Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curso Completo
4ª Edição
-2020-
COMISSÁRIO DE VOO
Bloco I – ESS
Bloco II – RPA
Bloco III – PPS
Bloco IV - CGA
4ª Edição
-2020-
Copyright 2020 by Gustavo Cunha
Central de Atendimento
e-mail: contato@escolapalegre.com.br
Apresentação
Este livro contém a totalidade do conteúdo programático do cur-
so de Comissário de Voo da PALEGRE Escola de Aviação Civil. Destina-
se, portanto, a preparar o candidato aos exames teóricos exigidos pela
Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC e abrange os quatro blocos
exigidos para a conclusão do curso.
Sabendo que muitos alunos dispõem de pouco tempo para estudo,
tudo foi feito para eliminar assuntos desnecessários, e as explicações
tendem a ser claras, ao mesmo tempo, resumidas.
Nesta terceira edição foram atualizados e acrescentados diversos
conteúdos para o aprimoramento dos comissários formados pela escola.
Nós, da equipe da Palegre Escola de Aviação Civil, desejamos a
todos um excelente estudo e muita sorte e, principalmente, sucesso em
suas carreiras.
Agradecimentos
Este livro foi desenvolvido basicamente pelo Diretor da Escola,
Gustavo Panyagua Leal Lobo Cunha. Entretanto não é esta a única pes-
soa por de trás desta obra e não poço deixar de citálas, prestando, as-
sim, as devidas homenagens e agradecimentos.
Agradeço a professora Mariana Sebaje Morais por seu empenho e
dedicação na formação dos profissionais da escola. A professora Maria-
na, Mari para os amigos e colegas, esteve junto com os fundadores des-
ta instituição desde o princípio e, com suas aulas de Marketing Pessoal e
Etiqueta, vem a enriquecer este material com um conteúdo de altíssima
qualidade. Sendo assim, fica aqui nossos agradecimentos a ela e o orgu-
lho por tê-la em nossa equipe.
Da mesma forma, agradecemos o professor Jorge Domingues que,
utilizando de seu conhecimento e vasta experiência em campo, enri-
queceu e completou o conteúdo do capítulo de sobrevivência.
Agradeço também aos demais membros da equipe que de uma
forma ou de outra terminam por contribuir a cada dia no crescimento e
na prosperidade desta instituição.
Sumário
1. Marketing Pessoal e Etiqueta .......................................... 21
Marketing Pessoal ........................................................... 21
Etiqueta ....................................................................... 24
BLOCO I ............................................................................. 45
2. Emergências a Bordo .................................................... 45
Procedimentos de Rotina .................................................. 45
Equipamentos de Emergência ............................................. 47
Saídas de Emergência ...................................................... 55
Procedimentos para Evacuação de Aeronaves ......................... 56
Amerrissagem (Pouso no Mar) ............................................. 62
Situações de Emergências a Bordo ....................................... 64
Prevenção e Combate a Incêndio ........................................ 66
Formas de Transmissão e Propagação do Calor ........................ 70
Causas de Incêndio .......................................................... 71
Classes de Incêndio ......................................................... 72
Métodos de Extinção ........................................................ 72
Agentes Extintores .......................................................... 73
Equipamentos Extintores .................................................. 75
Utilização dos Equipamentos Extintores ................................ 76
Equipamentos Auxiliares de Combate ao Fogo em Aeronaves ...... 76
Sistemas de Combate a Incêndios em Aeronaves ...................... 77
3. Sobrevivência............................................................. 79
Sobrevivência na Selva ..................................................... 79
Ação Imediata ............................................................... 79
Recomendações ............................................................. 80
Procedimentos para Apressar o Salvamento............................ 81
Permanecer Junto à Aeronave ou Abandoná-la? ....................... 81
Conservando a Saúde ....................................................... 82
Sinalização ................................................................... 84
COSPAS-SARSAT .............................................................. 87
Abrigos ........................................................................ 89
Fogo ........................................................................... 91
Água ........................................................................... 92
Alimentação .................................................................. 93
Caça ........................................................................... 99
Pesca ........................................................................ 100
Animais Peçonhentos ..................................................... 107
Aranhas ..................................................................... 111
Escorpiões .................................................................. 112
Abelhas, Mariposas e Vespas ............................................ 113
Taturanas ................................................................... 113
Alfabeto Fonético ......................................................... 113
Sobrevivência no Mar ..................................................... 114
Ação Imediata ............................................................. 114
Socorro Imediato aos Sobreviventes ................................... 115
Cuidados com o Bote Salva-Vidas ...................................... 115
Cuidados com a Saúde.................................................... 116
Sinalização ................................................................. 117
Alimentação no Mar ....................................................... 117
Cuidados com Tubarões .................................................. 120
Prática de Navegação .................................................... 121
Equipamentos de Flutuação ............................................. 122
Sobrevivência no Deserto ................................................ 124
Abrigo ....................................................................... 125
Sinalização ................................................................. 125
Água ......................................................................... 125
Alimento .................................................................... 126
Cuidados no Deserto ...................................................... 126
Sobrevivência no Gelo .................................................... 127
Ação Imediata ............................................................. 127
Água ......................................................................... 128
Alimento .................................................................... 128
Cuidados Especiais ........................................................ 128
Abrigo ....................................................................... 129
Fogo ......................................................................... 129
Pouso no Continente Gelado ............................................ 130
BLOCO II .......................................................................... 131
4. Regulamentação da Aviação Civil – Código Brasileiro do Ar
(CBAer – LEI N° 7565, DE 19/12/86) ...................................... 131
Histórico .................................................................... 131
Disposições Gerais ........................................................ 131
Disposições de Direito Internacional Privado ......................... 131
Do Espaço Aéreo Brasileiro e do Tráfego Aéreo ..................... 132
Zonas de Proibição ou Restrição de Navegação Aérea.............. 133
Da Entrada e Saída do Espaço Aéreo Brasileiro ...................... 135
Da Infraestrutura Aeroportuária ........................................ 135
Do Sistema Aeroportuário ............................................... 136
Aeronaves................................................................... 137
Da Nacionalidade, Matrícula e Aeronavegabilidade ................. 138
Tripulação .................................................................. 138
Das Licenças e Certificados ............................................. 139
Da Licença .................................................................. 140
Do Comandante da Aeronave ........................................... 142
Dos Serviços Aéreos ....................................................... 143
Contrato de Transporte de Passageiros ............................... 146
Atrasos, Cancelamentos de Voos e Preterição de Embarque ...... 147
Infrações e Providências Administrativas ............................. 150
5. Regulamentação da Profissão do Aeronauta ...................... 157
Aeronauta .................................................................. 157
Tripulantes ................................................................. 157
Do Comissário de Voo..................................................... 158
Regime de Trabalho ...................................................... 160
Concessões e Remuneração ............................................. 166
Noções de Direito do Trabalho e Seguridade Social ................. 169
A importância da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
............................................................................... 171
Contrato de Trabalho ..................................................... 171
Remuneração e Salário ................................................... 172
Definições .................................................................. 174
Regimes da Previdência Social .......................................... 179
6. Fatores Humanos na Aviação Civil .................................. 181
Definição de Fatores Humanos.......................................... 181
Modelo Shell e Modelo Reason .......................................... 181
Regulamentação Internacional de Fatores Humanos na Aviação Civil
............................................................................... 183
CRM .......................................................................... 183
Comunicação ............................................................... 185
Conflito ..................................................................... 186
Assertividade ............................................................... 186
Questionamento e Crítica ............................................... 187
Briefing e Debriefing ..................................................... 187
Tomada de Decisão ....................................................... 187
Consciência Situacional .................................................. 188
Estresse ..................................................................... 189
Fadiga ....................................................................... 191
Carga de Trabalho ........................................................ 192
Erro e Violação ............................................................ 193
Formação e Manutenção de Equipes ................................... 194
Motivação ................................................................... 196
Cooperação ................................................................. 196
Comprometimento com a Tarefa ....................................... 196
Resignação ................................................................. 196
Transferência de Responsabilidade .................................... 197
Automação de Aeronaves ................................................ 197
7. Sistema de Aviação Civil ............................................. 199
História da Aviação Civil ................................................. 199
Sistema de Aviação Civil Internacional ................................ 201
Problemas de Relacionamento Entre os Países como Consequência
do Desenvolvimento da Aviação Civil .................................. 201
Soberania do Espaço Aéreo .............................................. 202
Principais Convenções .................................................... 202
Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) ................. 204
Anexos da Convenção de Chicago Sobre Aviação Civil Internacional
............................................................................... 204
Estrutura Organizacional da OACI/ICAO ............................... 206
Comissão Latino Americana de Aviação Civil ......................... 210
International Air Transportation Association – IATA ................ 211
Associação Internacional de Transporte Aéreo Latino-Americano
(AITAL) ...................................................................... 212
Exercícios da Liberdade do Ar .......................................... 213
Sistema de Aviação Civil Brasileiro .................................... 215
Órgãos Intervenientes e Elos Executivos do Sistema de Aviação Civil
............................................................................... 216
Ministério da Aeronáutica (MAER) ...................................... 217
Comando da Aeronáutica (COMAER) ................................... 217
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) ............................ 220
Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional
(CERNAI) .................................................................... 226
Inspetor de Aviação Civil (INSPAC) ..................................... 228
8. Segurança de Voo ...................................................... 231
Conceito .................................................................... 231
Mitologia .................................................................... 231
Histórico .................................................................... 231
A Investigação de Acidentes Aeronáuticos ............................ 232
Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(SIPAER Antigo) ............................................................ 232
SIPAER ....................................................................... 233
Fatores Contribuintes .................................................... 235
Investigação ................................................................ 237
Relatórios ................................................................... 238
Acidentes Aeronáuticos .................................................. 238
Incidente Aeronáutico .................................................... 239
Ocorrência de Solo ........................................................ 239
Clandestino a Bordo ...................................................... 239
Ciclo de Prevenção ....................................................... 240
Relatório de Prevenção (RELPREV) ..................................... 241
Responsabilidades ......................................................... 241
Plano de Emergência Aeronáutica em Aeródromos – PEAA ........ 242
Importância do Comissário de Voo ..................................... 242
Valor do Check List ....................................................... 242
BLOCO III ......................................................................... 243
9. Aspectos Fisiológicos da Atividade do Comissário de Voo ...... 243
Cabeça ...................................................................... 243
Tronco ....................................................................... 246
Membros .................................................................... 250
Pele .......................................................................... 251
Higiene e Saúde ........................................................... 252
Enfermidades .............................................................. 254
Aspectos Aeromédicos Relacionados à Pressão Atmosférica na
Aeronave .................................................................... 264
Oscilações do Valor da Pressão Atmosférica ......................... 264
Oscilação da Pressão Parcial do Oxigênio ............................. 265
Pressurização .............................................................. 265
Despressurização .......................................................... 265
Hipóxia (“Mal da Altitude” ou “Mal da Montanha”) ................. 266
Hiperventilação em Voo ................................................. 268
Aerobaropatia Plasmática (Aeroembolismo) ......................... 268
Aerobaropatia Cavitária .................................................. 268
Ruídos e Vibrações ........................................................ 270
Baixa Umidade do Ar ..................................................... 271
Radiações ................................................................... 272
Oscilações da Temperatura e Luminosidade ......................... 272
Alterações do Ritmo Cardíaco .......................................... 272
Fadiga de Voo .............................................................. 273
Mal-do-Mar ................................................................. 274
Redução das Influências Adversas ao Voo............................. 275
10. Primeiros Socorros na Aviação Civil ............................. 277
Atendimento Pré-Hospitalar............................................. 277
Biosegurança ............................................................... 277
Equipamento de Proteção Individual .................................. 277
Sinais Vitais e Diagnósticos .............................................. 278
Sinais Vitais ................................................................ 279
Sinais Diagnósticos ........................................................ 280
Avaliação Primária ........................................................ 281
Avaliações Secundárias ................................................... 283
Princípios da Reanimação................................................ 284
Reanimação Cardiopulmonar (RCP) .................................... 285
Técnicas de Abertura das Vias Aéreas ................................. 286
Ventilação de Resgate .................................................... 286
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho ...................... 287
Sinais e Sintomas de uma Parada Cardíaca ........................... 288
Manobras para Realizar uma RCP....................................... 289
Hemorragias ................................................................ 289
Ferimentos em Tecidos Moles ........................................... 291
Intoxicação ................................................................. 305
Manipulação e Transporte de Vítimas ................................. 310
Emergências Médicas - Parto Emergencial ............................ 312
Emergências Médicas ..................................................... 316
Enfermidades que mais Frequentemente Causam EMR ............. 321
Lipotimia (Desmaio) ...................................................... 322
Convulsões .................................................................. 323
Doenças Causadas por Insuficiência de Insulina – Diabetes ........ 324
Triagem ..................................................................... 326
Ação dos Primeiros Socorristas na Cena com Múltiplas Vítimas ... 327
BLOCO IV ......................................................................... 329
11. Conhecimentos Básicos Sobre Aeronaves ....................... 329
Aeronave .................................................................... 329
Asas .......................................................................... 332
Fuselagem .................................................................. 336
Trem de Pouso ............................................................. 337
Empenagem ................................................................ 339
Motores ..................................................................... 340
Sistemas .................................................................... 342
Dispositivos Hipersustentadores ........................................ 347
Freio Aerodinâmico ....................................................... 348
Geometria do Avião ....................................................... 350
Vento Relativo ............................................................. 351
Teorema de Bernoulli .................................................... 351
Forças Aerodinâmicas .................................................... 352
Definição dos Ângulos Diversos ......................................... 353
Arrasto Induzido (Resistência ao Avanço Induzida) ................. 354
Arrasto Parasita ........................................................... 355
Guinada Adversa .......................................................... 355
Equilíbrio ................................................................... 355
Balanceamento ............................................................ 359
12. Navegação Aérea ................................................... 361
Tipos de Navegação ....................................................... 361
A Terra ...................................................................... 362
Proa, Rumo e Rota ........................................................ 369
Fusos......................................................................... 369
Unidades de Medidas Utilizadas na Aviação .......................... 371
13. Meteorologia ........................................................ 373
Atmosfera .................................................................. 373
Temperatura e Calor ..................................................... 375
Pressão Atmosférica ...................................................... 376
Sistemas de Pressão ...................................................... 376
Vento ........................................................................ 378
Umidade do AR ............................................................ 380
Nuvens ...................................................................... 382
Nevoeiros ................................................................... 384
Névoas....................................................................... 385
Massas de Ar................................................................ 385
Frentes ...................................................................... 386
Trovoadas ................................................................... 387
Formação de Gelo em Aeronaves....................................... 389
Turbulência ................................................................ 390
1. Marketing Pessoal e Etiqueta
Marketing Pessoal
postura correta;
asseio pessoal e maquiagem (ou barba bem feita);
roupas adequadas para a ocasião (ou apresentação correta do
uniforme);
coordenação de atitudes e gestos;
boas maneiras.
Apresentação Pessoal
A imagem é a primeira ferramenta de trabalho do Comissário de
Vôo. Caso ela não corresponda à expectativa desejada, a impressão
inicial já estará frustrada e durante o vôo, na maioria das vezes não
teremos tempo de mudar esta primeira impressão.
A imagem que o passageiro espera encontrar ao olhar para o Co-
missário é de uma pessoa:
Forte (sente-se totalmente dependente dele);
Organizada e limpa (serve os Alimentos);
Elitista (elegante e sofisticado);
Simpático (alguém que está ao seu alcance, como se dissesse
"esta pessoa está aqui só por sua causa");
21
Sorridente (o sorriso é a grande arma de comunicação entre as
pessoas).
Pele
A pele é o maior órgão do corpo humano e necessita de cuidados
especiais para estar sempre bonita, viçosa e saudável. É indispensável
desenvolver o habito de uma boa alimentação e beber muita água.
Os cuidados básicos que você deve ter com a sua pele, todos dias,
são os seguintes:
Unhas
As mãos devem estar sempre bem cuidadas, com as unhas feitas.
As masculinas nunca esmaltadas, só cuidadas, curtas e limpas. A depila-
ção feminina das axilas e pernas deve estar perfeita. Deve-se usar um
desodorante que combine com a pele e proteja o corpo o dia inteiro.
Usando perfumes, devem ser muito leves.
22
O comprimento das unhas para mulheres devem ser médio. Tons
claros, e alguns vermelhos são elegantes. O uso de enfeites e modismo
como pircing, pedras, adesivos, laranjas, amarelos dentre outros, são
deselegantes no ambiente profissional ou formal.
Acessórios
As bijuterias ou jóias não devem ser espalhafatosas, de tamanho
muito grande, nem serem usadas em quantidade exagerada. No traba-
lho principalmente, deve-se evitar qualquer tipo de exagero. ]
Anéis a e alianças: somente um em cada mao, nos dedos anelar,
médio e indicador. São considerados perigosos anéis extravagantes ou
excessivamente largos. Anéis com pedras ou brilhantes não são adequa-
dos para os homens.
Brincos: cores e tamanhos discretos , uso de percing deve ser evi-
tado, homens uso restrito de ambos.
Colares e correntes: De perolas, ouro e prata discretos. Homens
uso inadequado.
Pulseiras: uso de pulseira discreta sem qualquer tipo de pingen-
te. Apenas uma em cada um dos braços, restrita ao pulso. O uso de
tornozeleira não e elegante.
Oculos: óculos de sol e grau devem ser usados em tamanho, for-
mato e cores discretos. Suportes são inadequados.
Relogios: modelos sociais clássicos, de tamanho discreto. Esporti-
vos devem ser evitados em ambientes formais.
Maquiagem
A maquiagem deve ser correta e adequada à função. Trabalhar
sem maquiagem transmite aos outros a impressão de que não foi possí-
vel terminar de se arrumar.
Vestuário
Não é necessário ter uma grande variedade de roupas para traba-
lhar, nem fazer um desfile de modas no trabalho, indo cada dia com
trajes diferentes. O realmente importante não é a variedade das rou-
pas, mas sim a qualidade e o tipo adequado. Deve se evitar as grandes
extravagâncias da moda, as linhas clássicas são mais adequadas. A rou-
pa de trabalho deve estar sempre com aspecto de cuidada, bem passa-
da, os sapatos engraxados, etc. Usando uniforme, devem-se ter os
mesmos cuidados, mantendo-o sempre impecável e nunca o modifican-
do com detalhes.
Nas dependências da escola os alunos devem vestir-se de maneira
discreta e adequado ao ambiente profissional. Obrigatório uso de Cra-
chá.
*Os alunos deverão estar o tempo todo atentos as condições de
arrumação de sua apresentação pessoal, será feita uma avaliação cons-
tante.
23
Algumas dicas básicas e importantes sobre o cuidado com o uso
de pecas da vestimenta diária.
Ao sentarem-se as mocas não devem alisar a saia atrás, não e
elegante. Se segura as laterais para frente e então se sente.
Quando não usando casaco, paletó ou blazer, os mesmos devem
ser carregados dobrados no braço esquerdo, liberando o direito para
cumprimentar. E permitido acomodar essa peça no espaldar da cadeira
em restaurante.
Nos paletós de 3 botões, mantém os dois primeiros abotoados e
o ultimo desabotoado.
Os paletós tipo jaquetão e de 3 botões devem ficar sempre todo
abotoado.
Calca tipo social sempre bem passada tendo atenção especial
com o vinco. A bainha deve ser feita deixando um dedo do salto do
sapato.
A frente deve ter apenas uma dobra suave sobre o sapato. Não
é elegante nem permitido portar objetos volumosos nos bolsos das cal-
cas.
Camisas sociais masculinas sempre bem passadas. Também não
e elegante dobrar ou arregaçar as mangas. Sugerimos manter a camisa
semprea linhada e presa a roupa intima. As camisas sociais de mangas
longas sempre são clássicas, portanto mais adequadas.
No uso de gravatas, observar para que o comprimento não ul-
trapasse o cinto nem mais curto. O triangulo do no devera ficar bem
alinhado junto a gola.
Meias sociais, sem detalhes. Sempre alinhadas. Não e adequado
uso de meias esportivas. Sugerimos as meias que cobrem a perna quase
ate o joelho. Não e elegante que a perna fica aparente.
Etiqueta
24
Traduz uma estreita relação entre a parte interior e a exterior da pes-
soa.
Linguagem Corporal
A linguagem corporal se refere a todas as nossas expressões a
través dos movimentos, posturas ou gestos que se façam com as dife-
rentes partes do corpo. Quando você conversa com uma pessoa, você
deve saber que você não está falando só com a boca dela, mas também
com o seu corpo. A postura que o nosso corpo adquire quando falamos
com outra pessoa tem mais significado do que podemos imaginar. Lin-
guagem corporal: Postura
A postura na linguagem corporal é um dos pontos mais importan-
tes, tendo uma boa postura é possível passar muito mais segurança e
receptividade para o interlocutor.
Cruzar braços ou pernas: posição defensiva, sem receptividade.
Ombros contraídos: demonstra insegurança e é facilmente per-
cebido pelos outros.
Inclinação à pessoa que está falando: demonstra interesse pelo
assunto. Inclinar-se para trás, por exemplo, já é um sinal de avaliação
da fala do outro.
Sentar-se de maneira inapropriada: demonstra falta de respeito
à autoridade do outro.
Passar a mão no cabelo repetidamente: transmite insegurança e
carência.
Espelhar os gestos do outro: transmite uma conversa fluída e de
concordância mútua.
25
vras-chave da sua fala. Isso torna o seu discurso mais convincente, além
de melhor recebido.
Tom de voz profundo: traz autoridade, segurança e consistên-
cia. Para poder alcançar esse tom de voz, respire profundamente algu-
mas vezes antes de começar a falar. Isso relaxa a garganta e evita o
tom de voz esgarçado.
As extremidades:
a - Braços - Deixá-los relaxados caindo ao lado do corpo com os
cotovelos esticados e as mãos em perfil.
b - Pernas - Andar com uma ao lado da outra, nunca as cruzando
ou mantendo-as separadas. Os joelhos devem dar os passos flexionando
e esticando as pernas. Não deixá-los meio flexionados no final dos pas-
sos. As pernas femininas se tocam ao andar. As masculinas são parale-
las, não podem juntar-se.
c - Pés - Devem pisar no chão inteiro, a ponta e o calcanhar, um
ao lado do outro e complemente retos. Não lançar as pontas nem para
fora nem para dentro.
26
Posição Básica dos Braços em Pé:
Feminino:
a - Coloca-se o antebraço apoiado nos quadris; as palmas das
mãos juntas, caindo naturalmente (social e profissional).
b - Cruzar os braços sem esconder as mãos; elas devem segurar os
braços - só socialmente - NUNCA cruzar os braços quando em trabalho.
c - Mãos nos bolsos com os polegares para fora e os cotovelos
relaxados, com os pulsos perto do corpo - só socialmente -
NUNCA colocar as mãos nos bolsos quando em trabalho.
Masculino:
a - Uma mão sobre a outra com os braços esticados na frente do
corpo (social e profissional).
b - Cruzar os braços com uma mão aparecendo e outra encaixada
no braço contrário, sem aparecer (só social).
c - Juntar as mãos para trás do corpo com os braços esticados
(social e profissional).
d - Mãos nos bolsos com os pulsos perto do corpo e os cotovelos
relaxados - só social - NUNCA devemos colocar as mãos nos bolsos quan-
do em trabalho.
Sentar e Levantar:
a) Sentar - Chegar perto da cadeira, flexionar os joelhos s; por-
que quando flexionamos os joelhos, ela acompanha o movimento junto
de nosso corpo.
b) Levantar - Ao invés de levantar o corpo até as pernas, para fa-
zer a alavanca necessária, trazer as pernas para o corpo. Uma das per-
nas entra debaixo da cadeira e a outra fica de fora. A perna que entra,
impulsiona o corpo para frente e para cima. Quando estiver sentado em
um sofá ou poltrona que não tenha espaço para colocar a perna por
baixo, deve-se apoiar as mãos no assento e impulsionar o corpo para
fora em duas etapas: o primeiro impulso leva o corpo até o meio do
assento e o segundo o coloca em pé.
27
Posições das Pernas - Sentados
Feminino :
Dentre as posições corretas das pernas, devemos usar aquelas
que nos são mais confortáveis, sem necessidade de fazer todas as varia-
ções.
Só existem três posições corretas, podendo ser feitas de formas
diferenciais dependendo de como se está sentada em relação ao lado
que as pernas estão alçadas.
