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Neto
Enéas Rente
Assentamento de Ferreira
trabalhadores rurais dos Fadel David
Sandra de Castro
Autores: Pereira
2013
AUTORES/ ORGANIZADORES:
COLABORADORES:
2013
SUMÁRIO
Apresentação.............................................................................................. 1
Anexos ........................................................................................................ 86
1
APRESENTAÇÃO
No ano seguinte, com bolsa do CNPq a aluna Mari Urbani elaborou o trabalho
“Qualidade (d) e Vida no Assentamento dos Cocais - Casa Branca - SP”. Para o
mesmo, ela utilizou os dados levantados dos questionários aplicados nos
assentados, com a finalidade de se obter informações sobre: localidade de origem,
detalhamento dos membros das famílias, modos de produção, etc.
Procurei manter neste livro, os artigos em sua forma mais próxima possível do
original. Creio que o mesmo, apresenta-se diferenciado em sua elaboração,
contribuindo para os estudos da Geografia Agrária. Faz-se desejo que tenham uma
boa leitura.
Instituto de Geociências
2
Samira Peduti Kahil (in memoriam)
INTRODUÇÃO
Mal ainda iniciado o processo pelos órgãos federais, cabe ainda mostrar
como a questão fundiária vem sendo proposta pelos governos estaduais. O estudo
1
Pós-graduando, IGCE – UNESP – Rio Claro.
2
Departamento de Planejamento Regional, IGCE – UNESP – Rio Claro.
3
Departamento de Planejamento Regional, IGCE – UNESP – Rio Claro.
4
(Ministério Extraordinário para o Desenvolvimento e a Reforma Agrária - Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária)
5
O total das terras dos Cocais é de 721 ha, sendo que 145 ha correspondem
ao Centro de Reabilitação (antigo Hospital de Hanseníase), 120 ha são área de
Reserva Florestal (cerrados), e os 455 ha restantes foram destinados para o
Assentamento, que teve início em setembro de 1985.
Das 26 famílias da gleba dos Cocais, entrevistamos 15, sendo que a maioria
dos assentados não são camponeses, mas possuem uma ideologia camponesa. A
maioria dos trabalhadores compõe-se de assalariados mensalistas – residentes e
não residentes nas propriedades da região – e o restante encontramos boias-frias,
tratoristas e também meeiro e antigo pequeno proprietário rural.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
RESUMO
Esse tímido início de acesso a terra pelos trabalhadores rurais de então, foi
extinto ao decorrer dos governos que os sucederam com a ditadura militar.
5
Departamento de Geografia – UNESP/ Rio Claro / Brasil
6
Pós-Graduando – IGCE – UNESP / Rio Claro / Brasil
7
Departamento de Planejamento – UNESP/ Rio Claro / Brasil
11
O ano de 1983 veio marcar o reinício de uma série de focos e tensões sociais
no Estado de São Paulo, principalmente nas regiões do Vale do Ribeira e Pontal do
Paranapanema, áreas com graves distorções fundiárias e onde a questão da posse
da terra não estava judicialmente definida.
CARACTERIZAÇÃO GERAL
Figura 01.
14
A área total da fazenda Cocais era de 720 ha, sendo que 145 ha corresponde
às instalações do antigo hospital – hoje Centro de Reabilitação Mental -, 120 ha
foram destinados para a reserva florestal de cerrados do município, e o restante num
total de 455 ha, foram destinados ao Projeto de Assentamento dos Trabalhadores
Rurais.
INFRAESTRUTURA DO PROJETO
Sendo a água da fazenda Cocais coberta por vegetação desta última foi
aproveitada para madeiramento de cobertura das moradias e demais construções
previstas na agrovila.
ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO.
A partir da safra 86/87 a exploração dos lotes foi realizada com tarefas
coletivas e familiares. As tarefas coletivas passaram a ser o preparo do solo, plantio,
colheita, armazenamento e comercialização. As tarefas familiares consistiram na
escolha dos tipos de culturas, nos tratos culturais e financeiros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Análise e Avaliação dos Projetos de Reforma Agrária e Assentamento no Estado de
São Paulo. São Paulo - UNESP – 1987. (Projeto Inicial)
Mari Urbani 8
INTRODUÇÃO
Foi no Governo de João Goulart no início da década de 60, que esses planos
de Reforma Agrária assumiram proporções maiores com a criação da
Superintendência de Reforma Agraria (SUPRA) em 1962.
8
Discente / Estagiária de Graduação em Geografia – UNESP – Rio Claro (SP) / 1989.
