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Título original: Sob a Mira do Mafioso – Livro 1 – Série: “Amor,
Poder e Possessão”.
Copyright © 2023 por Bianca Pohndorf.
Preparação de texto: Mari Vieira
Revisão: Mari Vieira
Capa: Designer Tenório
Diagramação: Grazi Fontes
Ilustrador: Carlos Miguel Ilustrações
Esta é uma obra de ficção.
Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são
produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida por qualquer forma
e/ou quaisquer meios existentes sem prévia autorização por escrito
da autora.
Os direitos morais foram assegurados.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela lei nº.
9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Versão Digital — 2023.
SUMÁRIO
NOTA DA AUTORA 6
Sinopse 7
Playlist 8
Capítulo 1 9
Capítulo 2 40
Capítulo 3 61
Capítulo 4 78
Capítulo 5 95
Capítulo 6 129
Capítulo 7 147
Capítulo 8 165
Capítulo 9 187
Capítulo 10 207
Capítulo 11 222
Capítulo 12 240
Capítulo 13 257
Capítulo 14 277
Capítulo 15 300
Capítulo 16 319
Capítulo 17 335
Capítulo 18 355
Capítulo 19 372
Capítulo 20 391
Capítulo 21 410
Capítulo 22 438
Capítulo 23 461
Capítulo 24 478
Capítulo 25 499
Capítulo 26 518
Capítulo 27 537
Capítulo 28 553
Capítulo 29 579
Capítulo 30 603
Capítulo 31 622
Capítulo 32 646
Capítulo 33 680
Capítulo 34 710
Capítulo 35 736
Capítulo 36 760
Capítulo 37 779
Epílogo 806
Avaliações 821
Agradecimentos 823
Dedico este livro a vocês que se solidarizaram com a minha
situação, que dedicaram um tempinho do dia para me ajudar.
Não há palavras para descrever a minha gratidão.
Autores e leitores, sem vocês, este livro não estaria disponível.
Obrigada!
Este livro é um romance de máfia com ação, portanto, haverá
momentos que podem deixar o leitor desconfortável.
Não é um Romance Dark, mas ainda assim carrega o seu
peso.
Aqui, você encontrará: violência física, tortura graficamente
descrita, morte, corrupção, tráfico de drogas e menção ao
tráfico de pessoas.
Esta é uma obra de ficção destinada a maiores de 18 anos.
Este livro não tem a intenção de educar o leitor. Ele é puro e simples
entretenimento.
esta era uma tática muito usada pelos traficantes para se manterem
carregava no peito.
mofo, limo cobria grande parte do que um dia havia sido branco
revestindo o lugar. O piso cimentado apresentava buracos em
alguns pontos e as telhas moviam-se conforme as rajadas de vento.
Gabriel.
lábios.
torcia para que desse certo, pois isso nos aproximaria ainda mais de
nosso objetivo.
sala.
afirmou Arthur.
– Sim.
Céus!
isso, não me importei com nada, só queria chegar aos meus amigos
e garantir que estivessem bem, que não haviam sido atingidos por
um tiro.
meu ser.
Espalmei as mãos em frente ao rosto e empurrei portas
A camorra.
Um grito de guerra soou ao meu lado direito, me fazendo girar
quem não deveria, seus dias estão contados, sua puta! – cuspiu, me
obrigando a chutá-lo uma terceira vez pela ofensa proferida.
olhos.
começaram a embranquecer.
– Arthur acha que pode ser a nova droga sintética que vem
sendo distribuída – respondi, guardando a arma de volta no coldre.
astutos.
símbolo.
trabalho, rapazes!
dispensa.
Arthur bufou.
– Se eu precisar ouvir outra vez os motivos do porquê seu
gelo tilintar no vidro e cerrei a mandíbula com tanta força que o osso
sibilei, mal contendo a raiva que escorria por cada poro do meu
corpo.
temperamento incontrolável.
Ele era pior do que Nery, nosso irmão mais novo, o qual
Teodoro bufou.
– E o que te faz pensar que a culpa é minha? – questionou,
rolando os olhos para cima.
os lábios.
polícia.
apreensão das nossas drogas, Balbino lucra ainda mais. E, para ser
bem sincero, achei a ideia genial, afinal de contas, ele pega as
dele da reta.
sido mais esperto do que nós, ter o inimigo um passo à frente era
algo perigoso dentro da máfia e poderia custar vidas, além do
oscilaram.
– Nós podemos declarar guerra contra Balbino, matar alguns
dos seus homens, intimidá-lo o suficiente para que fique longe dos
nossos negócios – argumentou Teodoro, estendendo o braço e
cansada.
franziu os olhos.
policiais não será o suficiente para lhe enviar uma resposta relativa
vez que insistir ainda mais nessa merda, mais perdas ele sofrerá e
– Foi você quem começou essa merda, então não tem direito a
era o melhor de todos, mas também não fedia a morte, já que uma
equipe responsável vinha fazer a higiene depois de uma sessão. A
precisávamos.
homem alto e bem tonificado, fazia jus ao temor que causava nas
pessoas. Os olhos castanhos sempre foram frios, desde que o
conheci quando ainda era uma criança, e os cabelos castanhos na
em infortúnio.
da dor.
ainda restam?
coisa.
ao meu lado.
por mim.
olhar inquisidor.
– As coisas estão meio tensas, pensei que quisessem cafeína
rápida – afirmou.
minha mente.
– Vamos conseguir alguma coisa, nós sempre conseguimos –
insisti, tentando convencer a eles ou a mim mesma.
do celular.
nos últimos meses para ver o nosso trabalho descer pelo ralo.
Em um uníssono, Gabriel e eu concordamos.
encontraram os dele.
Ele era bem mais alto que eu, talvez uns trinta centímetros, um
de dentes brancos.
homem novo que estava em frente à minha porta com uma leva de
seguranças ao seu encalce. Bizarro, não?
este, mas tudo nele exalava perigo e fazia a minha veia investigativa
pulsar mais rápido.
esquerdo, me dizia que ele podia cobrir gastos muito mais elevados
o trouxera até aqui, muito menos qual era seu intuito ou os seus
presa.
Um sorriso delineava os meus lábios enquanto as lembranças
eu não precisei testar para saber que qualquer passo que eles
Incrível.
resposta.
Encolhi os ombros.
– Ela é definitivamente uma delícia – revelei, erguendo um
justamente por este motivo que ele vinha tentando mantê-la longe
dos negócios da famiglia para protegê-la.
absurdamente suspeito.
prédio?
mesa, me fazendo saltar para trás com o susto e sair das minhas
divagações.
encarar Arthur.
Dei de ombros.
Bufei.
mãos.
meu corpo.
Eu não podia acreditar no descaramento de Arthur, sabia o
ignorando-o.
Eu não estava levando a sério que realmente estivesse com
vontade de repetir a dose, mas também não sabia dizer o que
colega de trabalho.
este motivo que não quero estragar nada entre nós. Somos colegas,
mas, acima de tudo, somos amigos, e eu tenho muito respeito por
você.
– Não sei... acho que uma festa não vai ajudar a aliviar a
tensão – suspirei.
cobrindo a boca.
parentesco.
ironia.
Pigarreei.
estar.
silêncio opressor.
cabelo.
meu corpo.
segundos, entorpecida.
ao longo da semana.
atrasada. A nossa entrada por uma porta lateral foi rápida, a garota
cardápio.
– Relaxa, Raika, você parece alguém que veio até a festa com
defensiva.
sorrir.
Gabriel foi até o bar pegar outro Mojito para mim e voltou não
havia dito, pois não era todo dia que alguém se aproximava de mim
falando sobre crimes e essas coisas, ao menos não um
desconhecido.
controlar.
da festa?
– Raika.
maneira própria de achar que uma bebida valia alguma coisa com
uma mulher.
– Tudo bem, mas isso não significa que vai rolar alguma coisa
entre nós, se pensar o contrário, pode deixar que eu mesma pego a
celular para ler as notificações que eles enviaram para saber o que
dizia. Eles haviam ido embora com os pares que encontraram esta
noite, me deixando sozinha. Pelo lado positivo, eu tomaria um drink
Bufei.
– Tudo bem.
sobre o ombro.
Ele riu.
promessa que fiz a mim mesma de que iria embora assim que eu a
finalizasse.
esquerdo.
Girei na direção do som, mas já sabia de quem se tratava
antes mesmo de olhar.
camarotes.
e que não tinha nada com isso. Não poderia simplesmente remover
meu distintivo da bolsa e prender todo mundo que portava drogas,
embora fosse ilegal e... eu pudesse mesmo fazer isso.