Se estiver sentada com as pernas de frente, pode-se fazer as
três posições.
Se as pernas forem lançadas para o lado, a de fora é a perna
base e a de dentro será a que se movimentará para encaixar as posi-
ções.
a)Um pé vai para trás meio horizontal e o outro vem para frente
na vertical: o calcanhar do pé da frente se junta ao meio do pé de trás,
os joelhos juntos.
Cruzar os pés, joelhos juntos.
Cruzar as pernas.
Masculino:
a) Os joelhos paralelos aos pés juntos até o ponto que seja con-
fortável (social e profissional).
b) Cruzar as pernas (social e profissional).
Cruzar uma perna sobre a outra colocando o pé que cruza quase
em cima do joelho contrário (só social e em ambiente descontraído).
28
Escadas:
Feminino e Masculino:
Subir: colocar o pé inteiro sobre o degrau; nunca a metade, pois
além de ficarmos desequilibrados; quando o pé debaixo sair do chão, só
conseguiremos este pulo pelo impulso do corpo, ao invés de obtê-lo
através da força das pernas; correndo assim, o risco de quebrarmos a
alma sapato.
Não vamos descansar nosso corpo cada vez que atingirmos outro
degrau. Vamos procurar ajudar nossas pernas, levantando o corpo para
cima.
Descer: colocar o pé inteiro, em diagonal no degrau e descer a
escada ocupando com os pés sempre o mesmo espaço; sem cruzar as
pernas, podendo olhar para a escada e se necessário segurar no corri-
mão.
Bolsas:
Devemos carregar sempre que possível, todas as coisas que ti-
vermos a carregar, do lado esquerdo: bolsas, sacolas, pastas, etc...,
pois desta forma ficaremos com a mão direita livre para cumprimentar,
abrir portas de carros, etc...Lógico que quando estivermos com muito
peso, teremos que dividi-lo.
Todas as bolsas têm duas posições:
Tiracolo:
Feminino e Masculino: A bolsa jogada para trás com o braço que a
carrega livre. A mão do braço que a carrega segura na junção da alça
com a bolsa, tendo o cuidado de mantê-la sempre ao nosso lado e não à
frente.
Com alça:
Só feminino: O braço entra na alça de fora para dentro; nunca ao
contrário; colocando a alça bem no cotovelo. O braço que carrega é
flexionado e lançado para o lado.
Carteira:
Só feminino: segurar na parte de baixo com a palma da mão e le-
vá-la para baixo do braço, flexionando o cotovelo. Nunca usar a carteira
segurando-a só com o braço de encontro ao corpo.
A carteira deverá ficar ao lado do corpo, nunca em cima do bus-
to.
29
Só feminino: segurar a carteira pela parte de cima com a mão em
queda natural; colocando o dedo indicador, esticado, em cima do fecho
da bolsa; deixando em seguida o braço cair reto.
Casacos:
Vestir - Segurar o casaco pela gola e vestir uma manga até o
fim. Ajeitar a gola com a mão que está vestida.
Com esta mesma mão, joga-se o casaco para trás para dar a dis-
tância necessária para introduzirmos o outro braço com facilidade.
Procurar a segunda manga nas costas sem tentar olhar, introduzir
esta manga até onde der e, em seguida, fazer 3 movimentos simultâ-
neos: puxar a gola, fazer movimentos rotativos com o cotovelo e com o
ombro.
Não podemos esticar ou levantar o braço que veste a segunda
manga. Ajeitar a gola e, se for o caso, abotoar de cima para baixo e
desabotoar de baixo para cima.
Etiqueta
A Etiqueta é a arte das boas maneiras e dos bons costumes. Com-
preende um conjunto de regras, estilos, normas e hábitos, que empres-
tam à vida cotidiana uma característica de harmonia, elegância e dis-
tinção.
A etiqueta é, não somente, uma “arte elegante” da alta socieda-
de e do meio profissional; mas também uma arte aplicada em prol des-
30
ta ou daquela atividade, nesta ou naquela ocasião, e penetra profun-
damente no meio ambiente doméstico.
É importante sua influência no controle das atividades humanas.
Ela determina o comportamento ideal dos indivíduos, no meio social,
através de regras taxativas que estabelecem a maneira de agir com
naturalidade em “qualquer” ambiente.
Do ponto de vista conceitual, a Etiqueta nada mais é do que um
conjunto harmônico de atitudes, gestos, palavras, voz, fisionomia e
traje. Traduz uma estreita relação entre a parte interior e exterior da
pessoa.
Atitudes:
Devemos sempre estar impecáveis em cada ato de nossa vida,
quer estejamos em público ou no lar; pelas maneiras distintas e elegan-
tes. É no jogo e na mesa, diz o velho adágio popular, que se conhece a
educação da pessoa. Agressividade, nervosismo, arrogância, exibições,
destroem qualquer “charme” ou qualquer “verniz” superficial. Mante-
nha atitudes simpáticas com segurança e discrição, quer que esteja em
público ou no lar.
Gestos:
Todo gesto deve ser comedido, gracioso, harmonioso. Deve-se e-
vitar a mímica forte e caricata, o excesso de gesticulação, o falar “re-
presentando a cena”. Dê colorido a seu relato falando com segurança,
coordenando o assunto e nunca interpretando o fato.
O gesto diz muito da pessoa. O “torcer das mãos”, pode ser de
alegria ou de aflição; o “morder dos lábios”, o “coçar a cabeça”, o
“sentar e levantar” continuamente são sinais de nervosismo, impaciên-
cia, falta de controle. Quanto mais educada e segura de si a pessoa,
menos uso ela fará da gesticulação.
É preciso ter “classe” para tudo: saber estender a mão a alguém,
manear a cabeça, fazer um aceno, falar ao ouvido de outrem e até
suportar uma pisadela; em caso de necessidade.
Gestos nervosos, bruscos, são deselegantes; assim como apontar
com o dedo ou levantar as mãos para fazer-se entender. O olhar e os
gestos devem acentuar, levemente, a palavra espontânea que traduz
nosso pensamento.
É sinal de vulgaridade tocar continuamente nas pessoas com
quem conversamos, ou ajeitar e alisar suas vestes.
O que é Deselegante ao Conversar:
Gesticular nervosamente;
Por as mãos na cabeça;
Mexer nos cabelos;
Fazer cachinhos nos cabelos com os dedos;
Brincar com jóias (anel, brinco, colares...)
31
Roer as unhas;
Torcer as mãos;
Morder os lábios;
Arrumar a roupa dos outros;
Bater no ombro das pessoas para chamar-lhes a atenção sobre
algo;
Segurar o queixo ou rosto. São gestos deselegantes.
A Palavra:
A palavra é a arma mais poderosa na luta pela vida. A palavra é o
fator primordial do poder de comunicação. Um bom vocabulário é im-
portante. Para isso, leia, reflita e discuta sobre os textos, analisando-
os. Em pouco tempo você terá adquirido um vocabulário atualizado e
novas idéias. As relações sociais baseiam-se na expressão oral. Você já
deve ter tido oportunidade de ouvir alguém dizer: “Aquela pessoa é
bonita, mas quando abre a boca é um desastre. Só diz bobagem, prima
pela falta de assunto e inteligência.”
E o contrário, também. “Aquela pessoa não é bonita, mas é tão
inteligente e simpática, que é um prazer poder conversar com ela”.
Essas informações vão se espalhando e o conceito público sobre aquelas
pessoas, também.
A Voz:
A voz revela muito sobre a personalidade. Uma voz equilibrada é
sinal de uma personalidade ajustada.
Devemos emprestar à voz emoção, clareza, simpatia e sentimen-
tos. O tom da voz não deve ser tão baixo que mal se ouça, nem tão alto
a ponto de incomodar os alheios. Deve denotar segurança e desinibição
não exagerados.
Erros a corrigir na voz:
Falar alto demais: Ficar atento quando começar a falar. Mode-
rar-se ao perceber que sua voz está em destaque.
Falar baixo: Atenção para que seu interlocutor não precise fazê-
lo repetir várias vezes.
Falar com voz estridente: Procurar técnico especializado para
colocação de voz.
Falar com monotonia: A voz é desagradável quando monótona.
Corrija-se lendo em voz alta, dando ênfase a cada frase dita e, se pos-
sível, gravando sua leitura. Treine todos os dias. A melhora é relativa-
mente rápida.
Falar depressa: Denota nervosismo e agitação. Corrija-se obri-
gando a pensar calmamente antes de proferir uma palavra. Leia em voz
alta. A correção é relativamente fácil.
Falar mole: Um dos piores defeitos. Dá a impressão de falta de
segurança e excesso de preguiça. A correção consiste em pronunciar
32
claramente as palavras, com os dentes serrados, exercitando os lábios e
a língua.
Falar balbuciando ou gaguejando: Fenômeno nervoso. O nervo-
sismo perturba e o pensamento foge. Não há coordenação normal entre
o sentido e a palavra. Para corrigir-se, procure um professor de dicção.
A Fisionomia:
O que pensaria você de uma pessoa que estivesse constantemen-
te carrancuda, sobrancelha erguida, apertando os olhos ou entortando a
boca; ou ainda a fazer “muxoxos”?
Essas mímicas são expressões negativas que devem ser elimina-
das, pois podem dificultar ou até mesmo eliminar seu encanto pessoal.
Uma pessoa com essas características é geralmente invadida por
sentimentos pessimistas e produz “mal-estar” com sua presença.
Sua aparência deve ser sóbria, correta.
A Arte de Conversar:
A arte de conversar bem é um dos principais motivos de sucesso
social. Muitas pessoas se afastam da sociedade, porque se sentem inibi-
das ou não sabem o que falar.
A arte de conversar é a habilidade para manter uma conversação
atraente, sem fazer referência à sua própria vida, sem deixar transpa-
recer suas frustrações, seus problemas. É saber aproveitar seu cabedal
de conhecimentos para transmitir temas agradáveis. A conversação
deve estar de acordo com o nível, doméstico ou profissional de cada
ouvinte.
A palestra deve ser orientada de modo a não cansar o interlocu-
tor e dissipar os aborrecimentos.
Jamais gracejar: O gracejo é uma arte difícil...Não se deve pro-
curar agradar à força. (Ex: falar minutos seguidos sobre as gracinhas dos
filhos, ou sobre sua riqueza, sua importância social, etc.)
Saber Escutar
Saber escutar é tão importante quanto falar. Na realidade, basta
ouvirmos atentamente a quem nos fala, para nos tornarmos pessoas
interessantes, simpáticas, bem vistas, bem relacionadas.
Em Etiqueta, a linguagem social deve ser: respeitosa, correta,
clara, objetiva e nunca vulgar. É preciso entender bem o que os outros
dizem ou perguntam, para que se possa responder com exatidão e pres-
teza.
O que deve ser evitado: críticas, polêmicas, comentários sobre
escândalos de família, etc... Em todas as ocasiões deve-se usar de tato
e discrição.
Seria falta de ética social demonstrar que se entende de todos os
assuntos: história, ciência, política, economia e ainda procurar profeti-
zar os acontecimentos do futuro. Falar sem deixar os outros falarem,
33
interromper a quem está falando, ou ainda empregar sempre a primeira
pessoa do singular (eu).
Deve-se sempre considerar a maneira de elogiar persistentemen-
te, as virtudes dos presentes. Nunca se deve usar os chavões, tais co-
mo: “entende?”, “compreende?”, “não acha?”, “eu não disse?”.
Para ser agradável, a conversa deve ser natural, espontânea, e-
rudita, alegre, polida, sem afetação, artifício ou perturbações.
Requisitos Indispensáveis:
São quatro os requisitos indispensáveis à conversação:
Persistência: medir suas opiniões e não falar demais.
Prudência: não fazer confidências para conseguir intimidade
com pessoas desconhecidas.
Tato: não discutir. Trocar idéias, com moderação, evitando
chegar a extremos.
Atenção: não esquecer os nomes, títulos e as fisionomias das
pessoas que nos são apresentadas.
Apresentações:
Nas apresentações existe, inicialmente, a prioridade. Como apre-
sentar e quem tem prioridade nas apresentações?
34
A prioridade é da pessoa superior e seu nome é dito sempre em
último lugar. A pessoa inferior é que é apresentada à pessoa superior.
Podemos citar como exemplo: apresentação de um homem a uma mu-
lher. A mulher tem prioridade. Logo, o nome do homem vem em pri-
meiro lugar e o da mulher em segundo.
“Dr. João, Dona Maria!”
Prioridades:
Primeiro Sexo: A mulher tem sempre prioridade sobre o homem.
35
Etiqueta Aplicada ao Trabalho:
O Vocabulário:
No trabalho deve-se usar sempre as seguintes palavras:
36
Chefia.
Colaborar para o completo êxito da organização.
Ser pontual.
Manter uma postura discreta, distinta e maneiras solícitas com
os colegas.
Ao Cliente:
Apresentar-se com fisionomia alegre.
Ouvir com atenção e responder com solicitude.
Atender com presteza e amabilidade a todos os clientes, inde-
pendente de nacionalidade, classe, cor ou religião.
Providenciar os meios necessários para o conforto e o bem estar
de todos.
Mostrar cuidados especiais quando se tratam de crianças, doen-
tes, inválidos, etc.
Dar às pessoas inibidas, nervosas, um tratamento compreensí-
vel.
Manter a eficiência no trabalho.
Para si Mesmo:
Apresentar-se corretamente trajado.
Maquilagem, unhas e cabelos perfeitos.
Sapatos e meias em harmonia com o todo.
Levar ao trabalho boa disposição, alegria e encanto pessoal.
Não ultrapassar as normas de boa conduta.
O Que é Estritamente Proibido:
Desobedecer às regras dos regulamentos da Empresa.
Fumar no recinto de trabalho.
Usar bebidas alcoólicas no serviço.
Atitudes vulgares, intimidades com os clientes.
Usar o nome da Empresa para seus interesses.
Para com o Cliente:
Tratar o cliente com intimidade “você”, “meu bem”, “flor”,
etc.
Transmitir ao cliente, em conversa, os seus problemas pessoais.
Dirigir-se ao cliente com indiferença, demonstrando desinteres-
se quando este solicita algo de urgência.
Usar “cochichos”, risadinhas, indiretas, interjeições, visando a
determinada pessoa.
Achar graça de expressões regionais dos clientes.
Demonstrar predileção por certos clientes em detrimento de
outros.
Usar chavões como: “Entendeu?”, “Compreendeu?”, “Ouviu?”,
repetidamente.
Usar gírias.
37
ETIQUETA PARA COMISSÁRIOS
PASSAGEIROS DIFÍCEIS
Você lida e fala com muitas pessoas a cada voo, com as mais va-
riadas personalidades e humores. Algumas delas se tornam mais difíceis
de serem atendidas, mas nenhuma impossível. Lembre-se: quando você
estiver de uniforme você fica mais zen que um monge.
Passageiros irritados requerem de sua parte, muita habilidade e
técnica. Ele vai querer desabafar ou descarregar todo o seu desconten-
tamento em você, pois naquele momento é você que está representan-
do a empresa.
Para tornar mais agradável e eficiente o seu trabalho aqui vão al-
gumas sugestões:
– Fique calmo;
– Seja objetivo;
– Não discuta com seu interlocutor;
– Não se detenha nos seus sentimentos negativos;
– Não interrompa o interlocutor, deixe-o desabafar;
– Diga “eu compreendo como o (a) senhor (a) se sente”;
– Não tome nada como pessoal.
– Lembre se: você é a empresa naquele momento;
– Somente peça auxílio a um colega ou superior, se o caso exigir.
38
SITUAÇÕES COMUNS NO TRATO COM O PÚBLICO
AO RECEBER BILHETES
Não leia na frente das pessoas. Leve e veja se é algo a respeito
do serviço (às vezes acontece), se for alguma coisa particular ou pedido
de telefone, ignore e não dê nenhuma resposta.
Se a pessoa insistir, responda sempre: -“ainda não tive tempo de
ler, Sr.”, se a pessoa continuar insistindo pode responder: -“Sr. é contra
a ética da minha profissão e as normas da minha empresa, dar qualquer
informação ao meu respeito”. Com elegância, claro.
Ao escutar palavras desagradáveis ou de baixo calão: procure não
enfrentar, faça de conta que não escutou. Tenha certeza que fará de
conta que não escutou muitas coisas. Nessa hora esqueça o HASP e o
CEMAL porque você será surdo.
Mas como somos brasileiros, também serviremos o típico “passa-
geiro brasileiro”. Sabe aquele que não desiste nunca? Pois então…
Se o “passageiro brasileiro” insistir tocando-o com a mão ou coisa
parecida, coloque-se com uma postura altiva e pergunte “o Sr. está
tentando falar comigo? Em que posso ajudá-lo?”, diga isto sem baixar a
cabeça e procurando olhar bem de frente.
Se a pessoa continuar insistindo, procure a chefia e a coloque a
par do que está ocorrendo, peça ajuda. Lembre-se trabalho em equipe!
Isto pode ser usado tanto por homens como mulheres, sempre que se
encontrem em situações semelhantes. Quando sentir que não está con-
seguindo controlar a situação, informe imediatamente o seu chefe de
equipe e peça ajuda.
39
estamos uniformizados, não podemos beijar ou abraçá-los. Devemos ser
o mais discreto possível.
Se encontrar alguém que não seja tão intimo e está pessoa tomar
a iniciativa de beijar-nos ou abraçar, corresponderemos naturalmente.
Também não vá terminar uma amizade de longos anos por causa da
etiqueta…
Durante o voo, também devemos ser discretos com parentes e
amigos, fazendo o serviço naturalmente. Quando terminar as obriga-
ções, se a pessoa estiver sentada na poltrona do corredor, podemos
conversar (sempre de forma discreta).
Se a pessoa estiver no acento do meio ou da janela, não podemos
ficar falando por cima de outras pessoas, a não serem algumas poucas
palavras.
Os comissários de voo brasileiros são respeitados e admirados por
toda a aviação comercial internacional devido todos estes detalhes.
40
Vista-se com discrição, a d e q u a d a m e n t e à situação e ao
local. As roupas de trabalho devem ser discretas e limpas.
Seja polido e cordial, sem perder a noção de distância com seus
colegas, sejam eles superiores, inferiores ou iguais.
Profissionalmente é indispensável observar a hierarquia! Dirigir-se
a um superior com familiaridade diante de estranhos denota falta de
tato e educação. Mesmo que sejam amigos, mantenha a postura profis-
sional que o ambiente de trabalho solicita. Tratar pessoas importantes
pelo prenome quando não somos seus íntimos é prova de mau gosto.
Ao conversar, evite:
Alguns gestos que podem sinalizar nervosismo e insegu-
rança:
Gesticular demais;
Mexer nos cabelos;
Roer unhas;
Mexer ou brincar com jóias;
Morder lábios, segurar queixo;
Arrumar as roupas dos outros;
Tocar nas pessoas, bater no ombro delas pra chamar a
atenção.
Comportamento a Mesa
Para um bom comportamento à mesa, um planejamento prévio é
sempre bom e não faz mal à ninguém.
1-Quando sentar-se à mesa procu-
re não puxar a cadeira várias vezes.
Tente acertar com um ou dois movimen-
tos.
2-O guardanapo é a primeira ati-
tude a ser tomada colocando-o dobrado
ao meio, em cima joelhos e procure
limpar os lábios sempre que for tomar
um líquido com a parte de dentro do
guardanapo, assim ele terá um aspecto
higiênico.
3-Os copos ficam a direita, acima do prato e começando em or-
dem decrescente temos: copo para água, vinho tinto, vinho branco e
logo atrás, champanhe. O licor é servido depois do café, após a refeição
e não deve ser colocado à mesa antes da sobremesa. Importante: os
copos com hastes devem ser segurados pôr elas para que a temperatura
do corpo não interfira na bebida.
4-Os talheres, grande preocupação de muitos, não tem mistério
quanto ao seu uso. É só começar com os de fora, lembrando-se que os
41
acima do prato são para a sobremesa. No caso da não troca de talheres
a cada prato servido, deixe-os do lado direito do prato, o garfo com os
dentes para baixo e a faca sobre ele, evitando assim que sujem a toa-
lha. Existem os porte-couteau que são uma espécie de cavalete de pra-
ta ou cristal para descanso de talheres e que hoje são poucos usados,
mas válidos . A disposição dos talheres é a seguinte: garfos a esquerda.
A direita, ficam as facas e a colher de sopa.
5-Importante é o manuseio dos talheres. Usa-se a faca na mão di-
reita e o garfo na esquerda, e cada bocado é levado à boca com a mes-
ma mão ou, depois de cortar um pedaço, pode-se descansar a faca (
com o fio para dentro) na borda do prato e trocar de mão, o garfo, para
levar o alimento à boca. As duas formas estão corretas. As folhas da
salada devem ser dobradas pelo garfo com ajuda da faca e dispense-a
nas massas.
6-Peixes, frutos do mar e frutas são capítulos à parte pois preci-
sam de talheres apropriados e veremos posteriormente. Uma maneira
funcional e antiga para se sair bem quando não souber manipulá-los, é
só imitar quem sabe e ter a sorte para tudo dar certo.
7-No final os talheres devem ser colocados no prato, lado a lado,
com os cabos para fora do lado direito, abaixo.
8-Pequeninas travessas colocadas acima do prato são para lavar
apenas as pontas dos dedos quando são servidos alimentos que são co-
midos com as mãos.
9-Os cotovelos à mesa só devem ser vistos com bons olhos na hora
do cafezinho. Os gestos devem ser pequenos, a voz suave, e o riso bai-
xo. Não toque nos vizinhos, nunca leve grandes bocados à boca nem
fale com ela cheia e por mais quente que a sopa vier à mesa, não a
assopre e a sorva sempre com a lateral da colher.
10-O pão parte-se com as mãos e não com a faca, a não ser que
esteja em Portugal, e o pratinho usado para ele, é sempre o da esquer-
da do seu prato ou souplat (aparador do prato comum, bem maior) .
Não se molha o pão no vinho a menos que esteja na casa de uma boa
italiana e ela o fizer primeiro..
11-Palitos, nem pensar. Só mesmo no lavabo. E só fume se houver
cinzeiro na mesa e mesmo assim, deixe para depois do café.
12-Devemos esperar que todos estejam servidos para iniciarmos a
degustação e no caso de sermos convidados só mesmo depois da anfitriã
dar “a partida”.
13-Caso receba um convite e na mesa tiver uns cartões com os
nomes dos convidados é bom respeitar a determinação dos lugares cita-
dos nesses “placement” e recusar algum prato só ser tiver uma reco-
mendação médica, caso contrário, dê um jeito e vá comendo...
14-Elogiar sempre é delicado, flores para a anfitriã são bem vin-
dos, de preferência em vasos.
42
15-Para adquirir o hábito de comer bem em público, dê atenção
quanto estiver em casa, porque se não adquirir esse hábito, terás aca-
nhamento quando comeres em público.
17-Lembre-se: é importante tomar algumas lições práticas de
quem sabe usar bem os talheres e treinar bastante.
18-Mas lembre-se sempre: em uma mesa o que mais importa é re-
laxar, aproveitar a comida e os bons amigos.
Talheres principais.
São as facas, garfos (ou colheres) utilizados na refeição princi-
pal. Os talheres devem sempre ser posicionados de fora para dentro, na
ordem em que os pratos serão servidos. Os talheres dispostos mais
distantes do prato serão usados primeiro, e assim, sucessivamente.
Na maioria das vezes, o garfo fica do lado esquerdo e a faca, do
direito. Seja como for, os talheres devem ser usados durante a refeição
do mesmo lado em que estão posicionados. Caso você não consiga utili-
zar determinada mão para comer, troque discretamente os talheres no
inicio da refeição. E quando for cortar algum alimento, o garfo deve
ficar com a parte côncava voltada para baixo, e o dedo indicador da
mão direita deve firmar a faca.
Talheres de sobremesa.
Os talheres que estão distribuídos em cima do prato são usados
para sobremesa. A colher e o garfo desse tipo devem ficar virados para
a esquerda e a faca, para a direita.
43
lheres, eles nunca mais encostam na mesa. Nenhuma parte. Descansam
sempre dentro do prato, mesmo quando não usados, como quando você
for beber alguma coisa.
A faca sempre fica na mão direita, mas o garfo pode ser utiliza-
do pelas duas mãos.
