for
renovada. Cabines ocupam muito espaço e a manutenção é
irreal.

— Está ansioso para ter sucesso. Um pouco intimidado por


nossos hóspedes mais velhos, mas sempre educado.

Uma garçonete vem. Não pode ter mais que vinte anos.
Cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo, maquiagem
natural, seu uniforme de poliéster sem rugas. Há vantagens para
o poliéster, mas esses uniformes são de 1976.

— Esta é Molly. Molly, este é Wyatt W... Moore. Será o novo


gerente, mas, no momento, está aprendendo as regras de acordo
com a política da empresa. — Ela sorri para mim.

— Prazer em conhecê-lo. — Estendo minha mão e ela agita-


a delicadamente.

— Você também.

— Vou tomar um café. — Diz Clayton.

— Vou ter um Ja... — Eu não deveria ter álcool. — Vou


tomar aquilo que você estiver tomando.

Ela balança a cabeça e se dirige ao bar onde deve dizer ao


barman quem sou, porque seu olhar pousa em mim.
— Ela é doce também. Ela tem um bebê de um ano de idade.
Infelizmente, o pai estava aqui para pescar um fim de semana e
não voltou desde então. Então, é só ela e o bebê.

— Mas começa a trabalhar na hora certa? Algum problema


com atrasos ou dias de doença? — O rosto do Sr. Clayton se torce
por um momento, mas ele o mascara imediatamente.

— Não. Seus pais a ajudam o máximo que podem.

— Isso é uma boa notícia. — Molly nos traz nossas bebidas.

— Vocês estão comendo também? — Pergunta.

Olho para o meu relógio. De acordo com o Sr. Clayton, todo


mundo recebe uma hora de almoço, o que é um absurdo. Meia
hora é demais.

— Certo. Pode me trazer o prato mais popular? — Pergunto.

Seus olhos caem para o Sr. Clayton em busca de orientação


sobre a minha pergunta.

— Traga-lhe o hambúrguer de bisão com as batatas fritas.


— Ela sorri e balança a cabeça, a mão tocando o ombro dele.

— Qualquer coisa para você, Sr. Clayton?

— Vou tomar uma tigela de sopa com...


— Bolachas de ostras. — Ela ri. — Eu sei. — A interação me
diz que Molly tem o Sr. Clayton enrolado em seu dedo mindinho.
Nota mental: Verifique os pontos batidos de Molly.

— Qualquer outra coisa que precise saber? — Pergunto uma


vez que Molly se foi.

— Não. Imagino que Lake Starlight é uma grande mudança


da cidade de Nova York. Como está se ajustando? — Penso sobre
o meu tempo até agora e apenas um nome me vem à mente, mas
guardo isso para mim mesmo.

— Deixe-me fazer uma pergunta. Você já ouviu falar dos


Baileys? — Ele sorri, seguido por uma carranca.

— Estou supondo que tenha ouvido as fofocas sobre a


Brooklyn Bailey. Triste realmente. Jeff costumava surpreendê-la
aqui com flores e doces. — Seus olhos atiram para o lago azul
claro pela grande janela. — Ele propôs lá. — Aponta para o
viaduto que pensei que seria ótimo para sediar cerimônias de
casamento na primeira vez que meu pai me mostrou fotos deste
lugar.

— Por que aqui? — Pergunto. O Sr. Clayton inclina a cabeça.

— Leu a lista que enviei com todos que trabalham aqui e um


pouco do background deles? — Comecei, mas fiquei entediado
depois de duas páginas. Não preciso saber quantas crianças
essas pessoas têm, que se casaram com a namorada do ensino
médio e se costumam ou não frequentar a festa de Natal. Só
preciso saber se podem fazer o maldito trabalho deles.

Percebe minha resposta sem que responda.

— Brooklyn Bailey trabalha na limpeza para nós... bem...


para você agora. Ela é uma menina doce. Trabalhou aqui desde
a faculdade. Fiquei surpreso com uma Bailey trabalhando aqui.
Acho que era para ser temporário, mas depois que Jeff propôs e
ele sendo tão experiente em tecnologia...

Aqui vai de novo, me dizendo informações que não me


importo. Ok, me importo um pouco.

— Por que todos agem como se os Baileys fossem da realeza?


— Ele inclina a cabeça.

— Você precisa fazer mais algumas pesquisas, Wyatt. —


Evito revirar os olhos.

— Os Baileys empregam a maior parte desta cidade. Vieram


para cá e evitaram que a cidade desaparecesse do mapa há
muitas décadas. Bailey Timber Corp é a razão pela qual o Lake
Starlight é o que é hoje. Mas todo mundo realmente aceitou ainda
mais depois que seus pais morreram.

Isso explica por que não havia pais em sua casa na outra
noite.
— Eles morreram nove... não... dez anos atrás. O
aniversário é esse inverno. Existem nove deles. Brooklyn está no
meio. O mais velho, Austin, retornou à cidade para criar os
irmãos mais novos quando aconteceu e Savannah, a segunda
mais velha, assumiu a Bailey Timber Corp junto com sua avó
Doris Bailey. Ela chocou e surpreendeu a maior parte do Lake
Starlight. Acho que todo mundo apenas os conhece agora e tem
interesse em sua felicidade.

Me inclino para trás e tomo minha bebida, examinando a


área.

— De qualquer forma, acho que você ouviu, o casamento de


Brooklyn não aconteceu e ela está de folga por duas semanas.
Ouvi dizer que foi em sua lua de mel de qualquer maneira.
Realmente espero que seja esse o caso. A garota trabalha tanto
que merece o tempo livre.

Aceno sabendo muito bem onde ela está e não está em uma
praia a menos que tenha derramado areia no apartamento e
começado a colocar guarda-chuvas em suas bebidas.

— Vagamente ouvi sobre isso. É incrível como esta cidade


parece pequena.

— Sim, bem, a maioria das pessoas nesta cidade são


condenadas. — Ele encolhe os ombros.
Molly traz nossos pratos e deixa os frascos de ketchup,
maionese e mostarda na mesa como se estivéssemos em um
restaurante com desconto.

Outra nota mental.

— Alguém mais que você queira saber? — Pergunta.

— Quem é o empregado que dá mais trabalho com horários?


— Pergunto antes de morder meu hambúrguer.

Seu rosto distorce novamente, mas se recupera


rapidamente.

— Temos uma empregada, mas...

— Só preciso do nome dela. — Tomo outro gole da minha


bebida. Seus ombros se esvaziam e ele descansa a colher ao lado
de sua tigela.

— Posso oferecer alguns conselhos? — Gostaria de dizer


não. Que o jeito dele de fazer as coisas levou esse hotel ao chão.
Agora, seja por causa da saúde de sua esposa ou não, não sei,
mas o fato é que a Whitmore Hotels é famosa por um motivo.
Então, realmente não preciso dele para me aconselhar sobre o
que deveríamos estar fazendo.

— Claro. — Sou educado até que alguém me dê uma razão


para não ser e não faz sentido começar mal. Pode oferecer seu
conselho, mas não preciso aceitar.
— Conheça os funcionários. Não os trate como números,
veja-os como pessoas. Pessoas como você. Afinal, todos
colocamos nossas calças em uma perna de cada vez.

Seu insulto não é registrado. Não acho que sou melhor que
essas pessoas só porque cresci com dinheiro. Simplesmente acho
que existem aqueles com uma ética de trabalho e aqueles sem. E
parte do gerenciamento de uma empresa de sucesso significa
decisões difíceis. Não estou fazendo nenhum favor a ninguém se
este lugar não der certo e meu pai decidir fechá-lo. Então todo
mundo estará desempregado, em vez de apenas o peso morto.

— Obrigado. — Termino o que era um hambúrguer incrível


com a minha Coca Diet e limpo minha boca com um guardanapo
de papel.

— Vou considerar isso.

Depois do meu turno, mal posso esperar para vestir roupas


mais confortáveis que não sejam de poliéster. Subo minhas
escadas com a papelada que o Sr. Clayton me deu no final do dia.
Todos os registros de comparecimento desde que começaram.
Quando chego ao terceiro andar, meu olhar vira para a porta de
Brooklyn.

Não estava pensando em transar com ela, mas o fato de ser


minha funcionária agora tira a opção da mesa completamente.
Como um babaca, rapidamente pressiono meu ouvido na
porta. O que? Só estou fazendo o que prometi à sua avó que faria.
Mas tudo parece calmo atrás da porta e atravesso o corredor até
a minha porta, esperando que ela encontre a paz que precisa.
Meu telefone toca ao lado da minha cama.

Deixei ao meu lado apenas no caso de minha família ter o


desejo de me ligar.

Rolo e vejo a série de mensagens que minha amiga Reagan


me deixou no dia do juízo final e todos os dias desde então.

Reagan: Ligue para mim.

Reagan: Sabia que ele era um idiota.

Reagan: Espero que você esteja bem.

Reagan: Conversei com Juno, se precisar de mim, sabe


onde estou.

Reagan: Juno diz que está indo em sua lua de mel.

Reagan: Divirta-se e me ligue quando voltar.

Reagan: Oh merda, deveria ver o novo carregador. Droga


garota.
Reagan: Ah, acabei de descobrir, é o novo gerente da cadeia
de hotéis que nos comprou.

Reagan: Tem que aprender todas as posições na empresa.

Reagan: Posso acabar o enfiando nos lençóis quando lhe


mostrar como fazer uma cama. ;)

Reagan: Sinto sua falta.

Reagan: Meus dias são chatos sem você.

Reagan: Me ligue assim que conseguir isso.

A culpa se acumula ao ler sua sequência de texto. Mesmo


que as últimas seis tenham acabado de ser enviadas no último
minuto. A garota tem uma maneira única de enviar mensagens
de texto uma após a outra em vez de em uma única mensagem.

Pego o edredom e ponho na minha cabeça.

Escuridão é minha serenidade.


Já faz cinco dias e não vi ou ouvi nada de Brooklyn. Não
houve barulho no apartamento dela. Não ouvi a porta abrir ou
fechar.

Deveria verificar ela.

Abro minha porta, olhando através do corredor vazio em sua


porta.

Não é da minha conta.

Isso não é verdade, sua avó literalmente me fez prometer


verificar isso.

Sua felicidade não é da minha conta. Não há nada que possa


fazer para que ela se sinta melhor.

Isso é verdade.

Fecho minha porta.


O meu corpo está dolorido pela prostração. Nem sabia que
isso era possível até esta semana. Mesmo assim, me forço a pegar
meu telefone e enviar uma mensagem com fotos para minha
família sobre o pôr-do-sol que alguém mais tomou em sua lua de
mel.

Juno responde com um sorriso e palavras sobre como as


fotos são lindas.

Savannah: Já pensou mais sobre o que quer fazer quando


voltar?

Deixo isso para a minha irmã mais velha para ter certeza de
que tenho um plano em vigor.

Me sento na cama, considero levantar por cinco segundos,


mas depois volto para baixo.

Uma batida na minha porta me assusta, meus olhos


arregalados e meus músculos tensos enquanto me deito lá sem
mover um músculo.
Outra batida soa.

Saio da cama e ando na ponta dos pés até a porta, rezando


para quem quer que seja que não possa me ouvir.

Outra batida atinge o metal quando olho pelo olho mágico.

— Brooklyn! — Uma voz profunda grita.

Dois olhos azuis brilhantes olham para mim através do olho


mágico.

— Te dei uma semana. — Volto para trás.

Por que meu novo vizinho gostoso se importa com o que


estou fazendo? Então, novamente, é o único que sabe que estou
me escondendo.

— Estou ocupada. — Digo pela porta.

— Não, não está. — Aperto minha testa.

— Como você sabe? — Grito e passo mais para trás da porta,


me surpreendendo.

Eu não grito.

Nunca.

Bem... raramente.

— Porque o seu apartamento tem estado tão silencioso


quanto um mosteiro. — Me inclino mais perto da porta.
— Aprecio sua preocupação, mas estou bem. Obrigada. —
Recuo novamente.

— Não perguntei como estava. Bati e tenho certeza que as


mesmas regras se aplicam nesta cidade como fazem em qualquer
outro lugar do mundo. Você abre a porta e dizemos olá cara a
cara. Bom trabalho usando o olho mágico, mas vamos ser
sinceros aqui. Não acho que precisa me temer. Tenho a cicatriz
para provar isso.

Me aproximo, minha mão na maçaneta.

— Eu me desculpei.

— E também disse que me pagaria algum dia. Essa hora é


agora.

— Você me disse que não precisava. — Deixo cair a minha


testa na porta.

— Maldito inferno, apenas abra a porta. Não trabalhei tanto


para alimentar uma mulher desde os meus quinze anos e a
primeira garota que perguntei em um encontro tinha mais
restrições alimentares do que a minha avó de noventa anos.

Levanto as bolas dos meus pés e olho pelo olho mágico mais
uma vez. Está mais para trás agora, com um saco de papel
marrom nas mãos.

Wok For U. Minha boca saliva.


— Estou uma merda. — Resmungo.

— Não me importo.

— Frango com laranja?

— Tem que abrir a porta para ver, mas deve estar agradecida
por esta cidade ser pequena, e gostam de colocar fotos de pessoas
orgulhosamente na parede.

— O que? — Abro a porta.

Seu olhar percorre meu corpo. Puxo as beiradas do meu


suéter de lã perto de mim e os olhos de Wyatt voltam para os
meus.

— Não percebi que você é uma espécie de celebridade por


aqui. — Ele entra, coloca a bolsa marrom na mesa da cozinha e
abre gaveta após gaveta na minha cozinha.

— Buzz Wheel. Descobriram o que aconteceu?

Porra. Se souberem que não estou em lua de mel, isso


significa que minha família estará aqui em questão de minutos.

— Buzz Wheel? — Olha com ceticismo por cima do ombro e


pega dois garfos da gaveta. — Ganhou algum tipo de campeonato
de comidas no Wok For U cinco anos atrás por comer frango com
laranja.
A tensão destrói meu corpo e posso respirar de novo. Graças
a Deus. Não estou pronta para lidar com todos os meus irmãos
ainda.

— Certo, não foi uma coisa enorme.

— Bem, a foto de você com seu babador e todo o molho


manchado em seu rosto foi o suficiente para me fazer pensar que
é uma fã de frango com laranja. — Pega a sacola da mesa da
cozinha e se dirige para a sala da família.

— Vamos.

— Obrigada pela comida, mas...

— Entendo que você comeu frango com laranja equivalente


ao seu peso cinco anos atrás, mas ainda sou um garoto em
crescimento. Preciso da minha comida.

— Está pensando em ficar? — Dobro o piscar. Ele contorna


o sofá, abandonando a comida e pega duas águas da geladeira.

— Parece que alguém precisa de mais comida, já que está


se escondendo. — Olha para a geladeira por um minuto, em
seguida, vira e faz o caminho de volta para a sala da família. —
Ah, e acho que poderia usar um pouco de interação com um ser
humano real. Não vou ficar muito tempo.
— Ok. Talvez deva ficar apresentável. — Ando em direção ao
banheiro, mas seu longo braço alcança a borda do sofá e sua mão
agarra meu pulso.

— Você precisa comer antes que tenha de te surpreender


com uma respiração.

Olho para mim mesma. Sem sutiã. Sem calcinha. Calça de


pijama, um grande suéter e um par de meias com desenho de
cachorros. Vergonha, Brooklyn.

Tirei o esmalte que pintei as unhas antes do casamento


quando decidi me despir de qualquer coisa que me lembrasse do
casamento ou de Jeff. Agora só preciso que o pelo cresça de volta
entre as minhas pernas para que possa voltar a ter um pequeno
remendo em vez de estar completamente nua. Então me sentirei
como eu mesma novamente.

Me sinto como uma tola sentada aqui em uma bagunça


quando ele é todo... perfeito e arrumado. Não é como se estivesse
tentando sair com o cara, mas depois do que aconteceu, seria
legal ter algum orgulho.

— Vamos. Pare de lutar comigo. — Puxa os recipientes


deixando-os na mesa de café.

A única coisa que tenho a ver com o casamento que não


consegui me livrar porque sei que Holly trabalhou muito na
restauração.
— Ok. — Me sento ao lado dele. — Você quer pratos? — Olha
para mim do canto do olho.

— Ninguém come comida chinesa em pratos, a menos que


seja uma reunião de negócios. É para ser comida na embalagem.
Prometo que não tenho piolhos. — Ele pisca. Meu estômago
revira.

Cubro minha barriga com a mão. Não reviramos por um


homem carismático. Odiamos homens. Lembra?

Wyatt clica na televisão, percorrendo os canais.

— Como é na sua casa, você escolhe primeiro?

— Pensei que não ia ficar muito tempo? — Ele sorri.

— Para alguém geralmente tão educada, me sinto um pouco


ofendido agora. Trago frango com laranja para você. Pego os
talheres e bebidas. Você age como se não pudesse me suportar.
— Ele está me provocando, aquele sorriso de milhões de watts
brilha em mim, e por um momento meus problemas desaparecem
no fundo.

— Tudo bem. — Pego o controle remoto. — Se você estiver


acomodado, vou atormentá-lo. — Clico em alguns canais até
chegar a Sex and the City. Pega o controle remoto.

— Estou vetando isso.


— Não pode vetar. — Chego para pegar o controle remoto de
sua mão, mas ele levanta sobre sua cabeça.

— Isso não é justo. Não sou tão alta quanto você.

— Em primeiro lugar. Todo mundo recebe um veto. Não vou


sentar aqui com você e assistir a um programa de televisão inteiro
sobre mulheres tentando encontrar o amor de suas vidas.

— Você não tem ideia do que Sex and the City é realmente.
É sobre o empoderamento feminino e o relacionamento que você
tem consigo mesma e com outras mulheres. — Me inclino de volta
para o sofá, surpresa com o meu ataque.

— Você é muito mais sarcástica do que eu pensava.

— Eu não s... — Ele levanta a mão para os meus lábios.

— Foi um elogio.

— Oh. — Sua mão cai e ele muda o canal no controle


remoto.

— Independentemente de se tratar de empoderamento


feminino ou não, tem muito a ver com relacionamentos. Vamos
assistir ao Paraíso Perdido.

— Não estou assistindo isso. — Três fotos de homens


aparecem na tela.
— É crime de verdade. — Ele aperta o play e abre a
embalagem de comida, jogando um garfo e entregando para mim.

— Você se assusta facilmente?

— Não. — Meu tom faz parecer que tenho um ponto a


provar, mas é verdade. Não me assusto normalmente. Exceto
agora, estou com medo de qualquer homem por quem possa ter
sentimentos. Estou com medo de que minha bússola interna me
aponte para outra cobra novamente.

— Ótimo. Então coma seu frango e se acomode. É uma série


de três partes.

— Vai ficar pelas três partes inteiras?

— Tem planos melhores?

Coloco minha língua para fora como uma verdadeira criança


e pego meu garfo, apunhalando um pedaço de frango desejando
que fosse o pau de Jeff. Acho que não trabalhei com toda a fase
de raiva ainda.
Devo notar que sim, Brooklyn, de fato, se assusta fácil.

A única razão pela qual coloquei uma verdadeira história de


crime sobre três doentes foi porque ajudou minha irmã Haylee
com corações partidos, sei que qualquer programa ou filme
romântico não é uma boa ideia agora.

Agora, olho para a cabeça dela no meu ombro e me pergunto


se alguma parte doente de mim a quer. Ela está sofrendo e a
única coisa que aparece na minha cabeça é o fato de que seu seio
esquerdo está pressionado contra o meu antebraço e seus lábios
estão tão perto dos meus que não demoraria muito para eu beijá-
la.

Pisco meus olhos.

Preciso dar o fora daqui antes de fazer algo de que me


arrependa. Algo que me fará ser o babaca em sua vida, em vez de
seu ex noivo.
Deslizando por baixo dela, guio sua cabeça para o
travesseiro e coloco o cobertor sobre seu corpo. Pego todos os
recipientes de comida chinesa, fecho-os e coloco na geladeira.

No caminho para a porta da frente, espio por cima da borda


do sofá para encontrá-la dormindo com as mãos debaixo da
bochecha. É uma pena, na verdade, podíamos ter sido uma boa
opção porque nenhuma mulher que conheço jamais me deixaria
convencê-la a comer comida chinesa sem um prato e assistir a
uma verdadeira história de crime. Mas ela está com o coração
partido, eu sou essencialmente seu chefe e não vou estar em Lake
Starlight por muito tempo. Três meses e estou fora.

Abrindo a porta, agito a fechadura no fundo e a fecho


lentamente.

— Que diabos?

Giro ao redor e sacudo de volta contra a porta.

Porra. Isso é Rome ou Denver?

— Merda. — Realmente não quero saber. Ele balança a


cabeça, olhando para o lado para a loira pendurada nele. Tenho
certeza que isso é Rome.

— Brooklyn me pediu para regar suas plantas. — Bloqueio


a porta tão casualmente quanto posso, então não o alarmei.
— Ela e toda essa merda de planta. — Rome segura uma
chave. — Você deveria ver o jardim dela na casa da família.

Pelo menos minha mentira tem algum peso.

— O que está fazendo aqui? — Pergunto.

Ele checa a mulher novamente. — Com o que se parece?

— Acha que a Brooklyn se foi, então pode muito bem usar o


lugar dela? — Ele encolhe os ombros.

— Como conseguiu uma chave?

— Ok Sherlock Holmes, se afasta. — Ele faz um movimento


com a mão, aproximando-se.

Eu estou no meu lugar.

— Não. Quer dizer... há um problema com insetos no


apartamento dela.

— Eca! — A loira diz. Rome inspira profundamente pelo


nariz e olha para mim como se estivesse prestes a arrancar minha
cabeça. Apenas quando espero que saiam, ele se vira para a loira.

— Fique aqui por um segundo. — Beija a bochecha dela e


sussurra algo em seu ouvido que a faz rir e perder o equilíbrio.

Ele faz movimentos com a mão para me mover de novo e


realmente não tenho outra escolha.
Desculpa Brooklyn.

— Como conseguiu uma chave? — Pergunto.

O brilho do diabo brilha em seus olhos.

— Tenho meus caminhos mágicos.

A mulher faz um som audível e concorda.

— Joel disse para não entrar. Isso é muito ruim. — Digo em


um último esforço para levá-lo a sair.

Ele olha para mim enquanto abre a porta.

— Você estava lá dentro. — Entra e olha para a pequena


cozinha antes de ir para a sala de estar.

Assisto da porta enquanto seus ombros vacilam e seus olhos


se fecham quando vê sua irmã escondida, dormindo no sofá.

Gosto de pensar que Haylee e eu estamos perto. Quero dizer,


ela é um pouco mais da alta sociedade do que eu, mas se
estivesse na posição de Rome, estaria colocando um anúncio de
compra com a foto do bastardo nele. Mesmo que não saiba nada
sobre ele, o desgosto no rosto é evidente. Ele está sofrendo porque
ela está.

Ele se vira e olha para mim, aponta para o corredor e passa.


Tranco a porta por dentro novamente e viro para encará-lo.

Rome volta sua atenção para a mulher primeiro.


— Desculpe, querida, fica para outra noite. Algo apareceu.

— Mas você disse...

Sua mão se molda ao seu quadril e olho para longe, não


estou interessado em fazer o papel de Peeping Tom.

— Desculpa.

Ela bufa e se vira para descer as escadas. Rome morde o


punho enquanto a observa ir. Uma vez que está fora de vista, ele
estala os dedos e aponta para a minha porta.

Não vou discutir, pois provavelmente já pensa o pior de


mim. Estou saindo do apartamento da sua irmã de coração
partido e sabe que menti para ele sobre ela estar lá.

— O que está acontecendo? — Rome deixa escapar no


minuto em que minha porta se fecha. Cruza os braços sobre o
peito e pressiona os lábios em uma linha fina.

— Você tem a ideia errada sobre mim. Estava apenas me


certificando de que ela comeu, e tentei ajudar a manter sua
mente longe do que aconteceu.

Ele bufa.

— Também sou um macho de sangue quente. Não venha


com conversa fiada para cima de mim.

Levanto minhas mãos na minha frente.


— Como disse, você está vendo tudo errado.

— Então esclareça. Porque agora vejo um babaca se


aproveitando da minha irmã que acabou de ter seu coração
partido.

Vou para minha geladeira, pegando uma cerveja e


oferecendo uma para Rome. Ele nega com a cabeça.

— A encontrei na porta da frente do complexo de


apartamentos em frangalhos na semana passada. Ela estava
chorando, devastada.

— Ela deveria estar no Havaí. Está enviando mensagens


para minhas irmãs.

Ainda não se mexeu, seus braços ainda cruzados,


mostrando o quanto de músculo estará por trás de um soco se
decidir seguir esse caminho.

— Ela está mentindo. Esteve aqui o tempo todo. Disse que


precisava das duas semanas para si mesma. — Tomo um gole da
minha cerveja.

Ele balança a cabeça e enfia as mãos nos bolsos.

— Merda do caralho. Por que não veio até nós?

Não digo nada porque se os papéis fossem invertidos, não


daria a mínima para o que um cara que não sabe nada sobre a
minha irmã pensa.
— Por que não foi na viagem de lua de mel? Você sabe? —
Seus olhos se estreitam em mim.

Porra. Ter uma irmã significa que também sei o que Rome
vai fazer quando contar a ele a próxima parte.

— Ele foi na lua de mel. Cancelou sua passagem e... —


Como me encontrei no meio do drama dessa família?

— O quê? — Rome dá um passo à frente, os olhos


estreitados.

— Levou outra mulher com ele. Basicamente trocou a


passagem de Brooklyn pela de outra mulher.

A boca de Rome está aberta.

Ok, isso não é ruim. Pensei que com certeza eu estaria


entregando meu depósito de segurança para Joel por causa da
parede amassada e do vidro quebrado.

— Aquele filho da puta. — Sussurra.

Quanto mais tempo o silêncio continua no meu


apartamento, mais vermelho o rosto dele fica, mãos cerradas em
punhos ao seu lado.

— Vamos. — Ele vai saindo abrindo a porta do meu


apartamento.

— Hum... onde?
— Estamos indo para o Lucky.

— Ouça, não deveria ter dito a você. Não diga a ela que disse
alguma coisa.

Ele pega minha jaqueta do gancho perto da porta da frente


e a joga para mim.

— Provavelmente porque eu poderia ser preso quando voar


para o Havaí e acabar com ele.

— Não faça nada sem pensar.

— Sem pensar? — Ele zomba e sai para o corredor.

Tranco o meu apartamento e o sigo pelas escadas.

— Não se preocupe, guardo um monte de segredos nessa


família. Inferno, sabia que Austin estava transando com Holly
bem antes de qualquer outra pessoa.

Descemos as escadas de dois em dois degraus e ele abre a


porta principal do prédio. O sigo pelo caminho até o
estacionamento.

— Você tem uma irmã? — Pergunta, subindo em seu


Bronco.

— Tenho. — Aperto meu cinto de segurança enquanto ele


joga o carro em marcha à ré.
— Então sabe como meu sangue está quente agora. — Os
pneus cantam quando saem do estacionamento quando — The
Phoenix— do Fall Out Boy, sai de seus alto-falantes.

Tem bom gosto na música. Não tenho certeza se esta é a


música certa para este momento, mas diabos se digo alguma
coisa.

— Posso imaginar. — Se Bradley deixasse Haylee no altar,


não tenho certeza do que faria.

Chegamos ao Lucky’s Tavern logo após entrar no veículo,


graças à direção de Rome. Ele parece estar em uma missão
enquanto bate a porta e se dirige para o bar sem esperar por mim.
Em que diabos me meti?

Depois de Rome, entro na taverna que é exatamente o que


imaginaria que um bar do Alasca pareceria. A madeira lascada
está em toda parte, mas é mais acolhedora do que os clubes
escuros que normalmente frequento em Nova York.

Ele me leva até onde está falando com seu gêmeo Denver e
algum outro cara em uma mesa, então sinaliza para o garçom
com dois dedos no ar.

— Então, este é Wyatt,— diz Rome para os outros dois.

Denver estende a mão.


— Doce aos olhos da Vovó D. — Aperta com força, como
imaginei que faria.

Levo a provocação, eu só espero que ele possa levá-la de


volta quando eu enviar um seu caminho.

— Obrigado, foda-se, alguém tomou o meu lugar. — O cara


maior com uma manga de tatuagens em ambos os braços e uma
barba desalinhada estende a mão para mim. — Liam.

Aperto a mão dele.

Rome fica em uma das cadeiras vazias, então sento na


outra. Alguns segundos depois, o garçom coloca uma cerveja na
frente de cada um de nós.

— Obrigado, Nate.

— Não tem problema. — Balança a cabeça e volta para o seu


posto atrás do bar.

— Pensei que você estava com Sasha ou Cindy ou qualquer


que seja o nome dela. — Denver derruba sua cerveja de volta,
sorrindo.

— Estava.

— Então percebeu que tinha que levá-la para o seu quarto


de infância com Austin e Holly no corredor? — Liam ri e Denver
se junta.
— Não, idiota. Fui à casa de Brooklyn.

Denver inclina a cabeça.

— Você tirou uma chave do seu dono, não é?

Rome apenas sorri segurando o topo da garrafa de cerveja


aos lábios.

Acho que é verdade que os gêmeos compartilham um


cérebro.

— Te disse que pode usar o meu lugar a qualquer momento.


— Diz Liam. — Inferno, até ofereci para se mudar.

— Sim, está sentado em uma casa de quatro quartos como


um pai suburbano. — Diz Denver e coloca a mão no ombro de
Liam, rindo.

Liam estreita os olhos para o amigo.

Sinto como se estivesse espiando através de uma janela em


sua vida. Uma vida que não se parece com a minha nem um
pouco, mas a amizade deles, odeio admitir, tenho um pouco de
ciúmes.

Não que não tenha amigos em Nova York, mas o que esses
caras têm é diferente, menos superficial.
— Estou bem, cara. — Rome toma sua cerveja. — De
qualquer forma, você nunca vai adivinhar o que o bom e velho
Wyatt me disse.

Denver deve sentir alguma coisa no tom de Rome porque


coloca as quatro pernas da cadeira no chão e se inclina para a
frente na mesa. Liam faz o mesmo. A vibe despreocupada à mesa
desaparece como se um grande vento acabou de passar e varreu
pela porta dos fundos.

— Jeff foi em sua lua de mel.

O punho de Denver bate na mesa.

— Com outra mulher.

Denver levanta a mão como se fosse jogar a garrafa de


cerveja, mas Liam prende a mão no pulso de Denver.

— Eu sei. Eu sei. — Rome acena o temperamento de seu


irmão. — Temos que ser inteligentes sobre isso. — Ele se inclina
para frente, abaixando a voz. — Ele está no Havaí por mais uma
semana, o que deveria estar agradecendo ao sortudo saco de
bolas dele que é o caso, porque tenho certeza que o mataríamos
se estivesse acessível hoje.

Me inclino para trás em minha cadeira, não estou


interessado em ter qualquer parte dessa conversa porque estou
nesta cidade com um nome falso. Definitivamente não preciso
chamar atenção para mim, e uma prisão por agressão
definitivamente faria isso.

— Verdade. — Diz Denver, tocando sua garrafa de cerveja


com a de Rome.

Enquanto elaboram um plano para o retorno de Jeff, me


sento lá sentindo que estou em algum filme da máfia com o modo
como esses três podem planejar.

E embora esteja tentando descobrir uma maneira de me


livrar dessa situação, tenho que me perguntar se realmente
quero.
Não tenho certeza se é a luz da manhã ou o fato de ter feito
uma refeição de verdade ontem à noite graças a Wyatt, mas,
independentemente disso, acordei um pouco menos deprimida e
com um pouco mais de energia.

Puxo meu telefone e disco o número de Reagan. É hora de


falar com a minha melhor amiga.

Ela responde no primeiro toque.

— Ok, realmente precisamos discutir onde me encaixo em


sua vida.

Uma risada triste sai dos meus lábios.

— Você está no trabalho?

— Não. Estou no lar de idosos. Mamãe está se tornando


combativa.

Me sento no sofá.
— Sinto muito. — Digo.

— Sei que sim. Só espero não ser demitida. Quero dizer, o


Sr. Clayton sempre entendeu, mas ele é de Lake Starlight e
conhece a mamãe. Esse cara novo, embora seja tão fofo que
poderia comê-lo com uma colher, parece mais rigoroso. Está
constantemente fazendo anotações em seu telefone.

— Qualquer um entenderia o que você está passando.

Pelo menos alguém em Lake Starlight faria. Quando a mãe


de Reagan foi diagnosticada com demência precoce, foi um
choque para todos. Eventualmente Reagan teve que colocá-la em
uma casa de repouso, mas ainda está se acostumando com o
novo ambiente. Reagan é chamada lá o tempo todo, o que
significa que perde tempo no trabalho. O resto da nossa equipe
cobre para ela o máximo que pode, mas com um novo chefe na
mistura, isso pode mudar as coisas.

— Bem, vamos ver. Não posso perder meu emprego. Mal


estou sobrevivendo agora com todas as horas perdidas.

O silêncio começa como costuma acontecer quando falamos


sobre isso. Gostaria de ter uma poção mágica para consertar toda
a situação para ela. Ouço e dou conselhos quando posso, mas
não tenho ideia do que está passando. Na verdade não. Meus pais
estavam aqui um dia e foram no outro depois de um acidente de
snowmobile. Faço o que qualquer amigo faria, que é limpar seus
quartos e colocar dinheiro em sua bolsa quando ela não está
olhando.

— Esquece Brook, me desculpe. Pensei que Jeff era o


negócio real.

Eu ri.

— Não, não pensou.

Ela não nega isso.

Nós duas sabemos a verdade. Quando realmente analiso


meu relacionamento com Jeff, percebo que ninguém realmente
se importava com ele.

— Ainda sinto muito que tenha feito o que fez. E sua família
é como o serviço secreto. Não poderia ter chegado até você se
tivesse tentado.

Me inclino para frente, pegando pedaços de arroz frito da


mesa de café. Pela primeira vez em uma semana, minha mente
não está apenas no Jeff. Wyatt parece um bom sujeito. Quer
dizer, nem me conhece, e me trouxe o jantar por preocupação.

— Olá?

— Desculpe. — Agito a memória do sentimento de seu


ombro forte na minha bochecha na noite passada.
Você tem uma semana de folga, a última coisa que precisa
é de um rebote.

— O que estava dizendo? — Pergunto.

— Nada. Quase bati em Colton por não me dizer o que


estava acontecendo, mas o padre Steve nos interrompeu.

— Provavelmente uma coisa boa.

Ela ri.

— Pelo amor de Colton.

— Não foi culpa dele. Tenho certeza de que Savannah


direcionou todo mundo para o trabalho deles e... — Deixei o
assunto escapar porque realmente não quero falar sobre isso. Só
quero esquecer que isso aconteceu. — Como está o trabalho?
Meio que sinto falta disso.

— Você é insana. Está bem. Como disse o carregador, o AKA


gerente é legal de olhar, mas com exceção dele, tudo tá na
mesma. Ah, há uma coisa embora.

— O que?

Ela solta um suspiro como se estivesse esgotando toda a sua


energia para me dizer.

— Devon me convidou para sair.


— Essas são ótimas notícias! Por que parece que seu gato
morreu? — Minha testa se contrai.

— Porque isso não poderia vir em pior hora. Olha, minha


mãe tem demência e ameaça suas enfermeiras com um pente que
acha que é um canivete no dia a dia, mal tenho dinheiro
suficiente para o Frosted Flakes, e se tiver sorte, não há lingerie
sexy esperando debaixo do meu jeans rasgado e camiseta.

— Ligeiro exagero. — Digo, o sorriso mais verdadeiro que


tive em meu rosto.

Reagan tem um jeito dela que pode trazer humor nos piores
dias.

— Ainda. Só não tenho energia para um relacionamento


agora. O pensamento de me vestir para impressionar é
desgastante. E tentar decifrar todo o código de homem que
inevitavelmente vai dizer soa menos que emocionante.

— Seria uma boa distração de todas as coisas que acabou


de mencionar.

Ela suspira.

— É verdade, mas... não sei.

— O que disse para ele?

Deus, é tão bom falar sobre os problemas de outra pessoa.


Obrigada, Reagan.

— Disse a ele que pensaria sobre isso.

— E ele disse?

— Disse que tem o resto de sua vida.

Sorrio e olho através da minha porta do pátio para o lago.

— Fofo.

— Não gosto de linhas, mas o tom rosa de suas bochechas


me faz pensar que quis dizer isso.

— Claro, ele quis.

— Mais uma vez, você continua torcendo essa conversa no


meu caminho. Quero falar sobre você.

Me levanto do sofá e caminho até a porta da varanda, abro


e saio. O ar fresco parece incrível em meus pulmões depois de
inalar o oxigênio obsoleto do meu apartamento na última
semana.

— Estou me curando. Ele foi em nossa lua de mel com outra


pessoa, mas não quero falar sobre isso, ele ou qualquer coisa
sobre ele. Só quero esquecê-lo e seguir em frente. Viver isso não
vai fazer nenhum bem.

— Você precisa se lamentar, Brook.


Certamente, posso dizer a Reagan.

— Vou deixar você entrar em um segundo lamento, estou


no apartamento na última semana. Estou de luto.

— Por que você não me contou? Teria levado vinho e junk


food.

— A única pessoa que sabe é meu vizinho.

— Esqueci completamente que você se mudou. Então, vai


ficar aí?

— Sim. Não posso sair do meu contrato. Até Sav tentou e


falhou.

— Uau. Como você vai pagar?

Não deveria estar surpresa que esteja perguntando.


Fazemos a mesma quantia em nossos contracheques. O
apartamento é mais caro porque está no lago e foi recentemente
reformado.

— Não pensei nessa parte ainda. Estou pensando em


começar um negócio paralelo com todos os óleos que faço.

— Oh. Meu. Deus. Acabou de me lembrar de algo. Havia


essa mulher que estava hospedada na cobertura. Todos tínhamos
apostas sobre quem ela era. Mac jurou que era uma celebridade.
Neil disse que a viu em um reality show. De qualquer forma, ela
ficava perguntando a todos quem fazia o óleo de lavanda que
estava em seu quarto. Disse que nunca dormiu tão
profundamente antes.

— Isso é bom.

— Bom? Brooklyn, você está pensando em começar uma


empresa e aqui está essa senhora super rica que adora. Este deve
ser o seu ‘pegar o touro pelos chifres’ ou ‘o chifre dos touros’.
Tanto faz. Você sabe que todo mundo elogia suas coisas. Heck,
seu desodorizador de sapatos tea tree1 ajudou Mac a perder o
odor. Quando me de óleo de laranja pelas minhas câimbras no
mês passado, isso fez uma grande diferença.

Olho de volta para dentro do corredor que leva ao armário


onde Jeff insistiu que colocasse todas as minhas coisas de ervas
porque disse que não eram um item do dia a dia. Sempre odiou
ir ao jardim atrás da casa da minha família, onde cultivei minha
própria lavanda e camomila. Sempre reclamou dos insetos ou do
cheiro de todas as plantas.

— Penso que é uma grande ideia. Vá em frente, garota. Dê


o salto.

— Você gostaria? — Pergunto. Muitas pessoas pensam que


porque tenho o nome Bailey, devo ter o dinheiro da Bailey atrás
de mim, mas não tenho. Sim, todos tivemos dinheiro reservado
para a faculdade, mas Savannah e Austin não vão me socorrer se

1 Tea tree oumelaleuca é um dos óleos mais versáteis da aromaterapia. O forte aroma verbal e canforado
faz com que ele, muitas vezes, seja até renegado por quem desconhece suas poderosas funções.
eu falhar. Claro, a casa da família está sempre aberta, mas tenho
26 anos agora e só tenho que fazer um futuro para mim agora.

— Se tivesse o seu talento? Sim. Em algum momento da sua


vida você tem que dar uma chance.

O grito de uma mulher toca no receptor.

— Desculpe, Brook, mamãe acordou. Te ligo mais tarde.

A linha morre e desligo, meu coração afunda pelo que


Reagan está passando. Preciso ser voluntária para estar de
plantão para sua mãe e ter certeza de que ela vai a esse encontro
com Devon. Sua sanidade precisa disso e ele gostou dela por
tanto tempo. Ele vai ser bom para ela.

Volto para dentro do apartamento e abro a porta do meu


armário, a caixa marcada com óleos e coisas de Brooklyn está no
fundo, empurrada atrás de nossos casacos. Este é o único lugar
que nunca verifiquei quando estava limpando Jeff do meu
espaço.

Ali está sua parka e seu equipamento de esqui. Suas botas,


chapéus e luvas.

Empurrando-o para o lado, sento no chão de madeira e puxo


a caixa para fora. A mistura de cheiros puxa um sorriso de dentro
de mim quando abro a caixa de papelão e vejo evidências de uma
coisa em que sempre fui boa. Criando misturas para beneficiar
as pessoas em sua vida diária.
A boa ação de Wyatt da noite passada vem à minha mente
novamente.

Preciso agradecer-lhe e sei exatamente como fazer.


Finalmente, consegui entregar o maldito uniforme de
carregador. Não que trocá-lo por um uniforme de limpeza seja
muito melhor. Especialmente porque é feito do mesmo material
que o do carregador. Poliéster é minha nova existência. Tenho
que dizer que é durável. Quando um convidado derramou seu
café em mim dois dias atrás, mal tive que limpá-lo.

Meu telefone toca no meu Bluetooth e, vendo que é minha


mãe, é melhor responder agora do que deixá-la ir para o correio
de voz.

— Ei, mãe.

— Duas semanas e nenhuma ligação. Tive que seguir o seu


Instagram depois que a Haylee me contou como Alasca é lindo.

Começa o melodrama da minha mãe.

— Bem, estou trabalhando e, além disso, tudo o que gosta


de falar ultimamente é sobre minha futura esposa. — Me viro na
Main Street e vejo Liam pendurando uma placa do lado de fora
de uma das lojas, me chamando a atenção sobre o fato de que ele
deve possuir a loja de tatuagem, Smokin' Guns. Claro que tem.
Isso não deveria me surpreender.

— Estou apenas tentando ter certeza de que você está feliz.

— Eu estou.

— Você não está realmente. Uma mãe sabe.

E ela se pergunta porquê evito seus telefonemas.

— O que mais está acontecendo? — Pergunto. — Haylee está


bem?

— Estamos há de quatro meses do casamento, então as


coisas estão ficando agitadas. Flores, bolo, bolo de noivos,
amostras de sabores, acessórios para vestidos. Apenas traz
felicidade para todos. Exceto seu pai, continua reclamando do
dinheiro. — Sua risada nervosa soa pelo telefone.

— Porque vinte mil dólares em flores que vão morrer no dia


seguinte é ridículo.

Ótimo, estava no viva-voz.

— Ei, pai.

— Espero que não seja assim que você fale com os


convidados. Ei, deve ser retirado do seu vocabulário. — Ouço o
som de cubos de gelo sendo jogados em um copo. Ainda esqueço
a diferença de horário às vezes entre aqui e Nova York.

— Haylee só merece o melhor. — O tom doce da minha mãe


sugere que este é um tópico de conversa em casa regularmente.

— Como estão as coisas aí ? — Meu pai pergunta. — Ainda


não me enviou os números que pedi. — Mais gelo bate em um
copo.

— Estou quase. — Digo.

— Não ajuda que os pais de Bradley estejam exigindo tantos


convidados, mas acho que é isso que recebe quando sua filha
está se casando com um futuro congressista. — Minha mãe
continua com sua linha de pensamento em uma tentativa de
remover o trabalho da conversa, como sempre.

— Suponho que sim. — Digo em resposta.

O engraçado é que Bradley era meu melhor amigo durante


o colegial e provavelmente ainda é, apesar de ter ficado no banco
de trás de seus amigos políticos. Na verdade, nos separamos.

— Talvez a família dele deva abrir a carteira. Isso não é um


grande assunto.

— Sua filha vai se casar. Isto é importante. O que traz o


tópico, Wyatt, qualquer convidada em potencial?

Reviro meus olhos.


— Mãe. — Me viro para o estacionamento do meu complexo
de apartamentos.

— É uma pergunta simples. Não estou tentando me


intrometer.

— Isso é exatamente o que está tentando fazer, mãe.

— Se soubesse o que era bom para ele, ligaria para Veronica


Adley. — Meu pai resmunga.

Solto um suspiro.

— Eu ouvi isso. — Ele brinca. — Ela é perfeita para você.

— Agora, Abe. Ele deveria escolher sua própria esposa.

— Esposa? — Engasgo com a minha própria saliva. —


Desacelere. Veronica é legal se a estiver comparando a um leão
da montanha.

É a história típica. Nossos pais são amigos. Bem, o mais


próximo que dois cães alfa podem chegar. Veronica escolheu-me
para seu baile de debutante e depois do que ela fez com um
garçom por derramar uma gota de champanhe em seu vestido
branco, foi o fim para mim.

— Tudo bem, como está o hotel? A foto do lago que postou


no Instagram era linda, querido. — Minha mãe diz com uma
qualidade melancólica em sua voz.
O que faz com que ao saber que sua mãe está perseguindo
sua página do Instagram, você queira parar de postar nela?

— Tem tempo para postar no Instagram, mas não consegue


os números para mim? — Meu pai acrescenta.

Realmente queria que me tirasse do viva-voz agora.

— É bom. Definitivamente precisa de algumas mudanças


implementadas, o proprietário anterior permite que seus
funcionários andem em cima dele. — Estaciono e sento ocioso no
estacionamento, meu olhar fixo em um apartamento que não
deveria olhar.

Suas persianas estão abertas e isso não deve me fazer feliz,


mas faz.

— É uma cidade pequena. Funcionários e chefes tendem a


estar mais próximos em uma cidade pequena. — Diz minha mãe.

Meu pai ri.

— É por isso que sua mãe dirige funções de caridade e não


administra negócios milionários.

Há silêncio na linha por alguns segundos. Minha mãe não


diz nada em refutação, e não tenho ideia porque ela morde a
língua quando ele a insulta assim. Mas fico feliz em usar isso
como minha oportunidade de sair da linha.
— Ok, preciso correr. Amo vocês. — Clico no telefone, grato
por escapar dessa conversa. Tenho certeza que minha mãe
entende.

Desligando o carro, atravesso o estacionamento até a porta


da frente do prédio.

O dia passa pela minha mente enquanto faço a caminhada


pelos três lances de escadas que crescem mais facilmente a cada
dia. Preciso fazer uma lista do que conquistar primeiro. Em
quatro meses, vou estar sentado na frente do meu pai no
casamento de Haylee e vai querer um relatório completo, se não
antes.

Pisando no terceiro andar, novamente, meus olhos caem


para a porta do Brooklyn, mas balanço minha cabeça. Me
intrometi ontem, nada de bom pode vir de mim fazendo isso dois
dias seguidos.

Me viro para a minha porta, encontrando uma pequena


cesta cheia de pequenas garrafas de vidro e uma grande de
plástico.

Pego a cesta, vendo uma pequena nota presa entre duas das
garrafas. Abrindo o cartão, o roteiro feminino me diz que só pode
ser de uma pessoa, a menos que tenha um admirador secreto.

“Wyatt,
Obrigada pelo jantar e pela companhia ontem à noite.
Olhe atrás para direções.”
Brooklyn.

Viro o cartão vendo uma lista de aromas e doenças que


podem curar. Lavanda para dormir, eucalipto para dores de
cabeça e dores musculares, sândalo para curar a pele seca,
hortelã-pimenta com amêndoa para resfriados, limão e laranja
para tomar banho erevigorar o corpo.

Bufo, enfio debaixo do braço e abro meu apartamento.

Cavando pela cesta, abro as garrafas, testando cada


perfume. Nenhum deles é muito florido. Desde que a minha
cabeça parece que há um tambor batendo lá desde o almoço, pego
o eucalipto e coloco algumas em minhas têmporas como
instruído. Depois disso, passo minhas correspondências, tiro
minhas roupas e olho para minha geladeira, percebendo que não
tenho nada para comer. Pelo menos nada que queira.

Não passa vinte minutos até que percebo que minha dor de
cabeça se foi. De jeito nenhum poderia ter sido os óleos que usei,
não depois que quatro aspirinas no início do dia não funcionou.
Pego uma garrafa e o cartão dela para ler as instruções
novamente. Ela deve acreditar nessa merda.

Que se dane.
Saio do meu apartamento e bato na porta dela.

— Sou eu. — Anuncio, já que ela provavelmente está com


medo de que seja sua família.

Estou cruzando meus dedos. Rome, Denver e Liam podem


manter um segredo. De outra forma, essa recém-descoberta
amizade com Brooklyn vai morrer rapidamente antes de começar.
Então vou ter uma vizinha e uma funcionária que me odeia.

Ela abre a porta parecendo tão fofa como sempre, com o


cabelo puxado para cima em um coque alto e bagunçado, um
avental com babados em volta do corpo e a cor de volta em suas
bochechas.

— Entre. — Se vira para a cozinha e percebo aquelas


malditas meias de cachorro em seus pés novamente.

— Quantos pares de meias de cachorro você tem? E se ama


cachorros, por que não possui um? — Pergunto, fechando a porta
atrás de mim.

Ela mexe uma panela com uma colher de pau no fogão.

— Jeff era alérgico, então é o melhor que tenho.

Não há nenhuma carranca no rosto à menção de seu ex-


noivo, o que considero um bom sinal.

— Só queria dizer obrigado. — Ando em sua cozinha para


ver garrafas de óleo colocadas ao longo do balcão. — Tive uma
dor de cabeça fatal e foi embora depois da sua feitiçaria de
eucalipto. Tenho que admitir, estava cético.

Ela ri e coloca a colher no balcão.

— Sim, a maioria das pessoas são.

— Então, me diga, isso é sua paixão, passatempo ou o quê?


— Me inclino contra sua bancada, observando-a medir os
ingredientes.

Ela olha para mim.

— Tem sido um hobby e sou apaixonada por isso, mas agora


que estou solteira novamente e tenho que pagar por esse lugar,
estou pensando em fazer algo mais com o meu amor.

Merda. É por isso que deveria ter mantido minha bunda no


meu apartamento. Sou o chefe dela e ela nem sabe disso.

— Então, estava no trabalho hoje...

Ela olha de novo.

— Sou tão idiota, nunca perguntei onde você trabalha. O


que você faz em Lake Starlight? Desculpe, estou na minha cabeça
há muito tempo.

— Não culpo você. Mas você deveria saber uma coisa.

Ela para de medir e coloca tudo no balcão, virando na minha


direção.
— O que?

— Sou o novo gerente do Glacier Point Resort. — Mastigo


meu lábio. — Seu novo chefe.

Ela olha, seus olhos arregalados como se estivéssemos


tendo um concurso de olhar fixamente e quem pisca perde. Aceno
minha mão na frente do rosto dela. Ela pisca.

— Bem, ótimo. Agora acabei de dizer ao meu novo chefe que


estou pensando em começar um negócio que significaria que, se
fosse bem sucedido, desistiria e você provavelmente está
tentando ver onde pode cortar, então é como se tivesse acenado
com a mão no ar e dissesse: ‘me escolha’. Com licença, enquanto
enterro minha cabeça debaixo das cobertas por mais duas
semanas. — Seu rosto cai em suas mãos.

Normalmente, descobrir que um funcionário vai sair


tornaria meu trabalho mais fácil. Corte a pessoa que está
pensando em seguir em frente, porque geralmente essas pessoas
não estão trabalhando tanto quanto poderiam, e têm um pé fora
da porta de qualquer maneira. Mas não acho isso com Brooklyn.
Se qualquer coisa, quero encorajá-la. Especialmente desde que
isso seja o que me livrou da dor de cabeça que tenho lutado o dia
todo.

— Não. Relaxa. Está tudo bem.

Ela espreita através da abertura de seus dedos.


— Está?

— Sim. — Porque não vou ficar aqui para sempre, penso


comigo mesmo. — Mas também, só para constar, vamos
trabalhar lado a lado pelas próximas duas semanas.

Ela ri.

— Suas tarefas de carregador terminaram?

Inclino minha cabeça.

— Você sabia?

— Não. Mas tenho amigas que me enviaram mensagens


sobre o novo chefe.

Intrigante.

— O que dizem sobre o novo chefe?

Estreita os olhos e encolhe os ombros.

— Nada importante.

— Nada?

— Só que você está sempre escrevendo notas no seu


telefone.

Eu rio.

— Sim, é verdade. Algo mais?


Suas bochechas coraram, combinando com a cor das
pétalas secas ao lado dela.

— Não.

Me aproximo e inclino minha cabeça, então nossos olhos se


encontram.

— Eu não acredito em você.

— Algumas pessoas podem ter pensado que você é bonito.

Minhas bochechas doem com o quanto estou sorrindo.

— Mesmo?

Ela gentilmente me empurra.

— Como se você já não soubesse.

Pego a deixa.

— E você?

Ela continua e olha para mim. Eletricidade crepita no ar.


Um tempo e circunstância diferente eu quebraria essa distância
e a beijaria. Digamos tudo, seu ex-noivo, o fato de que sou seu
chefe, que realmente não nos conhecemos, mas meu corpo anseia
que ela esteja embaixo de mim. Para fazê-la gemer, suavemente
chamando o meu nome em louvor e mostrando-me o que ela
gosta até que nós dois somos uma bagunça suada. Sentindo ela
apertar em torno de mim quando empurro dentro dela...
— Você está bem. — Encolhe os ombros.

Bem, o devaneio foi bom enquanto durou.

— Sim, você também.

Deslizo para cima do balcão, desejando que nunca tivesse


perguntado a ela, porque agora estou olhando para a curva de
seu pescoço. Seus dedos longos e finos percorrendo o
comprimento das ervas, e o pensamento de como seriam
agarrando meu pau aparece na minha cabeça.

Engulo, empurrando todos os pensamentos sexuais para


fora da minha mente. Ela está literalmente duas semanas fora de
um compromisso, quebrada. Então, novamente, não estou
procurando para sempre, apenas um pouco de diversão e ela
parece que poderia ser.

— Então me conte. Se pudesse fazer ou ser qualquer coisa,


o que seria?

Ela olha para mim como se estivesse me perguntando qual


é o meu jogo final.

Levanto minhas mãos.

— Você não perderá seu emprego no resort por causa do que


me diz. Prometo. O que acontece aqui, fica aqui. Como Vegas. —
Sorrio, mas seu comportamento não muda. — Estou fora do
serviço.
Ela pega a colher de pau de novo.

— Adoraria vender estes óleos e fazer um negócio com isso.

Eu apoio meus braços no balcão dela.

— Então você está com sorte. Por acaso, sou formado em


administração e tenho muitas conexões.

As palavras saem da minha boca antes que possa me parar.


Não vamos esquecer, estou mentindo para ela sobre quem sou.
Não posso dizer muito, fui para a Columbia para graduação e
pós-graduação. Que tenho sido orientado pelo meu pai há anos.
Que tenho a educação e a experiência. Agora, nunca tentei
comercializar um produto como estes, óleos essenciais para
benefícios de saúde, mas conheço pessoas. Pessoas que me
conhecem como um Whitmore. Pessoas que ouvem meu
sobrenome e recebem minhas ligações.

Mas tudo isso causará problemas para mim se ela descobrir.

— Tudo bem. Vou vender alguns no Farmer’s Market e


começar pequeno.

Graças a Deus ela é a racional aqui porque me colocaria em


risco para o que? Uma mulher com a qual não há esperança de
dormir e definitivamente a longevidade zero? Preciso transar
antes de arruinar a oportunidade de ter uma cadeia de hotéis
antes dos trinta anos.
— Tenho certeza que vai fazer muito bem. — Pulo fora do
balcão, determinado a não deixar essa amizade nascente, crescer
em uma flor completa. — Vou deixar você para isso.

— Oh, não precisa ir. Quer dizer... não te ofendi, espero?

Volto a encará-la quando chego à porta.

— Você se preocupa muito. Estamos bem. — Saio,


agradecido pela distância.

Brooklyn Bailey não parece problema com seu


comportamento inocente e lindo sorriso, mas meu instinto está
me dizendo que é exatamente o que será para mim.
Inspiro profundamente e passo pelas portas giratórias do
Glacier Point Resort.

Agora ou nunca.

— Oi, Brooklyn. — Mac sorri, olhando para cima ao ajudar


um cliente com suas malas.

— Bom dia, Mac.

Atravesso o saguão, ignorando Neil e Noelle, querendo


começar a trabalhar e esquecer todos os olhares deprimentes e
com pena de meus colegas de trabalho que foram convidados
para o casamento. Passei o final de semana inteiro fazendo novos
óleos com ingredientes que já tinha, porque não podia ir ao meu
jardim na casa da família. Menti e disse a Savannah que tinha
conseguido uma carona no aeroporto, ela ficou chateada, mas vai
superar.

