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QUE PERFEITO
1º Livro da duologia Mais Do que
Perfeito
LU BARBOSA
Copyright © 2016
Editora Erga Omnes
Revisão: Deisy Monteiro
Pós-produção: Editora Erga Omnes
DEISY MONTEIRO
Prólogo
A única
Richard
***
***
Enfim, casados.
Maximilian
Completamente
apaixonado.
Richard
***
***
O plano infalível.
Alex
***
Um trajeto
interropido.
Roxanne
***
— Um passo de cada vez amor.
Entrei com Max, vagarosamente, em
casa. Com o maior cuidado mundo,
segurando nas partes em que ele não
tinha hematomas.
— Estou bem amor, eu juro. – Ele
diz.
Eu o ajudo a sentar no sofá, ele
resmunga um pouco de dor, mas eu
ajeito almofadas em suas costas e isso
melhora.
— Estou vendo como está bem. –
ironizo – Não acha melhor ir para a
cama?
Ele sorri e os olhos verdes que eu
tanto amo brilham.
— Eu acho melhor a senhora sentar e
ficar calma, eu ficarei bem, uma semana
e eu estou ótimo. – Ele diz piscando um
olho e logo em seguida faz careta de dor.
– Merda!
— O médico deu duas semanas de
atestado Max, você sofreu uma
concussão! Precisa de repouso!
— Preciso de você, ferinha.
— Nem tente nada, que eu não vou
ceder.
— Cacete mulher, eu já estou duro só
de ver esse seu decote, imagina duas
semanas na seca? – Ele resmunga
chateado.
— Um banho de água fria resolve.
Eu levanto e vou preparar a cama
para ele deitar, o que não demora muito.
Assim que o ajudo a deitar, beijo sua
boca num selinho e o deixo resmungando
sozinho e vou preparar um lanche para
ele.
“Ficar sem meu brinquedo, seria
realmente difícil”.
Capítulo 7
Finalmente juntos.
Richard
***
O hotel se aproximava, e eu me
enchia de coragem, larguei a moto
estacionada no local destinado, coloquei
a mochila nas costas e entrei. Hotel
pequeno, mas bem aconchegante. Havia
quadros por toda a parte, flores em cada
canto e uma senhora de cabelos lilás.
“CABELOS LILÁS?!”
Pisquei algumas vezes para ver se
não estava ficando louco, mas ela tinha
mesmo cabelos coloridos. Azuis, não
lilás, e tatuagens. A meu ver, senhoras
com mais de sessenta anos não teriam
tatuagens e muito menos cabelos
coloridos, mas eu não podia dizer nada,
aos sessenta eu também teria tatuagens
enrugadas por todo meu corpo. Mas
nada de cabelos azuis ou lilás.
— Olá, boa tarde. Eu gostaria de um
quarto e uma informação.
Tentei ser o mais simpático possível.
— Meu filho, com esse sorriso e
esses olhos, você consegue tudo. Prazer,
meu nome é Lauren.
“Danadinha essa velha”, pensei.
— Richard.
— Qual seria a informação, meu
jovem? – Ela perguntou.
— Poderia me informar se tem
alguma hospede com o nome de Roxanne
Petri? – Eu perguntei.
Ela me analisou por um tempo, não
sabendo se deveria passar ou não a
informação, mas ao constatar que eu não
oferecia perigo, respondeu com um
grande sorriso:
— Oh, a doce Rox! Ela está no
jardim cultivando orquídeas. – eu
retribuí ao sorriso. – Chegou aqui há um
par de semanas, muito tristonha e
querendo ficar sozinha – ela ergueu uma
sobrancelha sugestivamente para mim –
a culpa foi sua, meu jovem?
— Digamos que sim. Mas eu vim
consertar o meu erro, e espero
conseguir. – Ela mexeu em algumas
coisas atrás do balcão. Em seguida me
deu uma chave enorme com um número.
— A chave do quarto. Ao lado do
dela. – Sorriu mais uma vez. — Meu
jovem, a vida é uma só, então, seja feliz.
— Obrigada Lauren. – Fiz a menção
de ir embora, mas virei. — A propósito,
adorei o cabelo.
— É uma peruca. – Riu. Tirou e eu vi
que era careca, estavam nascendo fios
novos. — Como eu disse, a vida é uma
só e depois de uma doença, você tem
que vivê-la intensamente. Boa sorte,
meu jovem.