Ao final da refeição, deixe o garfo e a faca no interior do prato,
unidos paralelamente, com os cabos apoiados na borda e inclinados
para o lado direito, para facilitar que o garçom recolha. A faca deve
estar do lado direito, com o corte voltado para o garfo e o garfo, do
lado esquerdo, com os dentes para cima.
Os talheres falam por si.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
44
BLOCO I
2. Emergências a Bordo
O Comissário de Voo é antes de tudo, um agente de segurança.
Além de garantir o conforto e o bem-estar dos passageiros de uma aero-
nave, o tripulante de cabine deve sempre ter consciência de sua princi-
pal função e responsabilidade a bordo: garantir a segurança do voo. E
segurança nada mais é do que o ato de prevenir e minimizar qualquer
situação de risco.
Para tanto, os tripulantes devem ter conhecimento absoluto dos
procedimentos de emergência, bem como a localização, tipo e utiliza-
ção correta de todos os equipamentos de emergência disponíveis nas
aeronaves. Assim, será possível atuar com precisão em uma situação
anormal, levando em conta sempre o bom senso em cada caso. Isso é
de vital importância para o sucesso de um voo e para a preservação de
vidas humanas.
Os tripulantes de cabine são responsáveis diretos pela sobrevi-
vência e o bem estar dos ocupantes de se uma aeronave, devendo SEM-
PRE assumir o controle da situação em relação aos passageiros.
Procedimentos de Rotina
45
bine, deve-se avisar o comandante imediatamente.
46
10min antes do pouso para interfonar ou entrar pessoalmente na cabine
de comando (aviso de atar cintos ligados/desligados).
47
Cheque pré-voo: De responsabilidade dos pilotos.
48
de fogo classe B e C (líquidos inflamáveis e materiais elétricos). Possui
formato cilíndrico na cor vermelha, alça empunhadora, gatilho, bico
ejetor, pino e argola de segurança e manômetro. Tem duração média
de 8 a 12 segundos e alcance de 2 metros.
2. Extintor Portátil de Água: Utilizado para combater o fogo em
materiais sólidos (madeira, tecidos). Possui formato cilíndrico, cor acin-
zentada, gatilho, punho, bico ejetor e uma cápsula de CO2 embutida no
punho para pressurizar o extintor. Tem duração media de 30 segundos e
seu alcance é de 6 metros. Não possui manômetro.
Modo de uso: Remover o pino de segurança e apertar o gatilho
apontando para a base do fogo até descarregar o cilindro por completo.
Fazer rescaldo após a extinção do fogo.
Cheque pré-voo: Data de validade, localização, fixação e inte-
gridade, pino e lacre de segurança, manômetro de pressão na cor verde
para o extintor de Halon.
3. Extintor Fixo de Gás Freon (BCF 1301): Estão localizados abai-
xo das pias dos toaletes, com sensor voltado para as lixeiras. É de acio-
namento automático quando houver aumento de temperatura nas lixei-
ras. O cheque é de responsabilidade da manutenção.
49
Conjunto Médico de Emergência (CME) - Utilizado para atendi-
mentos médicos emergenciais. Este conjunto somente poderá ser aber-
to e manipulado por um médico, devidamente identificado. Após o uso,
deverão ser reportados no livro de bordo os materiais e medicamentos
utilizados, bem como o nome e o CRM do médico.
Cheque pré-voo: Localização, fixação e integridade, lacre e va-
lidade.
50
rolar a corda e amarrá-la firmemente ao bote (ou escorregadeira-
bote). Em terra, basta imergi-lo em um recipiente contendo líquido. Ao
colocar o beacon na água, este transmitirá sinais de socorro automati-
camente, alternando entre as frequências de socorro civil e militar. A
duração da transmissão é de aproximadamente 48h.
Características:
121,5 MHZ - frequência de socorro civil.
243 MHZ - frequência de socorro militar.
406 MHZ – frequência de socorro digital.
Cheque pré-voo: Localização, fixação e integridade.
51
o ponteiro deve estar no verde (2700 a 3000 PSI).
Operação das Scape Sliders
Conexão: Após fechar as portas, os tripulantes devem conectar
as escorregadeiras, a fim de prepará-las para utilização automática em
caso de emergência. Antes de dar a partida nos motores, o comandante
informa aos tripulantes “preparar para a partida” ou “portas em auto-
mático”. Deve-se então remover a barra da Slider, presa no bojo do
mesmo, e alojá-la nos fixadores junto ao assoalho, em ambos os lados.
Este procedimento faz parte do fechamento normal das portas, conec-
tando a Slider e deixando-o pronto para ser inflado em qualquer even-
tualidade.
52
5. Comandar a evacuação.
Obs.: Se a área externa estiver obstruída, não abrir a porta, blo-
queá-la e permanecer junto à mesma, redirecionando os passageiros
para outra saída operante.
Luzes de Emergência - Todas as aeronaves comerciais são, obri-
gatoriamente, equipadas com sistema de luzes de emergência dotadas
de força própria (baterias), independente do sistema normal de ilumi-
nação. As luzes de emergência foram projetadas para funcionar auto-
maticamente no caso de falha do sistema normal, durante aproximada-
mente 15 minutos após o acionamento. Há luzes de emergência tanto
interna quanto externamente.
53
APU (Auxiliar Po-
wer Unit) - É um motor
instalado no cone de cau-
da da aeronave, que supre
dois tipos de energia:
elétrica e pneumática.
Esta unidade auxiliar de
força tem seus controles
na cabinede comando. Funciona em solo e em voo, como fonte alterna-
tiva de energia, porém não proporciona força útil ao voo.
54
Saídas de Emergência
55
Tipos de Saídas Operantes X Coeficiente de Evacuação
Tipo I Escorregadeiras Infláveis Simples 50 a 55
pax/90seg
Tipo II Escorregadeiras “Não Infláveis” 30 a 40
pax/90seg
Tipo III Janelas sobre as Asas 20 a 30
pax/90seg
Tipo IV Escotilhas 15 a 20
pax/90seg
Tipo I* Escorregadeiras Infláveis Duplas 90 a 100
pax/90seg
Procedimentos para Evacuação de Aeronaves
56
Gestantes: Auxiliar com travesseiros na proteção da barriga da
gestante.
Bebês: Mãe segura firmemente contra seu corpo, com o rosto do
bebê voltado para si e inclina-se para frente.
57
área de abandono.
Se houver quebra do trem de pouso do nariz, a evacuação sobre
as asas deve ser feita pelo bordo de ataque, pois fica mais baixo.
Após a saída de todos os passageiros, os comissários devem fa-
zer o check da cabine principal e cabine de comando (check de abando-
no) antes de desembarcar levando os equipamentos portáteis.
Imediatamente após deixar a aeronave, todos devem se afastar,
pois as proximidades constituem perigo.
Para retornar a aeronave, deve-se aguardar até que os motores
tenham resfriado e o combustível tenha evaporado.
Evacuação com fogo: evitar saídas na área do fogo!
58
Conforme solicitado no speech, será feita a remoção dos obje-
tos soltos, óculos, gravatas, joias, sapatos de salto. Os objetos que não
couberem nos bolsões das poltronas, serão colocados nos toaletes.
Assumir a posição de impacto, quando informado.
Iniciar a evacuação (se necessário) somente após a parada total
da aeronave e o corte dos motores.
Speach de Emergência
Este Speech faz parte do check list de equipamentos de emer-
gência, e encontra-se próximo a estação dianteira de comissários.
59
pesando mais do que 546.000 Lb.
Em caso de uma pane logo após a decolagem, havendo necessida-
de de retomar ao ponto de partida, o peso da aeronave deve ser dimi-
nuído para que ela possa pousar. A única forma existente para se dimi-
nuir o peso da aeronave em voo é desfazendo-se do seu combustível,
seja queimando-o através dos motores (permanece voando em círculos),
seja abrindo as válvulas e despejando o combustível no espaço. A últi-
ma opção, chamada alijamento de combustível, é a mais rápida e segu-
ra.
60
táculos.
NÃO se referir as habilidades de um deficiente como “sexto
sentido” ou “uma compensação da natureza”, pois é decorrência nor-
mal da deficiência o desenvolvimento de habilidades que possam pare-
cer extraordinárias para uma pessoa normal.
NÃO usar as palavras ver, ouvir, andar, etc, diante de pessoas
que sejam cegas, surdas ou privadas de movimento, respectivamente,
pois podem se sentir diferenciado por perceptível constrangimento.
NÃO deixar de oferecer qualquer ajuda a uma pessoa deficien-
te, temendo que seja interpretado como gesto de piedade e, conse-
quentemente, rechaçada com rispidez. Deve- se ajudar o deficiente
sempre que for realmente necessário, sem generalizar quaisquer expe-
riências desagradáveis. Tais experiências não devem ser atribuídas tão
somente a pessoas deficientes, pois podem advir, também, do contato
com pessoas normais.
61
passageiros armados que possam estar no mesmo voo. Sob hipótese
alguma poderá ser servida bebida alcoólica a este passageiro durante a
viagem.
Nos voos internacionais é vedado o embarque de qualquer passa-
geiro armado, ressalvando os autorizados com acordos entre os países.
Equipamentos Obrigatórios
Nos voos com distância de até 370 km (200 nm) da costa:
Coletes salva-vidas para tripulantes e assentos flutuantes para
passageiros (suportam até 90 Kg);
Escorregadeiras simples.
62
regadeira-barco. Após a lotação, deverá ser desconectada da aeronave,
tornando-se um barco. Uma tira de segurança ainda permanecerá ligan-
do o bote a aeronave, esta tira deverá ser cortada com a faca flutuante
(localizada no próprio bote) para evitar que o bote afunde junto com a
aeronave.
O tamanho e a capacidade das escorregadeira-barco varia de a-
cordo com o tipo da aeronave e a dimensão das portas. Estão equipadas
com equipamentos coletivos de flutuação e kits de sobrevivência no
mar.
63
Situações de Emergências a Bordo
64
Explosiva: Perda da pressão instantânea (em menos de um se-
gundo).
Rápida: Perda de pressão em aproximadamente 10 segundos.
Lenta: Este tipo de despressurização pode ser controlado por
equipamentos da aeronave.
Consequências da despressurização:
O ar respirável sai do organismo bruscamente, pela boca e na-
riz, dando sensação de que os pulmões aumentaram de tamanhos.
Ocorre sensação de ofuscamento e de confusão momentânea.
Pode-se sentir sonolência.
Intensa neblina no interior da aeronave, devido à queda brusca
de temperatura e pressão (condensação).
Poderão ocorrer dores no corpo todo, devido â expansão de ga-
ses contidos no organismo.
65
nem a dos passageiros e da tripulação.
Manter a calma e procurar conquistar a confiança dos seques-
tradores.
Se possível avisar ao cockpit com três toques na chamada e in-
formar “7500” (Código de Sequestro).
Seja discreto, não fazendo sinal de alarme. O comandante usará
o mesmo código para comunicar o sequestro da aeronave.
Cuidados Especiais:
Designar somente um comissário para manter contato com o se-
questrador
Tentar manter boa comunicação, acalmando-o e sendo amistoso
Propor alternativas, sendo sincero em relação à segurança do
voo, mas sem pressioná-lo
Histórico do Fogo
Um dos grandes marcos da história da civilização humana foi a
descoberta do fogo e o seu domínio. No início dos tempos, o homem
conhecia o fogo, observando a natureza, sem saber como obtê-lo. Veri-
ficou que o raio produzia faíscas, as quais provocavam chamas.
Paralelamente, o fogo assumia para ele um caráter divino, consti-
tuindo uma forma de poder.
Aos poucos, o homem, incorporou o fogo às suas necessidades, u-
tilizando-o como forma de defesa, iluminação, aquecimento e na pre-
paração dos alimentos.
66
Convém ressaltar que este mesmo fogo, que tanto construía, po-
dia, ao mesmo tempo, destruir o que por sua própria ação fora possível
construir.
Neste exato momento, quando destruía e ameaçava, a reação do
homem era fugir, por desconhecer sua natureza e pela falta de conhe-
cimento para combatê-lo, ignorando que um simples punhado de terra
bastaria para apagar uma pequena chama.
Em estudos realizados, passou-se a conhecer o fogo, ficando de-
monstrado ser ele um fenômeno de combustão.
Hoje, o homem não precisa mais fugir, pois conhece a natureza
do fogo, possui os equipamentos necessários para combatê-lo e sabe
que, no seu início, é quase sempre possível extingui-lo e que a fuga,
como primeira reação, sem maior análise da situação, é uma atitude
errada.
67
Calor - É o elemento básico do fogo que propicia o início da rea-
ção, mantém e incentiva sua propagação. Como vimos anteriormente,
os combustíveis necessitam ser transformados em gases para queimar e,
para tal, precisam obter temperaturas que variam de um corpo para
outro. A gasolina queima mais fácil que a madeira, pois, precisa de
menos calor para se vaporizar.
Os diferentes estágios de temperatura atingidos por um combus-
tível recebem o nome de:
Representação esquemática
do Ponto de fulgor e combus-
tão
Pontos de fulgor e pontos de ignição
PONTO
PONTO DE
COMBUSTÍVEIS DE
IGNIÇÃO
FULGOR
Éter 40° C 160° C
Gasolina -42,8° C 257° C
Álcool 12,8° C 371° C
Amônia 650° C
Metano 537° C
68
Combruente - Elemento básico do fogo que, associado quimica-
mente ao combustível, possibilita combustão. Oxigênio é o comburente
mais facilmente encontrado na natureza, sendo responsável pela inten-
sificação da combustão, dando vida às chamas.
Na composição atmosférica temos 78% de nitrogênio, 21% de o-
xigênio e 1% de outros gases.
Em ambientes onde o teor de oxigênio esteja abaixo de 16%, é
prejudicial à vida humana, tornando-se fatal quando fica abaixo de 13%.
Raros combustíveis podem permanecer queimando em ambientes com
menos de 13% de oxigênio, sendo o carvão um exemplo, pois, permane-
ce queimando até aproximadamente 9% de oxigênio presente no ar,
porém somente sob a forma de brasa.
Formas de Combustão
Combustão viva (ativa): Pos-
sui rápido aumento de temperatura
e ocorre em ambientes ricos em o-
xigênio, possuindo grande produção
de chamas. Ex.: queima de líquidos
inflamáveis, papéis, etc.
69
Combustão espontânea:
É a combustão processada em
certas substâncias que, pela
ação de bactérias, presença de
umidade, impurezas, ou uma
alta porcentagem de oxigênio
no ambiente, entram em de-
composição lenta, propiciando
a formação de gases que, ao se
desprenderem, incendeiam por
si só.
Ex: cânhamo, juta, sisal, certos fertilizantes orgânicos, outros.
Para não entrar em combustão espontânea, devemos arrumar as subs-
tâncias a ela sujeitas em compartimentos frescos e ventilados. Uma
ventilação adequada impede o acúmulo de calor gerado nas reações e,
assim, atingida a temperatura de ignição combustível.
70
Por exemplo, o
incêndio localizado nos
andares baixos de um
edifício, com os gases
aquecidos subindo pe-
las aberturas verticais
(elevadores) e atingin-
do combustíveis dos lo-
cais elevados do pré-
dio, provocam outros
focos de incêndio que
se processam pelo des-
locamento de massas
de ar aquecidas de um
ponto a outro, atingin-
do materiais combustí-
veis e provocando ou-
tros focos de incêndio.
Radiação ou Irradiação: Ocor-
re quando o calor é transmitido por
ondas lançadas através do espaço,
sem utilizar qualquer meio material.
Todo o corpo quente emite radiações
que vão atingir os corpos frios. E-
xemplo típico de transmissão por
radiação é o caso dos raios solares.
Causas de Incêndio
71
sobrepõem às providências de prevenção adotadas pelo homem. Ex.:
terremoto, descargas elétricas, vulcões.
Eletricidade estática: Principalmente em aviação, cuidados
especiais devem ser adotados em relação à eletricidade estática, a qual
se manifesta como um grande risco de explosão e ocorrência de incên-
dios. Uma aeronave em voo acumula esta eletricidade pelo próprio atri-
to com o ar. Como precaução, devem ser observados os procedimentos
corretos de aterramento.
Classes de Incêndio
Métodos de Extinção
72
Resfriamento: É o
método de extinção mais
utilizado, consistindo em
retirar o calor do material
incendiado. Ex. redução
da temperatura do com-
bustível com utilização do
agente água.
Agentes Extintores
73
água. Constitui um aglomerado de bolhas de ar, ou C02, formadas de
película de água. Para sua formação, é necessário um agente espuman-
te (LGE). O objetivo da formação da espuma é tornar a água mais leve,
gaseificando-a, permitindo flutuar sobre os líquidos mais leves que a
água. Apaga o fogo pelo método de abafamento. Entretanto, pela pre-
sença da água, tem ação secundária de resfriamento.
Pós-químicos secos: É, na maioria, constituída de bicarbonato
de sódio finamente pulverizado e especialmente tratado para se tomar
repelente â água, perdendo desta maneira sua higroscopicidade. Tem
por finalidade gerar uma nuvem que elimina o oxigênio (comburente)
agindo, portanto, por abafamento. Além do bicarbonato de sódio, ou-
tros produtos também são utilizados, tais como: bicarbonato de potás-
sio, fosfato de amônia, sulfato de alumínio etc. Existem Pós- Químicos
especiais para o combate em incêndios de metais perigosos (classe D),
agindo por abafamento e extinção química. A nuvem de pó prejudica a
visibilidade além de ser corrosiva em longo prazo, sendo assim, sua
utilização na cabine de comando é contra indicada.
Gás carbônico (CO2): Bióxido de carbono ou dióxido de carbono
são outros nomes que são dados a este agente extintor. É um gás mais
pesado que o ar e, a temperatura e pressão normais, são consideradas
inertes, sem cheiro, sem cor e não condutor de corrente elétrica. Não é
um gás venenoso, mas, conforme a quantidade contida no ambiente,
pode se tomar sufocante. Age por abafamento, sendo secundado por
uma ação auxiliar de resfriamento por suas características de baixa
temperatura. Ao utilizá-lo para extinguir chamas em pessoas, procurar
não direcionar o jato para olhos e pele, devido a sua baixa temperatu-
ra.
Compostos halogenados: São produtos que têm na sua compo-
sição carbono, flúor, cloro, bromo ou iodo. O nome halon provém da
expressão inglesa de Halogenated Hydrocarbon (hidrocarbonetos halo-
genados). Vários são os tipos de agentes halogenados existentes, embo-
ra os mais conhecidos sejam:
HALON 1211 Bromoclorodifluormetano (CBrCIF2).
HALON 1301 Bromotrifluormetano (CBrF3).
74
Embora os vapores dos agentes halogenados tenham baixa toxi-
dade, os produtos de sua decomposição podem ser perigosos: ácido
bromídico, ácido clorídrico, ácido fluorídrico, cloro, bromo, etc.
Como não é condutor de corrente elétrica é indicado para extin-
ção de incêndios classe “C” e “B” podendo ser utilizado nas demais
classes de incêndios. Se houver a necessidade de empregá-lo na classe
“A”, deve-se fazer o rescaldo dos resíduos, devido ao agente extintor
atuar na superfície. Ao utilizá-lo nas classes “B e D”, devemos adotar o
cuidado de afastar o extintor do fogo e borrifar o material incandescen-
te, pois há o risco de espalhar o fogo, devido à pressão de saída do a-
gente extintor. Seu método de extinção do fogo é abafamento e extin-
ção química.
Equipamentos Extintores
75
Utilização dos Equipamentos Extintores
Extintores Halogenados
Conduzir o extintor até as proximidades do princípio de incên-
dio.
Romper o lacre de segurança.
Acionar o gatilho, direcionando o jato para a base das chamas.
76
Machadinha - No combate ao fogo pode ser utilizado para cortar
fios energizados, romper e remover painéis, além de facilitar a remoção
de objetos com altas temperaturas.
A machadinha geralmente é acondicionada na cabine de comando
ou cabine de passageiros. Seu cabo é revestido de borracha isolante,
com resistência aproximada de 20.000V.
77
Localização dos Equipamentos Portáteis no Boeing 737 - Um
extintor de gás carbônico está localizado atrás da cadeira do F/E (fli-
ght).
Dois extintores de água pressurizada localizados, um abaixo do
painel dianteiro dos comissários e outro abaixo do painel traseiro dos
comissários.
Dois extintores de BCF localizados um no primeiro gavetão do la-
do esquerdo e outro abaixo do painel traseiro dos comissários.
78
3. Sobrevivência
Sobrevivência na Selva
Ação Imediata
79
causas prováveis do acidente, o local, os nomes dos tripulantes e dos
passageiros, as provisões de alimentação existentes, a quantidade de
água disponível, os equipamentos e demais dados pertinentes.
Procurar determinar a posição geográfica do local, utilizando o
melhor método possível e informá-la nas mensagens de rádio que envi-
ar.
Recomendações
80
do a tripulação num ângulo de 45°, e nunca se aproximar pela cauda.
81
zando dados de voo ou, então, observações astronômicas.
Na escolha do ponto de destino, determinar o ponto de socorro
mais próximo, a distância até esse ponto, as possíveis dificuldades e
perigos que poderão ser encontrados no caminho e as facilidades e mei-
os de subsistência possíveis no ponto de destino.
Analisar as condições físicas dos sobreviventes procurando, calcu-
lar a capacidade do grupo para enfrentar uma viagem. Havendo ferido,
procurar auxílio enviando duas pessoas, entre as que estiverem em me-
lhores condições físicas e mentais. Devem ser duas porque é perigoso
viajar sozinho. Examinar detidamente a situação para decidir se os so-
breviventes devem permanecer junto à aeronave:
Qual o seu estado de saúde?
Quais os recursos para a proteção dos sobreviventes?
Quais os cuidados de higiene possíveis de manter no local?
Quais os suprimentos disponíveis?
Qual a situação sanitária do acampamento?
Como e onde obter alimento?
Decidindo levantar acampamento e partir, analisar os seguintes
problemas:
Em qual direção seguir? (ver Jornada sobre a terra)
Qual o plano de deslocamento?
O que levar na viagem?
Conservando a Saúde
82
atividade física ou caminhada. Nas horas mais quentes do dia, repousar
à sombra.
Cuidar dos pés, especialmente se tiver que andar. Se os pés doe-
rem, parar e cuidá-los. Isto evitará complicações mais tarde. A primeira
parada, examiná-los e verificar se existem áreas vermelhas ou bolhas.
Nos pontos em que o calçado se atrita contra a pele, irritando-a além
do normal, colocar esparadrapo e gaze isolando o contato com a parte
irritada. Se houver bolha, não perfurar a pele na base da bolha. Conse-
guindo uma agulha esterilizada, antes de passá-la com linha como dreno
no ferimento, limpar e desinfetar a pele. Após, aplicar sobre o local
uma gaze esterilizada. Para melhor proteção dos pés, é recomendável
improvisar um sapato.
Precaver-se contra as infecções cutâneas, aplicando logo um an-
tisséptico em qualquer arranhão, por menor e mais inofensivo que pa-
reça, assim como em qualquer pequeno corte ou picada de inseto, pois
a epiderme constitui a primeira linha de defesa contra a infecção. Con-
servar as unhas curtas, a fim de evitar a possibilidade de arranhar a
pele ao coçar. Os cortes e arranhões podem infeccionar perigosamente,
especialmente nos trópicos. E uma infecção pode comprometer o sal-
vamento.
Evitar as doenças intestinais. A diarréia e outras doenças do in-
testino podem ser causadas pela mudança de água e alimentação, por
água contaminada, alimento estragado, fadiga excessiva, comer demais
em tempo de calor ou pelo uso de utensílios de cozinha sem a higieni-
zação prevista. Purificar a água para beber, utilizando os preparados
purificadores ou a fervura durante um minuto. Cozinhar os vegetais ou
lavá-los cuidadosamente em água purificada. Manter o asseio pessoal
lavando as mãos, se possível, com água e sabão, antes de comer.
Nos casos de diarréia, cuidar para que o doente observe rigoro-
samente as regras de higiene, defecando em local bem afastado do
acampamento em fossas de dejetos e da fonte onde é apanhada a água,
e cobrindo os dejetos com terra, a fim de evitar contaminação devido a
moscas e mosquitos.