9
Professor / Orientador - Departamento de Geografia – UNESP/ Rio Claro / Brasil.
19
Esses tímido início de acesso a terra pelos trabalhadores rurais de então, foi
extinto ao decorrer dos governos que sucederam com a ditadura militar.
Verifica-se, portanto, que boa parte das terras aptas à agricultura do Estado
de São Paulo não está cumprindo a sua função social. Ao invés de buscar os
resultados do uso nacional da terra, muitos proprietários visam apenas, ou
principalmente a valorização fundiária que decorreu de grandes obras públicas ou do
influxo indireto de outras atividades da iniciativa privada. Mantendo terras inativas ou
mal aproveitadas, esses proprietários vedam o acesso dos trabalhadores rurais ao
meio de que necessitam para viver e produzir, dificultando o progresso do Estado da
nação.
O total de terras dos “Cocais” é de 721 ha, sendo 455 ha destinados para o
assentamento, que teve início em setembro/85.
METODOLOGIA E OBJETIVOS
Este trabalho faz parte de um projeto mais amplo, contando com 7 campus e
8 institutos da UNESP 10, em 27 núcleos com 30 assentamentos, distribuídos pelo
Estado de São Paulo. Sendo que este refere-se ao Assentamento dos “Cocais” –
Casa Branca (SP).
- A família no Assentamento;
- Condições de saúde;
- Condições de educação;
- Projetos de vida.
10
Araraquara, Jaboticabal, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, Ilha Solteira, Botucatu ( Institutos
de Medicina e Ciências Agrárias).
25
Este trabalho tem por objetivo fundamental contribuir para uma avaliação das
condições de vida no assentamento rural dos “Cocais” (SP), e através desta
avaliação constatar ou não validade do Programa de Assentamentos de
trabalhadores Rurais.
POPULAÇÃO
a) Idade e Sexo: A população deste estudo é constituída de 155 pessoas
residentes no assentamento “Cocais”, em Casa Branca (SP),
distribuídas em 22 famílias, com idades variando entre 77 anos e 1
mês (TABELA 1) e de ambos os sexos, sendo que do total, 68 são do
sexo feminino e 87 do sexo masculino.
0- 5- 10- 15- 20- 25- 30- 35- 40- 45- 50- 55- 60- 65- 70- 75- Total
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
15 15 27 24 21 9 9 5 6 10 8 5 - - - 1 155
- setor de ocupação.
(TABELA 2)
26
Estes dados permitiram avaliar o fluxo migratório dos vários tipos humanos
assentados em Casa Branca (SP).
1966-
01 C. Branca Rural Trab. Rural Assalariado Laranja Sim Sim
1989
Café,
1941- Laranja,
Mococa SP Rural Lavrador Não Não
1976 Milho e
Assalariado
Arroz.