No que diz respeito à minha família, cheguei tarde da noite,


mas espero algumas ligações depois do trabalho hoje.
Abro a porta do salão dos funcionários e as fitas voam acima
da minha cabeça e uma apito alto soa nos meus ouvidos.

— Bem-vinda de volta! — Reagan grita, jogando confete no


ar.

— Obrigada. — Rio da minha colega louca que me conhece


melhor do que eu pensava.

Incomodava-me não poder pedir-lhe para ser minha


madrinha no meu casamento, mas com quatro irmãs e Jeff
raspando o fundo do barril para arrumar padrinhos não tinha
escolha a não ser dizer que faria se pudesse.

— Estou extasiada que você esteja de volta. — Ela balança


o braço em volta dos meus ombros. — E esqueci de te mandar
uma mensagem porque este fim de semana foi... — Ela me acena
como se não quisesse entrar nisso. — Começamos a trabalhar
com o gostoso hoje. — Me leva para os nossos armários lado-a-
lado.

— História engraçada aí. — Nós duas abrimos nossos


armários.

— Sobre o chefe gostoso? — Ela franze a testa.

— Acontece que ele é meu novo vizinho.


Ela me empurra no ombro e não estou pronta para isso
porque tenho estado longe dela por duas semanas inteiras, então
caio na minha bunda.

— Sério? — Oferece uma mão e me ajuda.

— Do outro lado do corredor e... — Olho em volta. — Ele não


me disse até ontem à noite depois que disse a ele sobre começar
meu negócio.

Ela ri e cobre a boca.

— Só você.

— Só eu, certo, mas ele foi legal sobre isso.

— Bem, rumores dizem que ele é um idiota. — Fecho meu


armário e espero que ela diga que está brincando. Mas ela fecha
o armário e se senta para amarrar os sapatos, sem dizer mais
nada.

— Você tem certeza? — Ela encolhe os ombros.

— Mac diz que é legal, mas Neil disse que o ouviu


conversando com Clayton dizendo que deveria ser mais duro
conosco. Que quer ausências escritas com três advertências
antes de ser demitido. — Me sento ao lado dela no banco. O
homem que conheci não chega perto da pessoa que ela está
descrevendo. Então, novamente, não sou uma boa juíza de
caráter.
— Bem... — Nem sei o que dizer. Essa solicitação não é
irracional, mas pessoas como Reagan que estão passando por um
momento difícil agora seriam afetadas. Quando a filha de Molly
estava gripada, o que resultou com ela gripada também, ela ficou
fora por mais de uma semana. Mas sempre está aqui de outra
forma.

— Tenho certeza que está apenas está tentando inchar suas


penas.

— Ele não é um pavão, Brook. — Envolvo meu braço em


volta dos ombros de Reagan.

— Bem, o pavão macho é aquele com todas as cores bonitas.


— Ela ri.

— Você acabou de compará-lo a um pavão? — Descanso


minha cabeça contra a dela.

— Bem, é o homem mais bonito que já vi.

— Por que os pavões machos são lindos? — Reagan


resmunga.

— Eu sei. Como se não tivessem o suficiente neste mundo.

A porta se abre e Wyatt para e olha para nós antes de


continuar para a área do armário.

— Os homens são uma merda. — Digo.


— Nós somos. — Ele deixa o insulto sair de suas costas e
destrava seu próprio armário em frente ao meu.

— O que fizemos agora?

— Apenas o fato de que o pavão macho é o mais bonito. —


Respondo.

Os olhos de Reagan mudam entre nós dois.

— É melhor adicionar o pato-real a essa lista também. —


Ele puxa uma das minhas garrafas de vidro e esfrega o dedo nas
têmporas. Ele está atrás de Reagan para que ela não veja, mas
compartilhamos um sorriso. Meu estômago revira com o fato de
que está curtindo meu presente de agradecimento.

— Verdade. A maioria das aves, na verdade. Cite uma


espécie onde a fêmea é mais bonita. — Peço. Ele fecha a porta do
armário e se vira para encontrar o meu olhar.

— Seres humanos. — Minha garganta se contrai por um


segundo, mas consigo forçar algumas palavras.

— Nem sempre. Os homens tornam-se distintos à medida


que envelhecem e a mulher é vista como empregada doméstica
velha. — Ele ri e balança de volta em seus calcanhares. Seu
uniforme é uma diferença marcante de vê-lo em roupas de rua.
Se Reagan acha que ele é quente aqui, ela deveria vê-lo fora deste
lugar.
— Nem sempre é verdade. Além disso, vocês têm toda a coisa
do parto. — Reagan revira os olhos e se levanta.

— Vou com prazer desistir disso.

— Eu sei, é uma pena que você não possa. — Wyatt brinca,


e Reagan ri com ele, apontando o dedo.

— Acho que vamos nos divertir muito nas próximas duas


semanas. — Ela diz.

Os olhos de Wyatt se atiram para mim.

— Também acho. — Sua visão mergulha no meu peito e


volta para cima. É apenas a resposta do meu corpo, não significa
nada que, agora amaria nada mais do que empurrar Reagan para
fora do vestiário, e atacar Wyatt.

Olá, duas semanas de quase casamento! Como se minha


melhor amiga pudesse ler minha mente, diz:

— Vou ver vocês dois lá em cima.

— Espere! — Grito.

Agarro Reagan de volta com os olhos arregalados como se


fosse uma lunática.

— Reagan esse é Wyatt. Wyatt essa é Reagan. — Gesticulo


entre os dois. Reagan vem ao meu lado e coloca a mão no meu
braço.
— Querida, você foi a única fora por duas semanas. Nós já
estamos trabalhando juntos.

— Oh, sim. Ok. Deixa pra lá então. — Reagan dá um tapinha


no meu braço e sorri.

— Brooklyn fica um pouco zelosa porque ama tanto o


trabalho dela. — Ela desaparece e ouço a porta se fechar atrás
dela. A energia aqui é sufocante, como um dia de verão antes de
uma grande tempestade quando pode sentir a carga no ar. Tudo
o que posso pensar é nas mãos de Wyatt correndo pela minha
saia. Acho que esse ridículo uniforme de empregada de mil
novecentos e oitenta e três seria bom para alguma coisa.

— Ela é interessante. — Seus olhos estão trancados em


mim.

— Ela é legal e tenho a sensação de que você vai gostar de


seu senso de humor. — Preciso sair desta sala agora, se quiser
evitar adicionar prostituta da cidade no meu apelido de noiva
abandonada.

— Bem, vamos começar. Você é a chefe hoje. — Ele faz um


gesto com a cabeça para eu sair primeiro.

Ótimo, ele tem uma visão da minha bunda em uma saia de


poliéster, das que as amigas da vovó Dori usam na igreja no
domingo.

Não deveria me importar, mas importa.


Isso deve ser o que é estar em recuperação.
Um homem poderia se acostumar a seguir as instruções de
Brooklyn Bailey o dia todo.

Principalmente porque estive a centímetros de seus lábios


cinquenta vezes hoje. Me esforcei em fazer a cama exatamente
como ela gosta, então ela me mostrou como colocar os lençóis em
todos os quartos. Me destaquei na remoção de lençóis. Não vamos
entrar no porquê disso.

É quase almoço e quero desesperadamente pedir a ela para


se juntar a mim no restaurante, mas seria contra a política
corporativa. O manual do funcionário é bem claro e isso sem as
palestras do meu pai sobre nunca se envolver com alguém que
trabalha para nós. Embora ache que provavelmente estivesse se
referindo aos superiores em nosso nível corporativo.

— Coloque isso no banheiro. — Brooklyn me entrega uma


braçada de xampu, condicionador e sabonete líquido. Estamos
na suíte presidencial, então também temos o banho de espuma
para a banheira. — Obrigada.
Ela se ocupa com a cama, colocando chocolates nos
travesseiros e endireitando as persianas. Já temos uma rotina no
nosso primeiro dia, então espero que as próximas duas semanas
sejam fáceis.

Saio do banheiro enquanto ela alcança a cama, sua bunda


em exposição e me tentando como a cor vermelha tenta um touro.

— Terminamos aqui? — Pergunto. Ela coloca algumas


garrafas na mesa de cabeceira.

— Agora terminamos.

Ela volta para o corredor e meus olhos piscam para as


mesmas pequenas garrafas de vidro que me presenteou na sexta-
feira passada. Há uma nota manuscrita que diz: — Coloque um
pouco de mim em seus pulsos e bons sonhos.

— O que é isso? — Aponto para as garrafas. Seu rosto fica


vermelho como se tivesse sido pega por alguma coisa.

— Hum. Merda. Esqueci que você é meu chefe. — Ela sorri


inocentemente, e estou feliz que nosso relacionamento é tão fácil
que ela esqueceu, mas ainda preciso de respostas. — Os deixo
como pequenas lembranças nas suítes. Não estou recebendo
nada por isso. É um pequeno bônus, só isso. — Ela mexeu nos
dedos, deslocando o peso de uma perna para a outra.

— O Sr. Clayton te paga? — Nega com a cabeça.


— Então por quê? — Ela Encolhe os ombros.

— Não sei. As suítes custam muito e é como um pequeno


privilégio. Faria isso em todos os quartos, se pudesse pagar.

A repentina vontade de correr até ela e engolir sua bondade


me supera. Como alguém pode ser tão doce e não querer nada
em troca? Nunca na minha vida conheci alguém como ela.

— Talvez devêssemos conversar com o novo dono sobre


incorporá-los? — Ele está a apenas um telefonema de distância,
embora tenha certeza de que a resposta dele seria não. Não aqui,
mas talvez em algumas das nossas propriedades nas grandes
cidades.

Minha mente muda para o modo de negócios. Ela tem algo


aqui. Ontem à noite, quando saí, fiquei pensando em como faria
um negócio como esse ter sucesso. Quer dizer, saúde e beleza são
quase impossíveis de ganhar força sem grandes somas de
dinheiro. Mas poderia começar em hotéis e posso fazer as
conexões para ela.

— Não. Não quero que nada ponha em risco o meu trabalho.


— Ela me deixa em pé no quarto e vai para o carrinho.

Seguindo ela, agarro seu pulso antes que possa escapar.

— É incrivelmente atencioso de você. É só que... de onde


sou, as pessoas não fazem muitas boas ações, a menos que isso
as beneficie de alguma forma.
— De onde você é mesmo? — Pergunta, fechando a porta e
empurrando o carrinho para o próximo quarto, mudando de
assunto.

— Nova York. — Respondo, sendo honesto com ela pelo


menos uma vez.

— E eles viriam aqui? — Talvez devesse ter mentido. O que


é outra mentira no balde depois de tudo?

— Sim, apenas um programa que estão iniciando.

— Ouvi dizer que a Whitmore Hotels vai entrar e mudar tudo


o que as pessoas adoram neste resort. — Meus olhos vasculham
o velho carpete, as grades de madeira, a vibe antiquada.

— Provavelmente vão reformular tudo e torná-lo mais


adequado à sua marca, mas esse local ainda terá a localização e
a equipe. — Ela para no meio do caminho.

— Então, não vão demitir ninguém? As pessoas estão com


medo. — Felizmente, ela não olha para mim. Tenho a sensação
de que seria capaz de dizer que não estava sendo completamente
honesto.

— Isso não está nos planos imediatos. — Meu estômago dá


um nó. É a verdade, tecnicamente. Não está nos planos
imediatos, mas não está fora da mesa.

Ela suspira de alívio.


— Bom saber. As pessoas achavam que você ia cortar a
equipe. — Entra no quarto ao lado. — O que fizeram aqui, uma
orgia?

Sou grato que há uma grande confusão para desviar de mais


perguntas sobre o futuro do Glacier Point Resort.

Não tenho certeza porque acho que uma mentira por


omissão, ainda é uma mentira.
Felizmente o teste de duas semanas para a minha libido,
para ver se poderia manter Wyatt na caixa “Não toque” terminou
com ele ainda na caixa. Me dou um tapinha nas costas por um
trabalho bem feito.

Já faz um mês desde que deveria estar casada e estou


lentamente encontrando meu ritmo novamente. Minha família
decidiu me dar um pouco de espaço e com Jeff não voltando para
Lake Starlight, fez com que tentar seguir em frente fosse um
pouco mais fácil. Não tenho ideia de onde ele está ou o que está
fazendo, e tento não me importar. Todo mundo parece estar
lentamente esquecendo que fui deixada no altar, ou pelo menos
estão fingindo.

Fiquei sem suprimentos para fazer meus óleos no meu


apartamento, então tive que ir para a casa da família para pegar
mais lavanda e plantar mais ervas. Estou plantando alguns lotes
pequenos na minha varanda, mas isso não é suficiente se eu
quiser estar preparada para o Farmer’s Market em três semanas.
Estacionando meu carro atrás do Jipe de Austin, contorno
a lateral da casa até meu jardim. Austin e Holly moram aqui
juntos agora. Tenho certeza de que eventualmente terão uma
família, então todos teremos que respeitar esse espaço não como
a nossa casa de infância. O que significa, sem invasão, sem aviso
prévio.

Pego minhas ferramentas de escavação e sementes, me


abaixando até meus joelhos para começar a plantar antes de
cortar alguma lavanda.

— Ei, não sabia que você estava vindo. — Austin sai da porta
dos fundos, Myles correndo por ele e correndo direto para mim.

O grande golden retriever lambe meu rosto, sua cauda


abanando uma milha por minuto. Ele nem está completamente
crescido, mas já bate nas minhas costas.

— Myles! — Austin grita, estala os dedos, mas o cachorro


não escuta.

— Ei, Myles. — Acaricio atrás das orelhas, o que só estimula


sua excitação em me ver.

— Myles solta ela. — Austin agarra seu colarinho, guiando-


o de cima de mim. — Vá para o banheiro. — Myles escuta e corre
para o outro lado do jardim, mas acho que ele está perseguindo
um esquilo, não obrigatoriamente seguindo suas ordens.
— Vejo que o treinamento do cão está funcionando. — Rio.
Austin se senta ao meu lado no chão. Está de short e sua
camiseta do Lake Starlight High School Baseball. Está desbotada
e foi lavada um milhão de vezes. Esse é meu irmão mais velho.
Legal, casual e fácil.

— Dizem que são cães espertos, mas acho que pegamos o


menos esperto. — Ele ri. Myles corre, caindo e correndo a cabeça
sob a mão de Austin.

— Não sei. Diria que é muito esperto. — Austin balança a


cabeça e revira os olhos.

— Se acha que ele me pegou, deveria vê-lo com Holly.

— Onde ela está, afinal?

— Reunião do conselho escolar. — Ele mima Myles, seu


olhar não encontra o meu, então começo a cavar pontos no chão
para plantar.

— Estou feliz que tenha passado por aqui. Como estão as


coisas? — Ele pergunta. Concentrando-me na minha tarefa,
coloco as sementes no buraco.

— Estão bem.

— Se você precisar de alguma coisa... dinheiro, um ouvido,


o que for, sabe que estou aqui, certo?
Aceno, embora não olhe para ele com medo de que comece
a chorar. Austin pode ser meu irmão mais velho, mas assumiu o
papel de pai depois que nossos pais morreram. Algumas pessoas
ficariam surpresas ao descobrir que ele tem o papel do pai. Até
os abraços. Um abraço e o sistema hidráulico começará a jorrar.

Ele fica quieto por um minuto, me observando trabalhar,


então inspira profundamente.

— Estou feliz que tenha passado por aqui. Odeio trazer isso,
mas queria falar com você sobre algo...

— O que? — Cavo outro buraco, concentrando-me na minha


tarefa. Quando minha vida se tornará normal novamente, onde
as pessoas não têm medo de falar comigo ou de me aborrecer?
Essa é a coisa boa sobre Wyatt, não conhecia a Brooklyn pré-
abandonada e não me trata com luvas de pelica.

— Vou pedir Holly para casar comigo.

Minhas mãos param no meio da escavação como se batesse


em uma pedra. Não é que não soubesse que isso estava
chegando. Estão juntos há um ano e já moram juntos. É o
próximo passo, natural.

— Aqui, deixe-me. — Se levanta de joelhos para pegar a


espátula.

— Estou bem. Eu tenho isso. — Continuo cavando e


cavando.
— Você vai encontrar petróleo. — Sento-me, abandonando
a espátula e as sementes. As lágrimas estão se formando nos
cantos dos meus olhos e meu nariz faz cócegas, minha garganta
se fechando.

— Ah merda. Não deveria ter dito nada. Vou esperar.


Podemos esperar. Provavelmente estou pedindo muito cedo de
qualquer maneira. — Sorrio, balançando a cabeça, enxugando
minhas lágrimas.

— Não. Não é isso.

— O que é então? — Ele coloca as sementes no buraco, e eu


não o paro dessa vez.

— Estou feliz por vocês. Eu estou. Não estou chorando


porque você vai se casar com Holly.

— Ela tem que dizer sim ainda. — Fico olhando para ele até
que olhe por cima do ombro.

— Ela vai dizer sim. Ela ama você.

— Não quero dificultar isso para você. — Ele cava outro


buraco.

— Austin, tenho que seguir em frente com a minha vida.


Não posso evitar assistir a casamentos a partir de agora até a
eternidade. E Holly é um ótimo complemento para nossa família.
Vejo o quão feliz ela te faz. — Todas as minhas palavras são
verdadeiras e ainda assim, não consigo identificar o motivo das
minhas lágrimas.

— Ela faz. Mas quis dizer o que disse. Se quiser que espere,
eu vou. — Enxugo mais lágrimas dos meus olhos.

— De modo nenhum. Pergunte a ela. — Ele deixa cair a


espátula, apoiando os antebraços nos joelhos erguidos. —
Obrigado, Brookie. — Concordo.

— Você não precisava da minha permissão. — Ele concorda.

— Precisava.

— Você é o melhor irmão mais velho de todos os tempos. —


Me levanto e ele segue o exemplo.

Ele bate os cílios e revira os olhos.

— Continue dizendo isso.

Nós rimos e me inclino para pegar a tesoura para cortar a


lavanda.

— Fazendo mais poções, hein? — Ele muda de assunto.


Agradeço.

— Sim, estou pensando em começar um pequeno negócio.


Vendendo coisas no Farmer’s Market.

— Fantástico. Holly ama o alecrim que você deu para o


banho.
— Oh, posso fazer mais. Na verdade, vou fazer um pacote
de noiva inteiro para ela. — Austin sorri para mim e, em seguida,
avança e envolve seus braços em volta de mim.

— Tenho a melhor irmã de todas. — Pisco voltando as


lágrimas.

— Você sempre foi boa demais para esse idiota. — Sussurra.

Aceno em seu peito.

Apenas quando pensei que todas as minhas lágrimas


tinham secado.
— Mãe, não vou mais atender suas ligações. — Digo,
entrando no meu apartamento e indo direto para a geladeira.

— Querido, estamos a quase três meses do casamento. Você


sabe que o calendário social de todos está preenchido. — Diz por
meio do viva-voz, pois acabei de terminar minha corrida e estou
suado e morrendo de fome. Os calendários sociais das pessoas
ricas estão cheios. Não acho que uma pessoa normal esteja
comprando mesas de jantar de caridade, inaugurações de
galerias de arte e ingressos de teatro.

— Te disse, estou indo sozinho. — Abro minha geladeira,


nada substancial. Realmente preciso fazer uma aula de culinária.
A porta do meu apartamento se abre atrás de mim.

— Sozinho? Você precisa de uma acompanhante, Wyatt. É


o casamento da sua irmã!— A voz da minha mãe percorre todo o
apartamento.
Olho por cima do ombro para encontrar os olhos de
Brooklyn arregalados. Estou congelado.

Enquanto minha mãe continua falando sobre as


expectativas e o que terá para contar a suas amigas, continuo
segurando o olhar de Brooklyn até que sua visão cai no meu peito
nu.

Droga. Meu pau endurece e não haverá como esconder essa


porra na merda desses shorts.

— Mãe, tenho que ir. — Alcanço meu telefone.

— Não, não tem. Escute-me. Você vai viver uma vida


solitária à medida que envelhece. Acha que é divertido ter garotas
gostosas entrando e saindo do seu condomínio, mas um dia
estará sentado em uma cadeira de rodas sozinho, olhando para
o que perdeu na vida.

— Obrigado pela aula de vida, mãe. Vou chamá-la de volta.

— Wyatt Jacob... — Desliguei antes que chegasse ao meu


sobrenome. Não posso explicar por que está tão empenhada em
fazer com que eu tenha um encontro para o casamento da minha
irmã. Então paro para pensar por um segundo. Não, ela me diria
com certeza se... sacudo o pensamento horrível da minha cabeça,
em vez disso me concentro na mulher quente com desejo em seus
olhos no meu apartamento.
— Você entra no apartamento de todos assim ou eu sou
especial? — Pego uma água para esfriar meu corpo.

— Adivinha o quê? — Ela ignora a ligação da minha mãe.


Melhor coisa que aconteceu comigo o dia todo.

— O que?

— Acabei de ter uma ideia. Sei que é loucura, mas e se


fizesse pacotes especiais? Como o kit de noiva, o kit de noivo,
um kit de sono, um kit de saúde.

Temos crescido trabalhando lado a lado nas últimas duas


semanas e acho que se sente confortável no meu apartamento,
deslizando em uma cadeira da cozinha como se fizesse isso um
milhão de vezes.

— Essas são ótimas ideias. Estava pensando sobre isso e


você precisa descobrir um nome de empresa, obter um logotipo,
site, uma presença na mídia social para que possa se
autopromover. Provavelmente precisa olhar para onde pode
comprar sua embalagem a granel para aumentar sua margem.
Para não mencionar que precisa olhar para as implicações
fiscais... decidir que tipo de estrutura de negócios irá beneficiá-
la mais. Precisa começar com o pé direito, senão vai subir uma
colina íngreme. — Ela me encara como se tivesse soltado a corda
em seu balão de hélio. — Desculpa. Não pretendo me intrometer.
— Não. — Diz ela, olhando para a mesa. — Você está certo.
Não tenho ideia de como fazer tudo isso. — Nos sentamos em
silêncio por um segundo.

— Quer algo para beber? — Pergunto. Ela endireita as


costas e um brilho determinado brilha em seus olhos. — Tenho
um acordo para propor. — Diz ela como se nem sequer me
ouvisse.

— Um acordo? — Me estabeleço no assento em frente a ela.

— Não posso lhe pagar para me ajudar e sei que, se gerencia


o hotel, tem experiência empresarial. A julgar por tudo que
acabou de dizer, você sabe todas as coisas que deveria fazer. E
se... — Ela faz uma pausa.

Uma parte doente, excitada e adolescente de mim espera


que sugira um relacionamento sexual. Selarei o acordo com ela
por cima do meu ombro no caminho para o meu quarto.

— Me ajuda com as coisas de negócios, e vou ser o seu


encontro para o casamento. — Ela me olha bem nos olhos, como
fez naquela noite no corredor quando estendeu a mão e tocou
meu corte. É esse olhar que me faz sentir desequilibrado.

— Vou totalmente ajudá-la sem você ter que vir comigo. —


Afunda em sua cadeira, seu sorriso se voltando para baixo.
— Não posso deixar você fazer isso. — Ela se move para
deslizar para fora da cadeira. — Deixa pra lá. Foi uma ideia idiota
de qualquer maneira.

— Não, não foi. Só queria dizer que posso te ajudar. —


Agora sinto como se tivesse soltado o barbante no balão dela e
atropelado seu cachorrinho com base no olhar em seu rosto.

— Não posso de boa fé deixá-lo me ajudar e não fazer algo


em troca. — Ela já está na porta e a última coisa que quero é que
ela vá embora.

— Não seria difícil para você estar em um casamento? —


Mastiga o lábio inferior.

— Meu irmão está propondo a Holly, então vou ter que ir em


um, eventualmente. Também posso praticar em um onde não
conheço ninguém. — Eu rio.

— Então, minha mãe pode perguntar por que meu lindo


encontro está chorando no banco?

— Pode lhe dizer que sou romântica. O que sou, então você
não estaria mentindo.

Dou um passo à frente lentamente.

— Você realmente iria ao casamento da minha irmã comigo?


— Entendo que você pode não querer que eu vá. Está tudo
bem. — A verdade é que ela se destaca, mas da melhor maneira
possível.

— Só não quero que fique triste, Brooklyn. — Me aproximo,


minha mão coçando para alcançar e tocá-la. Para embalar seu
rosto e incliná-lo para o meu. Para ver seus olhos querendo o que
faço neste momento. Mas ela não está pronta e não é do tipo que
dormirá comigo sem expectativas. Não importa todas as outras
razões, é uma má ideia.

— Gostaria de fazer o favor para você porque realmente


quero fazer esse negócio funcionar, mas com tudo que preciso
fazer, já sinto que estou me afogando. Além disso, obviamente
você precisa de alguém para levar e, por qualquer motivo, não
quer perguntar a ninguém. Podemos ir como amigos, sem
expectativas entre nós, e você vai fazer sua mãe feliz. — Seus
olhos imploram e descubro a resposta saindo da minha boca
antes que possa me conter.

— Combinado. — Ela sorri e meu coração se aquece com a


expressão feliz em seu lindo rosto.

— Oba! — Pula em meus braços. É o mais próximo que já


estivemos. Seu cabelo está fazendo cócegas no meu ombro nu e
seu corpo esbelto desliza ao longo do meu. Então sinto meu pau
crescendo tão excitado quanto Brooklyn e a largo antes de ficar
tão envergonhado quanto um adolescente de treze anos em sua
primeira dança lenta.

— Ok, vou pegar meu bloco de papel para podermos


compilar uma lista. Está com fome? Podemos pedir algo. — Ela
sai pela porta antes que eu possa responder.

Então me ocorre. Vou ter que dizer a ela quem sou. E a


maior regra do meu pai antes de vir para cá era que ninguém
podia saber quem eu realmente era. Merda. Como me coloquei
nessa situação?

Olho para o meu pau e aponto.

— Você fez isso.


Passei a última semana com o Wyatt preenchendo
documentos de negócios, falando sobre marca, logotipos e
designs para web. Praticamente todas as porcarias chatas.
Anseio estar na cozinha preparando diferentes combinações de
óleo e experimentando diferentes produtos, como sabonetes,
loções, protetores labiais e outras coisas, mas Wyatt me
assegurou que é aqui que precisamos concentrar nossos
esforços. Ele pediu um favor a um amigo que desenhou um
logotipo incrível para mim. Tenho uma semana para ter todos os
meus produtos prontos para o Farmer’s Market.

Trabalhar ao lado dele é difícil às vezes, nossas mãos tocam


e me arrepio, ou quando estou tão excitada que pulo para abraçá-
lo, às vezes sinto sua própria excitação pressionada contra mim.
Ignoro isso, reflexos corporais e tudo isso. Tecnicamente, sou
solteira, mas não consigo parar a sensação de que se fizesse
alguma coisa com Wyatt, estaria traindo. Tenho que lamentar
meu relacionamento com Jeff antes de trilhar para um novo
território.
Não que isso seja importante, porque o fato é que ele é meu
chefe e nós somos apenas amigos. Coloco meu iPad na mesa de
café e relaxo de volta no sofá.

— Então, estava no escritório do Sr. Clayton e ele estava


falando sobre essa coisa de Buzz Wheel. — Wyatt se inclina para
trás ao meu lado, seus tornozelos cruzados e esticados sobre a
mesa.

Como pés descalços podem ser sexy? Não me lembro de ter


sido atraída para pés descalços.

— Não leio à algumas semanas. Parei depois que voltei da


minha lua de mel. — Uso aspas aéreas antes e depois da lua de
mel. — E as pessoas estavam fazendo a porcaria do eu vi
Brooklyn.

— O que é exatamente? — Pergunta ele, tomando sua


cerveja.

— É um blog on-line. As pessoas enviam informações para


quem quer que seja que escreve o Buzz Wheel e as publica, às
vezes com fotos. É a Gossip Girl do Lake Starlight. — Ele olha
para mim, fecha o computador e coloca na mesa.

— É por isso que você tem me mantido escondido? Não quer


que as pessoas nos vejam juntos?

Enrugo meus olhos.


— Não temo o Buzz Wheel. Bem, temi depois do casamento,
mas se estou fazendo algo bom o suficiente para relatar espero
que isso signifique que estou me divertindo. — Ele ri.

— Olhe para você, pequena criadora do inferno. — Rio,


jogando o travesseiro nele.

Ele se esquiva do travesseiro e pega seu tablet.

— Qual é o endereço da web? — Eu solto um suspiro.

— Mesmo? Você quer ler?

— Sim, estou intrigado. — Seus olhos se fixaram em mim,


esperando por instruções.

— Lakestarlightbuzzwheel.com. — Seus polegares se


movem com facilidade pela tela. Por que minha libido acha isso
atraente? Não é. Ele está literalmente digitando como todo
mundo faz. Acho que a diferença é que não penso em como os
dedos das outras pessoas são longos o suficiente para atingir o
meu ponto G, mas agora, enquanto assisto Wyatt, é tudo o que
estou pensando. Sacudo os pensamentos sujos da minha mente.
Ele é meu chefe. Estou carente por ter sido deixada no altar. Não
vou começar a me conectar com as pessoas agora.

— Merda. — Murmura e se fecha. Me endireito no meu


lugar.
— O que? Há algo sobre mim? — Ele desliza o iPad entre a
coxa e o sofá.

— Não. Foi apenas sobre o hotel. Má revisão. — Chego em


seu colo e sua mão pousa no iPad.

— Eles não analisam as coisas, Wyatt. O que isso diz sobre


mim? — Seus olhos encontram os meus. Estamos tão perto que
não seria necessário nenhum dos dois se mexer para cruzar a
linha. Seu olhar cai para os meus lábios e os lambo sem pensar.
De repente, o Buzz Wheel não está na minha cabeça.

Ele limpa a garganta e muda sua visão.

— Não é sobre você.

— Então o que? — Pergunto, minha mão apertada em uma


borda e a dele na outra.

— É sobre o Jeff. — Ele pode ter dito que há bolo de


chocolate no balcão, mas não posso ter nenhum. Ele é louco se
acha que vou deixar isso pra lá.

— Sou uma menina grande, Wyatt.

— Eu sei, mas parece estar se saindo tão bem ultimamente


e... — Sento-me longe do cheiro de sua colônia e longe de suas
coxas fortes.

— Estou, mas odeio quando outras pessoas sabem algo que


eu não sei, especialmente quando isso tem a ver comigo.
Ele fica em silêncio por um tempo, suas mãos ainda no iPad
e seu olhar para fora da porta do pátio. Sem uma palavra, ele
entrega o iPad para mim.

— Obrigada.

Ele se levanta e desaparece em sua cozinha. Não tenho


certeza se está me deixando em paz, ou se está louco ou não.

Pressiono o botão para entrar na tela e há o logo do Buzz


Wheel no topo da página. Meus olhos focalizam a imagem de Jeff
em Liquory Split com um olho roxo e outra foto de seu carro em
blocos de concreto sem pneus e o capô aberto revelando o espaço
vazio onde o motor costumava ficar.

JEFF BRICKLE FINALMENTE MOSTROU SEU ROSTO EM LAKE


STARLIGHT. NÃO TENHO CERTEZA SE ALGUÉM TINHA UM DISPOSITIVO DE

RASTREAMENTO SOBRE ELE, MAS ELE ESTAVA AQUI NÃO MAIS DO QUE UMA

HORA ANTES DE SER VISTO OSTENTANDO O OLHO ROXO QUE VOCÊ VÊ NA

FOTO ABAIXO. ALGUÉM ESTÁ TENTANDO IMPEDIR O NOIVO FUGITIVO DE

VOLTAR PARA FORA DA CIDADE COM BASE NA CONDIÇÃO EM QUE SEU

CARRO FOI DEIXADO. NÃO PODE DIZER QUE NÃO MERECIA ISSO.

O XERIFE DIZ QUE TÊM ALGUNS SUSPEITOS E ACHO QUE TODOS NÓS
SABEMOS QUEM VAI QUESTIONAR PRIMEIRO. VALE A PENA MENCIONAR QUE

NÃO HÁ TESTEMUNHAS DO CRIME E JEFF, SURPREENDENTEMENTE, DIZ


QUE NÃO VIU QUEM PULOU NELE. INTERESSANTE TUDO QUE CERCA S

HISTÓRIA.

Folheio a tela e sento no sofá, minha mente correndo sobre


o que aconteceu e quem pode ter feito isso, embora não seja difícil
colocar dois e dois juntos.

— Devo mencionar. — Wyatt entra com dois copos de


whisky. Sem gelo, sem mistura. Coloca um na minha frente. —
Algumas semanas atrás, depois que trouxe aquela comida
chinesa, deixei você dormindo no sofá e quando saí, Rome estava
no corredor. Ele de alguma forma tirou uma chave de Joel e...
bem... longa história, ele sabe sobre Jeff ter a lua de mel com
outra pessoa. — Inclina o copo para trás, engolindo tudo de um
só gole.

Meu estômago se apresenta aos meus pés.

— O que? Você disse a ele?

— Realmente não tive escolha. Ele me viu saindo do seu


apartamento, entrou e viu você lá. Ele queria respostas. — Meu
peito aperta e fico em pé, caminhando em direção à porta.

— Você disse que não diria.

— Brooklyn, não tive escolha. Ele viu você. — Seus olhos


imploram.
— Poderia ter dito a ele que mudei de ideia. É tão
embaraçoso. Fui uma tola. Uma idiota e todo mundo sabe disso.
Você tem alguma ideia de como me sinto? — Grito, minhas mãos
apertadas ao meu lado.

— Eu posso imaginar.

Eu foco meu olhar para ele. — Imaginar? Viva isso. Sinta os


olhos de todos em você, as perguntas murmuradas nas suas
costas. Lide com todo mundo pensando que de alguma forma
perdeu alguma coisa, e se perguntando como não sabia, que a
pessoa com quem deveria se casar não queria se casar com você.
Ouvi alguém no Lard Mercy dizendo que provavelmente coloquei
um ultimato para Jeff ficar noivo em primeiro lugar, porque sou
'uma princesa mimada que queria o que ela queria quando ela
queria'. — Jogo meus braços no ar. — Agora meus irmãos fazem
isso e acha que estar em apuros vai me ajudar? — Bato a porta
dele é ando até a minha.

— Essa pessoa é um idiota e deve manter a boca fechada.


— Ele me segue, mas pego meu casaco e minhas chaves e bato
minha porta, indo em direção às escadas e ignorando-o.

— Onde você vai? — Pego meu celular no bolso da jaqueta


e ligo para Rome.

— Vou chutar o traseiro de meus irmãos e esclarecer isso.


— Não tenho certeza se é uma boa ideia. Apenas deixe
morrer. Não alimente mais fofoca. — Coloco minha mão no ar.

— Tanto faz.

Desço as escadas sozinha, mas não tem mais de dois


segundos que estou no carro antes que a porta do prédio se abra.

— BROOKLYN! — Wyatt grita.

Me viro para vê-lo correndo em minha direção, com o


próprio casaco.

— O que?

— Eu vou com você, mas nós estamos andando porque


quando voltarmos, nenhum de nós será capaz de dirigir.

— Você é louco, é um quilômetro é meio. — Ele encolhe os


ombros, agarrando minha mão na sua.

— Está uma boa noite. — Ele me arrasta para a calçada.

Estamos no meio do caminho quando entendo o plano dele


porque já me acalmei consideravelmente.

— Não fique com raiva de seus irmãos. Eles estão


defendendo você à sua maneira. — Seu ombro bate no meu.

— Eu sei. Fizeram merda toda a minha vida. Geralmente


com a melhor das intenções.
Não culpo meus irmãos, mas odeio o fato de estar no Buzz
Wheel. Estaria mentindo se dissesse que não estou feliz por terem
batido nele e tirado o carro dele.

— Falando como um irmão mais velho, somos idiotas se não


protegermos nossas irmãs.

— Explique algo para mim então. Por que podem ser tão
protetores com suas irmãs e mães e todas as outras mulheres
próximas a você, mas tratar uma mulher com quem tem um
interesse romântico tão mal? — Andamos sob uma lâmpada de
rua e ele olha para mim.

— Eu não trato mal as mulheres. — Reviro meus olhos.

— Vamos ver, alguém que parece como você, mas não está
ligado. Pega um trabalho bem longe de casa, não quer levar uma
companhia para o casamento da sua irmã... diria que está
fugindo de alguém ou algo assim. Posso farejar um fóbico de
compromisso. Pelo menos agora posso.

Nós fazemos a curva para a Main Street. A Lucky's Tavern e


a Smokin ’Guns Tattoo Shop estão todas iluminadas.

— Tudo o que estou escutando do que acabou de dizer é que


acha que eu sou atraente. — Eu rio.

— Falou como um homem. — Ele agarra minha mão, nos


detendo e pressionando minhas costas contra o poste de luz.
— Pode chamar do que quiser, fobia de compromisso,
homem, mas as mulheres com quem saio sabem o resultado. Não
abandonei nenhum casamento e crianças, mas sou inteligente o
suficiente para saber se não conseguir o que quero antes de me
estabelecer, vou me arrepender. E só para você saber, não estou
fugindo de ninguém, além do meu pai.

Seus olhos caem nos meus lábios uma vez, mergulhando


mais para os meus seios e inalo uma respiração profunda,
fascinada pelo cheiro dele. Ele é perigoso, tão perigoso. Pensei
que Jeff tinha me destruído, mas posso sentir em meus ossos que
Wyatt me aniquilaria.

Não tenho certeza do que está acontecendo entre Wyatt e


eu, mas isso me assusta. Não me lembro de me sentir assim por
Jeff, desejando seu corpo em cima do meu, suas mãos correndo
pelas minhas curvas, seus lábios nos meus. Porque agora daria
quase qualquer coisa para uma escovada dos meus lábios contra
os dele.

— Esta é a rua principal, não o seu quarto! — Grita uma voz


profunda do outro lado da rua. Wyatt se afasta, desviando o olhar
do meu.

Olho para trás para ver Liam.

— Isso não é da sua conta! — Grito de volta.

— Você é da minha conta!


— Então, eu sei. — Ele levanta as mãos no ar.

— Não faço ideia do que você está falando. Tenho trabalhado


e tatuado pessoas por dias. — Ele ri. — Quer uma? Está em mim.

— Venha. — Aceno para Wyatt para me seguir do outro lado


da rua. — Não, você me conhece. Gosto de pele intocada.

Liam me envolve em um abraço tão forte que tira meus pés


do concreto.

— Como está a minha pseudo-irmã?

— Pronta para chutar o traseiro do meu irmão. E o seu.

— Te disse, estou aqui há dias. Sou inocente. — Bato no


ombro dele quando me coloca para baixo.

— Liam, esse é...

— Hey, Wyatt. — Liam estende a mão. Aceno um dedo entre


eles.

— Vocês dois se conhecem? — Wyatt acena com a cabeça.


— Naquela noite, fui a Lucky com Rome.

— Ah, o enredo engrossa. Não sei nada sobre você, Wyatt


Moore. — Eu o cutuco no estômago, não tão chateada quanto
estava quando disse ao meu irmão sobre a lua de mel. Rome
provavelmente estava trazendo uma garota para o meu
apartamento. Essa é a única coisa boa sobre ele me encontrar lá.
Não poderia foder ninguém. Um dia terá que crescer.

— Estava indo para Lucky's. — Liam começa a andar.

— Ótimo, vamos nos juntar a você.

Um minuto depois, entramos na taverna, encontrando


meus irmãos gêmeos em uma mesa e minha irmã Juno com sua
amiga Colton em um estande com Savannah.

Estou prestes a dar um inferno aos meus irmãos quando o


bar fica silencioso e todos olham de mim para o xerife.

Merda.

— Rome e Denver Bailey, preciso de uma palavra. — Diz ele,


tecendo através das mesas cheias de clientes até que esteja na
frente e no centro.
Rome e Denver estão rindo entre si enquanto o xerife fica na
frente de sua mesa com os polegares enganchados nas presilhas
do cinto.

Nesse mês que vivi em Lake Starlight, vejo agora como não
se parece com Stars Hollow, mas esse policial me lembra Barney
Fife.

— Ei, xerife Miller. Como está sendo ser avô? Encontrei


Miranda no outro dia e esse menino vai quebrar corações. —
Brooklyn entra com a doce conversa. E consegue puxar um
sorriso do xerife.

— Obrigado, Brooklyn. Lamentei ouvir sobre suas núpcias.

— Quer dizer falta de núpcias. — Ela encolhe os ombros


como se tivesse seguido com sua vida. — É melhor nunca se
casar do que se divorciar.
— Verdade. Você pode nos dar um minuto aqui? — Seus
olhos se fixam nos gêmeos, os dois apoiando as cadeiras em duas
pernas, os braços cruzados na frente de seus peitos.

— Claro. — Brooklyn sinaliza com a cabeça para eu ir ao


estande com Juno e Savannah e um cara que não conheço.

Estamos perto o suficiente para ouvir, assim como todo


mundo no bar. O xerife claramente não está sendo discreto.

— Vocês dois, venham para o meu lado. — Savannah desliza


para a mesa dos gêmeos.

O xerife levanta a mão.

— Não, Savannah, não precisamos de você aqui.

— Se houver questionamento, talvez precisemos ligar para


o nosso advogado. Isso é necessário, xerife Miller?

Odiaria ir de igual para igual nos negócios com Savannah


Bailey. Ela parece que poderia tirar as bolas de um homem
apenas com um olhar atravessado.

Liam se senta com seus amigos, mas sua visão não está
focada no xerife, é em Savannah. Seu decote para ser específico.
Eles têm alguma coisa?

— Nenhum advogado é necessário. Só preciso saber onde


Rome e Denver foram ontem à noite. — Eles olham um para o
outro, nenhum deles mudando de postura. Denver se vira para o
xerife.

— Estávamos juntos. — O xerife solta um suspiro.

— Onde acha que o gene durão deles veio? — Juno


sussurra.

— Totalmente seu pai ou Dori. — O cara ao lado dela


responde e as duas meninas riem e acenam.

— Não estou achando graça, Denver. — Diz o xerife. —


Vamos. Todos nós entendemos... — Suas palavras se apagam e
ele olha para Brooklyn, cuja testa cai no meu ombro. — Mas não
podem sair por aí cometendo agressão e vandalizando o carro
dele. — Rome levanta as mãos.

— Nós não fizemos nada. Você está especulando. Tenho


certeza de que não somos seus únicos inimigos.

— Também tenho certeza que sua irmã é a única mulher


que ele deixou no altar recentemente.

Todo o bar suspira e instintivamente, minha mão se


arremessa sob a mesa e agarra a coxa de Brooklyn. Ela não é
minha, mas alguém tem que lhe dizer que está tudo bem. Isto vai
passar.

As cadeiras dos gêmeos caem para a frente em quatro


pernas e os cotovelos repousam sobre a mesa.
— Quer saber aonde estávamos? — Rome começa.

— Sim. — O xerife responde.

— Não responda nada. Estou ligando para o tio Brian. —


Savannah se aproxima de nós para pegar sua bolsa, mas ela não
consegue antes que Liam interrompa.

— Eles estavam comigo.

Os olhos do xerife mudam para Liam, que se recosta e relaxa


como seus melhores amigos.

— Você não é um bom álibi. Você foi provavelmente quem


pegou os pneus e o motor. — Liam sorri sem dizer nada.

— Lá vai você, tirando conclusões precipitadas. — O xerife


não parece divertido em sua corrida.

— É isso aí. Vocês três estão voltando para a delegacia


comigo. — Ele curva o dedo.

Os três homens estão dispostos a ir, mas tenho certeza que


nem mesmo a tortura faria com que eles admitissem.

— Eu também vou. — Diz Savannah.

— Vou ligar para o meu advogado. Estamos bem, Savannah.


— Liam toca o braço dela e ela o puxa de volta.

— Sim, você provavelmente tem um grande advogado


criminal de plantão, certo?
Liam estreita os olhos para ela.

— É uma vergonha. Tão linda e inteligente, mas não pode


relaxar e ver o que está bem na sua frente. — Ela solta um
suspiro e balança a cabeça, mas não responde.

— Oh Jesus, olhe para o circo que Jeff causou. Também


posso mandar selfies para o Buzz Wheel usar, porque vou ficar
como fofoca para sempre. — A mão de Brooklyn agarra meu
bíceps.

— Não. Não vai. — Juno garante a ela.

— Eles estavam comigo. — As palavras saem da minha boca


antes que meu cérebro possa envolver a realidade das
consequências do que estou fazendo. Significa que estou dando
ao Xerife meu nome verdadeiro com a esperança de que não conte
a ninguém. Ou talvez não peça uma declaração oficial.

Todo mundo para e se vira em nossa direção.

O xerife me olha com ceticismo.

— Quem é você?

— Sou o novo gerente da Glacier Point. Wyatt Moore.

— Onde você estava com os meninos exatamente? —


Pergunta ele. As sobrancelhas de Rome e Denver se levantando.
Merda. Onde estávamos? Rome dá o menor dos acenos para
Liam atrás das costas do xerife.

— Nós estávamos no lugar de tatuagem de Liam. —


Continuo esquecendo o nome dele, mas esta cidade é nova para
mim.

— Smokin' Guns. — Diz Liam, um sorriso brincando em


seus lábios. Estalo meus dedos.

— Prometo, cara, vou lembrar um dia.

— Você estava fazendo uma tatuagem? — O xerife pergunta,


o olhar estreitado.

— Eu? Não, mas...

— Eu tenho uma. — Rome avança. A atenção do xerife cai


para ele.

— Vamos ver isso.

— Senhor, está coberto. — Diz Liam.

— Destape. Você é o profissional. — Liam olha em volta.

— Isso dificilmente é um lugar onde uma tatuagem recente


deva ficar descoberta. — O xerife Miller perde a última gota de
sua paciência.

— Tudo bem, vamos para sua loja de tatuagem. — Denver


ergue a mão para o barman.
— Nós voltaremos.

— Oh, e você pode vir também. — O xerife aponta para mim.

Brooklyn desliza para fora do estande e desliza o braço no


meu, como se fôssemos uma frente unida.

— Anormais, eu juro,— murmura Savannah. — Embora, se


forem para a prisão por isso, gostaria que realmente tivessem
batido nele. Ele saiu fácil.

— Sinta-se livre para jogar uma caneca em seu caminho. —


Brinca Juno, enquanto sai do estande. Savannah revira os olhos
em resposta.

Todos deixamos a Lucky's e nos dirigimos três portas


abaixo, entrando na loja de tatuagem de Liam. Há um cara
grande limpando alguns equipamentos e nos segue até outro
banco.

Rome tira a camisa e se inclina para que suas costas nos


mostrem uma grande atadura. Liam lava as mãos, coloca um par
de luvas, olhando para Savannah enquanto coloca as luvas no
lugar.

Ela revira os olhos.

Ele tira a bandagem e lá senta um melro com duas linhas


de script.

— É linda. — Brooklyn arrulha ao meu lado.


— Como você pode ver, Xerife, ainda está em recuperação e
está bem recente. — Diz Liam. O xerife acena com a cabeça.

— Vá em frente e cubra-o. — O ato durão se transformando


em exasperação.

— Espere. — Diz Brooklyn, adiantando-se para ler o roteiro.


Sorri e olha para Juno que se aproxima ao lado dela.

— Oh, Rome. — Juno bate uma lágrima de seu olho.

— Cubra isso, Liam. — Rome diz, mas Liam não consegue


se mover rápido o suficiente porque Savannah vem e então ela
olha para Liam. Compartilham um olhar que não posso
descrever, como se estivessem conversando com os olhos. Liam
balança a cabeça e seu olhar se vira para a cintura de Savannah
antes de se concentrar na bandagem.

— Para mamãe e papai? — Brooklyn pergunta depois que


Rome coloca a camisa de volta.

— Obviamente.

— Vou levar você comigo. Até ver de novo.

— É lindo, Rome. — Brooklyn senta ao lado dele no banco.

— Tudo bem. — Xerife Miller olha para mim. — Você estava


com eles o tempo todo?

— Sim. Nós estávamos aqui.


— Ok. Vou deixar isso passar, mas espero que isso ponha
fim a tudo, entendeu? — O xerife dispara um olhar de advertência
para todos eles, como um pai disciplinando seus filhos.

— Sim. — Diz Denver, com uma expressão séria no rosto.

É a coisa mais estranha. Rome e Denver perderam sua


mentalidade difícil, sociável nas regras deles. O xerife está
olhando para eles como meninos perdidos mais do que homens
que infringiram a lei. Juno tem lágrimas escorrendo por suas
bochechas. Até o chip no ombro de Savannah desapareceu. E
Brooklyn, está tirando a blusa e deitando no banco.

Uau. Que diabos?

— Vamos Liam. Me dê a mesma coisa, mas com um toque


feminino.

— Um... Brooklyn. — Rome está sobre ela. — O que você


está fazendo?

— Estou copiando você. Estou supondo que não se


importa. — Ela se vira para Liam. — Não quero as grandes
asas como ele tem, mas oh... talvez alguns pássaros
menores voando.

Liam olha para Savannah, que fica vermelha.

Sério, eles estão transando nas costas de todo mundo?


— Quero dizer o fato de ter se despido na frente de todo
mundo. — Esbraveja Rome.

A testa do Brooklyn se contrai.

— Um sutiã é como um biquíni.

Se eu fosse Rome, argumentaria que não há renda em um


maiô e também mencionaria que parece muito quente para fazer
o que fez sem esperar uma reação. Merda. Sacudo esse
pensamento. Rome é o irmão dela. Claro, não pensaria da mesma
maneira que eu. Da mesma forma que faz meu pau crescer em
minhas calças.

Realmente preciso transar para tirá-la da minha mente.


Nem está perto do meu tipo de mulher, o tipo que não espera café
da manhã na manhã seguinte. Em seguida, adicione o fato de
que está de luto sobre um relacionamento... geralmente não me
importo porque funciona para o tipo de sexo que prefiro, mas por
alguma razão essa garota... essa mulher me faz cuidar.

— Você tem Colt e Wyatt aqui. — Rome diz o que ela não
está entendendo.

— E eu. — Liam levanta a mão, embora tenha que pensar


que ele pensa nela como mais uma irmã. Então, novamente, com
os olhares que ele tem dado a Savannah a noite toda, quem sabe?
— O que aconteceu com 'ela é minha irmã também', idiota?
— Denver repete as palavras que Liam deve ter dito antes de
decretarem sua vingança contra Jeff.

— Gosto de vingança. — Ele ri e olha para Brooklyn,


aplicando uma limpeza anti-séptica na parte de trás do ombro
dela.

— O que você está fazendo? — Rome pergunta.

— A última vez que verifiquei, Brooklyn é mais velha do que


você e pode tomar suas próprias decisões. E você sabe que acho
que a tinta é boa para a alma. — Pega um livro e folheia as
páginas antes de segurá-lo para Brooklyn. — O que acha disso?

— Preciso de uma cerveja. — Rome cobre as costas,


seguindo Denver.

— Me dê uma enquanto estiver lá. — Liam ri, batendo na


Brooklyn com o punho porque está brincando.

— Você tem certeza, Brook? — Savannah pergunta, seus


olhos mais uma vez encontrando Liam. — Melros? — Seus olhos
caem para a foto, virando um olhar contundente em direção a
Liam.

Ele sorri.

— Oh, isso é lindo, Liam. Você fez isso? — Ela pergunta,


apontando para a foto.
Ele balança a cabeça com um sorriso orgulhoso nos lábios.

— Deixe-me ver. — Juno corre. — Oh, quero uma.

— E pensou que estava fora do turno. — O cara ao meu lado


diz, rindo e depois olha para mim. — Desculpe, ainda não nos
conhecemos. Sou Colton Stone. Amigo de Juno.

— Wyatt.

— Eu já ouvi. — Ele sorri. Parece bom o suficiente. Cabelos


escuros, corte limpo, musculoso.

— Cidade pequena. Certo. — Eu aceno e me inclino para


trás em meus calcanhares, mãos nos bolsos.

— Recebemos um especial? — Juno pergunta.

— Vocês duas, parem. — Diz Savannah. — Por que vocês


estão fazendo tatuagens?

Brooklyn olha para Savannah.

— É divertido. Vamos. Junte-se a nós.

Liam coloca a transferência no ombro dela.

Savannah agarra sua bolsa.

— Tenho trabalho pra fazer.

— Você trabalha muito. — Liam diz atrás dela.


— Vejo todos vocês amanhã. — Ela acena com a mão sem
olhar para trás e a porta ressoa com a partida.

Os olhos do Brooklyn encontram os meus depois que sua


irmã saiu e a agulha de Liam vibra. Rome e Denver trazem
cervejas para todos e todos nos reunimos no lobby, enquanto
Brooklyn leva a dor como uma campeã. Não estremecendo uma
vez.

Esta mulher, me surpreende todos os dias.


Uma vez que Liam termina de tatuar Juno e Brooklyn, todos
estão de saída. Os garotos definitivamente estão meio altos. Juno
e Colton, os mais sóbrios de todos. Bem, além de Liam. Os olhos
do Brooklyn estão um pouco vidrados, mas comecei a contar suas
bebidas depois da tatuagem. Ela não teve tanto assim.

— Quer uma carona? — Colton nos pergunta.

— Si...

— Não. Estamos bem. — Interveio Brooklyn.

— Tem certeza? — Pergunta pela segunda vez, porque


provavelmente está pensando no que sou, você nunca conseguirá
voltar aos dois pés.

O inferno se quiser levar alguém para casa hoje à noite.

— Está bom demais para andar. Venha e eu mostrarei Lake


Starlight. — Ela cruza o braço com o meu.

Nos despedimos dos caras, Juno e Colton.


— Tenho um mau pressentimento que vou estar carregando
você no meio do caminho. — Digo com uma risada.

— Não. — Ela pega um poste de luz e gira em torno dele


como se estivéssemos em um musical.

Ela está feliz e me vejo sorrindo ao vê-la sem a preocupação


de um casamento que não aconteceu e o sucesso ou fracasso de
seu negócio, pairando sobre sua cabeça. Desde que comecei a
ajudá-la no negócio, é evidente que ela tem muito a fazer com
negócios de óleo essencial. Não apenas dinheiro, mas auto-
estima.

Nos afastamos do centro da cidade para ir em direção ao


lago, onde podemos segui-lo para o nosso complexo de
apartamentos.

— A tatuagem dói? — Pergunto. Olha para mim por cima do


ombro.

— Não, mas durmo nas minhas costas, então estou um


pouco preocupada em como vou conseguir isso.

Ótimo, agora tudo o que posso imaginar é ela na cama.

Ela continua a andar à minha frente, o luar brilhando sobre


ela enquanto pega pequenos seixos ao lado do caminho e os joga
no lago.
— Você acha que toda criança acha que seus pais tiveram
um relacionamento perfeito?

Quero responder: — Deus não, basta olhar para os meus


pais. Minha mãe é negligenciada a maior parte do tempo porque
meu pai está trabalhando, embora não ache que ela se ressinta
disso, apenas pensa que é assim. A última vez que os vi se
beijarem foi à uma eternidade.

Com o meu silêncio, ela continua: — Tinha dezesseis anos


quando meus pais morreram. De certa forma tive sorte. Phoenix
e Sedona provavelmente não se lembram de nada sobre eles.
Sabe o que me mata mais sobre essa coisa toda de Jeff? — Ela se
senta na beira do lago, a luz da lua lhe dando uma qualidade
etérea.

— O quê? — Eu me junto a ela.

— Costumava ver meus pais se beijarem, se abraçarem e


dar as mãos quando ninguém estava olhando. Ia à cozinha para
um lanche ou minha mãe trazia algo para o churrasco para o
meu pai. Foi no mais improvável dos lugares e horários que os
encontrei em um abraço ou um beijo. O amor deles era tão forte.
Queria isso, mas acho que forcei. Sim, estou chateada com Jeff,
mas talvez ele tenha me feito um favor. — Ela joga uma pedra no
lago e ela cai, enviando pequenas ondas circulando.

— Acho que muitas garotas crescem querendo esse conto de


fadas.
— É só isso. Queria o marido e a família, mas o que mais
queria era esse tipo de amor. Caminhando até o homem que amo,
porque preciso de seus braços em volta de mim como minha
próxima respiração. Pensando que não posso ir mais um
momento sem seus lábios nos meus. — Ela olha para mim,
encontrando meu olhar. — Provavelmente acha que parece
estúpido.

Pego algumas das minhas próprias pedras.

— De modo nenhum. Acho que tanto quanto queria


encontrar o amor, eu encontrei uma maneira de evitar isso.

Ela olha para mim, com a cabeça inclinada.

— Por quê?

— Nós devemos ir. — Me levanto, jogo as pedras na água e


ofereço minha mão para ela. Ela aceita e a puxo para cima.

— Eu vou tomar o seu silêncio para saber que não quer me


dizer?

— Por que tem que haver uma razão?