Cuidar o preparo e o manejo do alimento e da água. O tratamen-
to da diarréia em local onde há poucos recursos pode não ser tão com-
pleto como o realizado em hospital devidamente aparelhado. O doente
deve descansar e jejuar durante 24 horas, podendo beber bastante água
(purificada). Depois de 24 horas, pode comer sopa e tomar chá, deven-
do evitar alimentos açucarados e com amido. Pode beber água a vonta-
de, dosada com tabletes de sal. As refeições devem ser leves e frequen-
tes, ao invés de uma ou duas abundantes. O doente não deve se preo-
cupar se, a princípio, o intestino não funcionar normalmente. Em pou-
cos dias, o funcionamento estará normalizado.
Conservar limpos a roupa e o corpo. A roupa limpa faz com que o
sobrevivente se sinta melhor, sob todos os pontos de vista, e permaneça
livre das infecções da pele e de parasitas do corpo. Os componentes do
83
grupo deverão examinar uns aos outros, a cata de possíveis parasitas,
tais como piolhos e carrapatos. Conservar limpo o acampamento, colo-
cando o lixo todo dentro de uma fossa de detritos, aberta para este fim,
em local afastado cerca de 700 metros do acampamento e da fonte
d‟água. O local da latrina (fossa de dejetos) deve estar situado distante
do acampamento e da água potável. Caso não seja possível ter uma
latrina, os dejetos sempre devem ser cobertos com terra.
Em condições normais, há menos perigo nas selvas do que na mai-
or parte das grandes cidades do mundo. É bem provável que os sobrevi-
ventes nem cheguem a ver uma cobra venenosa, nem animais perigosos
das florestas. O que mais impressiona são os urros, berros e o barulho
em geral, dos macacos, das árvores, dos insetos noturnos ou de uma
árvore que cai. Lembrar que o maior e o verdadeiro perigo nas florestas
tropicais é representado pelos insetos, muitos dos quais transmitem
moléstias e parasitas.
Sinalização
84
Fogueiras Distribuídas em Volta do Acampamento - Durante o
dia, usar fumaça negra, empregando óleo, borracha ou material sintéti-
co da forração interna do avião. À noite, fumaça branca, utilizando
folhas verdes, musgo ou pequena quantidade de água.
85
Modificações da Paisagem - Procurar fazer o possível para desar-
rumar o local onde se encontram os sobreviventes, tornando o aspecto
pouco natural. Colocar objetos brilhantes, ou de coloração viva, sobre
as asas do avião e ao redor do mesmo.
86
rulho de aeronave.
Ter cuidado para não ocasionar incêndio.
Sobreviventes Aeronave
SAR
Verde: entendido Verde: avistados ou entendidos os
Vermelho: não enten- sinais
dido ou necessitando Vermelho: não entendidos ou
auxílio não localizados os sobreviventes
COSPAS-SARSAT
87
Estes equipamentos se encontram nas aeronaves na cauda (TLE
fixo) e outro portátil tipo recue-99.
Na operação em água:
Remover as fitas que seguram a antena.
Amarrar a ponta livre da linha num salva-vidas ou outro objeto
88
flutuante.
Desenrolar a linha do transmissor.
Em caso de emergência, é possível efetuar um teste removendo a
capa protetora da chave e colocando-a na posição Test, verificando-se
que a luz ao lado da chave acenda. Deve ser efetuado rapidamente para
não diminuir a vida útil da bateria, que a 25ºC, é de 100 horas.
O rádio de emergência emite, na frequência de 121,5 MHz, SOS
frequência civil e, em 243,0 MHz, frequência militar. Deve-se manter
alerta especialmente durante os períodos internacionais de silêncio,
que vão dos 15 aos 18 e dos 45 aos 48 minutos, depois de cada hora
cheia (horário do ocidente) e de 00 aos 03 e dos 30 aos 33 minutos,
depois de cada hora cheia (horário oriental) e 406,0 MHz, frequência
digital.
O rádio beacon funciona quando se coloca sua parte inferior com
a bateria em contato com água, fresca ou salgada, ou com qualquer
outro tipo de líquido, tais como: chá, café, sopa ou urina. Deve-se colo-
car o líquido até a quantidade que cubra os dois orifícios que ficam sob
o receptáculo onde está alojada a bateria.
Abrigos
Em qualquer lu-
gar, é possível improvi-
sar um abrigo utilizando
partes da aeronave, co-
mo o equipamento de
emergência ou, sim-
plesmente, com os ma-
teriais naturais que fo-
rem encontrados no lo-
cal do acidente e proxi-
midades.
Escolher com cuidado o local para o acampamento, numa região
onde possa obter lenha e, principalmente, água.
O tipo de abrigo deve atender às necessidades do momento,
levando-se em conta a finalidade: sol, chuva, frio, vento, etc.
Não acampar em ter-
reno de inclinação muito
pronunciada ou em áreas
onde houver perigo de ava-
lanches, queda de rochas ou
em local demasiadamente
exposto ao vento.
89
Escolher para o acampamento um local em ponto elevado, o mais
afastado possível de charcos e pântanos. Deste modo, os mosquitos
incomodarão menos, o chão estará mais seco e o local será mais areja-
do.
Não construir abrigos embaixo de grandes árvores ou árvores com
galhos secos. Não dormir ou armar abrigos embaixo de coqueiros.
Decidindo permanecer junto à aeronave, utilizá-la como abrigo,
procurando vedar a entrada e improvisando mosquiteiros.
Para dormir, arranjar rede de lona ou cama feita com folhas, ra-
mos de capim com camadas de folhas de palmeiras ou outras folhas que
sejam largas. Improvisar uma armação de estacas com varas resistentes
servindo de estrado o mais alto possível do chão. Isto protegerá os so-
breviventes contra os escorpiões, cobras, aranhas e outros bichos ras-
teiros e da umidade.
O melhor leito poderá ser obtido improvisando uma tarimba com
uma armação ou de estacas e varas resistentes servindo de estrado, o
qual deverá ser coberto com folhas longas, capim ou folhas de palmei-
ras. Estas folhas deverão ser assentadas em quatro ou cinco camadas.
As estacas que suportam o estrado devem ser suficientemente longas
para suportar adequadamente um mosquiteiro. Essas folhas que cobri-
rão a tarimba deverão ser flambadas ao fogo, para evitar que insetos
peçonhentos sejam levados para o interior do abrigo.
Tipos de Abrigo
Podem ser construídos abrigos provisórios ou temporários. Provi-
sório é o abrigo construído com maior permanência e o mais rápido
possível, utilizando os primeiros recursos encontrados no local.
Temporário é o tipo de abrigo construído com mais cuidado na
escolha do material e da estrutura, proporcionando mais conforto aos
sobreviventes.
Dentre os provisórios, destaca-se o abrigo conhecido como Rabo
de Jacu, tapir, construído utilizando-se de vegetação existente no local
do acidente e material existente na aeronave (escorregadeiras, assen-
tos, mantas, cortinas).
É importante revestir o solo no interior do abrigo, protegendo os
sobreviventes da umidade do solo para evitar doenças.
Infraestrutura do Acampamento
Para manter a higiene e a limpeza, construir:
Fossa de Detritos Para depositar lixo, resto de alimentos,
etc, que possam atrair insetos e animais;
Fossa de Dejetos Para preservar a privacidade dos sobrevi-
ventes. As fossas devem ser constantemente cobertas com camadas de
areia. Demarcar no terreno os percursos até as fossas para facilitar o
acesso dos sobreviventes a elas.
90
Ter cuidado com a possibilidade de contaminação da fonte de á-
gua utilizada no acampamento, considerando a adequada localização.
Fogo
91
Água
92
Nos trópicos, as águas dos riachos, rios, lagoas, nascentes, ma-
nanciais e brejos podem ser bebidas sem risco, após serem purificadas.
Normalmente, as trilhas de animais indicam uma fonte de água, córrego
ou lagoa.
A água obtida de algumas plantas pode ser utilizada diretamente,
sem nenhum tratamento. Coco contém água refrescante; os melhores
são os meio verdes.
Os cipós e o lúpulo são, às vezes, boa fonte de água. Cortar um
pedaço de cipó, de 10 a 20 cm de comprimento. O primeiro corte deve
ser feito na parte mais alta, em cima. Fazer uma ponta em uma das
extremidades do pedaço cortado e levar essa ponta à boca ou colocá-la
dentro de uma vasilha. A água produzida é pura e fresca. Nunca beber
água de um cipó que produza liquida leitoso ou amargo. O melhor cipó
é o de casca grossa.
As hastes dos bambus, algumas vezes, contem água nas juntas
ocas. Agitar as hastes dos bambus velhos e amarelados. Ouvindo o baru-
lho de água, fazer um furo bem junto à base de cada segmento entre os
nós e recolher a água em uma vasilha.
Nas regiões tropicais, há gravatás e parentes do abacaxi, cujas
folhas bem juntas sobrepondo-se como escamas costumam conter água
de chuva. Coar a água, purificando-a antes de beber, para eliminar a
maior parte das impurezas e insetos aquáticos. Pode-se improvisar com
o bambu um recipiente para coletar água.
É recomendável ingerir a água em quatro porções diárias.
93
bro do alimento em relação ao grupo que vai permanecer junto à aero-
nave.
Se a ração de água disponível por sobrevivente for pequena (me-
nos de ½ litro), evitar ingerir alimentos farinhosos, secos e muito con-
dimentados. Então alimenta-se de alimentos de origem vegetal. Os me-
lhores alimentos são os que contem alto teor de carboidratos, tais como
balas, confeitos e tabletes (ou barras) de frutas.
As refeições devem ser normais, não beliscando os alimentos. Se
a ração for limitada, fazer uma boa alimentação por dia. Os alimentos
cozidos oferecem risco menor, são mais fáceis de digerir e têm melhor
sabor. Para assegurar energia, os alimentos devem conter:
94
Tomar cuidado com os alimentos marinhos deteriorados. O peixe
estragado apresenta as guelras viscosas, olhos afundados e a carne, ou
pele, excessivamente mole, se desmanchando e exalando cheiro bem
desagradável. Comprimindo a carne do peixe com o dedo se, ao retirá-
lo, ficar uma mossa na carne, está estragado, em fase de decomposi-
ção.
Evitar:
As plantas com suco leitoso, tanto para ingeri-las quanto no
contato do suco com a pele (são exceções: os figos silvestres, o abiu, o
95
sapoti e o mamão que podem ser comidos apesar do suco leitoso).
Comer plantas com gosto amargas.
Comer cereais parasitados por cogumelo em forma de pequeno
esporão escuro sobre a semente.
As plantas que possuem pelos, que podem ser perigosas para a
saúde.
96
gunda vez, pode ser empregada como farinha. Palmeira conhecida co-
mo árvore da providência.
Os legumes, em sua maior parte, têm folhas sumarentas (suco-
sas), vagens, sementes, talos e raízes não lenhosas. Os mais novos e
macios são os melhores, mas devem ser cozidos.
As frutas não muito doces podem ser comidas cozidas como os le-
gumes.
Grande número de fetos vegetais é comestível e nenhum é vene-
noso. Há três tipos que existem em grande quantidade: o feto vegetal
brácteo, o arbóreo e o polipódeo.
97
amarga. O aipim-doce pode ser comido depois de cozido; a brava é
venenosa e deve ser evitada.
Frutas
98
Existem, aproxima-
damente, 1.500 espécies
diferentes de palmeiras.
Podem ser encontradas à
beira da praia, nos brejos,
nos desertos, nos prados e
na mata cerrada. O palmi-
to, na maior parte das
palmeiras, pode ser comi-
do cru ou cozido. Está
localizado no topo do
tronco. A seiva de muitas
palmeiras é potável e
nutritiva. Os coquinhos
das palmeiras são todos
comestíveis. Quando ma-
duros, come-se se a polpa;
quando verde, o miolo.
O óleo do coco é preventivo contra as queimaduras do sol e tam-
bém serve para manter a distância os insetos e bichos-de-pé. O coquei-
ro é encontrado em estado nativo e cresce, principalmente, junto da
costa do mar.
Além do palmito, pode-se, também, comer os nós do coco. Do
coco obtém-se ainda um refrescante líquido, especialmente se for novo
e sua polpa encontrar-se em estado gelatinoso.
Não se deve beber a água do coco demasiadamente no mesmo
ponto. Deles, tanto o leite quanto a polpa podem ser consumidos crus
ou tostados. Os brotos do coco também podem ser comidos como se
fosse aipo.
A secagem do alimento vegetal, cuja finalidade é eliminar a á-
gua, pode ser feita expondo-o ao sol, ao vento ou ao fogo, com ou sem
fumaça.
Caça
99
Ter cuidado, também, ao remover as glândulas odoríferas que e-
xistirem.
Sangrar e limpar, removendo as vísceras de todos os pássaros ca-
çados. Esfolar os pássaros maiores. Toda a caça deve ser esfolada.
Pode-se também comer rãs, cobras (menos a do mar), porém an-
tes devem ser esfoladas. A pele, o couro, a cabeça e as vísceras devem
ser jogadas fora. Pode-se, ainda, comer lagartos (da terra e do mar),
tartarugas, cujas partes melhores são as patas o pescoço, o rabo e a
parte entre a carapaça grande e o ventre. Nunca desprezar os passari-
nhos e seus ninhos. Todas as espécies de ovos de passarinhos são boas
para comer quando frescos mesmo os que contenham embrião. Para
caçar, utilizar qualquer meio: armadilhas, laços, pedaços de pau, atira-
deira.
Pesca
100
Peixes fluviais perigosos:
Bagres e mandis: a arma desses peixes é
constituída por três ferrões das nadadeiras pei-
torais e dorsal. A aguilhoada é muito dolorosa
ocasionando inflamação e, às vezes, febre. O
tratamento para tais casos é tintura de mertio-
late. Na falta deste, é hábito entre alguns pes-
cadores,furar os olhos do peixe e deixar o líqui-
do viscoso cair sobre a picada.
Arraias (arara, pinta-
da e preta): são peixes carti-
laginosos que possuem o cor-
po romboidal, comprido de
cima para baixo,com a cauda
muito delgada e sempre ar-
mada de um ferrão, bifarpe-
ado, com aspas retorsas, em
forma de punhal, com cinco
centímetros de comprimento, armada de dentes de um e outro lado, à
maneira de serra, com pontas revoltas como aspas de anzol, que en-
tram com facilidade e não saem sem arrancar pedaços de carne. A feri-
da é de difícil cura, pela irregularidade do corte e porque o ferrão dei-
xa dentro um produto viscoso que inflama a chaga. São mais encontra-
dos nos rios Amazonas, Paraguai, Tocantins e Araguaia.
101
Baiacus: variam entre
10 e 15 cm, têm pele flácida
(cor verde-malva no dorso) são
esbranquiçados na barriga e
guarnecidos por minúsculos
acúleos. Possuem pequenas
manchas escuras, em número
de quatro, boca pequena e, na
parte inferior do ventre, a pele
além de ter espinhos é tam-
bém áspera. Quando retirados
da água, costumam inflar-se a
ponto de parecer uma bola.
São venenosos.
Poraquês: vivem
na região do Amazo-
nas, Pará e Mato Gros-
so. O efeito produzido
por esse peixe é igual
ao de uma descarga
elétrica, mesmo que
não se veja sair cente-
lhas do seu corpo, por
mais forte que seja a
descarga. Na região
central do Brasil, é
conhecido como mu-
çum de orelha.
102
Apesar das piranhas serem perigosas, não se assuste, afinal, é
mais fácil você comer piranhas do que ser comido por elas. Sua carne é
muito gostosa, apesar do excesso de espinhas.
Determinação da Direção
103
Constelação do Cruzeiro do Sul: A constelação do Cruzeiro do
Sul é de fácil distinção e muito conhecida no Hemisfério sul. Abaixo do
Equador, para determinarmos o Sul, partindo dessa constelação, deve-
mos aumentar em 4,5 vezes o maior eixo da cruz e, a partir deste pon-
to, baixar uma perpendicular ao horizonte. Esta linha nos indicará o Sul
verdadeiro.
104
dia local aparente. A determinação do meio-dia local pelo método da
estaca possibilita a determinação do rumo. Assim, a linha da sombra
mais curta é igualmente a linha do meridiano local, isto é, a linha nor-
te-sul.
105
Contornar brejos e atoleiros, não tentando atravessá-los.
Não se afobar! Manter um ritmo regular de marcha. Caminhar
durante determinado período de tempo e descansar em seguida. Sem-
pre que puder, refresque-se, banhando- se num córrego ou descansando
à sombra de uma árvore. Os períodos de jornada tornam-se mais curtos,
à medida que se prolonga o tempo da viagem. Quando viajar em com-
panhia de outros, acertar o passo de todos com o passo do companheiro
mais vagaroso. Não caminhar muito próximos uns dos outros, manter
distância de meio metro. Não é aconselhável distanciarem-se demasia-
damente uns dos outros, porque poderão perder-se. Caso se distancie
no mato, ou à noite, orientar os companheiros por meio de apito ou de
gritos agudos curtos, como fazem os índios.
Em caso de perder-se, parar imediatamente, manter a calma e
procurar reconstruir mentalmente o caminho de volta até o ponto inici-
al do erro. Feito isto, voltar atrás pelo caminho percorrido, até chegar
ao ponto do caminho certo. Recomeçar, então, a viagem interrompida
pelo erro.
Observar a regra ESAON:
(E) = Estacione, fique parado, não ande a toa;
(S) = Sente-se, para descansar e pensar;
(A) = Alimente-se, saciando a fome e a sede, qualquer um terá
melhores condições para raciocinar;
(O) = Oriente-se, procure saber onde está, de onde veio, por on-
de veio ou para onde quer ir, utilizando-se do processo que me-
lhor se aplique à situação;
(N) = Navegue, deslocar-se na direção selecionada.
Para evitar o erro, observar dois pontos topográficos, facilmen-
te visíveis, ou grandes árvores, situadas na rota desejada. Seguir o ca-
minho mantendo sempre em linha os dois pontos escolhidos. Antes de
alcançar o primeiro ponto, escolher um terceiro ponto adiante e, sem-
pre no mesmo alinhamento, repetir o método. Periodicamente, obser-
var o caminho percorrido para ter certeza de que está caminhando em
linha reta, isto auxiliará se for necessário retomar.
Quando descansar, fizer com a frente voltada na direção em
que viaja, ou, então, armar no chão uma seta apontando o caminho a
seguir.
As correntes d‟água e as picadas abertas pelos animais e pelos
índios, ou outros homens, constituem as estradas do sertão. Improvisar
jangadas para descê-las. Em caso de tempestade ou nevoeiro, acampar
logo e esperar que melhore a visibilidade e as condições gerais do tem-
po, antes de continuar a jornada. Marcar todo o caminho percorrido.
Procurar acampar cedo e antes do anoitecer. Abrir os volumes e
pacotes somente para retirar o que for preciso, tornando a arrumar
tudo antes de adormecer. Se estiver em grupo, cada um deverá ter uma
função, conservando tudo organizado.
106
Cruzar as correntes d‟água com cuidado, utilizando uma vara
para sondar o fundo da corrente de água à frente, para não cair num
buraco. Nas correntes mais fortes, amarrar a primeira pessoa a uma
corda e os demais seguem segurando-se nela, como apoio. Ao chegar à
outra margem, o primeiro homem deve amarrar a corda a outro apoio
para que os demais companheiros nela se apoiem e atravessem a cor-
rente com firmeza.
Na jornada pelos rios, poupar as forças improvisando uma jan-
gada ou utilizando botes salva-vidas. Pelos rios, viajar somente à luz do
dia, mantendo-se junto à margem de modo a poder desembarcar rapi-
damente, se necessário. Estando sozinho, não dormir enquanto estiver
na jangada. Ficar atento aos troncos de árvores, trechos de corrente
rápida e quedas d‟água.
Desembarcar e organizar o acampamento antes de cair à noite.
Para não ser surpreendido por enchente provocada por temporal violen-
to, acampar em terreno elevado, acima do nível máximo das enchen-
tes.
Na selva, utilizar o facão do mato para auxiliar no corte da ve-
getação rasteira, conseguir alimento e construir uma jangada.
Evitar atravessar a mata densa, não pular por cima de troncos
caídos, procurando não seguir trilhas pouco usadas ou que estejam fe-
chadas por sinal ou obstáculo fácil de perceber, como uma corda ou
monte de capim. Estas trilhas podem ter armadilhas para caça ou serem
área da tribo local, vedada a elementos estranhos.
Evitar os locais onde o chão esteja revolvido, pois eles podem
indicar uma cova coberta de galhos ou outra armadilha. À noite, não
dormir sobre uma trilha de caça.
As ferramentas de corte representam auxílio importante na so-
brevivência. Por isso, é recomendável utilizá-la adequadamente tratan-
do-as com cuidado.
Animais Peçonhentos
107
Identificação das Serpentes Venenosas - Ofidismo é o conjunto
de acidentes causados por picadas de serpentes venenosas no ser hu-
mano As serpentes peçonhentas da América do Sul são muito raras, e
pertencem a duas famílias:
1. CROTALlDAE:
Crotalus: as cascavéis possuem veneno crotálico.
Bothrops: as jararacas possuem veneno botrópico.
Lachesis: as surucucus possuem veneno laquético.
2. ELAPIDAE:
Micrurus: corais com anéis no corpo veneno micrúrico.
Leptomicrurus: corais com ocelos no corpo possuem veneno mi-
crúrico.
108
Características das Picadas das Serpentes - Na pele picada por
serpente:
Não venenosa: aparecem duas ou mais linhas de escoriações,
muito sangrentas, pouco ou muito doloridas, com pequeno edema.
Venenosa: aparecem dois orifícios bem nítidos, separados entre
si por mais de um centímetro de distância. O veneno, quando inocula-
do, ao ser absorvido pelo organismo humano provoca reações tóxicas.
109
Hábitos e Envenenamento Elapidico - Coral micrurus frontalis:
Possui anéis vermelhos, pretos e brancos ao redor do corpo. Mede de
0,70 a 0,80 m de comprimento. Escondem-se em buracos, montes de
madeira e troncos de árvores. Não é agressivo, o que determina a rari-
dade de acidentes. Existe em todo território nacional. Após a picada, o
paciente apresenta as seguintes características: diplopia (visão dupla),
dores musculares; salorréia (aumento de salivação), insuficiência respi-
ratória (pode ocorrer como complicação do acidente) e dificuldade em
engolir. Considerado acidente de alto risco.
Ação neurotóxica e bloqueadora muscular; Soro Antilapídico.
110
Irregulares, ásperas ao Regulares, lisas ao
Escamas
tato tato
Hábitos Noturnos Diurnos
Atacam dando Botes
Fogem Procurando
Quando Agredida (não mais do que 1/3
se Esconder
do tamanho)
Aranhas
111
ta nos campos e gramados e não é agressiva.
No local da picada, pode ocorrer leve descamação da pele.
Peçonha de ação proteolítica e soro antiaracnídico.
Caranguejeira (Mygalomorphae): É
uma aranha de cor marrom-escura, coberta de
pelos, podendo atingir até 26 cm de comprimen-
to com as patas estendidas. Dificilmente pica. O
que ocorre com maior frequência é uma derma-
tite pela ação irritante dos pelos do seu abdô-
men, que se desprendem quando o animal se
sente ameaçado.
Peçonha de ação neurotóxica; soro antiaracnídico
Escorpiões
112
Abelhas, Mariposas e Vespas
Taturanas
113
Sobrevivência no Mar
Ação Imediata
Dois ou mais botes agrupados oferecem alvo fácil para ser avista-
do do ar. Vários botes dispersos no oceano dificultam a visualização.
Pôr a funcionar o rádio de emergência, lendo com atenção as
instruções que o acompanham e fazer uso dele somente quando tiver
certeza absoluta de que a aeronave de busca se encontra dentro do
114
alcance da emissão e recepção do equipamento.
Preparar todos os demais dispositivos de sinalização, a fim de
poder utilizá-los imediatamente.
Proteger as bússolas, relógios, fósforos e isqueiros contra a u-
midade. Dispondo de uma sacola impermeável, guardar nela esse equi-
pamento, que é de grande valor.
Racionar as quantidades de água e alimento disponíveis, caso
disponha de água e rações suficientes. Se a água for insuficiente, será
preferível toma-la no primeiro dia. A quantidade mínima de água para
manter-se em forma é de, mais ou menos, meio litro por dia. Para cole-
tar água da chuva, usar o lado azul do dossel (teto) do bote (o lado
amarelo costuma esfarinhar-se).
Organizar um diário de bordo. Registrar nele o último ponto fixo
do navegador, a hora da descida forçada, o nome e as condições físicas
do pessoal.
Lembrar que o salvamento em alto mar exige cooperação de to-
dos os sobreviventes.