02
1976-
C. Branca Rural Lavrador Assalariado Laranja Sim -
1989
Esp. Santo
Rural -1960 Retilheiro Assalariado - Não Não
do Pinhal
Arroz,
Vargem Gr. 1966-
Rural Agricultor Meeiro Feijão e Sim Não
03 Do Sul 1985
Milho
Arroz,
1985-
C. Branca Rural Agricultor Proprietário Feijão, - -
1989
Milho
27
Sta. Rita
Arroz,
Passa Rural - Lavrador Assalariado Sim Não
Feijão, Café
Quatro
04
Arroz,
C. Branca Rural - Lavrador Assalariado Sim Não
feijão, Café
1970-
05 C. Branca Rural Lavrador Assalariado Arroz, Cana Não Não
1989
1934-
S. José do 1946
Rural Lavrador Assalariado Café Não Não
R. Preto
06 1946-
Tambaú Rural Lavrador Meeiro Cereais Não Não
1962
1962-
C. Branca Rural Lavrador Assalariado Laranja Sim Não
1989
1930-
Tapiratiba Rural Lavrador Assalariado Café Não Não
1944
Aceburgo 1944-
07 Rural Lavrador Assalariado Café Não Não
MG 1950
1950-
C. Branca Rural Lavrador Assalariado Cereais Não Não
1989
Bom 1935-
Rural Lavrador Assalariado Cereais Não Não
Conselho-PE 1958
Pres. 1958-
Rural Lavrador Autônomo Cereais Não Não
Wenceslau 1966
08 Bandeirantes 1966-
Rural Lavrador Parceiro Cereais Não Não
– PR 1976
1976- Vendedor
Limeira Rural/Urbana Assalariado - Sim Não
1980 Metalurg.
1989
S. João da
Rural - Lavrador - Todo tipo - Não
B. Vista
09
Cortador Cereais,
Até Legumes
10 C. Branca Rural Lenha e Assalariado Sim Não
1989
Lavrador Laranja
1951- Menor de
Aguaí Rural - - - Não
1965 Idade
11
1965-
C. Branca Rural Agricult. Assalariado Cereais Sim Não
1989
Sta. Rita de
Rural - Lavrador Assalariado Viticultura Não Não
Caldas
12 Viticultura,
Lavrador e
A p/ Assalariado
C. Branca Rural Administ. - Não
1962 e Parceiro Citric. e
Fazenda Café
Guaranésia- Menor de
Rural 1942 - - - Não
MG Idade
13
Até
14 C. Branca Rural Lavrador - Cereais - Sim
1989
16
Trabalhou na
1953-
C. Branca Rural/Urbana cidade e Assalariado Cereais Sim Não
1989
Lavrador
29
1966-
C. Branca Urbana Menor - - - Não
1978
Ajudava os
17 R. Preto Rural 1985 - Cereais Não Não
pais
Porto
Urbana 1985 Cerâmica Assalariado - Sim Não
Ferreira
1985-
C. Branca Rural Assentado - - - Não
1989
Campestre – 1937-
Rural Menor - - - Não
MG 1944
1944-
Tambaú Rural Menor - - - Não
1953
18 Sta. Cruz
Servente
das Urbana 1953 Assalariado - Sim Não
Pedreiro
Palmeiras
1953-
Araras Urbana Fábrica Assalariado - Sim Não
1957
1957-
C. Branca Rural Lavrador Assalariado Cereais Não Não
1989
Até
19 C. Branca Rural Lavrador Assalariado Cereais Não Sim
1989
Guaranésia 1939-
Rural Menor - - - Não
– MG 1948
1948-
20 Asseburgo Rural Lavrador Autônomo Cereais Não Não
1954
1954-
Guaranés Rural Lavrador Assalariado Cereais Não Não
1967
30
1967-
Asseburgo Rural Lavrador Assalariado Cereais Não Não
1968
1968-
C. Branca Rural Lavrador Assalariado Cereais Sim Não
1989
1929-
Tapiratiba Rural - - - - Não
1931
Pres. 1931-
Rural Estudante Colono - - Não
Prudente 1946
Hortelã
Pimenta
1946-
Nova Pátria Rural Lavrador Arrendatário Algodão Não Não
1947
Milho e
Arroz
21
1947-
Óleo – SP Rural Lavrador Colono Café Não Não
1954
1970-
São Paulo Urbana Assalariado Assalariado - Sim Não
1980
Administrador
1980-
C. Branca Rural de Fazenda e Assalariado Cereais - Não
1989
Assentado
Poços de 1952-
Rural - - - - Não
Caldas – MG 1958
1966- Gado e
Itobi Rural Assalariado Cereais Não Não
1970 lavoura
do Sul 1973
Café,
Águas da 1973-
Rural Lavoura Assalariado algodão e Sim Não
Prata 1974
soja
Soja,
1980-
C. Branca Urbana Lavoura Assalariado Palma, Sim Não
1982
Algodão
1982-
Itobi Rural Lavoura Parceiro Cebola Sim Não
1983
1985-
C. Branca Rural Lavoura Proprietário Cereais Sim Não
1989
Figura 02.
33
- alimentação
- moradia/Casa própria
- trabalho
- energia elétrica
- saúde e saneamento
- poder aquisitivo
A) Saúde e Saneamento:
• Valeta → 4,5%
B) Habitação:
A questão habitacional foi uma conquista para todos os assentados. Isto foi
percebido tanto pelas respostas dadas às questões do formulário, quanto em
conversas, quando todos se mostram satisfeitos com suas moradias.
Todas as casas são de alvenaria como número de cômodos variando entre dois
e seis. O piso das casas, em sua maioria 85,5% é feito de cimento; 10% são feitos
35
C) Educação:
COMPLETO 26 5 3 1 13 48
INCOMPLETO 40 13 3 - - 56
CURSANDO 29 5 - - - 34
TOTAL 95 23 6 1 13 138
*ATUAL 1º GRAU
**ATUAL 2º GRAU
A par dos levantamentos que forneceram dados à situação de vida real dos
assentados, foi feito um segundo levantamento também através de formulário,
buscando elencar as medidas consideradas pela população dos assentados, como
fundamentais para contribuírem na elevação do nível de vida no assentamento.