Engoli em seco. Então ela usava
peruca para esconder o que havia por
trás de uma doença, sem dúvidas era
uma mulher forte. Fiz uma nota mental
de ajudá-la no que fosse preciso antes
que eu fosse embora.
Entrei no quarto e me joguei sobre a
cama, eram tantas coisas a se pensar e
pouco tempo para agir. Tomei um banho
e me alimentei, depois fiz uma maratona
de abdominais e flexões. Eu não podia
transparecer fraqueza e aquela aparência
horrível de semanas atrás.
Resolvi não perder tempo, eu iria
aparecer para Rox e dizer “Eu te amo,
não consigo viver sem você, quer
namorar comigo?” Que droga, eu nunca
diria isso. Então vai ser na cara e na
coragem.
Desci para o jardim e a busquei por
toda a plantação, então, ao longe, eu a
avistei. Rox estava linda com calças
jeans e uma blusa amarrada na cintura,
típica de garotas do campo. Usava botas
pretas e tinha no cabelo um lenço. Era
ela mesma, e estava tão perto. Roxanne
conversava com um senhor, que eu
pensei de imediato ser o marido de
Lauren. Cheguei mais perto e, quando vi,
após algumas passadas, eu já estava a
sua frente. Ela não olhou para cima, mas
notou que o dono dos sapatos italianos,
agora sujos de terra, era com certeza eu.
— Olá. – os cumprimentei
cordialmente.
Quando ela levantou a cabeça e
tomou um susto, tive a certeza que de
que ela estava mais do que surpresa em
me ver ali.
— Richard? – Perguntou com a voz
trêmula.
— Eu. Em carne e osso. Quero dizer,
mais carne do que osso. – Brinquei para
descontrair.
— Olá meu rapaz, veio cultivar
orquídeas conosco? – O senhor me
perguntou. — Prazer, Lorenzo.
— Richard Castellar. – O
cumprimentei com um aperto de mãos.
— Não, eu vim apenas buscar a mais
bela flor desse jardim, Roxanne.
— Richard, eu estou de férias.
— Eu sei. Mas precisamos
conversar. – O senhor percebeu o clima
e saiu de perto de nós pedindo licença. –
Eu não vim de tão longe para receber um
não.
— Sobre o que? – Perguntou ela.
Abaixei-me e fiquei em sua altura.
Deixando nossos rostos perto um do
outro. Eu podia sentir a respiração dela
falhar.
— Sobre nós.
— Mas não existe nenhum ‘nós’.
Ela disse e eu sorri ao dizer:
— Mas vai existir.
Eu a convenci a tomar um café Fomos
até o hotel e sentamos em uma mesa
próxima a janela.
— Olha Richard, eu não entendo o
que veio fazer aqui. – Ela começou e eu
pus o dedo em sua boca, não a deixando
completar.
— Eu que peço que só me escute. Por
favor. – Eu estava um perfeito maricas.
— Tudo bem.
— Bom, Roxanne, depois de anos, eu
jamais pensaria em me apaixonar outra
vez. Quando você foi indicada para ser
a fisioterapeuta do meu irmão, alguma
coisa mudou aqui dentro... – indiquei
meu coração. — Eu não sou um cara
perfeito Roxanne, eu posso ser bonito,
rico, CEO de uma grande empresa, mas
desde que eu te vi, sinto que eu não
consigo ser tudo isso sem você ao meu
lado. Eu não te quero por um simples
capricho, eu quero você porque eu te
amo.
Ela se mostrou surpresa, mas eu
continuei:
— Eu te amo desde que você entrou
na minha sala, sete meses atrás. Eu só
estava mentindo para mim sobre esse
sentimento. Sei que parece loucura, mas
é a verdade. Eu amo você Roxanne
Petri, amo você com esses cabelos sujos
de terra, com essa carinha de moça do
campo, esse olhar desafiador, essa boca
pequena e perfeita, eu apenas amo você.
Para você, eu sou somente o Richard,
não o empresário metido e autoritário.
Eu vim aqui atrás do meu amor, e espero
que eu seja correspondido ou entrarei
em celibato infinito.
— Richard, eu não sei nem o que
dizer...
— Diga que me ama. Diga que quer
ficar comigo. Eu vou ficar louco se você
disser que não sente o mesmo.
— Eu sinto o mesmo. – meu mundo
parou alí mesmo.
Roxanne
Gosto de você.
Ramona
Noivado badalado.