Usar o espelho de sinalização e o rádio sempre que houver opor-
tunidade de ser visto e/ou ouvido.
Utilizar o painel de sinalização e o corante de marcação (esse
produto químico deixa uma grande mancha sobre a água e o mar atrain-
do, assim, a atenção da aeronave de busca e salvamento) sempre que
houver a possibilidade desses sinais serem avistados por uma aeronave.
115
A biruta-d' água
mantém o bote próxi-
mo do local do aciden-
te ou amerrissagem
forçada, facilitando o
trabalho de busca dos
salvadores.
Ter cuidado
com os anzóis, facas,
canivetes, latas de
ração e demais objetos
afiados ou de cantos e
arestas cortantes, para
não danificar o bote.
Conservar o bote
seco e em estado de
equilíbrio. Prestar a
enção àsveias d´água
(infiltração) que ocor-
rem com frequência
nas juntas e nas partes que ficam abaixo da linha d´água. Usar tam-
pões especiais para vedar qualquer infiltração.
116
provisada.
Sinalização
Alimentação no Mar
117
envolver o alimento nas folhas. Cobrir o buraco com areia ou terra e
acender o fogo em cima dessa camada. Recolher o alimento quando
achar que está pronto, removendo a fogueira.
118
para serem removidas as substâncias nocivas, principalmente a amônia.
Os ovos de tartarugas podem ser comidos cozidos ou assados.
119
possa cair. Ter sempre ao alcance uma lona com a qual possa recolher a
água da chuva (o toldo ou o dossel, coletar a água da chuva no lado azul
escuro). Se o toldo estiver impregnado de sal seco, lavá-lo na água do
mar. Uma proporção de água do mar misturada à água da chuva, dimi-
nui o gosto salgado e não causa transtorno fisiológico se alguém beber
esta mistura, pois em mar agitado, é difícil obter água doce que não
esteja misturada com água salgada.
A água da chuva nem sempre satisfaz a sede. Nela, faltam os mi-
nerais necessários ao corpo humano, além de ser desagradável ao pala-
dar. Para melhorar o gosto, misturar na água da chuva um pouco de
água do mar ou dissolver nela caramelos, café ou chá solúvel.
Aproveitar a água da chuva para saciar a sede, bebendo o sufici-
ente, sem provocar mal-estar.
Não beber os fluídos (líquidos) corpóreos dos peixes, urina e água
pura do mar. Estes líquidos são perigosos!
120
Utilizar a faca, procurando atingi-lo nas guelras ou nos olhos. Se
for necessário, lutar diretamente com ele.
Para não serem atacados por tubarões ou outros peixes, não colo-
car os pés e as mãos para fora do bote.
Prática de Navegação
121
Manter-se agachado no bote e distribuir o peso dos companhei-
ros pelo mesmo, de modo que o lado do bote que receba a força do
vento seja conservado baixo (para evitar que o mesmo se empine, com
perigo de virar).
Não sentar na borda do bote, nem ficar em pé sobre a mesma.
Não fazer movimentos bruscos sem prevenir os companheiros.
Em mar agitado, amarrar a popa do primeiro bote a proa do se-
gundo e deitar ao mar a biruta d‟água, da popa do segundo bote. A
corda, entre outros botes, dever ter o comprimento de 8 a 10 metros.
Regular o comprimento da corda entre os botes de acordo com o estado
de agitação do mar. Não encurtá-la demais. Manter com bom compri-
mento a corda da biruta d‟água e regular esse comprimento de modo
que, quando o bote cavalgar na crista de uma vaga, a biruta permaneça
no vale (chão) entre duas vagas. Com mar muito agitado, ter pronta
uma biruta d‟água extra, para o caso da primeira biruta d‟água se des-
garrar.
Os botes deverão ficar reunidos em círculo quando o mar esti-
ver com águas calmas e somente uma biruta ou âncora d‟água lançada
na água , e o mar com águas agitadas deverão ficar reunidos em linha
sendo as birutas d‟água distribuídas alternadamente a partir do primei-
ro bote.
As finalidades da biruta ou âncora d‟água: dar estabilidade ao
bote, mantém-lo próximo ao local da amerrissagem e deslocá-lo a uma
velocidade diária de 6 a 8 milhas náutica.
Equipamentos de Flutuação
122
Numa evacuação na água, após a parada da aeronave, o bote de-
ve ser retirado do local onde estiver, antes de ser lançado na água,
deve ser fixado pela tira de amarração com 10 metro de comprimento,
a uma parte fixa da aeronave, essa saída onde será lançado na água,
deverá estar acima do nível da água.
Após estar corretamente fixado à aeronave, o pacote (bote) deve
ser lançado no mar.
O bote infla automaticamente quando a tira de amarração esticar
totalmente.
É possível antecipar a inflagem do bote puxando o comando ma-
nual de inflagem (punho metálico), localizado próximo ao gancho de
amarração.
Os sobreviventes devem pular na água, levando seus equipamen-
tos individuais de flutuação, e deslocar-se até o bote.
Devido ao risco de submersão e de explosão da aeronave, o bote
é separado com o corte da fita de amarração feito com a faca flutuan-
te, localizada no próprio bote, próximo ao final da tira.
Escorregadeiras-barco - Apresentam formato retangular, podendo
variar em tamanho e capacidade de aeronave para aeronave.
Estão presentes nos aviões de grande porte e tem capacidade
média de 51 a 81 sobreviventes. São alojadas e protegidas em compar-
timentos específicos fixados na porta da aeronave, se inflam automati-
camente quando as portas são abertas numa situação de emergência.
O procedimento preferencial é o acesso direto dos sobreviventes
às escorregadeiras.
Porém, quando o mar apresentar-se agitado , fazendo com que as
escorregadeirsa fiquem balançando e batendo contra a aeronave, re-
presenta risco para quem tentar acessá-la.
Assim, as escorregadeiras devem ser separadas parcialmente
da aeronave e o embarque dos passageiros será via água.
Para a separação definitiva da escorregadeira da aeronave, é ne-
cessário cortar a tira de amarração, utilizando a faca flutuante, locali-
zada na escorregadeira, próximo ao final da tira.
123
até o salvamento.
Caso haja tempo para a preparação do pouso, os coletes adicio-
nais ou reservas podem ser utilizados para a flutuação de suprimentos
ou de qualquer outro objeto julgado importante para a sobrevivência.
Sobrevivência no Deserto
124
Abrigo
Sinalização
Água
125
dade. Provavelmente, surgirá água. Também é possível encontrar água
nas curvas dos leitos secos dos rios ou em áreas baixas.
Os locais onde há areia úmida, além de indicarem presença de
água, apresentam vegetação mais abundante. Algumas plantas do de-
serto retêm água nos troncos, ramos ou raízes. O ananás silvestre man-
tém a água das chuvas na base das folhas. Os cactos são revestidos de
camadas impermeáveis que impedem a evaporação da água acumulada.
Alimento
Cuidados no Deserto
126
deslocamento sem destino, devido à altíssima temperatura durante o
dia, evitar longas jornadas.
Sobrevivência no Gelo
Ação Imediata
127
Cegueira - Não há uma adaptação natural da visão aos reflexos
solares na neve, no gelo e na água. Os raios infravermelhos provocam
fadiga ótica e dor intensa. Deve-se proteger os olhos (utilizando óculos
escuros, vendas ou abrigando-se em lugares pouco iluminados) ao pri-
meiro sinal de dor ocular.
Água
Alimento
Cuidados Especiais
128
ser classificado em três grupos:
Primeiro grau: os arrepios não são perigosos, servem como
primeiro sinal.
Segundo grau: os flictemas indicam um processo de queimadu-
ra nos tecidos
Terceiro grau: a necrose (gangrenas ou manchas escuras na
pele) indica a diminuição do fluxo sanguíneo para a região.
Logo após a construção do abrigo, o tripulante deverá acender
fogo para iluminar e aquecer os sobreviventes.
Abrigo
Fogo
129
Pouso no Continente Gelado
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________
130
BLOCO II
Disposições Gerais
131
I. As aeronaves militares, bem como as civis de propriedade ou a
serviço do Estado por este diretamente utilizada;
II. As aeronaves de outra espécie, quando em alto mar ou região
que não pertença a qualquer Estado.
Salvo na hipótese de estar a serviço do Estado, na forma indicada
no item I, não prevalece a extraterritorialidade em relação à aeronave
privada, que se considera sujeita à lei do Estado onde se encontre.
Um ato originado de uma aeronave que tenha iniciado voo em
território estrangeiro e produzido efeito no Brasil, será regido por leis
brasileiras.
Os atos que, provenientes da aeronave, tiverem início no Territó-
rio Nacional, regem-se pelas leis brasileiras, respeitadas as leis do Esta-
do em que produzirem efeito.
Os direitos reais e os privilégios de ordem privada sobre aerona-
ves regem-se pela lei de sua nacionalidade.
As medidas assecuratórias de direito regulam-se pela lei do país
onde se encontrar a aeronave.
As avarias regulam-se pela lei brasileira quando a carga se desti-
nar ao Brasil ou for transportada sob o regime de trânsito aduaneiro.
A assistência, o salvamento e o abalroamento regem-se pela lei
do lugar em que ocorrerem. Quando, contudo, uma aeronave Brasileira
estiver em região não submetida a qualquer Estado (em alto mar), será
aplicada a lei Brasileira à assistência, salvamento e abalroamento.
Não terão eficácia no Brasil, em matéria de transporte aéreo,
quaisquer disposições de direito estrangeiro, cláusulas constantes de
contrato, bilhete de passagem, conhecimento e outros documentos
que:
I. excluam a competência de foro do lugar de destino;
II. visem à exoneração de responsabilidade do transportador;
III. estabeleçam limites de responsabilidade inferiores aos estabe-
lecidos no Código Brasileiro do Ar.
132
Nenhuma aeronave militar ou civil, a serviço de outro país, pode-
rá voar no espaço aéreo brasileiro ou aterrissar no território brasileiro
sem autorização.
É livre o tráfego de aeronave nacional a serviços aéreos privados
mediante informações prévias sobre o voo planejado.
A utilização do espaço aéreo por qualquer aeronave fica sujeito
às normas e condições estabelecidas, assim como as tarifas de uso dos
auxílios de navegação em rota.
Estão isentas das tarifas as aeronaves pertencentes aos aeroclu-
bes.
A operação de aeronave militar ficará sujeita às disposições sobre
a proteção ao voo e ao tráfego aéreo, salvo quando se encontrar em
missão de guerra ou treinamento em área específica.
133
Ninguém poderá opor-se, em razão de direito de propriedade na
superfície, ao sobrevoo de aeronave, sempre que este se realize de
acordo com as normas vigentes.
No caso de pouso de emergência ou forçado, o proprietário ou
possuidor do solo não poderá opor-se à retirada ou partida da aeronave,
desde que lhe seja dada garantia de reparação do dano. A falta de ga-
rantia autoriza o sequestro da aeronave e a sua retenção até que a
reparação se efetive.
O lançamento de coisas a bordo de aeronave dependerá de per-
missão prévia de autoridade aeronáutica, salvo caso de emergência,
devendo o Comandante proceder à anotação no Diário de Bordo e, ao
final do voo, de imediato comunicar a autoridade aeronáutica compe-
tente.
O prejuízo decorrente do sobrevoo, do pouso de emergência, do
lançamento de objetos ou alijamento poderá ensejar responsabilidade.
É proibido efetuar, com qualquer aeronave, voos de acrobacia ou
evolução que possam constituir perigo para os ocupantes do aparelho,
para o tráfego aéreo, para instalações ou pessoas na superfície.
Excetuam-se da proibição, os voos de prova, produção e demons-
tração quando realizados pelo fabricante ou por unidades especiais,
com a observância das normas fixadas pela autoridade aeronáutica. O
Comandante que receber ordem de pouso deve efetuá-lo imediatamen-
te no local indicado. Se razões técnicas impedirem o pouso no local
indicado, o Comandante deverá se dirigir ao órgão controlador para que
seja determinada uma nova alternativa de pouso com melhores condi-
ções de segurança.
No caso de desobediência às ordens recebidas, serão utilizados
meios para se interceptar ou deter a aeronave.
Caso haja esta interceptação, será autuada a tripulação e apre-
endida a aeronave.
Salvo permissão especial, nenhuma aeronave poderá voar no es-
paço aéreo brasileiro, aterrissar no território subjacente ou dele deco-
lar, a não ser que tenha:
Marcas de nacionalida-
de e matrícula com os respec-
tivos certificados;
Equipamentos de nave-
gação, de comunicação e de
salvamento (bote salva-vidas,
rádio, megafone, machadinha,
etc.);
Tripulação habilitada, portadora dos respectivos certificados;
Diário de Bordo;
Lista de passageiros;
134
Manifesto de carga (caso transporte algo) ou relação de mala
postal que, eventualmente, transportar.
Salvo com autorização especial de órgão competente, nenhuma
aeronave poderá transportar explosivos, munições, armas de fogo, ma-
terial bélico, equipamento destinado a levantamento aerofotogramétri-
co ou de prospecção, ou ainda quaisquer outros objetos ou substâncias
consideradas perigosas para a segurança pública, da própria aeronave
ou de seus ocupantes.
O porte de aparelhos fotográficos, cinematográficos, eletrônicos
ou nucleares, a bordo de aeronave, poderá ser impedido quando a segu-
rança da navegação aérea ou o interesse público assim o exigir.
Da Infraestrutura Aeroportuária
135
O sistema de serviços auxiliares;
O sistema de coordenação da infraestrutura aeronáutica.
A instalação e o funcionamento de quaisquer serviços de infraes-
trutura aeronáutica, dentro ou fora do aeródromo civil, dependerão
sempre de autorização prévia de autoridade aeronáutica, que os fiscali-
zará, respeitadas as disposições legais que regulam as atividades de
outros Ministérios ou órgãos estatais envolvidos na área.
Sistema é o conjunto de órgãos e elementos relacionados entre si
por finalidade específica, ou por interesse de coordenação, orientação
técnica e normativa, não implicando em subordinação hierárquica.
Do Sistema Aeroportuário
136
Os aeródromos civis podem ser PÚBLICOS e PRIVADOS e nenhum
deles poderá ser utilizado sem estar devidamente cadastrado. Os aeró-
dromos públicos e privados serão abertos ao tráfego através de proces-
so, respectivamente, de homologação e registro.
Os aeródromos privados só poderão ser utilizados com permissão
de seu proprietário, vedada a exploração comercial.
Aeroportos: são aeródromos públicos, dotados de instalações e
facilidades para apoio de operações de aeronaves e de embarque e
desembarque de pessoas e cargas.
Aeronaves
137
Da Nacionalidade, Matrícula e Aeronavegabilidade
Tripulação
138
de voo e certificados que os credenciem ao exercício das respectivas
funções.
Licenciamento e Habilitação
As diretrizes acerca da concessão de licença e dos certificados
(de habilitação técnica e médico aeronáutico) para os comissários de
bordo são regidas pelo Regulamento Brasileiro de Homologação Aero-
náutica n° 63 (RBHA 63), aprovado pela Portaria 130/DGAC, de 13 de
Fevereiro de 2006, em conformidade com os padrões estabelecidos no
anexo I da OACI.
A licença de tripulantes, os certificados de habilitação técnica
(CHT) e os certificados médico aeronáutico (CMA) serão concedidos pela
autoridade aeronáutica, na forma de regulamentação específica.
A licença terá caráter permanente e os certificados vigorarão pe-
lo período neles estabelecido, podendo ser revalidados.
Será regulada pela legislação brasileira a validade da licença e o
certificado de habilitação técnica de estrangeiros, quando inexistir
convenção ou ato internacional vigente no Brasil e no Estado que os
houver expedido. Da mesma forma ocorre com o brasileiro titular de
licença ou certificado obtido em outro país.
Cessada a validade do CHT e do CMA, o titular da licença ficará
impedido do exercício da função nela especificada.
Ainda, sempre que o titular de licença apresentar indício com-
prometedor de sua aptidão técnica ou das condições físicas estabeleci-
das na regulamentação específica, poderá ser submetido a novos exa-
mes técnicos ou de capacidade física, ainda que válidos estejam os
respectivos certificados.
Do resultado dos exames especificados caberá recurso dos inte-
ressados à Comissão técnica especializada ou à Junta médica.
Qualquer dos certificados poderá ser cassado pela autoridade ae-
ronáutica se comprovado, em processo administrativo ou em exame de
saúde, que o respectivo titular não possui idoneidade profissional ou
não está capacitado para o exercício das funções especificadas em sua
licença. Cabendo recurso do interessado à Comissão técnica especiali-
zada ou à Junta médica.
139
Admitido, o candidato contratado deverá receber instruções teó-
rica e prática sobre o equipamento (avião), em uma aeronave propria-
mente dita (no solo) ou em um "mock-up" (simulador), específicas para
o tipo de aeronave na qual o aluno irá habilitar-se, num total mínimo de
27 horas-aula.
A empresa oferecerá estágio em voo de, no mínimo, 15 horas,
sendo que, destas, deverá ser destinada 01 (uma) hora para realização
de cheque (exame prático) aplicado por profissionais credenciados pela
ANAC.
Comprovado o estágio em voo e ocorrendo a aprovação no che-
que, a empresa solicitará à ANAC ou nas Unidades Regionais, a expedi-
ção da licença e do Certificado de Habilitação Técnica (CHT) do contra-
tado, com os quais o Comissário poderá desempenhar suas atividades
profissionais.
Da Licença
140
Certificado de Habilitação Técnica (CHT)
Será concedido ao titular da licença de voo após o candidato ter
cumprido as seguintes determinações:
I. Comprovar conhecimentos técnicos e práticos relativos ao e-
quipamento que irá tripular;
II. Demonstrar em teste prático, competência nos aspectos de
ordem técnica para o desempenho de suas funções e ser checado;
III. É de 02 (dois) anos a validade deste certificado;
IV. A revalidação do CHT ocorrerá após o titular da licença ter
cumprido as seguintes exigências:
Realizar curso de atualização das aeronaves para as quais está
habilitado sob responsabilidade da empresa;
Realizar prova de conhecimento sobre tais aeronaves pela A-
NAC;
Comprovar que exerceu suas funções, voando um mínimo de
100 (cem) horas em 01 (um) ano.
V. O CHT é o documento que regula a utilização da respectiva li-
cença.
141
Disposições Gerais
Cessada a validade dos certificados, o titular da licença ficará
privado do exercício das funções se os certificados não forem revalida-
dos.
A validade das licenças e certificados estrangeiros regula-se por
convenções entre o Brasil e os demais países.
No caso de estrangeiros fazerem curso no Brasil, as licenças serão
emitidas com ressalvas – válidas apenas para voos internacionais.
O comissário de origem portuguesa só conseguirá licença sem es-
ta ressalva se comprovar à ANAC, através de documento expedido pela
Polícia Federal, de igualdade de direitos.
Será cassado o certificado da aeronave, do tripulante ou de auto-
rização de serviços aéreos nos seguintes casos:
Perda do nível de aptidão técnica ou física;
Procedimentos no exercício da função que revelem falta de ido-
neidade profissional;
Utilização da aeronave para a prática de contrabando.
Do Comandante da Aeronave
142
Durante esse período, o Comandante exerce autoridade sobre as
pessoas e coisas que se encontrem a bordo da aeronave e, por conta
disso, poderá:
I. desembarcar qualquer delas, desde que comprometa a boa or-
dem, a disciplina, ponha em risco a segurança da aeronave ou das pes-
soas e bens a bordo;
II. tomar as medidas necessárias à proteção da aeronave e das pes-
soas ou bens transportados;
III. alijar a carga ou parte dela, quando indispensável à segurança
de voo.
O Comandante e o explorador da aeronave não serão responsáveis
por prejuízos ou consequências decorrentes de adoção das medidas
disciplinares acima descritas e executadas sem excesso de poder.
Poderá o Comandante, sob sua responsabilidade, adiar ou sus-
pender a partida da aeronave, quando julgar indispensável à segurança
do voo.
O Comandante poderá delegar a outro membro da tripulação as
atribuições que lhe competem, menos as que se relacionem com a segu-
rança do voo.
Todas as decisões tomadas pelo Comandante deverão ser regis-
tradas no Diário de Bordo e, concluída a viagem, imediatamente comu-
nicadas à autoridade aeronáutica.
No caso de a carga estar sujeita a controle aduaneiro, será o ali-
jamento comunicado à autoridade fazendária mais próxima.
O Diário de Bordo, além de mencionar as marcas de nacionalida-
de e matrícula, os nomes do proprietário e do explorador, deverá indi-
car para cada voo a data, sua natureza (privado aéreo, transporte aéreo
regular ou não regular), os nomes dos tripulantes, lugar e hora da saída
e da chegada, incidentes e observações, inclusive sobre infraestrutura
de proteção ao voo que forem de interesse da segurança em geral.
O Diário de Bordo deverá estar assinado pelo piloto Comandante,
que é o responsável pelas anotações, aí também incluídos os totais de
tempos de voo e de jornada.
O Comandante procederá ao assento, no Diário de Bordo, dos
nascimentos e óbitos que ocorrerem durante a viagem, e dele extrairá
cópia para os fins de direito. Em caso de mal súbito ou óbito de pesso-
as, o Comandante providenciará, na primeira escala, o comparecimento
de médicos ou da autoridade policial local, para que sejam tomadas as
medidas cabíveis.
143
Serviços Aéreos Públicos: realizam transporte de pessoas ou car-
gas, ou Serviços Aéreo Especializados (SAE), e há cobrança de determi-
nado valor para sua realização; e
144
Essa autorização poderá ser cassada em caso de falência e se os
serviços forem suspensos pela própria empresa por período excedente
há 06 meses.
145
Contrato de Transporte de Passageiros
Bilhete de Passagem
No transporte de pessoas, o transportador é obrigado a entregar o
respectivo bilhete individual ou coletivo de passagem, que deverá indi-
car o lugar e a data da emissão, os pontos de partida e destino, assim
como o nome dos transportadores.
O bilhete de passagem terá a validade de 01 (um) ano, a partir
de sua data de emissão.
O passageiro tem direito ao reembolso do valor já pago do bilhete
se o transportador vier a cancelar a viagem.
A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas legais constan-
tes do bilhete ou afixadas a vista dos usuários, abstendo-se de ato que
cause incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifique a aeronave, im-
peça ou dificulte a execução normal do serviço.
A execução do contrato de transporte aéreo de passageiro com-
preende as operações de embarque e desembarque, além das efetuadas
a bordo da aeronave.
Considera-se operação de embarque a que se realiza desde quan-
do o passageiro, já despachado no aeroporto, transpõe o limite da área
destinada ao público em geral e entra na respectiva aeronave, abran-
gendo o percurso feito a pé, por meios mecânicos ou com utilização de
viaturas.
A operação de desembarque inicia-se com a saída de bordo da
aeronave e termina no ponto de interseção da área interna do aeropor-
to e da área aberta ao público em geral.
Nota de bagagem:
No contrato de transporte de bagagem, o transportador é obriga-
do a entregar ao passageiro a nota individual ou coletiva corresponden-
te, em 02 (duas) vias, com a indicação de lugar da emissão, com pontos
de partida e de destino, número do bilhete de passagem, quantidade,
peso e valor declarado dos volumes.
A execução do contrato inicia-se com a entrega ao passageiro da
respectiva nota e termina com o recebimento da bagagem.
Poderá o transportador verificar o conteúdo dos volumes sempre
que haja valor declarado pelo passageiro.
Além da bagagem registrada, é facultado ao passageiro conduzir
objetos de uso pessoal, como bagagem de mão.
O recebimento da bagagem, sem protesto, faz presumir seu bom
estado.
Procede-se ao protesto, no caso de avaria ou atraso, na forma
determinada na seção relativa ao contrato de carga.
146
Atrasos, Cancelamentos de Voos e Preterição de Embarque
147
deverá oferecer assistência mate-
rial.
Concluir a viagem por outra moda-
lidade de transporte (ônibus, van,
táxi, etc.). A empresa deverá ofe-
recer assistência material.
Remarcar o voo, sem custo, para
data e horário de sua conveniên-
cia. Nesse caso, a empresa poderá
suspender a assistência material.
148
Preterição de Embarque
A preterição de embarque (embarque não realizado por motivo
de segurança operacional, troca de aeronave, overbooking, etc.) ocorre
na situação em que o passageiro teve o seu embarque negado, mesmo
tendo cumprido todos os requisitos para o embarque.