As respostas dadas indicaram que a vida de todos mudou para melhor, pela
estabilidade que agora tem no assentamento. Isto ficou claro ao serem perguntados
se eles pretendem ficar no assentamento e todos foram unanimes em responder que
sim, justamente pelas condições de vida que agora alcançaram.
• Mecânico
• Técnico agrícola
• Culinária e nutrição
Foi ainda colocado que a melhor época para o ano letivo seria o período da
entre – safra, pois por causa da lavoura muitas crianças e jovens em idade escolar
são obrigados a abandonar a escola, causando decepção aos pais, pois quando
inquiridos sobre: “quanto tempo gostaria que os filhos estudassem?” 22,7%
responderam que gostariam que os filhos completassem o primeiro grau; e 77,3%
gostariam que os filhos chegassem ao nível superior.
CONCLUSÃO:
Para concluir deve ser salientado que quando da realização do trabalho com
formulários, geralmente as respostas não são totalmente verdadeiras; talvez por
medo de represálias, já que os assentados sentem-se inseguros por não possuírem
ainda o título da terra.
BIBLIOGRAFIA
ANTEPROJETO do Plano Regional de Reforma Agrária – PRRA para 1986. MIRAD,
INCRA (Diretoria Regional de São Paulo).
CLEPS, Jr. J., FERREIRA, E. R., BRAY, S. C.. ‘’Os projetos de Assentamento de
Trabalhadores Rurais no Estado de São Paulo’’. Anais II Encontro de Geógrafos da
América Latina, Montevideo, Uruguai 1988, p. 67-78.
CLEPS, JR. J., KAHIL, S., BRAY, S. C.. ‘’A experiência do primeiro ano no
assentamento rural dos Cocais – Município de Casa Branca (SP). 7º Encontro
Nacional de Geografia Agrária. II Anais – BELO Horizonte – UFMG, 1986, p. 33-37.
VIANA, M. T. R.. São Miguel Paulista o chão dos desterrados (Um estudo de
migração e de Urbanização). Dissertação de Mestrado, USP, 1982.
39
Resumo
Abstract
The Cocais settlement area was incorpored by Agriculture Sacretaryship ofthe São
Paulo government in 1985, with 575 ha. In this área were set 23 country
worker'sfamilies. Among 575 ha., 14 ha. had been used by the Agrovila, where the
seated had built their houses in five Thousand m2 (about) each one, which has water
closed and eletrical energy. Besides, each family got 13 ha. for cultivation. Nowadays
the main cultivation is corn and rice.
11
Departamento de Geografia/ UNESP/ Rio Claro/ Brasil.
12
Departamento de Planejamento Regional/ UNESP/ Rio Claro / Brasil.
40
Introdução
Esse tímido início de acesso a terra pelos trabalhadores rurais de então, teve
continuidade no Governo de Adhemar de Barros se extinguindo no decorrer dos
governos que se sucederam com a ditadura militar após 1964.
O ano de 1983 veio marcar o reinício de uma série de focos e tensões sociais
no Estado de São Paulo, principalmente nas regiões do Vale do Ribeira e Pontal do
Paranapanema, áreas com graves distorções fundiárias e onde a questão da posse
da terra não estava judicialmente definida.
Mal ainda iniciado o processo pelos órgãos federais, cabe ainda mostrar
como a questão fundiária vem sendo proposta pelos governos estaduais. O estudo
do Projeto de Assentamento "Cocais" no município de Casa Branca vem caracterizar
essa política ao nível do Estado de São Paulo.
Caracterização do assentamento
A área total da Fazenda Cocais era de 720 ha., sendo que 145 ha.
corresponde às instalações do antigo hospital- hoje Centro de Reabilitação Mental-
120 ha. foram destinados para a Reserva Florestal de cerrados do município, e o
restante num total de 455 ha., foram destinados ao Projeto de Assentamento dos
Trabalhadores Rurais (Figura 1 ).
Tabela nº 1
A Penúltima Atividade Desenvolvida pelos Assentados Antes da Vinda para o
Assentamento dos "Cocais"
Parceiros Proprietário Arrendatário Motorista Assalariado Bóia-Fria
Rural Rural
Tratorista Permanente Diarista
10 02 01 01 02 07
Tabela nº 2
A última Atividade Desenvolvida pelos Assentados Antes da vinda para o
Assentamento dos "Cocais".