Maximilian
***
Festa do Alex
Papai Alex.
Alexander
É tanto amor.
Richard
***
Pessoas
desagradáveis.
Ramona
Tomada de decisão.
Alexander
***
***
Um mês depois
Diagnóstico.
Roxanne
Duas semanas antes...
***
Duas semanas depois, eu estava
terminando os exames numa clínica
diferente da que eu trabalhava e,
Richard me acompanhava em todas as
consultas, pedia novas opiniões aos
médicos, mas todas diziam a mesma
coisa. Não teria como salvar meu
ovário. Claro que, para uma mulher, isso
era o fim. As chances de eu engravidar
em alguns meses não seriam tiradas, mas
era uma parte de mim que eu perderia.
Como eu poderia lidar? Antes eu não
pensava em ter filhos tão cedo, agora eu
quero e, mais ainda, espero poder.
Richard conversou comigo e resolveu
se afastar dos negócios para ficar ao
meu lado durante a cirurgia e depois
dela, eu já sabia que ele não me deixaria
levantar um garfo sequer.
E, quer saber? Eu não me importo.
Eu quero ser cuidada, amada, e
ninguém melhor que o meu amor para me
dar tudo isso. Eu precisava do apoio
como quem precisa de oxigênio,
precisava que ele me dissesse que tudo
ia dar certo. Eu precisava dele.
***
Meu espelho.
Richard
***
Acordando.
Roxanne
Voltando a viver.
***
***
***
***
Esperança.
Ramona
***
***
Richard e Roxanne estavam no
quarto, acabaram de chegar do hospital.
Ela já estava ótima e liberada para
qualquer tipo de esforço físico. A
cirurgia fora um sucesso. A biópsia
apontou um resultado que retirou de
sobre ela toda sombra de preocupação e
agora ela poderia ter até ter mil filhos se
quisesse.
— Hoje o dia foi cheio de emoções,
não é, linda? – Richard perguntou
jogando os sapatos pelo quarto.
Enquanto Rox tirava os brincos e
colocava em cima da cômoda.
— Muitas. Estou feliz por nossos
irmãos. Hope é tão fofinha, que me deu
até vontade de ter uma criança também.
O rosto de Richard se iluminou com a
fala da amada.
— Podemos tentar agora mesmo, se
quiser. – Ele a pegou pela cintura.
— Você quer?
— Tudo com você, ruiva.
— Depois da argolinha no dedo, seu
Richard. Só depois. Filho antes do
casamento não mesmo. Hope foi um
descuido lindo, mas um descuido. Não
quero filhos por agora.
— Mas eu quero você, agora.
— Sou toda sua, garanhão.
Os dois se beijaram apaixonados e
calorosamente. Caídos sobre a cama, se
amaram por horas a fio. Dando somente
pausa para pequenos lanches, Richard
estava insaciável. E por enquanto seria
somente os dois. Por enquanto.
Papai Alex e sua pequena
borboleta
Visita inoportuna.
Briana
***
***
***
Em Nova York o clima também
estava dos bons, Alex havia trabalhado
com Max no novo software. Ramona
continuava a cuidar de sua filha em casa
e conversava muito sobre maternidade
com Angelina.
— Cheguei.
Alex entrou no apartamento,
colocando a pasta sobre a mesa e
tirando o paletó e colocando sobre a
cadeira. Ouviu risadas do quarto e foi
em direção a elas. Chegando ao quarto
do casal, Ramona e Hope estavam
brincando em cima da cama, a menina
vestida de joaninha e sua mãe louca
cutucando sua barriguinha em busca de
suas risadas desdentadas.
Uma cena linda.
— Vejo que minhas garotas estão se
divertindo! Tem lugar para o papai nessa
brincadeira? – Pergunto todo babão,
retirando os sapatos e as meias, subindo
na cama.
— Claro que sim, papai. – Ramona
beijou o marido que não via desde a
manhã quando ele foi trabalhar. – Como
foi seu dia?
— Chato e proveitoso. E ela,
melhorou das cólicas? – Pergunto
pegando o bebê no colo. Hope passara a
noite toda chorando por causa das
cólicas.
— Sim, Angelina me ensinou uma
massagem e o banho de ervas. – Ramona
explicou ao marido. – Ela está ótima,
nem parece que passou a noite chorando.
— Minha borboletinha, papai sentiu
saudades. – Acariciou a cabecinha ainda
careca da filha. — Ficar longe de vocês
é um sacrifício.