Engoli uma lufada de ar, acalmando os meus instintos.
nariz.
– Louca, talvez, sim, mas não sou imoral, isso eu posso afirmar
– disse, a voz lenta e trôpega.
separava.
básica de respirar.
A sombra se duplicou.
A sombra se multiplicou.
minha cama não era tão aconchegante e meus lençóis não eram tão
fofos.
Tentei lembrar o que havia acontecido, mas uma confusão de
dentro da cabeça.
cascalho.
fui atropelada.
vomitar.
Balancei a cabeça.
soluço.
entraríamos no radar deles, ainda mais que era a vênus, uma droga
cara.
bem, estava prestes a ter uma síncope nervosa e nem havia ainda
me curado dos efeitos colaterais de ter sido drogada.
se.
– Eu não fiz nada com você, Raika, sou contra transar com
uma mulher que não esteja cem por cento consciente. – Ergueu os
lábios, mostrando os dentes enquanto sibilava cada palavra. –
Quando eu foder você, vai estar muito acordada, quero ouvi-la gritar
até ficar rouca enquanto a faço gozar.
Senhor!
algo pior do que a morte. Mas, era um homem que não conhecia e,
pensamentos.
zombeteiramente.
inclinando-se na poltrona.
Neguei.
Meu Deus!
Limpei a garganta.
Killiam riu.
– Não é uma prisioneira, Raika – Levantou-se e caminhou até
mim. – Eu te salvei na noite passada, esqueceu? Pode ir para casa,
suas coisas.
movimento.
– Tem certeza de que está bem? Pode ficar aqui por mais
algumas horas, eu precisarei sair, mas Nery ficará em casa.
Gabriel e Arthur.
– Sim, obrigada.
O corredor estava vazio, não havia nem sinal dos homens que
Merda!
A pergunta retumbava.
qualquer outra.
Estava preparado para matar meus inimigos quando vim para
o Brasil, mas não para torturá-los, por isso que Stefano teve um
a garganta.
Teodoro.
Joshua estava acordado, o rosto impassível, como se não
estivesse se mijando de medo pelo que estava prestes a acontecer.
língua dele.
nossos rostos.
obtive nada. – Eu vou quebrar cada osso do seu corpo, então vou
distender os seus músculos, até que se torne uma bola de carne
gordura que ficavam abaixo da pele. Não era a coisa mais nojenta
que já tinha visto, mas ainda assim era desagradável o que me fez
gorgolejou.
– Ela não trabalha para nós, não que eu saiba, pelo menos,
eles nunca falaram que ela era uma aliada – confessou Joshua.
que fazia parte. E esse era um erro muito comum nos Cartéis de
drogas, eles não costumavam educar seus homens, então eles não
eram acostumados com tortura e abriam a boca sempre que eram
por isso não faz sentido que a queiram fora do radar – afirmou
Teodoro.
Andei de um lado para o outro, pensando, vasculhando em
minha mão,
se esquivar da pergunta.
que eu estremeci.
fatos.
corpo.
agora se prefere ter uma morte lenta e muito dolorosa é com ele –
bochechas.
difícil de se corromper.
bolso.
– Porque eu a quero.
e saber que ela não trabalhava para Balbino aguçou ainda mais
esse sentimento. Gostava do jeito que ela me desafiava, da
mim.
– Eles não vão parar, eles querem Raika por algum motivo, se
eu não a levar, alguém virá para buscá-la – declarou Joshua.
resolução?
tentando relaxar.
– Entramos na terceira semana e até agora não conseguimos
nada, nosso prazo está prestes a estourar – falei, contando uma
estaca zero.
Bufei.
Medeiros riu.
Arthur.
irmos atrás dele e descobrir sobre o que se trata a tal ligação que
ele sugeriu.
nossa direção.
estar aqui há tanto tempo, mas o calor fez com que acelerasse o
estado de decomposição do cadáver.
Eu odiava ver gente morta, esse era um dos motivos pelo qual
pedi que fosse incumbida ao tráfico de drogas assim que cheguei na
galpão.
em mim.
ele.
carne em decomposição.
o pano no rosto.
sua testa.
– Será que podemos olhar logo o que quer que seja e sairmos
que significava.
C – Cartel
J – Jalisco
N – Nueva
G – Generación
semanas.
– Acha que é só uma briga entre Cartéis ou tem algo a ver com
Arthur.
vagos e enfraquecidos.
veias.
Céus!
nervos.
– Não o conhecia – menti, mantendo meus olhos longe do
cadáver de Joshua para perpetuar a mentira –, estou apenas em
para desconfianças.
decomposição.
Los Zetas como eu achava, tinha que descobrir por qual motivo ele
me salvou e o que diabos ele queria comigo.
estivéssemos com um alvo nas costas e embora isso não fosse bom
para a minha reputação, precisei mentir para que pudesse vir para
casa sem desconfianças, mas não sem antes implorar para que
Foda-se!
agora.
depois.
– Não, obrigada.
não cederia, nem que minha vida dependesse disso. Killiam era um
desafio que eu superaria, ou terminaria morta, mas, independente,
dele.
minha vida.
– Me surpreende que ainda não saiba a resposta – ciciou,
arrumando a coluna e esfregando o dedo indicador no maxilar,
alisando os pelos crescidos da barba –, talvez eu tenha mesmo te
subestimado.
irritação.
dominar.
que isso foi bom, é uma tática infalível, sei que funciona com os
respostas.
Merda!
nossos problemas.
Joshua, ele não poderia fazer parte da Jalisco, mas sim do Los
Ao menos foi isso o que sempre achei, portanto, por favor, não me
decepcione.
história – sibilou.
descaradamente.
Eu me sentia um pouco excitada, mas a raiva ainda prevalecia.
coxa dele.
mandíbula.
Tentei jogar Killiam para o lado, mas ele era mais pesado do
pescoço.
Céus.
sucessivamente, ofegante.
sofá, afastando-se. – É uma boa arma, fazia tempo que eu não tinha
uma dessas apontada para mim.
Sorri incisivamente.
– Co-como? – gaguejei.
ereta, mas sabia que estava nervosa pelo subir e descer de seu
peito em uma respiração densa e pesada.
Poderia ter chamado algum dos meus homens que ainda estavam à
espreita, mas não via perigo verdadeiro em Raika. Fazia anos que
eu não me sentia tão animado como fiquei enquanto lutávamos.
Franzi as sobrancelhas.
inicialmente.
mudar de lugar, mas não faria isso, não quando sabia que Raika era
se está ciente, mas aqui no Brasil nós temos leis que regem o País,
não era corrompida, só era uma peça em um jogo que nem sabia
que fazia parte. De alguma forma, alguém de dentro do Los Zetas
informava para alguém dentro da Jalisco e então eles informavam o
pescoço.
poderia controlar a polícia inteira, mas tinha que descobrir quem era
o informante, só assim resolveria o problema.
– Como ousa?
Suspirei.
Eu ri.
conta de mim. Era claro que ela estaria pensando que sou do Los
Zetas, afinal de contas, estou cobrando pelas drogas que eles
– Por isso, Raika, não quer trabalhar para mim ou comigo, tudo
bem, mas vai ter mais cuidado a partir de hoje, se eu continuar
não.
sinceridade.
– Só não entendo por que não me matar, seria mais fácil para
– Eu tenho outros planos para você, então sua morte não está
em questão.
jeans.
Isso seria interessante, queria ver até onde Raika iria para
Raika a meu favor, mesmo que ela não estivesse ciente disso.
Tentava desacreditar nas palavras de Killiam, na ameaça
explícita contra os meus colegas, mas sabia que ele não estava
da nova semana.
você anda muito tensa nos últimos dias, então concluímos que
Ergui a sobrancelha.
completo silêncio.
em revolta.
os olhos.
canalhas de todos.
estrondosa.
sentimentos conflituosos.
havia motivo algum para que Killiam estivesse aqui, exceto que
tenha me seguido. A operação ainda era um desastre, drogas não
Estava feliz que minha voz soou calma, talvez o álcool em meu
tinha várias respostas para dar, mas não queria levantar suspeitas
na frente de Arthur e Gabriel, quanto menos eles soubessem de
teria nenhuma.
companhia.
Céus!
Killiam sabia que eles eram meus colegas, que ele os reconhecia?
Puta merda, não era só o meu nome que estava no seu dossiê,
cabeças.
em sua frente.
nossa direção.