Ela olha para mim como se minha pele fosse fina como papel
e pudesse ver através de mim. Ela sabe que há uma razão para
me sentir assim e não posso negar que está certa, então vou
pleitear o quinto.
— Esqueci de agradecer. — Interrompe o silêncio entre nós
e dá alguns passos para trás. — Por ajudar meus irmãos. Sei que
fizeram isso e a coisa do carro tem Liam escrito em cima.

— Não tenho certeza se fui eu ou a tatuagem que fez o xerife


dar-lhes uma pausa.

Ela bufa.

— O xerife Miller e meu pai foram para a escola juntos. Acho


que ele esquece o porquê Rome e Denver são como são às vezes.
Eles tinham quatorze anos quando meus pais morreram e não
me interprete mal, não eram anjos antes do acidente, mas depois
simplesmente não davam a mínima para autoridade. Austin deu
voltas e voltas com eles durante o ensino médio. Rome fugiu do
Lake Starlight para trabalhar na Europa por um tempo e Denver
escolheu um emprego perigoso. Acho que a morte dos meus pais
afetou todos nós de maneiras diferentes. Mas você está certo. A
tatuagem de Rome lembrou ao Xerife o que eles perderam.

Sua maneira de falar sobre a morte de seus pais me


surpreende. Parecem ser capazes de falar sobre isso com
bastante facilidade.

— O que fez você desejar fazer uma? — Eu pego a mão dela,


levando-a ao redor de uma poça de lama.

— Vi em Rome e pensei que também gostaria de homenageá-


los. Vai pensar que sou idiota, mas queria ser outra pessoa para
variar, alguém que arrisca e vive o momento. Meus olhos estavam
no conto de fadas desde que conheci Jeff e estou exausta por tudo
isso. Queria uma mudança. Talvez não precise de um homem
para ser feliz.

Ela sorri para mim e eu olho para meus pés lentamente,


querendo apenas provar seus lábios. Para dizer a ela que vai
bater um cara na bunda um dia. Inferno, ela já fez um número
comigo. Não sou o cara de sorte, mas está lá fora. Um dia, ela vai
ser feliz para sempre.

— Acho que é um ótimo plano.

Chegamos ao estacionamento do nosso complexo de


apartamentos, as luzes deixando de lado o luar.

— Você precisa confiar em uma mulher para não machucá-


lo também, Wyatt.

Não digo nada e ela nos para debaixo de um poste de luz.

— Estou falando sério. Entendo que algo aconteceu para


atrapalhar sua crença no amor, mas tem que deixar alguém
entrar em algum momento.

— Você soa como minha mãe. — Ela ri.

— Bem, você fez muito por mim e mal me conhece. — Sinto


que a conheço desde sempre.

— Vou considerar isso.


Ela sacode a cabeça e me abandona pelo poste de luz,
caminhando até a porta do prédio.

Quão ruim seria se a beijasse?

Muito ruim, me lembro.

Ela está se encontrando e não precisa se perder novamente,


investindo em um cara cujo nome verdadeiro nem conhece, e que
tem uma vida real a milhares de quilômetros de distância.

Em vez de correr para pegá-la desprevenida e tomar sua


cabeça em minhas mãos, plantando um beijo longo e lânguido
em seus lábios, me conformo em admirá-la de longe.

Ela é uma miragem, porque não há como ser tão boa quanto
parece.
O dia não poderia ser melhor para minha primeira aparição
no Farmer’s Market. Está ensolarado e quente e as pessoas já
estão à espera de que abra.

— Obrigada por me ajudar, Juno. — Digo enquanto ela


coloca a tenda sobre a nossa mesa com o banner com que Wyatt
me surpreendeu na noite passada.

— Eu amo isso, Brooklyn. — Juno segura um cartão de


visita com o meu logotipo e nome da empresa. Também tinha
rótulos, cartões de visita e cartões postais feitos. — Como criou a
Poções da Terra? — Continuo estocando a mesa, juntando alguns
dos meus pacotes especializados.

— Wyatt continuou chamando-os de minhas poções e a


ideia surgiu a partir daí.

Sentamo-nos nas cadeiras dobráveis e organizo o dinheiro e


o leitor de cartão que Wyatt sugeriu que seria útil para que
pudesse aceitar cartões de débito e crédito. Meio que gostaria que
pudesse estar aqui comigo, mas meus irmãos queriam agradecer-
lhe por ser seu álibi, convidando-o para uma competição de
arremesso de machados. Homens.

— Colton foi com eles? — Pergunto.

— Claro. Juro que às vezes acho que é nosso quinto irmão.

— É por isso que faz um ótimo complemento para a família.


— Levanto as sobrancelhas e ela revira os olhos.

— Nós somos amigos. Olhe, você e Wyatt são amigos.


Homens e mulheres são capazes de ter relações platônicas. —
Juno cruza as pernas e bebe seu café gelado.

— Embora ainda diga que há algo lá... — Franzo a testa.

— É ruim que...

Fiquei acordada à noite pensando em Wyatt. Arranjo


desculpas para andar pela recepção para vê-lo todos os dias no
trabalho. No meu dia de folga esta semana, mantive o volume
baixo no meu aparelho de som apenas para que pudesse ouvi-lo
chegar em casa. Estou fixando minha atenção nele para evitar
lidar com o Jeff ou esses sentimentos são reais?

— O que é ruim? — Holly nos interrompe por trás. Ela está


em um lindo par de shorts e uma camiseta com chinelos.

— Alguém está se acostumando com o verão do Alasca. —


Digo. Ela sorri.
— Sim, agora, se pudesse apenas pegar o bronzeado que
costumava ter na Flórida. — Ela se senta no degrau de concreto
entre as nossas cadeiras.

Holly só está em Lake Starlight há um ano e faz parte do clã


Bailey por mais ou menos o mesmo, mas se encaixa muito bem,
não me lembro bem de nós sem ela.

— Isso tem algo a ver com o novo solteirão quente de Lake


Starlight, Wyatt Moore?

Juno ri, posicionando-se para me ver claramente.

— Como você sabe sobre Wyatt Moore? — Pergunto.

— Bem, li que ele era o álibi para Rome e Denver e havia


uma foto de vocês dois sentados perto do lago na semana
passada. — Ela me lança um olhar — me processe, leio o Buzz
Wheel regularmente.

— Para alguém que não gosta de estar no blog de fofocas,


você certamente gosta de ler. — Brinco. Ela ri.

— Eu sei. É horrível, mas sou a diretora do ensino médio e


preciso garantir que as crianças me respeitem.

— Então pare de se enroscar no jipe de Austin atrás do


Lucky. — Juno fala.

O rosto de Holly fica vermelho.


— Foi o nosso aniversário de um ano! Estávamos revivendo
a lembrança da noite em que nos conhecemos.

Juno e eu rimos.

— Senti falta da coisa do Buzz Wheel. Não quero ler nada


sobre o Jeff e realmente não quero ler sobre como todo mundo
pensa que sou fracassada.

Holly pega minha mão ao mesmo tempo que Juno.

— Você não é uma fracassada, e ninguém pensa isso.

— Na verdade. — Holly olha para Juno. Elas não precisam


se comunicar verbalmente para saber que estão na mesma
página. — As pessoas acham que Wyatt Moore pode ser seu
príncipe.

— Só quero que você confesse que fui eu quem previu tudo


isso. — Juno levanta a mão como se fosse a garota na primeira
fila da escola. — Assim que você bateu na cabeça dele com esse
livro, eu sabia.

— Vocês duas estão erradas. Ele não quer um


relacionamento e mesmo se eu quisesse, é muito cedo depois do
Jeff, para não mencionar que basicamente trabalho para ele.
Mas...

— Você meio que gosta dele? — Holly pergunta, já segura


da minha resposta.
— De quem? — Savannah nos surpreende por trás. Seu
cabelo está amarrado um rabo de cavalo e está arrumando suas
roupas. — Eu apenas bati meu melhor tempo por um quilômetro.
— Ela sorri e nós três olhamos para ela como se fosse uma
alienígena. — Tinha saído e não conseguia descobrir o porquê. —
Ela ainda está falando enquanto estamos pensando que não
poderia nos pagar para correr e muito menos ter um tempo
definido para corremos um quilômetro. — Que tal alguns 'uhul,
Savannah'?

— Uhuuull, Savannah! — Todas nós dizemos em uníssono.

— Você precisa transar,— diz Juno.

— Sente-se. Você precisa de água? — Holly desliza e


Savannah se senta ao lado dela no meio-fio.

— Não. Isso foi um aquecimento. — Ela se inclina para


frente e pega uma das minhas garrafas. — Isso é tão fofo, Brookie.
Wyatt fez isso?

— Com a minha contribuição, mas me ligou com o designer.


Fez um ótimo trabalho com a marca.

— Adoro o nome. — Comenta Holly.

— Agora só preciso deles vendidos.

— Eles serão vendidos. — Juno sorri para mim. — Talvez


deva abrir um estande para o meu negócio de casamenteira.
Quero dizer, há muitas pessoas que ainda precisam encontrar
seu par. — Seus olhos se fixando em Savannah.

Savannah a vira. Sua resposta habitual quando um


membro da família a critica sobre seu temperamento ou vida
amorosa.

— Vamos voltar ao tópico de Wyatt. — Holly pede.

— Estamos falando de Wyatt? — Savannah pergunta, seu


olhar em mim.

— Porque Brooklyn quer amarrá-lo aos cantos da cama,


mas tem medo de que as pessoas pensem menos dela. — Juno
enche todo mundo, como se fosse uma leitora de mentes.

Desde aquela noite no lago, algo mudou. Poderia jurar que


ele queria me beijar. E eu queria beijá-lo.

— Eu não. — Minto porque não vou admitir o fato de que


fui capaz de me apaixonar por alguém apenas alguns meses
depois de ter sido deixada no altar. Parece errado de alguma
forma.

— Você quer sim. Vi tudo em seu rosto na outra noite. —


Juno aponta para mim em acusação.

— Ela tem um ponto. Quando ele mentiu sobre ser o álibi


de Rome e Denver, um milhão de corações flutuaram de seus
olhos. — Diz Savannah.
— Eu perdi a diversão. — Holly finge fazer beicinho, embora
tenha certeza que ela e Austin estavam se divertindo.
Instintivamente, olho para a mão esquerda dela. Ainda não há
anel de noivado.

— Você não perdeu realmente. Essas duas fizeram


tatuagens. — Savannah inclina a cabeça na direção da minha e
da Juno.

— Vocês fizeram? — Holly pergunta. — Deixe-me ver.

Deslizo na cadeira e empurro minha blusa para que possa


ver meu ombro. Juno segura o tornozelo para mostrar a mesma
tatuagem.

— Vocês têm a mesma tatuagem? — O sorriso doce no rosto


de Holly me diz o que pensa disso.

— Sim. Rome fez este pássaro preto nele com o ditado: —


Vou levar você comigo. Até ver você de novo com nossos pais.

Holly sorri, o que estou acostumada quando o assunto dos


meus pais aparece. Como todos os que se lembram, morreram
jovens demais. É verdade, mas deixaram marcas de mãos e
pegadas por toda a cidade e em nossos corações. Tento me
lembrar disso toda vez que fico triste por não tê-los mais.

— E você? — O ombro de Holly bate em Savannah que está


perdida em algum lugar em sua cabeça porque cai na cadeira de
Juno e olha para nós como se não soubesse do que estamos
falando.

— Não sou de tatuagens. — Murmura.

Fico olhando para a rua, uma leve quantidade de clientes


começando a passar pelos estandes.

— Bem, disse a minha mãe que iria buscá-la depois do


turno do café da manhã e iríamos fazer compras juntas. — Holly
se levanta. — Então, vou ver todas vocês daqui a pouco. — Ela
dá um tapinha no meu ombro. — Você tem isso e... — Ela se
inclina para que esteja no nível do meu rosto. — Não há limite de
tempo para lamentar um relacionamento antes de começar outro.
Não se estresse sobre o prazo. A vida é muito curta. Dito isso,
acho ótimo que esteja sentindo algo por outra pessoa, apenas vá
devagar. Um dia de cada vez.

Sorrio e acaricio sua mão no meu braço.

— Você é a melhor. Obrigada.

— A qualquer momento.

Ela se despede de Juno e Savannah, e a vemos caminhar


em direção a Lard Have Mercy.

— E Holly? — Juno chama, fazendo-a se virar. — Talvez


deva reviver essas memórias com o jipe estacionado fora da casa.
Você sabe, apenas uma sugestão.
O rosto de Holly fica vermelho quando as pessoas olham em
sua direção agora.

— Aqui está uma pequena coisa que Savannah me ensinou.


— Ela levanta uma mão, mostrando o dedo para Juno.

Todos nós rimos e ela gira em direção ao café.

— Maneira de tirar a doçura dela. — Digo para Savannah.


Ela ri.

— Ela sempre será doce.

Estou na mesma página que Savannah porque Holly não


tem um osso duro em seu corpo.

— Ouvi o que ela disse e seu conselho é sólido, Brook. Não


pense demais em nada. Não que algum de nós tenha uma
tonelada de experiência em amor, mas só porque Jeff era um
babaca não significa que Wyatt seja. Independentemente do que
alguém diz, o amor não vem apenas quando a hora é certa. Se
fosse esse o caso, Holly teria conhecido Austin anos antes. Não
estou dizendo que você ama Wyatt ou qualquer coisa, mas se
gosta dele, explore-o. Isso é tudo.

Juno pigarreia e olho para longe de Savannah para


encontrar uma mulher com sua filha pequena na minha mesa.
Ela me lança um olhar apologético.
— Oi, sou Brooklyn, — digo com um sorriso. — O que está
segurando é o nosso óleo de lavanda para ajudá-la a dormir.

Isso é como o resto da minha tarde foi. Me apresentando


àqueles que não reconheço, explicando todos os diferentes óleos
e os benefícios de cada um. Wyatt teve um bom ponto quando me
disse para ficar com apenas quatro para começar. Decidi
Calmante, Energizante, Sono e limpeza. Fiz kits com os quatro e
levei uunidades separadas. Duvidei que mantivesse um plano
simples no começo, mas ele estava certo.

No momento em que deu cinco horas e todos ao meu redor


estavam colocando seus estandes de lado, verifiquei e vi que
vendi um bom número. Um número do qual tenho orgulho.

— Espere! — Vovó Dori corre, ou vem tão rápido quanto


pode descer a rua principal, acenando dinheiro em sua mão.

— Vovó. — Suspiro com um sorriso quando ela se aproxima.

— O que está acontecendo, Vovó? — Juno pergunta,


colocando a mercadoria que não vendeu em uma caixa.

— Estou comprando tudo o que você tem. — Diz vovó.

Meus ombros vacilam e atiro para ela para dizer, — você não
está.
— Eu estou, Brookie. Quero apoiar minha neta e todas as
mulheres no centro querem um pouco. Vou ser a fornecedora
delas.

— Olha pra quem você diz isso. — Diz Juno.

— Oh Juno, pare de fumar maconha. — Ela acena com a


mão.

Dou uma espiada na Juno, cujos olhos rolou e estão agora


na parte de trás de sua cabeça, tenho medo que não encontrem
o caminho de volta.

— Você ainda está fumando essa porcaria? Onde está


Colton, está normalmente a cinco passos de você. Ainda digo que
é uma má influência.

— Uma vez, vovó. Você me pegou uma vez.

— Você e Colton, — vovó esclarece, e fico fora da conversa


porque quanto mais tempo isso acontece, mais provável é a vovó
esquecer para o que veio aqui.

— Estávamos experimentando. — Diz Juno exasperada.

— Na sua casa na árvore. O que mais você experimentou?

— Não se preocupe, vovó, não matei todas as minhas células


cerebrais. — Juno pega a mão dela e continua a arrumar as
garrafas.
— Então, se você diz.

— Estou levando isso para o carro. — Juno resmunga e sai.

— Espera! Eu disse que queria comprar tudo. — Demais


para ela esquecer. Juno para e olha para mim.

— Realmente vovó, vou vender online também. Está bem.

— O que temos aqui? — Rome pega a caixa das mãos de


Juno, pegando uma garrafa e jogando-a para Denver. Ele abre a
garrafa e cheira.

— Oh, acho que já estou me sentindo cansado. — Denver


finge adormecer.

— Vocês realmente são um bando de idiotas. — Juno pega


a garrafa de volta.

— Estou comprando isso, Denver, e não preciso de suas


mãos sujas por toda parte.

Ele beija a bochecha da vovó.

— Você diz as coisas mais doces.

Ela desconsidera o comentário dele, empurrando o dinheiro


na palma da minha mão.

— Rapazes, coloquem isso no meu carro. Está ao virar a


esquina. — Ela joga as chaves para cima e Rome as arrebata no
ar.
— O que você quiser, Vovó D.

— Vocês todos fedem. Onde vocês estavam? — Ela pergunta


com o nariz amassado.

É então que me pergunto onde está Wyatt. Olho para a


calçada e o vejo andando com Liam e Austin. Está contando uma
história e eles não conseguem parar de rir. Oh Deus, o que está
dizendo a eles? Por favor, nada sobre mim.

— Estávamos jogando o machado. Acontece que o garoto da


cidade tem um braço. — Denver abre um biscoito que comprou
não sei onde e dá uma mordida, seus olhos em mim o tempo todo.

Olho para longe.

— Você levou Wyatt com você? — Vovó pergunta, um sorriso


se formando em seus lábios.

— Você nos conhece, incluímos todos. — Denver encolhe os


ombros.

— Provavelmente foi um agradecimento por ter salvado sua


bunda do xerife. — Vovó diz, batendo na bochecha de Denver. —
Bom trabalho a propósito.

Sacudo minha cabeça.

— Se não quebrasse meu quadril, faria sozinha.

— Eu sei. — Diz Denver para ela.


— Então, como foi? — Wyatt diz, olhando para a mesa. —
Você vendeu muito. — Ele deveria saber, me ajudou a rotular e
encher as garrafas.

— Rome tem uma caixa inteira. — Aceno para meu irmão


em explicação.

Wyatt olha por cima deste ombro.

— Ainda digo que foi um sucesso total.

Sorrio para ele, querendo que meu estômago pare de


sacudir e cair como um peixe em uma doca.

— Holly quer todos em casa em comemoração hoje à noite.


— Anuncia Austin.

— O jantar é amanhã. — Diz vovó.

— Sim, mas ela quer ter uma fogueira, todas as suas


bundas estarão lá. — Ele aponta para o nosso grupo.

— Ótimo. — Murmuro.

— Você também, Wyatt. E Juno, Colton foi para casa tomar


banho então vá surpreendê-lo e diga a ele para vir também. —
Juno faz uma cara aborrecida.

— Porra, adoraria se uma garota viesse me contar alguma


coisa enquanto estivesse no chuveiro, e ela apenas passasse pela
cortina e minhas costas estivessem viradas enquanto suas mãos
deslizavam ao meu redor, e seu corpo molhado pressionado o
meu enquanto suas mãos continuam até que elas... OUCH! —
Denver segura a parte de trás de sua cabeça.

— Crianças. — Vovó diz, olhando em volta. — Sem


mencionar que não pode falar assim na minha frente, é
desrespeitoso.

— Tenho a sensação de que você e o vovô eram excêntricos


no passado. — Denver arqueia as sobrancelhas.

Ela decide ignorá-lo, pressionando seu dinheiro na palma


da minha mão novamente.

— Me dê as mercadorias, Brooklyn.

— Qual é o problema? — Wyatt pergunta.

— Ela quer comprar o resto dos meus produtos, mas... —


Wyatt pega seu dinheiro e entrega a caixa para ela.

— Brooklyn agradece a você. — Ele sorri.

— Sabia que gostava de você. — Ela se vira. — Rome. Caixa.


Carro. Agora. — Ela volta sua atenção para Austin. — Estarei lá.
O que devo levar?

Austin ri.

— Só você.

— Boa resposta.
O telefone de Austin toca.

— Ok. Vejo todos vocês em uma hora. — Ele aponta e todos


nós resmungamos, mas não é como se tivesse outros planos esta
noite.

— Você vem? — Pergunto a Wyatt.

Ele bate algumas gotas do óleo de eucalipto em suas


têmporas.

— Certo.

Lá vai meu estômago de novo, não ouvindo as instruções do


meu cérebro.
Brooklyn me direciona para a casa de Austin e Holly. É
definitivamente em uma parte mais rural da cidade, com uma
longa entrada através de uma fileira de bosques em ambos os
lados.

— Aqui é onde cresci. Exceto pela faculdade, morei aqui


toda a minha vida.

Dobramos uma curva e a casa aparece. É uma casa grande


com uma garagem para três carros, toda de madeira escura e
vigas altas. Basicamente, o que imaginava que uma casa do
Alasca se deve parecer, quase como uma cabana gigantesca.

— Com Sedona e Phoenix longe, é apenas Austin e Holly


aqui agora.

Aceno, estacionando meu sedan ao lado do jipe de Austin.


Adorei andar naquela excursão de lançamento do machado que
me levaram mais cedo.
— Você se divertiu hoje? — Brooklyn pergunta, saindo do
meu carro. Voltei para pegar a cerveja que comprei enquanto
Brooklyn ainda estava se preparando.

— Surpreendentemente, sim. Definitivamente fora da


minha zona de conforto, mas seus irmãos são hilários.

— Nem todo mundo está na mesma página que você com


isso. — Ela olha por cima do ombro no caminho até as escadas
para a porta da frente.

Seu cabelo está solto e enrolado em pequenos cachos que


me fazem querer enrolá-los em volta do meu dedo, e puxá-la para
mim até que ela caia em meus braços. O vestido de verão que
está usando com a jaqueta jeans mostra suas pernas longas e
tonificadas. Quando atendeu a porta do apartamento, queria
entrar e trancar a porta para que pudéssemos ter nossa própria
festa particular.

Esse pensamento é o que está me fazendo pensar duas vezes


sobre ela ir ao casamento comigo. Já é ruim o suficiente achar
que sou apenas o novo gerente, e vou ter que dizer a ela que sou
filho do dono, mas também vou ter que dizer a ela que não vou
ficar em Lake Starlight permanentemente. Sei que eventualmente
vou ter que dizer a verdade, mas a parte egoísta de mim diz
apenas para aproveitar isso um pouco mais. Além disso, somos
apenas amigos, não amantes.
— É tão estranho tocar a campainha, mas esta é a casa de
Holly agora. — Sorri enquanto esperamos que alguém responda.
Austin abre a porta e um grande cachorro sai pulando em nossa
direção.

— MYLES! — Austin e Brooklyn gritam.

O cachorro pula em cima de mim e não tenho mãos para


pará-lo com as duas caixas de cerveja que estou segurando.

— Myles, não! — Diz Austin, saindo para a varanda,


puxando sua coleira.

Obviamente não é forte o suficiente porque o cachorro


parece querer cheirar minha virilha. É por isso que nunca fui
uma pessoa de cachorro. Isso é sempre tão desconfortável, e
nunca quero estar na posição de Austin.

— Myles! — Diz Brooklyn, com os olhos fixos no que está


acontecendo. Tenho certeza de que Austin não quer realmente
alcançar minhas pernas, então tento deslizar as pernas para um
lado e depois para o outro.

— Juro que acabei de tomar banho. — Digo tentando fazer


uma piada sobre isso.

— Eu sei. Sinto muito. Ele sempre faz isso. — Diz Austin,


exasperado.
— PARA MYLES! — Holly grita de algum lugar da casa. O
cachorro para, olha para mim e corre de Austin até a casa para
encontrar Holly.

— Cachorro do caralho. Ele não me causou nada além de


problemas. Você viu o que ele fez? — Austin nos pergunta
enquanto segura a porta aberta.

Brooklyn desliza sua jaqueta jeans no cabide, revelando


seus ombros nus. Ela está tentando me fazer aguentar essa festa
com uma constante ereção? Deixe a jaqueta, mulher.

— Pode ficar frio hoje à noite lá fora. — Digo. Ela olha para
mim, as sobrancelhas franzidas.

— Venho buscá-la quando sairmos. Vou ajudar Holly. — Ela


me deixa sozinho com Austin.

— Obviamente, ela não sabe da notícia. — Austin tira uma


caixa de cerveja de mim. — Myles engravidou uma cadela que
mora a um quilômetro de distância. Acontece que a família não
ficou feliz, então vieram bater à nossa porta uma noite e Holly
disse que vamos ficar com ela.

— Oh meu Deus! — Brooklyn grita de mais longe na casa.

— Acho que acabou de conhecer Daisy. Esta cadela não sai


do lado de Holly. Ela vai ter filhotes. Disse a Holly que deveríamos
deixá-la no veterinário. — Ele caminha em direção à cozinha. —
Você acharia que tivesse dito para deixá-la do outro lado da
estrada do jeito que ela me olhou quando disse isso.

Estou ouvindo atentamente, ou tão intensamente quanto


posso, sem pensar em sua irmã nua. Foda-se, não há nada para
o vestido que ela está usando.

— Então, inventou uma sala de parto em nosso banheiro.


Estou pagando pelo veterinário para fazer visitas domiciliares.
Droga, Myles e sua incapacidade de se controlar.

Sinto uma sintonia com Myles neste minuto.

— Aqui está Daisy. — Austin estende a mão para uma


pequena cadela.

— Coitadinha. — Brooklyn se abaixa e mima a cadela. —


Seus bebês vão ser tão grandes. — Myles se aproxima, cutucando
a cabeça para Daisy e Brooklyn acaricia os dois animais.

— Eu sei. Eu ficava perguntando ao veterinário se tinha


certeza de que ela poderia tê-los. — Diz Holly. Austin revira os
olhos para mim, segurando o braço para colocar a cerveja na
frente da geladeira.

— O que ele disse? — Brooklyn pergunta, um olhar


preocupado em seus olhos.
— Ele disse que está bem. São filhotes. Mas ainda estou
preocupada com ela. — Holly corta a salada. Daisy entra em um
quarto dos fundos, que presumo que seja o dela.

— Em que precisa de ajuda? — Brooklyn pergunta. Austin


abre uma cerveja e entrega para mim.

— Cerveja?

— Prefiro vinho.

— Espero que o branco sirva. É tudo que eu bebo. — Holly


se encolhe.

— O branco é perfeito.

Com as bebidas na mão, o resto do Baileys lentamente


chegam, um por um. Estou um pouco agradecido pelos gêmeos
mais novos e seu irmão Kingston não estarem aqui porque já
estou um pouco sobrecarregado.

Converso com Denver sobre o que o fez querer ser um piloto,


com Rome sobre seus dias na Europa sem perguntar sobre
restaurantes específicos, porque o gerente de um hotel não
visitaria a Europa duas vezes por ano e estaria familiarizado com
eles. Definitivamente não teria viajado pela Europa depois de se
formar no ensino médio. O que fiz só para irritar meu pai. Em um
ponto, Juno me entrega seu cartão de casamenteira e diz que me
dará um desconto porque já está de olho na mulher que
encontrou, com o olhar dela para Brooklyn.
Felizmente, as pessoas falam sobre Nova York, mas não se
intrometem demais. Tenho a mentira de que frequentei a NYU e
não a Columbia na ponta da minha língua, caso perguntem. Tudo
isso me lembra que preciso falar com Brooklyn antes de
partirmos para Nova York. Tenho dois meses restantes e quero
adiar o maior tempo possível. Não só porque prometi ao meu pai,
mas porque temo que isso mude as coisas entre o Brooklyn e eu.

O jantar foi hambúrgueres, cachorros quentes e uma


salada. Exceto pelo verão em que fiquei nos Hamptons nos finais
de semana e feriados, realmente não fiz parte de um típico
churrasco. A comida era boa, os risos vinham em massa e o
cenário era de tirar o fôlego. Brooklyn está sorrindo o tempo todo.
As vezes vejo a mente dela vagando, quando olhava para longe ou
quando pegava o telefone, ou ficava nervosa com as unhas, mas
isso foi se tornando cada vez menos frequente. Me pergunto se
Jeff está começando a se tornar uma memória distante.

— AUSTIN! — Holly grita da sacada. — Está na hora.

— Jesus, Holly está grávida? — Rome pergunta.

— Não merda, nosso cachorro está. — Diz Austin.


— Cães machos podem ter bebês? — Denver olha para
Myles cujos ouvidos se animaram como se soubéssemos que
estamos falando dele.

— Você já soube? Daisy, a cadela que Myles engravidou. —


Savannah segue Austin pelas escadas dos fundos.

— Oh, é hora de eu ir. — Vovó se levanta.

— Por quê? — Juno pergunta.

— Porque já vi nascimentos suficientes na minha vida.


Vamos lá, Brian e Karen. — Ela chama o tio Brian e a mãe de
Holly, Karen.

— Sinto que deveria ficar aqui por Holly. — Diz Karen.

— Eu já volto. — Brian a beija na bochecha e dá um tapinha


na bunda dela.

— Você tem sorte de Holly não estar aqui tio B, para não ver
você batendo na bunda de sua mãe assim. — Rome sorri e bebe
sua cerveja.

— Um dia você vai crescer, Ro. — Tio Brian acompanha a


vovó Dori até as escadas.

— Boa noite, Vovó.

— Boa noite, vovó,— todos dizem em uníssono.


— Oh, Wyatt. — Me viro para encontrar Dori parada antes
de subir as escadas.

— Você pode me buscar no centro para o jantar da família


e me levar amanhã, certo? — Meu olhar cai para Brooklyn. Suas
sobrancelhas estão até a linha do cabelo.

— Combinado.

— Vou te ver então. — Ela balança a cabeça. Não tenho


certeza do que aconteceu agora.

— Oh merda, não gostaria de estar no seu lugar. Hora de


palestras. — Denver olha para Rome. Eles compartilham uma
risada.

— Ele não faz a merda que vocês dois fazem. Tenho certeza
que ficará bem. — Diz Brooklyn, mas ela mordisca o lado de seus
lábios, o que notei que faz quando se sente insegura sobre
alguma coisa.

— Não faço merda. Acabei de comprar um restaurante. —


Diz Rome.

— Possuo meu próprio avião. Vivo no meu próprio


apartamento. — Acrescenta Denver.

— Estou indo assistir alguns filhotes nascerem. — Brooklyn


está de pé.
— Eu também. — Diz Juno. Colton olha para mim e levanta
as sobrancelhas.

— Eu estou bem aqui. Peça à Daisy um cachorrinho para


mim. — Eu descanso meu tornozelo no meu joelho e bebo de volta
a cerveja.

— Juno, deixe-me saber se precisa de mim para entrar. —


Diz Colton. Ela balança a cabeça e se vira para se juntar a
Brooklyn enquanto sobem os degraus.

Eu lhe dou um olhar questionador.

— Frequentei a escola veterinária durante um ano.

— Entendi. — Tomo outro gole da minha cerveja.

— Meio que quero levar um para casa. — Ouço Brooklyn


sussurrar para Juno.

— Oh Brookie, você é sempre a cuidadora. — As duas


mulheres continuam subindo as escadas e dois pares de olhos
pousam em mim do outro lado do fogo. A cabeça de Colton corre
entre nós.

— Então, Wyatt? — Denver começa, sentando-se em sua


cadeira e descansando seus antebraços em suas coxas.

— Sim?
— Quais são as suas intenções com a nossa irmã? — Rome
pergunta.

— Pensando bem, Daisy pode precisar de um líder de torcida


extra. — Colton se levanta e praticamente corre pelas escadas.

Merda de covarde. Seu dia virá, sei que vai, do jeito que ele
atende a Juno.

— Somos amigos. Estou ajudando-a com seu negócio. —


Eles olham um para o outro e depois voltam para mim.

— Nós não somos ingênuos.

— Nem somos os bloqueadores. — Diz Rome.

— Mas você sabe o que fizemos com Jeff? — Denver


pergunta e eu aceno. — Se você a machucar depois do que já
passou, preparamos uma bolsa para o corpo.

Tomo minha cerveja achando que estão blefando. Eles se


sentam lá com idênticas expressões de seriedade em seus rostos.

— Não é brincadeira. Ela não é algo para se divertir um


pouco e depois jogar fora. Então, se começar, é melhor planejar
terminar com um sim. — Finaliza Denver.

— Ou faça com que ela termine com você. — Acrescenta


Rome encolhendo os ombros.
— Seja sério. Você viu como ela ficou, assim como eu. — Diz
Denver. Rome se levanta, termina sua cerveja.

— Sim, mas Brooklyn é uma menina grande. — Ele joga a


garrafa vazia em uma lata de lixo ao lado dele. — Isso não
significa que não vou chutar sua bunda se vir uma lágrima
derramada por sua causa.

— Anotado. Mas somos realmente apenas amigos. —


Asseguro-lhes.

— E eu tenho um pênis de unicórnio. — Denver encolhe os


ombros. — Não que meu pau não seja mágico. —

Os gêmeos riem e não posso deixar de me juntar até que


seus rostos ficam sérios e voltem na minha direção.

Eles rapidamente mudam de assunto para como jogo o


machado na competição, mas minha mente está presa no que
minhas expectativas com a Brooklyn são e como posso,
possivelmente, manter meu próprio pau longe dela.
Ter Wyatt vindo para o jantar de domingo dos Bailey não é
algo que planejei, mas ele não tem nenhuma família aqui e foi um
bom gesto para vovó pensar sobre ele. Fui com ele para pegá-la,
então ela não diria nada que não deveria. Tipo, — como você gosta
de Brookie, ela é fofa, certo?

Deus, pode imaginar ter sua avó tentando te ajudar? Que


embaraçoso e desesperado.

— Espero que você se sinta melhor, Sra Bailey. — Wyatt


abre a porta do carro, me disse para esperar no banco de trás
para ele contornar o carro. Poderemos ver se é um cavalheiro ou
não, ela insistiu. Ele abre as duas portas ao mesmo tempo.

Cavalheiro, então. Ela oferece a mão e ele a ajuda a ficar de


pé.

— Tenho certeza que vou. Millie estava um pouco indisposta


há alguns dias, a velha provavelmente me passou alguma coisa.

— Boa maneira de falar sobre a sua melhor amiga. — Digo.


— Um resfriado comum poderia me matar nessa idade. —
Diz ela, e Wyatt sorri para mim, abrindo a porta do prédio para
nós.

— Boa noite Dori, você se divertiu com sua família? —


Pergunta a garota de trás da mesa. A vejo se concentrar mais em
Wyatt do que em minha avó.

— Eu fiz. Você conheceu o Wyatt? Ele é novo em Lake


Starlight.

— Não conheço. Prazer em conhecê-lo, Wyatt. — Ela lambe


os lábios. Poderia ser mais óbvia?

— Prazer em conhecê-la...

— Nicole. — Ela gira o cabelo em volta do dedo. Sério?

— Nicole. — Wyatt sorri.

Se me importasse, diria a Wyatt que não estamos em algum


programa romântico, então vamos logo até o apartamento da
vovó.

Uau. De onde veio esse impulso de ciúmes?

— E conhece Brooklyn, minha neta. — Obrigada vovó.

— Ainda não te conheci. Oi Nicole. — Aceno. Não recebo o


sorriso de boas-vindas que Wyatt recebeu.

— Oi.
Felizmente vovó corre e chegamos ao corredor para seu
apartamento rapidamente. Ainda estou examinando o fato de que
quero riscar os olhos de uma garota por olhar para Wyatt, pois
tudo que precisa é de uma colher para comê-lo.

Paramos do lado de fora da porta da vovó e observo Wyatt.


Não há dúvida de que é atraente. Não no caminho do Lago das
Estrelas. Suas bordas polidas se destacam aqui. A maneira como
o cabelo dele nunca está fora do lugar. Seu guarda-roupa de
camisas na maioria das vezes abotoadas. Pele que parece que se
banha diariamente com óleo de coco.

Independentemente da sua aparência física, é um cara legal


e não posso dizer que o pensamento não passou pela minha
cabeça, e se o tivesse conhecido antes do Jeff? Também pensei
que poderia ser um ótimo rebote para superar Jeff. Mas ter
ciúmes de outra garota o admirando? Esse sentimento veio do
nada. Eu não era do tipo ciumenta com Jeff.

— Brookie, na minha bolsa. — Vovó interrompe meu


monólogo interior.

Circulei os dois e encontrei as chaves dela, destrancando a


porta dela. Wyatt a mantém aberta enquanto nós duas
atravessamos e vovó caminha pela casa acendendo as luzes.

Ela entra na sala de estar e olha para a foto dela e do vovô,


depois se vira para nos encarar.
— Por que vocês dois ainda estão aqui? Vão. — Ela nos
espanta com a mão.

— Jesus, de nada. — Digo.

— Obrigada. — Ela caminha em nossa direção, sua mão nos


enxotando pela porta.

Damos um passo atrás até sairmos do apartamento dela.

— Tenham uma boa noite vocês dois. — Ela sorri e fecha a


porta para nós.

Wyatt e eu nos entreolhamos, confusão estampada em


nossos rostos.

— Ela está estranha. — Murmuro.

— Estou ouvindo! — Vovó diz do outro lado da porta.

— Boa noite, vovó. — Rio e aceno para o olho mágico.

— Ela nos armou totalmente. — Ando pelo corredor em


direção à entrada da frente.

— Percebi desde que se gabou sobre sua patinação de


velocidade quando você tinha seis anos todo o caminho aqui, que
estava tentando me dizer algo. — Wyatt sorri para mim. Seus
dentes perfeitos brilham sob as luzes fluorescentes do saguão.

— Boa noite, Wyatt e Brooklyn. — Diz Nicole, tirando os


olhos de Wyatt de mim e puxando para ela.
— Boa noite. — Me viro e reviro os olhos, ciúmes apenas
intensificando em vez de diminuir.

Contornamos o sedã dele e me pergunto o que ele fará no


inverno. De jeito nenhum essa coisa vai levá-lo aonde precisa ir
sem deixá-lo abandonado uma vez ou duas.

Ele abre a porta para mim e entro, o carro cheirando a ele,


seu cheiro fresco misturado com eucalipto agora. Pego uma
garrafa do meu óleo que está descansando no console e sorrio.

— Isso é meu. — Ele tira da minha mão depois de sentar no


banco do motorista. — Tentando pegar minhas mercadorias? —
Ele a joga de volta no porta-copos e vira a chave na ignição.

— Você gosta disso, hein? — A luz do estacionamento corre


através de seu teto solar, exibindo sua expressão confusa.

— Tanto que roubei outra garrafa, mas acho que é um


bônus por ajudar você. — Ele pisca. Meu estômago revira com
excitação.

— Estou feliz. Meus irmãos nunca usaram isso. Eles acham


que é feminino.

Ele aperta o cinto de segurança e sai do estacionamento.

— Irei adoçar isso para eles. Sofri das piores dores de cabeça
por meses até você me dar minha primeira amostra.
Ele dirige pela estrada ventosa que leva à Northern Lights
Retirement Residence e me pergunto mais uma vez por que
escolheram fazer a estrada tão desafiadora quando os moradores
ainda dirigem. Então, novamente, nunca ouvi falar de um
acidente acontecendo.

Minha mente então vaga para Nicole e por que o ciúme foi
minha primeira reação, o que me faz questionar por que Wyatt
nunca cruzou a linha entre nós. Todas as vezes que tira a mão
dele quando nossos dedos tocam ou o jeito que seus olhos, às
vezes, se aventuram em qualquer lugar, menos em mim...

— Você é gay? — Faço a pergunta que deveria ser feita


calmamente na minha cabeça.

Ele para no sinal de parada e olha para mim, os olhos


arregalados.

— O que?

— Sinto muito. Não é da minha conta. Já pensou alguma


coisa com você mesmo e acidentalmente deixou escapar? Ignore-
me. — Calor queima minhas bochechas.

Ele não se move, uma mão no volante e uma no colo.

— Por que você acha que sou gay?

— Hum... Não acho. Vamos esquecer. — Mexo com a mão


para pegar a direção para poder escapar desse carro e me trancar
no meu apartamento pelo futuro previsível. Ou pelo menos até
ter que ir trabalhar na segunda.

— Isso não vai acontecer. Acha que sou gay porque gosto
dos seus óleos?

Por que alguém pode querer deixar a vida assistida agora?


Porque são nove horas e todos os clientes estão na cama,
respondo a minha própria pergunta na minha cabeça.
Poderíamos estar sentados aqui até às cinco da manhã sem que
ninguém tivesse que tocar sua buzina para sair do caminho.

— Na verdade, não. Eu sou apenas... — Como falo isso para


evitar parecer uma modelo de passarela que ele não deveria
resistir?

— Entendo que não sou tão ao ar livre quanto seus irmãos,


e sim, tenho manicures e massagens, mas não tenho ideia de
porquê você acha que sou gay.

— É só que você e eu... nós não temos. — Olho para longe


dele e olho pela janela para as ruas escuras do Lake Starlight.

— Acha que porque não venho para você, sou gay? — Ele
bate a unha na cabeça, e quero me arrastar para baixo do assento
e desaparecer debaixo do tapete.

— Não!
— Você pensa. — Sua voz arrogante acende com humor, diz
que não importa o quanto lute, é no que acredita.

— Mas não porque acho que sou tudo isso. E sim, você gosta
dos meus óleos. Mas almoça sozinho no restaurante todos os
dias. Não vi você falar com outra mulher e muito menos flertar
com elas. Gasta todo o seu tempo comigo quando não está
trabalhando. Nicole estava obviamente interessada em você.

— Nicole? — Ele joga o carro no parque. Está muito escuro


para ver suas expressões faciais, já que não há luz de rua perto
de nós, então só posso sentir seu tom de voz para avaliar sua
reação.

— A menina lá atrás. — Apontei para a casa de repouso da


vovó.

— Ela parece que tem doze anos.

— Ela está claramente em seus vinte anos.

— Vinte e poucos anos se isso. — Jogo minhas mãos no ar.

— Me desculpe a pergunta. Não queria ofender. —

— Não estou ofendido. Mas só para você saber... — Ele


se inclina em minha direção. — Não sou.

— Ok. — Cruzo meus braços sobre o peito.


— Vamos apenas para casa. — Ele se endireita, tira o carro
do passeiio e aperta o acelerador.

Parece agitado e não entendo o porquê. Foi uma pergunta


simples. Uma com uma resposta, sim ou não, e ele não parecia
ter sentido que invadi sua privacidade por perguntar.

Com mau humor, me viro para ver a Main Street passar pela
janela do carro. Apenas Lucky's está aceso desde que Liam fecha
o Smokin' Guns no domingo e segunda-feira e todos os outros
negócios estão fechados.

Não é até que entramos em nosso complexo de


apartamentos que finalmente encontro coragem para lidar com o
sentimento pesado no ar entre nós.

— Sinto muito.

Ele estaciona o carro e desliza a chave para fora da ignição.


Ficamos em silêncio por um minuto antes de ele responder.

— Não sinta. — Abro a porta do carro e cavo dentro da


minha bolsa pelas minhas chaves. Só quero ir para a cama, e
acordar amanhã e fingir que isso nunca aconteceu.

— Espere. — Wyatt corre para me alcançar, inserindo sua


chave na fechadura do nosso prédio. Ele está na frente da porta,
me bloqueando.
— Isso é estúpido. Por que estamos brigando pelo fato de
você me perguntar se eu sou gay?

— Você me diz. — Cruzo meus braços, segurando meu chão.

— Não é por você perguntar se eu sou gay é só... — Ele olha


para o lago escuro, em seguida, olha para mim, a incerteza
estragando suas características perfeitas.

Ele avança, sua mão deslizando para embalar minha


bochecha. Inalo uma respiração profunda olhando em seus olhos
e me inclino em seu toque quente.

— Você considerou o fato, de que talvez, estivesse esperando


por você o esquecer?

Meus olhos caem para seus lábios e sua língua desliza para
fora. Minhas entranhas sentem como se um pinball tivesse
acabado de ser lançado e está correndo pelo meu corpo.

— Você está? — Sussurro, inclinando-me um pouco mais


perto.

Ele fecha os olhos e o pinball afunda na boca do meu


estômago.

— Precisamos conversar. Há algo que precisa saber antes


que isso continue. — Um arrepio, não do tipo bom, se espalha
pela minha pele.

— O que?
Sua mão desliza da minha bochecha, passando pelo meu
braço até a minha mão estar na dele.

— Vamos entrar. Nós dois precisamos de uma bebida para


isso.

Ele abre a porta do prédio e minha mão permanece na dele.


Ao nos aproximarmos de cada nível das escadas, a adrenalina
corre cada vez mais rápido pelas minhas veias. O que está
acontecendo? O que poderia ter para me dizer? Parte de mim está
amaldiçoando-me por começar a bola nesta conversa em primeiro
lugar. De repente, tudo está se movendo tão rápido, mas não
quero que isso pare.

Quero saber se os lábios de Wyatt são tão macios quanto


parecem. Quero saber a sensação de suas mãos enquanto
exploram meu corpo. Será que será tão gentil com seu toque físico
quanto esteve comigo em relação aos negócios? Gosta do sexo
duro e rápido ou suave e lânguido?

Ele olha para mim por cima do ombro depois que chegamos
ao terceiro andar e tenho certeza de que vejo as mesmas
perguntas em seus olhos. Tudo o que tem para me dizer não vai
mudar como me sinto. Vou querê-lo independentemente.

Sua cabeça cai no canto do meu pescoço.


— Eu realmente quero te beijar agora. — Sussurra. Uma
onda de arrepios espalha-se pela minha espinha, o tipo bom
desta vez.

— Então faça isso. — Sussurro. Ele balança a cabeça,


colocando os lábios bem debaixo do meu lóbulo da orelha.

— Não até que você saiba de tudo.

Bang!

Ambas as nossas cabeças se levantam, olhando na direção


de onde o som veio. É então que percebo que a porta do meu
apartamento está aberta.

— Fique aqui. — Wyatt diz e caminha lentamente até a


minha porta, em seguida, desaparece por dentro.

Ele é louco se acha que vou ficar aqui.

— Quem é você? — Eu ouço Wyatt perguntar.

— Deveria te perguntar a mesma coisa. — Reconheço a


outra voz e aqueles arrepios agora gelam meu corpo
profundamente.

Entro no meu apartamento e toda a alegria percorrendo


meu corpo morre.

— Jeff? — Wyatt se vira, algo parecido com decepção em


seus olhos.
— Oi, Brooklyn. Precisamos conversar.
O cara em pé na minha frente é Jeff?

Acho que o olho roxo deveria ter me dado a dica. Mas não é
alguém com quem imagino Brooklyn e luto para entender como
ela estava noiva dele. Ele é... por falta de uma palavra melhor, e
não estou tentando soar como uma merda de hierarquia do
ensino médio, idiota. Quem aperta o botão de cima da camisa se
não estiver usando gravata? Parece tão barbeado que não consigo
deixar de pensar se realmente cresce pelos em seu rosto. Seu
cabelo é grande e descuidado e sem estilo. Esse cara nunca
conheceu gel em sua vida.

Ignoro a pontada de ciúme no meu peito e volto minha


atenção para Brooklyn.

O tom rosa de minutos antes no corredor empalideceu. Sua


boca está ligeiramente entreaberta e seus braços pesam
frouxamente em seus lados como um gorila.

— Eu devo ir? — Pergunto a ela. Ela não diz nada.


Jeff passa por cima da pequena caixa a seus pés.

— Pensei que estaria no jantar da família de domingo. — Ele


para de andar antes de me passar. — Não em um encontro.

Que tenha a coragem de tentar fazer Brooklyn se sentir


culpada por qualquer coisa que tenha minha cabeça recuando.

— Consiga o resto de suas coisas com Joel, ele tem a maioria


disso. — Brooklyn deixa cair sua bolsa sobre a mesa e vai para a
cozinha.

— Quer café ou chá, Wyatt?

Hum... o que?

— Por que Joel tem minhas coisas? — Jeff pergunta.

— Bem, não sei, Jeff, talvez porque você me deixou no altar,


e fiquei puta e antes que soubesse o que aconteceu sua merda
estava no gramado do lado de fora. Oops. — Sorri docemente,
ocupando-se com a cafeteira.

— Café ou chá, Wyatt? — Pergunta como se eu fosse uma


criança que está propositalmente a ignorando enquanto joga seu
videogame.

— Café está bem. — Respondo.

Prefiro ter três dedos de uísque, mas não estou discutindo


com ela.
— Vou voltar outra hora. — Resmunga Jeff.

Brooklyn abre o armário com as canecas de café e coloca-as


com força no balcão. Qualquer um pode dizer que está tentando
controlar suas emoções, mas está sendo levemente psicótica.

— NÃO! Você pega sua merda agora ou nunca. —

Recuo para sair do apartamento. Claramente isso é entre


eles, mas, novamente, me sinto protetor em relação a Brooklyn.

— Creme ou açúcar? — Ela pergunta e estou processando


muito no momento em que não respondo imediatamente. —
WYATT! — Grita.

— Açúcar. — Respondo, embora tome o meu café preto. Por


que disse açúcar?

Jeff levanta as sobrancelhas para mim como — viu por que


larguei a cadela? — Meus punhos cerrados ao meu lado e mesmo
que pensei por uma fração de segundo deveria estar protegendo-
o de Brooklyn, estou de volta a querer chutar a bunda dele.

— Vá cuidar da sua vida, Jeff. Wyatt e eu temos que


conversar sobre algo. — Ela o espanta com a mão, assim como
sua avó nos fez há meia hora em seu apartamento.

Uma risada borbulha na minha garganta e a engulo.

— Bem, já que a maioria das minhas coisas está no Joel,


devo ser rápido. — Jeff caminha pelo corredor.
— E vai deixar a chave! Este não é o seu apartamento! —
Brooklyn diz atrás dele.

— Não vamos esquecer que paguei pelo depósito. — Jeff


responde. Claramente, ele tem um desejo de morte.

— Bem, vamos arrumar tudo então. Deve à minha família


cinquenta mil pelo casamento! — Se inclina sobre o balcão e grita
pelo corredor.

— Devo ir? — Sussurro.

— O que? — Sua cabeça chicoteia na minha direção, seus


olhos se estreitaram.

Nos últimos dois meses, nunca vi esse lado dela.

— Não importa, estou me mudando para São Francisco. —


A voz de Jeff soa do outro lado do corredor.

— Para vender esse ótimo aplicativo. — Brooklyn zomba dele


com um tom de voz rouca. Jeff pisa no corredor.

— Vendi o aplicativo. — O rosto do Brooklyn cai.

Jeff olha para a mesa da cozinha, cheio de suprimentos de


Brooklyn para fazer seus óleos.

— Vejo que está de volta aos seus poderes mágicos de cura.

— Ok, estava dando a você alguma margem, mas... —


Coloco minha mão no ar, parando na frente dele.
— Você está namorando com ele? — Jeff me ignora.

— Que porra é essa? — Pergunto.

Olho para o lado para ver Brooklyn se fechando lentamente,


a luta está deixando ela.

Você sabe o que? Foda-se isso. Estou assumindo. Coloco


minha mão na parte de trás do pescoço de Jeff, apertando o
suficiente para ter sua atenção.

— Vamos arrumar sua merda e tirar você daqui. — Uma vez


que estamos no armário, pego tudo que parece masculino e jogo
na caixa.

— Ei, esse é o meu material de pesca. — A caixa de


equipamento se abre e o conteúdo é derramado na caixa.

— Desculpa.

Deslizo os casacos de Brooklyn, encontrando varas de


pescar.

— Estes são seus? — Pergunto.

Brooklyn poderia estar pescando. Não sei.

— Sim. — Estende a mão. Os quebro no joelho e enfio na


caixa.

— O que? — Pergunta Jeff, mas o ignoro, abaixando as abas


da caixa, então não preciso de fita.
— Há qualquer outra coisa sua? — Pergunto, olhando ao
redor da sala.

— Não. — Jeff não diz nada porque qualquer um pode ver


que não é um cara de confronto. Meio que gostaria que ele me
desse um soco, então teria uma desculpa para acabar com ele.

— Então vamos. — Pego a caixa, empurro em seus braços,


com os quais se atrapalha no começo. Andamos pelo corredor e
Brooklyn vem em nossa direção, com as mãos nos quadris.

— Nós vamos conversar. — Ela diz para Jeff.

A caixa escorrega das mãos de Jeff porque é um completo


fraco ou ela o pegou de surpresa.

— É uma boa ideia? — Digo para ela por cima da cabeça de


Jeff.

Os afiados olhos azuis do Brooklyn perfuram os meus,


fazendo-me pensar que devo afundar atrás de Jeff e ficar invisível.
Este lado dela. O lado onde não está tomando nenhuma merda.
Sabia que ela estava nervosa quando ele mencionou seus óleos,
mas amo que ela se levantou, limpou a poeira e está pronta para
obter as respostas que ela merece.

— Wyatt, você se importa de nos deixar a sós por um tempo?


— Quero responder sim, eu me importo. Mas Brooklyn não
pertence a mim.
— Estarei do outro lado do corredor se precisar de mim. —
Deslizo por trás de Jeff e aperto seu antebraço em um ato que
espero que retrate que estou aqui para ela.

Nada mais é dito, e deixo seu apartamento, fechando a porta


atrás de mim, querendo apenas estar do outro lado com ela.

Então me ocorre.

E se Brooklyn quiser o Jeff de volta?

Esfrego meu peito. Porra, algo do jantar deve ter me dado


azia.

Acho que não importa se confesso a verdade para ela,


porque o que está acontecendo do outro lado da porta pode
impedir o que quer que estivesse começando entre Brooklyn e eu
de qualquer maneira.
Quando a porta se fecha com a partida de Wyatt, faço um
sinal para o sofá.

— Sente-se.

— Brooklyn, entendo que está chateada, e gostaria de ter


mais respostas. Não se preocupe, estou indo embora, e nunca
mais vai ouvir falar de mim.

Ele se senta no sofá e eu me sento na cadeira ao lado para


que possa ver claramente suas expressões faciais. Jeff não fala
sobre sentimentos, mas não pode mascarar o que está pensando
também. E tenho perguntas que preciso de respostas antes de
poder seguir em frente completamente. Embora não estivesse
esperando que isso acontecesse hoje à noite, não vou deixar a
oportunidade passar.

— Por que não falou comigo? — Pergunto, cruzando as


pernas, sentada na beira da cadeira.
Ele desliza para trás e coloca o braço ao longo das costas do
sofá, olhando para qualquer lugar, menos para mim.

— Tudo apenas cresceu como uma bola de neve...

— Isso é o que acontece com um grande casamento. — Ele


revira os olhos.

— Entendi. Eu empurrei o grande casamento.

— Sim, você fez e depois me deixou responsável por dizer


aos nossos convidados que isso não ia acontecer.

— Sabia que não teria que fazer isso. Quero dizer, sua
família é como o The Brady Bunch2.

Inalo o que espero ser um suspiro calmante, porque minha


palma está coçando e quer bater no rosto de Jeff novamente.

— Você já me amou? — Pergunto e me preparo para a


resposta.

Seus olhos encontram os meus e estão lá. Pelo menos


alguma coisa está.

— Ainda amo você, Brook, mas não quero viver em Lake


Starlight para sempre. Queremos coisas tão diferentes.

2 Sitcom americano cuja história girava em torno de uma família de 6 pessoas.


— Por que não falou comigo sobre isso? Talvez pudéssemos
ter resolvido.

Ele solta um suspiro e sua cabeça cai para trás.

— Vamos. Você sabe tão bem quanto eu que nunca vai sair
daqui.

— Bem, poderia pelo menos abordar o assunto comigo.

— É mais que isso. Quero dizer... Você nunca se sentiu


como se fossemos apenas grandes amigos?

— Não. Pensei que você fosse meu futuro marido. Estava


apaixonada por você e achei que tínhamos um futuro. Sei que
queria se mudar para San Francisco, mas depois de tudo o que
aconteceu com meus pais, é difícil sair daqui. Você não entende
isso?

— Pense mais. Você acha que estava apaixonada por mim?


Quero dizer, quando foi a última vez que você me quis? Como se
não pudesse manter suas mãos longe de mim? — Ele se senta
para a frente no sofá mais.

É aqui que sua decisão sobre sair do nosso casamento veio?


Não lhe dei sexo o suficiente?

— Isso é o que acontece quando vocês estão juntos há muito


tempo.
— Aconteceu depois de dois meses. E não é apenas o
material físico. Nem sei como explicar isso. Você se tornou tão
complacente.

— Você fugiu do nosso casamento porque te dei o seu jeito


muitas vezes? — Jogo minhas mãos no ar.

— Quando te conheci na faculdade, lembro-me de pensar


que esta menina assume a vida como quem quer tudo o que ela
tem para oferecer. Mas uma vez que voltamos para cá e
começamos a conversar sobre casamento e filhos, você me deixou
fazer o meu caminho o tempo todo. Por que acha que te empurrei
em todas as coisas do casamento? Estava esperando que você
retrocedesse.

Me levanto e vou para a cozinha, pegando uma cerveja que


Wyatt trouxe na outra noite.