Logo que a empresa constatar que há possibilidade de preterição,
deverá procurar por voluntários que aceitem embarcar em outro voo,
mediante a oferta de compensações (dinheiro, bilhetes extras, milhas,
diárias em hotéis, etc.). Caso você aceite essa compensação, a empresa
poderá solicitar a assinatura de um recibo, comprovando que foi aceita
a proposta.
Caso você não aceite a compensação, e seja preterido, caberá à
empresa aérea oferecer alternativas de reacomodação e reembolso,
além da assistência material.
149
Outras informações sobre reembolso nos casos de atraso de
voo superior a 04 horas, cancelamento ou preterição
Caso o voo atrase por mais de 04 horas, seja cancelado ou, ainda,
o passageiro tenha seu embarque negado (preterição de embarque), a
empresa deverá reembolsar o passageiro de acordo com a forma de
pagamento utilizada na compra da passagem.
A devolução dos valores já quitados e recebidos pela empresa aé-
rea (compra à vista em dinheiro, cheque compensado ou débito em
conta corrente) deverá ser imediata, em dinheiro ou por meio de crédi-
to em conta bancária.
Se a passagem aérea foi financiada no cartão de crédito e tem
parcelas a vencer, o reembolso obedecerá às regras da administradora
do cartão.
As providências para o reembolso devem ser imediatas. Se for do
interesse do passageiro, a empresa poderá oferecer, em vez de reem-
bolso, créditos em programas de milhagem.
Dicas importantes
A assistência material deverá ser oferecida também aos passagei-
ros que já estiverem a bordo da aeronave, em solo, no que for cabível.
A empresa poderá suspender a prestação da assistência material
para proceder ao embarque imediato.
Os direitos a assistência material, reacomodação e reembolso são
devidos mesmo nos casos em que o atraso, cancelamento ou preterição
tenha sido causado por condições meteorológicas adversas.
Providências Administrativas
Na infração aos preceitos do CBAer ou de legislação complemen-
tar, a autoridade aeronáutica pode tomar as seguintes providências
administrativas:
Multa;
Suspensão de certificados, licenças, concessões ou autoriza-
ções;
150
Cassação de certificados, licenças, concessões ou autoriza-
ções;
Detenção, interdição ou apreensão de aeronaves ou do mate-
rial transportado;
Intervenção nas empresas concessionárias ou autorizadas.
151
A empresa estrangeira de transporte aéreo que opere no País será
sujeita a multa e, na hipótese de reincidência, a suspensão ou cassação
da autorização de funcionamento no caso de não atender:
I. aos requisitos prescritos pelas leis e regulamentos normalmente
aplicados, no que se refere ao funcionamento de empresas de transpor-
te aéreo.
II. as leis e regulamentos relativos a:
a) Entrada e saída de aeronaves;
b) Sua exploração ou navegação durante a permanência no terri-
tório ou espaço aéreo brasileiro;
c) Entrada e saída de passageiros;
d) Tripulação ou carga;
e) Despacho;
f) Imigração;
g) Alfândega;
h) Higiene;
i) Saúde.
152
Atraso no pagamento de preços específicos pela utilização de
áreas aeroportuárias, fora do prazo de estabelecimento no respectivo
instrumento.
153
s) Realizar voo por instrumento com aeronave não homologada
para esse tipo de operação;
t) Realizar voo por instrumentos com tripulação inabilitada para
este tipo de operação;
u) Realizar voo solo para treinamento de navegação sendo aluno
ainda não habilitado para tal;
v) Operar aeronave com plano de voo visual, quando as condi-
ções meteorológicas estiverem abaixo dos mínimos previstos para este
tipo de operação;
w) Explorar sistematicamente serviços de táxi-aéreo fora das á-
reas autorizadas;
x) Operar radiofrequências não autorizadas, capazes de causar
interferência prejudicial ao serviço de telecomunicações aeronáuticas.
154
o. Permitir, por meio de ação ou omissão, o embarque de mer-
cadorias sem despacho em desacordo com a licença, quando necessária;
p. Exceder, fora dos casos previstos em lei, os limites de hora de
trabalho ou de voo;
q. Operar aeronave em estado de embriaguez;
r. Taxiar aeronave para decolagem, ingressando na pista sem ob-
servar o tráfego;
s. Retirar-se da aeronave com motor ligado sem tripulante a
bordo;
t. Operar aeronave deixando de manter fraseologia padrão nas
comunicações radiotelefônicas;
u. Ministrar instruções de voo sem estar habilitado.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
155
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
156
5. Regulamentação da Profissão do Ae-
ronauta
O exercício da profissão de aeronauta é regulamentado pela Lei
n° 13.475, de 28 de agosto de 2017 que substitui a Lei n° 7.183, de
05 de Abril de 1984.
Por se tratar de uma Lei nova, não está totalmente em vigor. A
Lei entrou em vigor 90 (noventa) dias após sua publicação, a exceção
dos Arts 31, 32, 33, 35, 36 e 37 que entram em vigor 30 (trinta) meses
após sua publicação. Nestes artigos será descrito tanto a Lei em vigor
(1984), quanto a Lei que entrará em vigor nos próximos meses (2017).
Aeronauta
Tripulantes
Tripulante de Voo
Comandante (CMT): Piloto responsável ela operação e segurança
da aeronave e que exerce a autoridade que a legislação aeronáutica lhe
atribui. Ocupa a poltrona da esquerda.
157
operação e controle diversos sistemas da aeronave, conforme, especifi-
cação dos manuais técnicos.
Tripulante de Cabine
Comissário (CMS): Auxiliar do comandante, encarregado do cum-
primento das normas relativas à segurança e atendimento dos passagei-
ros a bordo, e da guarda de documentos, bagagens, valores e malas
postais que Ihe tenham sido confiados pelo comandante.
A guarda de valores fica condicionada a existência de local apro-
priado e seguro na aeronave, sendo responsabilidade do empregador
atestar a segurança do local. A guarda de carga e malas postais em
terra somente será confiada ao comissário quando no local inexistir
serviço próprio para essa finalidade.
Consideram-se também tripulantes os operadores de equipamen-
tos especiais instalados em aeronaves homologadas para serviços aéreos
especializados.
É considerado tripulante (mas não compõe tripulação), para
efeito da Portaria Inter- Ministerial nº3016 o Inspetor de Aviação
Civil (INSPAC) quando em missão a bordo da aeronave.
Do Comissário de Voo
É encarregado do cumprimento
das normas relativas à segurança e
atendimento dos passageiros a bordo e
da guarda de bagagens, documentos,
valores e malas postais que lhe tenham
sido confiados pelo Comandante.
A guarda dos valores fica condicionada à existência de local a-
propriado e seguro na aeronave, sendo responsabilidade do empregador
atestar a segurança do local. Fonte: www.anac.gov.br
A guarda de cargas e malas postais em terra somente será confia-
da ao comissário quando no local inexistir serviço próprio para essa
finalidade.
Tripulação é o conjunto de tripulantes que exercem função bordo da
aeronave.
Uma tripulação poderá ser: mínima, simples, composta ou de re-
vezamento.
Tripulação mínima: Piloto e co-piloto é indispensável à execu-
ção do voo, tendo-se em vista, exclusivamente, as exigências, constan-
tes no manual de operação da aeronave.
Tripulação simples: Pilotos e comissários é constituída basica-
mente de uma tripulação mínima acrescida dos tripulantes necessários
à realização do voo, considerando-se inclusive os serviços a serem pres-
tados (transporte de passageiros e de carga).
158
Tripulação composta: é constituída basicamente de uma tripu-
lação simples, acrescida de:
Um piloto qualificado para comando.
Um mecânico de voo (quando o equipamento assim o exigir);
25% do número de comissários.
159
Tripulação de Comissários por Equipamento (Exemplos)
Tipo de Total de Mínimo de Comissários
Aeronave Portas Simples Composta Revezamento
B 747-400 12 12 15 18
B 747-200 11 11 14 17
A 330 8 8 10 12
DC 10 8 8 10 12
MD-11 8 8 10 12
Regime de Trabalho
Escala de Serviço
A determinação para a prestação de serviço dos aeronautas, res-
peitando os períodos de folga e repouso regulamentar, será feita:
1. Por intermédio de escala, no mínimo semanal, para os voos,
serviços de reserva, sobreaviso e folga. A escala será divulgada com
antecedência mínima de dois dias para a primeira semana de cada mês,
e de sete dias para as semanas subsequentes.
2. Por intermédio de escala especial ou convocação, no caso de
realização de cursos, exames relacionados com o adestramento e verifi-
cação de proficiência técnica.
3. Por intermédio de convocação, (no caso de necessidade de
serviço), respeitando a programação subsequente.
4. A escala deverá observar a utilização do aeronauta em regime
de rodízio e em turnos compatíveis com a higiene e a segurança do tra-
balho.
5. É de responsabilidade de o aeronauta manter em dia seus cer-
tificados de Habilitação Técnica e de Capacidade Física, cabendo-lhe
informar à Escala de Voo, com antecedência de, no mínimo 30 dias, as
respectivas datas de vencimento, a fim de que lhe seja possibilitada a
realização dos exames necessários.
160
ra de apresentação do aeronauta no local estabelecido pelo empregador
(empresa).
Na hipótese de voo, o término da jornada será considerado
sempre com um mínimo de 30 minutos após a parada final dos motores
para voos domésticos e 45 minutos para voos internacionais.
A duração máxima da jornada de trabalho conforme do tipo de
tripulação:
161
quatro) horas após a viagem, o qual, no prazo de 15 (quinze) dias, de-
verá submeter tal ampliação à apreciação da Autoridade de Aviação
Civil (ANAC).
162
Os limites do tempo de voo do tripulante não poderão exceder
em cada mês, trimestre ou ano:
Limite Máximo do
Tipo de Aeronave Tempo de Voo
Mês Ano
Aviões Jato 80 horas 800 horas
Exemplo 1:
Considere-se origem, escala e destino final de um voo, para o
gráfico abaixo, com o código IATA das cidades em questão:
CGH Origem
FOR Escala
MAO Destino Final
163
Após a apresentação no Despacho Operacional, no aeroporto Con-
gonhas (SP), o tripulante seguirá para a aeronave para início de seu
trabalho, realizando seus serviços em terra (cheque do equipamento,
recebimento de passageiros, preparo da cabine para decolagem, etc.).
Esse serviço em terra (escala) será efetuado num período variável de
tempo.
Repouso
É o espaço de tempo ininterrupto após uma jornada, em que o tripu-
lante fica desobrigado da prestação de qualquer serviço.
164
Nota 1: Quando ocorrer cruzamento de três ou mais fusos horá-
rios em um dos sentidos da viagem, o tripulante terá, na sua base con-
tratual, o repouso acrescido de duas horas por fuso cruzado.
Nota 2: Quando, para uma tripulação simples, o número de
pousos em uma jornada for estendido em um pouso a mais do limite, a
critério do empregador, o repouso que precede a jornada deverá ter
duas hora a mais de duração.
Folga
É o período de tempo não inferior a vinte e quatro horas consecu-
tivas, em que o aeronauta, em sua base contratual, sem prejuízo de
remuneração, está desobrigado de qualquer atividade relacionada com
seu trabalho. A folga só terá início após a conclusão do repouso.
A folga deverá ocorrer, no máximo, após o sexto período conse-
cutivo de até 24 horas a disposição do empregador, contado a partir de
sua apresentação.
O número de folgas não será inferior a dez períodos de 24 horas
por mês, da quais ao menos 2 deverão compreender um sábado e um
domingo consecutivos, devendo a primeira destas ter início até as 12
horas do sábado, no horário de Brasília. Quando o tripulante for desig-
nado para curso fora de sua base, sua folga poderá ser gozada nessa
localidade, devendo a empresa assegurar, no regresso, uma licença
remunerada de um dia para cada quinze dias fora da base.
A licença remunerada não deverá coincidir com sábado, domingo
ou feriado, se a permanência do tripulante fora de sua base for superior
a trinta dias.
No caso de voos internacionais de longo curso, o limite de seis
períodos consecutivos de até 24 horas de trabalho poderá ser ampliado
em mais trinta e seis horas. Nesse caso, o tripulante terá dois períodos
de 24 h de folga, dentro do mesmo mês que o voo for realizado, além
dos previstos nesta regulamentação.
Reserva/Sobreaviso
SOBREAVISO RESERVA
O aeronauta permanece em local Reserva é o período de tempo em
de sua escolha, a disposição do que o aeronauta permanece, por
empregador, devendo apresentar- determinação do empregador, em
se, no aeroporto ou outro local local de trabalho, a sua disposição
determinado até 90 minutos após para assumir voo caso seja neces-
receber a comunicação para início sário
de nova tarefa. Será assegurada acomodação a-
Em caso de cidades com dois ou dequada ao tripulante para des-
mais aeroportos, caso o aeronauta canso (Poltrona em sala específi-
seja convocado para apresentar- ca com controle de temperatura,
se em base diferente da contratu- em local diferente do destinado
al, este terá 150 minutos para a ao público e à apresentação das
165
apresentação. tripulações).
Sobreaviso é o período de tempo Reserva é o período de tempo
nunca inferior a 3 horas e não nunca inferior a 3 horas e não
superior a 12 horas. superior a 6 horas.
Limitada a 8 mensais, podendo
ser reduzida ou ampliada por SEM LIMITES
convenção coletiva do trabalho.
Das horas de sobreaviso, 1/3 se- Das horas de reserva, serão utili-
rão utilizadas para contabilização zadas a integralidade para conta-
de pagamentos e limites de jor- bilização de pagamentos e limites
nada de trabalho. de jornada de trabalho.
Repouso mínimo de 8 horas. SEM REPOUSO
Concessões e Remuneração
Alimentação
Durante a viagem o tripulante terá direito a alimentação, em ter-
ra ou em voo.
Quando em terra, terá o tripulante um período de quarenta e
cinco a sessenta minutos para fazer sua refeição. Quando em voo a
refeição será servida com intervalos máximos de quatro horas.
Nos voos realizados entre 22h00minh e 06h00minh, deverá ser
servida uma refeição se a duração do voo for igual ou superior a três
horas (intervalo de 03h00minh).
É assegurada alimentação ao aeronauta na situação de reserva ou
em cumprimento de uma programação de treinamento entre 12h00minh
e 14h00minh, e entre 19h00minh e 21h00minh.
Nesses casos, o aeronauta terá um intervalo de uma hora para fa-
zer sua refeição. Os intervalos para refeição não serão computados na
duração da jornada de trabalho e não serão observados na hipótese de
programação de treinamento de simulador.
Uniforme
O aeronauta receberá gratuitamente da empresa as peças de uni-
forme e os equipamentos exigidos para o exercício de sua atividade
profissional.
Assistência Médica
Ao aeronauta em serviço fora da base contratual, a empresa de-
verá assegurar assistência médica em casos de urgência, bem como
remoção por via aérea, de retorno à base ou ao local de tratamento.
Férias
As férias anuais do aeronauta serão de trinta dias consecutivos. A
concessão de férias será participada ao aeronauta, por escrito, com
166
antecedência mínima de 30 dias, devendo o empregado assinar a res-
pectiva notificação.
A empresa manterá atualizado um quadro de concessão de férias,
devendo existir um rodízio entre os tripulantes do mesmo equipamento,
quando houver concessão, nos meses de janeiro, fevereiro, julho e de-
zembro.
Ressalvados os casos de rescisão de contrato, as férias não pode-
rão se converter em abono pecuniário. O pagamento da remuneração
das férias será efetuado até dois dias, antes do seu início.
Ressalvadas condições mais favoráveis, a remuneração das férias
e o décimo terceiro salário do aeronauta serão calculados pela média
das parcelas fixas e variáveis da remuneração no período aquisitivo.
Remuneração
Ressalvada a liberdade contratual, a remuneração do aeronauta
corresponderá a soma das quantias por ele percebidas da empresa.
Não se consideram integrantes da remuneração as importâncias,
pagas pela empresa a título de ajudas de custo, assim corpo as diárias
de hospedagem, alimentação e transporte.
A remuneração da hora de voo noturno e as horas de voo como
tripulante extra serão calculadas na forma da legislação em vigor, ob-
servados os acordos e condições contratuais.
Considera-se voo noturno aquele realizado entre as 21 horas e 9
horas, levando-se em consideração o Tempo Universal Coordenado.
A remuneração do voo noturno é paga sobre 52 minutos e 30 se-
gundos.
Certificados e Habilitações
Transferência
A transferência de base de um tripulante poderá ser provisória,
167
ou permanente.
Entende-se como transferência provisória o deslocamento do ae-
ronauta de sua base, por período mínimo de 30 dias e não superior a
120 dias, para prestação de serviços temporários, sem mudança de do-
micílio, com retorno a base tão logo cesse sua incumbência.
O aeronauta deverá ser notificado pelo empregador, com antece-
dência mínima de 15 dias no caso de transferência provisória. Na trans-
ferência provisória serão assegurados ao aeronauta:
Transportes aéreo de ida e volta;
Acomodações;
Alimentação;
Transporte de serviço.
168
Noções de Direito do Trabalho e Seguridade Social
Direito do trabalho
Após uma breve retrospectiva da evolução do Direito do Traba-
lho, é importante que se tenha em mente que esse direito é o conjunto
de princípios e normas que regulam as relações individuais e coletivas
entre empregados e empregadores, decorrente de trabalho subordina-
do.
169
Dessa forma, é correto dizer que o direito do trabalho, ao prote-
ger as relações trabalhistas, também protege a sociedade como um
todo, pois permite o efetivo exercício da cidadania.
A Justiça do Trabalho é composta por:
Varas do trabalho;
Tribunais Regionais do Trabalho;
Tribunal Superior do Trabalho.
Empregado
Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a um empregador, sob sua dependência e
mediante salário.
Analisando o conceito tem-se o seguinte:
Pessoa Física: somente a pessoa natural, o indivíduo, poderá ser
empregada.
Serviço Não Eventual: o exercício da atividade deve ser contínuo
e ininterrupto.
Dependência e Subordinação: o empregado deve se sujeitar ao
poder de direção do empregador.
Salário: uma contraprestação aos serviços prestados o empregado
terá direito ao seu recebimento.
Pessoalidade: o serviço somente poderá ser efetuado pelo indiví-
duo contratado.
Em decorrência da relação empregatícia, o empregado estará su-
jeito a alguns deveres, são eles:
Dever de sujeição: submeter-se ao poder de comando do empre-
gador.
Dever de boa-fé: agir honestamente.
Dever de diligência: dar o melhor de si.
Dever de fidelidade: relacionamento e segredos do local de tra-
balho.
Dever de assiduidade: pontualidade.
Dever de colaboração: integração ao trabalho.
Dever de não concorrência: não desenvolver atividade do mes-
mo ramo no local de trabalho.
Empregador
Empregador é toda pessoa jurídica ou física que assume os riscos
da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal
de serviços. Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da
relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de benefi-
cência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucra-
tivos, que admitirem trabalhadores como empregados.
Assim como os Empregados, os Empregadores possuem deveres,
dentre eles, o de segurança aos seus funcionários, de modo a garantir a
170
integridade física e moral, saúde, e de não discriminação racial, sexual,
religiosa, etc.
O Empregador possui o chamado poder disciplinar, no qual está
baseado na relação entre empregado e empregador, sustentado pelo
requisito da subordinação. A razão de ser desse poder está fundamen-
tada na CLT, onde o empregador dirige as atividades do empregado,
assumindo os riscos econômicos.
Contrato de Trabalho
171
viço.
Continuidade: o trabalho não pode ser eventual.
Onerosidade: o trabalho prestado será remunerado.
Subordinação: o empregado deve obedecer às normas do em-
pregador.
Remuneração e Salário
172
Salário: É o pagamento realizado pelo empregador ao empregado
tendo em vista o contrato de trabalho. É a contraprestação direta pela
prestação do serviço.
173
restar expressamente convencionada em Acordo Coletivo de Trabalho
ou Convenção Coletiva de Trabalho.
Definições
174
50% do salário do empregado. Se excederem esta porcentagem, integra-
rão o salário pelo seu valor total e não apenas naquilo que ultrapassa-
rem o referido percentual.
Ajuda de Custo: É uma ajuda para favorecer as condições para a
execução do serviço.
Gratificações: Quantias pagas pelo empregador como um prêmio
e incentivo.
Participação nos Lucros: Pagamento a título de repartição de lu-
cros estipulado pelo empregador.
13° Salário ou Gratificação Natalina: É um benefício que deve
ser pago em decorrência da época natalina, o seu pagamento pode ser
em 02 parcelas, a 1ª sendo feita entre fevereiro e novembro e a 2ª deve
ser paga até o dia 20 de dezembro.
Salário-Família: É o salário devido mensalmente ao segurado na
proporção de respectivo número de filhos, em qualquer condição, até a
idade de 14 anos. Ele não integra ao salário.
Para o trabalhador que receber R$ 608,81, o valor do salário-
família por filho de até 14 anos ou inválido de qualquer idade será de
R$ 31,22 (trinta e um reais e vinte e dois centavos).
Para o trabalhador que receber de R$ 608,81 até R$ 915,05, o va-
lor do salário-família por filho de até 14 anos ou inválido de qualquer
idade será de R$ 22,00 (vinte e dois reais).
Salário Maternidade: devido à segurada durante os 120 dias de
licença, com início no período entre 28 dias antes do parto e da data da
ocorrência deste.
Jornada de Trabalho: Em regra, a lei brasileira considera a jor-
nada de trabalho como tempo à disposição do empregador no centro de
trabalho (CLT, art. 4º).
É necessário que o empregado esteja à disposição do emprega-
dor. Computa-se o tempo a partir do momento em que o empregado
chega à empresa até o instante em que dela se retira. Não precisa estar
efetivamente trabalhando, basta a presunção de que o empregado este-
ja aguardando ordens ou executando ordens.
Limitação da Jornada: A Constituição Federal no seu art. 7º, XIII,
estabelece que o limite máximo da jornada normal de trabalho diário é
de 08 horas, e o limite semanal é de 44 horas.
No inciso XIV, do mesmo artigo, diz que a jornada normal para o
trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego-
ciação coletiva, é de 6 horas. Descanso Semanal Remunerado: Des-
canso Semanal Remunerado é o período de 24 horas consecutivas na
semana em que o empregado, embora percebendo remuneração, deixa
de prestar serviços ao empregador.
O trabalhador faz jus ao repouso, como o nome explicita, uma
vez por semana, de preferência aos domingos. Os feriados, embora
evidentemente não sejam semanais, configuram, também, hipóteses de
descanso remunerado do trabalhador.
175
Férias: Aquisição após 12 meses de trabalho. Duração das férias
vai depender das faltas não justificadas. Ex.: 30 dias - até 05 faltas; 24
dias - de 06 a 14 faltas; 18 dias - de 15 a 23 faltas; 12 dias - de 24 a 32
faltas;
Férias vencidas: Após o período aquisitivo de 12 meses, o em-
pregador terá os 11 meses subsequentes para concedê-las, sob pena de
pagá-las em dobro.
Férias proporcionais: Correspondem ao período aquisitivo não
completado.
Concessão das férias: Será dividida de acordo com o período que
o empregado tenha trabalhado. Para calculá-lo, será 1/12 por mês de
serviço ou fração superior a 14 dias. Ex.: o empregado trabalhou 09
meses e 16 dias, contar-se-á 10 meses, ou seja, 10/12 a título de férias.
Para efeitos de falência, concordata ou dissolução da empresa, a
remuneração de férias terá natureza salarial.
Segurança e Medicina do Trabalho: Visa reduzir riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, de
modo a preservar a integridade física e psicológica do trabalhador.
Toda empresa privada, pública ou órgão governamental que pos-
sua mais de 10 empregados regidos pela CLT é obrigada a organizar e
manter em funcionamento a CIPA. O seu objetivo é o de observar e
relatar as condições de riscos no ambiente de trabalho e solicitar medi-
das junto a seus empregadores.
176
b) Dispensa do Empregado Com Justa Causa: será dispensado
com justa causa o empregado que cometer falta grave no serviço ou
fora dele. São hipóteses de dispensa por justa causa:
Ato de improbidade: desonestidade, ato lesivo ao patrimônio da
empresa.
Incontinência de conduta ou mau procedimento: a primeira re-
fere-se à conduta reprovável no âmbito da vida sexual do empregado e
a segunda, refere-se a uma conduta reprovável desde que não tenha
conotação sexual.