Killiam era a presa que estivemos caçando nos últimos meses, e ele
direção.
empurrar meu corpo contra o dele até colocá-lo para fora do banco,
precisou abrir a boca para falar o que queria, conseguia ler em seu
rosto as palavras.
alguma maneira.
Não podia falar ou fazer nada dentro do bar, mas assim que
colocasse os pés para fora do estabelecimento, faria questão de
ruído.
passos.
Sempre fui movida pela emoção e não pela razão, por isso
tinha certeza do que faria se Killiam machucasse os meus amigos.
gelada.
muito errado, e, ainda assim, fazia meu corpo reagir por vontade
própria e minha boceta pulsar em seco.
Mafioso.
Policial.
Lados opostos.
Pigarreei.
pontuou.
não era o tipo de homem que saía por aí seguindo mulheres, por
isso julgava que era algo sério ou importante.
que tinha visto que fez com Joshua, mas algo nele me parecia
diferente, era como se ele não fosse somente o monstro que queria
mostrar. Se Killiam realmente quisesse me fazer mal, já teria feito há
um bom tempo, oportunidades não faltaram.
– Uma informação?
Ele riu.
altamente ameaçador.
hesitação.
então, se não trabalha para a máfia, mas sim para o Brasil, pensei
entanto, mas gosto desse seu senso de justiça, faz parecer ingênua.
Acenei.
mas não encontrei nada. Era óbvio que Killiam tinha um motivo para
punir seus inimigos por tê-lo feito perder dinheiro. E eu não estava
esganiçada.
a empolgação.
– Não somos inimigos, Raika, por mais que você pense que
sim – murmurou, colocando as mãos nos bolsos e olhando para
frente.
– Como assim?
assim, inimigos.
As sombras esgueiravam-se ao redor do depósito
abandonado, meus sapatos esmagavam grama e areia conforme eu
Stefano.
quebrado.
que ecoavam.
– Killiam Muccino – disse, a voz soando de um canto escuro.
Ainda não sabia por qual motivo a Jalisco queria Raika, então
idade está fazendo bem para você – comentou, passando uma mão
na lateral da cabeça e ajeitando uma mecha do cabelo que estava
fora do lugar.
Uma outra porta foi aberta e nós entramos em uma sala sem
janelas ou ventilação. Lanternas foram penduradas nos cantos com
por tamanhos.
– Hum... – ciciei.
Mamba-negra riu.
as minhas veias.
– Como o quê?
neles.
maldito psicopata que queria ver o inimigo ser torturado, por isso
não falaria nada, não enquanto o homem estivesse vivo, pelo
menos.
Sabia que ele não duraria muito, mas que me daria a informação de
um jeito ou outro.
paciência.
jovem, era bem mais corajoso, contudo, hoje a coragem não seria
uma dádiva, mas sim o seu castigo.
dos olhos.
– O próximo passo é esmagar pele e osso, tem certeza de que
raiva na voz.
– O quê?
raciocinar melhor.
– E por quê?
Não tinha visto sentido eles quererem Raika, não até agora.
Óbvio que estavam interessados, iriam usá-la como vingança,
que queriam.
vida, sabia que gostava dela e queria fodê-la, nada além disso.
Contudo, enquanto eu não decidisse, ninguém a tocaria.
Outro fator que já sabia, mas que agora havia ficado explícito
para qualquer um ver, era o de que eu estava obcecado por ela e
não compreendia bem por qual motivo aparente, talvez pelo fato de
que ela era uma das únicas mulheres que eu não poderia ter ou o
jeito como me enfrentava, mesmo sabendo quem eu era e o que
poderia fazer. Não importava, eu a queria e ponto.
show de tortura.
última.
corpo do desfalecido.
Gesticulou, concordando.
noite.
pessoas e era justamente por este motivo que eles escolhiam esse
horário para transportar as drogas, não havia ninguém para
– Forçada.
aval.
Merda!
caçamba.
uma FN F2000[1].
Eu estava entrando em pânico, nem mesmo o ar conseguia
passar pela garganta embargada. Ele estava engatilhando um fuzil
com o limite de 850 tiros a cada momento. E estava prestes a
agradecendo aos céus por isso. – Fiquei surpreso, não pensei que
eles fossem nos atacar assim – confessou, afastando-se.
Não era incomum que tentassem fugir, mas sacar um fuzil para
esquentar em satisfação.
próximos dias.
as laterais da pedra.
ele mal aparecia aos olhos, mas refletia contra a luz. Eu sabia que
máfia italiana.
Los Zetas, era óbvio que a Jalisco teria negócios com outros. Todos
por causa dos Cartéis, ele estava aqui porque outro mafioso estava
importunando os seus negócios. Ele estava aqui porque estava em
Deus!
avisou.
– O quê?
passaria pela fronteira esta noite, então por que havia um segundo?
E se fosse uma armadilha? Bem, ele foi enfático ao falar que não
– Então? – perguntei.
incrédulo.
Maldito.
ultimamente.
me sentia uma tola, uma idiota. Me deixei ser usada por Killiam,
acreditei que o interesse dele era puramente em entregar os
inimigos e não aproveitar a oportunidade.
Duarte.
Eu corri.
distante.
Killiam disse que a cada vez que uma carga sua fosse
Duarte tinha uma família, uma longa vida pela frente. Ele não
merecia isso, não merecia ter morrido de forma tão covarde.
Eu queria justiça, mas não tinha nada que pudesse fazer para
consegui-la.
Toda a dor que eu senti ao ver Duarte morto, sem que pudesse
qual motivo ele havia sido morto e, ainda assim, não podia falar, me
assolou de vez.
depois de tudo o que aconteceu que não consegui fazer nada além
de me sentir confortável nos braços do homem que estava me
fazendo sofrer. Mas, ao mesmo tempo em que eu queria ir para
casa, não queria ficar sozinha. Nunca soube lidar bem com a morte,
era traumatizada depois de ter perdido minha família, por isso
evitava ver corpos ou ir em velórios.
– Só me machucar.
Não disse nada, porque sabia que não era verdade, eu sentia
celular.
Ele riu.
– Não duvidaria disso, você é mesmo um pouco agressiva –
zombou.
certeza é você.
retrucou.
hoje, não sozinha, ficaria com a luz acesa à noite inteira e com a
cabeça em um turbilhão.
Não havia nada sexual em seu toque, por mais que ele me
Bufei.
minha vida para nada? – sussurrei, tão baixo que mal pude ser
ouvida.
questionei.
enigmática.
escuridão.
sorrindo.
Killiam era a maior incógnita da minha vida. Eu ainda sentia
ódio dele, mas o ódio frequentemente duelava com o desejo, me
deixando confusa.
homem havia sido preso e foi o primeiro e única a dar nomes, ele
alterou a identidade, mas, ainda assim, foi pego e morto pelo Cartel
ou pela máfia, não tinha como saber. Por esse motivo ninguém
falava nada quando eram pegos, eles tinham medo e não confiavam
Não tinha nada para fazer, mas não queria voltar para casa,
Arthur suspirou.
vendidos? Não estava tudo bem, mas eu não podia falar nada, só
aceno de cabeça.
Sorri.
Fim.
– Sim?
– Como assim?
horário de pico.
burburinho da cidade.
la na cintura e descer.
esqueci completamente.
minhas veias.
funcionários.
quebrando na areia.
ver com nitidez a merda que estávamos fazendo, nada estava certo
nessa missão de última hora.
– Se sairmos agora, vamos perder as pistas – rebateu.
fizesse sozinho.
meu telefone.
maioria dos crimes era de caráter estadual, por isso não culpava
totalmente Gael e a inocência em executar uma operação.
ter.
Antes que eu abrisse a boca para falar qualquer coisa ou até
empunhando a arma que era inútil contra todos eles, mas ao menos
Stefano e Teodoro.
sentindo.
disse.
sentido.
lado.
absolutamente nada.
Gael caiu ao meu lado, pude ouvir o baque oco do corpo dele
batendo contra o chão, o sangue que esguichou no contêiner atrás
de nós, causado pelo tiro, e que agora escorria. Olhei para baixo,
observando a poça que se criava aos meus pés.
Eu tinha noção de tudo, mas simplesmente não conseguia
reagir. Não acreditava que Killiam tinha feito isso.
disse.
Não podia acreditar que ele estava mesmo tentando fazer isso,
ficando louca?
proteger você.
Ele sorriu.
– Sei que tem esse desejo profundo, mas isso não vai
acontecer, amor – retrucou.
sabia que tinha sido Killiam quem havia mandado matar Duarte,
mas vê-lo matar alguém pessoalmente a sangue frio, como se não
se importasse ou não se sentisse nem meramente abalado, era
diferente.