— Deixe-me ver se entendi, você terminou comigo porque te


dei o que queria? — Inclino a cerveja de volta e bebo uma grande
quantidade.

— Não queria o meu jeito, queria que você lutasse comigo.


Queria a Brooklyn que conheci naquele bar, que me fez sair em
cinco encontros antes que pudesse beijá-la. Aquela que me
surpreendeu porque fez um exame em três dias. Aquela que
sempre fazia o que amava.
As lembranças de Jeff e eu na faculdade percorrem minha
mente como fotografias espalhadas sobre uma mesa. Eu era
diferente naquela época e nesses últimos dois meses me senti
muito parecida com a pessoa que costumava ser.

— Você estava bem trabalhando em tarefas domésticas. Que


está bem. Mas quando te conheci, você tinha todos esses planos.
Você era a garota que se mudaria para São Francisco comigo.

Olho para o chão. Estou quase com vergonha de como


estava naquela época. Estava mais do que disposta a deixar
minha família para trás porque estar perto deles era muito
doloroso. As lembranças dos meus pais me cortavam sempre que
entrava na nossa casa. Mas agora que mais tempo passou, me
consolo de estar perto do resto da minha família.

— Você está certo, eu era diferente. — Levanto meus olhos


e vejo a alfazema que peguei ontem na casa da família na mesa
na minha frente.

— Mas você foi o único que sempre me fez sentir como o


negócio de óleos essenciais era apenas um hobby e não valia o
meu tempo. — Ele ri.

— Porque é só isso, uma perda de tempo. Você não vai


ganhar dinheiro jogando com ervas e aromas. Você é formada em
História da Arte. Deveria estar fazendo algo com isso.

— Por quê?
— Porque você gastou uma tonelada de dinheiro recebendo
o diploma. É por isso que devíamos ter ido para São Francisco.
Você poderia encontrar uma galeria ou dar uma aula, mas aqui
não há nada para você.

Engulo outro gole.

— Há minha família.

— E aí está você. Ouça, não sei o que dizer. Sei que lidei
mal, mas no final acho que a decisão foi a certa.

— Quem era a morena? — Nossos olhares se trancam. Ele


não merece o direito de analisar psicanaliticamente quem eu era
naquela época ou agora. Ele passa os dedos pelo cabelo
despenteado e olha para o canto da sala.

— Apenas alguém que conheci em um bar em Sunset Bay.


Ninguém sério.

— Você a levou em nossa lua de mel. — Digo entre os dentes


cerrados.

Ele concorda.

— Ela está se mudando com você?

Acena novamente, ainda sem olhar para mim.

— É sério o suficiente para você ir morar com ela? Você me


traiu?
Ele concorda.

— Olhe para mim! — Digo e sua cabeça levanta lentamente


até que seus olhos estão fixos nos meus. — Diga.

— Eu te traí. — Diz em uma voz derrotada.

— Quando?

— Um mês ou mais antes do casamento. Não me lembro.

Coloco a garrafa de cerveja na mesa de café.

— Você não consegue se lembrar do dia em que me traiu?

Minha raiva está fervendo de novo e logo vai se espalhar.


Não tenho certeza se serei capaz de me controlar.

— Jesus, não me lembro, ok?

— Porque não fui importante para você. — Sussurro.

O que significa que nunca esteve tão envolvido nesse


relacionamento quanto eu, porque se estivesse, ele se lembraria
do dia em que decidiu nos arruinar.

— O quê? — Pergunta ele.

Sacudo minha cabeça. Essa conversa é inútil. Tenho todas


as respostas que preciso, as que realmente importam.

— Vá. — Aponto para a porta.


— Pensei que queria conversar?

— Terminei.

— Você está satisfeita? — Fecho meus olhos, minhas mãos


segurando o lado da cadeira.

— Sim. — Pego minha cabeça, esperando que meus olhos


reflitam o sentimento de finalidade dentro de mim. — Tenha uma
boa vida.

— Sinto muito... — Levanto minha mão para cortá-lo.

— Acabou. — Ele se levanta, dá a volta no sofá e pega sua


caixa. Eu me levanto e caminho até a porta antes dele e abro. Ele
para logo antes de sair.

— Espero que eu não tenha arruinado sua crença no amor.


Você sempre amou o conto de fadas.

— Bem, você conhece o ditado. — Ele inclina a cabeça.

Senhor, por favor, perdoe-me por isso.

Chuto-o no traseiro e empurro-o para fora da porta. Ele


perde o equilíbrio e a caixa voa para fora de suas mãos enquanto
cai de cara no carpete no corredor.

— Você tem que beijar um monte de sapos antes de


encontrar o seu príncipe. — Bato a porta e inalo uma respiração.
Não me sinto melhor sobre como as coisas terminaram entre
nós, mas sinto uma sensação de encerramento e é disso que
realmente precisava para seguir em frente.
Uma batida na minha porta e, embora tenha certeza que
não é o Jeff, olho pelo olho mágico de qualquer maneira. Wyatt
está do outro lado com uma garrafa debaixo do braço e dois copos
na mão.

Abro a porta e ele entra sem perguntar.

— Vi-o sair e percebi que poderia precisar disso. — Ele


despeja duas doses caprichadas de Jack Daniels e entrega uma
para mim.

— Então, sinto muito ou parabéns? — Aperto minha testa.

— Parabéns? — Encolhe os ombros.

— Vi casais se reconciliarem depois de muito pior. — Ele


bate o meu copo e bebe o dele.

— Não nós. Nós acabamos. Colocamos um carimbo e


enviamos para a Sibéria. — Bebo o uísque com uma careta.
— Comparação interessante. — Derrama outra dose para
nós dois.

— Você se sente bem?

— Como se fosse dormir por dez horas.

— Isso é bom? — Ele pega nossos copos e vai para o sofá.


Acho que ele não vai sair tão cedo.

Não há queixas da minha parte.

— É bom. Isso significa que não há estresse, tenho um


encerramento.

— Se importa se eu perguntar qual foi a desculpa dele? —


Serve outra dose, mas eu o paro. Se ficar bêbada hoje à noite, o
trabalho vai ser uma merda amanhã.

Dou de ombros.

— Ele tinha um monte de desculpas, que para mim,


significa que estava se pegando em qualquer coisa porque sou
perfeita. — Eu bati meus cílios.

Um sorriso lento se forma em seus lábios.

— Claramente.

Agora estou sorrindo e quero pular em seus braços e


agradecer-lhe por ser um grande amigo. Teria me recuperado
disso tão rapidamente se não fosse por Wyatt? Não sei.
— Na verdade, ele tinha alguns pontos. — Digo.

— Diga um. — Ele descansa os pés na mesa de café, ficando


confortável.

— Bem, quando me conheceu, eu não queria voltar para


Lake Starlight depois da formatura. A eu naquela época teria se
mudado com ele para São Francisco.

— E? — Ele bebe lentamente sua bebida agora em vez de


derrubá-la como uma dose.

— Ele está certo. — Dou de ombros.

— Mas você mudou? — Eu concordo. — As pessoas mudam.


— Agora ele encolhe os ombros.

— Sim, mas... há uma razão para minha mudança. — Wyatt


não diz nada, esperando pacientemente que compartilhe mais.

— Meus pais morreram dois anos antes de eu ir para a


faculdade. Quando cheguei lá, parecia um novo começo, sabe?
Ninguém me conhecia como Brooklyn Bailey, a garota que perdeu
seus pais. Foi tão refrescante, senti que poderia me reinventar. E
eu meio que fiz. — Olho para cima de enrolar meus dedos no meu
colo. Wyatt está ouvindo atentamente como sempre.

— Nunca quis que esse sentimento terminasse. Jeff me


encontrou no meio daquela fase da minha vida, mas logo antes
da formatura, sabia que tinha que voltar para casa. Não podia
deixar Austin e Savannah para manter a família junta por conta
própria. Eu era a terceira mais velha, então disse a Jeff que
iríamos vir para cá temporariamente.

— Mas...

— Quando cheguei aqui, Austin estava em um bom ritmo


depois que Rome e Denver saíram para a faculdade. Savannah
estava mudando a empresa. Eles não precisavam de mim, e a
cidade havia se estabelecido depois do acidente, não mais
olhando para os garotos Bailey com pena. Lentamente comecei a
lembrar porque eu amava aqui e porque queria criar meus filhos
aqui.

— Então, ficar aqui é importante para você? — Eu concordo.

— Acho que sim, mas então me pergunto se talvez


simplesmente não amava Jeff o suficiente. Talvez se fosse outra
pessoa...

Ele bebe sua bebida, seu olhar deixando o meu pela


primeira vez em nossa conversa.

— Acho que não vai saber até que esteja nessa situação
novamente. — Algo passa por seu rosto, mas quando seus olhos
pegam os meus, ele sorri como se estivesse mascarando alguma
coisa.

— Não havia algo que você queria me dizer?


— Isto pode esperar. Jeff vir cá hoje à noite é o suficiente
para você lidar. — Ele vira o resto de sua bebida e coloca o copo
sobre a mesa. — Só queria checar você. Vou sair agora que sei
que você está bem.

— Não. — Eu me levanto e sento no sofá ao lado dele. —


Diga-me. — Toco seu antebraço para mantê-lo onde está e calor
viaja da ponta dos meus dedos até o meu braço.

Ele fica mais ereto e agora está com as mãos amarradas


entre as pernas. Olha para mim e aquela sensação de paz que
começou a se instalar em meu corpo e minha mente se contorce
porque em todos os meses que saí com Wyatt nunca vi esse olhar
em seu rosto. Ele parece... nervoso.

— Gosto do que está se desenvolvendo entre nós.

— Eu também, mas com você sendo meu chefe, como isso


afetará nosso trabalho se... — Ele balança a cabeça e levanta a
mão para eu parar.

Endureço, me preparando para a decepção mais uma vez.


— Isso é a coisa que precisava falar com você.

— Oh. — Ela endireita as costas e inspira como se estivesse


se preparando fisicamente para más notícias.

Bem, isso é uma má notícia. Deveria estar do outro lado da


sala para entregar esta notícia. Ela tem um braço que já conheço.
Olho em volta procurando por quaisquer livros ao seu alcance e
dou um pequeno suspiro de alívio quando não vejo nenhum.

— Sobre a coisa toda do chefe. Assinei um contrato que diz


que não posso estar em um relacionamento romântico com
nenhum dos funcionários. — Seu rosto cai, mas ela se recupera
rapidamente.

— Então, um de nós seria demitido?

Você, você seria demitida, penso comigo mesmo.

— Tem mais.

— Ok...
Sei que ela não verá isso chegando. Quer dizer, meu pai
verificou tudo. Meu nome foi retirado do site da empresa. Criei
este personagem apenas para me disfarçar, embora não acho que
faço um ótimo trabalho. Então, novamente, ninguém pesquisou
o nome do meu pai no Google? Nossas fotos de família seriam
fáceis de encontrar. Mas as pessoas aqui te aceitam pela sua
palavra. Não assumem automaticamente que as pessoas estão
mentindo.

Pego as mãos dela.

— Meu nome é Wyatt...

Ela ri e balança a cabeça. — Obviamente. — Quando


percebe que não estou rindo, seu rosto cai.

— Meu sobrenome não é Moore, é Whitmore. — Seu rosto


se inclina, um pedaço de cabelo caindo na frente de seus olhos.

— Whitmore? — Eu concordo.

— Como em...

— Hotéis Whitmore. Meu pai é o dono da empresa. — Suas


mãos ficam frias e mole na minha antes que as afaste de mim.

— Você mentiu? — A pergunta é tão calma, por um segundo,


me pergunto se realmente ouvi isso. Mas a maneira como cada
músculo em seu rosto cai ao mesmo tempo, sei que minha mente
não está pregando peças em mim.
— Meu pai queria que viesse e trabalhasse disfarçado.
Avaliar o hotel e descobrir o que funcionou e o que não funcionou.
Descobrir o que precisa ser feito para torná-lo um sucesso
novamente. A única pessoa que sabe quem eu realmente sou é o
Sr. Clayton. E agora você.

— E você vai ser o gerente do hotel? — Não tinha antecipado


essa pergunta.

— Até que comece a trabalhar e depois alguém venha para


assumir o cargo e eu voltarei para Nova York.

Ela pega a garrafa de Jack, vira uma dose. Depois outra.

— Você está chateada. — Digo como o homem idiota que


sou.

— Eu? Não, não estou chateada. — Ela toma outra dose com
uma careta, em seguida, segura a mão sobre o estômago. —
Quero dizer, você é um milionário fingindo ser uma pessoa
comum. Você se envolveu com a minha vida sabendo que ia
partir. Por que eu ficaria chateada? — Ela faz uma pausa para
outra recarga de uísque, mas não a joga de volta ainda. Neste
momento, vou levá-la para a cama.

— Quão conveniente é que você se mudou do outro lado do


corredor. — Ela se afasta de mim, mas fica no sofá.

— Isso foi puramente uma coincidência. Acredite, queria


que você não trabalhasse para a Whitmore Hotels.
Ela olha de relance.

— Isso é engraçado, ainda penso nisso como Glacier Point,


mas me diga, Wyatt Whitmore, quais são os planos para o resort?
— Seus olhos estão focados em mim, embora possa ver os efeitos
do álcool começando a fazer efeito nela.

Seu doce sorriso e seus modos gentis foram revelados


comigo, divulgando meu nome verdadeiro.

— Eu... Hum... Bem... estou descobrindo o que está


funcionando e o que precisa melhorar. — Gaguejo com a minha
resposta. Quando percebi que precisava ser sincero, não me
preparei para essa rodada de perguntas. Meio que pensei que ela
iria me chutar ou me expulsar. Nunca pensei que gostaria de
saber meus planos específicos para o hotel.

— E os funcionários?

— Novas diretrizes estão sendo implementadas.

Seus olhos se estreitam. Aqueles belos e grandes olhos azuis


não são tão agradáveis no momento, são meio assustadores.

— Novas diretrizes? Como toda a coisa escrita?

Levanto minhas sobrancelhas. As notícias correm rápido e


só posso supor que o Sr. Clayton começou isso.

— Sim.
— Você não pode fazer isso, Wyatt. Há pessoas que
trabalham lá desde sempre. Só porque estão passando por um
momento difícil não significa que você pode tornar mais difícil
fazendo-os serem demitidos. Ou... eu acho que no seu caso,
demiti-los você mesmo.

Odeio esse sentimento na boca do estômago, como se


estivesse decepcionando ela.

— Não tenho certeza do que você quer de mim. Estou


tentando ser honesto aqui.

— Honestamente, você deveria ter vindo aqui no primeiro


dia e dito: 'Oh, não sou apenas seu chefe, sou o dono'.

— Não sou o dono. Este é o plano estúpido do meu pai. Ele


é sempre... — Deixei minhas palavras sumirem. Não vou me
aprofundar em meus problemas com meu pai agora.

Ela bufa e cruza os braços sobre o peito.

— Acho que preciso ficar sozinha.

— Mesmo? Não podemos descobrir isso aqui e agora?

Seus braços caem e ela olha para mim.

— O que exatamente quer comigo? Uma aventura enquanto


está aqui? Alguma amiga de foda para quando tiver que vir para
a cidade ou para verificar o hotel?
Pisco várias vezes. Sou jogado por seus comentários. Sabia
que nossa atração estava crescendo e, diabos, sim, quero dormir
com Brooklyn. Que homem heterossexual não iria querer? Mas
acho que nunca pensei muito sobre o fato de que estou indo
embora porque sou 'quem eu realmente sou' tem muitas coisas
passando na minha cabeça o tempo todo.

— Não sei. Apenas gosto de passar o tempo com você.

Ela derrama outra dose de Jack para mim e pega o último


que nunca bebeu.

— Vamos jogar um pequeno jogo de eu nunca.

— Não estou jogando um jogo de faculdade com bebida.

Ela bebe outra dose.

— Engraçado. Imaginei que estaria disposto a isso, já que


parece gostar de jogos.

Solto uma respiração frustrada.

— Estou colocando muita coisa na linha. Se disser a alguém


ou alguém descobrir quem eu sou, meu pai vai retratar sua
promessa para mim.

— Promessa né? Diga-me, o que ganha por arruinar essa


pequena cidade?

Sacudo minha cabeça.


— Isso é um pouco dramático.

Ela encolhe os ombros e cruza as pernas, apoiando o


cotovelo no joelho, segurando o queixo à espera da minha
resposta.

— Tenho prometido uma das cadeias de hotéis. — Seus


olhos se arregalam.

— Uau, você deve estar tão animado. — Ela se levanta,


apesar de um pouco vacilante, e entra na cozinha, abrindo os
armários, procurando por algo.

— Então, o que tem que fazer para ganhar essa cadeia?

— Tenho que trabalhar o meu caminho através de Glacier


Point e me reportar a ele com um plano. Se conseguir descobrir
uma maneira de recuperar o resort, será considerado um
sucesso.

— Huh. — Ela abre um saco de Oreos e deixa cair um em


sua boca, em seguida, olha para mim enquanto mastiga.

— Não tive escolha senão manter meu nome verdadeiro em


segredo, mas tudo que sabe sobre mim é real.

— Exceto pelo número de zeros em sua conta bancária e o


fato de estar colocando um endereço de encaminhamento nos
correios em breve. — Outro Oreo entra em sua boca.
— Bem, sim, mas ainda tenho meses para ficar aqui. Quem
sabe o que poderia acontecer entre nós...

O que estou dizendo? Que a levaria de volta para Nova York


comigo? Não sou esse cara. Não quero fazer com ela o que meu
pai fez com minha mãe toda a minha vida, deixá-la esperando até
que terminasse com qualquer negócio que precisasse e esperasse
que estivesse lá quando lhe convinha.

— Nada vai acontecer agora. — Um terceiro Oreo faz o seu


caminho em sua boca.

— Não vai? — Me levanto e chego mais perto da cozinha. Ela


revira os olhos.

— Você está brincando comigo, certo? Acha que me


sujeitaria a corações partidos, sabendo que você está saindo?
Especialmente depois do Jeff?

Descanso minhas mãos no topo da cadeira da cozinha, sem


saber o que dizer.

— Pode ser fácil para você dormir com alguém e não se


importar, mas não é para mim.

Um quarto Oreo agora. Quero dizer a ela que tem algumas


migalhas pretas em volta da boca, mas não estou me colocando
no ringue para ser nocauteado.
— Bem. Nós não vamos dormir juntos. — Levanto minhas
mãos.

— Bem. Estamos na mesma página. — Ela cobre os Oreos e


os coloca de volta no armário.

— Pode sair agora. — Diz mais para a porta do armário do


que para mim, porque está de costas para mim enquanto olha
para frente, a mão ainda na maçaneta.

— Mas você não vai, certo? Dizer a alguém, quero dizer.

Se seus olhos disparassem mísseis, estaria em pequenos


pedaços por todo o seu apartamento do jeito que olha para mim
por cima do ombro.

— Só estou perguntando porque se meu disfarce for


descoberto...

— Apenas vá! — Ela grita, então faço o meu caminho até a


porta e saio.

Quero culpar meu pai por me colocar em uma posição de


merda, mas isso é comigo. Sabia que não deveria ter me envolvido
com Brooklyn Bailey desde o começo.
Há poucas pessoas em quem posso confiar minha nova
descoberta, mas preciso conversar com alguém antes de me
autodestruir ou entrar no convento. Reagan está fora desde que
trabalha comigo, então vou com a próxima melhor opção.

Pego meu telefone e espero na linha, batendo meus dedos.

— Ei, — responde Rome.

— Podemos nos encontrar para conversar?

— Uh oh. Preciso chutar a bunda de Wyatt? — Ele abaixa o


rádio no fundo.

— Não, mas precisa manter um segredo. — Ele ri.

— Você sabe que sou o cofre Bailey.

— Hum... não tanto sobre Jeff ter nossa lua de mel com
outra garota.
— Isso foi circunstâncias extenuantes e Denver teria ficado
chateado se tivesse toda a diversão só para mim.

— E Liam?

— Somos praticamente trigêmeos. — Ele ri. — Estou no


restaurante, tentando reabilitar parte disso sozinho. Sorte sua
que Denver foi chamado e Liam está com uma garota.

— Você tem outros amigos?

Ele ri novamente. Sua grande gargalhada e boa índole me


faz sentir um pouco melhor. — Não.

— Estou a caminho.

Desligo e pego minha jaqueta e minhas chaves. Estou quase


fora da porta antes de voltar e pegar os Oreos do armário. Sou
uma comedora de estresse. Me deixe em paz.

Quando abro a porta do novo restaurante de Rome, perto da


Main Street, já é bem tarde, mas como aqui é o Alasca, ainda não
está escuro.

— Olá? — Grito quando entro, mas Rome não pode me


ouvir, já que está batendo papo com Linkin Park.

Dou mais uma olhada pelas grandes janelas da frente e


ando até a parte de trás do restaurante.
Rome está sem camisa, cortando um armário com uma
marreta.

Pego o telefone dele e abaixo o volume.

— Hey, Brookie. — Ele pega sua camiseta branca e enxuga


a testa, caminhando até mim. — Quer uma cerveja? — Ele abre
uma geladeira e tira duas.

— Não. Vim de bicicleta porque bebi muito Jack. — Ele pula


para um armário, tirando a tampa da garrafa de cerveja.

— Pensei que Wyatt deveria ser seu guarda-costas.

Pego um pedaço de papel e jogo nele. Ele ri quando cai na


frente dele, inclinando a cabeça para trás e tomando sua cerveja.

— Então, como vai?

— Você sabe que Wyatt me ajudou muito.

— Whoa! — Ele levanta uma mão. — Se estamos falando de


ajuda no quarto, é não, Brooklyn. Você tem que ir para
Savannah, Jun, talvez vá para Holly, ela está acostumada com
estranhos em seu carro.

A pobre Holly nunca perderá o estigma.

— Não. Não é coisa de quarto. — Mostro minha língua para


ele. Ele deixa cair a mão.

— Então continue.
— Ele não é Wyatt Moore, ele é Wyatt Whitmore. — Rome
leva um segundo antes que acene em compreensão.

— Como em...

— Sim.

Embora tenha sido uma grande notícia que Clayton vendeu


há alguns meses, já que ainda está envolvido na operação diária
do lugar, ninguém sente que muita coisa mudou.

Ele derruba sua cerveja de volta.

— Tem certeza de que você não quer uma? Eu vou te levar


para casa.

Eu balanço minha cabeça, pulando no balcão e colocando


minhas mãos sob minhas coxas.

— Bem, ele é seu chefe. Ele já era, certo? — Ele dá de


ombros.

— Agora não é apenas o chefe, é o dono. — Esclareci mesmo


que não seja todo o problema.

— Ele é dono dos hotéis Whitmore?

— O pai dele é. — Ele revira os olhos.

— Ia dizer que ele é jovem, mas tenho certeza que um de


nós teria tomado as rédeas dos negócios do nosso pai em algum
momento, se não tivesse morrido. Provavelmente ainda seria
Savannah, mas quem sabe.

— Ok, então, você precisa manter isso em sigilo. Ele está


aqui como uma maneira de ver como o hotel está funcionando e
o que precisa ser melhorado. Acho que o pai dele imaginou que
vão ter uma história real se Wyatt não disser quem é.

— Este é o segredo mais fácil de manter porque não dou a


mínima. — Seus olhos ficam em mim. — Mas estou pensando
que essa não é a razão pela qual você está aqui.

— Não é.

— Você gosta dele? — Eu concordo.

— E o que? Tem medo que Reagan e Neil fiquem chateados


por estar namorando o dono?

— Não. — Olho para qualquer lugar, menos para ele.

— Ele não vai ficar em Lake Starlight. Está saindo assim


que terminar sua tarefa. Voltando para Nova York.

— Ah, entendi. — Ele pula fora do balcão, jogando sua


cerveja na lixeira. — Então, isso é mais sobre o fato de que você
tem sentimentos por ele, e ele acabou de lhe dizer que está indo
embora.

— Não que acho que estamos fadados a ficar juntos para


sempre, mas...
Ele torce os lábios para um lado enquanto olha por cima do
ombro para mim. Sim, eu não sou Rome. Ou Denver. Ou Liam.
Inferno, até mesmo o nosso mais responsável Bailey, Austin teve
uma noite, mas eu nunca tive uma. A verdade é que não quero
uma.

Adoraria nada mais do que ter o peso do corpo de Wyatt


sobre o meu. Sentir suas gentis carícias e a barba ao longo da
minha pele. Mas não posso fazer isso sabendo com certeza que
não está indo para lugar algum.

— Alguns de nós são apenas melhores em toda a coisa de


sair.

— Por quê? Por que não posso simplesmente dizer que se


dane, vamos nos divertir enquanto você está aqui?

Ele ri, colocando seus óculos de segurança e usando um pé


de cabra para puxar a moldagem na base dos armários.

— Isso não é você. Além disso, se você dorme com ele, faça
isso antes de partir, não meses antes. Você é uma garota que
significa que sexo vem com sentimentos. É melhor não deixar
tempo para esses sentimentos atormentarem.

— Você não tem sentimentos quando faz sexo? — Arqueio


uma sobrancelha.

— Tenho muitos sentimentos, mas nenhum deles envolve


meu coração. — Ele ri.
— Por que não posso ser você? — Digo com um suspiro.

— Porque você é minha Brookie. — Ele deixa cair o pé de


cabra e enxuga a testa com o braço.

— Não há vergonha em não querer foder alguém apenas por


diversão. Amo isso em você. Você me salvou muito, mas só
precisa saber no que está se metendo.

— O que você quer dizer?

Ele solta um suspiro e está usando aquele olhar que diz: —


Eu provavelmente não deveria te dizer isso porque os outros
garotos Bailey poderiam chutar a minha bunda.

— Está à alguns meses longe de Jeff, então já pensou que


talvez Wyatt é apenas seu rebote?

— Mas também somos amigos.

Ele balança a cabeça como se não acreditasse que é o único


preso nessa posição.

— Mesmo assim, isso não significa que não pode ser o cara
que leva você ao primeiro contato, e funciona como uma ponte
para o novo relacionamento. Não que queira te dizer o que fazer,
mas um cara como Wyatt não é o material de Lake Starlight. Por
que não se divertir com um cara que não terá que ver por anos
depois?

— Porque isso me faz uma puta. — Ele revira os olhos.


— Quando as mulheres perceberão que ter desejos e
necessidades não faz de vocês umas vagabundas? Eu odeio essa
porra de palavra.

Não digo que ele dorme com muitas mulheres sem o nome
delas e que ele não sabe se deixou uma mulher com o coração
partido ou não.

— A chave é manter sua mente em ordem. — Ele bate na


têmpora. — Então você pode manter isso em linha. — Ele bate no
peito.

Considero as palavras de Rome, em seguida, penso sobre a


maneira como meu estômago se agitou com borboletas quando
Wyatt me encurralou no corredor antes de percebermos que Jeff
estava no meu apartamento. Como toda vez que ele entra em uma
sala, um sorriso se espalha no meu rosto. Como quando ele sai à
noite, gostaria que estivesse escorregando na minha cama em vez
de uma do outro lado do corredor.

— Não sei. Acho melhor mantê-lo na caixa.

— Que caixa?

— A caixa: Não toque. — Ele dá de ombros em um gesto de


boa sorte.

— Espero que fique lá para você então. — Pulo do balcão.

— E você não vai contar a ninguém quem ele é, certo?


— Não, mas estou querendo saber se ele quer investir em
um restaurante.

— Rome! — Ele ri, levantando as mãos.

— Estou brincando. — Ele pega o telefone do balcão e pula


para baixo. — Venha, estou levando você para casa.

— Obrigada, mano.

— A qualquer momento. — Ele dá alguns passos em direção


à entrada da frente. — Ah, e estava pensando que talvez você
pudesse criar um cheiro para deixar as pessoas com fome? — Eu
rio.

— Verei o que posso fazer.

— Ah, a minha pequena fabricante de poções. — Ele balança


o braço em volta dos meus ombros, e saímos do restaurante que
sei que será um sucesso, quando inaugurar.

Na manhã seguinte sinto que não posso começar meu dia


até falar com Wyatt. Como ele está no escritório do gerente, é fácil
para mim deslizar sem ser notada, então teremos a privacidade
de que precisamos.

Eu bato

— Entre.
Entro e fecho a porta atrás de mim. Wyatt desliza a cadeira
para longe do computador. Hoje ele está de fato, com um traje
muito profissional que, depois de uma inspeção mais detalhada,
posso agora dizer que custou mais do que todo o meu guarda-
roupa. O jeito de vestir os ombros e as pregas na cintura diz que
é feito sob medida para o corpo dele.

— Estou feliz que você esteja aqui. — Ele se levanta e dá a


volta na mesa, vindo em minha direção.

Se ele me tocar, nunca vai sair o que eu decidi tarde da noite


passada enquanto eu estava na cama. Levanto minhas mãos e
ele para no meio do caminho.

— Você ainda está com raiva? — Eu sacudo minha cabeça.

— Não. Entendo porque não poderia me dizer, mas essa


coisa entre nós... — Seus olhos azuis claros olham para mim, e
acho que em algum lugar no fundo sei que nunca vou ter a força
de vontade para ficar longe dele, mas tenho que tentar.

— Eu não posso. Ainda vou ao casamento com você, mas


preciso que isso seja platônico. Ok? — Ele balança a cabeça,
deslizando para a frente da mesa.

Agora que o vejo parado na minha frente assim, sei que fui
idiota em não ver o quanto melhor essa versão dele combina com
ele. Está em suas roupas, fazendo o que deveria estar fazendo,
gerenciando um hotel. O carregador, o serviço de limpeza e a
versão da recepção do Wyatt não eram ele. Na verdade não.

— Ok. — Ele encolhe os ombros.

— Só isso? — Uma pequena parte de mim está decepcionada


por ele não ter lutado contra a minha decisão, que sim, eu
percebo que me faz muito difícil agradar.

Ele cruza os braços.

— Não posso dizer que não quero mais de você. Adoraria


nada mais do que passar meus meses aqui com você na minha
cama, mas machucá-la me mataria.

Ok, então não estou mais desapontada. Apenas meio quente


e incomodada com uma sensação quente e mole no meu peito.

— Então, é platônico. E não precisa ir ao casamento da


minha irmã.

— Um acordo é um acordo, Wyatt. Você me ajudou muito


com o negócio.

— Está bem. Honestamente, estou bem com isso. Minha


mãe vai superar isso.

— Bom. — Minha mão trava na maçaneta atrás de mim com


medo de virar as costas para as palavras que acabei de dizer. —
Eu não vou desistir. Vou com você. — Ele sorri. Aquele que mais
amo. Que fiz o dia dele.
— Está bem então. Estou reservando na companhia aérea
as passagens hoje e se você estiver bem com isso, vamos ficar no
meu apartamento. Se não, posso alinhar um hotel para você, mas
tenho dois quartos, então...

— Seu apartamento está bem. Obrigada.

— Suponho que não podemos nos abraçar, hein?

Eu balanço minha cabeça, minha palma doendo pela


pressão que estou exercendo na maçaneta.

— Fico feliz que somos honestos.

— Sim. Ok, indo para o trabalho agora. — Abro a porta.

— Mais uma coisa, Brooklyn. — Volto para ele.

— Reagan? Está faltando novamente.

Solto um suspiro. Ugh. Com tudo o que está acontecendo,


ainda preciso checar ela.

— Vou ligar para ela.

— Eu liguei. Esta é a terceira vez em duas semanas. —


Fecho a porta e dou um passo à frente.

— É a mãe dela. Está doente. — Wyatt dá a volta na mesa


para se sentar.
— Não estou pedindo a desculpa dela. Só estou dizendo que
está sozinha no seu turno hoje. Vou lidar com ela.

— O que quer dizer com vai lidar com ela? — Inclino minha
cabeça.

Seus olhos se arregalam.

— Não é para se preocupar. Este é meu trabalho.

— Não pode demiti-la. Você não entende. — Me sento na


cadeira na frente dele.

— Ela falta muito. Desculpe Brooklyn, mas é aí que a


gerência tem que intervir. Um hotel não pode funcionar com uma
arrumadeira que falta no trabalho quase uma vez por semana.

— Apenas me escute. — Ele olha para mim e pela sua


expressão está claro, estou ultrapassando os limites.

— Você precisa entrar antes que esteja atrasada. — Nossos


dois olhares se movem para o relógio na parede.

Saio do escritório dele e uma vez que a porta está fechada


atrás de mim, estou pensando que toda a coisa platônica será
fácil se ele continuar sendo tão idiota.
Foram três semanas tentando manter minhas mãos nos
bolsos quando estou perto de Brooklyn. Para impedir qualquer
comentário de paquera. Mas isso não significa que meu corpo não
esteja atraído por ela. Quando assistimos televisão, nós dois nos
inclinamos um para o outro. Inferno, fui contra o meu melhor
julgamento e dei um aviso a Reagan em vez de adverti-la ou
demiti-la. Ela pediu um tempo parcial até que sua mãe estivesse
estabelecida, e concordei apenas porque isso deixaria Brooklyn
feliz.

— Primeira classe? — Brooklyn olha para mim quando lhe


entrego a passagem.

— Isso vai me dar algumas vantagens? — Pergunto,


guiando-a para a área de segurança, colocando minha mão nas
costas dela.

Ela olha por cima do ombro e eu retiro a minha mão. Por


que três semanas depois da nossa conversa sobre ser platônico
ainda não consigo controlar minhas mãos ou minha língua em
torno dessa mulher?

Passamos pela segurança onde Brooklyn conversa com um


dos caras de segurança que conhece de Lake Starlight.

— Foi bom ver você, Duke. — Ela pega sua mala depois que
acaba de entregá-la. Aquilo era mesmo necessário?

— Você também, Brook. Me ligue quando voltar e talvez


possamos nos encontrar no Lucky's.

Faço uma careta para o cara, pegando minha própria mala


e deslizando de volta para os meus sapatos.

— Quer algo para comer ou beber? — Pergunto quando


passamos por alguns restaurantes e lojas.

— Temos tempo? — Olho para o meu relógio.

— Temos uma hora antes do embarque, já que você gosta


de aderir a toda a regra de duas horas.

— Há uma razão para as regras. — Ela diz.

— Sim, e é para os principais aeroportos, não este. — Ela


estreita os olhos para mim.

— O que está tentando dizer? — Ela me cutuca no


estômago.
Talvez se sinta como eu agora que estamos fora de todos os
olhos e ouvidos de Lake Starlight. Como se pudéssemos
aproveitar a companhia um do outro sem nos preocupar com o
que significa ou não significa.

— Você quebrou o dedo? — Pergunto com um sorriso.

Leva um minuto para descobrir minha piada.

— Ego inflado tem você. — Ela balança a cabeça e entra em


um pequeno restaurante.

Pergunta se podemos ficar sentados perto da janela para ver


os aviões decolarem. Permito que ela conduza, e uma agitação
lenta começa no meu estômago, que esta viagem poderia mudar
as coisas.

Deslizo no assento em frente a ela.

— Os hambúrgueres parecem bons, mas o mesmo acontece


com o wrap3. — Sua boca torce enquanto tenta decidir. Não sei
se ela é sempre assim ou o que. Não fomos a uma tonelada de
restaurantes juntos porque ela ainda está apavorada com essa
maldita coisa do Buzz Wheel. Para um blog de fofocas, não podem
ser tão bons, já que não conseguiram descobrir que não sou
Wyatt Moore.

Ela deixa seu cardápio na mesa.

3 O wrap é um alimento feito com massa de pão achatado enrolado em torno de um recheio.
— O que você está comendo? — Pergunto.

— Estou decidindo quando ela vier.

— Interessante. — Coloco meu cardápio na borda.

— O que está comendo?

— O cheeseburger de bacon. Ter que ver meu pai me faz


querer descontar na comida.

Ela inclina a cabeça. — Me fale sobre ele.

Me inclino para trás em minha cadeira, observando um


avião acelerar na pista. Uma coisa boa em estar em Lake Starlight
é estar longe dele. — Nós não nos damos bem.

Seus lábios se contraem. — Sinto muito.

— Está bem. Nosso relacionamento tem sido assim minha


vida toda. Se não fosse pela minha mãe, eu nunca teria entrado
no negócio, mas minha irmã não ia fazer isso e se eu não fizesse
isso, ele morreria com o meu pai.

Vou contar tudo a ela antes que tenha que conhecê-los? De


jeito nenhum. Há um pouco da minha família que precisa ficar
lá.

— Mas com certeza se você não ama...

Felizmente, a garçonete se aproxima e toma nosso pedido,


me distraindo de ter que responder. Adoraria mais controle, mas
isso me faz soar como um maníaco por controle egoísta. Não é
disso que se trata. É sobre ter algo para mim, sendo responsável
pelo resultado apenas por conta própria.

— Sempre me pergunto como seria meu relacionamento


com meus pais. — Diz ela, bebendo a água que a garçonete
trouxe.

— Não tivemos o melhor quando se foram, mas tinha


dezesseis anos. Eu não era como Rome e Denver, que testaram
todos os limites, mas ainda achava que era mais inteligente que
eles.

Eu rio, feliz por ela ter mudado de assunto para ela. Então,
novamente, ela está sempre disposta a compartilhar seu passado
e falar sobre memórias que podem ser dolorosas.

— Meu pai teria tentado me colocar no negócio? Ou acalmar


Rome ou Denver? Há muito que poderia ter mudado se não
tivessem morrido.

Atravesso a mesa e agarro a mão dela na minha. — Você


infelizmente nunca saberá. Sinto muito.

Ela sacode a cabeça, mas aperta minha mão. — Você


precisa ter um relacionamento com seu pai embora. Falando
como alguém que perdeu seus pais, quando eles morrem, você
não quer sentimentos não resolvidos.

Deslizo minha mão da dela.


— Você vai entender quando o encontrar. E, por favor, não
pense que compartilhamos os mesmos pensamentos sobre as
coisas como você faz.

Ela bebe sua água novamente, seus olhos encontrando a


pista. Nós dois sabemos que ela está me deixando longe de contar
a ela o verdadeiro problema entre meu pai e eu.

— Conte-me sobre sua mãe ou sua irmã. — Ela se endireita


em sua cadeira.

— Bem, vamos começar com a minha irmã. Ela está se


casando com meu amigo da faculdade. Eles se conheceram
quando ela veio me ver no meu último ano. Sua maior ambição é
estar no Real Housewives of New York.

— Não é uma má ambição. — Ela pisca.

— Bem, tem o talento dramático para se encaixar


perfeitamente. — Tomo minha bebida. — Não somos próximos
como você e seus irmãos. Nós toleramos um ao outro, mas é isso.
Bradley, seu noivo, vai concorrer ao Congresso. — Tento não
revirar os olhos, mas não funciona.

Ela ri.

— Você não está de acordo?


— Meu maior medo é que ele traia publicamente minha irmã
e eu acabarei nos jornais por ter que bater nele. — Bradley não
era exatamente fiel a ninguém na faculdade.

— Se só tolera sua irmã, por que se importaria o suficiente


para espancar Bradley?

Dou de ombros.

— Ela ainda é minha irmã. Não estou a bordo com a coisa


toda do casamento, mas prometi a minha mãe manter a boca
fechada.

— O que nos leva a sua mãe.

Sorrio.

— Vejo o ponto fraco em sua família. — Ela aponta, e eu


aceno.

— Minha mãe está preocupada que vou morrer sozinho,


então prepare-se para um empurrão pesado sobre sermos um
casal.

A garçonete traz a comida e Brooklyn desembrulha a


prataria de um guardanapo de papel. Poderia tê-la levado para o
saguão do aeroporto, mas ela não parece gostar disso tanto
quanto isso.

— Por favor, você teve que suportar a vovó Dori por meses.
Nunca diria isso, mas não me importo. Se não fosse pela
vovó Dori, nunca teria conhecido Brooklyn do jeito que conheço.

— Digamos que, se minha mãe e sua avó se reunissem, nos


casaríamos em um mês.

Ela ri e eu não deveria gostar do fato de que não parece ser


excluída do meu comentário, mas gosto. Minha mente fez alguns
deslizes mentais nas últimas semanas, pensando que poderia
desfrutar de uma vida com Brooklyn, imaginando isso na minha
cabeça. Chegando em casa do trabalho e assistindo televisão com
ela, em vez de ir ao último restaurante aberto ou mostrar a
galeria. Para apenas andar pela cidade e ver onde acabamos em
vez de tomar um carro da cidade em todos os lugares. Adormecer
ao lado dela depois de fazer amor, parece incrível.

Terminamos de comer nossa comida e fico feliz que o tema


da minha família tenha sido colocado em segundo plano. Não sei
o que Brooklyn vai pensar quando os conhecer. Não apenas
minha família imediata, mas também minha extensão. Não há
muitos de nós, Whitmores, porque tem havido muitas falhas.
Meu pai acaba alienando a maioria dos membros da minha
família.

Meia hora depois pago a conta e nos dirigimos para o nosso


portão.
— Você tem problemas com voar? — Pergunto a ela,
sentando ao lado dela e deixando meu braço descansar na
cadeira atrás dela.

— Adoro.

Sorrio.

— Bom. Eu também. Eu costumo dormir.

Ela franze as sobrancelhas. — Não desta vez. — Ela cava a


bolsa e tirava um maço de cartas. — Estamos jogando rummy4.

— Pena que não podemos jogar strip poker. — Eu sorrio


para ela.

Ela me cutuca no estômago.

— É melhor parar com esses comentários. Somos apenas


amigos, lembra?

Sorrio, desejando que ela fosse minha para beijar quando


ela é fofa.

4 Jogo de cartas para duas ou mais pessoas. Por depender muito do raciocínio lógico e estratégico dos
jogadores, estimula a visão ampla das situações, permitindo a interação de todos os componentes da
mesa.
— Brook. — A voz de Wyatt sussurra em meu ouvido. —
Estamos pousando.

Meus olhos se abrem e inclino minha cabeça. O azul de seus


olhos poderia me colocar em transe.

— Adormeci?

Ele ri.

— Você adormeceu.

— Como o filme terminou?

Lembro-me de jogarmos rummy, fazer palavras cruzadas do


papel que ele comprou e depois do filme.

— Era uma comédia romântica. Eles acabaram juntos.

Sento-me e empilho o cobertor sobre o meu colo, meus


ouvidos zumbindo por causa da descida.
— Claro, eles ficaram, mas como? — Estico meus braços e
o olhar de Wyatt se fixa em meus seios. Eles se animam com sua
atenção.

— O jeito típico, o cara tinha que fazer o pedido.

— Bem. — Entrego o cobertor para a comissária de bordo


enquanto ela passa. — É assim que geralmente acontece porque
os homens estão sempre errados.

Suas mãos se movem para minhas costelas e ele me faz


cócegas. — Quer tentar isso de novo?

Me mexo no meu assento e o avião dá um grande mergulho.


A mulher atrás de mim suspira.

— Um dia você vai correr em direção a uma mulher em vez


de ficar longe dela. — As palavras caem dos meus lábios antes
que possa trancá-las por dentro. Espero que não pense que estou
querendo que corra atrás de mim. Para mudar seu curso de vida
por mim.

— Não vá para Vegas com essa aposta.

Meu sorriso cai e volto para o meu lugar. Ele para de me


fazer cócegas e olha para frente. Assim mesmo, voltando a sentir-
se estranho. Antes de saber que ele estava saindo da cidade, era
tão fácil entre nós e agora é tão difícil.
Porque pensei que estava indo para algum lugar, mas ele só
estava indo em uma direção, de volta para Nova York.

— Posso te fazer uma pergunta? — Ele sussurra.

A maioria das pessoas ao nosso redor está ocupada


colocando suas coisas longe e observando o avião mergulhar
abaixo das nuvens.

Ajusto meu cinto de segurança.

— Claro, o que?

— Isso é difícil para você? A coisa platônica.

Dou de ombros quando, na verdade, fingir que o vejo como


um amigo vai contra tudo na minha natureza. Estendendo a mão
para tocá-lo, mas retraindo minha mão. A brincadeira de flerte
que quase sai da minha boca antes de engolir de volta.

— Então, estou sozinho nisso? — Pergunta ele.

Eu o aceito. Ele está vestido de maneira diferente hoje.


Como se estivesse pronto para tirar fotos no minuto em que
sairmos do avião. Seu cabelo é geralmente impecável, e sua barba
bem aparada, então pode ser a roupa dele que está me fazendo
vê-lo em uma luz diferente hoje. Não faz diferença para mim se
está vestido assim ou vestindo uma camiseta e short de corrida,
o quero da mesma forma. Há um desejo que aquece meu sangue
toda vez que olho para ele.
— Não. Mas...

— Escute, minha família não vai me entender fazendo um


acordo para trazer um encontro para o casamento da minha
irmã. Não estou pedindo para me beijar ou qualquer coisa, mas
um pouco de carinho será necessário se quiser que minha mãe
acredite que você é um encontro de verdade.

— Não pode dizer a ela que sou uma amiga? — Os nervos


fazem meu ritmo cardíaco gerar um ataque em meu peito.

Ele solta um suspiro e olha pela janela para os altos


arranha-céus que entram em vista. Uma expressão de ansiedade
cruza seu rosto.

— Ela vai me empurrar para outra pessoa. Está obcecada


por eu encontrar alguém. Tem essa mulher... ela é filha do amigo
do meu pai. Geralmente me empurram para ela nesses tipos de
eventos.

— Você está me pedindo para ser sua namorada falsa?

Ele morde o lábio inferior.

— Seria tão ruim assim? Vamos ao casamento e depois de


uma semana digo à minha mãe que terminamos.

— Não gosto de mentir. — Que é a verdade. Além disso, sou


uma péssima mentirosa, mas, de novo, tenho a sensação de que
fingir ser a namorada de Wyatt pode ser a mentira mais fácil de
todas. Estou mais preocupado em como vou me sentir depois do
que durante.

— Talvez não tenha que dizer que é minha namorada,


apenas seja meu verdadeiro encontro.

Não sei se é o olhar de desespero em seus olhos ou o


pensamento dele sendo direcionado para o caminho de outra
mulher, mas a palavra está fora da minha boca antes que ele
tenha que fazer qualquer argumento adicional.

— Certo.

Ele sorri para mim e agarra minha coxa, apertando.

— Obrigado, Brooklyn. Você é realmente... algo. — Diz ele e


retrai a mão.

É melhor encomendar esse estoque de vinho e Oreos,


porque quando Wyatt sair do Lake Starlight e voltar para Nova
York para sempre, será tudo o que restará para me consolar.

O apartamento de Wyatt é o que eu esperava, preto e aço


inoxidável. Não há uma gota de cor no lugar, a menos que seja
proveniente de uma peça de roupa ou um livro.
— Este será o seu quarto. — Ele abre uma porta e encontro
mais do mesmo. Paredes cinzentas, armação de cama preta,
cômoda preta e cromada e um edredom de cor de aço.

— Apenas curiosa, você não é realmente um vampiro, não


é? — Ele ri.

— Gosto de preto. — Ele entra no quarto, descartando


minha mala na cadeira no canto do quarto ao lado de uma grande
televisão de tela plana.

— Você tem seu próprio banheiro, que já abasteci com


toalhas recém lavadas.

— Você abasteceu?

Um olhar tímido atravessa seu rosto.

— Alguém fez... por mim.

Reviro meus olhos de um jeito brincalhão. Não tenho certeza


se esta vida seria para mim.

— Fique à vontade. Há comida na geladeira e na despensa.


Vou tomar um banho rápido antes do ensaio.

Ele está fora do quarto num piscar de olhos e o escuto


atravessar o andar e em um quarto vizinho do outro lado.

Olho em volta e me pergunto onde fica a estrada de tijolos


amarelos. Este não é o Wyatt que conheci. Aquele que me traz
comida. Aquele que diz que vamos andar em vez de dirigir. Aquele
que está feliz sentado no meu apartamento colorido assistindo
reprises antigas. Suspeito que o Wyatt que mora aqui vai jantar
às nove da noite, acorda todas as manhãs às seis para malhar e
depois toma banho e veste o terno antes de ter seu motorista
contratado para buscá-lo na calçada e levá-lo ao escritório.

Sentada na cama, brinco com meu telefone. Gostaria de


ligar para Reagan, Juno ou Savannah para que pudessem me
convencer disso. Sinto que me apaixonei por um homem que nem
conhecia.

Há muita verdade crua nessa declaração. Deixei meus


sentimentos de lado para Wyatt, porque se aceitar o que sinto por
ele, vai doer ainda mais, mas a verdade é que vou me machucar
não importa o que acontecer quando ele for embora. Talvez vê-lo
em seu elemento ajudará porque, o homem que mora aqui, não é
o homem para mim.

Indo para o banheiro, ligo meu chuveiro e vou até a minha


mala para encontrar algo para vestir. Abro a porta do armário e
encontro uma fileira de cabides vazios. Quando penduro os meus
vestidos, me pergunto se vou parecer com a madrinha pré-fada
da Cinderela quando conhecer todos os seus amigos e familiares
ricos.

Sacudo minha cabeça. Podem pensar o que quiserem. Não


me importo.
Quase acredito nisso.
Saio do carro e passo as chaves para o manobrista. O queixo
de Brooklyn caiu quando pegamos o elevador para a garagem
onde meu BMW estava esperando. Meu queixo caiu antes disso,
quando saiu do meu quarto de hóspedes, usando um vestido
deslumbrante que mergulha baixo nas costas, revelando toda a
sua pele deliciosa. Adoraria passar a mão por aquela linha e
provocar arrepios ao longo de sua espinha. Toda essa coisa
platônica é uma merda.

O porteiro abre a porta para nós e Brooklyn agradece a ele


ao entrar no foyer. Seguimos as instruções na pequena placa
indicando que o jantar de ensaio está sendo realizado na Sala
Acorn. O corredor está cheio de homens de terno e mulheres de
vestidos, mas não reconheço nenhuma dessas pessoas.

O desconforto me pressiona quanto mais nos aproximamos


da sala Acorn e seguro minha mão com a de Brooklyn. Ela não
parece estar preocupada e odeio o sentimento crescendo dentro
de mim, que diz que deveria estar. As mulheres são malcriadas.
Os homens flertavam. Rezo para que Haylee seja a irmã que sei
que ela é, e ajude Brooklyn a passar a noite. Então, novamente,
isso é egoísta da minha parte, já que é a grande noite dela.

Ela olha para mim, seu cabelo loiro e brilhante caindo em


ondas soltas.

— Relaxa. Prometo não agir como uma garota de cidade


pequena.

Ainda não posso evitar, mas me pergunto se estará


preparada para a multidão manipuladora do Upper East Side.

Paro logo antes de chegarmos à porta, pressionando-a


contra a parede.

— Prometa-me mais uma coisa? — Meus dedos colocam


uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ela é tão inocente. Por que
concordei em deixá-la ver esse lado da minha vida?

— Você está tenso desde que saímos do seu apartamento.


Relaxe. — Sua mão pressiona no meu peito.

Leva tudo em mim para não levá-la daqui para evitar ser
contaminada por essas pessoas.

— Aconteça o que acontecer, não saia sem mim. Se nos


separarmos, me procure.

Ela inclina a cabeça, seu habitual sorriso fácil em seus


lábios. Lábios que eu adoraria pressionar nos meus neste
momento em uma tentativa desesperada de roubar um pouco de
sua bondade enquanto posso ter, porque assim que passar por
essas portas, vou me transformar em um homem que ela não
reconhece.

— O que? Por quê? — Sua testa enruga.

— Apenas me prometa. — Coloco minha mão em sua


bochecha e ela se inclina em minha palma.

Para qualquer um fora da nossa bolha, somos um casal


apaixonado.

A verdade é que desejo... esqueça.

Sua mão cobre a minha na bochecha.

— Ok. Prometo.

Meu polegar passa pela sua pele macia.

— Podemos entrar agora? — Ela ri.

Pena que não posso levar essa menina ingênua e colocá-la


em uma garrafa.

— Certo.

Entrelaço nossas mãos e estamos prestes a entrar na Sala


Acorn, mas não temos chance antes que Verônica Adley quase
colida com Brooklyn. Não é exatamente a pessoa que escolheria
como primeiro encontro de Brooklyn esta noite. Preferia que
ficasse com alguns dos tubarões-enfermeiros antes de conhecer
um Grande Tubarão Branco.

— Wyatt? — As sobrancelhas escuras de Veronica se


erguem como se fosse uma surpresa me encontrar na festa de
ensaio da minha irmã. Ela agarra meus ombros e faz todo o beijo
de um lado para o outro na coisa do ar. — Não tenho tanta certeza
sobre essa barba. — Seu dedo e polegar apertam meu queixo,
torcendo minha cabeça em qualquer direção.

— Eu gosto. — Digo.

Ela deixa cair a mão. Graças a Deus.

— Você me conhece, sempre gosto de tudo suave, baby. —


Sua implicação é clara, e as bochechas vermelhas de Brooklyn
dizem que ela não é tão ingênua quanto eu pensava.

— Oh. — Verônica percebe meu olhar mergulhando para o


meu lado. — Você deve ser sua acompanhante. — Ela estica a
mão e Brooklyn libera a minha mão para apertar a de Verônica.
Tudo parece civilizado, mas sei que não é.

— Brooklyn Bailey.

— Que fofo. — Diz Verônica, olhando o vestido de Brooklyn.


— Eu poderia te comer.

Com suas presas. Uma imagem de Verônica limpando o


sangue escorrendo de seu queixo é clara na minha cabeça.
— Obrigada. Também amo o seu vestido. Você está linda. —
O elogio do Brooklyn é genuíno.

— Obrigada. — Verônica se vira para mim. — E você,


Wyatt? O que acha do vestido? — Ela passa as mãos pela
cintura e por cima dos quadris.

— É legal.

— Legal? — Ela revira os olhos, focando em mim como se


Brooklyn não estivesse aqui comigo.

— Vamos. Dê-me um dos bons como costumava fazer.

Veja o que quero dizer sobre malicioso? O elogio que deu a


Brooklyn foi feito de propósito, para que pudesse deixar claro,
que houve uma época em que achava Verônica a garota mais
deslumbrante que conhecia. Então, novamente, tinha dezesseis
anos e fui facilmente conduzido pelo meu pau. Estar vendo
Brooklyn e Verônica lado a lado que eu percebo, aos vinte e nove
anos, ainda não tinha visto o mundo. Não estive em Lake
Starlight. Não conhecia Brooklyn Bailey.

— Minha mãe provavelmente está procurando por nós. —


Desvio de Verônica que, permite, mas seus olhos lançam um
olhar crítico sobre Brooklyn uma última vez.

— Diverta-se. Ah, e apenas uma dica. A tigela de dedo não


é sopa. — Ela toca o braço de Brooklyn e sorri.
— Ignore-a. — Sussurro no ouvido de Brooklyn, deixando
Verônica na porta.

— Bem, ela é um deleite.

— Tão doce que vai apodrecer seus dentes. Vamos encontrar


minha mãe. — Procuro pela sala lotada. Todo mundo tem bebidas
em suas mãos e ainda vão sentar-se para o jantar. Localizo
minha mãe do outro lado conversando com Haylee, o que será
ótimo, porque espero que Haylee ajude a impedir que mamãe
corra para Brooklyn como se ela fosse Bruce Springsteen, o ídolo
da minha mãe.

— Vamos. — Aperto a mão de Brooklyn, parando


brevemente ao longo do caminho para dizer alguns breves olá.

— Ei. — Anuncio quando chegamos a elas e minha mãe e


Haylee olham.

Algo deve estar acontecendo porque Haylee força um


sorriso para Brooklyn. Olhe para isso, já aperfeiçoou o papel
da esposa de um congressista.

— Mano velho. — Ela coaxa, apertando-me ao redor do


pescoço. Brooklyn solta a minha mão, permitindo que envolva os
dois braços em volta da minha irmã. Sua massa de cabelos
escuros quase me sufoca.

— Salve-me. — Ela sussurra.


Recua e olha para Brooklyn, depois para mim novamente.
Nesse meio tempo, minha mãe me abraça levemente com um
beijo na bochecha. O interesse dela não está em mim, e nós dois
sabemos disso.

— Esta é Brooklyn. — Coloco minha mão na parte de baixo


das costas dela como se estivesse apresentando-a como um
prêmio.

— Brooklyn, esta é minha mãe Eva e minha irmã Haylee.

Minha mãe sorri e Brooklyn coloca a mão entre elas, mas


minha mãe dá um passo à frente pegando Brooklyn em um
abraço tão apertado que ela pode quebrá-la em duas.

Haylee e eu compartilhamos um olhar atrás das costas da


mamãe.

— Bem, por que você não apenas a recebe na família,


mamãe? — Diz Haylee.

Nosso olhar compartilhado se torna mortal. Haylee ri,


revirando os olhos para mim.

— É tão bom conhecer você. Não tenho ouvido o suficiente.