— Mas você precisa trabalhar para
comprar minhas fraldas, papai. –
Ramona fez voz de criança.
— Falando nisso, acho que alguém
precisa de uma fralda nova! – Alex fez
careta. — Vamos lá filha, vamos limpar
esse bumbum!
Alex já estava perito em troca de
fraldas, banhos e cuidados com a filha.
Ramona apenas observava orgulhosa.
Após dar banho na filha e trocar a
fralda, Ramona deu de mamar e os três
ficaram vendo TV. Quer dizer, Ramona
ficou acordada, enquanto Hope dormia
serena no peito de Alexander, que
também dormia.
Sem dúvida a maior felicidade de
Ramona foi ter conhecido Alexander.
Enfim, será que tudo era só
felicidade?
Capítulo 23
Pedindo assim...
Roxanne
***
***
***
Esperando uma
garota como você.
Roxanne
***
***
— Eu já disse que não quero
conversa, Alexander! – Após muitas
tentativas de desculpas, Alex ainda não
havia desistido.
— Hoje é um dia feliz para minha
irmã e eu não vou deixar nada estragar
esse dia, mesmo que meu marido seja
um vadio que não consegue manter a
cabeça de baixo no lugar!
— Eu não estava pensando nela,
amor! Só disse que ela é bonita...
— Linda! Você disse linda! Ainda diz
na frente do seu irmão e do seu amigo!
Alex tenta beijar a esposa e é
rejeitado, Hope se remexe no colo da
mãe e pede para ir para o colo do pai.
— O que minha borboletinha quer? –
Alex pergunta a filha, que está inquieta
em seu colo.
— Ela precisa de uma fralda nova. –
Ramona faz careta. — Leve-a até o seu
antigo quarto, a bolsa dela está lá, se
precisar dar banho.... Tem uma troca de
roupa dentro da bolsa também.
Os dois subiram juntos com a
pequena e Alex a colocou delicadamente
sobre a cama, retirando seu vestidinho.
— Minha pequena borboleta sujinha,
vamos ver o que tem nessa fralda... —
Alex abre a fralda com suspense e quase
cai para trás. — Uou, filha!
— Alexander, deixe de coisa e
troque-a logo, precisamos descer... O
casamento já vai começar.
Ramona acelera o processo de troca
e ajuda o marido a trocar a menina.
Assim que terminam, Alex deixa a
pequena deitada e agarra a cintura da
esposa pedindo perdão e recebendo um
sermão enorme antes de ser perdoado e
beijado com fervor. Hope? Bom,
resolveu tirar uma soneca.
— Alex....Hum....Alex.... – Ramona
tenta não ceder aos beijos e caricias do
marido. — Temos que descer...
— Nós já vamos. – Ele para de tocá-
la e tenta se recompor. — Mas antes
preciso dar um jeito nisso...
Ele aponta para a grande ereção em
suas calças. Ramona sorri e morde o
lábio.
— Em casa eu resolvo esse grande
problema.
Ele sorri safado.
— Eu não ia dormir no sofá?
— Não antes que eu possa me fartar
com esse problemão... – Ela aponta para
as calças dele. — Vamos, minha irmã
não pode casar sem os padrinhos!
Ela pega a pequena dorminhoca no
colo e desce, Alexander fica
recompondo-se.
***
You're so good
(Você é tão boa)
When we make love it's understood
(Quando fazemos amor, fica
implícito)
It's more than a touch or words we
say
(É mais que um toque ou palavras
que dizemos)
Only in dreams could it be this way
(Só nos sonhos as coisas poderiam
ser assim)
Ao som de Waiting For A Girl Like
You, da banda Foreigner, Richard viu a
noiva mais linda surgir no jardim.
Roxanne usava um vestido longo e
branco de renda fina e uma coroa de
flores, completando o véu de fino trato.
Recebeu-a no pequeno altar montado
apenas para a união singela, a juíza
amiga dos pais dos irmãos Castellar
aceitou celebrar o casamento com muita
alegria. Após os primeiros proclamas,
os votos foram ditos e a juíza os
declarou marido e mulher.
— Feliz? – Richard perguntou a
mulher, Roxanne só conseguia sorrir e
chorar de emoção.
— Muito! Acho que não existe
mulher mais feliz que eu! – Ela abraçou
o marido, enroscando os braços no
pescoço dele. Ele canta uma parte da
música no ouvido dela.
Três?!