Deus!
dias atrás e ao mesmo tempo não era ele, não conseguia explicar,
coisa.
ainda assim não era o suficiente para me fazer sentir medo dele.
para o abate.
Joshua carregava.
as minhas regras.
as próprias mãos.
do meu pescoço.
sua direção.
gemido.
– Por quê?
fosse melhor do que ele por isso, ainda assim, não disse nada. Gael
predominavam.
conversamos.
Concordei.
privacidade.
morte, da traição.
respeitar. A noite de hoje foi a prova de que isso era verdade, fui
salva pelo mafioso de quem eu queria me vingar e entregue por um
colega. Agora, fazia todo o sentido o que Killiam havia dito dias
atrás, não era status que indicava o caráter das pessoas, e agora
perguntei.
Não estava julgando-o, só queria entender como a mente dele
– Estava me seguindo?
faz parte e que ver que seus coleguinhas não são quem imaginava
te causa dor e sofrimento – falou, soltando um suspiro profundo.
sono.
Não deveria, mas queria, muito. Não dormia bem desde a noite
sua visão frustrada havia quebrado uma parte dentro dela. Ela tinha
para caçar, queria uma carnificina, que os fizesse sofrer, que vídeos
completamente segura.
mim, mas não faria isso enquanto não soubesse que a policial
ficaria bem, eu havia prometido protegê-la e cumpriria a minha
promessa.
desespero.
tinha sido assim, sabia separar as coisas, mas, pelo visto, nada era
natural ou regular quando assunto era a policial.
peitoral.
lábios.
banho gelado.
pergunta absurda.
colegas.
portanto, sou boa no que faço e foi assim que consegui respeito.
Não deveria ser fácil lidar com cretinos, ela mal havia
querendo curvá-la.
– Sim, não é só matar e está tudo bem, sou uma agente da lei.
que foi em legítima defesa. Além do mais, meu intuito não é matar
ninguém, mas sim prendê-los para que respondam por seus crimes
– explicou.
para mim.
não importava quem fosse, nem por ela e nem por ninguém. E isso
o. Ela tentava parecer bem, mas eu sabia que era só uma máscara,
que ela se questionava, que condenava seus pensamentos e
em seu rosto, não queria ter outro surto de pau duro e precisar
correr de volta para a água gelada.
sentir essa paz por mais um tempo, aproveitar a calmaria que o mar
me traz.
Engoli em seco.
Maldito seja!
assim.
Killiam tinha o efeito de me fazer relaxar e esquecer dos
problemas. Vez ou outra, eu lembrava que o corpo de um dos meus
ele havia sido dado como desaparecido, mas tentava não me culpar
por isso. Gael estava prestes a me entregar, ele sabia o que fariam
insígnia da Camorra.
sobrancelha, sugestiva.
preparado.
bebidas.
mais, até chegar ao meio das suas pernas, o pau grande marcava a
sunga preta, esticando o tecido apertado.
honesto do que meus aliados. Era irônico que o mafioso fosse mais
honesto que os policiais, mas era um fato incontestável,
infelizmente.
atrás, sabia que ele era quente como o inferno, que era experiente
no que fazia e que seria, bem provavelmente, o melhor sexo da
pau duro, deixando claro e bem evidente qual era o meu desejo.
retruquei, objetiva.
Killiam se jogou em cima de mim, a mão enrolou meus cabelos
em punho e os lábios colidiram contra os meus com uma fome
exagerada e desesperada. Circulei minhas pernas ao redor dos
espalhando a lubrificação.
– Com certeza vai, mas não hoje, hoje eu quero te foder várias
e várias vezes.
Ele desceu uma mão pela lateral do meu corpo e abriu a alça
da calcinha que estava amarrada, então esfregou os dedos em
dominava.
momento.
aproximava.
restasse.
prazer com o meu gosto. A cena era tão excitante que eu mal podia
– Injeção – respondi.
Ele se inclinou sobre mim e terminou de desamarrar a minha
tanto tempo sem fodê-la antes – disse ele, espalmando uma mão
em meu mamilo.
ombros.
mais aberta e o levava mais fundo. Killiam investiu com mais força,
O sexo não era leve, muito menos carinhoso, ele era bruto,
– Mais – gritei.
ritmo alucinado. A boceta dela era viciante, cada vez que eu gozava,
não demorava muito e eu já queria de novo e de novo.
desconfiada.
Disse para ela que tinha um barco com meus homens aqui
Ela estremeceu.
– Por quê?
suprida.
testa.
Fingi ponderar.
Sou o filho mais velho, nasci para ser o chefe da famiglia, não tive
escolhas.
por ninguém.
– Se está bem com isso, é o que importa.
sobre a morte dos pais e da avó e sentia orgulho da garra que tinha,
da força para conquistar o que queria, mesmo sem apoio e
desamparada.
guardanapo.
confortável com isso, não parecia nem um pouco retraída com esse
fato ou envergonhada.
cada passo dado. E não precisou mais do que isso para me deixar
Teodoro.
depois da morte, a alma sentiria a dor que lhe fora causada. Queria
que cada grito, cada choro, cada gota de suor e sangue fosse
pau duro bateu em sua bunda, pronto para fodê-la outra vez.
dela.
– Killiam...
pele.
pela sua excitação. Eu já tinha fodido Raika com a mão, mas jamais
me cansaria disso, amava ouvir os gemidos que soltava quando eu
sibilei.
cintura com a outra para mantê-la no lugar. – E isso não será nada
tentar fazer com que eu sinta medo, porque eu não tenho medo de
você – rebateu.
contraíram violentamente.
sono também.
O final de semana tinha sido maravilhoso, se eu não estivesse
vivendo sob tanta pressão no trabalho, teria pedido a semana inteira
todos.
sexo, sabia usar muito bem qualquer parte do corpo, desde a mão,
a boca e o pau.
Arthur escorado no rol da porta. – Heitor quer ver você na sala dele
– avisou.
– Tudo bem.
e satisfeita.
– Me chamou? – perguntei.
ponto.
ele ou eu.
notícia.
que ele foi até a sua sala e em seguida saíram juntos, mas em
carros separados.
Vasculhei em minha mente as câmeras da cidade, não tinha
certeza de quais estabelecimentos e ruas no trajeto que fizemos ao
Porto possuíam. Tinha certeza de que as do Porto Killiam já tinha
uma nova carga de drogas que estava para chegar no Brasil – disse
a ele, contando uma parte bem pequena da verdade. – Eu pedi que,
se pudesse, descobrisse a data e o local em que a carga chegaria,
então foi isso. – Encolhi os ombros. – Nós saímos juntos, mas ele foi
para algum lugar e eu para outro.
– Quais amigos?
Merda!
Suspirei.
que fez, pois foi a última a ver Gael antes que desaparecesse sem
deixar rastro – falou –, além do mais, foram para o mesmo caminho.
Não quero falar o nome dele, não posso, a menos que eu esteja
sendo acusada e precise comprovar onde estive e com quem.
Heitor pensaria que fiz algo errado, que andei com um homem
casado ou comprometido, ou até mesmo que era com Arthur ou
dos Cartéis.
trabalho.
desde que entrei na sala. Sem falar mais nada, deixei Heitor para
antes.
homens e voltando os olhos para mim –, olha, não tenho nada a ver
com a guerra de vocês, só repasso as drogas que me são vendidas,
vai pagar.
– Cara, seja lá o que esteja falando, não tenho nada a ver com
isso, eu tenho proteção do Los Zetas, se essa merda não tem
relação com os Cartéis, precisa me deixar ir ou vai começar uma
guerra.
me para encará-lo.
dei o lance, mas sabia que não levaria, ela custava muito caro, seria
mais fácil sequestrá-la... – A voz morreu.
Ergui o meu olhar para o dele, cheio de ódio, fúria e raiva. Uma
poça de mijo se criou aos pés de André, ele não estava mais com
medo, ele estava com pavor, o pânico fazendo-o mijar nas calças,
diante do que encontrou em meu rosto.
Não era uma boa ideia ir torturar alguém vestindo uma camisa
branca, mas não tive tempo para mudar de roupa e queria resolver o
problema com o idiota de uma vez por todas, precisava colocar o
terror e tirar o alvo das costas de Raika, enquanto não o fizesse,
Encolhi os ombros.
parte do meu trabalho estava feita. Joguei a faca suja para longe,
caminhei até a mesa e peguei um picador de gelo, o instrumento
queimada, não era um odor agradável, mas ainda assim não serviu
para diminuir minha fome ou minha vontade de ir jantar com Raika.