Negociação habitual: é o ato de comércio efetuado pelo empre-
gado sem a permissão do empregador, fazendo concorrência desleal.
Condenação criminal: poderá haver justa causa somente após o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
Desídia: entende-se por preguiça, a má vontade, o desinteresse.
Embriaguez: proveniente do álcool ou drogas.
Violação de segredo da empresa: comete falta grave o empre-
gado que divulgar marcas, patentes ou fórmulas sem o consentimento e
com prejuízo do empregador.
Indisciplina e insubordinação: é o descumprimento de ordens
gerais de serviço e insubordinação. É o descumprimento de ordens pes-
soais de serviços.
Abandono de emprego: toda vez que houver faltas seguidas com
a intenção de não retornar mais ao trabalho.
Ato lesivo à honra e à boa fama: quando o empregado cometer
os crimes de calúnia, difamação ou injúria contra seus empregadores.
Ofensa física: ocorrerá nas hipóteses de agressão contra empre-
gadores.
Prática constante de jogos de azar: requer, como na embria-
guez, que haja habitualidade e reflexos negativos no serviço.
Atos atentatórios à segurança nacional: tais como o terrorismo
ou a prática de crime contra a administração.
Decisão do empregado. O empregado poderá rescindir o contrato
de trabalho de 03 formas:
a) Pedido de Demissão: o empregado comunica que não compa-
recerá mais para prestar seus serviços.
b) Rescisão Indireta: é o término do contrato que ocorre em vir-
tude de uma falta grave cometida pelo empregador. São hipóteses de
rescisão indireta: exigir serviços superiores às forças do empregado,
tratamento com rigor excessivo, fazer correr perigo, não cumprir com
as obrigações do contrato, praticar ofensa física, reduzir o trabalho
para diminuir o salário, etc.
c) Aposentadoria: maneira de extinção do contrato de trabalho.
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): É um depósito
destinado a formar uma poupança para o trabalhador, que poderá ser
sacada nas hipóteses previstas em lei, principalmente quando é dispen-
177
sado sem justa causa. O empregador é quem deve efetuar os depósitos,
que correspondem a 08% da remuneração mensal do trabalhador.
Licença da Gestante: À gestante cabe o direito, sem prejuízo do
emprego e salário, obter licença de 120 dias. Em caso de aborto, terá
direito há 02 semanas.
A gestante possui estabilidade provisória. Se demitida sem justa
causa, receberá seus direitos, incluindo o tempo de gravidez e os 4
meses seguidos ao parto.
Licença Paternidade: A licença paternidade constitui caso de in-
terrupção do contrato de trabalho, sendo assegurada, ao trabalhador, a
contagem do tempo e a remuneração do período de afastamento. Para
o pai cabe o direito de 05 dias.
Seguridade Social: A seguridade social compreende um conjunto
de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.
Custeio da Seguridade Social: Ela provém de recursos de 03 fon-
tes: contribuição dos trabalhadores, contribuição dos empregadores e
recursos dos orçamentos da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.
Saúde: É dever do Estado garantir o desenvolvimento de políticas
que visem à redução dos riscos de doenças e o acesso à saúde para to-
dos.
Assistência Social: As ações governamentais devem visar:
Proteção à família, à maternidade, à infância, a adolescência e à
velhice.
Amparo às crianças e adolescentes carentes.
Promoção da integração ao mercado de trabalho.
Habilitação e reabilitação de pessoas portadoras de deficiência.
Garantia de 1 salário mínimo de benefício mensal à pessoa por-
tadora de deficiência e ao idoso.
Previdência Social: A previdência social, que representa um di-
reito social previsto no artigo 6º da Constituição da República Federati-
va do Brasil, faz parte de um conjunto de ações de iniciativa dos pode-
res públicos e da sociedade, chamado de seguridade social, cuja finali-
dade é assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assis-
tência social.
A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, ida-
de avançada, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão
ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.
Objetivos da Previdência Social: Esses objetivos são atingidos
mediante a concessão de prestações pecuniárias para auxiliar o segura-
do em caso de doença (auxílio-doença), invalidez (aposentadoria), mor-
te (pensão), reclusão, idade avançada, proteção à maternidade e à
178
gestante (licença), desemprego involuntário (seguro-desemprego), pro-
teção à família de baixa renda (salário-família).
Beneficiários: Integram essa categoria os segurados e os depen-
dentes.
Auxílio Doença: Será devido ao segurado que ficar incapacitado
para o seu trabalho por mais de 15 dias consecutivos. Na primeira quin-
zena o empregador arca com este custo.
INSS: É o órgão que concede e mantém os benefícios (presta-
ções). O atendimento médico-hospitalar é oferecido pela rede compos-
ta pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
179
Diferentemente da Convenção Coletiva de Trabalho, o Acordo Co-
letivo de Trabalho é restrito apenas a uma empresa e seus empregados,
enquanto na primeira, as regras valem para toda a categoria abrangida
pelos sindicatos de trabalhadores e sindicatos de empregadores.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
180
6. Fatores Humanos na Aviação Civil
Definição de Fatores Humanos
O Modelo Shell
O Modelo Shell é um diagrama prático que utiliza blocos para re-
presentar os diferentes componentes dos Fatores Humanos e auxilia na
compreensão do tema através de uma abordagem gradual. O nome de-
riva das letras iniciais dos seus componentes, Liveware (elemento hu-
mano), Software (procedimentos, simbologia etc.), Hardware (equipa-
mento) e Environment (ambiente de trabalho/organizacional).
O elemento central, o elemento humano – liveware - possui qua-
tro principais tipos de interação:
a) Liveware-software: o elemento humano e o suporte lógico, in-
cluindo normas, manuais, procedimentos, cartas aeronáuticas, etc.;
b) Liveware-hardware: o elemento humano e as máquinas, inclu-
indo todos os equipamentos e seus aspectos ergonômicos;
c) Liveware-environment: o elemento humano e o meio ambien-
te, incluindo fatores internos e externos ao local de trabalho; e
d) Liveware-liveware: o elemento humano e outros seres huma-
nos, incluindo os colegas de equipe.
181
A análise segundo o
modelo SHELL procura verifi-
car se todas essas interações
se encaixam no elemento
central, ou seja, o elemento
humano. Qualquer incompa-
tibilidade pode provocar de-
sajustes que por sua vez po-
dem levar ao erro. Conforme
a situação em que o erro
aconteça, suas consequências
podem refletir no desempe-
nho do tripulante ou mesmo
provocar um acidente.
O Modelo Reason
Em 1990 James Reason propôs outra forma de abordar os Fatores
Humanos em sistemas complexos diversos e o chamado Modelo Reason é
também usado na aviação. Nesse modelo, um acidente é causado por
uma série de múltiplos fatores contribuintes que se alinham através de
uma cadeia de eventos. Dentre esses fatores encontramos falhas ativas,
falhas latentes e ineficiência de barreiras defensivas.
Falhas ativas são os atos inseguros de efeito direto na operação.
As falhas ativas, normalmente são cometidas por agentes que atuam
diretamente no sistema, tais como pilotos e controladores de tráfego.
Barreiras são mecanismos de defesa adaptados aos processos,
com a finalidade de evitar erros ou reduzir suas consequências, caso
ocorram.
Falhas latentes são elementos presentes no sistema que possibili-
tam que ocorram erros ou neutralizam a ação de mecanismos de defe-
sa. As falhas latentes geralmente são frutos de decisões tomadas em
escalões afastados da área operacional.
Na representação
gráfica do Modelo Reason,
as barreiras são superfí-
cies paralelas alinhadas
frente ao que representa-
ria o acidente que procu-
ram deter a trajetória das
falhas ativas em direção
ao acidente. Essas barrei
ras possuem “furos” que representam as falhas latentes. O acidente
ocorre quando surge uma trajetória oportuna que permite que a falhaa-
tiva atravesse todas as barreiras, percorrendo o caminho deixado por
furos alinhados, incorrendo no acidente. Devido ao aspecto de sua re-
presentação gráfica, este modelo é conhecido também como “Queijo
182
Suíço”.
CRM
Objetivo e Público-Alvo
O Treinamento em Gerenciamento de Recursos da Cabine (Cock-
pit Resource Management - CRM) foi implementado visando à minimiza-
ção do erro humano como fator contribuinte para acidentes e inciden-
tes aeronáuticos, sendo ministrado, a princípio, apenas à tripulação
técnica, como parte integrante do Treinamento de Operações de Voo.
Posteriormente, o termo Cockpit (Cabine) evoluiu para Crew
(Tripulação), passando o Treinamento de Gerenciamento de Recursos
da Tripulação (Crew Resource Management - CRM) a buscar uma melhor
coordenação dos tripulantes envolvidos com a operação da aeronave em
prol da otimização da Segurança de Voo.
Atualmente, a letra C da sigla CRM representa a palavra “Corpo-
rate” ampliando a participação no treinamento para todos os indivíduos
componentes da corporação.
183
tes aeronáuticos revelaram aspectos que colocam o elemento humano
como um importante fator contribuinte dessas fatalidades. Tais consta-
tações suscitaram o consenso entre as empresas aéreas, indústria aero-
náutica e governo quanto à necessidade de incrementar Programas de
Treinamento em Fatores Humanos.
Diferentes Gerações
Com o desenvolvimento das pesquisas e o acúmulo de conheci-
mento sobre o assunto, o treinamento de CRM foi sendo aprimorado e
novos conceitos foram sendo inseridos.
184
Comunicação
Quan
do alguma
espécie de
mensagem
contendo
significado é
transmitida
de um indi-
víduo para
outro ou para um grupo, dizemos que foi divulgada uma informação.
A informação difere da comunicação no sentido de que a infor-
mação é uma ideia a ser transmitida enquanto a comunicação é a troca
de informações entre pessoas. Verificamos também os elementos bási-
cos da comunicação: Emissor, Mensagem, Código, Canal, Receptor.
Alguns autores ainda acrescentam ao modelo outros elementos como
codificador, o decodificador, ruído etc.
185
Power distance, que também é um dos fatores que interferem na
boa comunicação, é o grau em que se aceita a desigualdade entre indi-
víduos distanciados hierarquicamente. O power distance quando exage-
rado, pode fazer com que o elemento pertencente a um grau hierárqui-
co inferior se sinta intimidado em dar sua opinião ou mesmo alertar o
superior quando este comete um erro. Da mesma forma, a power dis-
tance pode levar o superior a achar que não necessita do subordinado
gerando o que se chama de auto-suficiência.
Se observarmos o modelo gráfico de comunicação, veremos um
retorno de informação do receptor inicial para o emissor. Esse retorno é
chamado de feedback. A relação entre fonte e receptor é também di-
nâmica e depende do fluxo em duas mãos.
Em relação aos tipos verbal e não verbal de comunicação, pode-
mos dizer que a comunicação verbal oral, ou seja a conversa, nos possi-
bilita um feedback imediato, apesar de não ser, geralmente, tão deta-
lhada e precisa quanto a comunicação escrita.
A comunicação também pode ser classificada como formal e in-
formal. Podemos pensar na comunicação informal como mais apropria-
da para a execução de tarefas, geralmente as mais dinâmicas, e a co-
municação formal para a instrução, normatização, planejamento e pro-
cedimentos que necessitem ser registrados.
Conflito
Assertividade
186
Questionamento e Crítica
Briefing e Debriefing
Tomada de Decisão
187
O modelo DECIDE, que adequadamente se nomeia com a palavra
em inglês que significa “decida”, tem seis passos facilmente identificá-
veis pelas letras da palavra “DECIDE”.
Os seis passos do modelo DECIDE, conhecido mundialmente, po-
deriam ser traduzidos para o português como:
1. Detecte o fato que causou a mudança;
2. Estime a necessidade de conter ou reagir à mudança;
3. Escolha um resultado desejado para o voo;
4. Identifique as ações que poderão controlar a mudança;
5. Faça o que deve ser feito, e
6. Avalie o resultado.
Consciência Situacional
188
Ciclo Circadiano – Adaptado de AMT
A consciência situacional do tripulante pode ser afetada por fato-
res que prejudicam a atenção, a concentração, coordenação e a habili-
dade de se comunicar. Entre esses fatores, encontramos o estresse e a
fadiga.
Estresse
189
bilidade emotiva excessiva, obsessão com o agente estressor, irritabili-
dade excessiva, desejo sexual diminuído.
Fase de Exaustão: nessa fase podem surgir diversos comprome-
timentos físicos em forma de doença.
Gerenciamento do Estresse
Todos nós somos acometidos por certo grau de estresse o tempo
todo. Uma determinada quantidade de estresse é boa, uma vez que
mantém a pessoa alerta e previne a complacência.
No entanto, os efeitos do estresse são cumulativos e se o tripu-
lante não lidar com ele de forma apropriada, pode eventualmente che-
gar a uma situação intolerável. O desempenho geralmente melhora com
a presença do estresse, atinge um pico e então começa a decair rapi-
damente na medida em que o nível de estresse excede a habilidade da
pessoa em lidar com ele.
A capacidade de tomar decisões em voo fica comprometida pelo
estresse. Fatores relacionados ao estresse podem aumentar o risco de
erros na cabine.
A chave para o gerenciamento do estresse é parar, pensar e ana-
lisar a situação antes de chegar a uma conclusão precipitada. Normal-
mente há tempo para pensar antes de se tirar conclusões desnecessá-
rias.
Existem diversas formas de ajudar o gerenciamento do estresse
cumulativo e prevenir a sobrecarga de estresse. Por exemplo, para re-
duzir os níveis de estresse, permita-se um momento de repouso a cada
dia ou mantenha um programa regular de condicionamento físico. Para
evitar a sobrecarga de estresse, aprenda a gerenciar o tempo de forma
a não sofrer pressões impostas pela preocupação com o cumprimento de
prazos que se aproximam e tarefas a serem realizadas em cima da hora.
190
Fadiga
Percepção da Fadiga
A fadiga é frequentemente associada ao erro do tripulante. Al-
guns efeitos da fadiga incluem perda de atenção e concentração, difi-
culdades de coordenação e decréscimo na habilidade de se comunicar.
Esses fatores influenciam seriamente na tomada de decisão. A fadiga
também reduz o estado de alerta e a capacidade de focar-se e manter a
atenção em uma atividade.
Se você passa por uma fase de fadiga aguda, fique no chão! Se a
fadiga aparecer durante o voo, toda a sua experiência e treinamento
não irão compensar as perdas causadas pela fadiga. O repouso adequa-
do é a única forma de prevenir a fadiga. Evite voar sem ter tido uma
boa noite de sono, depois de horas de trabalho excessivo ou após um
dia exaustivo e estressante. Tripulantes que suspeitam estar sofrendo
de efeitos de fadiga crônica devem procurar o médico.
191
seu trabalho observado, não necessariamente em nível de inspetoria,
mas de atenção. Evite realizar tarefas complexas no período de baixo
rendimento de seu ciclo circadiano. Descanse e também pratique exer-
cícios diariamente. Em torno de oito a nove horas de sono por dia são
recomendadas para se evitar a fadiga.
O melhor remédio contra a fadiga é ter sono adequado e regular.
O tripulante deve estar atento à quantidade e à qualidade de suas horas
de sono.
Sabemos que existem várias medidas para postergar a fadiga, mas
os efeitos geralmente são passageiros e podem tornar a fadiga mais
grave. A cafeína e outras drogas às vezes são usadas, mas com efeitos
de curto prazo, não eliminando totalmente a fadiga e prejudicando o
descanso requerido após o efeito da droga.
A fadiga aguda pode ser prevenida com uma dieta apropriada e
descanso adequado. Uma dieta balanceada provê o organismo dos nu-
trientes necessários e evita que as reservas sejam consumidas. O repou-
so mantém as reservas de energia vital.
A fadiga crônica, aquela que se estende por longos períodos de
tempo, geralmente tem raízes psicológicas, ainda que alguma doença
não aparente possa ser a responsável. Níveis altos de estresse por perí-
odos contínuos e longos podem gerar fadiga. A fadiga crônica não pode
ser tratada somente com dieta e repouso, geralmente necessita acom-
panhamento médico.
Carga de Trabalho
192
Um bom planejamento prevê a utilização do tempo nos períodos
de menor exigência para se reduzir a carga dos períodos mais atribula-
dos. Por exemplo, verificando itens docheck-list, preparando o equipa-
mento ou o material a ser utilizado, repassando procedimentos e rede-
finindo a distribuição de tarefas.
Erro e Violação
Tipos de Erro
Um erro não intencional é o resultado de uma distração ou falta
de precisão. Isto pode incluir erro em uma ação (deslize), opinião ou
julgamento, causado por mau julgamento, descuido ou falta de conhe-
cimento (uma falha).
O erro intencional é aquele cometido ao se deixar de realizar um
procedimento previsto conscientemente, ou seja, a pessoa decide por
fazer aquilo.
Em aviação, costumamos diferenciar o erro não intencional do in-
tencional chamando o segundo de “violação”.
Em resumo, se uma determinada ação resultou em efeitos não
esperados, chamamos esta ação de erro. Caso a ação tenha sido reali-
193
zada espontaneamente, mesmo que o agente tivesse conhecimento dos
procedimentos previstos, essa ação é chamada de violação.
Grupo e Equipe
Um grupo é definido como dois ou mais indivíduos, interdepen-
dentes e interativos que se reúnem visando a atingir um objetivo. Nos
grupos formais, aqueles que são definidos pela estrutura da organiza-
ção, o comportamento das pessoas é estimulado e dirigido em função
das metas organizacionais. Os seis membros da tripulação de um voo
comercial são um grupo formal.
O conceito de equipe de trabalho já envolve um comprometimen-
to que associa os esforços de forma coordenada gerando um resultado
que representa um nível de desempenho maior que a simples soma das
contribuições individuais. A este fenômeno damos o nome de sinergia.
Liderança
O líder é a pessoa cujas ideias e ações influenciam o pensamento
e o comportamento dos demais integrantes da equipe. Pelo uso do e-
xemplo e da persuasão, também pela compreensão dos objetivos e de-
sejos do grupo, o líder se torna um meio de mudança e influência.
O manual ressalta também que é importante estabelecer a dife-
rença entre liderança, que é adquirida, de autoridade, que é imposta.
Uma situação ideal ocorre quando as duas, liderança e autoridade, são
combinadas. A liderança envolve trabalho de equipe e a qualidade de
um líder depende do seu sucesso no relacionamento com a equipe. Ha-
bilidades de liderança devem ser desenvolvidas por todos por meio de
treinamento apropriado.
Estilo de Liderança
O modelo da liderança situacional preconiza que o líder eficiente
é aquele capaz de adaptar seu estilo de liderança à situação e às neces-
sidades dos liderados. De acordo com este modelo são duas as dimen-
194
sões do comportamento do líder: uma refere-se à quantidade de orien-
tação que a equipe necessita para a realização de determinada tarefa e
a outra diz respeito à quantidade de apoio sócio-emocional que deve
ser oferecida.
Dessa forma, podemos explicar os principais estilos de liderança,
quais sejam, a orientação para a tarefa, a orientação para o relaciona-
mento e a orientação para a tarefa e o relacionamento.
O líder deve ser capaz de avaliar as necessidades da equipe em
termos de capacidade técnica, motivação e confiança para realizar a
tarefa, a fim de adotar o estilo de liderança mais adequado à situação.
Grid Gerencial é um diagrama que demonstra a ênfase em cada
um dos dois estilos de liderança.
No grid consideramos cinco perfis característicos de liderança
que podem ser observados em um líder. Apesar de poder ser caracteri-
zado em um dos perfis, o líder pode e deve flexibilizar o seu estilo de
acordo com fatores externos, tais como, ambiente, tarefa, característi-
cas dos seguidores etc.
195
Motivação
Cooperação
Resignação
196
não, o tripulante vai deixar as ações para outros. Às vezes essas pessoas
até concordam com solicitações irracionais apenas para se fazerem de
“bons moços”.
A resignação vai totalmente contra a assertividade e é prejudicial
ao trabalho de equipe, uma vez que ela oculta as capacidades de um de
seus membros.
Podem ser motivo de resignação a inexperiência na função, o
desconhecimento técnico, a pressão do tempo, a sobrecarga de traba-
lho, a cultura corporativa ou o receio de repreensão.
Transferência de Responsabilidade
Automação de Aeronaves
197
sa forma, pode-se ter um melhor aproveitamento das vantagens dessa
tecnologia e se evitar os riscos inerentes do seu uso.
Talvez o melhor exemplo de automação para a pilotagem seja o
piloto automático. Em um voo de rota, no qual a mesma atitude é man-
tida por horas, sem a necessidade de uma intervenção, caso não haja
uma anormalidade, o piloto automático pode substituir o piloto com
precisão e poupá-lo do tédio e estresse. Atualmente os pilotos automá-
ticos realizam muito mais que apenas manter uma atitude de voo reto e
nivelado e sua utilização, junto com outros sistemas como os de nave-
gação, acabam tornando a atuação do piloto cada vez menos frequente
em um voo de longa duração.
As companhias aéreas devem estar atentas ao treinamento desses
pilotos de forma que a automação não venha a interferir negativamente
no caso da necessidade de intervenção do piloto caso ele esteja sem o
treinamento suficiente.
Apesar de se pensar inicialmente na automação da pilotagem, a
automação também pode estar presente nas atividades do (a) comissá-
rio (a). Um exemplo disso é a realização do speech de segurança feita
por sistemas de vídeo gravado.
Anotações:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
198
7. Sistema de Aviação Civil
História da Aviação Civil
199
ta do prêmio. Finalmente, venceu a prova um piloto do correio aéreo,
Charles Lindbergh.
Nos três anos seguintes, foram realizados muitos outros voos so-
bre o Atlântico, inclusive a primeira travessia feita por uma mulher,
Amélia Earhart, em junho de 1928, juntamente com dois outros pilotos.
Quatro anos depois, a aviadora norte-americana voaria sozinha, atra-
vessando o Atlântico.
Em 1931, Wiley Post e Harold Gatty fizeram a primeira viagem re-
lativamente rápida ao redor do mundo, no monoplano "Winnie Mae":
percorreram 15.474 milhas em 8 dias e 16 horas. Em 1933, Post realiza-
ria sozinho o voo ao redor do mundo em 7 dias e 19 horas. Em 1938,
Howard Hughes faria, num bimotor, a volta ao mundo em 3 dias e 19
horas.
O transporte interna-
cional principiou a ser feito
em larga escala depois da II
Guerra Mundial, por aviões
cada vez maiores e mais
velozes. A introdução dos
motores a jato, usados pela
primeira vez em aviões
comerciais (Comet), em
1952, pela BOAC (empresa
de aviação comercial inglesa), deu maior impulso à aviação como meio
de transporte. No final da década de 1950, começaram a ser usados os
Caravelle, a jato, de fabricação francesa (Marcel Daussaud/Sud Aviati-
on). Nos Estados Unidos, entravam em serviço em 1960 os jatos Boeing
720 e 707 e dois anos depois o Douglas DC-8 e o Convair 880. Em segui-
da apareceram os aviões a turbo-hélice, mais econômicos e de grande
potência. Soviéticos, ingleses, franceses e norte-americanos passaram a
estudar a construção de aviões comerciais cada vez maiores, para cen-
tenas de passageiros e a dos chamados "supersônicos", a velocidades
duas ou três vezes maiores que a do som. Nesse item dos supersônicos,
as estrelas internacionais foram o Concorde (franco-britânico) e o Tupo-
lev (russo) que voam até os dias de hoje. No final da década de 60 e
início da década de 70 surgiram modelos capazes de transportar até 400
passageiros, como o Boeing 747, o Douglas DC-10, o Lockheed Tristar L-
1011 - todos americanos e mais recentemente o Airbus (consórcio euro-
peu), o Douglas MD-11 e os Boeing 767 e 777 - norte-americanos. Os
supersônicos comerciais, o Tupolev 144 e o Concorde iniciaram linhas
regulares, tendo sido a primeira inaugurada em Janeiro de 1976, que
cobria o percurso Rio de Janeiro-Paris em menos de sete horas, conside-
rando uma escala em Dacar, para reabastecimento. Este voo era efetu-
ado pela companhia aérea francesa Air France. Posteriormente a maio-
ria desses voos, inclusive o da Air France, foi suspensa em razão do alto
custo com combustíveis e manutenção e pelo volume pequeno de carga
200
e de passageiros transportados por voo (144). A velocidade exigia uma
aerodinâmica compatível, os aviões eram estreitos. Hoje em dia ele é
ainda utilizado em voos de luxo e poucas rotas comerciais frequentadas
sempre por abonados turistas ou executivos. A poluição sonora desses
aviões supersônicos causou também problemas ecológicos e eles acaba-
ram sendo proibidos de pousar em importantes aeroportos como Nova
Iorque e Dacar, que era a escala do voo Rio - Paris.