Vamos lá, vou pegar uma bebida e você pode me contar tudo.

— Mãe, eu vou levá-la para pegar a bebida.

Mas minha mãe já tem o braço deslizado por Brooklyn e está


puxando-a para o bar.
— Acho que vou dizer o meu olá da outra vez? — Pergunta
Haylee.

Minha mãe nos ignora e vejo como minha mãe fala sobre
quem sabe o que, levando Brooklyn para longe de mim e mais
perto das águas infestadas de tubarões.

— Pare com isso. Mamãe cuidará bem dela. — Haylee segura


meu braço. — Ela é bonita. O que está fazendo com você?

Enfio minhas mãos na minha calça de terno.

— Desde que ela acabou de descobrir quem realmente sou


há três semanas. Tenho certeza que esta é uma turnê de
despedida.

Haylee inclina a cabeça. Não estou surpreso, ela tem estado


tão envolvida no planejamento de casamentos que estou chocado
que até sabia que eu estava no Alasca.

— Papai me fez ir trabalhar no novo resort secreto. Brooklyn


trabalha para o hotel. — Pego uma taça de champanhe de um
dos garçons que passam. Vou tomar qualquer coisa para acalmar
os nervos agora.

— Ela trabalha no hotel?

— Arrumação. — Engulo o copo inteiro, colocando-o em


uma mesa lateral próxima.

— Você trouxe uma empregada como sua acompanhante?


— Não seja uma vadia, Haylee. Não está se tornando uma
esposa de político.

— Eu não estou. Estou apenas surpresa. — Ela toca minha


testa.

— Mamãe e papai mandaram você embora para alguma


religação cerebral?

Sacudo minha cabeça.

— Sempre fui mais pé no chão do que todas essas pessoas.


— Jogo a minha cabeça para o lado, lançando um julgamento
sobre todos aqui.

Ela ri. — Só porque o seu melhor amigo era o garoto de


ajuda estudantil na Trinity, não significa que você está com os
pés no chão.

— De qualquer forma, apenas mantenha isso. Verônica já


está mostrando suas verdadeiras cores.

— Verde nunca foi sua cor.

Pego duas taças de champanhe e entrego uma a Haylee.

Levantando a minha no ar, toquei a dela.

— Parabéns, irmã. Você se tornou uma congressista.


Nós dois tomamos nossas bebidas. Meu olhar procura a
multidão perto do bar, vendo que minha mãe agora está sentada
com Brooklyn e ela está rindo de alguma coisa.

— Se não o amasse, deixaria ele só por causa disso.

Nós dois sabemos que ela não iria. Então, novamente, talvez
eu seja cínico.

— Então, você quer me dizer qual é o problema com vocês


dois? — Minha irmã pergunta.

Nós dois olhamos para minha mãe e Brooklyn.

— Somos amigos, mas não estoure a bolha da mamãe, ok?

— Huh. — Haylee coloca seu copo meio bebido na mesa


próxima.

— O que?

— Oh nada, é bom saber que você ainda é cego como um


morcego. Acho que até mesmo o ar fresco no Alasca não pode
limpar a sua cabeça. — Ela dá um tapinha nas minhas costas e
caminha até suas damas de honra a três mesas, checando por
cima do ombro para ter certeza que eu entendi.

Bem, se a Haylee acha que há algo mais entre nós do que


amizade, a minha mãe também. É uma vitória para ela.
Começo a me aproximar da mesa onde minha mãe e
Brooklyn estão, mas Bradley me intercepta.

— Wyatt, obrigado por vir, cara. — Ele me coloca em um


abraço praticamente tirando meus pés do chão.

Gosto de pensar que sou um cara grande, mas Bradley


jogou rugby e deixe-me dizer, parece com o que você imagina que
um jogador de rugby seria. Alto, largo e músculos saltando por
toda parte.

— Parabéns, você pegou minha irmã pelo resto da vida. Não


te invejo nem um pouco.

Ele ri, tomando o resto de sua bebida.

— Vamos tomar uma bebida de verdade.

Eu olho em torno de seu corpo para encontrar Brooklyn e


mamãe ainda absortas em conversas.

— Certo.

— Então, quem é a garota? — Bradley pergunta, como sabia


que ele faria.

— Uma amiga.

— Do Alasca?

Chegamos ao bar, cada um de nós pedindo nossas bebidas.


— Sim.

— Eu ia dizer que uma coisa não é como a outra.

— Jesus, o que há com todos aqui? Então, se ela é de uma


cidade pequena?

Bradley agita sua bebida e olha para mim. Ele pega seu
agitador, lambe-o e coloca-o ao lado de sua bebida no
guardanapo.

— Quis dizer que ela é muito boa para você.

Talvez precise me soltar. Talvez minha família não pense


menos dela porque ela não tem o dinheiro ou o status que a
maioria das pessoas nesta sala faz.

Eu dou um gole no meu uísque, esperando que isso me


acalme.

— Bem, poderia dizer a mesma coisa para você. Aqui é por


se casar. — Eu levanto minha bebida.

Ele bate na minha.

— Não é a verdade.

Tomamos nossas bebidas, a queimadura do álcool parece


um alívio na minha garganta.

— Agora, se puder afastá-la da minha mãe.


Nós dois nos voltamos para a mesa, vendo meu pai ao lado
da minha mãe.

— Porra. — Murmuro.

— Nada de bom virá disso. — Bradley se encolhe e me dá


tapinhas nas costas. — Falo com você mais tarde.

Sabia que não deveria ter ficado confortável. É exatamente


quando o inimigo decide atacar.
A mãe de Wyatt é adorável. É tudo o que esperava depois de
ouvir o telefonema dela perseguindo Wyatt para ter um encontro.
Ela me fez todas as perguntas que uma mãe faria à nova mulher
que namorava seu filho.

— E seu pai, querida? O que ele faz?

Aqui vem a parte complicada. Este é um caso feliz e minha


resposta sempre traz as pessoas para baixo.

— Ele morreu. Dez anos atrás. — Ela coloca a mão sobre o


coração e depois sobre a minha mão.

— Sinto muito.

— Obrigada.

— E a sua mãe? — Eu só tenho que dizê-los juntos. Por que


não fiz isso?
— Ela morreu junto com ele. Acidente de snowmobile. —
Seus olhos se arregalam e ignoro as lágrimas. Se me dirigir a elas,
ela vai deixá-las cair e ela é a mãe da noiva.

Olho em volta. Onde está Wyatt quando preciso ser salva?

— Sinto muito. A vida é tão injusta. Tivemos nossos próprios


obstáculos injustos, mas nada tão devastador quanto perder
seus pais em uma idade tão jovem. — Sua mão está de volta sobre
seu coração agora.

— Como eu disse, há dez anos.

— Quantos anos você tinha na época?

— Dezesseis. — Tomo meu copo de vinho. Deixei a Sra.


Whitmore pedir, já que não queria pedir a coisa errada. As
pessoas continuam me encarando e não entendo o porquê.

— Quem te criou? — Ela pergunta. Engulo, meus olhos


procurando, mas tentando permanecer educada.

— Meu irmão.

— Estou de coração partido. — Ela olha para fora, em uma


direção e depois a outra. Compõe-se e toma seu próprio vinho.

— Como conheceu Wyatt? — Finalmente, um tópico que


posso manipular.

— Trabalho. Eu trabalho no Glacier Point Resort.


— Você trabalha? — Merda. Provavelmente não deveria ter
dito isso.

Ela olha em volta novamente e se inclina.

— Vamos manter isso entre nós. Se o pai de Wyatt descobrir


que ele está dormindo com uma funcionária, isso seria ruim. —
Coro, de repente, querendo murchar e desaparecer.

— Ah não. Não quis dizer que está abaixo dele. Você é


empregada e ele o chefe. Como você sabe, Wyatt estava lá por
uma razão e não a forneceu aos empregados. — Ela sorri.

— Mas você é absolutamente de tirar o fôlego. — Ela agarra


minha mão e não tenho ideia se deveria me sentir elogiada ou
insultada.

Sorrio e tomo meu vinho, esperando que ele me resgate logo.

— E quem é esta? — Um homem que não precisa ser


apresentado porque o filho dele se parece tanto com ele, beija a
bochecha de sua esposa e se senta ao lado dela. Ele estende a
mão em minha direção.

— Abe Whitmore.

— Brooklyn... Bailey. — Aperto a mão dele.

— Bailey? — Ele estala a língua ao longo do céu da boca. —


A gente se conhece?
— Não. Creio que não.

— Você parece familiar... Bailey... — Ele estala os dedos e


aponta para mim. — Você está aqui com Wyatt?

— Sim Abe, é o encontro de Wyatt. — Eva sorri quase como


se estivesse me assegurando que isso terminará em um segundo,
apenas sorrir e suportá-lo por um momento.

— Bailey Timber?

— Sim. — Eu aceno.

— Quando pesquisei Glacier Point, o Sr. Clayton falou sobre


sua família como se vocês fossem os Kennedys. Você deve se dar
bem naquela cidade.

— Minha irmã, Savannah, administra os negócios da família


agora.

— Os pais dela morreram. — Sussurra Eva. Nem uma


grama de simpatia passa por seu rosto. Estou feliz por não ter
que tranquilizar alguém que estou bem, mas o que isso diz sobre
ele?

— Claro, Wyatt se apaixona e encontra uma de vocês e não


uma garota normal em Lake Starlight. — Sua mãe ri, mas verifica
se eu também estou rindo. Eu não estou. Não entendo a piada,
nem acho, porque meu sobrenome é Bailey, que sou melhor do
que qualquer outra pessoa que mora em Lake Starlight.
Mas não sou grosseira e estou fazendo algo legal para Wyatt.

— Vejo que conheceu Brooklyn. — Falando do diabo. Ele


vem atrás de mim, descansando uma mão nas costas da minha
cadeira.

— Nós conhecemos. Ela é adorável. — Eva sorri para mim.

— Sim. Ela é. — Wyatt mergulha e pressiona seus lábios na


minha bochecha. Um surto de um milhão de watts percorre
minhas veias, mas tento adulterar minha surpresa e minha
excitação.

— Vou levá-la para a varanda. — Sua mão desliza pelo meu


braço até que minha mão esteja firme na dele. Então ele levanta
e eu me levanto da cadeira.

— Divirtam-se os dois. — Sua mãe diz. — Foi maravilhoso


conversar com você.

— Você também. — Digo.

— Wyatt, passe lá em casa amanhã de manhã. Precisamos


conversar. — Diz Abe.

— É o dia do casamento de Haylee. Nenhum negócio


amanhã. Na verdade, não há negócios este fim de semana inteiro.
— Diz Eva.
— Isso é ridículo. Estarei fazendo negócios durante a
recepção. — Abe ri, mas ninguém mais faz. Ele não percebe
quando pega sua bebida.

— Venha Eva, os Feldmans estão aqui.

— Mãe. Pai. — Wyatt acena com a cabeça e nos leva para


fora da sala através de duas portas duplas para uma varanda
com vista para Manhattan.

Puxo um suspiro.

— Uau... — Ele me guia para o corrimão. As luzes dos


arranha-céus são quase ofuscantes.

— Bonito, não é?

— É lindo. — Vi tudo a caminho do hotel, mas no alto como


estamos agora, e à noite? É espetacular.

— Estou feliz que você esteja aqui, mas peço desculpas se


alguém disse algo fora de posição quando não estava por perto.
É fácil esquecer o quão cruel as pessoas aqui podem ser.

Este comentário não é o primeiro. Ele tem sido paranoico


com alguém me tratando mal desde que saímos de seu
apartamento. Verônica não foi ótima, mas é óbvio que está com
ciúmes. Não sei os detalhes do passado deles, e não me importo.

Dou a volta e minhas costas estão pressionadas contra o


corrimão. Wyatt não se afasta, deixando-nos perto. Muito perto
para amigos platônicos, mas não o afasto. Não quero e estou
cansada de lutar contra mim mesma.

— Por que continua dizendo coisas assim? Fugiu para Lake


Starlight por um motivo? — Seu olhar dispara para o horizonte
atrás de mim, mas a luz na varanda acima me permite ver o que
está em seus olhos. Wyatt não é transparente, ele mantém suas
expressões sob controle, mas geralmente uma agitação de algo é
evidente em seus tons azuis.

— Nunca pensei muito sobre isso até que fui à Lake


Starlight. Estava contente no mundo dos cães que comem a
cidade. Mas... — Olha para mim e enfia uma mecha do meu
cabelo atrás da minha orelha. Não mencionei que ele está
arruinando todo o trabalho duro que coloquei em fazê-lo parecer
naturalmente ondulado, porque ter o toque dele em mim parece
certo.

— Você me faz desejar que eu fosse outra pessoa.

— Por quê? — Ele se aproxima e sua mão se espalha ao


longo da minha bochecha como quando chegamos pela primeira
vez. Seu toque é íntimo e, se não quiser que isso vá mais longe,
preciso dizer isso agora. Não posso negar que quero Wyatt, e as
palavras de Rome tocam na minha cabeça.

— Você é tão angelical. Tão pura. Tão perfeita. Mas estou


longe disso.
Suas palavras me fazem sentir tão leve, como se pudesse
flutuar para longe da sacada.

— Você fala de si mesmo como se fosse um assassino ou


algo assim. Você não é, certo?

Ele ri, inclinando a cabeça para trás. A lua brilhando em


seu pescoço. Deus, quero ele. Não deveria, mas quero.

— Não. Não sou assim, mas fui criado para conseguir o que
quero. Que se danem as consequências.

Me inclino mais perto dele, querendo que ele se veja do jeito


que eu faço.

— Esse não é o homem que eu conheço.

— Você conhece o Wyatt Moore de Lake Starlight, não o


Wyatt Whitmore de Nova York. — Cubro sua mão no corrimão
com a minha e passo para o pequeno espaço que nos separa.
Malditas consequências.

— Seja o homem que você quer ser.

— Você faz parecer tão fácil. — Seus olhos procuram os


meus.

— Não tenho certeza se entendi o que é tão difícil. — Lhe


digo a verdade.
O olhar de dor no rosto dele me diz que ainda não entendi.
Por que ele não pode ser o mesmo Wyatt em Lake Starlight e Nova
York?

— Vamos. Deveríamos voltar para dentro. — Ele pega minha


mão, mas não deixo ele me guiar. Ele olha por cima do ombro e
quando vê a minha expressão, ele se vira de novo.

— Qual é o problema?

— Isso. — Aceno um dedo entre nós.

— Quero que você compartilhe comigo o que quer que seja.


É família? Seu pai? Vejo como ele pode ser duro com você, mas
você só tem uma família. Infelizmente, eu sei como a família é
preciosa e o tempo com eles não é garantido.

— Vê o que quero dizer? Você é uma pessoa boa demais para


estar aqui.

— Talvez você só não conheça o meu verdadeiro eu ainda?


— Ele ri pegando meu braço.

— Vamos para dentro antes que eu te beije sob o luar. —


Ele olha nos meus olhos e a respiração deixa meus pulmões em
um gigante sopro.

— Talvez você devesse. — Sussurro. Ele arqueia uma


sobrancelha para mim.
Vendo que estou falando sério, ele avança, me obrigando a
voltar até que minhas costas estejam pressionadas contra o
corrimão.

— Você quer que eu te beije? — Lambo meus lábios em


antecipação, atraindo seu olhar.

O Wyatt que eu conheço é genuíno. Sim, ele mentiu para


mim sobre o nome dele, claro, mas estava certo naquela noite no
meu apartamento, isso não muda o homem que conheci nos
últimos meses. Ainda quero arriscar outro desgosto cruzando
essa linha?

— Sim. Quero que você me beije. — Seguro seu olhar para


que possa ver que estou falando sério.

— Mesmo? O que aconteceu com apenas ser amigos? —


Ambos os braços dele me prendem, e ele se aproxima, sem deixar
espaço entre nós.

O calor de seu corpo me chama e não posso evitar do jeito


que pressiono nele.

— Não posso mais fazer isso. Preciso sentir você.

— Sentir-me? — Jogo minhas mãos no ar.

— Você sabe do que estou falando. — Ele não diz nada, mas
seu sorriso diz tudo o que preciso saber.

— Você também, certo? Não estou nisso sozinha. — Ele ri.


— Você parece comigo há três semanas. Se eu te beijar, você
sabe o que será? Sem namoro, sem relacionamento sério?

— Eu sei.

— Estou falando sério, Brooklyn. Não sou um homem que


vai mudar. Se me permitir beijar você, preciso saber que entende
e aceita. Não quero te machucar.

— Obrigada pelo aviso. — Sorrio, mas não posso dizer se ele


está convencido ou não.

— Ok, então. — Ele balança a cabeça.

— Ok. — Digo em uma voz ofegante.

— Feche seus olhos.

— Este não é o meu primeiro beijo, Wyatt.

— Apenas feche-os.

— Tudo bem. — Fecho meus olhos e lambo meus lábios.

— Deus, você é linda. — Ele diz, sua voz se aproximando.

O vento muda e corre sob a bainha do meu vestido, mas é


um alívio para o calor crescente entre as minhas coxas.

— Pronta? — Ele pergunta, e sua voz está tão perto, meu


coração dispara com antecipação.

— Hum hmm.
Me preparo. É isso. Finalmente vou beijar esse homem e não
vou pensar no amanhã ou no que acontece quando ele sair de
Lake Starlight. Não vou me preocupar com o nosso destino. Só
vou gostar de beijar e tocar e espero fazer sexo com ele hoje à
noite. O futuro será amaldiçoado.

— Nosso primeiro beijo não será com as cem pessoas


testemunhando. — Ele sussurra no meu ouvido e arrepios se
espalham ao longo do meu pescoço.

Abro meus olhos e ele está bem na minha frente.

— Porque uma vez que meus lábios pousarem nos seus,


tenho certeza de que vou me transformar em um homem das
cavernas, até que você esteja nua e se contorcendo debaixo de
mim.

Solto um suspiro e tento acalmar meu coração acelerado.

— Agora vamos acabar com a noite para que possa levá-la


de volta ao meu apartamento e tirar você desse vestido.

— Senhor! O Wyatt de Nova York é meio sujo.

Ele ri. — Te disse que eu era diferente aqui.

— Meio que gosto disso. — Rio, permitindo que ele pegue


minha mão e me guie até as portas que levam para dentro.

— Então você está em uma ótima noite. Certifique-se de


terminar sua refeição. Você precisará da energia.
Estou tão ocupada rindo quando ele abre a porta, não
percebo que cada conjunto de olhos está em nós. O homem com
o microfone na frente da sala diz: — Vocês acham que são o casal
de noivos?

— Desculpe. — Wyatt levanta a mão no ar, parecendo um


pouco envergonhado.

— Wyatt Whitmore típico! — Grita um cara no meio da


multidão.

Wyatt o ignora e nos apressa para a mesa, bem ao lado de


seu pai cujo rosto está vermelho-beterraba.

Não conheço o homem, mas sei que isso não pode ser bom.
O fato de que os olhos do meu pai estão focados em mim
deve ter minha atenção focada em me desculpar silenciosamente
pelo espetáculo que fiz chegando atrasado. Acho que isso mostra
que não mudei tanto quanto gostaria de pensar que tenho feito.
Mas em vez do meu pai, é Brooklyn que ocupa minha mente.

Ela é uma figura permanente em meus pensamentos neste


momento, mas geralmente é porque estou tentando descobrir
alguma maneira que ela possa se encaixar em minha vida depois
que sair de Lake Starlight. No momento, estou tentando decidir
o que quero fazer com ela primeiro quando voltarmos ao meu
apartamento. Ou se deveria mesmo permitir-nos cruzar essa
linha. Não sou ingênuo, ela vai se machucar, porque Brooklyn
não deixa apenas alguém entrar em sua vida assim sem se
apegar.

Foi isso que ela percebeu? Que não importa se dormirmos


juntos ou não, será afetada quando nos separarmos, para que
possa fazer o que quiser? Se sim, então não devo fazer o mesmo
porque, por mais que eu tente, não vejo como ela se encaixa na
minha vida. Pelo menos não de qualquer maneira, que não
manche tudo de bom nela.

— Ei, você. — Sussurra, sua mão deslizando para o meu


joelho debaixo da mesa.

Sorrio para ela. Não consigo não sorrir quando olho para
ela.

— Ei.

— Você está bem?

Eu aceno, deslizando minha mão por baixo da mesa e


apertando a dela. Ela é muito boa pra mim. Era mais fácil fingir
que não era o caso em Lake Starlight. Mas aqui, com lembretes
da pessoa que costumava ser, a pessoa que estou tentando tanto
não ser mais, é muito mais óbvio para mim.

— Brooklyn, me fale sobre você. — Meu pai diz enquanto


corta sua salada.

— Não tenho certeza do que dizer. — Ela está rígida e aquele


doce sorriso agora está cheio de ansiedade quando move a mão
da minha e pega seu copo de vinho.

— Você mencionou que sua irmã administra seus negócios


familiares. Você trabalha ao lado dela?
Meu pai está tão ocupado cortando e comendo, não vê o jeito
que seus olhos atiram para mim e depois minha mãe e de volta
para mim. Por que minha mãe e Brooklyn estão agindo de forma
cautelosa?

— Quem se importa com o que ela faz, Abe. Quero ouvir


sobre Lake Starlight. — Minha mãe olha para os pais e avós de
Bradley. — As fotos que Wyatt publica no Instagram roubariam
sua respiração. Parece tão lindo lá.

Os pais de Bradley sorriem educadamente e olham para


mim.

— Como espera que a conheça, se não sei o que ela faz? —


Meu pai interrompe a tentativa de minha mãe de mudar de
assunto.

Definitivamente estou sentindo falta de algo aqui. Minha


mãe não está tão preocupada desde o dia em que recebi minha
carta de rejeição para a Harvard Business School e meu pai não
parava de perguntar por que ainda não tinha ouvido falar da
escola.

— Porque isso não diz quem ela é. — Minha mãe sorri


docemente e toca o braço do meu pai como se realmente se
amassem.

Meu pai tira um tomate do garfo na boca e olha para


Brooklyn esperando que ela responda.
Coloco meu braço ao redor das costas da cadeira dela,
cansado do que quer que esteja acontecendo aqui.

— Ela trabalha no Glacier Point.

O olhar da minha mãe mergulha na mesa e um pequeno


gemido vem da garganta de Brooklyn.

— Você trabalha ? — Meu pai coloca seus talheres em cada


lado do prato e limpa a boca com o guardanapo. — Em qual
departamento?

Brooklyn se endireita e se inclina para frente. — Serviço de


limpeza. — Diz ela em voz baixa, como se não quisesse que
ninguém mais ouvisse.

O olhar estreito do meu pai pousa em mim. Estou


familiarizado com seu olhar de decepção. É o mesmo que recebo
com qualquer decisão de vida que tomo. Mas o que não gosto
sobre isso, é que ele está descontente com Brooklyn.

— Você é uma empregada. — Ele esclarece.

Ela engole seu vinho.

— Sim, mas hum... — Ela olha para mim por um breve


momento. — Wyatt tem me ajudado a começar outro negócio.

— Que tipo de negócio? — Meu pai dirige a pergunta para


mim em vez de Brooklyn, mas não respondo por ela.
— Óleos essenciais. — Diz ela.

As sobrancelhas do meu pai se levantam. Ele não é


exatamente o tipo de cara que põe alfazema nos pulsos para
ajudá-lo a dormir.

— Oh, apenas tentei uma amostra quando estava


comprando no outro dia. — Minha mãe olha para o teto,
pensando. — Acho que foi amêndoa de baunilha, mas não me
lembro para o que era bom.

— Sim, quando voamos para Paris no mês passado, a


comissária de bordo nos deu esses pequenos frascos de óleo de
lavanda. — A mãe de Bradley cutuca o pai que parece tão
impressionado quanto meu pai.

— Lembra quando pensei que estavam distribuindo


cocaína? — Ela ri, minha mãe, claro, se junta.

— Há muitos benefícios para o óleo de baunilha. — Diz


Brooklyn.

— Mesmo? Como o quê? — Meu pai pergunta, parecendo


cético. Estou surpreso que ele não tenha me puxado para longe
da mesa ainda.

— Bem, isso relaxa você. Se colocá-lo em um difusor e


preencher uma sala, isso ajuda a acalmar sua mente. Também
trabalha para nutrir o cabelo e a pele.
— Acho que foi o que a senhora me disse. — Minha mãe está
mais empolgada do que o tópico garante, mas sei que está
desesperada para deixar Brooklyn brilhar.

— Acho que mencionou que no inverno isso ajuda com a


pele seca?

Brooklyn acena com a cabeça. — Sim.

— Está me dizendo que ela gasta uma pequena fortuna a


cada ano em toda essa porcaria de saúde e beleza, mas tudo o
que precisa é de um pequeno frasco do seu óleo? — Meu pai ri
com o pai de Bradley.

Trinco meus dentes juntos.

— Brooklyn me deu alguns de eucalipto para minhas dores


de cabeça, e isso ajudou. — Sorrio para o Brooklyn na esperança
de lhe dar o incentivo de que o que está fazendo importa.

— Oh, isso é maravilhoso. — Minha mãe diz, voltando-se


para a mãe de Bradley.

— Wyatt sofreu de dores de cabeça desde que atingiu a


puberdade. Às vezes as enxaquecas eram tão ruins que ele se
trancava em um quarto escuro.

Bradley me olha com preocupação fingida.


Não preciso mencionar que não precisei tomar remédios
quase tanto desde que me mudei para o Lake Starlight, já que
não sofri tantas dores de cabeça. Embora sinta uma vindo agora.

Os garçons limpam as saladas.

— Wyatt foi tão maravilhoso em me ajudar a organizar tudo.


— Diz Brooklyn.

— Isso é muito altruísta dele, já que está lá para fazer um


trabalho para mim. — Meu pai não olha para mim agora, o que
significa que sua raiva está se formando por dentro.

— Oh, ele fez ótimas coisas com o Glacier Point também.


Embora, possa ser um pouco mais rigoroso com os funcionários
do que eles estão acostumados. — Sorri para mim e meu coração
incha que está tentando me impulsionar para o meu pai.

— Não é rigoroso o suficiente. Nós não estamos no azul


ainda.

— Agora, Abe, não devemos falar de negócios na mesa. — A


mão da minha mãe pousa no antebraço do meu pai, mas ele
ignora.

Inclino minha cabeça.

— Como você sabe? — Pergunto a ele.

— Você acha que não ficaria de olho no que estava


acontecendo?
Minhas entranhas ficam frias. Claro, deveria saber que ele
nunca confiaria em mim o suficiente para gerenciar um hotel
sozinho.

Brooklyn fica quieta e eu tento me acalmar antes de pegar


meu pai pela camisa dele e derrubá-lo.

Tudo pelo que passei com meu pai vem como um trem de
carga passando pela minha cabeça. Todas as lembranças de sua
aparência desapontada, os comentários feitos para minar
qualquer autoconfiança que eu tinha, e os insultos de que nunca
encontrarei sucesso. Como não pode contar comigo ou confiar em
mim para fazer a coisa certa. O que ele realmente quer dizer é
que eu não sou ele. Que em algum lugar me desviei de ser o que
a visão dele era para mim. Posso estar andando na pista de trem
ao lado dele, mas estamos em caminhos diferentes.

— Discurso. — O DJ fala no microfone e as luzes se apagam.

— Já volto. — Sussurro para Brooklyn e me levanto.

— Você quer...

— Não. Já volto. — Garanto a ela, embora haja uma boa


chance de o hotel ter um buraco para consertar na parede mais
tarde hoje à noite.

Agito mais algumas mãos de familiares e amigos no


caminho para fora da porta, mas não solto um suspiro até que
finalmente estou no corredor e vou para o banheiro.
— Wyatt! — Me viro para encontrar Verônica andando em
minha direção.

— Agora não. — Ponho minha mão no ar e continuo indo


para o banheiro.

Abro a porta e me encaro no espelho. O que diabos estou


fazendo com a minha vida? Por que ainda deixo ele me controlar
e me humilhar? Por que deixo ele chegar até mim?

A resposta é a mesma de sempre. Ele segura meu futuro em


suas mãos porque estava fraco demais para começar meu próprio
caminho após sair da pós-graduação. Fodi como um punk rico
nos meus primeiros anos. Agora minha única chance de viver a
vida que sonho é seguir as regras do meu pai e aguentar suas
coisas.

— Isso é familiar. — Verônica coaxa. — Claro, normalmente


suas mãos já estariam no meu vestido. — Ela ri, encostada na
parede.

O que diabos ela está fazendo aqui?

— Não estou com disposição para suas palhaçadas. — Lavo


minhas mãos como se não estivesse a poucos momentos de ter
um colapso.

— Sem disposição? Você nunca reclamou antes.


— Estou aqui acompanhado. — Seco minhas mãos, mas ela
empurra a parede e vai em minha direção.

— Cachinhos Dourados? Você sabe que ela não pode te dar


o que você quer. Não parece que vá arranhar as suas costas ou
dar uma foda no banheiro masculino. — Seu dedo corre pelo meu
peito.

Pego as mãos dela e as coloco ao seu lado.

— Talvez seja isso que gosto nela.

— Estou curiosa. Ela conhece seu passado? Que você não é


um santo? — Sacudo minha cabeça.

— Saia daqui. O que tenho com o Brooklyn não é da sua


conta. E você age como se tivesse algum segredo profundo e
sombrio. Então, se tiver transado com você?

Ela ri, soltando as mãos do meu aperto.

— Por favor. Você praticamente fodeu todas as garotas do


Upper East Side e metade de Tribeca. Nós dois sabemos que esse
seu relacionamento durará cerca de cinco minutos. Fomos feitos
um para o outro. Eu e você. Destinados desde a infância.

— Parece pensar que estamos em algum filme adolescente


demente. Você sabe o que éramos juntos e quem eu era com você
não é quem eu sou com ela.

— Nunca ouvi reclamações. — Ronrona.


Ela tem um ponto. Verônica era uma garota para ligar no
final da noite, se não tivesse conhecido outra pessoa. Ela estava
na mesma página embora.

Vou para a porta, mas ela me interrompe.

— Vamos, Wy. Lembre-se de todos os momentos divertidos?

Eu aperto a mão dela e a evito. — Aqueles dias acabaram.

— Não se preocupe. Vou recebê-lo de volta depois que ela


descobrir que você não é um príncipe.

Abro a porta e saio, raiva queimando dentro de mim.

— Wyatt!

Me viro para a voz do meu pai, grato que não é Brooklyn


porque Verônica escolhe aquele momento para sair do banheiro
masculino.

A visão do meu pai pisca para ela. — Verônica. — Ele a


cumprimenta.

— Boa noite, Sr. Whitmore. Você faz um pai tão bonito da


noiva. — Ela inclina a cabeça, sorrindo para mim.

— Você sempre diz as coisas mais gentis. Se nos der licença,


preciso de uma palavra com meu filho.

— Claro, Sr. Whitmore. — Ela se afasta, passeando pelo


corredor, olhando para mim por cima do ombro.
Reviro meus olhos e volto minha atenção para meu pai.

— Você fugiu para ter uma aventura com Verônica no


banheiro masculino? — O tom de julgamento do meu pai diz que,
mesmo que discorde, ele vai pensar que estou mentindo. Não é
como se fosse a primeira vez dele me pegando fazendo algo que
não deveria.

— Não. Não sou você.

Ele inclina a cabeça, avaliando-me, tentando descobrir o


que eu sei. Ele não tem ideia do que eu sei.

— Escute, entendo que você quer me bater onde dói e trazer


uma empregada para o casamento de sua irmã é uma ótima
maneira de o fazer, por qualquer motivo que você me odeia por
este mês, mas você está brincando com as emoções daquela
pobre garota.

Coloco minhas mãos no meu bolso. — Por quê você se


importa?

Ele acena para a sacada, caminhando antes de me pedir


para me juntar a ele.

Sigo como o filho obediente que normalmente não sou.

— Eu não me importo. Mas não posso deixar o nome


Whitmore manchado quando estamos apenas construindo uma
reputação no Alasca. Não sei muito, mas a família dela é muito
importante nessa área. Você a usando para voltar para mim só
vai fazer com que essas pessoas nos odeiem mais do que já fazem.

— Talvez eu goste dela.

Ele ri para o céu noturno. — Wyatt, você é a pessoa mais


egoísta que conheço.

— Você está se incluindo nessa avaliação?

— Sim, e essa é a parte triste.

— Você não me conhece.

Permaneço calmo, mas as narinas dilatadas do meu pai


dizem que ele pode explodir a qualquer momento.

— Sei que você usa pessoas para conseguir o que quer. Que
está amarrando essa garota prometendo a ela algum futuro de
ter milhões e nunca querendo nada.

— Acho que está me confundindo com você.

— Vamos esclarecer algo, você deve terminar com essa


garota até hoje à noite. Mande-a em um avião para casa e talvez
então discutiremos os hotéis no domingo depois que sua irmã
sair em sua lua de mel.

— Desculpe. — Dou um tapinha no ombro porque sei que


ele odeia isso. — Não vai acontecer. Gosto dela, papai. Lide com
isso. — Me viro para sair.
— Gosta dela o suficiente para jogar o nosso negócio fora da
mesa? — Ele se vira.

Logo antes das portas, volto a encará-lo.

— Você e eu sabemos que você pode precisar de mim um


pouco também, e não vai jogar fora isso só porque estou
namorando uma empregada.

É então que meu queixo cai no chão porque do outro lado


da sacada está a minha mãe com Brooklyn. Seus rostos deixam
claro que me ouviram.

Foda-se meu pai, ele armou pra mim?


— Me desculpe. — Digo, tentando muito bem dar de ombros
a mão da mãe de Wyatt.

Dou um passo à frente, mas percebo Wyatt lá, então volto


para as portas que Eva e eu entramos.

— Brooklyn. — A voz de Wyatt está mais próxima do que há


alguns momentos.

— Oh querida. — Eva diz logo antes de eu abrir a porta e


voltar para o jantar de ensaio.

Haylee e Bradley estão com um grupo de amigos na mesa


mais próxima de mim.

Sorrio, inclino a cabeça para baixo e tento administrar uma


saída tranquila.

— Brooklyn! — A voz de Wyatt entra pela sala.

Obviamente, prefere fazer um espetáculo de si mesmo.


— Wyatt perseguindo uma garota. Essa é nova. — Diz um
cara do círculo de amigos com Haylee e Bradley.

— Foda-se, Ian.

Empurrando as lágrimas para trás, engulo a saliva cobrindo


minha garganta.

— Desculpe-me. — Diz Verônica enquanto acidentalmente


a empurro tentando escapar da sala.

— Agora ela se foi.

— Vá para o inferno, Verônica. — Wyatt diz logo antes de


seus sapatos clicarem ao longo do corredor de mármore.
Ouvindo-o chegar em mim, acelero meus passos para o elevador
esperando que ele não me pegue. Passo a escada pensando que
pode ser uma opção melhor.

Percebendo que não tenho para onde fugir, me viro e Wyatt


para, seu torso dispara para frente do movimento súbito. Ele
agarra meus braços para se firmar.

— Pare de me seguir. Aproveite sua noite. Estou indo


embora.

— Não, sem mim você não vai. — Ele passa por mim e aperta
o botão do elevador.

— Deixe-me em paz. — Rosno. Alguns convidados de outra


sala de eventos saem e seguem em direção aos elevadores.
Sorrio educadamente para eles.

— Você não entende. Eu não penso em você assim.

— Então por que você disse aquilo? — Nós dois conversamos


enquanto olhamos direto para as portas do elevador. Assisto os
números acima, esperando a minha fuga chegar.

— É meu pai, ele traz o pior em mim. — Ele passa a mão


pela barba.

As duas senhoras mais velhas que estão de pé atrás de nós


discutem a comida do evento em que participaram.
Aparentemente, a carne foi abaixo da média e a alface na salada
estava murcha.

— Não vá culpar só o seu pai. Você tem sido diferente desde


que chegamos aqui.

— Eu sei. — Ele diz sua voz calma.

— Então me deixe sair. Me deixe ir, Wyatt, eu imploro.

As portas se abrem e eu entro antes que todos possam sair.


Indelicado e infantil, mas Wyatt não vai apenas dizer — claro,
volte para o meu apartamento e lhe darei tempo para pensar. —
Ele não trabalha assim. Pelo menos pelo que vi.

— Com licença. — Ele diz para as pessoas que tentam entrar


atrás de nós. — Não quero ser rude, mas tenho que falar com
minha namorada e precisamos de um pouco de privacidade.
— Wyatt! — Eu digo.

— Briga de amor. — As senhoras se entreolham.

— Claro. Mas só para você saber se parar o elevador por um


beijinho, não esperaremos muito para chamar o corpo de
bombeiros. Aprendi isso da maneira mais difícil. — Ela ri e sua
amiga bate os cotovelos com ela.

— Anotado. Obrigado. — Ele pisa de volta e aperta o botão


de fechar a porta.

Me inclino no canto e cruzo os braços, olhando para


qualquer lugar, menos para ele.

— Temos cerca de trinta segundos para acertar uma coisa.


— Ele pisa na minha frente.

— O que disse foi uma observação idiota e não quis dizer


isso do jeito que saiu.

— Então por que disse isso? — Lágrimas picam os cantos


dos meus olhos.

— Eu te disse, meu pai é um bastardo que gosta de puxar


as cordas das pessoas. Hoje à noite, interpretei o papel de
marionete.

— Isso não deve importar de qualquer maneira, porque não


é como se fôssemos nada além de amigos.
— Brooklyn... — Ele passa a mão pela barba.

— O quê? — Estreito meu olhar.

— Você sabe tão bem quanto eu que não é verdade. — Ele


se aproxima, suas mãos descansando em minhas bochechas,
seus lábios encontrando os meus.

Em vez de lutar com ele, encontro minhas mãos se soltando


e caindo para os lados enquanto as estrelas preenchem minha
visão.

Nosso primeiro beijo não é nada como imaginei que seria.


Quando pensava em nós realmente nos beijando, pensei que ele
seria gentil, suave e hesitante. Pensei que os lábios hesitantes se
demorariam sobre os meus, sem saber se deveria cruzar a linha
porque sou a garota que foi deixada no altar e preciso ser tratada
usando luvas de veludo. Mas o beijo de Wyatt é explosivo,
dominante e controlador. Não tenho muita experiência, mas esse
beijo é de longe o melhor que já tive. Seu gemido baixo e o jeito
que suas mãos agarram um pouquinho mais firme enquanto
recebo sua língua em minha boca tem o calor acumulado entre
minhas coxas.

Minhas mãos se movem para seus antebraços e todo o


músculo escondido sob o paletó flexiona. Sou transportada para
outro mundo. Um mundo onde esse homem é meu.
O sino toca indicando que estamos no andar principal, mas
Wyatt não separa seu corpo do meu quando as portas se abrem.
Ele para o beijo como se doesse fazê-lo.

— Venha para casa comigo?

— Bem, minhas coisas estão lá, então... — Levanto as


sobrancelhas, e ele ri.

— Maneira de arruinar o humor. — Diz ele, pegando minha


mão e me escoltando para fora do elevador.

— Desculpe pela demora. — Ele diz às pessoas que


testemunharam nosso beijo.

Antes que eu entenda o que aconteceu, ele entrega ao valete


o seu ticket e envolve seus braços em volta da minha cintura me
puxando para ele.

— Sinto muito. Eu a magoei.

Olho em seus olhos honestos. Ele tem algumas perguntas


para responder e talvez eu seja boba por colocá-las em segundo
plano para passar a noite com ele. Mas eu quero uma noite em
que finalmente tomo alguma coisa para mim.

— Obrigada por suas desculpas.

— Posso te mostrar o quanto me arrependo na minha casa.


— Ele pisca e eu rio caindo em seu peito e deslizo minhas mãos
ao redor de sua cintura.
Inalo sua colônia e me aqueço na sensação da minha
bochecha contra seu peito. Em uma cidade longe de casa, com
um homem que gostaria de poder ter como meu para sempre,
sei que preciso memorizar isso, porque está destinado a ser
temporário.
Quando chegamos ao apartamento de Wyatt, ele joga as
chaves na mesa perto da porta.

— Bebida? — Pergunta já indo para a cozinha, tirando o


paletó no caminho.

O coloca no encosto de uma cadeira e pega uma garrafa de


vinho e duas taças.

Me sento no sofá, sem saber como isso funciona. Não estive


com outro homem além de Jeff em mais de cinco anos. Duvido
que Wyatt esteja esperando que eu coloque meu pijama e fique
debaixo das cobertas antes de fazer sexo. Jeff amava a cama e
reclamou de suas costas quando tentei iniciar algo na mesa da
cozinha uma vez.

Gostaria de poder ligar para uma das minhas irmãs. Ou


meus irmãos. Deveria ter perguntado a Rome por indicações na
outra noite.

Ok, certo? Como se Rome fosse ser prestativo.


Saia da sua cabeça, Brooklyn.

Wyatt vem, ele já está desabotoado a camisa e dobrando as


mangas.

— Vinho? — Ele me entrega uma taça e eu tomo.

O líquido vira de um lado para o outro porque não consigo


controlar minha ansiedade sobre o que está prestes a acontecer.

— Obrigada. — Tomo antes que acabe derramando em todo


o meu vestido.

— Você quer ficar aqui ou ir lá fora? — Ele pergunta.

— Não está muito frio. — Ele está esperando que eu faça


sexo lá fora? Quer dizer, faço quando estou aconchegada em uma
barraca ou saco de dormir, mas na varanda dele com
testemunhas em todas as direções? Esse é o tipo de mulher que
ele quer? Porque não sou ela. Aposto que a Verônica é assim.

Esse pensamento me faz enrugar minha testa.

— Hey. — Sua mão cai no meu rosto e seu polegar esfrega


minha bochecha. — Não há pressão.

Nenhuma pressão para ter sexo lá fora com espectador?

Ele oferece sua mão e eu a aceito, levantando-me para os


meus pés. Seu braço livre desliza pelas minhas costas e ele
parece tão casual, tão à vontade com o que está acontecendo.
— Você parece que está prestes a vomitar. — Ele enterra a
cabeça na curva do meu pescoço. — Você é a única no controle,
ok? — Aceno, embora o movimento seja um pouco duro.

Entrelaça nossas mãos e me leva para fora, onde o barulho


de Manhattan em uma noite de sexta-feira aborda nossos
ouvidos. Essas janelas devem ser feitas de algo muito legal para
bloquear todo esse barulho.

Ele se senta na espreguiçadeira, colocando sua bebida na


mesa.

— Adoraria que você se juntasse a mim aqui. — Ele bate


entre as pernas. — Mas entendo se não quiser.

— Claro. — Coloco meu copo de vinho ao lado de seu copo


e deslizo na espreguiçadeira, de costas para o peito.

Seus dedos escovam os fios do meu cabelo para um lado


para que seu queixo possa descansar no meu ombro.

— É uma cidade linda. — Digo admirando a vista. Não é tão


bonita quanto a vista do Glacier Point, mas é legal.

— É mais alto do que me lembro. — Ele ri no meu ouvido e


coloca seus lábios no meu ombro bem onde ele encontra meu
pescoço. Calafrios se espalham pela minha espinha em ondas e
me vejo inclinada em direção a ele.
Faço algum barulho sem intenção, completamente distraída
com a sensação dele pressionado contra as minhas costas.
Quando me ajusto um pouco, minhas mãos pousam nas pernas
dele.

— Seu cheiro é incrível. — Seus braços me envolvem. O


tecido do meu vestido é fino e minha pele está queimando sob o
toque dele.

— Então você gosta. — Inclino minha cabeça, e ele captura


meus lábios com os seus próprios.

Este é um beijo diferente. É mais lento e mais lânguido e


seus dedos roçam o lado do meu rosto. Poderia jurar que estou
em um sonho. Que meus olhos vão se abrir e ficarei sozinha no
meu quarto escuro vivendo minha própria fantasia particular.

— Preciso te contar uma coisa. Antes de irmos adiante, há


algo que quero que você saiba. — Ele lança mais um pequeno
beijo em meus lábios, como se estivesse preocupado que seria o
último.

— Diga-me mais tarde. — Dou a volta e me sento de joelhos


entre as pernas dele, levanto a cabeça dele nas minhas mãos. —
Perdoe-me antes do tempo, se sou desajeitada com tudo isso. —
Coloco meus lábios nos dele, mas ele balança a cabeça e arranca
o rosto do meu.
— O que você quer dizer? — Ele pergunta, uma linha se
formando entre as sobrancelhas.

— Isto. Eu nunca fiz isso. — Ele parece em pânico por um


momento.

— Você não tem... — Eu aceno para ele.

— Não sou virgem. — Ele relaxa visivelmente.

— Apenas nunca iniciei... você sabe.

— Não quero que você esteja ansiosa. Se não quiser...

— Não, eu quero, esse é o ponto principal. Mas a ansiedade


de esperar que isso aconteça está me matando. — Ele ri.

— Você quer me desnudar e ir em frente aqui? — Me sento


e olho entre nós.

— Prefiro ir para dentro. Não tenho essa coisa de voyeur.

— Oh, Brooklyn, você é... — Eu me levanto da


espreguiçadeira, me sentindo idiota.

— Ingênua?

— Não, não ingênua. — Vou para dentro e vou para o meu


quarto, mas Wyatt agarra meu pulso e me gira ao redor. Caio em
seu aperto.
— Pare de fugir de mim. Ia dizer que você é perfeita. — Seus
lábios pousam nos meus e ele agarra minhas coxas, içando-me
em seus braços.

Minhas mãos seguram sua cabeça na minha, nunca


querendo que ele pare de me beijar. Nossas bocas estão frenéticas
como se um de nós pudesse desaparecer a qualquer momento.

— Nunca pense mal de si mesma porque para mim você é


perfeita. Tão perfeita pra caralho, sou outro homem ao seu redor.
Um homem melhor.

Seus dedos encontram o topo do meu zíper e ele abaixa,


centímetro por centímetro, enquanto lança beijos de boca aberta
ao longo do meu queixo e para baixo, no pescoço.

— Espere um segundo. — Murmura, me abaixando para o


chão.

Seu olhar cai pelo meu corpo e volta para cima, suas mãos
deslizando sob as alças do meu vestido até que elas caem pelos
meus ombros. Ele as guia pelos meus braços, observando meu
corpo atentamente enquanto o material passa por meus seios e
pelo meu umbigo. Sua respiração engata quando passa meus
quadris e cai em cascata para o chão.

Sem sutiã, estou praticamente nua na frente dele. Saio do


vestido e vou em direção a ele, meus dedos mexendo nos botões
de sua camisa. Ele continua a observar meus movimentos, suas
mãos moldando-se ao meu lado e deslizando para cima e para
baixo na minha pele até que ele engancha os dedos em cada lado
da minha calcinha, só me provocando porque ele a deixa.

Seu peito é liso e seu estômago reto e uma vez que tem sua
camisa completamente desfeita, ele tira do corpo, deixando-a
para se juntar ao meu vestido no chão.

Deslizando para fora uma cadeira da sala de jantar, ele se


senta e dá um tapinha nas pernas.

— E as suas calças?

— Se tirá-la, isto vai acabar muito mais rápido do que eu


preferiria. — Ele bate de novo em suas pernas e não perco tempo,
o montando.

Ele enrola meu cabelo em um rabo de cavalo e agarra os fios


na parte de trás da minha cabeça, inclinando minha cabeça onde
ele quer e lambendo minha garganta.

— Faça uma coisa para mim esta noite? — Um gemido é


minha resposta.

— Apenas esteja aqui, presente comigo. Não se preocupe


com o que possa estar pensando, porque estou pensando apenas
em estar dentro de você e rezando para que dure mais do que
aconteceu quando eu tinha quinze anos. — Rio e ele se agarra a
um dos meus mamilos, sugando-o em sua boca e meu riso se
transforma em um gemido. Minha cabeça cai para trás e minha
metade inferior mói contra a crescente ereção em sua calça.

Ele não torna difícil apreciar a maneira como ele adora meu
corpo. Seus beijos são pequenos pedaços de admiração pela
minha eu nua. Seus gemidos são um impulso de autoconfiança
que me garante que sou o que ele quer.

Apenas quando estamos em um ritmo, ele se levanta e


minhas costas atingem o vidro frio da mesa da sala de jantar.
Minhas pernas pendem para o lado, mas seus dedos deslizam
minha calcinha pelas minhas pernas, e ele empurra minhas
pernas em seus ombros.

Graças a Deus por esse trabalho de cera.

— Uma pista de pouso. — Diz sua voz rouca.

— Eu posso morar no Alasca, mas não sou uma mulher das


cavernas. — Ele ri, sentando na cadeira e deslizando minha
bunda até o topo em direção a ele.

— Pensei que você seria bem aparada.

— Você pensou em mim?

— A partir do momento em que você me acertou na cabeça


com o livro. — Ele sorri para mim e uma risada escapa da minha
garganta até que sua língua passa pelo meu centro, ponto em que
também morre em um gemido.
Então tudo o que posso pensar é como é maravilhoso sentir
isso e espero que nunca se canse disso. Ele me chupa até que eu
esteja uma bagunça carente, implorando por mais. Quando
mergulha um dedo dentro de mim, eu suspiro. Quando ele
adiciona outro, eu lamento. Quando ele acrescenta um terceiro,
eu levanto meus quadris e mexo em sua boca quente esperando.
Quanto mais eu torço, mais barulhos satisfeitos vêm de Wyatt e
estou correndo em direção ao ponto de não retorno. Seus dedos
apertam meus quadris e sei que haverá marcas lá depois, e isso
só fez com que adrenalina subisse mais um nível no medidor de
excitação.

— Oh Deus! — Grito, minhas mãos procurando por algo


para segurar antes do meu orgasmo rasgar através de mim.

Uma mão encontra a borda da mesa, mas estou muito longe


da outra, então a pressiono contra o vidro atrás de mim, meu
corpo praticamente saindo da necessidade que se forma dentro
de mim. Sua língua acaricia meu clitóris de novo e de novo.
Minhas coxas tensas, a metade inferior do meu corpo
completamente fora do vidro até o clímax, caindo sobre a crista,
seu nome deslizando pelos meus lábios.

Ele estende minha felicidade por não ceder ao longo do meu


orgasmo e aperto a mesa de vidro com tanta força que tenho
medo de ser forte o suficiente para quebrá-la. Eventualmente ele
diminui seus movimentos, me colocando de volta no vidro,
permitindo-me voltar para ele depois do melhor orgasmo da
minha vida.

Quando levanto a cabeça, ele está sentado em sua cadeira


me observando com olhos cheios de luxúria. Ele esfrega-se
através de suas calças.

— Você é linda quando goza.

Sinto minhas bochechas corarem e deslizo para o final da


mesa, minhas pernas trêmulas encontram o chão, mas
rapidamente caio de joelhos, minhas mãos em seu cinto. —
Deixe-me ver você gozar agora.

Ele me permite abrir as calças e puxá-lo para fora, minha


mão envolvendo seu impressionante pau e acariciando-o.

— Quando estiver dentro de você. — Ele me guia debaixo


dos meus braços e tira um preservativo do bolso. Seu olhar
permanece em mim enquanto tira a calça, cueca boxer, e rasga o
preservativo, deslizando-o pelo seu comprimento rígido.

Não acho que poderia ficar excitada tão cedo, mas observá-
lo estimula outra rodada de desejo dentro de mim.

— Adoraria que você me montasse, se estiver disposta a


isso.

— Não lá fora? — Pergunto. Ele ri e coloca uma mecha do


meu cabelo atrás da minha orelha.
— Não lá fora. — Ele se senta na cadeira da sala de jantar,
esperando por mim.

Não o faço esperar muito.


Acho que apaguei quando Brooklyn gozou há alguns
minutos atrás, mas observando-a se aproximar de mim,
confiando que vou levá-la pela primeira vez, estraga-me com a
confiança de um homem que a merece.

Ela me atravessa e posiciono meu pau em sua abertura. Um


dia ela me guiará. Passos de bebê. Ela afunda em cima de mim
com um gemido.

Porra, ela é incrível.

Agarro seus quadris e ela se ancora com os braços atrás do


meu pescoço. Ela é lenta no início, permitindo-me pegar seus
seios e chupar seus mamilos. Ela gosta disso. Posso dizer pela
maneira como os olhos dela rolam de volta para sua cabeça.

Rebolando meus quadris, encontramos um ritmo. Sei que


não vou dormir esta noite porque isso não será suficiente para
mim. Meu apetite por Brooklyn talvez nunca diminua.
— Você é tão bom— Diz ela, com as mãos agora nas costas
da cadeira, subindo e descendo pelo meu comprimento,
deliberadamente construindo nossos orgasmos. Deus a amo.

— Nem tenho palavras para descrever isso. — Digo, me


inclinando para trás para ver o prazer se desdobrar em seu rosto.

Eventualmente, aperto as bochechas de sua bunda e


apresso o ritmo, incapaz de me impedir de reivindicá-la por mais
tempo.

— Wyatt. — Sua mão bate nas costas da cadeira e eu


mantenho o ritmo, o suor entre os nossos corpos fazendo o
deslizamento um contra o outro muito mais sexy.

— Não pare, baby. — Digo, e meus lábios lançam beijos em


qualquer lugar que vejo a sua pele. Meu orgasmo me atinge sem
aviso e todos os pensamentos piedosos do mundo não vão me
impedir de explodir em um segundo.

Empurro o mais fundo que posso e ela ofega. Suas coxas


apertam e o mesmo barulho que saiu de sua boca quando ela
gozou antes, faz novamente empurrando-me sobre o último
obstáculo até que, ainda dentro, me estico para reivindicar sua
boca com a minha língua.

Depois que gozo, caio de volta na cadeira e ela vem comigo,


seu cabelo uma bagunça suada. Meu apartamento inteiro cheira
a sexo e isso traz um sorriso ao meu rosto, por mais cedo que
seja.

— Você é incrível. — Sussurro em seu ouvido e vejo arrepios


em cascata em toda a sua pele.

Sim, preciso descobrir uma maneira de mantê-la porque


não estou pronto para deixar ir. É uma realização surpreendente,
mas não sou de mentir para mim mesmo.

— Chuveiro? — Pergunto.

— E comida? — Sua respiração ainda está lutando para


voltar ao normal.

— Vou pedir e vamos tomar banho enquanto esperamos.

— Perfeito. — A pego e seus pés caem no chão. Sinto falta


da sensação dela pressionada contra mim já.

Pego outro pedaço de pizza da caixa entre nós. O cabelo


molhado de Brooklyn está entrelaçado em algum tipo de torção
em cima da cabeça dela e ela está vestida com um confortável
pijama que a vi usar no Lake Starlight. Acho que é seguro dizer
que ela não estava planejando fazer o que fizemos.
— Então, você nunca se mudou para a faculdade, hein? —
Ela murmura sobre um pedaço de pizza.

— Fui para a Columbia, para desgosto do meu pai.

— Por quê?

— Não fui aceito em Harvard. — Escolho minha pizza. A


referência ao meu pai dá um nó no meu estômago. É hora de
passar limpo com muitas coisas.

— Bem, a Columbia é uma ótima faculdade.

— Não é Harvard, especialmente aos olhos do meu pai.

— É melhor do que a do estado de Idaho. — Ela pega um


pedaço de cogumelo da pizza e coloca-o na boca.

— Por que você foi para lá? — Tomo minha cerveja e ela olha
para longe.

— Não tenho ideia. — Uma pequena risada flutua para fora


dela.

— Quero dizer, muitos dos meus amigos foram para lá,


então eu também fui. Estava tão empenhada em sair de Lake
Starlight, não acho que me importava para onde ia.

— Meio que me senti assim em Nova York quando fui para


Lake Starlight. Só queria sair daqui. — Ela olha para mim com
um olhar que implica que deveria continuar.
— O que? — Ela encolhe os ombros. — Estava só pensando.
Entendo que seu pai está controlando, mas por que você quer
fugir?

Deixo minha pizza no prato e acho que a cerveja vai me fazer


melhor se tivermos essa conversa. Ela me deixou conhecer seus
pensamentos mais de uma vez, ela não merece conhecer os
meus?

Meu estômago aperta e me preparo para desapontá-la.

— Você não precisa...

— Quando tinha nove anos, minha mãe foi diagnosticada


com câncer.

— Oh, me desculpe. — Ela chega do outro lado do sofá e


toca minha perna.

— Obrigado, mas ela tem estado boa desde então. Quer


dizer, ela superou.

— Isso é maravilhoso. — Aperta meu joelho e eu queria que


fosse o fim dos meus problemas. Mas o que o desafio da minha
mãe ensinou para ela não teve o mesmo efeito em mim. Minha
mãe olhou para sua vida com uma lente nova, um recomeço, mas
tudo que vi foi como o amor era apenas uma mentira, não algo
em que pudesse confiar. — Isto é. Foi um caminho difícil. Parte
desse tempo na minha vida é um borrão, mas outras partes são
uma lembrança vívida, como um filme passando dentro da minha
cabeça.