Roxanne
Rotina.
Richard
Bônus
Dois anos Mais do Que Perfeitos
Bônus
Você?!
***
A festa contava com muitos
seguranças ao redor do grande salão. A
Castellar & Ferrati Technology é a mais
conceituada do país e quiçá do mundo,
então o mais novo software seria
cobiçado. Richard subiu ao palco para
dar início as festividades e ao
lançamento.
— Boa noite, todos aqui sabem quem
eu sou, então, vamos ao que interessa.
Nossa empresa hoje estará dando um
grande passo para o mercado
internacional, o novo Software Infinity
dará sofisticação e mais segurança para
o nosso mundo tecnológico e também
deixará os hackers de cabelo em pé. –
Todos riem no momento. Roxanne
acaricia a pequena barriga e Richard
sorri para ela. — Além disso, eu
gostaria de agradecer a todos que se
empenharam no desenvolvimento desse
novo produto, meus sócios Max, Alex e
aos nossos diretores de produção, foram
dois anos de muito trabalho e estudo
para lhe apresentar um produto
impecável. Com vocês, o Infinity da
FCT.
Todos batem palmas e os slides
aparecem no telão imenso, mostrando o
design e todo o processo de
desenvolvimento do novo produto.
— Estou orgulhosa de você, meu
amor! – Roxanne colocou os braços em
volta do pescoço do marido e beijou de
leve sua boca. — Aliás, nós quatro
estamos!
— Os pombinhos vão me desculpar,
mas irmão, temos que ir falar com
nossos investidores! – Alex chegou
próximo ao casal e puxou o irmão. —
Voltamos já.
Roxanne e Ramona ficaram
conversando e nem viram quando Martin
Castellar chegou próximo a elas. Com
uma arma nas mãos, encostou o gatilho
nas costas da mulher de Richard.
— Vocês vão sair de fininho dessa
festa comigo e eu não estouro a barriga
dela. – Roxanne tremeu nas pernas, mas
fez o que ele pediu, seguindo para o
lado de fora, ela e Ramona saíram sem
chamar atenção, já que estavam perto de
uma das saídas.
— Quem é você e o que quer?! –
Ramona perguntou.
As duas estavam com medo, mas não
poderiam demonstrar.
— Jura que não sabe quem eu sou,
norinha? – As duas se entreolharam. —
Vou acabar com a festa dos meus
queridos filhos, ou melhor, do
bastardinho e do meu filho. A vingança
nunca foi tão saborosa.
— Você é louco! – Cuspiu Roxanne.
— Você ainda não viu nada, querida.
O velho jogou as duas dentro do
carro e as duas surpreenderam-se ao ver
que o dirigia.
— Você?! – Ramona gritou.
***
Pesadelo.
Roxanne
***
Richard
— Eu não quero saber o que caralho
você vai informar às delegacias locais,
Delegado! Eu quero a minha esposa e
minha cunhada, não interessa que porra
nós vamos fazer! – Eu esmurro a mesa
com uma força descomunal, sentindo-me
inútil naquele momento. Alexander
passa pela porta que nem uma bala me
deixando ainda mais furioso. — O que
foi dessa vez, Alex? Fique calmo, quer
ser preso por desacato? Contenha-se!
— Alguns anos atrás, com a ameaça
da Briana sobre a minha família, eu dei
a Ramona um colar com uma borboleta.
Ela não sabe que há nele um dos nossos
rastreadores, lembrei agora! Eu procurei
pelo aplicativo, como não fazia há anos.
Ele estava dentro da minha gaveta no
escritório. Se ela estiver usando o colar,
como eu acho que está, as nossas
mulheres estão nesse endereço aqui. –
Alex aponta para o pequeno aparelho
trazido consigo e minhas esperanças
aumentam nesse mesmo instante.
— Porra Alex, eu te amo! – Eu o
aperto como se fosse tirar seu ar, eu amo
esse bastardo filho de uma mãe, ele é um
gênio.
— Me solta que eu gosto dos apertos
da minha esposa, não de marmanjo!
Vamos atrás delas!
— Fazenda Castelo de Pedra... Foi
nessa porra de lugar que aquele louco
enfiou nossas mulheres!?
— É a antiga fazenda dos nossos
avós. Ela está abandonada há décadas!
— É para lá que nós vamos!