Parceiros Assalariado Assalariado Motorista Bóia-Fria
Rural/ Urbano
Permanente Tratorista Diarista
03 06 03 02 09
44
Tabela nº 3
Os Recursos Materiais e Financeiros dos Assentados no Início do Projeto.
Dinheiro Material de Muares e Implementos Veículos,
Construção P/ Equinos Agrícolas Carroças e
moradia na Agrovila Automóveis.
Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não
02 21 09 14 05 18 20 03 06 17
Durante o ano agrícola 85/86, foi adotado o sistema coletivo de produção das
terras, que redundou na produção de arroz e milho em maior escala e feijão para o
consumo. O despreparo dos assentados quanto ao trabalho coletivo, aliado ao
projeto inicial de cada um ter a sua terra para cultivar, levou a maioria, a não aceitar
o trabalho em forma de produção coletiva. Sobre o assunto, tivemos as seguintes
opiniões: "cada pessoa quer desenvolver atividades diferentes do trabalho coletivo";
"não funciona porque não existe responsabilidade de todos - uns trabalham e outros
não; seria bom se todos pensassem da mesma forma"; "existem os chupins"; "uns
trabalham com a família e outros não participam como deviam"; "a organização
coletiva só funciona para a compra da máquina e insumos, pois, 24 famílias juntas
compram o que não pode comprar"; "na busca de financiamentos é melhor em grupo
do que só"; “vale o trabalho coletivo pela amizade''; "acho melhor a gleba particular,
onde cada família vai tocar do jeito que quiser e arrumar uma forma de se ter
dinheiro"; “vai ser melhor cada um ter a sua terra'‘.
A partir da safra 86/87 a exploração dos lotes foi realizada com tarefas
coletivas e familiares. As tarefas coletivas passaram a ser: o preparo do solo,
plantio, colheita, armazenamento e comercialização. As tarefas familiares
consistiram na escolha dos tipos de culturas, nos tratos culturais e financiamento.
13
Este levantamento faz parte do Projeto citado, que abrange todos os Projetos de Reforma Agrária e
Assentamento do Estado de São Paulo. Foi realizado por pesquisadores de vários campi da UNESP:
Jaboticabal, Araraquara, Rio Claro, Botucatu, Marília, Ilha Solteira e Presidente Prudente, envolvendo
Geógrafos, Agrônomos, Sociólogos, Economistas, Médicos e Pedagogos, nos anos de 88/89. O
Projeto teve apoio do FINEP e CNPq e teve vários sub-projetos dos Pesquisadores da UNESP, Pós-
Graduandos, Bolsistas de Aperfeiçoamento e Iniciação Científica pelo CNPq e o trabalho de mais de
uma centena de alunos estagiários. A coordenação foi da Profa. Dra. Sonia Maria Pessoa Pereira
49
Bergamasco da UNESP- Botucatu e a sub-coordenação da Profa. Dra. Vera Lúcia Botta Ferrante da
UNESP – Araraquara, com vários sub-coordenadores nos diferentes Campi.
50
As pessoas que não cumprem com as normas, ou seja, morar e cultivar, ficam
sujeitas à exclusão. Constatamos que, dois assentados que não cumpriram o
contrato foram excluídos do Assentamento. Também ocorreram duas famílias
desistentes.
Bibliografia
14
Professor IGCE/ UNESP/ RIO CLARO.
15, 16 e 17
PAE / IGCE/ UNESP/ RIO CLARO.
53
18
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
55
Referências Bibliográficas:
INTRODUÇÃO
19
Professor Assistente Doutor – Departamento de Geografia/IGCE/UNESP – Campus de Rio
Claro.
20
Professor Assistente Doutor – Departamento de Geografia/IGCE/UNESP – Campus de Rio
Claro.
57
LAUDO PERICIAL
O presente laudo objetiva atender solicitação do Ministério Público do Estado
de São Paulo, Comarca de Casa Branca, relativo à Ação Civil Pública referente ao
Processo 283/97 e restrito aos termos do Ofício nº703/97-fep, de 07 de julho de
1997, assinado pelo M.M. Juiz de Direito Dr. Marcello do Amaral Perino,
consignando que: ‘’a perícia deverá restringir-se ao eventual impacto no meio
ambiente e na qualidade de vida da população com a construção de um presídio de
médio porte na cidade de Casa Branca, Estado de São Paulo’’, em decorrência da
desativação do Complexo Penitenciário do Carandiru, na Capital.