Bebo minha cerveja, comprando-me algum tempo para


atropelar essas memórias, por mais dolorosas que sejam.

As vezes em que a enfermeira não me deixava entrar para


ver minha mãe. Quando minhas piadas traziam um sorriso
doloroso para o rosto da minha mãe, mas não uma risada.
Quando os desfiles de moda de Haylee não fizeram os olhos dela
brilharem. As vezes em que eu corria para o andar de cima depois
da escola apenas para ser arrastado para fora do quarto pela
enfermeira porque minha mãe precisava descansar. Os gritos que
ouvia tarde da noite que a música dela não escondia. Os passos
do meu pai chegando em casa tarde da noite e não logo depois do
trabalho. Discussões dos meus pais, onde ela implorou para ele
estar lá por ela.

Brooklyn me dá o espaço que preciso, em silêncio


assistindo, até que esteja pronto para colocar tudo lá fora.

— O casamento dos meus pais nunca foi ótimo, pelo menos


o que me lembro. Meu pai nunca bateu na minha mãe ou algo
assim, mas fazia comentários condescendentes de vez em quando
e estava ausente de nossas vidas. Não demonstravam carinho na
frente de Haylee ou de mim. Nunca pensei muito nisso até que
minha mãe ficou doente. Ela estava sempre triste, e meu pai
parecia ser ainda mais ausente durante seus tratamentos do que
antes. — Olho pela janela, desejando não pela primeira vez que
pudesse focar apenas no fato de minha mãe ter sobrevivido, e não
todo o resto.

— Você não tem que me dizer nada que não queira. — Ela
desliza mais perto, sua mão chegando ao meu rosto.

Olho para ela longa e duramente. Se alguém merece


conhecer minha maior luta, é essa garota. A mulher que está
lentamente me fazendo pensar que posso estar errado sobre toda
essa coisa de amor.

— Eu quero, é só que nunca contei isso a ninguém antes.

— Leve o seu tempo. — Ela puxa minha mão em seu colo e


cobre com as duas dela.

Bebo minha cerveja de novo, pensando que deveria ter me


servido um uísque em vez disso.

— Meu pai raramente estava em casa antes de mamãe ficar


doente, mas depois que foi diagnosticada, ele nunca chegava em
casa para o jantar. Chegava tarde da noite ou dizia que tinha que
viajar para algum lugar. Quanto mais tempo passava, mais
minha mãe parecia ficar deprimida. Haylee e eu tentávamos de
tudo e qualquer coisa para fazê-la feliz, mas não éramos o
suficiente.

Olho em seus olhos azuis para ganhar a força que preciso.


— Uma noite já era tarde e minha mãe acabara de cair no
sono. Desci para o escritório do meu pai. Queria pegar um livro
de piadas porque nenhuma das minhas estavam funcionando
mais. Estava quieto porque meu pai tinha essa coisa conosco
correndo ou fazendo algum barulho na casa. Tudo que queria era
me comportar, então ele me levaria ou deixaria a babá me levar
para pegar no dia seguinte.

Respiro fundo, me preparando para a próxima parte.

— As risadas deveriam ter me dado pistas, mas meu pai


tinha associados o tempo todo. Parecia que todos trabalhavam
até tarde em seu mundo. A porta do escritório dele abriu um
pouco, da qual me lembro de ter ficado surpreso, porque meu pai
sempre foi paranoico com as pessoas ouvindo-o quando se
tratava de negócios. Quando olhei pela primeira vez, vi meu pai
em seu bar, servindo uma bebida e abri-a ainda mais, pensando
que estava tudo bem se entrasse, mas uma mulher apareceu
atrás dele.

Um calafrio corre pela minha espinha, lembrando como os


braços dela envolveram sua cintura. A forma como a bochecha
dela estava deitada de costas e os olhos dela se fecharam.

— Meu pai largou a bebida, virou-se e beijou-a.

— Oh, Wyatt. — Brooklyn levanta de joelhos e me abraça. A


puxo para o meu colo, querendo que ela esteja perto.
— Assisti os dois se beijando e meu pai puxá-la para mais
perto. Nunca vi ele fazer isso com a minha mãe e não entendi
porque estava fazendo isso com uma mulher que eu nem
conhecia.

— Você entrou?

— Não. — Balancei minha cabeça. — Meu pai teria me


matado. Pensei que se entrasse, não teria chance de pegar o livro.

— Sinto muito. Nenhuma criança deveria ter que ver isso.


— Aceno, esfregando minha mão para cima e para baixo em sua
coxa.

— Isso me ferrou por um longo tempo. — Nem sei se minha


mãe sabia, nunca tive coragem de perguntar. — Escondi isso da
minha mãe porque não queria machucá-la, e me odeio por isso.

— Por que sua mãe fica com ele? — Ela pergunta sem
julgamento. Dou de ombros.

— Acho que ela realmente o ama. Mesmo que soubesse, não


tenho certeza se isso importaria, mas está comendo em mim há
vinte anos. Talvez seja por isso que me convenceu a trazer uma
acompanhante para o casamento. — Sorrio e inclino minha testa
na dela.

— Estou feliz que fiz isso.


— Eu também. — Seus braços vão ao redor do meu pescoço.
Inalo uma respiração profunda, desejando que isso fosse tudo o
que tinha para dizer a ela, mas isso é apenas o que me estimulou
a viver minha vida do jeito que fiz.

— De qualquer forma, minha mãe venceu seu câncer e


nunca encontrei meu pai com mais ninguém, mesmo quando
fiquei mais velho e o segui ou procurei sinais em reuniões ou
eventos sociais. Mas eu era uma pessoa raivosa com meu pai por
ter tratado minha mãe do jeito que ele fez e comigo mesmo por
não ter contado.

— Wyatt, você tinha nove...

— Deixe-me tirar isso. — Ela balança a cabeça e pressiona


os lábios.

— Fiz coisas que não tenho orgulho. — Trago minha mão


para sua bochecha, correndo meu polegar sobre sua pele macia.

— Dormi com muitas mulheres e nunca quis um


relacionamento com nenhuma delas. Não que as enganasse, mas
as tratando mal, colocando seus sentimentos de lado muitas
vezes. Sexo era uma distração que costumava me impedir de
pensar na realidade da minha situação familiar e não pensei
muito em quem poderia estar sofrendo. Verônica e eu tivemos um
relacionamento estritamente sexual por anos. Ela me ajudou a
lidar com a raiva do meu pai por... — Ela coloca o dedo nos meus
lábios para me impedir.
— Você não me deve qualquer explicação sobre o seu
passado, Wyatt.

— Mas eu era uma pessoa de merda. — Ela sorri e sua


cabeça cai no meu ombro.

— Você não é agora.

— Como pode ter tanta certeza? — Sussurro.

Ela me beija bem debaixo do meu queixo.

— Porque desde que te conheci, você fez a coisa certa. Sem


mencionar o fato de que me ajudou a passar pela segunda pior
coisa que já aconteceu na minha vida. — Ela se afasta e move a
perna para que esteja sobre mim, colocando cada uma das mãos
nas minhas bochechas.

— O fato de sentir a necessidade de me dizer que você é


praticamente um homem sem sentimentos diz que não é quem
pensa que é.

— Você conheceu o Wyatt de Lake Starlight, não o de Nova


York.

Encolhe os ombros com um sorriso nos lábios.

— Há coisas para gostar de ambos. — Esquecendo a pizza,


as bebidas e a conversa profunda, fico de pé, pegando-a comigo.
— Tem certeza de que não é algum anjo enviado para me
salvar? — Ela me abraça em seu corpo e mordisca meu lóbulo da
orelha enquanto caminhamos em direção ao meu quarto.

— Não coloque rótulos em mim que não possa cumprir.

— Está sugerindo que tem um lado perverso? — Seu corpo


vibra contra o meu com sua risada.

— Uma boa menina nunca fala. — Eu a deixo cair na cama.

— Prometo, o seu segredo está seguro comigo. — Rastejo em


cima dela, meus lábios encontrando os dela e querendo nada
além de ficar nessa bolha com ela pelo resto da minha vida.
Entramos no prédio em que a cerimônia está sendo
realizada, a mão de Wyatt nas minhas costas. Wyatt tem sido
bom em me distrair do fato de que vou estar no primeiro
casamento desde que fui deixada no altar.

Mas entre nós dois, não tenho certeza de quem precisa de


mais apoio. Os sentimentos de Wyatt em relação a seu pai não
vão desaparecer e depois da noite passada,mas não tenho certeza
onde estão. Pobre Haylee, não posso imaginar como isso a
afetaria, ter seu irmão e seu pai brigando no dia de seu
casamento.

— Wyatt! — Um cara que acho que está nos dezoito ou


dezenove anos e está distribuindo o roteiro vem em direção à nós
e aperta sua mão e o abraça.

— Vi você por um momento fugaz na noite passada,


perseguindo... — Os olhos do cara caem para mim. — Você. —
Ele estende a mão para mim.
— Ian.

— Brooklyn. — Sorrio.

O cara tem um ar de safado de corte limpo e com ele com


um sorriso carismático que garante que, provavelmente, não
estará sozinho em casa no sábado à noite.

— Este é o irmão de Bradley. — Wyatt diz para mim.

— Além disso, seu cerimonialista. Acha que o vínculo do


sangue todo significaria que seria padrinho. — Ian revira os olhos
de uma forma dramática.

— Sou apenas um convidado, então você está um passo


acima de mim. — Wyatt dá um tapinha nas costas dele.

— Todos os seus amigos do governo conseguiram os


melhores empregos. Direi, porém, que fizeram uma festa de
despedida de solteiro. — Seus olhos se arregalam.

— Você perdeu. — Wyatt olha para mim por um segundo.

— Não, não perdi.

Uma sensação de flutuação sobe no meu estômago, então


coloco minha mão para cobri-la. Um dia de cada vez, me lembro.

— Vamos lá, vou levá-lo para o lado da noiva. — Ian se vira


em direção ao corredor e estende o braço para mim.
— Obrigada. — Olho para Wyatt enquanto deslizo meu
braço pelo Ian.

— O prazer é meu. É uma desculpa para desaparecer por


um segundo.

Eu o ignoro, principalmente, porque quando entramos na


sala, fico impressionada. Árvores de cerejeiras estão plantadas
em ambos os lados de nós, os ramos posicionados para fazer um
arco. Os dois lados do corredor estão cheios de hortências
brancas, rosa pálido e algumas até pervincas. É de tirar o fôlego
e quando Ian muda nossa direção para longe do corredor, meus
protestos corporais querem andar sob as cerejeiras em flor.

— Por aqui. — Ian diz, e tropeço na beira do corredor, mas


Wyatt aparece do outro lado me pegando.

— Sinto muito. — Sei que minhas bochechas devem estar


vermelhas.

Uma vez que estou com os pés firmes, Wyatt volta para
segui-lo e Ian ri.

— É tão impressionante.

— Sim, é legal. Minha prima se casou no ano passado e teve


algumas flores de cerejeira, mas não foi tão elaborado, mas
também não era um Whitmore se casando.
— Tenho certeza que o casamento dela foi tão bonito quanto.
— Digo distraidamente, ainda absorvendo tudo.

Contornamos a fileira de cadeiras e corri meus passos


desejando que pudesse sentar aqui.

— Bem, o barman não deu cartão, então foi bom,— diz Ian.
Ele desacelera no meio das filas e acho que ele vai me depositar
lá, mas estou errada. — Vamos desacelerar. Não estou nessa
coisa de pressa. Você está bem, mas as mulheres velhas, são
sensíveis. — Ele olha para trás e se inclina. — A tia-avó de Wyatt,
uma vez encaminhada, agarrou minha bunda. — Não consigo
segurar meu riso.

— Não sei o que é mais engraçado. O fato de ela ter feito isso
ou o fato de você conhecer a relação tão bem. — Ele encolhe os
ombros.

— As pessoas dizem quem são porque querem se sentar o


mais próximo possível. A Sra. Whitmore deu a todos instruções
rigorosas sobre onde cada pessoa deveria sentar-se.

— Você está flertando com a minha acompanhante? —


Wyatt pergunta atrás de nós.

— Claro que sim, e ela vai me dar a primeira dança. — Ian


pisca para Wyatt.

— Contanto que eu receba a última, eu estou bem com isso.


— Ele murmura.
— Oi, tia Edith. — Ele para como Ian.

— Vou apenas sentar aqui. — Me movo em direção à fileira


livre.

— Desculpe, a Sra. Whitmore pode ser uma tirana, então


você está na frente. — Ele olha para a frente, onde ninguém está
sentado nas duas primeiras fileiras.

— Na segunda fila? — O choque deve se registrar no meu


rosto. Ele ri.

— Desculpe, você está na primeira fileira, quarto lugar, ao


lado de Wyatt no terceiro lugar.

Inalo uma respiração profunda enquanto fico nervosa.

— Esta é ela. — A mão de Wyatt encontra a minha e ele me


puxa para o lado dele — Brooklyn, esta é minha tia Edith. — A
ruiva que usa um chapéu com uma grande flor pendurada na
borda sorri para mim, mas não oferece sua mão.

— Ela é bonita, Wy. — Seus olhos patinam sobre mim,


concentrando-se em meus quadris.

— Vai segurar um bebê muito bem. — Ian sai rindo atrás de


nós.

— Obrigado, Ian, estamos bem. — Diz Wyatt.


— Ok, já disse a Brooklyn os detalhes, mas você está na
primeira fila, amigo. — Ele dá um tapinha nas costas de Wyatt e
volta para a entrada.

— Obrigada, Ian, — digo.

— Quando se cansar dele, me ligue. Gosto de mulheres mais


velhas e mais experientes.

Balanço minha cabeça com um sorriso porque não sou


muito mais velha do que ele, mas é reconfortante ter alguém me
fazendo rir agora.

— Tenho que levar Brooklyn ao seu lugar e andar com a


mamãe pelo corredor. — Diz Wyatt.

— Vou te ver depois da cerimônia. — Ele se inclina e beija


sua bochecha. Os olhos da tia Edith permanecem em mim o
tempo todo e é tão irritante que desvio o olhar.

— Prazer em conhecê-la. — Digo.

— Você também, querida. — Mais uma vez, ela olha meus


quadris. Minhas mãos se movem para encobrir sua visão, mas a
mão de Wyatt encontra a minha e seus passos aumentam a
velocidade até chegarmos à primeira fila.

— Ela é interessante. — Me sento na quarta cadeira


conforme as instruções.
— Venha aqui, baby. — Diz ele. Seu termo de afeto me pega
por um segundo. Olho para ele que sorri esperando que eu me
mova. Será que percebeu que disse isso?

— Ian disse que estou na quarta cadeira e você está na


terceira.

— Ainda bem que sou o rebelde nessa família. — Eu deslizo


uma cadeira.

— Mas sua mãe...

— Minha mãe vai ficar em êxtase por você ainda estar aqui
comigo. Ok, tenho que andar com a minha mãe. Você está bem?
— Ele se senta na quarta cadeira.

— Sim. Estou bem. — Ele concorda, mas não está


convencido.

— Estarei de volta antes que Ian possa roubar você para


longe de mim. — Ele beija minha bochecha bem ao meu ouvido.

— A propósito, sou o único com quem você está dançando


hoje à noite. — Eu dou risada.Achou que eu compartilharia? Sou
muito egoísta para isso. — Ele me beija mais uma vez e fica de
pé, saindo da fila de cadeiras.

Meu estômago revira. Preciso trazer meu coração de volta


para o nível um. No momento, estamos no nível dez com a
maneira que Wyatt me fez sentir ontem à noite e hoje, mas ele
tem sido sincero sobre suas razões para não querer
compromisso, e não disse que mudou de ideia. Eu preciso manter
minha cabeça sobre isso, sobre nós.

Precisando de algo para fazer enquanto estou lá, imagino


que vou mandar uma mensagem a Rome, já que ele é o único
membro da família que sabe exatamente quem é Wyatt. Meus
irmãos sabem que saí da cidade para ir a um casamento em Nova
York com Wyatt, mas não sabem que é um casamento dessa
magnitude.

Eu: Estou no casamento. Como está tudo em Lake Starlight?

Os três pontos aparecem imediatamente.

Rome: Seu irmão favorito apenas usou seus grandes


músculos e cérebro inteligente para instalar sua nova geladeira.

Rome: Como estão as coisas aí? Sem todos os detalhes


femininos.

Eu: Bem. É lindo. Muitas flores de cerejeira.

Rome: Legal. Como está o Wyatt? Novamente. Sem detalhes


pervertidos.

Eu: Ele está bem. Estamos...

Rome: Não!

Eu: Nos dando bem.


Quero perguntar a Rome o que devo fazer, mas admitir
meus sentimentos por Wyatt é o mesmo que admitir que não
posso compartimentar o que está acontecendo entre nós.

Rome: Então por que está me mandando mensagens?

Eu: Wyatt tem que andar com a mãe dele pelo corredor, então
estou sozinha na primeira fila e não conheço ninguém.

Rome: Você é uma garota simpática. Faça novos amigos.

Eu: Esta não é a nossa multidão.

Rome: ???

Eu: Muito rico. Como Gossip Girl rico.

Rome, Denver e eu éramos obcecados por Gossip Girl


enquanto crescíamos. É uma coisa que continuamos mesmo
depois que mamãe e papai morreram.

Rome: Encontre-me uma Serena Van Der Woodsen.

Verônica vem à mente, embora Serena seja muito melhor do


que Verônica.

Eu: Você acha que quer se acalmar então?

Meu polegar paira sobre a exclusão. Eu não posso perguntar


isso a Rome.
Alguém bate minhas costas ficando em seu assento atrás de
mim e em vez de bater delete, pressiono mandar.

Merda.

Olho por cima do ombro para encontrar um homem


segurando uma bolsa de mulher que obviamente foi o culpado
que me atingiu.

— Desculpe docinho. Ela carrega tijolos aqui. — Seu sorriso


revela um conjunto de dentes falsos perfeitamente retos e
brancos.

— Sem problemas.

Olho para o meu telefone e vejo que há três mensagens de


Rome.

Rome: Por que você perguntaria...

Rome: Brooklyn, fui rigoroso com minhas instruções.

Rome: Rebote. Rebote. Rebote. SOMENTE um rebote.

Franzo a testa com a resposta dele, porque seus


pensamentos sobre o assunto provavelmente coincidem com os
de Wyatt.

A música começa.

Eu: Está começando. Tenho que ir.


Rome: Apenas lembre-se Brookie, nós temos o Buzz Wheel,
então somos muito importantes também.

Rome: *Gif com a legenda* Fofoca aproxima as pessoas.

Balanço minha cabeça e silencio meu telefone, colocando-o


na minha bolsa, ao meu lado.

Me virando para que possa ver as portas, vejo Verônica


cinco fileiras de mim ao lado de tia Edith. A velha está beliscando
sua pele e dizendo algo que Verônica não parece muito sensível.
Pelo menos não sou a única a ser dimensionada para a
maternidade.

As portas se abrem e a mãe de Bradley entra com o braço


em Ian. Seu cabelo desgrenhado é um contraste tão dramático
para qualquer outro homem na sala. Wyatt pode ser o único com
barba. Além de alguns bigodes bem arrumados, não há muitos
pelos faciais neste grupo.

Ian sorri e caminha pelo corredor com mais arrogância do


que o necessário para um evento como este e percebo que é
provável que tenha cumprido suas obrigações. Parando-os no
final do banco da frente, sua mãe senta ao lado do pai de Bradley,
que dispara um olhar de advertência para Ian.

Uma vez que os três estão sentados, a música muda e Wyatt


e sua mãe esperam no arco. Através da multidão de pessoas,
nossos olhos se encontram, e ele pisca, estimulando a mesma
reação do meu estômago se revirando e batendo, como se
houvesse um circo tocando lá.

Ele entra e enquanto Eva limpa as lágrimas com um lenço


de papel usando a mão livre, ele diz algo no ouvido dele que traz
um sorriso ao seu rosto e uma pequena risada borbulha para fora
dela. Eles são incríveis de se assistir juntos e saber o que sei
desde a noite passada, vejo a ligação mais claramente. Deve ter
sido traumático para um menino testemunhar seu pai traindo a
mulher que ele segura em um pedestal. Especialmente quando
ela estava lutando por sua vida.

Encontro minhas próprias lágrimas enquanto me lembro de


como planejei momentos como este para o meu próprio
casamento porque não havia mãe nem pai da noiva. Pisco de volta
as lágrimas e lembro que estou bem sem Jeff na minha vida. Foi
pelo melhor que não nos casamos. Quando abro os olhos, pego
alguém olhando para mim na minha visão periférica. Viro minha
cabeça para encontrar os olhos mortais de Verônica em mim.

Ignorando-a, vejo quando Wyatt beija sua mãe na bochecha


e espera que ela se sente antes de se sentar ao meu lado. Eva
aperta minhas mãos e olha para mim com pura emoção em seu
rosto. Wyatt coloca o braço no topo da minha cadeira e desliza o
mais perto que ele pode chegar.

Bradley e seus padrinhos saem e se postam no altar


improvisado. Ele está suando, mas sorrindo. Estou supondo que
meu noivo teria vomitado por todo o chão ou desmaiado por
completo.

Todos assistimos um pequeno portador de anel e uma


menina com flores caminhar pelo corredor.

— Filhos de amigos de Bradley. — Wyatt sussurra em meu


ouvido.

As damas de honra entram.

— Todas as suas irmãs da fraternidade, exceto a matrona


de honra, ela é ou era a filha da nossa babá. — Olho por cima do
meu ombro e ele ri.

— Não nos associamos apenas a pessoas ricas. — Eu me


inclino de volta em seu peito forte.

— Eu não disse isso. — Sua mão cruza e agarra levemente


minha mão.

— Você está tornando isso mais tolerável. Obrigado por ter


vindo.

Devolvo seu aperto e olho para trás. Ele se abaixa e me beija


brevemente. Os olhos de todos, por sorte, estão nas portas, para
ver se a noiva mostrou seu rosto.

A música muda e eu descubro que todas as damas de honra


caminharam pelo corredor enquanto Wyatt e eu roubamos um
momento para nós mesmos.
Nos levantamos e Eva pega minha mão na dela. Wyatt
testemunha a ação e sorri para mim. Quando todos nós três nos
viramos para as portas, vejo os olhos de Verônica em mim, mais
uma vez.

Haylee e Bruce estão na porta por um momento, seus olhos


apenas em Bradley. Olho para o noivo e encontro o maior sorriso
que já presenciei no rosto de um noivo, enquanto ela entra no
caminho atapetado. É então que percebo que sou grata que meu
casamento foi cancelado, porque quero um cara que olhe para
mim da mesma maneira, quando estiver andando pelo corredor.

Do canto do meu olho, dou uma olhada em Wyatt,


encontrando sua atenção em mim. Quando me viro para olhar
nos olhos dele, ele se abaixa.

— Você está bem? — Pergunta ele.

— Perfeito. Tudo está perfeito.


Ninguém na sala sente a mudança, mas eu sinto. Algo está
se formando entre Brooklyn e eu. Não posso explicar isso, mas
nesta sala cheia de pessoas, só vejo ela. A maneira como sorri e
fala com todo mundo, depois que a apresento. Ela se aventurou
em tópicos distantes do clima e das ocupações. Está ficando
confortável em um mundo em que nunca me senti à vontade.

Jantamos, assistimos meu pai dançar com Haylee, Bradley


com sua mãe e depois Haylee e Bradley.

— Vamos. — Passo e sussurro em seu ouvido, distraindo-a


de uma conversa com um cara que trabalha ou foi para a
faculdade com Bradley. Ele tem conversado com ela nos últimos
quinze minutos e eu assisti tudo do outro lado da sala.

— Este é o meu... — Ela olha para mim.

— O namorado dela. Wyatt Whitmore. — Me apresento e


levanto minha mão para o cara.

— Desculpa por interromper.


Brooklyn bebe seu champanhe com um pequeno sorriso nos
lábios. Isso significa que ela gostou de ter me referido como seu
namorado? Foi uma jogada ousada e odeio ter feito isso por
ciúmes, mas a palavra foi bem vinda na minha boca, pelo menos
quando é sobre Brooklyn que estou falando.

— Jake Reynolds. — Ele aperta minha mão com firmeza.

— Tudo bem. Deveria encontrar meus amigos de qualquer


maneira. Temos uma brincadeira planejada para Bradley. —
Sorrio.

— Foi bom conversar com você, Brooklyn, e se estiver no


Brooklyn, procure-me. — Ele pisca.

Que frase...

— Prazer em conhecê-lo, Wyatt. — Ele acena, tomando sua


bebida, descartando-a na mesa próxima e dirigindo-se através da
multidão.

— Isso é fofo. Toda a coisa Brooklyn quando estiver em


Brooklyn. — Eu bebo o seu champanhe e coloco seus braços ao
redor da minha cintura, seu queixo descansando no meu peito.

— Isso é ciúme? E é meu namorado? Mesmo?

— O que posso dizer, se você não é minha, não é de mais


ninguém. — Eu abaixo o champanhe e coloco na mesa ao lado do
copo vazio de Jake.
Ela ri, mas não me deixa ir.

— Não tenho certeza se vou entender você. — Ela não tem


ideia de quão verdadeira é essa afirmação.

A música muda de uma batida rápida para uma música


lenta.

— Dança comigo? — Pergunto, observando seus olhos


mudarem para sonhadores.

— Adoraria. — Escolto-a para a pista de dança, encontrando


um espaço entre alguns outros casais, porque não quero chamar
atenção. Se minha mãe nos vir, pedirá para falar com o
organizador do buffet para marcar um encontro. Posso ouvi-la
agora: — Eles agendam rápido.

— O comentário de Jake me fez pensar. Por que seus pais


te deram o nome de Brooklyn? — Ela envolve um braço por cima
do meu ombro e seguro o outro entre nós.

— Eu nunca te disse? — Suas sobrancelhas levantam.


Sacudo minha cabeça.

— Vou nomear todos os meus irmãos e você me diz o que


têm em comum.

— Ok...
— Austin, Savannah, Rome, Denver, Juno, Kingston,
Phoenix, Sedona... — Seus olhos se arregalam esperando por
mim para pegar.

— Nomes de cidades? — Ela acena com a cabeça.

— Minha mãe era uma escritora de viagens e tão repugnante


como possa achar, é onde fomos concebidos. — Inclino minha
cabeça.

— Mas Rome e Denver? — Seus ombros se mexem. — Eles


tinham uma escala em Denver a caminho de Roma.

— Ah. — Minha cabeça cai para trás, e a giro rapidamente.

— Então, quando Jake disse que se chegar ao Brooklyn...


você nunca? — Sacode a cabeça.

— Esta é a minha primeira vez para o leste.

Que idiota sou. Nunca pensei que poderia ser a primeira vez
dela aqui e tudo o que fizemos foi o casamento.

— Bem, não vamos sair de Nova York antes de ver a cidade


da qual você recebeu o nome. — Ela sorri e coloca o rosto no meu
peito.

— Estou feliz aqui mesmo.

Balançamos e ela me permite liderar. Enquanto “Dance


With Me”, de Morgan Evans, toca nos alto-falantes, as letras não
podem deixar de significar algo para mim. O sentimento dentro
de mim que diz que seria um tolo por perdê-la é tão forte, mas
vivemos em lados opostos do mundo. Talvez seja o suficiente
para ela sair de Lake Starlight. Me arrependo desse pensamento
absurdo, porque todo mundo que conhece Brooklyn sabe que ela
deve viver o resto de sua vida lá.

— Amanhã, antes de voarmos. — Asseguro a ela, mas ela


não olha para mim, contente com onde está agora. Neste
momento, invejo sua capacidade de viver o momento.

Esperamos pelo buquê e pela liga que nem Brooklyn nem


eu pegamos, graças a Deus. Minha mãe teria chamado o padre e
nos casado logo ali.

Brooklyn está na mesa e eu estou no bar pegando outra


bebida quando meu telefone toca no meu bolso. Eu coloco as
bebidas e pego do bolso interno. Rome?

— Ei, Rome.
— Nós ainda precisamos conversar. — Meu pai vem ao meu
lado. Tapo minha outra orelha com o dedo para poder ouvi-lo
sobre a música.

— Wyatt, graças a Deus. Brooklyn não está atendendo o


telefone dela.

— Desculpa. Estamos no casamento. — Saio de perto do


meu pai, o que provavelmente nem percebe, já que se junta a
uma conversa diferente enquanto espera que o garçom faça sua
bebida.

— É provavelmente melhor que tenha falado com antes você


de qualquer maneira. Tenho más notícias.

Meu corpo inteiro endurece.

— O que aconteceu?

— Denver estava em um voo com um cara que queria fazer


uma excursão de sobrevivência. O avião caiu. Ninguém consegue
encontrar o avião ou Denver. Queria esperar até que tivéssemos
mais informação antes de dizer a Brooklyn, mas estou arrasado.
O que acha que é melhor? Digo eu a ela ou você?

O telefone está na minha mão. Ele deveria estar me dizendo


o que é melhor. Ele a conhece toda a sua vida, eu a conheço há
quatro meses. Trago o telefone de volta ao meu ouvido.

— Hum...
— Sim, concordo. Ela vai levar isso melhor com você.

— Ok?

— Obrigado. Diga a ela para não se apressar para casa, nós


cuidamos disso e vamos avisá-la assim que soubermos de
alguma coisa.

Meus olhos a procuram. Haylee está ao lado dela, as duas


sorrindo e conversando como se fossem amigas de longa data.
Como questionei se ela se encaixaria no meu mundo? Ela se
encaixa melhor que eu. E agora tenho que tirar esse sorriso do
rosto dela. Tivemos este tempo longe, tentamos descobrir como
podemos ficar juntos.

— Sabe tão bem quanto eu, ela estará no próximo voo. Vou
enviar uma mensagem para você quando tiver as informações
sobre o voo.

— Valeu a tentativa. Eu sei que você e Brooklyn são... bem...


só não queria interromper vocês dois, mas como disse, estou
arrasado.

— Tudo bem, Rome. Obrigado. Entrarei em contato e me


desculpe pelo Denver. Sei que vão encontrá-lo.

— Definitivamente, ele provavelmente vai passear pela casa


em um dia ou dois, com uma história de MacGyver sobre como
se salvou.
O tom dele não combina com as palavras dele, mas não
consigo imaginar como deve ser para ele. Não é só o irmão dele,
é gêmeo dele.

— Com certeza. Diga a todos que desejo força.

— Obrigado, Wyatt.

— Sem problemas.

Acerto e coloco o celular no bolso. Vejo como Brooklyn


parece feliz. Se dependesse de mim, teríamos ido embora depois
dos rituais obrigatórios, mas Brooklyn insistiu em ficar até o
final. É nosso trabalho ajudar com presentes e tudo o que a
Haylee precisa no final da noite.

— Wyatt. — Meu pai diz ao meu lado. — Venha ao meu


escritório em casa depois do brunch amanhã e vamos conversar.

Volto meu foco para ele.

— Não posso. Brooklyn e eu temos que voltar a Lake


Starlight hoje à noite.

— Hoje à noite? — Ele bebe sua bebida.

— O irmão dela é um piloto e está desaparecido. Tenho que


dizer a ela e então estou ligando para o aeroporto para ver o voo
que podemos pegar.

Ele exala uma respiração ofegante.


— Por que não a envia no avião particular e pode voltar
amanhã e pegá-lo depois da nossa conversa?

Puxo meu telefone de volta, porque vou encontrar para nós


passagens aéreas agora.

— Porque ela vai ficar quebrada e precisa de alguém lá com


ela.

Ele acena com a cabeça na direção do canto que nos


oferecerá mais privacidade. Eu sigo.

— Não acha que isso está indo longe demais? Entendo que
gosta dela, mas não está exatamente pronto para ser um sistema
de apoio.

Minha mandíbula aperta. — Obrigado pelo voto de


confiança.

— Repassei os números que você enviou e ela te deu tapa-


olhos. Há cerca de três funcionários que são redundantes e
devem ser demitidos.

— Como você pode falar sobre negócios agora? Acabei de lhe


dizer que o irmão dela está desaparecido. Você é tão sem coração
assim?

Ele balança a cabeça para si mesmo. — Você sempre pensa


o pior de mim.
Me inclino para perto, para que ninguém ouça, não para seu
benefício, mas para o da minha mãe.

— Você quer falar sobre não ser um sistema de apoio? Sua


esposa estava lutando contra o câncer e você estava fodendo
alguma prostituta bem debaixo do nariz dela.

Ele olha para mim e pela primeira vez recebo a reação que
quero. Choque total. Quase podia sorrir, exceto que isso vem à
custa da minha mãe, então me sinto sujo.

— Então, desculpe-me, mas vou ser o mais forte e levar


Brooklyn para sua família.

— Você nem sabe do que está falando. — Diz quando estou


saindo.

Eu me viro. — Eu vi você. Eu estava tentando fazer minha


mãe sorrir todos os dias que você estava... — Balancei minha
cabeça nem mesmo querendo pensar sobre isso. — Você é um
imbecil que gosta de manter os outros para baixo, mas tenho o
seu maldito número.

— Você precisa observar o jeito que está falando comigo. —


Seus olhos se estreitam.

— Tenho? Por que, por que talvez um dia, se fizer o


suficiente de cambalhotas e cair de joelhos na sua frente o
suficiente, você me concederá parte da empresa? Pare de segurar
a cenoura na minha frente.
— Não teria que fazer se você pudesse ser responsável de
vez em quando. — Ele abaixa a bebida e a segura na mão ao seu
lado.

— Você é uma merda, pura e simples. — Eu o olho com


desdém nos olhos.

— Foda-se você.

— O que está acontecendo aqui? — Minha mãe corre,


segurando o vestido para que ela não tropece.

Me viro para encontrar algumas mesas ao nosso redor


tentando agir como se estivessem comendo o bolo e não ouviram
nada que discutimos. Espero que não tenham ouvido a parte
sobre a infidelidade do meu pai. Isso quebraria minha mãe.

— Oh, apenas o usual. Sou uma merda e papai é perfeito.


Certo? — Encolho meus ombros, me inclinando e beijando minha
mãe na bochecha. Seus olhos estão fixando meu pai com um
olhar mortal.

— Brooklyn e eu temos que ir. Ela tem uma emergência


familiar.

— Está indo hoje à noite? — Ela se vira na minha direção,


franzindo a testa.

— Sim, vou ligar para você. — Ela acena com a cabeça.

— Espero que esteja tudo bem. — Ela olha para o relógio.


— Você nunca vai pegar um avião. Use o jato da empresa.
— Eu rio.

— Essa oferta só é boa se Brooklyn for sozinha. — Minha


mãe olha para o meu pai. Ele puxa o próprio celular do bolso.

— Você tem uma hora antes da decolagem. — Diz ele, indo


embora.

— Desejava que vocês dois pudessem ser civilizados por


uma noite.

— Sinto muito, mãe. — Eu a abraço.

— Eu sei. Brooklyn é o mais importante agora. Vá até ela.


— Ela dá um tapinha nas minhas costas.

— Obrigado.

Passo pelas mesas até onde ela e Haylee estão sentadas.


Quando minha irmã levanta a cabeça para me olhar, seu sorriso
cai.

— O que aconteceu? — Ela pergunta.

— Eu só preciso falar com Brooklyn. — Brooklyn olha para


mim.

— Você parece muito sério para um casamento, Wyatt. —


Ela coloca uma garfada de bolo em sua boca.
— Isso é orgástico. — Os olhos dela rolam para trás e ela
geme. Haylee ri, mas ela me conhece bem o suficiente para saber
que algo está errado.

— Mamãe pode te fazer companhia. Você pode nos dar um


minuto? — Haylee fica de pé.

— Claro. — Seus olhos caem sobre a recepção e ela deve


encontrar minha mãe porque aperta minha mão antes de ir na
direção que acabei de vir.

Me sento na cadeira que ela deixou. Brooklyn está muito


ocupada apreciando o bolo para notar o olhar de pavor no meu
rosto com o que tenho que dizer a ela.
— É sério, prove um pouco. — Seguro o garfo na frente da
boca de Wyatt, mas ele não abre. — Bom. Mais para mim. —
Deslizo a delícia açucarada em minha boca e minhas papilas
gustativas dizem obrigada em um refrão retumbante.

— Podemos ir para o corredor por um segundo? — Eu olho


para ele.

— Diga-me aqui. — Uso meu garfo para apontar para o meu


bolo.

— Não. — Eu estreito meus olhos.

— O que é?

— Venha. — Ele pega minha mão e eu o permito, mas


quando volta e pega minha bolsa da mesa e em seguida me puxa
pela salão, os cabelos no meu pescoço ficam em pé.
— Entendo que estou excitada e você não pode esperar para
me deixar nua, mas disse a você que ficaremos até o final. —
Minha tentativa de fazer uma piada cai.

Ele continua andando até que eu pare firme no meu


caminho, literalmente cavando meus calcanhares no chão
acarpetado.

— O que está acontecendo? — Ele se vira, olha ao meu redor


e, em seguida, volta para o outro lado, movendo-nos para o lado
e pega minhas mãos numa das dele, já que está segurando minha
bolsa rosa.

— Rome ligou. O avião de Denver caiu. — Minha garganta


fica seca e meu estômago cai como um elevador cujos fios foram
cortados.

— Não sabem nada ainda, exceto que ainda não o


encontraram. — Olho para Wyatt. Aqui estava eu comendo bolo
e ele tentando me dizer que poderia estar enterrando outro
membro da família?

— Vamos. Estamos indo no jato Whitmore de volta a Lake


Starlight. Temos uma hora para chegar ao aeroporto. — Dou um
passo à frente e sigo Wyatt até os elevadores, o andar térreo e
dentro de um táxi em um torpor surreal. Não tenho a certeza de
processar qualquer coisa enquanto arrumamos as malas, ele
tranca o seu apartamento e vamos para o aeroporto em outro
táxi. Wyatt me coloca em um avião particular e minutos depois
estamos no ar.

— E se? — Digo, olhando através da janela para a escuridão.


São as primeiras palavras que falei desde que ele me contou.

— Sr. Whitmore, temos cerca de dez horas de voo. Não


temos atendente por causa do curto prazo, mas o avião está
abastecido com lanches e bebidas. — Chris, nosso piloto, fala no
alto-falante.

— Obrigado, Chris. — Diz Wyatt, desafivelando o cinto de


segurança e o meu, levando-nos para o sofá do outro lado do
avião.

— Por que você não dorme? — Ele dá um tapinha no colo


dele, pega um cobertor de um compartimento e coloca sobre o
meu corpo.

— Não estou cansada.

— Você vai precisar de sua energia quando chegarmos lá. —


Inclino minha cabeça em seu ombro e sua mão encontra minha
coxa.

— Se algo acontecer com ele...

— Você não pode pensar sobre isso agora. Me disse antes


como ele é engenhoso. Encontrará uma maneira de sobreviver até
o encontrarem. — Concordo com a cabeça e a mão gentil de Wyatt
na minha perna torna-se hipnotizante e todas as noites dos
últimos dias me alcançam, meus olhos se fechando.

— Brook. — Wyatt me cutuca e meus olhos se abrem.

— Eu adormeci? — Pergunto, mas a baba no lado do meu


rosto é uma indicação clara de que sim.

— Estamos prestes a pousar. — Ele coloca uma mecha de


cabelo atrás da minha orelha.

Não tenho ideia do que somos. Como Wyatt e eu somos


classificados e se devo perguntar, mas agora isso não é uma
prioridade. Chegar à minha família é a prioridade.

— Assim que pousarmos, quero ir para a casa de Holly e


Austin. — Digo, sentando-me.

— Bem, é tarde agora, ou cedo, dependendo de como você


olha para isso.

— Eles vão acordar. — Saio do sofá e vou para o meu lugar


e me cubro, tirando meu telefone da minha bolsa. Se estivesse
com ele antes de sairmos, teria ligado, mas Wyatt estava me
levando de um lugar para outro tão rápido, que não consegui
entender o fato de que meu irmão estava desaparecido.

Wyatt se aproxima depois que se curva e segura minha mão.

O avião pousa suavemente e eu olho em volta, desejando


que pudesse aproveitar isso mais do que fiz. Estamos de pé e fora
dos nossos assentos antes do avião taxiar e parar.Liguei para
Savannah sabendo que ela estaria acordada.

— Brooklyn. — Responde.

— Estamos na casa de Austin. Você já chegou?

— Acabei de desembarcar, então temos uma hora de carro


ou mais. Estaremos aí assim que pudermos.

— Ok, nenhuma palavra ainda. Cancelaram as buscas até


o sol se levantar pela manhã.

Aceno, sabendo que eles fariam isso. Lágrimas picam meus


olhos pela primeira vez, mas as engulo de volta. Agora não. Não
há nada para chorar. Denver sairá disso como sempre faz.

— Sabe o que aconteceu?

— Na verdade não. Dizem que algo aconteceu com o motor


do avião. Você conhece Denver, o ego pode tirar o melhor dele às
vezes. Talvez ele tenha tentado ir longe demais.
— É esse ego que vai tirá-lo disso. — Ouço Kingston gritar,
ao fundo.

— Estarei lá assim que puder.

— Tudo bem. — Diz ela, e desligo.

— Sr. Whitmore, chegamos. — O piloto sai da frente,


deixando o co-piloto para fazer o que ele faz. — Seu pai me
informou que você está voltando para Nova York logo de manhã.
Devido a diretrizes...

— Meu pai está enganado. Não vou voltar com você. — Olho
para Wyatt e ele revira os olhos.

— Está bem então. Devo ter entendido errado.

— Obrigado, Chris. Aprecio muito isso. — Wyatt aperta sua


mão.

— Não posso te agradecer o suficiente. Aqui. — Abro minha


bolsa tentando encontrar o que estou procurando, uma pequena
garrafa de lavanda e camomila.

— Vou enviar-lhe algo mais, mas espero que isso ajude você
a dormir hoje à noite. — Coloco o frasco na palma da mão dele e
o abraço com força em meu corpo.

— Obrigado— Diz ele e sorri.


— Ela faz poções. — Diz Wyatt, com a mão nas minhas
costas para dizer — vamos.

As escadas caem e saímos para o ar fresco do Alasca, onde


há um carro esperando por nós.

— E o seu carro? — Pergunto, caminhando em direção ao


sedan escuro.

— Aquilo era uma locação e disse a eles que pegaria um


novo quando voltasse. Não estão abertos, então é isso.

O motorista coloca nossa bagagem no porta-malas e


entramos no banco de trás.

— Uma garota poderia se acostumar com esta vida. — Eu


me inclino em Wyatt e beijo sua bochecha. — Obrigada por tudo
isso.

— Você não precisa me agradecer. — Me beija de volta nos


lábios.

— Vamos levar você para onde você pertence.

Observo-nos afastar do aeroporto e atravessar as estradas


escuras do Alasca em direção a Lake Starlight e me pergunto
onde realmente pertenço. Gostei de Nova York. O suficiente para
morar lá? Não sei. Mas estou começando a pensar que será difícil
em qualquer lugar me sentir em casa, se Wyatt não estiver lá
comigo.
Brooklyn está fora do carro antes que tenha a chance de
parar completamente, subindo as escadas e passando pela porta
da frente. Acho que a coisa toda só é diferente quando somos
convidados.

Pego as malas, dou uma gorjeta ao motorista e subo as


escadas seguindo Brooklyn já que deixou a porta aberta. Há um
murmúrio no outro cômodo e coloco nossas malas na porta da
frente.

Myles ronda a esquina, fica com um brilho nos olhos


quando me vê e corre em minha direção.

Merda.

Aperto minhas pernas juntas, mas me pega por trás de seu


focinho empurrando minha bunda.

— É sério? Você tem Daisy, vá pegar ela.


— Bem, ela ainda está se recuperando de ter seus bebês. —
Holly vem do outro lado da esquina.

— Biscoito, Myles. — Diz ela.

Assim como dias atrás ele para, seus ouvidos se animam e


então corre em sua direção, arrancando o biscoito de suas mãos
antes de sair da sala.

— Talvez deva deixá-los na porta para você. — Holly sorri,


embora seja um sorriso cansado.

— Isso pode ser útil.

Não tive a chance de conversar muito com Holly. O que sei


dela aprendi com Brooklyn ou outro membro da família Bailey.

— Estou tentando dar-lhes espaço. — Ela se senta no sofá


da sala. — Quer se sentar comigo?

— Claro. — No caminho até aqui, pensei que talvez devesse


ir ao meu apartamento porque não sou da família, mas isso
parecia insensível e não quero deixar Brooklyn sozinha.

Sento e me estico, estalando meu pescoço.

— Como foi o casamento da sua irmã? — Pergunta.

— Bem. Saímos antes que acabasse e não estou


reclamando.

Ela se acomoda no canto do sofá.


— Você gosta de Lake Starlight? — Dou de ombros.

— Gosto disto.

— Mais do que Nova York? — Inclino minha cabeça para


ela.

— Estou em um interrogatório? — Ela ri.

— Desculpa. Não. Apenas estava curiosa. Não precisa


responder nenhuma das minhas perguntas. Austin e eu... bem,
só queríamos saber se você se via aqui a longo prazo, sabe, por
causa de Brooklyn. — Ela balança a cabeça. — Oh meu Deus, me
ajude, estou me transformando em uma vadia intrometida. Não
responda a nenhuma pergunta.

Eu ri. — Está bem. Não tenho certeza de onde estamos, para


ser sincero. Gosto daqui, mas não tenho certeza se vou morar
aqui por muito tempo.

Ela balança a cabeça, mas não responde e gostaria que


dissesse exatamente o que está pensando.

— Sim, não posso dizer muito. Austin foi quem teve que
tomar a difícil decisão de se estabelecer aqui.

— Decisão?

— O que ele queria da vida. Teve uma grande oportunidade


que o levaria para a Califórnia. Teve que decidir se seu sonho
original valeria a pena ser arriscado por um sonho diferente. —
Me inclino para trás no sofá, a exaustão subindo em mim.

— Não tenho um sonho.

Ela empalidece. — Todo mundo deveria ter um sonho.

— Qual é o seu? — Inclino minha cabeça para trás em seu


confortável sofá.

— Meu? — Eu concordo.

— Sempre quis estar em algum lugar que fosse amada


incondicionalmente. Em algum lugar onde no dia a dia me
sentisse como se eu pertencesse à este lugar.

— E isso foi em Lake Starlight? — Ela ri e estica os braços


para o lado dela.

— É engraçado. Não era fã de Buzz Wheel e de todas as


fofocas, mas esta cidade recebe pessoas de fora com um cobertor
sobre os ombros e um sorriso reconfortante. Apenas se encaixa.
Não posso explicar isso. Austin, é o bônus. — Olha para uma foto
dos dois. — Mais do que um bônus. — Seu sorriso é amplo e
brilhante. Olho para o dedo anelar esquerdo e encontro vazio.

Latidos começam em algum outro lugar da casa e ela se


levanta.

— Já viu os filhotes? — Pergunta, já contornando o sofá e


indo em direção ao alpendre.
— Não. — E apreciaria qualquer distração de falar sobre
onde me vejo a longo prazo. Muita auto-descoberta depois de
viajar por oito horas.

Entramos no alpendre e os filhotes estão todos mamando


na Daisy. Myles está do lado de fora do portão olhando.

— Ele sente falta dela. — Diz Holly, acariciando Myles.

Um filhote de cachorro vem para a área bloqueada e Myles


choraminga tentando lamber através do portão.

— Por que não pode estar lá com eles? É a família dele. —


Me inclino sentindo pena de Myles. Talvez se pudesse pegar um
pouco da Daisy, me deixaria em paz.

— O veterinário disse para mantê-los separados por


algumas semanas. Na próxima semana, teremos que começar a
encontrar casas para esses pequeninos. — Holly acaricia uma
das cabeças do filhote. Ele empurra a cabeça em seu toque,
querendo mais.

— Conheço uma pessoa que vai pegar um. — Holly sorri.

— Sim, mas o apartamento de Brooklyn põe fim a isso. —


Eu concordo. Ela está certa. De jeito nenhum Brooklyn pode ter
um cachorro. Joel criaria problema.
Nos sentamos por um momento, observando Daisy
amamentar seus bebês, Myles tentando interagir com um de seus
filhotes.

— Sinto muito por me intrometer. Não deveria ter


perguntado.

— Tudo bem. Talvez precise descobrir alguma merda antes


de nós dois nos machucarmos. — Holly se senta, cruzando as
pernas e Myles sobe em seu colo.

— Quer saber o que eu acho?

— Não tenho certeza. Quero?

— Acho que pode ser um pouco tarde para isso. — Bufo


porque não tenho defesa. Holly é uma mulher muito esperta.

Todos os Baileys estão no quarto da família. Austin está


esparramado no chão, a cabeça em um travesseiro, os olhos
fechados. Juno está aconchegada em Colton na poltrona, suas
pernas sobre o braço. Savannah está na mesa, rabiscando algo
com Rome, e Liam ao lado dela, olhando para um mapa
discutindo sobre caminhos através do lápis, quando Kingston
aparece com um saco de batatas fritas, apontando um dedo
engordurado para um ponto e chamando-os de idiotas. Brooklyn
está no telefone.

Sento-me ao lado dela, ouvindo o final da conversa.

— Sedona, não pude te pegar. Precisa estar aí para a


faculdade. Sinto muito.

Ela olha para o telefone. — Ela desligou na minha cara.

Envolvo meu braço em volta dos ombros dela e a puxo para


perto de mim.

— Ela quer saber porque nós não a pegamos para trazê-la


para casa, mas ela tem aula e não pode perder...

— Posso arrumar as passagens. Phoenix também quer


voltar para casa? — Brooklyn olha para mim e lágrimas rolam
por suas bochechas.

— Como me esqueci dela?

— Estávamos ocupados e em estado de choque. — Ela


balança a cabeça, mas não está satisfeita por essa resposta. Ela
se levanta e caminha para fora. Pego o telefone dela de onde caiu.
A escuridão e eu somos os únicos acordados a maior parte
da noite. Austin se estende no chão quando o fluxo de luz entra
pela primeira vez na sala. Ele beija a testa de Holly e desliza
debaixo do braço dela.

— Você está acordado? — Ele pergunta. — Café?

— Sim. — Desencosto-me do corpo de Brooklyn e sigo para


a cozinha.

— De qualquer maneira posso pegar emprestado seu jipe?


— Pergunto.

— Por quê? — Ele pega o café do armário e começa a fazer


uma jarra.

— Preciso ir a um sítio e meu carro que era alugado, devolvi.

— Certo. Vou chamar Holly. Tenho certeza de que estaremos


aqui até conseguirmos notícias. — Ele estende a mão, pega as
chaves e as joga para mim.

— OLÁ! — Uma voz estrondosa diz antes de uma porta se


fechar.

— Merda. — Austin sai correndo da sala, mas o que quer


que tenha tentado, não funciona porque a vovó Dori efetivamente
acorda todo mundo.

— Tenho um assunto para resolver com cada um de vocês.


Como não me dizem que meu neto está desaparecido?
— Porque precisa do seu descanso e sabemos que oito horas
é horário de dormir na casa de repouso. — Rome coloca o braço
em volta dela e beija o topo de sua cabeça. — Mas agora que está
aqui, precisamos de suas habilidades de especialista em
mapeamento. — Ele puxa o mapa que estavam estudando na
noite passada. O lado esquerdo do cabelo está colado para cima
e as calças quase caem dele.

— O que? O Waze não vai te levar até ele. — Ela o pega do


alcance dele. Ela me encontra no meio da multidão e aponta
diretamente para mim.

— E você. Você é um Whitmore?

Todos os olhos mudam para mim. Brooklyn está olhando ao


redor como se não soubesse como reagir.

— Notícia velha. — Rome endireita o mapa.

— Então, dizem que ele esteve aqui na última vez que


tiveram contato, então estou pensando...

— Você é um Whitmore? — Austin me pergunta.

— Você sabia? — Savannah pergunta a Rome. Então todo o


seu interesse se move para Brooklyn.

— Eu sou. Meu nome verdadeiro é Wyatt Whitmore. Meu pai


me mandou entrar no hotel disfarçado para descobrir o quão bem
foi administrado.
— Isso me lembra um programa... — Juno começa, mas
Austin a corta com a mão.

— Você sabia? — Pergunta a Brooklyn. Ela morde o lábio e


balança a cabeça.

— E você está bem com isso? — Savannah pergunta. Eles


fazem dessa equipe uma arte. Ela olha para mim.

— Eu estou.

— Ok, então. — Diz Austin.

— Isso não significa que você é rico pra caralho? — Kingston


pergunta. Dou de ombros.

— Pare com isso. — Brooklyn vem até mim, pegando minha


mão na dela.

Todo mundo assiste o ato com as sobrancelhas levantadas.

— Sim, ele é Wyatt Whitmore, mas ainda é o Wyatt que todos


vocês conhecem.

— Exceto que é rico pra caralho. — Kingston pega o pacote


de chips que tinha na noite passada e começa a mastigá-las
novamente.

O telefone de Rome toca no balcão à sua frente e todos


param.

Ele olha para baixo.


— Atenda! — Diz Savannah com urgência.

Ele desliza o polegar sobre a tela, mas parece que acontece


em câmera lenta.

— Alô?

— Este é o irmão dele, Rome.

— Uh huh...

— Ok.

— Sim.

Todos esperamos com a respiração suspensa.

— Obrigado.

— Tchau.

Ele desliga e olha para nós.

— E? — Pergunta Savannah, e parece que está prestes a


sair da sua pele se não disser alguma coisa em breve.

— O encontraram. Está a caminho do hospital. Uma perna


quebrada e querem verificar todo o resto.

Uma vez que todos os aplausos e abraços morrem, Austin


olha para Rome com uma expressão séria.

— E o cara que estava com ele? — Austin pergunta.


— Griffin Thorne, Austin. O produtor musical. — Kingston
balança a cabeça como se Austin é o pai fora do comum. Ele disse
claramente a Austin quem era o passageiro algumas vezes.

— Ele está bem. Completamente bem. — Diz Rome.

— Para onde estão levando ele? — Juno pergunta.

— Disseram que vão levá-lo para Anchorage.

— Vamos então. — Austin olha para mim.

— Vamos pegar o carro da Holly. Quem mais pode dirigir?


— Todo mundo começa a sair, inclusive a vovó Dori.

— Hey. — Paro Brooklyn.

— Tenho algo para fazer. Se importa se te alcançar? — Ela


sacode a cabeça.

— Não. Ok.

— Obrigado.

Assisto para ter certeza de que todos estão saindo antes que
eu a beije. Não precisamos de mais perguntas sobre onde
estamos, especialmente quando nenhum de nós tem as
respostas.

— Vou ficar apenas algumas horas longe. — Seus olhos


escurecem, mas não diz nada e, esperançosamente, uma vez que
descobrir o que farei faça-a feliz novamente.
No caminho para o hospital na parte de trás da caminhonete
de Colton, acesso o Buzz Wheel para ver o que diabos está
dizendo esta manhã. Tem sido um tempo desde que tenho a
minha atualização.

A primeira notícia começa com uma foto de Denver e Rome.


É uma tirada do Lake Starlight Tourist, com os dois por trás, o
pôr do sol e as montanhas no fundo.

Todos nós conhecemos esta foto. Os gêmeos angelicais


Bailey. Sim, são um pouco indisciplinados e sim, trazem o caos
em todos os lugares que vão. Mas também trazem diversão e
amizade, e nunca deixam ninguém lutar para segurar algo
quando estão por perto. Recebemos a má notícia ontem à noite
de que o avião de Denver caiu e ele está desaparecido junto com
o produtor musical, Griffin Thorne, que era seu passageiro. A
palavra é que os Baileys estão amontoados na casa da família à
espera de notícias.
Por favor, junte-se a mim em oração por ambos os seus
retornos seguros.

Atualizarei quando tiver notícia.

A segunda notícia é mais suculenta e, se não fosse pelo


infeliz acidente de Denver, não tenho certeza de quando o Buzz
Wheel descobriria. O Wyatt Moore, que esteve em Lake Starlight
nos últimos meses trabalhando como novo gerente do Glacier
Point Resort, não é quem diz ser. Ele é, na verdade, Wyatt
Whitmore, herdeiro da Whitmore Hotels. E para completar, fiquei
sabendo que Brooklyn Bailey o acompanhou ao casamento de
sua irmã em Nova York, neste fim de semana. Devido ao acidente
de Denver, os dois voltaram para casa em seu jato particular.
Parece que Brooklyn Bailey deu um passo a frente em Jeff
Brickle. Caminhar para frente, garota!

Olho para a foto de um jato, em seguida, clico na tela e olho


pela janela.

— Quando você descobriu? — Juno se vira do banco da


frente.