Retiro minha arma da gaveta. Alex
faz o mesmo. Nós não éramos policiais,
mas tínhamos nossas armas como meio
de autoproteção. Somos ricos, com a
violência que está o mundo hoje, nunca
saberíamos quando precisaríamos usar
uma delas, mas, sabíamos, elas eram
necessárias agora.
Em meu carro, tenho Alex ao meu
lado. As viaturas seguiam para o mesmo
local. Max havia ficado na empresa
aguardando notícias. Quase uma hora
dirigindo, eu avisto a cerca da fazenda,
em condições visivelmente deploráveis.
Minha única preocupação nesse
momento é o bem-estar de minha mulher,
meus filhos e da minha cunhada, mas, se
esse velho passar na minha frente, eu
vou acabar com ele.
Sem fazer muito barulho, deixamos
os carros do lado de fora, e eu logo vejo
um carro vermelho do lado de fora da
construção antiga.
— O que o carro da louca da Briana
está fazendo aqui?
Alex olha para mim e pergunta como
eu soubesse que caralhos era a cor do
carro dessa maluca.
— Essa vadia deve estar metida até o
pescoço na loucura do seu pai! – Eu
rosno furioso, só aumentando a lista de
assassinatos a cometer na minha cabeça.
— É o seguinte: Alex e eu vamos
pelo lado direito e vocês vão pelo
esquerdo, lembrando-se de que há duas
reféns. São nossas esposas, eu não quero
nem um risco nelas, ok? – O delegado
do caso me olha como se quisesse que
eu acrescentasse alguma coisa quando
eu estava assumindo as rédeas da
operação.
— Uma delas é a minha mulher e está
grávida. Muito cuidado com essas armas
apontadas para ela, estou sendo claro? A
outra é a mulher do meu irmão, tenham o
mesmo cuidado.
Os homens assentem e me seguem
pelo lado esquerdo, enquanto meu irmão
e o delegado vão pelo lado direito. Ao
longe posso escutar os gritos histéricos
e gasguitas de Briana. Eu vejo uma
janela quebrada e tudo que eu penso
nesse momento é em agir
cautelosamente, seguir meus instintos
friamente e é exatamente o que faço.
Derrubo a janela ou o resto dela e
entro na casa. Com a arma em punho
percorro o pequeno vão e vejo uma
porta a minha frente. Escuto murmúrios
e orações baixinho. Minha Rox, ela está
orando. Meu coração bate
descompassado, eu pressiono a porta
com força, como ela está velha, abre
facilmente e tudo que eu vejo é minha
cunhada agarrada a minha mulher,
amedrontada.
As condições daquele lugar me
deixaram enojado só de olhar. Minha
Rox abre os olhos e pisca para mim,
como se eu não estivesse ali e ela
quisesse ter certeza que eu não era uma
miragem.
— Rich? Richard? É você? Oh meu
Deus! – Eu corro até ela e abaixo-me
abraçando-a. – Eu tive tanto medo.
Tanto, mas tanto medo.
— Eu estou aqui meu amor, não tenha
medo! – Eu chamo Ramona e seu estado
é preocupante.
— Ela não reage, Rich. Está em
choque! Tenho medo que algo tenha
acontecido com o bebê! – Minha mulher
dispara e eu fico pensando de que bebê
ela está falando, Hope está segura.
Minha cunhada está grávida? Outra vez?
Merda!
— Ouvi vozes e quase não acreditei
que você pudesse ter encontrado esse
bendito lugar! – Martin Castellar estava
frente a frente a mim. — É um grande
prazer reencontrá-lo, filho.
— É uma pena que eu não possa
dizer o mesmo, papai. – Coloco minha
esposa em minhas costas e minha
cunhada mal se mexe, mas vale a
tentativa de protegê-las à todo custo.
Onde estão Alex e o delegado?
— Tudo seria tão diferente se sua
mamãezinha não tivesse me traído! –
Martin cospe ao dizer as palavras. —
Aquela vadia me traiu com meu sócio,
dentro da minha empresa, debaixo dos
meus olhos! Você é um bastardo!
— Eu posso ser até um bastardo, mas
tudo aquilo que você deixou na empresa,
só se tornou o que é hoje pelo meu
esforço e o de Alex. Mudamo-la
completamente, nada naquela empresa
pertence a você mais. E pouco me
importa se eu sou seu filho ou não, pelo
menos eu não tenho esse sangue doentio
correndo em minhas veias! Eu tenho a
minha família, Martin! Nada do que me
disser agora vai mudar o que penso!