Eu ri.
cabelo dela, isso daqui seria uma benção perto do que eu faria com
você.
Revirei os olhos.
– Acho que chegou a hora de fazê-lo calar a boca, ele não tem
uma voz agradável e não é nem mesmo inteligente, mas parece que
acredite, nada mais do que fizer pode ser pior do que isso.
havia dito.
– E não irei.
Era engraçado ver como sua mente parecia girar, seus olhos
se perdiam e voltavam a se fixar nos meus. Ele estava tentando
entender o que aconteceria com ele, mas eu não lhe daria a
– Que o resto da sua vida seja uma bosta como você – sibilei.
colaterais do procedimento.
– Eu disse que não mataria você, mas também não falei que o
manteria totalmente vivo – grunhi em seu ouvido.
– Leve-o para casa, tanto faz, não me importo com o que vai
acontecer com ele – disse, esfregando álcool nos pulsos e
antebraços –, falei que não o mataria e cumpri a minha promessa.
futuro próximo.
– Castre-os, todos.
Raika.
O restaurante requintado exalava um cheiro adocicado de
flores, as mesas eram milimetricamente enfileiradas, posicionadas
controversos.
presentes.
– A senhorita gostaria de beber alguma coisa? – questionou a
jovem, com uma caderneta nas mãos.
Gesticulei em negação.
mas... depois de tudo o que aconteceu, não era como se, de fato, eu
que não era só isso, não tolerava mentir para mim mesma dessa
maneira.
Seu cheiro tremulou até o meu olfato antes que ele chegasse à
os lábios.
Revirei os olhos.
arrepiassem.
– Sempre mentindo... – retumbou.
Fingi ponderar.
– Ou talvez não seja tudo isso que diz ser, talvez seja só uma
deixou a minha boca era mentira, eu sabia como Killiam poderia ser
um psicopata sem escrúpulos quando bem entendesse, mas não
conseguia controlar a minha língua perto dele e tampouco me
importava.
Killiam pegou o cardápio de cima da mesa e correu os olhos
por ele, antes de fechá-lo e estender o braço, solicitando um
garçom. Quando o homem se aproximou, ele fez os nossos pedidos,
confessei em um murmúrio.
somos inimigos.
Minha deglutição foi audível e meu coração retumbou com
força, socando meu peito. Me perdi em seus olhos, sentindo coisas
esquisitas acontecerem em meu estômago, como se eu tivesse
deixar receosa porque eu sabia quem ele era e o que ele fazia, mas
nada disso parecia acontecer comigo, era como se eu estivesse, no
fundo, feliz.
meu corpo.
– Tem coisas sobre mim que talvez você não saiba, Raika... –
Killiam me ignorou.
represália.
mãos, mas não sabia dizer se era pela tensão que corria em minhas
meio das minhas pernas, então ele afastou minhas coxas com os
dedos.
latejava em seu olhar. – E imagino que não ficaria bem para uma
Tentei puxar o braço dele outra vez, mas Killiam nem mesmo
se mexeu, como se a minha força fosse irrelevante comparada com
rasgando-a.
posse que eu engoli um gemido. Ele abriu meus lábios vaginais com
o indicador e o polegar e esfregou a extensão, espalhando a
lubrificação.
Deus, eu o mataria!
para circulares.
Eu morreria, céus.
mim.
Bem, não seria uma completa mentira, já que Killiam estava mesmo
me torturando, mas de um jeito muito melhor do qual ela parecia
pensar.
Juntei forças de onde nem sabia que tinha para me fazer abrir
a boca e soar normal.
corpo convulsionava.
pratos em nossa frente, mas Killiam não o olhou, ele não quebrou o
olhar enquanto ainda chupava os dedos como se fosse normal. –
Bom-apetite – disse, distanciando-se.
cadeira.
sobrancelha.
zombei.
outra vez.
simplesmente fingia que não era nada importante, só mais uma das
tantas datas que eu precisava ficar sozinha.
muito romance.
sobrancelha.
Bufei.
a mão.
– Estou bem.
aos seus pés, lamentava informá-lo que eu não fazia parte desta
estimativa. Não me curvaria a ele. Nunca.
me impedindo.
confortável sem ele. Sabia que o vestido fino marcava o bico dos
meus seios e que estava mais evidente pelo tecido molhado por
causa dos meus cabelos úmidos, mas não esperava uma visita
entredentes.
em tom incisivo.
tudo soava.
Um dos pontos de ser sozinha era que eu não tinha com quem
vigor.
empinando o nariz.
Nery riu.
– Hum... eu gosto dela – brincou, erguendo o copo de whisky
em um brinde silencioso –, agora entendo a obsessão de Killiam por
você.
Teodoro bufou.
alguma pobre alma que caiu nas garras dele. Eu entendi bem a
referência.
da bebida.
– Sei que está com inveja, Teodoro, já disse que posso ajudar
a encontrar uma para você – disse Nery, retrucando o irmão.
melodia aterrorizante.
piscar de olhos. Eles eram diferentes, não sabia dizer como, mas
me sentia bem estando na companhia deles. Depois que o
assunto qualquer.
um bife.
quanto.
– Isso porque ainda não viu quando ele resolve fazer os drinks,
ele passa horas assistindo a vídeos para aprender e depois faz e
ainda força todo mundo a beber – revelou, colocando um pouco de
aspargos na boca.
– Fico feliz que gostem das minhas bebidas, farei mais quando
voltarmos para casa – censurou ele, uma ameaça velada aos
irmãos.
assim com Arthur e Gabriel, mas não chegava nem perto com a que
eles tinham.
Nós terminamos o jantar conversando paralelamente, eles
percebeu a farsa. Ele ficou uma semana sem dirigir uma palavra
que fosse ao irmão caçula.
que o restante.
ficamos sem nos falar, mas protegeríamos uns aos outros com a
própria vida – confessou, esfregando o dedo ao redor do copo
agir. Transar com Killiam sem compromisso era algo, sabia que ele
encará-lo.
amor e esperança.
Balancei a cabeça.
– Tenho algo para você – disse ele, indo até a cômoda, abrindo
aprovada.
lábios.
lubrificação.
– Eu vou te chupar – avisou, afastando-se. Killiam ficou em pé
e me observou, os olhos brilhavam em excitação. – Que visão dos
perna.
– É proibido?
ritmo.
Killiam me penetrou com a língua e eu gritei, tapando a boca
Bufei.
pelo prazer. Com uma mão, Killiam puxou minha pele para cima,
expondo mais meu clitóris. A língua balançava para todos os lados,
acelerada, ágil, em um ritmo alucinante. Ele enfiou dois dedos
E então eu gozei.
mim e puxou o meu vestido com tanta força que rasgou as laterais
do tecido.
– Você nunca está cansada para sexo, amor, ama tanto ser
masculino.
carranca.
Killiam se deitou em cima de mim e segurou o pau com a mão,
lábios.
– Sei que está brava por causa da roupa, assim como sei que
não pode mentir para mim, Raika, muito menos fingir, sinto seus
pelos arrepiados pinicarem a minha pele.
Raika, que nunca mais vai tentar fingir que não sente nada.
limite.
depositado.
ocultos.
Ele me fodeu.
Intenso e solene.
Bufei.
em meu coração.
O vestido branco de alças finas que eu usava acentuava as
curvas do meu corpo, era colado à pele e o comprimento ficava
policial, era o mais importante. Queria que o novo ano fosse calmo e
ao barco de Killiam.
As luzes do iate estavam acesas, iluminando o mar e os
barcos que estavam na volta. Respirei fundo uma última vez antes
leve.
Stefano, Nery e Teodoro estavam sentados em um dos sofás
lentamente de Killiam.
apresentações.
Limpei a garganta.
cumprimento.
comprar.
Nery bufou.
sobrancelha escura.
Teodoro ponderou.
sabia que fazia parte de quem eram e da criação que tiveram, o que
aos meus olhos, pois eu sabia o que faziam, mas, mesmo assim,
eles tentavam e era isso que importava e era isso que me fazia
anos.
– Fiquei sabendo que está tocando o terror – comentou Caio.
portanto, não confiava nela e nem nele, que odiava policiais com
todas as forças e os matava sem pensar duas vezes. Óbvio que ele
ideia.
Raika era minha e ninguém mudaria o fato. Sabia que logo eu teria
que me afastar dela, mas havia me apegado a garota de um jeito
demais.