I. Procedimento da Perícia
Este quadro, entretanto, era diferente até a década de 60. A cultura do café e
a chegada dos trilhos da ferrovia (Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, hoje
FEPASA), desde os últimos decênios do século passado, trouxeram à cidades
empregos e um quadro econômico favorável, refletindo na melhoria da urbanização,
no comércio e na cultura da população.
Casa Branca.
Folha SF – 23 –V –C –V -4.
Escala 1: 50.000 (1971)
65
Desde modo, não foi nenhuma surpresa entender a reação das pessoas
comuns com quem conversamos nas ruas de Casa Branca. Houve plena rejeição
do público geral, com relação à instalação de uma penitenciária, de médio porte de
“segurança máxima” em Casa Branca, onde supõe-se que serão encarcerados
condenados de alta periculosidade. Apesar de um número pequeno de entrevistas
informais e aleatórias que fizemos considerando o universo populacional de Casa
Branca, não houve um só caso de concordância a favor do presídio. As justificativas
correspondem às mesmas comentadas acima.
Outro fator que deve ser chamado à atenção é relativo à futura demanda de
moradias para os funcionários oriundos de outras cidades. Há disponibilidades?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
Como constatado localmente, com o passar dos anos o único poço artesiano
do assentamento, vem sofrendo uma constante diminuição em seu volume de água,
a levar os moradores a estocarem água nas próprias residências, pois dispõem do
raro líquido, apenas em meio período do dia. Em épocas de maior seca chegaram a
ficar sem água, dependendo de carros pipa da prefeitura de Casa Branca para o
abastecimento domiciliar. Algumas famílias estão adquirindo água em galões para
consumo familiar.
Referências
VIADANA, Adler Guilherme; FILHO, Fadel David Filho. O desempenho do geógrafo
na elaboração de laudos periciais ambientais: o exemplo da instalação de um
presídio em Casa Branca- SP IN Ciência Geográfica – Bauru – V – (12):
Janeiro/Abril – 1999.
73
Casa de Assentado de pequeno porte. 2013. Foto: Fadel David Antonio Filho.
Corte de Eucalipto e plantação ao fundo. 2013. Foto: Fadel David Antonio Filho.
Moradia em alvenaria com mais de 120 m2. 2013. Foto: Fadel David Antonio Filho.
Moradia em alvenaria com mais de 120 m2- Vista Frontal. 2013. Foto: Fadel David
Antonio Filho.
81
Campo preparado à espera de plantio. 2013. Foto: Fadel David Antonio Filho.
82
Terra preparada para plantio. 2013. Foto: Fadel David Antonio Filho.
Assentado no uso de tração animal. 2013. Foto: Fadel David Antonio Filho.
83
Lagoa de decantação dos dejetos – vista da saída para o Córrego Verdinho. 2013.
Foto: Fadel David Antonio Filho.
84
Penitenciária Joaquim de Sylos Cintra – Casa Branca (SP). Foto: Ary Molinari. 2010.
Fonte: <<http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/vc-reporter-policia-encontra-
pomba-com-celular-preso-ao-corpo-em-
sp,1fa81054a250b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>> Acesso em:
06/08/2013.
85
Penitenciária “Joaquim de Sylos Cintra" – Casa Branca (SP): visão geral do presídio,
mostrando três áreas de lançamento de esgoto de mais de 2 mil pessoas no lado
direito da foto.
Fonte: <<http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-21.783552&lon=-
47.012504&z=17&m=b>>. Acesso em: 06/08/2013.
86
ANEXOS
87
<<http://www.itesp.sp.gov.br/itesp/acoes-detalhes.aspx?c=299>
88
Adalzilio Machado
Neto
GEOGRAFIA AGRÁRIA
Adler Guilherme
Assentamento de trabalhadores rurais Viadana
dos Cocais - Município de Casa Branca-
estado de São Paulo
Antônio de Oliveira
Lima
“ Os assentamentos rurais estão vinculados a questões
da organização e produção agrícola por trabalhadores
rurais, o trabalho comunitário e familiar, o uso da terra e a Enéas Rente Ferreira
ações concernentes a reforma agrária, no que diz respeito às
políticas públicas envolvidas.
Fadel David Antonio
Na presente obra, é possível constatar a contribuição
Filho
dos docentes e discentes de geografia com o exemplo do
Assentamento Rural do Município de Casa Branca – “O
Assentamento Rural dos Cocais”, sendo um assentamento de
João Cleps Junior
trabalhadores rurais em terras públicas estaduais.