— Ele me disse há algumas semanas.

— E?

— E o que? — Cruzo meus braços sobre o peito.


— Algo está obviamente acontecendo com vocês dois. Quero
dizer, ele te beijou e você se aconchegou nele. Vamos. Me dê os
detalhes. Você fez o resto? — Seu rosto excessivamente zeloso me
lembra Myles quando vê Wyatt.

Meu olhar se desloca para Colton.

— Colton, coloque seus fones. — Diz Juno.

— Claro, e dirija sem as mãos no volante? Isso soa seguro.


— Ele olha para mim pelo espelho retrovisor.

— Prefiro não saber nenhum detalhe de qualquer maneira.

— Veja, Juno. — Circulo meu dedo instruindo-a a se virar.

Ela se senta e Colton liga o rádio de volta.

Um segundo depois meu telefone toca.

— Sério, Juno? — Colton pergunta, olhando para ela.

Puxo meu telefone e, com certeza, o nome dela aparece na


minha tela.

Juno: Vocês fizeram isso?

Eu: Não sei. Colton chegou a segunda base já? Oh espere,


nem chegou à primeira ainda. Deixa pra lá.

Juno: *Emoji do dedo médio*

Eu: Agora esta dando uma de Savannah.


Juno: Só estou tentando ter certeza de que você sabe no que
está se metendo.

Eu: O que isso significa?

Ela bufa no banco da frente.

Juno: Você sabe que é um pouco... legal.

Eu: Algo me diz que legal não é realmente o que você quer
dizer.

Juno: Não quero ver você ferida.

Eu: Bem, não se preocupou quando estava pronta para


endossar suas habilidades de casamenteira no fato de que Wyatt
era perfeito para mim.

Juno: Foi quando ele era Wyatt Moore.

Eu: O que exatamente mudou seu pensamento? O fato de que


mentiu ou o fato de que vem do dinheiro.

Juno: Vamos lá. Pense nisso por um segundo.

Eu: Tchau.

Meu telefone toca mais algumas vezes, mas não vou ouvir a
negatividade dela nesse momento. Finalmente me sinto mais feliz
do que em meses e ela está estragando tudo.
— Estou silenciando você. — Digo depois que ela continua
a enviar mensagens de texto para mim.

— Que maduro.

— O que você está fazendo não é justo. Você é minha irmã.


Você deveria ser solidária.

Sua cabeça gira e Colton não tenta diminuir o volume dessa


vez. Provavelmente está esperando que ele a afogue.

— Seu nome real muda tudo.

— Como assim? — Cruzo meus braços novamente e olho


pela janela.

— Ele é como... — Ela olha para Colton. — Ajuda por favor?

Ele balança a cabeça e levanta a mão que diz que não está
se envolvendo nisso.

— Outro nível. Não tenho ideia de como explicar isso, mas


o pai dele é dono de uma das maiores cadeias de hotéis do
mundo. Ele cresceu em Nova York.

— E?

— É diferente de Lake Starlight.

— Oh Juno, você tem medo de que ele me corrompa e me


empurre para ir mais longe do que eu quero? Notícias de última
hora, não sou virgem.
Ela revira os olhos e se vira, fazendo beicinho como sempre
faz.

— Ainda é o mesmo cara que ele era. — Diz Colton,


desligando a música. — Gosto dele, e nunca o vi fazer nada, a
não ser paparicar Brooklyn. — Ele sorri para mim pelo espelho
retrovisor.

Dou-lhe um sorriso apreciativo.

— Paparicar? Gosto do seu vocabulário, Colt.

Seu sorriso se alarga e ele pisca. Por que Juno não sai com
ele? Ele é adorável e lindo.

— Bem, às vezes isso é um ato. Como um ato muito bom


para ser verdade. — Juno retruca.

— Ainda bem que estamos fazendo um pit stop. Obrigado


pela conversa maravilhosa das senhoras.

Colton desliga a ignição e sai da caminhonete, indo em


direção da nossa família pairando no SUV da Holly.

— Não quero ser intrometida, mas simplesmente não posso


vê-la se machucar novamente.

— Relaxe, Wyatt é um rebote. — A palavra me corta pela


metade porque ele não é nem um pouco, mas só a quero que saia
de cima de mim.
— Rebote não é uma palavra que deveria estar no seu
vocabulário.

— Você me trata como se eu tivesse doze anos e sou mais


velha que você! — Saio do carro, batendo a porta.

— Whoa, não vamos descontar sua discussão com Juno no


meu bebê. — Colton faz uma careta.

— Qual é o drama delas? — Liam pergunta. Eu olho para


Juno.

— Aparentemente, sou uma garota ingênua que acha que


todo homem é sua graça salvadora. — Rome levanta a mão.

— Eu não acho isso. — Holly envolve seus braços em volta


dos meus ombros.

— Duvido que fosse o que ela quis dizer. Todo mundo está
estressado e preocupado agora. Foi uma noite longa. Vamos
pegar algumas flores, cartões e outras coisas para mantê-la
ocupada.

— Eu estou levando revistas pornô. — Rome começa em


direção à loja ao lado do florista.

— Hustler é a melhor. — Liam ri, se juntando a Rome.

— Você sabe tão bem quanto eu, ele só vê pornografia em


seu telefone. — Kingston está fora para se juntar à brigada de
solteiro.
— E você? O que você acha do material pornô? — Holly
pergunta a Austin enquanto ele caminha com ela em direção à
loja de floricultura.

— Tudo que preciso é você. — Ele olha para ela.

Todas nós mulheres “ooh” e “aah” sobre o comentário digno


de desmaio de Austin quando entramos na floricultura.

— Espere. — Vovó Dori vem e aperta a mão na minha testa.


— Você se sente bem. Você está corada.

Ela não ouviu a conversa um segundo atrás com Juno?

— Estou bem, vovó. Só não percebi que as pessoas da nossa


família eram tão preconceituosas, isso é tudo. — Olho para Juno.

Ela levanta as mãos.

— O que está acontecendo? — Vovó Dori pergunta a Juno.

— Nada.

Entramos na loja de flores, Colton decidindo no último


minuto juntar-se aos garotos na outra loja.

— Quem poderia me ajudar...

Vovó Dori pede como uma educada dama, levantando a


mão.
— Precisamos de um grande arranjo. Sem rosas. Algo viril.
O cartão deve dizer: ‘Fique bom. Nós amamos você.’ Agora preciso
de uma palavra com minhas netas antes que comecem a falar
sobre coisas que devem ser mantidas a portas fechadas.
Obrigada.

A mulher ri, colocando o cabelo atrás das orelhas. — Vou


começar.

— Ótimo.

Então vovó nos crava o seu olhar para cá e agora, então


corremos até ela.

— Somos família. Não lutamos uns com os outros. Nos


amamos. Tivemos uma grande perda nessa família antes e achei
que veriam o quanto precisam avaliar o tempo que tem uns com
os outros. Denver poderia ter morrido e vocês duas estão
discutindo sobre o quê?

Nenhuma de nós diz nada.

— Coloque quaisquer problemas que tenham de lado por


hoje. Entendido?

Nós duas acenamos como as crianças repreendidas que


somos.

— Bom.
Ela se afasta e Juno e eu nos separamos na loja, cada uma
de nós escolhendo flores para o grande arranjo para Denver.

Quarenta e cinco minutos depois, vovó Dori está instruindo


a pobre mulher onde colocar as flores como se ela fosse a florista
profissional. Abro as portas, aproveitando o sol quente no meu
rosto enquanto ainda o temos.

Sento-me no banco entre as duas lojas e, pouco depois,


Rome sai e se senta ao meu lado. Provavelmente mandaram
mensagens um para o outro.

— Você conseguiu todas as revistas sujas? — Dou a ele meu


olhar entediado.

— Deixei os caras no comando. — Ele me cutuca. — Você


está de mau-humor. Fale comigo.

— Todos nesta família pensam que sou uma idiota.

— Sabe o que eu acho? — Ele se inclina para frente,


colocando seus antebraços nos joelhos olhando para mim.

— Não.

Ele ri. — Acho que você desenvolveu sentimentos por Wyatt


e é legal, Brookie. É você. Inferno, são metade das garotas que
conheço. É por isso que não há uma palavra para uma mulher
como jogador ou playboy. Juno simplesmente não quer vê-la
magoada. Ela é sua irmã e ama você. Isso é tudo. Ela não acha
que você é ingênua.

— É o fato de que tem que me avisar. — Ele se recosta e um


sorriso hesitante toca em seus lábios.

— Entendi. Eu sei. Essa família percorre toda a linha o


tempo todo, mas somos nós. Nós nos amamos demais. — Ele ri.

— Ainda não tenho certeza sobre este cravo. — Vovó Dori


tira a flor com Austin carregando o arranjo de flores gigantescas
da loja.

— Jesus, ele não morreu Vovó D. — Diz Rome.

Ela o cutuca com a mão para acalmá-lo, o que


surpreendentemente faz, me dando uma olhada para pensar no
que ele disse.

Juno caminha até o caminhão me ignorando.

Tão madura.

— E vamos para o hospital. — Rome aponta na direção que


estamos indo, em seguida, me cutuca com o cotovelo e pisca.

Sigo Colton até o caminhão dele.

— Lembre-se, seja legal. — Diz Colton quando chego para


fechar a porta do caminhão. — Na verdade, vou apenas fechar
para você.
Logo depois que ele fecha a minha porta, Juno bate na dela.
Colton joga os braços no ar enquanto ele faz o seu caminho ao
redor do veículo.

Eu rio e Juno também. Ela espreita ao redor do encosto de


cabeça.

— Sinto muito. É apenas...

— Está bem. Vamos apenas deixar ir.

— Ok. — Ela acena com a cabeça. Colton entra na


caminhonete.

— Vocês duas estão indo com outra pessoa para casa.

Ficamos em silêncio até entrarmos no estacionamento do


hospital.

Colton sai para se juntar à família na entrada e pego os


balões ao meu lado. Juno e eu ambas saímos do caminhão e ela
coloca a mão no meu braço para me impedir.

— Sei que disse que estava ok, mas estou preocupada e não
posso morder minha língua até que você me ouça.

Espero um segundo.

— Ele é mais experiente que você. Viveu uma vida de


privilégio e, na minha experiência, homens assim não pensam
nos outros antes de si mesmos.
— Deixe quieto, Juno. — Ando para longe dela, os balões
soprando no vento enquanto tento controlá-los.

— Qual é o problema agora? — Pergunta a vovó Dori.

— Estou apenas louca. — Pisei à frente ouvindo todos os


seus passos atrás de mim.

— Por que ela está brava? Eu consertei isso. — Vovó diz.

— Falha de Juno. — Kingston diz.

— Juno, deixe qualquer que seja o problema. Ela já passou


o suficiente. Agora com esse tal de Wyatt sendo um Whitmore.

Me viro quando entro nas portas do hospital, segurando


minhas mãos para impedir todo mundo de entrar. Os balões me
atingiram no rosto, e tiro meu cabelo para fora do caminho e luto
com eles até que possa ver todo mundo.

— Todos podem deixar minha vida amorosa em paz? Eu


estou bem! Eu estou ótima, na verdade! — Foco meu olhar em
Juno. — E sim Juno, fiz sexo com ele, e foi incrível, e planejo
fazer isso de novo. Ele está me usando? Não tenho ideia, mas não
me importo. Pela primeira vez na minha vida, estou colocando
tudo isso lá fora sem saber como será. — Reposiciono os balões
na minha outra mão. — Pela primeira vez, essa família pode ficar
fora do meu caminho?

Juno se aproxima.
— Brookie. — Diz ela.

— Não, Juno. Não me chame de Brookie. Você, de todas as


pessoas, não deveria estar me tratando como uma jovem
ingênua. Sei exatamente com o que estou me metendo com
Wyatt, ok? E estou bem arriscando meu coração desta vez. Pelo
menos desta vez sei que é um risco.

Me viro para encontrar os elevadores quando um conjunto


de olhos azuis e um sorriso pesado me cumprimentam.

Entrego os balões para Wyatt e saio para encontrar um


buraco para rastejar.
Aqui passo os balões para Sedona e sigo Brooklyn.

— Phoenix? Sedona? — Austin pergunta atrás de mim.

Não consigo experimentar o regresso à casa das Baileys


mais jovens. Não demorou muito para trazê-las aqui. Algumas
passagens aéreas, mas eu queria surpreender Brooklyn.

— Brooklyn! — Grito quando ela sai do hospital em um


pátio. Ela não para e corro para alcançá-la.

— Por favor, apenas pare. — Ela só vai até o final do pátio,


onde não pode ir mais longe, a menos que queira escalar uma
cerca de ferro forjado, ela está encurralada.

— Brook. — Digo, chegando ao lado dela. Deslizo seu véu de


cabelo loiro para fora do caminho para que possa ver seu lindo
rosto.

— Sinto muito que você teve que ouvir isso. — Eu me


aproximo.
— Estou feliz que ouvi. — Ela olha para mim e limpo uma
das lágrimas com o polegar.

— Não chore.

— Sou tão idiota. Apenas vá. — Se afasta de mim


novamente.

— Não.

— Por favor, Wyatt. Estou envergonhada o suficiente, não


preciso ouvir mais nenhum aviso sobre ficar longe de você.
Especialmente de você. Que você não é quem penso que você é.
Que não temos futuro. Juno está certa. Sei que estou no meu
caminho para o sofrimento, mas... — Ela olha para mim por um
momento fugaz. Estou aturdido em silêncio porque nunca tive
alguém que se dedique a mim, por mim. — Não posso ficar longe
de você. Então... — Ela enxuga os olhos. — Você tem que ser
aquele que vai embora porque eu não posso fazer isso.

— Olhe para mim. — Digo baixinho.

Ela sacode a cabeça.

— Por favor, Brooklyn. Olhe para mim.

Ela olha de relance para mim e o que quer que seja que ela
vê no meu rosto a faz virar-se na minha direção.

— Não vou a lugar nenhum. — Seus olhos se arregalam e


ela respira rapidamente.
— Você me ouviu quando disse que estou feliz por tê-la
ouvido? Não tinha ideia se você pensava em nós como um rebote
ou o quê. E sim, estou com medo de ter a ideia de um
relacionamento real com alguém, mas você é a única que posso
me ver tentando isso. Acha que faria o que fiz por você a mais
alguém? Quer dizer, deixei o casamento da minha irmã e aceitei
um favor do meu pai para usar o avião da empresa. Odeio dever
a ele qualquer coisa. Acabei de trazer suas irmãs gêmeas aqui
porque você estava tão chateada ontem à noite. — Um sorriso
hesitante se forma em seus lábios. — Cristo, nem sequer despedi
Reagan por sua causa.

Me aproximo, enfiando o cabelo atrás das orelhas


novamente.

— Você fez algo comigo e sou homem o suficiente para


admitir que gosto disso. Talvez seja a hora de falarmos sobre o
que realmente está acontecendo conosco.

Ela balança a cabeça e escolto-a para uma das mesas. Nós


nos sentamos e pego suas mãos nas minhas.

— Não tenho certeza de que tipo de namorado vou ser, mas


quero tentar.

— Ok. — Um sorriso hesitante puxa seus lábios.

— Podemos ver no que dá? — Seu sorriso se eleva.


— Não quero que me trate com luvas de pelica. Sou uma
mulher adulta e se fizermos isso, não quero que pense que tem
que ser perfeito ou pensar que não pode terminar comigo. Diga-
me se não puder mais ficar comigo. Eu sei que vai doer, mas por
favor, não fuja.

Encontro seu olhar para que ela possa ver a verdade no


meu.

— Prometo. — Seus olhos brilham quando ela sorri desta


vez. — Posso beijar minha namorada agora? — Balanço minha
cabeça e rio. — Droga, isso soou tão ensino médio. Desculpa.

— Wyatt. — Ela se levanta e vem se sentar no meu colo,


envolvendo os braços em volta do meu pescoço.

— Sim?

— Me beija.

Pedido mais fácil de hoje. Meus lábios encontram os dela e


despejo toda a determinação para fazer este trabalho em nosso
beijo. Pena que estamos em público. Termino o beijo e a puxo
para perto de mim, precisando senti-la pressionada contra mim.

Não tenho ideia para onde iremos, mas sei que estou
disposto a ver, para saber o que vai acontecer. Me importo muito
com essa mulher para de boa vontade desistir dela neste
momento. Vamos lidar com o futuro mais tarde.
— Uhuuuuull! — Alguém grita e nós dois olhamos para
encontrar as portas de correr abrindo e fechando enquanto
alguns dos Baileys assistem.

— Tem certeza de que está disposto a me levar com eles no


pacote? — Me levanto e a coloco no chão.

— Pegaria um bando de leões famintos da montanha se isso


significasse que tenho você.

Ela coloca a mão na minha bochecha, olhando para mim


como se eu fosse o único. Espero que ela me diga o quão estúpida
é a frase. Não estou acostumado com todas essas coisas
românticas, mas ela envolve os dois braços em volta de mim e se
joga no meu peito novamente.

— Eu também.

— Vamos ver seu irmão. — Digo a ela.

— Obrigada por trazer minhas irmãs aqui. — Ela acaricia a


cabeça na curva do meu braço, e eu beijo sua testa.

Passamos pelo pátio até as portas de correr.

— Vocês não deveriam estar com Denver? — Brooklyn


pergunta quando chegamos à sua família.

— Eles não vão nos deixar vê-lo ainda. Ele está indo para
um quarto. — Diz Rome.
— Falando em quartos, se vocês dois quiserem um quarto,
vamos dar o de Denver para o amor de vocês. — Acrescenta
Kingston.

Juno sorri e puxa Brooklyn para ela em um abraço,


sussurrando algo que não consigo ouvir no ouvido dela.

Austin se aproxima de mim e estende a mão.

— Significa muito para nós que você trouxe as gêmeas de


volta. Obrigado.

— De nada.

Todos encontramos lugares na sala de espera com vovó Dori


conversando com a moça na recepção todo o tempo, acho que,
com a esperança, de que isso nos leva ao quarto de Denver mais
rápido.

Liam clica na televisão para ajudar a passar o tempo.

— Ele é famoso porra! — Kingston grita. Liam liga a


televisão.

É lá que vemos uma entrevista com Griffin Thorpe, o


passageiro de Denver no avião. Ele é grande o suficiente para ser
entrevistado. Está falando sobre o acidente e a foto de Denver
está no canto da tela.

— Isso é quem ele salvou? Griffin Thorpe? — Phoenix corre


para a televisão e olha para ele com admiração.
— Nenhum de vocês sabe quem ele é? — Todos agitamos
nossas cabeças.

— Poderia mudar minha carreira. — Ela diz mais para si


mesma do que para todos nós, acho.

— É uma maneira de pensar em Denver, Phoenix. — Diz


Savannah, olhando brevemente para o telefone.

Balanço as pernas de Brooklyn no meu colo. Parece que não


podemos deixar o outro ir embora. Fale sobre um grande
obstáculo, admita seus sentimentos por uma garota e fique preso
com sua família por horas depois, quando tudo o que quero fazer
é amor com ela.

Merda, eu sei fazer amor?

Começo a entrar em pânico e depois me lembro de quando


a acordei no meio da noite no dia do casamento. Acho que
podemos ter feito amor então.

Merda, sabia que a amava... não... eu a amo? De jeito


nenhum. Posso gostar muito dela, o suficiente para querer ver
aonde isso vai, mas o amor é outra coisa totalmente diferente...
— Obrigada pela carona para casa. — Coloquei a chave na
minha porta.

Wyatt vem atrás de mim, envolvendo os braços em volta da


minha cintura.

— Vamos. Até eu sei que uma vez que você é um casal,


raramente passam uma noite distante. — Seus lábios mergulham
no meu pescoço, lançando pequenos beijos ao longo da pele nua.

A questão do que acontecerá quando ele for para Nova York


está na ponta da minha língua. Estaremos passando noites
separadas então. Mas não posso fazer isso com a gente. Tenho
que viver este momento, aproveitar o nosso tempo juntos como
se nada fosse mudar.

— Está perguntando se pode passar a noite? — Me viro em


seus braços e seus lábios continuam sua exploração no meu
pescoço enquanto segura as mãos nos meus quadris. — Aposto
que não é um comportamento normal para você?
Ele olha para mim através de seus cílios escuros e grossos.

— Você é um caso especial. — Erguendo-se em toda a sua


altura, sua palma grande agarra ao redor do meu pescoço, meu
cabelo enfiando entre os dedos. — Por falta de uma palavra
melhor, você é a exceção.

Viro a maçaneta atrás de mim e a porta se abre. — Ok, fala


mansa.

Quando entramos no apartamento, ele começa a tirar


minhas roupas. Suas mãos agarram a bainha da minha camiseta
para puxar do meu corpo. Levanto meus braços no ar porque
estou mais do que de acordo.

— Agora você tem a ideia certa. — Chega pelas minhas


costas e desabotoa meu sutiã enquanto seus lábios pousam nos
meus, sua língua deslizando em minha boca.

Meus dedos brincam com o botão de seu jeans e o zíper


desliza para baixo, eu os empurro para baixo e ele desaloja seus
braços de mim para retalhá-los de seu corpo, pulando em um pé,
com seus lábios presos aos meus.

Caminhamos para trás em direção ao quarto, uma


dispersão de roupas deixadas pelo caminho. No momento em que
estamos no meu quarto, ele está em sua cueca boxer e eu estou
de calcinha.
— Diga-me que você tem camisinha. — Diz ele em um
rosnado sexy.

Minha mão para de massagear seu comprimento pelo


algodão. — Merda.

— Sim, vou estar de volta. — Ele me dá um beijo casto e


está fora do quarto. O ouço cavar no bolso de sua calça jeans.

— Nua na cama quando eu voltar. — Minha porta da frente


se abre e fecha.

Deslizo minha calcinha pelas minhas pernas, desejando ter


me depilado esta manhã. Felizmente, fiz antes do casamento,
então os pelos são mínimos.

Rastejando até a cama, ele retorna em tempo recorde,


abrindo e fechando a porta, empurrando sua cueca boxer
enquanto joga uma caixa de preservativos na cama e sobe para
se juntar a mim.

Uma vez que está sobre mim, suas mãos correm sobre o
meu corpo mais devagar do que nunca. Seus beijos são lentos e
seu toque fica mais suave. Sua língua busca e explora enquanto
suas mãos se movem como se estivesse memorizando cada curva.
Em algum lugar no ato frenético de se despir, ele levou um
momento para se reagrupar.
— Wyatt. — Murmuro, meus olhos se fechando enquanto
ele desliza em cima de mim, empurrando minhas pernas abertas
com suas coxas.

— O que você precisa? — Pergunta, seus lábios beijando


cada centímetro de pele do meu pescoço, se aventurando entre
meus seios. Meus mamilos são pontos rígidos implorando por sua
atenção.

Minhas mãos atravessam seu cabelo escuro.

— Você. Só preciso de você. — Minha cabeça cai de volta


para a cama.

— Gosto do som disso. — Murmura contra a minha pele


aquecida.

Seus lábios nunca permanecem por muito tempo,


mantendo-me na ponta dos pés e empurrando o meu desespero
para um nível que não sabia que era possível.

Sei agora que nunca vou me libertar de Wyatt Whitmore.


Mesmo se ele me deixar, um pedaço de mim estará sempre com
ele. E esse pedaço é meu coração.
Rolo no meu travesseiro e alguém coloca seus lábios nos
meus.

Abro o olho para ver Wyatt amarrando sua gravata na


minha frente. O cheiro de café desperta meus sentidos.

— Que horas são? — Pergunto, lentamente me levantando


e descansando minhas costas contra a cabeceira da cama.

— São sete e trinta. Tenho que chegar mais cedo no hotel.


Deveríamos ter falado sobre isso, mas desde que as notícias
saíram sobre quem eu sou...

— Como você está? O que você conseguiu? Uma hora de


sono? — Limpo meus olhos não prontos para falar sobre Glacier
Point ou como os funcionários vão se sentir enganados.

— Ainda estou na adrenalina de fazê-la gozar tantas vezes.


— Ele se inclina para beijar meus lábios e eu recuo, minha mão
protegendo minha boca.

— Bafo matinal.

Ele move minha mão e me beija de qualquer maneira. Menos


a língua, graças a Deus.

— Como estava dizendo. Você quer ir junto ou separado?


Deixo isso para você, mas o Sr. Clayton está saindo hoje e vou
ser anunciado como quem realmente sou.

Balanço minha cabeça, ainda tentando raciocinar.


— Quando tudo isso aconteceu? Há quanto tempo você está
acordado?

Ele se levanta e agarra seu paletó na beira da cama.

— Você esqueceu? Nova York está quatro horas à frente de


nós.

Aceno, arrastando a xícara de café para fora da mesa de


cabeceira. Eu assopro isto.

— Uma menina poderia se acostumar com este tratamento.

Ele ri, ajeita a camisa dentro do paletó.

— Você está saindo agora?

— Vou esperar por você, se quiser ir junto.

Tomo o café esperando por um golpe imediato de cafeína


nas minhas veias. Depois que Wyatt tomou seu tempo com o
lento movimento circular de seus quadris e prometendo palavras
em meu ouvido, acabamos no banho, na sala de estar e
finalmente na cozinha quando ficamos com fome. Foi uma noite
incrível. Não estou com grande disposição para ir limpar quartos
agora.

— Desde que você precisa de uma carona. — Jogo as


cobertas de cima de mim e deslizo minhas pernas sobre a borda
da cama.
— Vou ligar o chuveiro para você. Depressa. Seu turno
começa às nove e você não quer ter que se reportar ao escritório
do chefe, não é?

Mostro minha língua. — Talvez eu queira. — Tomo mais um


gole de café e vou para o banheiro.

Wyatt me segue. — Acho que os almoços podem ficar um


pouco mais interessantes a partir de agora. — Ele abaixa as
sobrancelhas e eu levanto na ponta dos pés e o beijo.

Ele agarra minha bunda e aprofunda o beijo.

— Fale sobre agonia. Tenho que assistir você em um


uniforme de empregada durante todo o dia?

— Ainda bem que é dos anos oitenta. — Fico nos meus pés
e inalo seu perfume de sândalo.

— Talvez essa seja minha primeira providência. Obter novos


uniformes de limpeza. Vou pedir um especial para você. — Ele ri
e eu entro no chuveiro, para chegarmos a tempo. Não quero que
as pessoas pensem que estou de repente recebendo benefícios
por namorar o chefe.

Espio minha cabeça para fora do chuveiro. — Que tal eu


usar a fantasia de empregada e você usar a de carregador?
— Estou vendo seu lado perverso agora. — Ele se inclina,
me beija e sai do banheiro. — Vou colocar seu café em uma xícara
para viagem.

— Você está me tratando como uma princesa. — Grito atrás


dele e sorrio.

Rapidamente lavo meu corpo e meu cabelo e vinte minutos


depois, meu cabelo está levemente úmido pronto para ser puxado
de volta ao trabalho. Saio vestida, pego meu casaco e coloco meus
sapatos.

Wyatt está em seu terno com o meu café esperando por mim
em um copo para viagem e uma barra de granola ao lado dele.

— Me sinto a preguiçosa de nossa dupla. — Aceito o café e


pego minha bolsa e as chaves.

— Você tem que ser minha motorista, então é uma coisa do


tipo ‘vou coçar suas costas, você coça as minhas'. — Ele abre a
porta e descemos os três conjuntos de escadas e saímos do
prédio.

É bom estar em uma relação novamente. Embora eu diga


que não vou entrar com os dois pés nesta relação, ainda me
pergunto sobre o que está no horizonte para nós.

Destranco meu carro e corro para o lado dele, abrindo a


porta do lado do passageiro para ele.
— Não vamos ficar muito atrasados. — Ele pega a porta e
estende a mão para as chaves.

— Vamos. Vai ser divertido.

— Não, no primeiro dia não é. — Ele pega as chaves e espera


que eu suba. Quando fico de pé, imaginando se devo ceder, ele
levanta o pulso e olha para o relógio. — Você tem quinze minutos
para bater o ponto antes de ter um aviso escrito.

Rolo meus olhos e deslizo no banco do passageiro do meu


carro.

Uma vez que ele está ao volante e tem o cinto de segurança


preso, sinto essa sensação de estar com Wyatt. Nada mudou
entre nós, exceto que posso beijá-lo, tocá-lo e fazer sexo com ele.
Todas as coisas realmente boas.

Saímos para a estrada que leva para fora do nosso complexo


de apartamentos e ele se aproxima e descansa a mão no meu
joelho.

Sim, uma garota poderia se acostumar com isso.


— Desejo-lhes tudo de bom. Sabíamos que este dia estava
chegando quando vendi o hotel, mas é difícil, no entanto. Nunca
pretendi enganar nenhum de vocês, mas, como você sabe, Wyatt
nunca teria conseguido a configuração completa em Glacier Point
se soubessem que ele era o dono.

Todos os funcionários foram chamados para a área de


jantar privativa do restaurante, durante o horário em que está
fechado, após a correria do almoço e antes do jantar. O Sr.
Clayton está se despedindo e Wyatt está assumnido o cargo de
gerente oficial que representa o novo dono.

Reagan me cutuca com o cotovelo.

— O quê? — Sussurro.

— Precisamos conversar.

— Só descobri bem antes de você. Me desculpe por não ter


contado a você.
— Então, sem mais demora, apresento Wyatt Whitmore.

Wyatt se levanta e aperta a mão do Sr. Clayton. Deus, ele


parece tão quente quando está sendo profissional e responsável.

— Não estou brava. — Reagan se inclina e sussurra. — Mas


não é contra as regras se relacionar entre os funcionários? — Ela
levanta as sobrancelhas. Quem diria que seria Reagan leu o novo
manual do empregado? Ela encolhe os ombros quando levanto
uma sobrancelha.

— Tenho muito tempo quando estou com a mamãe.

— Não sei qual é o plano. Quer dizer, conheci o pai dele


neste fim de semana, então... — Mordo o interior da minha
bochecha.

— Juro, Brook, ele era bonito em seu uniforme de


mensageiro, mas naquele terno, é um outro nível de gostosão. —
Reagan o admira.

Devon entra e senta a três cadeiras de nós.

— Há um cara quente apenas algumas cadeiras para baixo.


— Cutuco ela.

— Obrigado, Sr. Clayton. A Whitmore Hotels sente-se


afortunada por ser a mão de confiança para levar o seu hotel nos
próximos cinquenta anos.
O Sr. Clayton sorri e a Sra. Clayton agarra sua mão. O amor
foi o suficiente para eles deixarem seus negócios e se afastarem
da cidade em que passaram a vida toda.

— Saí com Devon e adivinha o quê? — Diz Reagan.

— O que? — Eu sorrio.

— Acabamos na casa de repouso. Mamãe disse a uma das


enfermeiras que tinha uma faca debaixo da cama e planejava
usá-la na próxima vez que acendesse a luz.

Eu rio. Os olhos de Wyatt se atiram para mim.

Merda.

— Estou em apuros.

— Okay, certo. Talvez ele vá espancá-la em seu escritório


mais tarde. — Reagan não olha para mim e me pergunto se ela
realmente sente que vou me beneficiar de alguma forma por
namorar Wyatt. Sem contar os orgasmos.

— Acho que ela tem assistido a esses reality shows da


prisão. — Continua como se suas palavras um segundo atrás,
não tenha causado um corte na minha armadura. — Felizmente,
ela pensou que Devon era o diretor e se acalmou. Que vergonha.
— Ela coloca uma das mãos no rosto e, quando olho, vejo os olhos
de Devon nela.

Eu cutuco ela.
— Não acho que isso mudou a maneira como ele se sente
por você.

Ela olha e sorri para ele.

— Desde que pulei nele no carro quando me levou para


casa, tenho certeza que quer um segundo encontro.

— O que?

— Brooklyn e Reagan. — Diz Wyatt e nossos olhos se


projetam para frente. — Se importam de ter essa conversa depois
de eu terminar de falar?

— Desculpe. — Murmuramos.

— O chefe está ficando chateado. — Reagan murmura. —


Cuidado, ele pode punir você, amarrando-a na cabeceira dele.

Olho para ela e minha boca se abre.

— Como estava dizendo, a Whitmore Hotels não poderia


estar mais feliz em assumir o Glacier Point e espero que
permaneçamos uma unidade sólida com o mesmo objetivo de
tornar este hotel o principal destino do Alasca. Isso só
beneficiaria vocês e Lake Starlight como um todo. Estarei aqui
por mais um tempo, então sintam-se à vontade para me fazer
perguntas ou preocupações que possam ter. Faremos qualquer
mudança lentamente, implementando-as em uma base
experimental antes de torná-las permanentes. — Seus olhos me
encontram. — Uma última coisa antes de deixar todos vocês irem
embora. Sou um cara transparente e estou ciente do blog do Buzz
Wheel que é popular nesta comunidade. Sei que eles me
expuseram com uma funcionária da Glacier Point dizendo que
estávamos envolvidos. Acredito que minha vida privada é apenas
isso, privada. Espero que encerre toda e qualquer discussão
sobre esse assunto.

Ele é louco? Por que iria ao menos falar sobre isso?

A sala está em silêncio, e não posso deixar de notar que todo


mundo está evitando olhar para mim.

Wyatt bate as mãos e sorri.

— Isso é tudo. Como disse, trabalho com uma política de


portas abertas.

— A menos que Brooklyn esteja lá. — Alguém atrás de mim


ri.

Minhas bochechas esquentam e olho para trás para ver que


é Neil.

Todos estamos de volta ao trabalho. Devon para Reagan,


então acho que vou começar nas suítes que deixei para vir a esta
reunião.

Estou esperando pelos elevadores de serviço, percebendo


rapidamente como a dinâmica será diferente, agora que estou
namorando abertamente Wyatt, que é o conhecido filho do
proprietário. As portas pratas se abrem e fico feliz de encontrá-lo
vazio, já que a maioria dos funcionários provavelmente vai
demorar até que sejam forçados a voltar ao trabalho. O grande
corpo de Wyatt entra e as portas se fecham atrás dele.

— Como estive? — Pergunta, encurralando-me. — Não


tenho certeza se vou estar em um elevador sem pensar em você
agora.

— Está me dizendo que fui a primeira mulher que beijou em


um elevador?

Ele ri, seus lábios descendo no meu pescoço. — Primeira e


única.

— Estamos no trabalho. Não posso fazer isso. — Me solto e


saio de seu abraço.

— O que estou perdendo? — Ele cruza os braços e se inclina


contra o lado oposto do elevador.

— Que sou a garota.

— A minha garota.

Atiro-lhe um sorriso azedo. — Linha fofa.

Ele sorri para mim.


— Ok, qual é o problema? Está louca por ter falado do nosso
relacionamento?

Dou de ombros.

— Não tanto quanto o fato de que as pessoas já estão


falando sobre nós.

— Sério?

— Eles acham que estou recebendo tratamento especial.


Está sendo um dia difícil.

As portas se abrem e eu saio. Ele me segue, mas coloco


minha mão em seu peito. — Apenas me dê algum tempo.

— Não. Quero falar sobre isso. Senti sua falta o dia todo.

Minha mão cai e quero desesperadamente entrar em um


quarto vago para ficar com ele, mas continuo forte.

— Não tenho certeza...

— Apenas lhes dê tempo. Vamos provar que estão errados.

Ele se aproxima e não paro porque não quero lutar com ele.
Meu corpo o quer. Meu coração o quer. Minha cabeça o quer.

Seus braços me envolvem e nós voltamos para a parede.

— Sei que isso é difícil e estou realmente esperando que meu


pai fale comigo sobre isso, pois é contra as regras, mas acredite,
não vou atender às suas exigências em qualquer lugar, exceto
dentro do horário de trabalho.

— Você fala tão bem.

Ele olha em ambas as direções do corredor e de volta para


mim. — Posso pegar esse beijo agora?

— É melhor fazer isso rápido.

Ele se inclina. — Tanto quanto odeio fazer algo rápido com


você. — Seus lábios pressionam os meus e as portas do elevador
abrem. O empurro de cima de mim.

Reagan sai do elevador e olha para nós dois, colocando a


mão na lateral do rosto. — Não vi nada.

Imploro com meus olhos para Wyatt. Ele entende agora?


Claro, é fácil para ele, ele é o chefe.

— Vá. — Diz ele, apertando o botão do elevador.

— Hoje à noite, estamos saindo.

— Combinado. — Vou até ele, beijo-o na bochecha e corro


pelo corredor para alcançar Reagan.

Atrás de mim, a porta do elevador bate e resisto à vontade


de olhar para trás, para mais uma olhada.

— Reagan. — Agarro seu cotovelo, e ela diminui seus


passos.
— Você não tem que deixar seu namorado por mim.

— Você pode por favor não fazer isso?

Ela levanta a sobrancelha para mim e contorna a esquina


para os corredores de limpeza. — Do que está falando?

— O falatório sobre Wyatt e eu namorando e eu recebendo


tratamento especial. — Cada uma de nós reabastecemos nossos
carrinhos com pilhas de toalhas.

— O que é divertido para mim se você está namorando o


chefe e não posso brincar sobre isso? — Ela se move para os
artigos de higiene pessoal e pega algumas garrafas de minha
lavanda do meu carrinho.

— Tenho as suítes no último andar. Vamos estimular seus


negócios.

Talvez esteja exagerando e sendo muito sensível.

— Você não pensa menos de mim?

Ela ri. — Menos de você por estar dormindo com um gostoso


como Wyatt? Fale comigo, garota.

Paro de estocar por um momento enquanto tudo me atinge.


Sinto que estou no olho do furacão. É calmo e sereno e estou
amando meu tempo com Wyatt, mas fora de nós, há uma
tempestade girando em torno de nós. Não podemos viver no meio
para sempre.
— Quer saber o que penso? — Pergunta, vindo para o meu
lado e colocando a mão no meu ombro. Ela não espera que
responda. — Acho que, como sempre, Brooklyn Bailey está se
preocupando com o que as outras pessoas pensam e não com o
que ela pensa.

— Não. Quero dizer...

— Sou sua amiga, Brooklyn. É meu direito tirar sarro de


você por namorar o chefe. Deveria fazer insinuações sobre portas
fechadas e rapidinhas na escada. Mas não estou te julgando.
Realmente sinto o oposto porque estou orgulhosa de você
finalmente pegar algo que quer. Se os outros idiotas aqui estão
dizendo alguma coisa, me diga e vou chutar a bunda deles. — O
braço dela cai sobre meus ombros, e ela me puxa para o lado
dela. — Apenas se divirta e aproveite o que quer que seja entre
vocês dois.

— Obrigada. — Sorrio, sentindo-me melhor.

— O que você fará agora?

Minhas sobrancelhas se contraem.

— Ok, repita depois de mim.

— Reagan...

Ela coloca a mão no ar e quando eu não faço, ela faz isso


por mim.
— Prometo me divertir explorando meu novo
relacionamento com Wyatt. — Ela espera.

— Prometo me divertir explorando meu novo


relacionamento com Wyatt.

— E não vou ouvir as opiniões dos outros.

— Não vou ouvir as opiniões dos outros. — Repito.

— Não vou me importar se formos relatados no Buzz Wheel.

Bato e canto por um segundo e ela me lança seu melhor


olho do mal.

— Não vou me importar se formos relatados no Buzz Wheel.

— Vou me esgueirar em quartos vazios e fazer sexo com meu


namorado.

— Reagan!—

Ela ri. — Valeu a tentativa. Tire o máximo proveito de todas


as camas neste lugar. — Ela beija minha têmpora e volta para
seu carrinho.

— Mas não nos quartos que estou limpando.

Nós duas rimos e, como sempre, Reagan tem um jeito dela


que me faz sentir melhor comigo mesma.
Já se passaram três semanas e meu relacionamento com
Brooklyn só ficou mais quente à medida que as temperaturas
despencavam. A maior parte do meu tempo é gasto em seu
apartamento, exceto pela noite rara que a surpreendo com o
jantar na minha casa. Além de alguns deslizes no hotel,
mantivemos a distância no trabalho. Ela ainda é um pouco
sensível sobre o que os outros podem pensar.

A perna de Denver está se recuperando, e ele se tornou


ainda mais uma celebridade local depois de ser entrevistado para
a televisão porque o cara que ele salvou era um especialista, de
Los Angeles.

Coloco a caixa na frente da porta do apartamento dela e


bato. Espero que ela não bata a porta na minha cara. Não nos
conhecemos há anos, mas tenho certeza que acertei.

Querendo ver sua reação, me inclino na parede oposta e


espero.
Ela abre a porta com o avental. Sabia que cheirava coco.
Minha desculpa para deixá-la em um dia de folga foi difícil, mas
fico feliz em ver que ela passou a fazer novos óleos.

— Por que você está aí? — Seus olhos encontram os meus


com um olhar divertido em seu rosto.

Aponto meu dedo para o chão.

Seu olhar se desloca para baixo e depois voa de volta para


mim. É assim que seria ter um filho na manhã de Natal?

— Oh meu Deus! — Ela se agacha e acaricia a cabeça do


cachorrinho saindo da caixa. — Para mim?

Concordo.

— Mas Joel? — Sua pergunta não a impede de pegar o


cachorro e abaixar-se para o chão onde ela se senta com as
pernas cruzadas.

— Tudo bem. Falei com ele primeiro.

Convencê-lo era quase impossível, uma vez que ele tem uma
política rigorosa de não permitir animais de estimação. Tive de
dar um depósito e prometi ser responsável por quaisquer danos.

Ela beija o filhote de cachorro preto, branco e marrom, suas


orelhas que são grandes demais para o tamanho dele, se
contorcendo.
— Melhor presente que já recebi. — Ela se levanta, o filhote
de cachorro enganchado debaixo de um braço, caminhando pelo
corredor curto para mim. Seus lábios caem no meu e minha mão
desliza para a parte de trás do seu pescoço, aprofundando nosso
beijo. Ela geme.

O filhote grita e se contorce em seu braço.

— Só para esclarecer, se o cachorro me atrapalhar, haverá


problema.

Ela ri e me beija mais uma vez antes de acariciar o cachorro.

— Temos que ir às compras. E você precisa de um nome. —


A sigo em seu apartamento, pegando a caixa que Holly arranjou
para mim. Este é o primeiro filhote a deixar Daisy e Myles, mas
acho que fez Holly se sentir melhor que o pequeno estava indo
para Brooklyn.

Ela segura o filhote no ar e espia por baixo. — Garoto!

— Espero que esteja bem. Quer dizer que não é uma garota.
Holly disse que ele seria perfeito para você.

Ela vem até mim com o cachorro nos braços e me beija na


bochecha.

— Ainda bem que gosto de garotos.

Olho em volta. — Você quer dizer garoto, certo?


Ela sacode a cabeça e me entrega o cachorro.

— Deixe-me terminar este lote e vamos até a Avenida Bark.


E, Wyatt. — Diz ela depois de estar de volta atrás do balcão da
cozinha.

— Sim?

— Abrace o garotinho. — Olho para ver que o estou


segurando com dois braços estendidos na minha frente.

— Nunca tive um animal de estimação antes. — Ela ri.

— Bem, você tem agora. Vamos falar de nomes.

Ela limpa as mãos e pega o filhote dos meus braços


esperando que me sente em uma cadeira antes de depositá-lo de
volta no meu colo.

— Lá vai você. — Ela pega a minha mão e coloca sobre a


cabeça do rapaz, acariciando a cabeça e as costas, uma e outra
vez até que eu imite o movimento.

Voltando para a cozinha, ela olha por cima do ombro para


se certificar de que não parei.

A pequena bola de pelo cai no meu colo, enfiando a cabeça


no pequeno espaço entre o meu braço e o meu lado.

— Que nomes você gosta? — Pergunto.

— Mocha? — Sacudo minha cabeça.


— Girly

— Macho? — Ela ri.

— E quanto a Jack ou Rocky?

— Ace? — Ela lava as mãos novamente e tira o avental se


aproximando de mim, ajoelhando-se na minha frente.

— Do que você quer ser chamado, homenzinho?

— Você deve ser a única a decidir, ele é seu agora. — Ele


senta no meu colo enquanto Brooklyn o acaricia.

— Quero que nós escolhamos o nome juntos.

A palavra nós causa uma picada no meu peito. Poderei estar


fora daqui a alguns meses. Atrasei meu relatório final para o meu
pai porque, uma vez que o fizer, espero voltar a Nova York. Não
discutimos o que vamos fazer. Jeff não foi o suficiente para ela ir
para São Francisco, como diabos vou ser o suficiente para ela ir
para Nova York?

— Vamos para a loja e então talvez algo venha até nós. —


Digo.

Ela pega o cachorro e fico de pé para pegar meu casaco.


Pensamentos do nosso futuro continuam me atormentando à
noite e quero trazer o assunto para cima, mas não quero estressá-
la.
— OH! — Ela exclama, assustando o rapazinho.

— Esqueci de te contar. Adivinha o quê? — Ela pega um


envelope nas mãos.

— Com as vendas on-line, adivinha o que eu fui capaz de


pagar? — Ela acena o envelope na minha frente.

Arranco-o de suas mãos e vejo o nome de Joel escrito nele.


Fazendo a matemática na minha cabeça, acho que é o primeiro
dia do mês de amanhã.

— Aluguel?

Seu sorriso faria chover a luz do sol no inferno.

— Não posso acreditar. Nunca pensei que seria possível. —


Ela coloca o cachorro na caixa e envolve seus braços em volta da
minha cintura, olhando para cima. Para mim. Sua mão roça a
parte de trás da minha cabeça.

— Obrigada. Nunca poderia ter chegado tão longe sem você.

— Você fez isso. Só ajudei você com as ferramentas de


negócios, mas são seus produtos, Brooklyn. Isso é o que vai
manter as pessoas voltando. — A beijo levemente nos lábios, meu
coração se enche de amor por essa garota.

— Você é como um pequeno milagre enviado para mim. —


Ela me aperta com força e a seguro perto, nunca querendo que
esse momento termine.
— Poderia dizer a mesma coisa. — Digo, minha voz rouca de
emoção.

Ela se afasta de mim, sorri e me abraça novamente. Espero


que possamos superar a tempestade que está prestes a cair em
nós porque acho que estou caindo.

— Vamos. Vamos comprar coisas para esse cara. — Diz ela.

Ela recua, mas roubo outro beijo antes que ela fique muito
longe.

Entramos no pequeno centro da cidade, onde fica a Bark


Avenue, na saída da Main Street. No momento em que estamos
fora da loja, o filhote não tem nome, mas tem uma cama, uma
coleira, um colarinho azul, tigelas de comida, comida, guloseimas
e outros trezentos dólares de utensílios de cachorro adicionais.
Paguei por tudo isso porque não posso dar a ela um presente e,
em seguida, deixá-la cair tanto no essencial. Nunca soube que o
essencial era tão caro.

— Vamos levá-lo para passear. — Diz Brooklyn, agachando-


se ao lado do carro, prendendo a guia no pescoço.

— Claro. — Coloco todo o resto dentro do bagageiro,


entrego-lhe a coleira e coloco uma espécie de recipiente de saco
de cocô no final da coleira.

— Nunca soube que os cães precisavam de tanta coisa. —


Brooklyn se levanta do concreto e dá dois passos enquanto o
filhote fica parado. Ela volta, acaricia ele e então faz movimentos
com a cabeça para ele segui-la.

Deslizo no capô do meu carro.

— Isto deve ser divertido de ver.

Ela olha fixamente para mim. — Obrigada pela ajuda. — Ela


diz.

— Quis dizer que posso olhar para dentro de sua camisa


toda vez que você se inclina. — Assisto novamente enquanto sua
camisa mergulha.

— Amo esse sutiã vermelho.

— Só para você saber, se você pode, todos os outros também


podem. Quer que continue curvando-me? — Suas sobrancelhas
levantam.

Saio do carro. — Já percebi.

— Foi o que pensei. — Ela se levanta e cutuco o cachorro


quando ela se aproxima.

Cheira alguma coisa, cava as patas na calçada de concreto


e se recusa a ceder.

— Nós temos o único cachorro que não quer dar um


passeio? — Ela pergunta e tudo que posso fixar é o nós em sua
frase.
— Vocês pegaram um dos filhotes? — Olho para o lado para
encontrar Colton caminhando em nossa direção com um
refrigerante na mão.

— Wyatt me surpreendeu com esse. — Brooklyn o abraça.


— Por que não anda na coleira?

Colton ri e estende a mão para a coleira, pega o filhote e


coloca nos braços de Brooklyn. — Você precisa treiná-lo para
segui-la primeiro.

— Mas queria dar uma volta.

Ele bebe sua bebida. — E você pode, carregando ele.

Os lábios do Brooklyn se abaixam.

— Pensei que estávamos indo nos encontrar na academia?


— Juno caminha, me vendo, Wyatt e o cachorro.

— O que está acontecendo? Quem é esse? — Aponta para o


cachorro.

— Wyatt pegou um dos filhotes para Brooklyn. — Colton a


responde.

— Ah legal. Você vai ser um daqueles donos de cães que


carregam o cachorro no colo? — Ela inspeciona o cão nos braços
de Brooklyn.
Não olhou para mim uma vez desde que chegou e é assim
que as coisas estão desde que voltamos de Nova York e Juno
descobriu quem eu sou. Acha que eu a desprezei em algum
momento, considerando que ela era uma vez a líder de torcida no
meu time, até que meu nome verdadeiro saiu. Ela é a única que
não está no clube — Wyatt e Brooklyn para sempre.

— Não, mas de acordo com o veterinário,— Brooklyn olha


para Colton. — Não vamos levá-lo na coleira até que ele esteja
confortável.

— Não é um veterinário.

Juno coloca a mão no ombro dele. — Você vai ser em poucos


anos. — Então ela olha Brooklyn. — Ia dizer que não vai tratá-lo
como um bebê.

— Nós devemos ir. — Colton faz uma festa com o filhote de


cachorro.

— Lindo rapaz.

— Tchau, pessoal. — Juno acena, ainda sem me dar um


olhar fugaz.

— O que há com sua irmã? Ela parece... — Brooklyn me


corta.

— É problema dela. — Começa a andar, então sigo, enfiando


a coleira dentro do meu bolso.
— O que?

— Ela só acha que você poderia estar me usando. — Ela


encolhe os ombros.

— Eu não estou.

— Eu sei.

Amo o fato do Brooklyn estar tão disposta a me defender,


mas odeio o fato de sua irmã pensar o pior de mim.

— Vou conversar com ela.

— Não se incomode. Ela vai superar isso.

Andamos em silêncio e quando os braços de Brooklyn se


cansam, pego o filhote. Quando passamos pelas lojas, outros
residentes do Lake Starlight sorriem e nos cumprimentam.

— As coisas estão ficando sérias, entendo. Vocês adotaram


um cachorro juntos? — Jack, o melhor amigo de Austin, diz
enquanto passamos por sua loja de ferragens.

— Ei pessoal. Que fofura? — A mãe de Holly, Karen, nos


para do lado de fora do Lard Have Mercy enquanto ela coloca um
panfleto para a noite do bingo no salão do VFW do lado de fora
da janela.
— Holly queria que eu ficasse com um, mas disse a ela que
não posso agora, então estou feliz que vocês dois tenham pegado
um. — Acaricia a cabeça dele e sorri, voltando para dentro.

Enquanto andamos pela cidade, percebo quantas dessas


pessoas conheço e que me conhecem agora. Não estou mal. O
barista do café da esquina em Nova York me reconheceria.
Inferno, o segurança do prédio da Whitmore Hotels me fez
mostrar duas formas de identificação quando deixei meu crachá
no meu apartamento e eu passava por aquele cara todo dia. Dei
ingressos para o Natal Hamilton. Sabe o quão difícil essas coisas
são para conseguir?

Nos sentamos no banco perto do lago e colocamos o cara


peludo entre nós.

— Ele é muito calmo. Com uma calma assustadora. — Diz


Brooklyn.

— Provavelmente está apenas tentando absorver tudo.

— O que acha do Gizmo do antigo filme The Gremlins?

— Nunca vi o filme. — Sua boca está aberta.

— Como assim?. Meu pai nos fazia assistir todo Natal.


Depois da manhã de Natal, no entanto. Minha mãe disse que era
muito assustador para assistir antes de um homem de terno
vermelho entrar em sua casa e deixar presentes. Mas era uma
tradição para aqueles de nós com idade suficiente para assistir.
— Ela suspira.

— Kingston e os gêmeos nunca tiveram a experiência com


nossos pais porque a regra era que você tinha que ter onze anos.
Austin manteve a tradição viva para eles, mas não foi o mesmo.
De qualquer forma, implorei aos meus pais por um Gizmo. —
Pega o filhote e muda sua voz para conversa de bebê.

— E você se parece com o Gizmo.

— Feito, então.

— Sem argumentos?

Como posso discutir? Ele é dela.

Ela me beija e coloca a cabeça no meu ombro.

— Obrigada.

Olhamos para o lago com as montanhas ao fundo e fico


espantado com o quão bonito este lugar é e com o quanto estou
aproveitando o meu tempo aqui.

Assim como o frio está começando a ficar mais forte, e estou


prestes a sugerir que voltemos para o carro, quando meu telefone
toca no meu bolso. Brooklyn se senta e pego meu telefone.

— Meu pai. — Murmuro antes de deslizar meu polegar. —


Hey, pai.
— Estamos saindo de Nova York de manhã e sua mãe e eu
estaremos chegando logo. Queremos uma suíte e é melhor ter
tudo o que preciso até lá. Sei que está arrastando os pés, mas
está chegando ao fim agora. E lhe disse para tirar a palavra —
hey— do seu vocabulário. — Olho para Brooklyn, não para
deixá-la chateada por discutir com meu pai.

— Bem. Vou fazer os arranjos.

— Bom.

— Tchau.

— Tchau. — Desligo meu telefone e coloco no meu bolso.

— Meus pais estão vindo.


E aqui vamos nós novamente.

Wyatt dispensou a mim e Gizmo, depois da ligação com o


pai ontem à noite. Disse que precisava ir ao Glacier Point para
terminar alguma papelada e garantir que houvesse uma suíte
disponível. Nenhum de nós queria deixar o Gizmo sozinho desde
que chegou aqui em casa, então fiquei com ele.

Juro que toda vez que algo surge com o pai dele, isso o
coloca em parafuso, e não se parece com o homem que eu amo e
passo cada minuto do meu tempo livre.

Não estou ansiosa para ir trabalhar hoje e cumprimentar o


pai dele no meu uniforme de limpeza. Eu já posso imaginar o
olhar de nojo no rosto do Sr. Whitmore.

Eu circulo as portas giratórias e entro pelo saguão.

— Bom dia, Brooklyn. — Mac diz, sinalizando-me para ir ao


seu posto de concierge. — O pai de Wyatt está aqui.
— Eu sei. — Ele esfrega as mãos em seu rosto.

— Claro que você sabe. Ei, parabéns pelo cachorro, grandes


passos.

— Obrigada. — Enquanto eu me afasto, olho para trás,


imaginando como ele sabe. Certamente Wyatt está ocupado
demais para dizer qualquer coisa que não gire em torno de seu
pai chegando.

— Buzz Wheel. — Diz Mac. — Alguém tirou uma foto sua na


Main Street.

Eu aceno. Claro. O que costumava ser um ritual noturno


caiu aos poucos. Eu suponho que ficar no altar pode ter esse
efeito, mas eu preciso voltar a lê-lo porque eu quero saber o que
eles estão dizendo sobre Wyatt e eu.

— Brooklyn! — Eu olho para a escada elaborada que


serpenteia até o centro do lobby. Lá está Eva Whitmore. Ela acena
freneticamente e levanta o dedo.

— Fique aí mesmo.

— Whoa, a mãe dele. — Diz Mac.

Eva desce as escadas e está vestida com um lindo terninho


azul-marinho com saltos. Seu cabelo está perfeito em um
penteado elegante que termina em seus ombros.
— Como você está, querida? — Ela envolve seus braços em
volta dos meus ombros.

— Estou bem. — Olho para Mac por cima do ombro


enquanto ele observa com espanto.

— Oi, senhora Whitmore. — Ela se separa e sorri.

— Eva.

— Ok.

— Diz. — Isso não pode estar acontecendo agora.

— Eva. — Seu sorriso se alarga.

— Ótimo. — Ela bate palmas e se inclina.

— Disse a Wyatt que queria que você tivesse o dia de folga


para que pudesse me levar ao redor de sua pequena e bonitinha
cidade. Dirigimos pela Main Street e é adorável. Se estivesse
nevando, seria como estar dentro de um globo de neve. — Sua
excitação aumenta à medida que fala.

— Mas conhece Wyatt, disse que você nunca iria concordar


com isso.

— Ele tem razão. Todo mundo está confiando em mim, mas


estou de folga amanhã.

— Perfeito. — Ela sorri.


— E vi uma pequena garrafa de óleo de lavanda ao lado da
minha cama. É seu? — Dou de ombros.