– Faz tanto tempo que está foragido, Caio, que a polícia nem
lembra mais da sua existência – zombei e ouvi a risada de Stefano
do lugar no escuro mais afastado em que nos aguardava.
ninguém.
encontrar minha garota, quero ter uma boa virada de ano e isso
significa estar com ela.
– Mas isso não são boatos, você soltou mesmo o terror sobre
os homens.
Sorri incisivamente.
céu escuro.
tentavam vender, mas sentia que o que aconteceu entre nós, era
pra ser.
Me perguntava se Killiam era estúpido demais ou se já
confiava cegamente em mim, o que não deveria, claro.
as minhas intenções, mas não poderia me julgar por uma tolice que
ele mesmo havia cometido.
Estávamos envolvidos?
Sim.
Não.
homens de Killiam.
Não estava espionando o apartamento, mas sim, quem sairia
lá de dentro a qualquer momento. Também não tinha um plano
formulado, mas esperava que desse certo o que quer que a minha
teria.
Assim que a porta se fechou, abri a minha e fingi parecer que estava
andares.
indiferente.
mentira.
afirmativo.
– Killiam não sente ciúmes desses tais “amigos”? – Fez aspas
com os dedos.
Sorri.
era muito sagaz, não era atoa que estava foragido por todos esses
anos. Contudo, eu sabia lidar muito bem com pessoas como ele.
Um.
Dois.
Três.
Bufei.
– Caminhei até ele, puxei suas mãos com força em frente ao corpo,
Encarei-o, sorrindo.
esmagado.
dizer o mínimo.
pés.
precisava ser nenhum gênio para captar que ele planejava a minha
mais uma das réplicas que deve ter usado ao longo dos anos.
ele era um maldito assassino a sangue frio. Matou três policiais, fora
o tráfico de drogas.
– Seus dias estão contados... – afirmou, a voz rouca de dor.
a viatura.
Eu ri e Gabriel me acompanhou.
por isso. Me sentia vingada pelos homens que foram mortos pelas
mãos dele e pelas famílias que sofriam até hoje as suas perdas.
você.
significa que estou do seu lado ou que trabalho para você. Trabalho
para a União, Caio era um foragido da justiça. Fiz o que tinha que
ser feito.
Revirei os olhos.
braços desnudos.
Killiam praguejou.
– Sei que tem um instinto suicida, pois parece que quer que
eu, de fato, mate você, mas isso não vai acontecer Raika, lamento
informá-la.
– Vou te foder tanto que não vai mais conseguir sair de casa e
assim vai parar de se meter nos meus negócios – afirmou, por fim.
continuar?
minha cara. A linha ficou muda, sem sinal algum do outro lado. Tirei
qualquer.
evitando o elevador. Estava aflita demais para ficar parada por uns
segundos, precisava me movimentar e subir vários lances de
as minhas costas e já não era mais tão boa ideia ir pelas escadas.
mas ele parecia silencioso e vazio. Não havia nada além de mim e
socando meu peito com força, esperava que ele surgisse a qualquer
Engoli em seco.
meu ouvido.
assustava, sabia que era mentira, conhecia o seu lado bom, assim
como conhecia o seu pior lado, o lado que esmagava os inimigos
a você.
estremecer.
furioso, exausto.
lábios.
oportunidade.
os meus com tanta brutalidade que fez todo o ar dos meus pulmões
se esvair. A língua dele invadiu a minha boca, não era carinhoso ou
os nossos corpos.
até deixar a sua marca. – Caio não era uma ameaça a você, se ele
fosse, estaria morto antes mesmo de pensar em fazer qualquer
– O que vai fazer? – perguntei, a voz tão fraca que não passou
de um bramido.
prestes a fazer.
a arma.
havia mordido. – Não vai derramar sangue sobre minha arma, mas
osso estalar.
novo. – Eu vou foder essa boceta, quero gozar dentro dela – avisou,
me direcionando até o sofá.
Killiam me curvou contra o encosto, deixando a minha bunda
fodendo.
Bruto.
Rude.
Rápido.
– Vai ter que me foder muitas vezes se acha que assim vai
conseguir a minha submissão – murmurei, entredentes. Killiam me
invadiu uma, duas, três vezes... –, eu nunca vou me submeter a
você!
quadris.
– E você... é cruel!
– Isso... grita pra mim, Raika, quero que todos saibam o quanto
essa boceta gosta de sentir o meu pau, de ser fodida por mim. –
em prazer.
ofereceu, sorrindo.
Balancei a cabeça.
A mordida.
vidro.
O aparelho continuava a vibrar, a tela piscava, dançando em
frente aos meus olhos, mas me mantive inerte, sem vontade alguma
de atender a ligação.
estivesse. Sabia que sentia algo pela garota, que ela importava para
copo.
deveriam obedecer.
– E quanto aos outros policiais corruptos? – perguntei,
ouvido.
– Você caçou, castrou e deixou em estado vegetativo sete
ousar chegar perto dela, além do mais, posso pedir para que os
meus contatos no Brasil fiquem de olho nela, garantindo a sua
segurança.
que estou partindo amanhã para Nova York, preciso colocar ordem
na minha famiglia e lembrá-los quem manda em todos.
repassadas e não tinha mais nada a ser feito. Meus negócios com
suspirando.
sentia.
Eu era impiedoso, matava, torturava e esquartejava sem
Proibido e indecoroso.
deixá-la.
Terminei de preparar o meu miojo e corri para a frente da
como sumia e ficava uns dois dias sem falar comigo, aparecendo só
para dormir ao meu lado, uma rotina gostosa que tínhamos entrado
sem perceber.
que eu.
Incrível e lindo.
terno, havia uma certa tensão ao seu redor, podia notar isso pela
contração dos músculos dos seus ombros e na veia do pescoço que
pulsava.
a que eu estava.
fazer.
E era verdade, eu só tinha eu e eu mesma como companhia, o
barulho da televisão me acalmava, era como se eu estivesse na
Killiam suspirou.
enganada.
Doía tanto que me deixava sem ar. Tanto que me fazia lembrar
como era ter um coração partido, arrancado do peito.
Sofrido.
instante.
representa.
Killiam bufou.
outro lado parecia tão fria sem a presença da família Muccino, como
opressor.
Era como se Killiam nunca tivesse estado no local, como se
não existisse.
sórdidos.
estaria tão mais fácil. Mas como eu poderia explicar para os meus
Arqueei as sobrancelhas.
Seria idiota tentar mentir para eles e negar o fato óbvio, eles
pareciam dois cachorros farejando a verdade.
em meu rosto.
Arthur piscou.
cabeça.
partido e é por esse motivo que precisa começar a nos ouvir mais.
me sentia feliz por tê-los ao meu lado, como meus melhores amigos
e colegas.
Killiam foi um capítulo da minha vida, um que eu jamais
por causa do tempo que fiquei fora e mais infelizes ainda por conta
dos boatos que se espalharam no submundo sobre o meu
defendê-la.
efeito de ajudar.
que tanto odiava. Sabia que ele mataria o homem qualquer dia
desses e ficaria feliz quando ocorresse.
que manda?
ressalvas.
Não era novidade que a minha fama dentro da máfia não era
das melhores, Teodoro era um maldito louco e psicopata, adorava
ter a pele lambuzada pelo sangue alheio. Já os burburinhos sobre
acabado de acontecer.
passado na mão do crápula, o que ele deveria falar para ela por
conta do seu insucesso em gerar o tão desejado herdeiro. Ele era
um porco imundo que deveria ter sido morto há muito tempo, mas o
assunto.
Apenas ri, virando o corredor contrário a ele e não lhe dando
uma resposta.
Raika.
QUASE TRÊS MESES DEPOIS
quanto o outro.
O meu nome foi chamado e eu entrei na sala da doutora
Vanessa. Ela era uma mulher de idade avançada, sorriso acolhedor
e olhar perspicaz.
sobrancelha.
– Sim, a injeção dura trinta dias, deveria ter voltado nesse meio
tempo.
prazo esgotado, queria fazer tudo o mais rápido possível para que
pudesse voltar ao trabalho logo, mas também não era minha culpa,
medicamento.
cedendo.
Cada fibra do meu corpo vibrava de tensão e eu sentia uma
necessidade absurda de chorar ao mesmo tempo em que nenhuma
única lágrima rolava pelos meus olhos.
Os quilos a mais...
Céus!
Jesus Cristo!
porra!
Tinha passado os últimos meses ocupada demais,
constrangimento.
Mamãe?
do pai.
fez estremecer.
assunto.
ainda vagando.
embora.
essa criança não pediu para existir, mas era meu dever como mãe
rosto.
– E, sim, serei mãe solo, ele foi embora, não temos mais
contato, só Deus sabe onde ele está e é isso.