Alex é meu irmão e nada vai mudar isso!
Deixe-as em paz, seu problema é
comigo! – Eu despejo tudo que está
engasgado e penso em distrai-lo para
dar tempo a Alex e os outros que estão
demorando demais.
— Corajoso você, hein? Eu criei
você bem, apesar de tudo!
— Cala essa boca! O seu lugar é na
cadeia, onde porcos, imundos como
você, merecem apodrecer!
— Martin Castellar, o senhor está
preso! Coloque as mãos onde eu possa
ver! – Até que enfim aquele maldito
delegado aparece e meu irmão vem logo
atrás, correndo para a esposa.
Ouço os gritos histéricos de Briana
sendo presa, mas a minha única
preocupação é minha ruiva.
— Acabou, meu anjo, acabou! – Eu a
aperto em meus braços sentindo seu
cheiro que, para mim continua o mesmo.
— E eles, estão bem?
— Sim, estão mexendo porque
ouviram sua voz. – Roxanne suspira
cansada, e eu respiro devagar, aliviado
por tudo ter terminado bem. – Richard,
eu quero sair daqui, tenho nojo deste
local, eu preciso de um banho e de
comida, muita comida!
Eu sorrio um pouco, em meio ao
caos.
Depois de sair daquela casa imunda,
a caminho do hospital, ela dorme em
meus braços. Alex não esconde a
preocupação pela esposa, que continua
em estado de choque. Chegamos ao
hospital e as duas passaram por exames
detalhados, estavam desidratadas e era
necessário que as duas ficassem
tomando soro para repor os nutrientes
perdidos pelo dia em que estiveram
naquele pesadelo. Alex ficou louco de
felicidade ao saber que seria pai
novamente. E eu, bom, acabei por
descobrir o sexo dos meus filhos.
Dois meninos e uma menina.
Nós mantivemos as duas juntas em
nossa casa, já que Ramona estava frágil
por conta do susto. Hope abraçou a mãe,
que chorou bastante ao ouvir a voz da
filha.
— ‘Ama’ mamãe. – Hope disse ao
abraçar a mãe que se encontrava deitada
na cama e chorava ao olhar para minha
sobrinha, mexendo em seus cabelinhos,
observando cada movimento seu. E eu,
olhava para minha esposa conversando
com nossos filhos. Hope, bem mais feliz
pela presença da mãe, falou — ‘Chola’
não, papai ‘ducéu’ vai ‘cudá’ mamãe e
‘didi’.
Preciso dizer que essa cena encheu
meus olhos de emoção?
Alexander segurava-se para não
chorar como uma “maricas”, mas, quer
saber, chorando ou não, nós éramos uns
filhos da mãe sortudos pra caralho!
Passado o susto, tudo que eu queria
era curtir minha família. Alex e eu ainda
teríamos uma conversa séria, mas para
mim nada ia mudar. Ele continuaria a ser
o meu irmão que vinha no meu quarto,
altas horas da noite roubar minhas
revistas Playboy.
Capítulo 32
***
Operação de guerra.
***
***
***
Três dias depois, ela e as crianças
voltaram para casa, onde foram bem
recepcionados por Susan, que estava
emocionada ao ver seus sobrinhos netos
vestidos de forma igual, apenas com um
laço de fita definindo quem era a
menina. Vestidos de vermelho da
cabecinha aos pés.
— Oh meu Deus, que coisinhas mais
lindas! – Susan estendeu os braços para
Richard e pegou a princesinha no colo.
Zoey resmungava em seu sono, mas
gostou do colinho da tia avó. — Os
meninos têm seus olhos meu filho e ela é
a cópia da Rox!
— É por isso que vou ficar de olho
nessa menina, uma ruivinha dessas,
ainda bem que tenho dois garotos para
ficar de olho junto comigo!
— Isso vai ser divertido de ver! –
Alex falou.
— Vai rindo, quando chegar à sua
vez, vamos ver quem vai rir por último!
A família ficou curtindo as crianças
até os trigêmeos dormirem e todos
voltarem a suas vidas normais, claro que
na primeira noite, Richard se enrolou
todo trocando fraldas, pegando o bebê
errado e trocando o que estava limpo.
Depois desse dia, ele decidiu comprar
pulseirinhas que identificassem os três.
Roxanne, bom, essa só sabia rir.
Esse era seu final feliz.
Capítulo 34
Conhecendo a
próxima história...
Stephen
***
Minha matemática é
você