— Sinto muito.

— Por quê? Vou usá-lo quando for tirar uma soneca. Não
posso esperar.

— Eu sei, mas o Sr. Whitmore...

— Pare com todas as formalidades. Abe nem vai perceber


essas coisas, acredite em mim. Enquanto estava a caminho
daqui, meu amigo estava me perguntando sobre o que você deu
a Wyatt que funcionou tão bem com as dores de cabeça dele? —
Sorrio educadamente e inclino-me mais perto dela.

— Trabalho aqui. Não posso te chamar de Eva e Abe


enquanto estiver sob este teto. — Sua mão desce pelo meu braço
e volta.

— É compreensível. — Ela olha em volta pela primeira vez,


vendo todos os olhos em nós, fingindo que estão fazendo outra
coisa, enquanto assistem a nossa interação.

— Que tal almoçarmos? Wyatt estará com Abe o dia inteiro.


Sinta-se à vontade para trazer outro funcionário, se quiser.

— Isso é doce, mas...


— Por favor? Podemos apenas almoçar no restaurante do
hotel. Nosso tempo foi interrompido no casamento. Vi que seu
irmão está bem.

— Viu?

— Ele estava no noticiário, mas quando pesquisei em Lake


Starlight, encontrei este pequeno e doce blog. Hum... não me
lembro do nome. — Só pode estar a brincar comigo.

— Lake Starlight Buzz Wheel?

— Sim. — Ela aponta para mim como — Bingo— e sorri.

Fecho os olhos por um segundo e inspiro para tentar


alcançar um estado zen.

— Mencionava a reabilitação dele e toda vez que faço uma


atualização, geralmente há pelo menos uma menção sobre
alguém da sua família. Vi que o seu outro irmão está abrindo um
restaurante. E amei ver Wyatt tão feliz ontem à noite quando
cheguei.

Meu coração bate no meu peito. Como na Terra ela achou


esse blog?

— É melhor ir bater o ponto. Mas e quanto ao almoço? —


Me afastei, precisando começar a trabalhar e não tendo tempo
para discutir com ela por mais tempo.
— Claro, não quero que tenha problemas com o chefe. —
Pisca e acena enquanto circulo minhas botas e passo através da
porta.

— Apenas funcionários.

Quando estou segura no vestiário, pego meu uniforme para


trocar quando escuto uma conversa acalorada do outro lado da
parede. Não consigo distinguir palavras reais, mas a voz de Wyatt
é a mais alta. Faço uma careta. Acho que as coisas não estão indo
bem com o pai dele.

Depois de me trocar, vou até o setor de limpeza, pensando


em como será desconfortável para Molly me servir com a sra.
Whitmore à mesa. E realmente quero que ela ande pelo centro de
Lake Starlight, onde as pessoas lhe vão contar toda a minha
história de vida? Não, não quero.

Reagan já está empurrando o carrinho para fora da área do


setor quando chego.

— Ouvi dizer que os sogros estão na cidade. — Diz ela.


Sacudo minha cabeça.

— E adivinha? Temos um encontro no almoço.

— Te disse, não estou em trios. Além disso, Devon pode ter


um problema se não o convidarmos.

— Obrigada Reagan.
— Sra. Whitmore quer que eu almoce com ela e você vai
junto para que as pessoas não me julguem e olhem. — Ela sacode
a cabeça.

— Não se lembra do seu juramento?

— Não. — Deslizo por ela e começo a encher meu próprio


carrinho. — Oh. — Olho para fora da porta.

— Não coloque nenhuma das minhas coisas nos quartos.


Não quero que o Sr. Whitmore fique chateado. — Ela revira os
olhos.

— Certo.

Mentalmente anoto para descobrir porque Reagan


provavelmente não dá a mínima para o que o Sr. Whitmore pensa.

Meio dia e vinte e cinco chega e termino meu último quarto.


Tenho que esperar por todos os outros com check-out tardio para
começar a arrumar, por isso vai ser uma tarde cansativa.

Reagan rola o carrinho e lava as mãos.

— Estou pronta, querida. Acha que ela vai gostar de mim?


— O que há para não gostar? — Rimos e saímos do
quarto, andando pelo corredor. Logo antes de entrarmos no
elevador, nossos rádios comunicadores ligam.

— Serviço de limpeza na Sala de Banquete B, por favor. —


Diz Neil no rádio.

Reagan e eu nos olhamos. Não somos estúpidas. É o mesmo


protocolo que aconteceu quando nos disseram que o hotel foi
vendido.

— Sabe de alguma coisa? — Pergunta.

— Não. — Mastigo o interior da minha bochecha.

O elevador para no nível principal e os outros


departamentos estão entrando na Sala de Banquete B, deixando
o que estou supondo ser uma equipe esqueleto.

— Estarei lá. Só quero dizer à Sra. Whitmore que não


podemos fazer isso.

— Vou guardar um lugar para você . — Ela se agarra à


minha mão dando um grande aperto.

O medo me pesa quando faço o meu caminho para o


restaurante.

A Sra. Whitmore está conversando com Devon, com uma


fileira de seis copos de vinho na frente dela.
— Esse é o Pinot. — Devon aponta sorrindo para mim.
Rapidamente atravesso as mesas.

— Sra. Whitmore, tenho que estar em uma reunião que


acabou de ser chamada, então sinto muito, mas não vou poder
me juntar a você. — Seu sorriso vacila.

— Oh, tudo bem. Não se preocupe. Estou testando a seleção


de vinhos. — Ela ri. — Jantar hoje à noite. — Aponta o dedo para
mim.

— Definitivamente.

Ouço o telefone de Devon explodir. Ele se esforça para


discretamente silenciá-lo.

— Não se preocupe comigo. Não vou dizer ao chefe. — Eva


ri. Devon lê o texto e me lança um aviso não verbal como — vá.

— Ok, tenho que ir. Vejo você hoje à noite. — Grito pelo
restaurante vazio, acenando com a mão.

Corro para o salão e deslizo através da porta. Wyatt está na


frente e me olha chegando atrasada. O mais silenciosamente que
posso, encontro Reagan e sussurro desculpem-me a todos até
que esteja sentada ao lado dela.

— Ok, vamos começar isso. Vamos conversar com todo


mundo em duas rodadas, então quando sair desta sala, voltará
ao trabalho e os que estiverem lá irão vir para cá. — Ele olha para
o pai que concorda.

— Primeiro, gostaria de apresentar o proprietário da


Whitmore Hotels, meu pai, Abe Whitmore. — Seu pai se levanta,
mas seus olhos encontram os meus primeiro, um olhar
presunçoso em seu rosto.

Wyatt se afasta do microfone deixando espaço para seu pai.


Os poucos centímetros que Wyatt tem sobre o pai são mais óbvios
quando estão tão próximos. Mas além disso, compartilham
muitas das mesmas características faciais.

— Olá a todos. Vamos fazer isso rápido, já que temos um


hotel para gerenciar. Como todos sabem, enviei Wyatt aqui para
obter o escopo completo de como o hotel opera. Dissecamos tudo,
desde números até a presença de funcionários, até os sistemas
implantados e a receita projetada. Infelizmente, não é possível
colocar o hotel de volta ao azul sem grandes reformas, e não
tenho certeza de que ele vai mudar isso. Wyatt me convenceu de
que encerrar em uma semana colocaria muitos de vocês em uma
situação ruim, então resolvemos por um mês.

Grunhidos e sussurros se espalharam como fogo pela sala.

— Você sabia? — Reagan me pergunta.

Balanço minha cabeça, meus olhos em Wyatt, o homem que


ainda tem que olhar para mim. Ele não está encontrando o olhar
de ninguém. Ele sabia o tempo todo que o plano era fechar o
Glacier Point? Abe levanta as mãos.

— Há algumas boas notícias. — A sala se acalma, esperando


para ouvir as coisas boas.

— A Whitmore Hotels adquiriu o resort em Sunrise Bay e


estará abrindo aquele sob o nome Koko Kayuh Resort and Spa.
Com a expansão, precisaremos de uma equipe maior, então, em
duas semanas, as entrevistas serão realizadas lá. — Ele se afasta
do pódio. Ninguém faz perguntas ou responde às notícias. O
resort em Sunrise Bay sempre foi a nossa maior competição, mas
Lake Starlight é uma cidade muito melhor.

— Wyatt, tem alguma coisa a acrescentar? — Seu pai


pergunta a ele por cima do ombro.

Wyatt fica parado, ainda sem fazer contato visual. Ele se


aproxima do microfone e meu coração dói por ele, se ele
realmente não tinha ideia.

— É isso aí. Agradecemos se não contarem a ninguém


enquanto mudam de turno. Esperamos que saiam em duas
semanas para as entrevistas. Obrigado.

Ele recua, seu pai sussurrando em seu ouvido.

— Você sabia, Brooklyn? — Lyle da equipe da cozinha


pergunta.
— Não. — Balanço minha cabeça.

— Ok, certo. Ela provavelmente tem o emprego de chefe de


limpeza no Koko Kayuh Resort and Spa. — Alisha diz.

— Deixe-a em paz. Ela está tão surpresa quanto todos nós.


— Reagan se atém para mim.

— Deixe-me saber como se sente quando está sem dinheiro


e aproveitando os dias de spa no novo lugar. — Diz outra pessoa.
Alisha e Lyle zombam de mim e saem do salão.

Olho por cima do meu ombro, encontrando Wyatt


concentrando-se no que quer que seu pai esteja dizendo.

Ficando em silêncio com Reagan, me pergunto onde isso nos


deixa então. Acabei de perder um emprego e um namorado de
uma só vez?
Depois do segundo encontro, sou grato por deixar meu pai
com minha mãe no restaurante e procurar Brooklyn.

Ela está no sexto andar das coberturas quando a encontro


mudando de um quarto para o outro.

— Hey. — Venho atrás dela e beijo seu pescoço. A única


coisa sobre ela trabalhando na limpeza é que seu cabelo está
sempre em um rabo de cavalo, seu pescoço nu me provocando.

Ela empurra o carrinho e desliza para longe de mim.

— Eu chequei. Ninguém está por perto.

Ela para o carrinho do lado de fora do quarto ao lado e abre


a porta, me ignorando. Percebi que ela não está feliz, mas ainda
está ouvindo as boas notícias e não posso esperar para ver como
ficará feliz quando contar a ela.

Eu a sigo e ela vai ao banheiro.

— Você sabia? — Ela pergunta, pegando as toalhas sujas.


— Quer dizer antes desta manhã?

— Sim.

— Não. Sabia que meu pai acharia que minhas sugestões


para trazer Glacier Point de volta não eram suficientes, mas
pensei que ele daria mais algum tempo. Pensei que isso me
permitiria estar aqui por mais tempo, o que seria uma vitória para
nós dois.

Ela ergue a sobrancelha para mim. Fiz questão de não falar


com Brooklyn sobre os números e finanças do Glacier Point. O
Sr. Clayton tentou. Realmente tentou. Mas antes que a Whitmore
Hotels entrasse em ação, o estrago foi feito e perdemos qualquer
chance de um rápido retorno ao lucro.

— Juro. — Coloco minhas mãos em um gesto de aplacar.


Ela se vira para a pia.

— Não há outra escolha além de fechar as portas?

— Meu pai não acha outra solução.

— E você? — Ela gira de volta, pegando os panos. — Você


concorda com ele?

Corro a mão pelo meu cabelo e me sento na beira do jacuzzi


de luxo. — Não é minha decisão.
— Se fosse? — Ela se vira de novo trancando sua visão em
mim como se quisesse ter a capacidade de disparar lasers de seus
olhos.

— Acho que levaria tempo. Não tenho certeza de quanto


tempo. Mas não tenho nada a dizer sobre isso. Meu dinheiro não
está no jogo.

Ela sai do quarto, descartando as toalhas sujas do carrinho


e acumulando xampu, condicionador e sabonete em seus braços.

— Você está sendo vago. — Ela posiciona as garrafas


exatamente como as quer no balcão.

— Não importa o que acho, Brooklyn. — Fico em pé e


enjaulo ela dentro do banheiro. Ela olha para mim através do
espelho, seu comportamento louco diminuindo um pouco com a
minha proximidade.

— Sabe quantas pessoas dependem de seus empregos aqui?


— Eu concordo.

— Desde que assinei seus contracheques na semana


passada, sei. Tem que entender que foi uma decisão difícil, mas
tenho boas notícias.

— Não tenho certeza de que boas notícias você poderia ter.


— Entrelaço meus dedos e caminho de volta para sentar na
banheira com ela ao meu lado. Coloco minhas mãos sobre as
dela.
— Meu pai concordou em me dar a cadeia de hotéis. — Ela
sorri, embora hesitante.

— Parabéns. Sei que você realmente queria isso.

— E adivinha qual será minha primeira ordem de negócios?

— O que?

— Quero que cada quarto seja abastecido com um óleo


essencial de ajuda ao sono. Nas suítes, talvez um kit de quatro.
Pensei em falar com a dona das Poções da Terra e ver o que ela
pensa.

Seu sorriso cresce, mas não dura tanto quanto pensava.

— E de onde faremos isso? — Esta é a parte difícil.

— Não posso fazer o meu trabalho aqui. Tenho que estar em


Nova York. Quero que você se mude para lá comigo.

Suas mãos deslizam para fora das minhas e ela sai do


quarto.

Não foi assim que pensei que isso iria acontecer.

Eu a sigo, mas ela já está entrando com toalhas limpas.

— Brooklyn, fale comigo.

As dobra sobre o rack com a precisão de alguém que fez isso


mil vezes antes.
— Quer que deixe Lake Starlight e corra para o pôr do sol
enquanto todos os meus amigos e colegas de trabalho são
deixados para trás?

Eu chego atrás dela, impedindo-a de ajustar as toalhas.

— Fale comigo, por favor.

Ela se vira lentamente e não estou preparado para as


lágrimas. Aliás, lágrimas de felicidade posso lidar, mas não são
essas.

— Acho que o homem que está nesta sala comigo não é


aquele com quem gostaria de me mudar para Nova York.

Levanto minha cabeça para trás. — O que?

— Como você pode ser tão egoísta? Você recebe seus hotéis.
Eu tenho o meu negócio e deixamos todas essas pessoas para
lutar e talvez conseguir um emprego na próxima cidade? Não me
perdoo que tenham que ser entrevistados para trabalhos que já
estão fazendo. Estou curiosa, por que quer que vá com você?

— Porque acho que estou me apaixonando.

— Porque certamente você não me conhece, se pensou que


daria tudo por este plano. Te disse que não quero me mudar. É a
razão pela qual Jeff me deixou.

Engulo o nó na garganta.
— Pensei que talvez eu fosse o suficiente.

— Falou como um idiota egoísta. — Seu insulto me joga fora


e dou um passo para trás.

— Não tenho ideia porque você está tão brava.

— Wyatt! Você não percebe o que está perguntando?

— Sim. Eu percebo e pensei que você estava sentindo o


mesmo por mim. Pensei que queríamos ver onde esta coisa entre
nós iria. Você sabia que minha vida era em Nova York. — Ela
coloca as mãos nos quadris.

— E você sabia que a minha estava aqui.

— Mas estou oferecendo a você uma maneira de expandir


seus negócios. Uma maneira de realmente fazer algo enorme com
as Poções da Terra. — Jogo minhas mãos no ar, não entendendo
porque ela está sendo tão difícil, quando estou entregando seu
sonho em uma bandeja de prata.

— Sei disso, e amo que tenha pensado em mim, mas está


me pedindo para abandonar a família Glacier Point. E se me
conhecesse, saberia que não posso fazer isso.

— Para uma família, eles não apoiaram muito a sua escolha


de namorar comigo.

Ela estreita os olhos.


— Volte ao trabalho, preciso resolver isso na minha cabeça.

— Então, vai pensar sobre isso? — Ela borrifa o espelho e


enxuga, olhando para mim no reflexo.

— Não consigo ver minha resposta mudando, mas preciso


trabalhar. Podemos discutir isso esta noite depois que eu pensar
sobre isso.

— Ok. — Passo por trás.

— Vou estar no meu escritório.

— Wyatt? — Chama e caminho de volta para o banheiro.

— Vai demorar mais do que algumas horas.

Inalo uma respiração profunda e aceno. Deixando-a no


quarto, tenho certeza de que Brooklyn e Wyatt não vão mais se
beijar sob uma árvore e sinceramente não tenho a mínima ideia
do porquê.
— Então, ele quer fazer todos os seus sonhos se tornarem
realidade? — Reagan pergunta, levantando a mão para Nate por
mais uma rodada.

— Quase,— murmuro.

— E você disse a ele que não? — Pergunta Savannah.

— Disse a ele que tinha que pensar sobre isso.

— Não posso acreditar que estão fechando o hotel. — Juno


toma sua cerveja. Provavelmente está feliz que Wyatt acabou por
não ser meu príncipe.

— Me fale sobre isso. O hotel em Sunrise Bay vai ser algum


hotel elegante com um spa. Como deveria me encaixar lá?

Alcanço minha mão para Reagan. — Você se encaixaria


muito bem.

— Obrigada. Acho que vamos ver. De volta para você


embora... Acho que Wyatt só quer que você tenha tudo. Vocês
dois definitivamente se aproximaram. — Reagan desliza os copos
ao redor.

— Estamos namorando apenas à um minuto quente. —


Savannah levanta as sobrancelhas e depois olha para Juno.

— Você está namorando há meses.

— Não, não estamos. — Abaixo o meu copo.

— Estava superando Jeff à meses.

— Basicamente namorava sem o sexo. Mas vocês dois


agiram como se estivessem em um relacionamento, jantares,
noites de cinema, ele ajudando você com seus negócios. Quero
dizer, não são muitos os caras que iriam com você para o seu
jardim e a ajudariam a colher e plantar flores. — Juno me
surpreende. Ela foi a capitã do time — Eu Odeio Wyatt—
recentemente.

— Você é como uma balbúrdia quando se trata de seus


sentimentos sobre Wyatt e eu. — Ela encolhe os ombros.

— Sabia que esse dia estava chegando. Ele está sendo


egoísta, pegando o que quer e saindo da cidade sem olhar para o
rastro que está deixando no espelho retrovisor, mas quer fazer
tudo certo para você, então não posso odiá-lo demais.

Minha cabeça cai na mesa. — O que eu faço? — Murmuro.

— Vá. — Diz Reagan, e olho para ela.


Ela está séria. Aqui está alguém que será diretamente
afetada pela decisão do pai de Wyatt e está me dizendo para ir
viver o meu sonho? Chego e aperto a mão dela. Ela é uma grande
amiga e é exatamente por isso que não vou embora.

— Savannah, poderia Bailey Timber comprar... — Ela sabe


o que estou insinuando e seus olhos se voltam para Reagan e de
volta para mim.

— Não sei. Teria que falar com Dori, mas acho que não. —
Concordo.

— Posso fazer uma pergunta? — Juno interrompe a


conversa.

— Você o ama? — Eu amo?

— Hmm...

— Ela ama. — Reagan confirma. — Mais do que Jeff.

Olho para a minha boa amiga e acho que sou transparente


porque sinto algo por Wyatt há muito tempo. Clicamos e quando
penso em ser feliz, ele está na frente e no centro dessa foto.

Savannah e Juno olham para mim.

Aceno e roubo o copo de Savannah, derrubando-o. Desta


vez, vou quebrar meu coração.
Deixando a sorte, ando ao longo do lago para ir para casa,
para desgosto da minha irmã. Mas preciso pensar em tudo isso
e, se conheço Wyatt, ele está esperando que volte ao
apartamento.

Nosso tempo juntos passa pela minha cabeça. De batê-lo na


cabeça com o livro, sentados à beira do lago e falando sobre a
vida, sua confissão sobre como era crescer em sua família.

Wyatt é o suficiente para se mudar para Nova York? Claro.


Quando ele perguntou, meu coração inchou, mas o pensamento
de deixar minha família amortece qualquer excitação que possa
sentir momentaneamente. Por não estar aqui quando Austin e
Holly ou algum dos meus outros irmãos tiverem filhos. Para ser
a tia, que veem de vez em quando, quando está na cidade, em vez
de poder estar em seus jogos e recitais, aniversários e feriados. A
morte dos meus pais me ensinou que o tempo nunca é garantido.
Não está prometido um ano, muito menos um amanhã. Não
importa quão intensos sejam meus sentimentos por Wyatt, não
tenho certeza se é suficiente para deixar minha família. Não
tenho certeza se alguém poderia ser o suficiente para eu deixar
minha família.
Sento-me à beira do lago e pego algumas pedrinhas,
jogando-as na água. Minha cabeça é uma bagunça confusa.

— Hey. — A voz de Wyatt me surpreende por trás. — Não


queria assustar você, mas Juno me mandou uma mensagem e
disse que você estava andando para casa.

Ele se senta ao meu lado e coloca Gizmo entre as pernas.


Lágrimas picam meus olhos.

— Só queria pensar. — Alcanço e acaricio a cabeça de


Gizmo.

— Sobre minha oferta? — Balanço minha cabeça, me


endireitando.

— Você faz parecer um negócio.

— É por isso que não quer vir para Nova York comigo? —
Viro minha cabeça, descansando minha bochecha no meu
antebraço.

— Acho que quero conversar com seu pai sobre manter o


hotel aberto. — Ele ri até perceber que estou falando sério.

— Nada vai mudar sua mente. Eu tentei. Acredite em mim.


Tenho a sensação de que o plano dele todo esse tempo foi fechar
o Glacier Point, então não estava competindo com seu novo bebê
em Sunrise Bay. É uma droga, mas é apenas negócios.
— Odeio que você diga isso. Não é apenas negócios, Wyatt.
São as vidas das pessoas. Pessoas que conheço toda a minha
vida. Pessoas que passaram toda a carreira trabalhando no hotel.
O que Molly vai fazer? Ou Reagan? Ou Mac? Como pode trabalhar
com essas pessoas todos os dias e não se preocupar com elas
agora?

Ele se afasta de mim e olha para o lago. — Não é isso. Vou


tentar conseguir um lugar para eles no novo hotel, mas não há
mais nada que possa fazer. Isso é uma droga? Sim. Mas esta é a
nossa chance e quero que você venha comigo.

— Não acho que posso. — Sussurro.

— Posso te fazer uma pergunta? Você viria se o hotel


estivesse aberto? Sou o suficiente? — Uma lágrima escapa do
meu olho.

— Não é sobre ser o suficiente, Wyatt. Tenho sentimentos


por você. Sentimentos fortes. Por mais desagradável que pareça,
mais forte do que já tive por Jeff, um homem com quem ia me
casar. Meu coração já está rompendo com a ideia de não
estarmos juntos, mas vou desistir da minha família se for para
Nova York.

— Poderíamos voltar o tempo todo. Faríamos isso funcionar.


— Me garante.
Sorrio para ele. — Mas não haveria churrascos
improvisados. Vovó Dori está ficando mais velha e não sei
quantos anos mais ela terá. Vou sentir falta dos jantares de
domingo.

— Vai ganhar domingo de manhã comigo e tarde da noite de


sexo sujo. — Ele abana as sobrancelhas.

Não posso lutar contra o meu sorriso.

— Mas não é o suficiente, certo?

Eu bufo.

— Não é ser o suficiente. Não quero escolher entre você e


minha família. Tem sido o que? Cinco meses? E se chegarmos a
Nova York e você decidir que não me quer? E se o negócio crescer
muito rápido e eu não conseguir acompanhar? Aprecio você
querendo ser um cavaleiro branco que me salva, mas não preciso
ser salva. Você compartilhou seu conhecimento e me ajudou a
ficar de pé. Você me deu a melhor coisa de todas, me devolveu
minha autoconfiança. Nunca posso te pagar por isso.

— Esta é a sua maneira agradável de me recusar? — Olho


para o lago antes de colocar o espeto no coração que era de nós
dois.

— Não posso ir para Nova York com você.

— Não posso ficar aqui. — Diz ele, parecendo dilacerado.


Quero perguntar por que? Por que tenho que deixar tudo
que amo? Poderia distorcer isso e perguntar por que não sou o
suficiente para ele ficar? Mas não quero nunca que ele se sinta
como se tivesse sido obrigado a ficar aqui. Ele tem tantas
oportunidades esperando por ele em Nova York, mesmo que não
goste de seu pai.

— Acho que isso significa que estamos indo em caminhos


separados. — Meu queixo bate no meu peito e luto contra as
lágrimas.

Ele se levanta, pegando Gizmo e colocando-o debaixo do


braço.

— Deixe-me levá-la para casa. Talvez algo mude depois de


uma boa noite de sono. Outra alternativa que não estamos
pensando. —

Ele envolve seu braço em volta dos meus ombros, e


caminhamos de volta para o apartamento, em silêncio, porque
nós dois sabemos, nada vai mudar de manhã. Se alguma coisa,
a luz do dia só vai deixar muito mais claro que não podemos ficar
juntos.
Acordei na manhã seguinte e nada havia mudado, exceto a
distância que colocamos entre nós. Brooklyn deu desculpas de
que estava ocupada demais para sair por causa de todas os
pedidos que tinha que cumprir. Me ofereci para ajudar, mas ao
contrário de antes, ela não aceitou.

Então, aqui estamos nós, três semanas depois, arrumando


meu escritório, pois em uma semana deixo Lake Starlight.

Uma batida soa na porta do meu escritório.

— Entre. — Digo, empilhando papéis na minha mesa.

— Você não viu a leve camada de neve que caiu esta manhã?
É melhor que Mac jogue um pouco de sal antes que uma velhinha
como eu caia e quebre o quadril. Ela pode processar este lugar.
— Vovó Dori entra com Savannah a reboque.

— Você pode esperar do lado de fora. — Ela arremessa a


mão na direção de Savannah.
— Acho que você deveria se chamar Thelma. — Savannah
resmunga e agarra a maçaneta.

Não entendo a referência, mas não tenho muito tempo para


pensar sobre isso antes que ela diga:

— Oi, Wyatt. — Ela fecha a porta antes que possa dizer o


meu olá.

— Oi, Dori. — Gesticulo para ela tomar o assento em frente


a mim. Seus olhos se fixam na minha caixa meio cheia.

— Arrumando, hein? — Ela se senta e olho a caixa


embrulhada em seu colo.

— Estou. Vamos fechar na próxima semana e vou voltar


para Nova York no dia seguinte. — Ela acena com a cabeça.

— É uma pena mesmo. Queria que Bailey Timber pudesse


socorrer o hotel, mas simplesmente não podemos. Todas essas
pessoas perdendo seus empregos.

Me inclino de volta na minha cadeira.

— Conseguimos empregar metade dos atuais funcionários


no novo local em Sunrise Bay.

— Essa provavelmente é uma boa média para vocês, certo?


Cinquenta por cento.
Aperto meus dedos, sorrindo. — Está sendo muito educada
hoje. Pode dizer o que realmente pensa.

Ela sorri. — É por isso que sempre gostei de você, Wyatt.


Você é um garoto inteligente.

— Obrigado?

— Desde o primeiro dia você sabia o que queria.

— Como assim? — Inclino minha cabeça. Ela se inclina para


frente em seu assento.

— Nossa Brookie. Gostou dela desde o começo, não gostou?


Quando conheci o Sr. Bailey, ele me disse que, quando me viu do
outro lado do lago congelado, teve essa sensação na boca do
estômago. Achou que tinha comido muitas almôndegas. — Ela ri.
— Ele não era exatamente um homem que era bom com palavras,
mas me amava de maneira feroz.

— Deve sentir muita falta dele.

— É por isso que me pergunto, porque um garoto tão


inteligente está sendo tão burro. — Seu insulto me pega
desprevenido e pisco algumas vezes sucessivamente.

— Não aja de forma insultada. Você ama Brooklyn, mas vai


voltar para Nova York.

— Preciso ganhar a vida. — Sigo meus dedos.


Nós dois temos sorrisos educados em nossos rostos, mas
ainda parece um confronto.

— Bem, sim, entendo isso. Meu marido não queria assumir


a empresa madeireira de seu pai. Queria construir algo para si
mesmo. Finalmente assumiu as rédeas e gosto de pensar que ele
amava o que fez com a empresa. A maior parte dessa alegria veio
mais tarde na vida quando mostrou as cordas para Tim, o pai de
Brooklyn. Mas naqueles primeiros anos, eu o encontrava vendo
os barcos saírem com um desejo nos olhos. Ele queria ser
pescador e capitão de seu próprio barco. Naquele dia, teríamos
lutado sem um salário fixo.

Concordo. Sua história é cativante, mas estou imaginando


quando esse passeio pela estrada da memória terminará.

— A vida é sobre chances. Aproveitando uma oportunidade


e correndo com ela. Agora não sei muito sobre você e o
relacionamento de seu pai e, para ser honesta, agora seu pai está
na minha lista de merda. Mas testemunhei o que as pressões de
uma empresa familiar podem fazer no relacionamento entre um
filho e um pai. Queria que as coisas tivessem sido diferentes para
o Sr. Bailey e eu. Gostaria de ter dito a ele para viver seu sonho
de ser um capitão. Ele era um homem tão bom que nunca se
ressentiu de mim por trabalhar para o pai dele. Tivemos uma vida
maravilhosa juntos. Mas como esposa, sinto que foi meu trabalho
empurrá-lo. Para dizer a ele para assumir o risco, eu não ia a
lugar nenhum.
— Tenho certeza de que ele estava feliz com o que vocês dois
fizeram juntos.

Ela me olha bem nos olhos. — Por mais assustador que seja,
se você dá um salto de fé, às vezes compensa.

Eu aceno, não tenho certeza de como isso implica para mim.

— De qualquer forma, suponho que deveria ir. Savannah


provavelmente está lá fora, batendo o dedo do pé para voltar ao
escritório. Espero que encontre alguém para extrair a energia
dela um dia. — Eu rio.

— Oh. — Ela coloca a caixa na mesa.

— Um presente de despedida para você.

— Obrigado. — Meus dedos se movem para desembrulhar.

— Ainda não. Quando eu sair.

Eu me levanto. — Obrigado por vir, Dori. Talvez nossas


estradas se cruzem novamente. — Contorno minha mesa e coloco
minha mão entre nós.

Ela se inclina e dá um tapinha no meu estômago.

— Oh, elas vão se cruzar. Garanto isso. — Ela sorri e abre


a porta, dando um passo para fora do meu escritório.

— Você parece um bom sujeito. Qual o seu nome?


— Neil. — O ouço responder.

— Ela te assusta?

— Sério, vovó? Vamos. — Savannah diz.

— Entendi. Ela precisa de um homem que possa lhe dar


algum amor duro. Não acho que seja você.

— Obrigado? — Neil diz, confusão atada em seu tom.

Então ouço Dori dizendo coisas para as pessoas sobre como


se elas não têm emprego, venha se candidatar na Bailey Timber
depois que fecharem este lugar.

Fecho a porta e olho para o presente embrulhado.

Curioso, desdobro o papel azul, encontrando um conjunto


de canecas. Abro a caixa e puxo-as para fora. Uma delas tem um
esboço do estado do Alasca e a outra é um esboço de Nova York.
Uma linha pontilhada com as palavras: Nunca muito distante.
Talvez na distância, mas nunca no coração é impresso em cada
um. Inspecionando-os mais de perto, vejo Brooklyn inscrita no
contorno de Nova York e Wyatt no Alasca.

Ela realmente é uma intrometida de classe A.

As coloco de volta dentro da caixa e coloco na prateleira


atrás de mim.
Tão impossível quanto parece, preciso colocar Lake Starlight
no meu espelho retrovisor.
Saindo para fora do elevador do meu apartamento em Nova
York, parece que só consigo lembrar meu tempo com Brooklyn
aqui. Nos anos que passei andando no elevador, andando pelo
corredor até o meu apartamento, tudo que consigo lembrar é que
poucas vezes Brooklyn estava ao meu lado. Como não havia
espaço suficiente para nós dois andarmos lado a lado, então
deslizei de volta para ela ir primeiro e então admirei sua bunda
no vestido que ela usava para o jantar de ensaio de casamento
da minha irmã. Como fiquei empolgado ao descobrir isso antes
de perceber que ela estava nervosa, e tive que tomar meu tempo.

Como tudo se desenrolou tão rapidamente? Meu coração dói


por sentir falta dela. Pela primeira vez em toda a minha vida,
tomei o caminho covarde porque temia me fazer de bobo,
implorando para ela entrar no avião comigo. O que eu ia fazer?
Tente convencer seu dinheiro e riqueza a vencer os laços
familiares?
Levou uma viagem de avião de nove horas para agradecer
por não ter tentado convencê-la. Brooklyn não se impressiona
com ingressos para shows na noite de abertura ou reservas nos
restaurantes do momento. Prefere as festas barulhentas com sua
família e caminhar pelo centro da cidade, alcançando pessoas
que não vê há algum tempo. Pode levar meia hora para dar um
recado, mas não se importa. Ela nunca está com pressa.

Somos de mundos diferentes.

Coloco minha chave na porta e entro no meu apartamento.

Suspiro, achando minhas luzes acesas. Minha mãe


enrolada no sofá.

Porra. O que aconteceu agora?

— Mãe? — Pergunto, largando minhas malas no chão e


fechando a minha porta.

Ela espia do sofá. — Você está em casa. — Diz ela, com um


sorriso no rosto.

— Sim. Por quê você está aqui? — Me sento em frente a ela


e ela mantém o cobertor sobre o colo e se senta.

— Estava esperando por você.

— Por quê? Ia passar lá de manhã. Papai disse que a


papelada estaria pronta para eu assinar então. Ele mudou de
ideia sobre me dar a rede? Ele não é...
Ela sacode a cabeça. — Não. Ele vai, mas queria um pouco
de tempo sozinha com você de antemão. Ele está voltando do
Texas amanhã de manhã.

— Há algo de errado? Haylee? Bradley? — Engulo em seco.


— Você? — Ela sorri.

— Estamos todos bem. O que estou querendo saber é, você


está bem? — Bufo, de pé com as esperanças que tenho algum
tipo de álcool aqui.

— Trouxe-lhe um pouco de cerveja.

Abro a geladeira, encontrando apenas isso. — Preciso de


mantimentos.

— Precisa? — Pergunta. Inclino a cabeça para entender o


que significa.

— Vamos cortar o bate-papo. O que está acontecendo? —


Estouro o topo da cerveja e volto para o sofá.

— Quando eu estava doente, você era tão jovem. Muita


responsabilidade foi colocada em seus ombros. Se pudesse pegar
uma coisa de volta, seria isso. Mas você era meu garotinho e
estava com tanto medo de perder você e Haylee para sempre, não
queria lutar por você para viver sua vida enquanto eu lutava pela
minha.
— Mãe. Pare. Você estava doente. Não se sinta culpada por
isso.

— Seu pai deveria ter estado lá para se certificar de que você


não se sentia responsável por me fazer feliz. Você e Haylee... não
tenho certeza se continuaria lutando se não fosse por vocês dois.
— Ela olha pela janela para o horizonte de Nova York, salpicado
de luzes nos prédios ao redor.

— Por que estamos falando sobre isso?

— Porque você está prestes a fazer algo que acho que sente
que tem que fazer, mas não tenho certeza se realmente quer fazer.
Preciso ter certeza de que entende exatamente o que está fazendo
antes de assinar os papéis e assumir a cadeia de hotéis.

Bebo minha cerveja, esperando, porque não tenho ideia de


onde diabos ela está indo com isso.

— Quando seu pai e eu nos conhecemos, estávamos tão


apaixonados, mas o primeiro amor de seu pai é essa companhia.
Não sou cega para isso. Nunca fui eu. Ele percorreu um longo
caminho desde que fiquei doente. — Ela acena com a mão.

— Sei que você e Haylee não o vêem porque ele não é de


demonstrações abertas de afeto. Mas ele tem. Estamos
trabalhando nisso.

— Mas o trabalho ainda tem prioridade sobre você. — Ela


acena com a cabeça.
— E você está bem com isso?

— Eu estou. Me inscrevi para isso e por muito tempo você e


Haylee foram minha prioridade. Você provavelmente ainda é.

— Isso é diferente. — Ela encolhe os ombros.

— Talvez. Mas você não é seu pai, Wyatt. Você não é um


homem que quer trabalhar oitenta horas por semana e viajar o
tempo todo para os negócios. Não terá o mesmo valor que seu pai
recebe quando o negócio é fechado.

— Sei que nunca levei isso a sério antes, mas nos últimos
anos... — Ela sacode a cabeça.

— Você não é irresponsável, não é isso que estou dizendo.


Tenho a sensação de que quer essa cadeia de hotéis por uma
razão diferente da que sonhou em toda a sua vida.

— Do que está falando? — Tomo minha cerveja, e ela olha


para mim como se já devesse estar pegando. — Isso não é sobre
o papai. — Me levanto e vou para a janela.

— Não é?

— Não. O que mais eu faria? Nasci para o Whitmore Hotels.


Isso é o que sei que sempre faria.

— Mas você lutou pela maior parte da sua vida. Me lembro


de quando estava crescendo e queria ser bombeiro.
— Eu tinha seis anos. — Ela ri.

— Bem. Você nunca se vestiu de terno e disse para o seu


pai o levar para trabalhar.

— Ele teria recusado, de qualquer maneira. — Bebo o resto


da minha cerveja. Cara, isso foi rápido.

— Essa não é a questão. Wyatt, não quero te pressionar,


mas está deixando Lake Starlight por algo que quer fazer? Não
tinha sentimentos pela Brooklyn? — Se disser a verdade para a
minha mãe, vou desapontá-la.

— Sei que me intrometo. Sei que te forcei a trazer um


encontro e se sentiu forçado e por isso trouxe Brooklyn, tudo
bem. Mas naquela noite, após o anúncio sobre Glacier Point,
quando ela não se juntou a nós para o jantar, vi na sua cara.
Você está sempre de mau humor em torno de seu pai, mas era
algo mais do que isso.

— Já te disse que você deduz e faz suposições sobre tudo


que eu faço? — Ela ri.

— Diga-me que a intuição de mãe está errada. — Me afasto


da cidade abaixo de mim e encontro seu olhar.

— Não posso.

— Isso foi o que pensei. Então por que está aqui, lutando
por algo que você não quer? Para jogá-lo no rosto do seu pai?
Para provar a ele que é tão bom ou melhor que ele? Que de
alguma forma merece passar sua vida administrando um negócio
que não era seu sonho em primeiro lugar? Vá lá, Wyatt.

— Nunca disse que não queria. — Jogo a garrafa vazia na


lixeira e pego outra cerveja. A memória das mãos do meu pai
naquela mulher come em mim. Ela sabe que ele é um completo
idiota?

— Mãe, há algo que você deve saber. — Não posso mais


guardar esse segredo. Ela merece saber.

— Wyatt, sei que seu pai não é santo. Mas deixei o passado
para trás, assim como ele. Fomos a conselheiros e fizemos o
trabalho e, sim, seu pai ainda é um workaholic e difícil de
agradar, mas não é o mesmo homem que foi por muitos anos. —
Minha cabeça desce. Ela sabia o tempo todo e escolheu perdoá-
lo.

Isso faz um de nós, suponho.

Ela se levanta do sofá e vai até a bancada do café da manhã.

— Você é um homem melhor que seu pai. Não tem nada


para provar. Não deixe o ressentimento de quem ele é ou foi em
alguns aspectos, impedi-lo de ir atrás da vida que você quer.

Fecho meus olhos e mordo meu lábio, olhando para


qualquer lugar, menos para ela.
— Isso significaria deixar você também. — Ela coloca a mão
na minha.

— Sou uma menina grande. De acordo com minha carteira


de motorista, tenho idade suficiente para cuidar de mim mesma
e não muito velha para precisar de cuidados prolongados.

— Mas...

— Não. Não vamos viver nos preocupando com o futuro.

— Mãe...

— Você a ama? — A olho nos olhos e respiro fundo. Nunca


estive apaixonado, então não tenho ideia, mas o fato é que quase
não entrei no avião. O minuto que pousei, queria entrar em um
de volta, em que me levaria para ela.

— Eu amo. — Ela se afasta de mim e cava em sua bolsa.

— Então vai voar de volta para ela agora.

Penso em fazer o que está dizendo, mas ainda tenho


negócios para trabalhar com meu pai.

— Tem algo que eu tenho que cuidar primeiro. — Minha mãe


rasga.

— Já contei quanto tempo costumava gastar montando


coisas com o Lego? Sempre adorou construir coisas do zero. —
Concordo.
— Sim, e já é hora de fazer isso de novo.
Glacier Point está oficialmente fechado. Subo as escadas
para o meu apartamento. O carro do Wyatt não está mais no
estacionamento.

Quando chego ao terceiro andar, faço uma pausa antes de


abrir a porta, sabendo que vai parecer diferente no meu
apartamento, agora que Wyatt se foi. Ele não morava comigo, mas
sempre esteve aqui e o fato de que voltou para Nova York parece
um buraco no meu peito.

Pensei que pelo menos diria adeus.

Abro a porta e paro, encontrando uma sacola de presente


na mesa da minha cozinha junto com a minha chave ao lado dela.

Soltando minhas malas, sento-me à mesa e pego o lenço de


papel.

Inalo uma respiração profunda, tentando mantê-la junto.


Pego uma caneca com uma carta dentro. Sorrio para o
contorno do estado de Nova York. O coração. Meu nome no
interior.

Desdobrando a carta, meu coração pula dentro do meu peito


quando encontro a caligrafia de Wyatt.

Brooklyn,

Não queria ser um covarde, mas não aguentava dizer adeus


a você. As últimas quatro semanas estando perto de você, mas não
tão próximo quanto nos tornamos, é como imagino que é a prisão.
Tantas vezes, queria bater na sua porta, implorar para você vir
passear pelo lago comigo. No trabalho, queria enfiar aquele fio de
cabelo solto atrás da orelha, encurralar você em um quarto e dizer
que você estava sendo idiota. Mas não fiz. Porque nunca poderia
viver comigo mesmo se viesse comigo agora e me odiasse mais
tarde. Queria que as coisas fossem diferentes. Sua avó me deu
este conjunto de canecas e eu tenho uma com o Alasca e meu nome
nela. Embora não possamos estar juntos, sorrio todas as manhãs
sabendo que você está tomando café e pode estar pensando em
mim porque definitivamente estarei pensando em você. Deixei meu
coração no Alasca com você, afinal.

Com amor,

Wyatt
Dobro o pedaço de papel de volta, querendo ler
repetidamente porque posso ouvir sua voz lendo para mim na
minha cabeça.

Uma batida soa na porta e sem responder, Savannah, Juno


e Holly entram.

Holly está de macacão e carrega galões de tinta e um balde


segurando escovas.

Savannah está de calças de ioga e um moletom e Juno está


usando um moletom da Universidade de Anchorage.

— O que está acontecendo? — Pergunto.

— Estamos aqui para refazer sua mesa de café. — Diz Holly.

— Novo começo.

— E beber. — Juno segura duas garrafas de vinho.

— E comer. — Savannah levanta dois sacos de junk food.

— Obrigada, pessoal. — Coloco a caneca e a carta na bolsa


e fujo para a cozinha rapidamente para escondê-las. Algumas
coisas são destinadas apenas para mim.

Além disso, canecas de café e Savannah não se misturam.


— Você está bem? — Juno pergunta, encontrando-me na
cozinha para abrir o vinho.

— Estou bem.

Cinco minutos depois, Holly está começando a se sentar na


mesa quando minha porta se abre novamente e vem todos os
meus irmãos, incluindo Kingston, que acabou de chegar em casa
depois de um longo verão e início de outono apagando incêndios.

— Ouvi dizer que há uma festa. — Diz Austin.

— Uma festa de pena. — Digo.

— Não, apenas uma festa Wyatt é um idiota. — Kingston


pisca.

— Denver subirá em breve. Liam está ajudando ele a subir


as escadas.

Rome nem consegue terminar sua frase antes de Liam


entrar com Denver em seus braços, suas muletas penduradas em
suas mãos.

— Coloque-me no chão. Não há necessidade de mostrar o


quão forte você é.

— Isso é maneira de tratar o seu novo marido? — Liam


pergunta e deposita Denver lentamente até que possa colocar
suas muletas no chão.
— Volto já. Esqueci a cerveja.

A porta se fecha com a partida de Liam e me sento no sofá.


Começa a mesma festa, que tiveram para mim quando fui
abandonada no altar, e não posso evitar a sensação de que estou
farta de ser o projeto Bailey. É hora de ser a vez de outra pessoa.

— Tenho que te perguntar. Você sabia o resultado, certo? —


Franzo as sobrancelhas para Kingston.

— Você sabia que a vida dele era em Nova York, então por
que se envolver? — Ele esclarece. Eu olho para Rome.

— Alguém me disse que ele seria um ótimo rebote. — Todos


olham para Rome.

— Você é tão idiota. — Savannah bate na parte de trás da


cabeça dele. Rome segura a cabeça.

— O quê? É o que qualquer cara diria.

— Não à Brooklyn. Talvez Savannah com seu coração frio,


mas Brooklyn? — Juno bate nele.

— Tenho certeza que você acabou de me insultar. — Diz


Savannah, enchendo uma taça de vinho.

— Tome isso como você é forte. — Juno finge flexionar como


um fisiculturista.

— Mas na sua mente.


— Nesse caso, me desculpe.

Kingston dá um tapinha no meu joelho.

— Você foi ao irmão idiota para um conselho.

— Whoa, whoa, whoa... — Rome segura as mãos no ar.

— Superou Jeff, Brooklyn? — Eu concordo.

— Sim.

— Missão completa. — Rome limpa as mãos e vai para a


cozinha.

A porta se abre e se fecha, e Liam entra segurando duas


caixas de cerveja. Meio que quero me enterrar em um buraco
agora, mas o que seja.

— Você tem uma nova vizinha quente. — Ele acena para o


corredor.

— Joel disse que estava colocando o lugar no Airbnb. —


Digo.

— Como ela é? — Rome e Kingston correm para a porta.


Denver nem sequer tenta com a perna.

— Ela se foi, pessoal. — Diz Liam.


— Sem mencionar que se quer um Bailey, vai ser o famoso.
— Denver estufa um pouco o peito, usando outra cadeira para
descansar a perna.

— Quem tem seu próprio restaurante? — Rome acrescenta.

— O cara que arrisca sua vida todos os dias para combater


incêndios florestais? — Kingston aponta para si mesmo.

— Ou o tatuador deslumbrante com o coração de ouro? —


Liam diz, e Denver joga sua tampa de cerveja para ele.

— Isso é tão verdadeiro quanto dizer que você é virgem. —


Corta Savannah.

— Será que sou? — Liam ri. — O que acha, Savannah, quer


tirar a minha virgindade?

Ela revira os olhos. — Ficaria mais preocupada em pegar


outra coisa de você. Como uma DST.

Holly trabalha duro na mesa de café com Austin ao seu lado.


Afago Gizmo no meu colo até que Juno o pega e começa a dançar
com ele. Enquanto todos falam, riem e se divertem, minha mente
não consegue parar de pensar em Wyatt e onde está agora. O que
está fazendo. Acima de tudo, o quanto gostaria que estivesse
aqui.
Só a minha família amorosa para me deixar com uma
bagunça para limpar. Limpo minhas mãos e abro a porta do
apartamento, segurando-a aberta com o meu quadril para tirar a
caixa de garrafas vazias de cerveja.

— Teve uma festa para celebrar a minha partida?

Olho para cima e meu coração pula.

Ainda estou meio bêbada da noite passada?

— Wyatt? — Suspiro.

Ele olha as garrafas de cerveja novamente, querendo uma


resposta.

— Talvez.

— Isso é perturbador. Talvez devesse voltar para Nova York,


então? — Ele enfia as mãos nos bolsos e se dirige para as
escadas.
— Por que você está aqui? — Solto a caixa e as garrafas
batem.

— Porque eu amo você.

Respiro e meus olhos se fecham. Uma lágrima se forma e


escorre pelo meu rosto antes que perceba que meus olhos estão
cheios de lágrimas.

— O quê? — Sussurro.

Ele quebra a distância, suas mãos cobrindo minhas


bochechas, seus polegares afastando as lágrimas.

— Estou morrendo de medo de descobrir se são lágrimas


felizes ou não.

Olho em seus honestos olhos azuis. Sabia a primeira vez


que o vi que ele deveria ser meu?

— É uma loucura e se precisar de mais tempo, tudo bem.


Sei que terminou com Jeff não tem muito tempo, mas nunca senti
nada com ninguém remotamente parecido com o que sinto
quando estou com você. Eu te amo. Muito.

Estas são as palavras que esperava ouvir dele por tanto


tempo, mas tinha medo de esperar.

— Nova York?
— Estou mudando para Lake Starlight definitivamente. Na
verdade... — Ele segura um conjunto de chaves.

— Acabei de abrir um negócio aqui.

— Abriu?

— Um hotel. O antigo proprietário vendeu para mim e agora


é meu para reconstruir e fazer algo especial. Mas tenho que ser
sincero. Tive que limpar a maior parte do meu fundo para que
isso acontecesse e pegar um empréstimo do meu pai, cortesia da
minha mãe fazendo isso acontecer. Então, se não der certo e não
gerar lucro, seremos indigentes. — Eu rio.

— Se há alguém que pode fazer funcionar, é você.

— Sua confiança é inspiradora. — Ele se inclina e coloca um


beijo casto em meus lábios. Não dura o suficiente.

— Agora, você não está desempregada? Gostaria de um


emprego? — Dou de ombros.

— Acho que vou me aposentar disso. Além disso, não


devemos trabalhar juntos.

— Por que não? — Sua testa enruga.

— Porque não deveria dormir com o chefe. — Sorrio e ele


envolve seus braços em volta da minha cintura.
— Que significa? — Pego sua camisa e o puxo para mais
perto.

— Significa que eu também te amo e sou como o comitê de


boas vindas. Quer entrar e irei recebê-lo oficialmente em Lake
Starlight?

— Desde que eu seja o único novo morador que você dê as


boas-vindas. — Rio contra seus lábios.

— Definitivamente.

Dou um passo para trás e seus lábios não deixam os meus


enquanto nos seguramos atrás da porta do apartamento
trezentos e vinte e dois. Talvez tenha sido o destino o tempo todo.
SEIS MESES DEPOIS...

Todos os nossos rostos estão colados à janela do


restaurante. A mão de Wyatt no meu quadril, seu rosto bem
acima do meu.

— Não tenho certeza se deveríamos estar assistindo. —


Digo.

— Então ele não deveria ter feito isso em seu jipe atrás de
Lucky. — Diz Savannah.

— Estou com Savannah, não quer testemunhas, não faça


isso em público. — Interrompe Rome.

Austin tem Holly no jeep no meio da praça onde o novo


restaurante de Rome está localizado. É final de inverno e ainda
está frio, embora não tão frio quanto nos últimos meses. A neve
cai no chão ao redor deles e estão todos juntos. Ele cai de joelhos
e as mãos de Holly voam para o rosto dela.
— É tão romântico. Quem ficou encarregado das fotos? —
Juno pergunta.

Todos nós levantamos e corremos, olhando em volta.

— Austin vai nos matar. — Diz Sedona, correndo pela porta


com o celular.

— Ainda bem que tenho uma desculpa. — Denver se senta


na cadeira, não tão emocionado com a proposta de Austin quanto
as meninas da família.

— Preciso voltar para a cozinha, se vocês quiserem comer.


— Diz Rome.

Vovó Dori sorri pela janela com um sorriso satisfeito.

— É melhor eles me darem algum trabalho promocional.


Pode ser o meu primeiro casamento. — Juno descansa o queixo
na palma da mão.

Phoenix sacode a cabeça.

— Pela milionésima vez, você não os juntou. — Diz Kingston.

— Juntei. E esses dois, também. — Ela aponta para mim e


Wyatt. Nós nos encaramos.

— Acho que ela se desviou do caminho do livro que me


atingiu. — Wyatt encolhe os ombros, sentado ao lado de Denver
tilintando sua garrafa de cerveja.
— Eu os juntei. — Vovó Dori diz da janela. — Fui a única
que disse a ele para cuidar dela e dei as canecas de café.

— Deu as canecas de café, Wyatt? — Phoenix pergunta.

— Uh-huh. Ele deveria voltar para seu apartamento solitário


em Nova York e colocar aquela linda caneca com o Alasca nela ao
lado do que assumi que seria um conjunto comprado de novas
canecas de café e lembrar o que ele estava perdendo, o lugar onde
as pessoas o amam. Lake Starlight.

Olho para Wyatt, que levanta os ombros encolhendo-os.

— Algum de vocês me escuta? — Pergunta.

— Um homem com canecas combinando é um homem que


ninguém ama.

Todos concordamos.

— Entendi, Vovó. — Juno dá um tapinha no ombro dela.

— Apenas mantenha essas lembranças longe de Savannah.


— Savannah a vira.

— Oh, ele está deslizando o anel no dedo dela! — Juno,


Savannah e eu suspiramos.

Holly enxuga as lágrimas do rosto e pula nos braços dele.


Ele a pega e a coloca em um dos pilares enquanto se beijam
freneticamente.
— Você acha que percebem o que estão fazendo? Quero
dizer, estarão com certeza na Buzz Wheel hoje à noite e não será
pelo anúncio do noivado deles, será uma foto deles seminus com
suas línguas na garganta um do outro. — Savannah balança a
cabeça e todos nós voltamos para a mesa de Rome, para que
pudéssemos jantar juntos antes de sua estreia na próxima
semana.

Todos nos sentamos, conversando uns com os outros,


perguntando sobre isso ou aquilo quando estamos falando sobre
o que estamos bebendo.

Holly e Austin chegam mais tarde com tio Brian e Karen


seguindo. Sedona fica atrás, parecendo um cachorro molhado
com a neve e sem casaco ou chapéu.

— Ainda bem que voltei para a foto. Pensaria que depois de


criar todos vocês, um de vocês poderia tirar algumas fotos.

Ignoramos Austin e todas as garotas pulam e abraçam Holly


e depois nosso irmão. Os caras batem em Austin e abraçam Holly,
dando-lhe as boas-vindas à família.

— Todos nós sabemos quem é o próximo. — Diz Austin,


sentando-se com Holly em seu colo.

— Planeja comer todo o seu jantar com ela no seu colo? —


Pergunto, ignorando o seu comentário.
Adoraria me casar com Wyatt, mas desta vez não vou me
precipitar em nada e, quando o fizer, espero que Wyatt esteja de
acordo em que devemos ou ter um pequeno casamento ou nos
esgueirarmos só nós dois. Neste momento, ele ainda está
trabalhando duro para tornar o resort o que imagina e eu ainda
estou tirando meu próprio negócio do chão.

— Desde que realmente quero colocá-la sobre a mesa e


festejar a minha futura esposa, deveriam estar felizes por
estarmos aqui.

Holly empurra-o no peito, mas depois o beija, os dois indo


de zero a cem em segundos, como sempre.

— Vocês estão prontos? — Rome pergunta da cozinha.

— Estou com fome e tenho que voltar a Casa de Repouso


antes que as estradas fiquem cobertas de neve. — Diz vovó Dori.

— Tudo bem, Wyatt vai levá-la de volta em seu caminhão


novinho em folha. — Anuncio.

As bochechas de Wyatt ficam vermelhas.

— Agora você é um verdadeiro homem do Alasca. —


Kingston ri.

— Ah, o garoto do fundo fiduciário tinha um extra no banco


para pagar por um veículo novo? — Pergunta Denver com um
sorriso.
— Cai fora. — Diz Wyatt e joga um guardanapo em sua
direção.

— Espero que não seja muito alto porque... — Austin para


de falar quando uma onda de ar frio atinge a mesa.

A porta do restaurante abre e entra uma mulher loira


atraente com um bebê no quadril.

Ela chama minha atenção. Sorrio e começo a ficar de pé


para ver se posso ajudá-la com instruções ou algo assim, mas
seus olhos se movem e fixam em Denver.

— Desculpe, esta é uma festa privada. Apenas para a


família... — Diz Savannah, saindo de sua cadeira.

— Bem, acho que estamos no lugar certo. — Diz a mulher.

Todos trocamos olhares, mas estamos confusos.

Rome sai da cozinha com um prato de carne, colocando-o


sobre a mesa.

— Por que todo mundo está tão quieto? — Ele olha para a
mulher e a criança.

O rosto da mulher cai, a boca aberta e ela tem que sustentar


a filha mais acima em seu quadril.

— Há dois de vocês?
Denver inclina a cabeça e Rome contorna a ponta da mesa
para se aproximar.

— Me desculpe, como posso ajudá-la? — Pergunta ele.

Os olhos da mulher se estreitam.

— Podem me dizer qual de vocês é o pai da minha filhinha.

Pela primeira vez na história do jantar da família Bailey, a


mesa inteira está em silêncio.

Um dos gêmeos é pai?

O Buzz Wheel vai ter um dia agitado com isso.

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