Não era uma mentira, não tinha mais contato com Killiam e não
– Não – confirmei.
– Por quê?
Dei de ombros.
com eloquência.
Eles riram.
feliz.
Não obtive notícias de Raika nos últimos meses, tampouco fui
atrás dela. Pelo silêncio de Mamba-negra, sabia que estava segura,
seguindo a vida e exercendo a profissão que tanto amava.
minha obsessão por ela um pouco mais doentia, por isso sabia que
precisava me manter afastado dela, tanto de notícias quanto de
qualquer coisa que me lembrasse dela. Eu estava muito instável, a
familiares.
Balbino não fez nenhuma nova jogada, nada que pudesse nos
prejudicar, parecia que o homem sabia que mexer comigo no
isso.
claro, Arthur foi apontado. Nem eu, muito menos ele, demos bola
para isso. Quando perguntavam, apenas negávamos e seguíamos a
Arthur era mesmo o pai e que não sabiam por que estávamos
escondendo a verdade.
obrigava a consumi-los.
enjoada
eu compreendia qual era o teor do que Gabriel havia dito, mas não
era isso que me atormentava, que me aterrorizava tanto ao ponto de
me fazer fraquejar.
Killiam.
Balancei a cabeça.
– Ele tem razão, melhor ele estar morto, daqui uns anos estaria
Por esse lado, eles tinham razão, coisas piores podem ter sido
computador.
– Gabriel? – perguntou.
Heitor fazia parte do time que desconfiava que Arthur era o pai
sardinhas enlatadas.
contestou Heitor.
comentou.
– Não oferece risco a ela ou ao bebê, na verdade, não oferece
trabalho.
um visse.
amiga.
luz que a lua fazia refletir. A noite estava caindo e podia sentir,
nada idiota.
na areia.
– Acho que não tem ninguém aqui – comentou Arthur, parando
e estendendo um braço protetoramente para me manter atrás dele.
– Tudo bem.
– Bom... – murmurou.
apertou o gatilho.
O barulho alto ecoou pelo galpão vazio.
A bala voou.
em pé.
Morrendo.
Não sei o que vai ser de mim sem você, por favor, fique comigo, por
favor.
Eu gritei. Alto.
tinha sido e o que tinha achado da garota... elas nunca eram o amor
da vida dele, mesmo que elas discordassem dessa afirmação.
– Vamos ser sinceros, Raika, nós dois somos porcos que nos
vendemos por dinheiro. – Riu Heitor, os passos dele ecoaram, me
pronta.
favor...
prisão.
tivesse contado uma piada sem graça. – Bom... nós somos a polícia,
enfim, você entendeu. Me agradeça depois, poupei sua vida e
estará livre dentro de alguns anos, terá uma segunda chance. É
planos do final de semana. E eu, como o chefe, dei meu total apoio.
– Riu, a risada reverberando pelo galpão abandonado. – Óbvio,
antes de informar ao Cartel que seria uma presa fácil. Como eu
disse, uma mulher de sorte.
isso.
tinha feito com Arthur, e atirei, sem piscar, sem pestanejar, sem
remorso.
ferimento.
pela luva que cobria quase toda a mão. Senti a minha testa franzir
ao notar o número que piscava e uma sensação estranha me
ouvido.
passado.
circulação sanguínea.
encharcados de suor.
nada sobre ela, sem querer ver qualquer coisa que tivesse ligação
Arquejei, incrédulo.
Raika e deduziram que ela era uma das suas informantes dentro da
polícia, por isso encontraram um jeito de se livrar dela... – Fez uma
pausa. – Só não entendo por que não a mataram, já que é essa a
Balancei a cabeça.
Deixei Raika para trás para que vivesse a vida em paz, que
este erro.
incrédulo.
acontecendo.
não tinha mais nada a perder. Eu a traria para mim, daria a ela uma
não queria fazer mais nada, estava contente em só existir. Sem dor,
OAB tinham servido para alguma coisa, no final das contas, uma
cela privilegiada.
companhia.
a minha voz.
Eu sentia tanto por ele, tanto pela vida que não poderia lhe dar.
fazer alguma coisa. Ele seria criado por outra família e nunca
singela.
trinta anos.
agir.
destravada.
– instruiu.
contida.
não pude nem mesmo reconhecer o seu cheiro, o que era uma
lábios.
de pensamentos.
– Ele achava que eu era informante da Camorra, por isso me
queria fora de cena. Heitor não esperava que eu o matasse, mas já
Gabriel riu.
– Ele com certeza teria – confirmou, escorando-se contra a
parede ao meu lado. – Acredite, não faltou nem mesmo uma.
– Sinto falta dele, Raika, sinto falta de vocês dois e sinto falta
sozinho.
Brasil, ou até mesmo alguém do Los Zetas. Poderia ter sido muito
pior, não temos como saber. Estava tudo errado desde o início,
fomos peões que Heitor usou e quando achou necessário, jogou
fora.
justiça por aí. E também seria bem provável que eu estivesse, neste
momento, sendo estuprada por alguém que me comprou no leilão
do mercado ilegal.
Balancei a cabeça.
– Ele vai ser tirado de mim assim que nascer, sabe muito bem
disso, não tenho com quem deixar porque não tenho família, então
ele vai acabar indo para um orfanato.
– E Killiam?
Arregalei os olhos.
ele para o pai e não para uma casa de adoção em que seria
entregue para desconhecidos.
alto.
além dela.
cercava.
Uma porta foi aberta em algum lugar, sabia que era a agente
penitenciária vindo buscar Gabriel. Me sentei na beirada da cama,
Ele sorriu.
– Digamos que ela seja a nova vizinha que eu falei que sairia
na semana passada. – Piscou.
sumirem de vista.
– Disse que tinha tudo resolvido, que era só tirar Raika daquele
maldito lugar – objetei, encarando-o.
vezes.
Eu esperei, não tinha nada que pudesse ser feito, deixei que
Mamba-negra planejasse tudo para a retirada de Raika, o homem
tinha muito mais contatos no Brasil do que eu. Esse não era o meu
dentro deles. Não era um momento fácil para ele, uma amiga presa
e o outro morto.
Tenho certeza de que serei suspeito quando Raika fugir, mas sem
provas da minha participação, não podem fazer nada contra mim.
Maneei a cabeça.
– Raika? – perguntei.
porta dos fundos e não esperem mais do que isso para sair do País,
tenho certeza de que os agentes irão comunicar a fuga dela assim
feliz.
promessa. Raika merece ser livre e feliz, não deve pagar pela morte
minha vida.
Mamba-negra tinha conseguido um carro veloz e não tão
ombros.
Esperamos por dois minutos antes de um senhor de idade virar
apresentou-se.
estendeu uma mala para o homem, muito parecida com a que ele
foi aberta por um agente que olhou para todos nós antes de liberar a
décadas de pena.
mandíbula.
Ficamos em silêncio, somente as nossas respirações fazendo
E então outro.
Ela confirmou.
Puta merda!
Sabia que um dia teria que ter filhos, precisava gerar herdeiros
que me representariam, portanto, nunca repeli a ideia de ter bebês,
mas eu estava muito surpreso e não sabia ainda o que pensar.
Muccino.
– Veio por causa do Gabriel? Ele mandou você? – inquiriu
baixinho. – Precisa se apresentar como o pai do bebê, assim que
ele nascer, irão entregá-lo a você – Agarrou os meus pulsos com
Franzi a testa.
– Não veio até aqui para pegar o bebê? Ficarei presa por
muitos anos, não posso ter a guarda dele. Eles o entregariam para
Mamba-negra e Vitor.
da Camorra.
café, assim que nos viu, se levantou do banco com pressa, fazendo-
o cair. Não esperei pela ousadia em sacar a arma, recolhi uma
frigideira vazia de cima do fogão e joguei em seu rosto, acertando-o
botões da camisa.
nome de todos.
que o filho era meu, não precisava que me provasse nada e nem
mesmo desconfiava dela. Raika era minha, se tornaria a minha
Minha garota;
Minha ex-inimiga;
Minha obsessão;
Apenas, minha.
A viagem foi tranquila, nenhum carro nos perseguiu, mas
ouvimos falar sobre a minha fuga no rádio quando estávamos a
natal, não pelos próximos anos, pelo menos. Eles iriam me caçar,
meu nome estaria estampado em todos os jornais e seria registrado
nada.
Não era apenas uma casa, era o território deles, o lar em que
estavam seguros.
visão que tinha através da minha janela. Eu não via uma rua
verde que meus olhos brilhavam, flores lindas e uma piscina que me
do corpo.
York.
– Tem ecógrafo?
também não sabia, achava que não tinha mais solução, mas percebi
que só eu poderia fazer isso, ninguém poderia curar as minhas
feridas, exceto eu mesma. E eu era muito resiliente, sabia que
conseguiria, mas levaria um tempo.
atrás da orelha.
cristalina.
Eu sorri.
antigo e muito volumoso. Fiz que sim com a cabeça. – Daqui não
– Fantástico! – exalei.
Arregalei os olhos.
nunca.
– Nunca é um lapso de tempo muito grande, Raika, se for ele,
estava pronta para aceitar o que meu filho teria que passar.
– Eu sei – suspirei.
respirar.
esposa e mãe dos meus filhos. Não parei de pensar em você por
nem um minuto que fosse desde que vim embora – falou com tanta
abdicá-la para ficar comigo, não poderia ter as duas coisas. Então,
balançar de cabeça.
não sou quem conheceu e por quem deve ter se apaixonado. Estou
quebrada. Rompida em tantos destroços que acredito que nunca
me acalmar.
consertar, porque sei que algumas coisas não têm mais conserto,
mas quero remendar os seus cacos, cobrir as suas feridas –
matei tantas pessoas que não consigo nem mesmo mensurar, com
tempo, queria confiar na justiça, acreditar que ele pudesse ter sido
era muito apegada a ele, o viu ser tomado de você de uma forma
para sempre.
mesmo que sou inteiro? Nunca poderei mudar, nem por você ou por
– Obrigada – agradeci.
começar a nova.
que eu tinha vindo somente com a roupa do corpo e nada mais. Mas
eu não aceitei, não queria sair de casa, não me sentia preparada
para encarar o mundo exterior, então ele chamou uma equipe para
tirar as minhas medidas e desenhar todas as minhas roupas, tudo o
que eu queria e mais um pouco. Também aproveitou para contratar
pessoas que ficariam responsáveis pelo enxoval e o quarto do bebê.
Killiam poderia fazer, só sei que eles foram muito ágeis e rápidos.
Em poucas horas me trouxeram algumas peças de roupa, dentre
elas, o pijama que eu estava vestindo: baby look e shorts pretos de
cetim.
Eu ri e balancei a cabeça.
– Ainda não se acostumaram com uma presença feminina na
casa? – indaguei, caminhando até uma poltrona de lado e me
sentando. – Em breve, poderão ter mais do que apenas uma.
pernas.
um cara morto.
encosto da poltrona.
o irmão.
Teodoro.
preocupação.
– Sim, agora.
Pensei que Killiam pudesse estar aqui, ia pedir pra ele ir comprar. –
Meus olhos se encheram de água, embaçando a visão.
– Obrigada – funguei.
desejo muito profundo, tanto que mataria só para tomar meu sorvete
em paz.
tanto dela ao ponto de não sentir mais falta das partes que se
perderam para sempre.
Era bom ter uma família, melhor ainda, era conseguir seguir
dedos, estava ávida para abrir e ler, mas ainda não era o momento.
Killiam havia dito. No final de tudo isso, tinha um pequeno lago com
árvores fechadas ao fundo e um balanço em uma delas. Ouvi falar
eu me sentei.
jantar.
tinha vontade de saber, mas não sentia uma necessidade, por isso
enrolei por tanto tempo.
celular.
Menino.
controlar.
Sempre sonhei em ter filhos, construir uma família, deturpar a
– Nem acredito que vou fazer mesmo isso, comprar uma mala
só para encher de doces e te enviar.
perder a aposta.
Dei de ombros.
– Arthur venceu, ele não precisaria pagar o jantar e ainda te
daria um prejuízo grande para compensar todas as vezes em que
teve que pagar para você – murmurei, sorrindo com as lembranças,
Gabriel riu, mas o sorriso não chegava aos olhos, havia uma
falta dos dois, a sala é tão vazia, tão sem graça, eu nem sinto mais
vontade de ir trabalhar como sentia antigamente.
faria voltar.
não podemos julgar uma corporação inteira pelo erro de meia dúzia.
Suspirei, sorrindo.
– Sei que vai.
– Sim?
Franzi a testa.
– Sempre foi movida pela lei, sempre quis seguir cada linha
descrita nela, então... te conheço muito bem, Raika, sei que pode
não se culpar pela morte de Heitor, mas pensa que as coisas
Respirei pesadamente.
– Mesmo que eu não tenha agido com esse intuito, mas sim,
entender que meu instinto de justiça era mais forte que eu, mais
não fosse ser uma agente da Polícia Federal, mas sim, estar onde
eu estava. Me tornaria um Muccino. Minha fidelidade estaria com
estivessem preparando.
avançar nele.
– Deus, o que você quer comer agora? – perguntou Teodoro,
esfregando o rosto.
Balancei a cabeça.
coração acelerado.
que ninguém falaria mal de mim, não na frente dele, pelo menos, as
respeitar.
Mas havia um, porém em toda essa situação, não queria ser
presentes de Killiam.
do seu olhar.
– Obrigada.
inteira para trás, perdeu muita coisa, pensei que pudesse ter algo
que te fizesse lembrar de quem era.
Balancei a cabeça.
Gabriel e Arthur, mas não significava mais nada para mim. Eu seria
uma Muccino em breve, minha lealdade estava na Camorra e na
minha família.
nas mãos.
Killiam e eu atravessamos o salão, indo em direção ao restante
dos irmãos Muccino. Nery, Teodoro e Stefano estavam incríveis e
muito diferentes de como eram quando estávamos só nós em casa.
Ergui as sobrancelhas.
multidão.
tantas pessoas que não tive nem mesmo tempo para decorar os
nomes. Recebi muito ódio destilado. Os homens me olhavam com
cada segundo, ele não parecia relaxado nem mesmo quando estava
mastigando a comida. Ficava em alerta, pronto para me defender se
ao lado deles.
com a garganta.
ele.
complementou a mulher.
nem a Killiam, nem aos meus filhos, nem a nenhum dos Muccino.
Ignorei.
redor.
Ele riu.
– Eu estou morrendo de orgulho, os idiotas estavam duvidando
encarando-me.
tempo.
pesados de tanto desejo. Então ele me virou de frente para ele outra
vez e me beijou com tanto amor, tesão e desejo misturados.
na mesa de jantar.
Eu sentia tudo tão mais intenso, agora tudo o que tinha lido
Gozei com tanta força que ele precisou enfiar minha cabeça
em seu peito para abafar os meus gritos. Killiam me acompanhou,
– Já sou sua Killiam, não importa o que digam, sempre fui sua,
mesmo quando lutava para não ser – refutei, acariciando os braços
musculosos. – Eu te amo tanto.
Encolhi os ombros.
– Isso não precisava nem pedir, meu pau já está pronto para a
ironia.
MESES DEPOIS
branco límpido.
duramos.
os brinquedos adequados.
Ele era tão parecido com Killiam, até mesmo a cor escura dos
olhar para ele sem me sentir boba, sem sentir tanto orgulho do filho
que eu tive.
ceia toda, já que seria a primeira vez que passaríamos com Lorenzo
Massa.
de Natal.
Sorriu orgulhoso.
Balancei a cabeça.
– Tudo bem, isso não significa que o deixarei usar armas,
colocarei um limite mínimo de idade. Ele até pode ser o futuro chefe
da máfia, mas, antes de tudo, é uma criança e quero que seja criado
assim.
perverso.
qual merda sexual você comprou pra garota, nos deixe de fora
disso.
que era.
desde que ele tinha me dado dois Natais antes, só que os berloques
filhos.
– Eu te amo – murmurei.
parte e viveria com essa saudade para sempre, porque eu era grata
a eles por tudo o que fizeram por mim. Mas, acima de tudo, amava a
FIM
Ei, você chegou até aqui!
Se não gostou, sinto muito, espero que algum dos meus outros
livros faça mais o seu estilo. Desejo que possamos nos conectar
um livro.
Gratidão!
[1]
O FN F2000 é um fuzil de assalto bullpup em calibre 5,56×45mm, está entre as armas
mais perigosas do mundo.
[2]
As excludentes de ilicitude são algumas hipóteses que permitem que a prática de um ato
ilícito não seja tratada como crime. Uma ação que é considerada crime, quando é praticada
em uma situação específica, pode não ser tratada dessa forma. Isso significa que, se existir
uma das causas excludentes de ilicitude, não haverá crime.
[3]
A Legítima defesa é uma causa de exclusão da ilicitude.