No início do século XXI, a Boeing (americana) e a Airbus (europei-
a) dominam o mercado mundial de grandes jatos. A Boeing incorporou a
Douglas, a Lockheed produz apenas aviões militares e outras novas em-
presas chegaram ao mercado internacional com força, como a holande-
sa Fokker, a brasileira Embraer e a canadense Bombardier. O mercado
de jatos executivos também está em alta e os maiores mercados são
Estados Unidos, Brasil, França, Canadá, Alemanha, Inglaterra, Japão e
México, pela ordem.
201
Soberania do Espaço Aéreo
Teoria da Soberania:
Concebida pelos doutrinadores ingleses, defendia a extensão da
soberania do estado à faixa atmosférica sobrejacente ao mesmo, carac-
terizando uma verdadeira projeção do poder do estado.
A influência do Direito Marítimo na teoria das zonas de ar territo-
rial é evidente, pois mesmo na teoria da soberania do espaço não se
colocava em dúvida a liberdade ou o espaço livre sobre as águas inter-
nacionais.
Principais Convenções
202
Convenção de Paris
A primeira grande tentativa para se organizar o transporte aéreo
internacional foi dada através da Convenção de Paris, em 1919. Dois
marcos importantes desta Conferência podem aqui ser destacados:
A criação da Comissão Internacional de Navegação Aé-
rea (CINA), que seria o embrião e propiciaria o nascimento da ICAO -
International Civil Aviation Organization (Organização da Aviação
Civil Internacional, OACI);
A vitória da posição Britânica sobre a soberania do
espaço aéreo em contrapartida às propostas de “livre sobrevoo”
defendidas, na época, pelos Franceses.
Convenção de Varsóvia
Realizada em 1929, foi importante por determinar as responsabi-
lidades das empresas transportadoras quanto aos danos pessoais, mor-
tes, perdas e danificações de bagagens e cargas, documentação, unifi-
cação de regras, bilhetes e conhecimentos aéreos.
Convenção de Chicago
Encontro Internacional realizado em 1944 na cidade americana de
Chicago. Reuniu 54 países e delineou as bases normativas para o trans-
porte aéreo internacional vigentes até hoje. Este importante encontro
também foi responsável pela fundação da “International Civil Aviation
Organizacion” (ICAO), no Brasil conhecida como Organização de Aviação
Civil Internacional (OACI), que tem sua sede em Montreal no Canadá,
substituindo a Comissão Internacional de Navegação Aérea (CINA), cria-
da pela Convenção de Paris, em 1919.
Estabeleceu-se na Convenção de Chicago a Teoria da Soberania
do Estado, de corrente inglesa, cujos conceitos permanecem até hoje.
Devido ao grande crescimento e potencialidade de transporte que a
Aviação, a partir da 2ª Guerra Mundial, começava a representar, aliado
ao acelerado desenvolvimento da Indústria Aeronáutica. Não houve a
menor dúvida de que o transporte aéreo passaria em breve a represen-
tar um importante instrumento para o desenvolvimento econômico e o
incremento de intercâmbio comercial internacional. A Conferência
Internacional de Aviação Civil (nome oficial da Convenção de Chicago)
foi convocada pelos Estados Unidos com uma grande participação de
países europeus. Estes países mais desenvolvidos perceberam a impor-
tância de criar uma melhor e mais criteriosa padronização técnica e
operacional das normas operacionais para permitir as ligações interna-
cionais por via aérea.
Dois aspectos destacaram-se na Convenção de Chicago:
Técnico: pela sua natureza, foi tratado com rapidez, atingindo o
objetivo de assegurar um transporte com ordem, eficiência e seguran-
ça;
Econômico: que tem sido, desde a convenção, bastante comple-
203
xo e problemático, cuja harmonia tem sido alcançada através dos acor-
dos bilaterais que disciplinaram a exploração comercial através da troca
de direitos entre os Estados.
204
Com o estudo permanente dos problemas de aviação civil na OA-
CI, anexos foram sendo criados permitindo uma atualização e padroni-
zação constante das matérias. Atualmente o capítulo que focaliza as
Normas Internacionais e Métodos recomendados trata da elaboração,
divulgação, estudo e implementação de 19 (dezenove) Anexos Técnicos
à Convenção, que são os seguintes:
205
Anexo 13: Investigação de Acidentes e Incidentes Aeronáuti-
cos. Uniformidade da notificação, investigação e elaboração de infor-
mes de acidentes aéreos.
Anexo 14: Aeródromos. Especificações para o desenho e equi-
pamento de aeródromos.
Volume I – Formato da pista e operação de aeródromos;
Volume II – Heliportos.
Anexo 15: Serviços de informação aeronáutica. Métodos de re-
copilação e difusão da informação aeronáutica necessária para as ope-
rações do voo.
Anexo 16: Proteção do meio ambiente.
Volume I: Ruído das aeronaves;
Volume II: ruídos dos motores das aeronaves.
Anexo 17: Segurança. Proteger a aviação civil contra atos de in-
terferência ilícita. Especificações para proteger a aviação civil interna-
cional contra atos de interferência ilícita.
Anexo 18: Transporte sem riscos de cargas perigosas por via
aérea. Especificações para as etiquetas, embalagens e expedição de
cargas perigosas.
Anexo 19: Gerenciamento da Segurança Operacional
Toda a matéria recomendada pela Convenção de Aviação Civil In-
ternacional e seus Anexos Técnicos deve ser cumprida pelos Estados
Signatários. Não obstante, aqueles Estados que por motivos de legisla-
ção interna ou mesmo discordância do aspecto técnico, não possam
cumpri-la, devem apresentar suas diferenças que são levadas ao conhe-
cimento dos demais através de uma listagem que é sempre atualizada e
que fica descrita no próprio texto final de cada anexo ou matéria espe-
cífica.
O Conselho
É um dos elementos permanentes da OACI. Fazem parte do Con-
selho 36 países, representados por seus Delegados, que dirigem a Orga-
nização a nível político. São eleitos a cada três anos durante a realiza-
ção da Assembleia Geral, obedecendo a critérios como o de importância
na Aviação Civil Mundial e Representatividade Regional.
206
1. Aos Estados de maior importância em matéria de transporte
aéreo;
2. Aos Estados que não sejam representados de outro modo, e
que mais contribuam a prover facilidades para a navegação aérea civil
internacional;
3. Aos Estados que são representados de outro modo, e cuja no-
meação assegurar a representação no Conselho de todas as principais
regiões geográficas do mundo.
Toda vaga no Conselho será preenchida pela Assembleia o mais
depressa possível. O Estado contratante, assim eleito para o Conselho,
exercerá suas funções durante o resto do período que correspondia a
seu predecessor.
c) Nenhum dos representantes dos Estados contratantes no Con-
selho poderá estar associado ativamente na operação de algum serviço
aéreo internacional, nem interessado financeiramente em tal serviço.
O Conselho Deverá:
a) Apresentar à Assembleia relatórios anuais;
b) Executar as instruções da Assembleia, desempenhar as funções
e assumir as obrigações que lhe sejam atribuídas por esta Convenção;
c) Determinar a sua própria organização e regulamento;
d) Nomear um Comitê de Transporte Aéreo e definir as suas fun-
ções. Este comitê será escolhido entre os representantes dos membros
do Conselho e, será responsável perante ele;
e) Estabelecer uma Comissão de Navegação Aérea, de acordo
com as disposições do Cap. X;
f) Administrar as finanças da Organização de acordo com as dis-
posições dos Cap. XII e XV;
g) Fixar os vencimentos do Presidente do Conselho;
h) Nomear um funcionário executivo Chefe, que será denominado
Secretário Geral e providenciar a nomeação do pessoal necessário, de
acordo com as disposições do Capítulo XI;
i) Solicitar, compilar, examinar e publicar informações relativas
ao progresso da navegação aérea e à operação de serviços aéreos inter-
nacionais, incluindo informações acerca do custo de operação e deta-
lhes sobre os subsídios oficiais pagos às empresas aéreas;
j) Informar os Estados contratantes a respeito de qualquer infra-
ção desta Convenção e qualquer omissão ocorrida por deixar de execu-
tar as recomendações ou determinações do Conselho;
k) Avisar a Assembleia de toda infração desta Convenção no caso
em que algum Estado membro deixe de tomar as medidas necessárias
um prazo razoável, depois de ter sido notificado da infração;
l) Adotar, de acordo com as disposições do Capítulo VI desta
Convenção, as normas internacionais e os processos recomendados para
a maior conveniência designá-los como Anexos a esta Convenção e noti-
ficar todos os Estados contratantes da ação tomada;
207
m) Estudar as recomendações da Comissão de Navegação Aérea
relativa às emendas dos Anexos, e agir de acordo com as disposições do
Capítulo XX;
n) Examinar qualquer assunto relativo à Convenção que lhe seja
submetido por qualquer Estado contratante.
Assembléia
Constituída por todos os Estados contratantes, atualmente apro-
ximadamente 193 membros. É o poder máximo da Organização que
analisa o trabalho realizado no período anterior e planeja atividades
para os três anos seguintes.
208
participar das reuniões, porém sem direito a voto.
c) Nas reuniões da Assembleia, será requerida a maioria dos Es-
tados contratantes para constituir quorum. A menos que esta Conven-
ção disponha de modo contrário, as decisões da Assembleia serão toma-
das por maioria dos votos consignados.
209
e o Brasil mantém lá uma representação permanente do Comando da
Aeronáutica que atua com o objetivo de defender os interesses do país
neste campo específico. Esta delegação brasileira no Canadá é que in-
termedia o Governo Brasileiro e a OACI. (CERNAI).
210
constituição definitiva da entidade;
4. Confiar à Autoridade Argentina de Aviação Civil o trabalho de
Secretaria durante o triênio de funcionamento provisório;
5. Dar conhecimento à XVI Assembleia Geral da OACI das deci-
sões adotadas.
Surge então a CLAC, como organismo permanente, fruto das con-
clusões acordadas na 2ª Conferência Latino Americana de Autoridades
Aeronáuticas realizada na Cidade do México em dezembro de 1973.
Desta forma surgiu a Comissão Latino Americana de Aviação Civil
de caráter consultivo, cujas conclusões, recomendações e resoluções
ficaram sujeitas a aprovação de cada um dos Governos Signatários. O
seu objetivo principal é assegurar às Autoridades Aeronáuticas da Avia-
ção Civil Internacional dos Estados da Região Latino Americana, um
instrumento adequado à discussão e planejamento das medidas neces-
sárias e úteis à cooperação e coordenação das atividades da Aviação
Civil. Diante disso, somente participam da CLAC as Autoridades Aero-
náuticas responsáveis pela administração da aviação civil internacional
dos Estados situados na área geográfica denominada Latino Americana,
integrada pela América do Sul, Central e Caribe.
O Congresso Nacional do Brasil promulgou a aprovação do Estatu-
to da CLAC através do Decreto nº 77.076, de 23 de janeiro de 1976.
As Assembleias da CLAC ocorrem a cada dois anos, sua sede fica
em Lima no Peru e o principal objetivo desta organização é promover às
Autoridades de Aviação Civil de seus Estados Membros de uma estrutura
adequada dentro da qual se possam discutir e planejar todas as medidas
requeridas para a cooperação e coordenação das atividades de Aviação
Civil Latino Americanas.
211
porte aéreo mundial: o público em geral, governos, terceiros como a-
gentes de viagem e carga ou fornecedores de equipamentos e sistemas.
Vantagens:
Para as Empresas Aéreas:
A IATA oferece soluções conjuntas - além dos recursos próprios de
cada empresa - para explorar oportunidades e resolver problemas. As
Empresas Aéreas interligam suas redes individuais num sistema de a-
brangência mundial através da IATA, a despeito das diferenças de idio-
ma, moeda, legislação e hábitos. A IATA também economiza dinheiro.
Para os Governos:
A IATA desenvolve padrões operacionais para o setor. Representa
também a fonte mais rica de experiência acumulada e conhecimentos
específicos sobre a qual os governos podem se apoiar. Em questões de
segurança e eficiência do transporte aéreo a IATA contribui com a polí-
tica estabelecida da maioria dos governos, permitindo economizar
grandes esforços e recursos que de outra forma deveriam ser gastos em
negociações bilaterais, como por exemplo, tarifas.
Para os Terceiros
A IATA funciona como um elo coletivo entre eles e as Empresas
Aéreas. Agentes de Viagem e Carga podem representar comercialmente
as Empresas no mercado através da IATA e beneficiar- se da neutralida-
de aplicada nos padrões de serviço às agências e do nível de profissio-
nalismo alcançado na prestação desses serviços.
Existem também os Comitês Permanentes, que são:
Jurídico;
Financeiro;
Comercial ou de Tráfego;
Operativo ou Técnico.
212
Destacamos de forma reduzida que a possibilidade de discussão e
solução de problemas típicos afetos ao dia das empresas de transporte
aéreo da sua área geográfica. A sua atuação se justifica quando, através
de objetivos comuns consegue sensibilizar as demais associadas da IATA
para os problemas específicos latinos americanos.
Foi criada no ano de 1980 durante uma reunião de representantes
de empresas sul-americanas na cidade de Bogotá. A principal missão da
AITAL é tratar dos problemas do transporte aéreo, de tantas áreas e seu
cumprimento, enfim, apoia suas empresas coligadas, inclusive nos direi-
tos de tráfego a que fazem jus.
Exercícios da Liberdade do Ar
213
Segunda Liberdade – Direito de Realizar pouso técnico no país B,
Obs: Não embarcam/desembarcam passageiros, carga e mala pos-
tal no país B.
214
Sexta Liberdade – Direito de a empresa de uma determinada na-
cionalidade designada a transportar passageiros, mala postal e carga
entre dois outros países, com pouso intermediário no país de nacionali-
dade da empresa.
215
O Sistema de Aviação Civil constitui uma extensa e complexa ga-
ma de atividades que compreendem e interligam as organizações de
controle governamental, a indústria aeronáutica, as empresas aéreas, o
aerodesporto, toda a infraestrutura de apoio compartilhada pelas avia-
ções civil e militar e a formação de recursos humanos altamente espe-
cializados (decreto n° 65.144, de 12 de setembro de 1969).
Fica instituído ao Sistema de Aviação Civil a finalidade de organi-
zar as atividades necessárias ao funcionamento e ao desenvolvimento
da Aviação Civil, fonte e sede da sua reserva mobilizável.
O Sistema de Aviação Civil constitui uma extensa e complexa ga-
ma de atividades que compreendem e interligam as organizações de
controle governamental, a indústria aeronáutica, as empresas aéreas, o
aerodesporto, toda a infraestrutura de apoio compartilhada pelas avia-
ções civil e militar e a formação de recursos humanos altamente espe-
cializados (decreto n° 65.144, de 12 de setembro de 1969).
216
sequer recebem voos comerciais regulares – caso de aeroportos cuja
função é representar a soberania nacional em áreas longínquas. Ao todo
são 67 aeroportos, 80 unidades de apoio à navegação aérea e 33 termi-
nais de logística de carga.
Origem
A criação do MAER deveu-se a necessidade imperiosa de unir-se
em um órgão governamental a infraestrutura, os meios e a formação de
recursos humanos para a aviação.
Isso ocorreu na década de 40 e encerrou uma longa discussão evi-
tando, assim, dispersão de meios em um país de tecnologia aeronáutica
incipiente, que poderia comprometer o futuro da atividade.
Sem dúvida hoje, quase no final do milênio, vemos como foi acer-
tada aquela decisão. Temos uma indústria aeronáutica competitiva e
moderada, aeronaves brasileiras cruzam os céus de todos os continen-
tes. Já demos passos significativos na conquista do espaço. O Brasil,
neste campo, já se destaca na comunidade internacional. Todas essas
conquistas se devem ao Ministério da Aeronáutica, que soube corres-
ponder, tornando realidade o que era, aquela época, apenas um anseio
ou mesmo um sonho.
Na época foram incorporados ao recém criado Ministério da Aero-
náutica:
A Diretoria de Aeronáutica do Ministério do Exército;
A Diretoria de Aviação do Ministério da Marinha;
O Departamento de Aeronáutica Civil do Ministério de Viação e
Obras Públicas, criado em 1931, e que veio dar origem ao Departamen-
to de Aviação Civil (DAC).
Criação
O decreto-lei n° 2.9961 de 20 de janeiro de 1941, que criou o Mi-
nistério da Aeronáutica, a competência do MAER, no que tange a avia-
ção nacional, elaborou seus estatutos.
Criação
São raros os países que atualmente não reúnem suas Forças Ar-
madas sob um único órgão de defesa, subordinado ao Chefe do Poder
Executivo. No Brasil, as três Forças Armadas mantinham-se em ministé-
rios independentes, até a criação oficial do Ministério da Defesa em 10
de junho de 1999.
A discussão sobre a criação de um Ministério da Defesa - inte-
grando a Marinha, o Exército e a Aeronáutica - vem desde meados do
217
século passado. A Constituição de 1946 já citava a criação de um Minis-
tério único, que resultou na instituição do Estado-Maior das Forças Ar-
madas (EMFA), à época, chamado de Estado-Maior Geral.
Mas somente em 10 de junho de 1999, o Ministério da Defesa foi
oficialmente criado, o Estado- Maior das Forças Armadas extinto e os
Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica transformados em
Comandos.
Atribuições
Atribuições Constitucionais do Comando da Aeronáutica
DEFENDER A PÁTRIA
GARANTIR OS PODERES CONSTITUCIONAIS, A LEI E A ORDEM
AEROESPACIAL NACIONAL
218
DIRSA - Diretoria da Saúde da Aeronáutica - realiza, através do
CEMAL (Centro de Medicina Aeroespacial, a seleção e o controle médico
periódico de pessoal aeronavegante.
219
compete planejar, gerenciar e controlar as atividades relacionadas à
segurança da navegação aérea, ao controle do espaço aéreo, às tele-
comunicações aeronáuticas e à tecnologia da informação. Como órgão
central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB),
compete ao DECEA planejar e aprovar a implementação de órgãos, e-
quipamentos e sistemas; bem como controlar e supervisionar técnica e
operacionalmente as organizações, subordinadas ou não, encarregadas
das atividades relacionadas ao SISCEAB (Congrega órgãos e serviços).
ATS – Air Trafic Services (Serviço de Tráfego Aéreo)
AIS – Aeronáutical Infomation Services
MET – Meteorology
COM – Comunication
SAR – Search and Rescue (Busca e Salvamento)
SRPV - Serviço Regional de Proteção ao Voo: órgão regulamenta-
do pelo Decreto n⁰ 5.196, de 26 de agosto de 2004, é a unidade regiona-
lizada do DECEA, responsável pela área de maior densidade de fluxo de
tráfego aéreo do Brasil.
Sediado no Aeroporto de Congonhas, o SRPV-SP é responsável pe-
lo gerenciamento das terminais de São Paulo e Rio de Janeiro, que in-
clui seus dois aeroportos de maior volume de fluxo aéreo do país: Con-
gonhas, Guarulhos, Tom Jobim, Santos Dumont, Marte e Jacarepagua.
220
disso, é sua missão incentivar e desenvolver a aviação civil, a infra-
estrutura aeronáutica e aeroportuária do país.
Originada a partir do antigo Departamento de Aviação Civil
(DAC), a ANAC é uma autarquia especial, com independência adminis-
trativa, com personalidade jurídica própria, patrimônio e receitas pró-
prias para executar atividades típicas da administração pública, que
requerem, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.
Missão
A missão da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) está previs-
ta no artigo 5º da Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, que de-
termina que a ANAC atuará como autoridade da aviação civil, e no arti-
go 8º, que determina que a ANAC deverá “adotar as medidas necessá-
rias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento
e fomento da aviação civil, da infraestrutura aeronáutica e aeroportuá-
ria do País, atuando com independência, legalidade, impessoalidade e
publicidade”.
Histórico
A Lei nº 11.182, que criou a Agência Nacional de Aviação Civil
(ANAC), foi aprovada em 27 de setembro de 2005. A ANAC, no entanto,
nasceu de fato em 20 de março de 2006. Sua diretoria colegiada, for-
mada por cinco diretores, é nomeada pelo presidente da República e
tem mandato de cinco anos.
A ANAC tem sua origem nas competências do Departamento de
Aviação Civil (DAC), que eram estabelecidas no art. 18 do Anexo I do
Decreto nº 5.196, de 26 de agosto de 2004, que dispunha: “...ao Depar-
tamento de Aviação Civil compete planejar, gerenciar e controlar as
atividades relacionadas com a aviação civil”. Portanto, em virtude des-
sa competência, o DAC qualificava-se como “autoridade aeronáutica”,
exercendo, por via de consequência, as atividades relacionadas a essa
221
função pelo Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei nº 7.565, de 19 de
dezembro de 1986).
Com o advento da Lei nº 11.182, de 2005, a atividade de autori-
dade aeronáutica foi transferida, com todas as suas responsabilidades,
para a ANAC, pelo disposto no §2º do art. 8º desse dispositivo legal,
confirmado pelo texto do art. 3º do Anexo I ao Decreto nº 5.731, de 20
de março de 2006.
A criação da agência reguladora seguiu uma tendência mundial. A
ANAC mantém com o Ministério da Defesa uma relação de vinculação,
ao passo que o antigo DAC era subordinado ao Comando da Aeronáutica.
Organograma da ANAC
Diretoria
Composição: Regime de cole-
giado, composta por 1 (um) Diretor-
Presidente e 4 (quatro) Diretores,
que decidirão por maioria absoluta,
cabendo ao Diretor-Presidente, além
do voto ordinário, o voto de qualida-
de.
Mandato: 5 (cinco anos).
Primeiros Mandatos: 1 Diretor por 3 anos; 2 Diretores por 4 a-
nos, 2 Diretores por 5 anos.
Vacância: mandato será completado por sucessor.
Reuniões: se realizará com a maioria de seus membros.
Diretor-Presidente: nas reuniões deliberativas, além do voto or-
dinário, cabe o voto de qualidade (no desempate).
As Decisões da Diretoria serão fundamentadas.
222
Órgãos Colegiados
O Conselho Consultivo da ANAC, órgão de participação institu-
cional da comunidade de aviação civil na Agência, é órgão de assesso-
ramento da diretoria, tendo sua organização, composição e funciona-
mento estabelecidos em regulamento.
Plenário (art. 103 do Regimento Interno da ANAC – Resolução nº
110/2009). Ao Plenário compete apreciar as matérias relacionadas com
aviação civil internacional que subsidiarão as decisões da Diretoria.
Parágrafo único. O processo de audiência pública poderá ser ins-
taurado nas reuniões do Plenário em assuntos pertinentes a relações
internacionais de competência da Agência.
Superintendências da ANAC
Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária (SIA)
Submeter à Diretoria projetos de atos normativos ou emitir pare-
cer sobre as seguintes matérias:
a) operação de infraestrutura aeroportuária e dos serviços con-
exos, inclusive dos serviços de prevenção, salvamento e combate a
incêndio em aeródromos civis, exceto sobre as atividades e procedi-
mentos relacionados com o sistema de controle de espaço aéreo e com
o sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos;
b) fiscalização do controle do perigo da fauna nos aeródromos;
c) planos diretores de aeroportos, planos de zoneamento de
ruído e planos e programas relacionados à segurança operacional de
aeródromos;
d) aprovação de Planos Diretores de Aeroportos;
223
modificação de produto aeronáutico importado;
e) certificação de aeronavegabilidade, incluindo aprovação de
aeronavegabilidade para exportação;
224
da exploração de infraestrutura aeroportuária;
e) proposta de extinção ou revogação de atos de outorga de ex-
ploração da infraestrutura aeroportuária;
225
Confira a localização e o endereço dos NURACs:
226
jurídico de empresas estrangeiras de transporte aéreo, para operarem
em território nacional;
c) O estabelecimento de bases e a elaboração de projetos de ins-
truções para a orientação de delegações brasileiras a congressos, con-
venções, assembleias, conferências, reuniões de consulta, conversações
e negociações atinentes à Aviação Civil Internacional;
d) A promoção de estudos relativos às questões de direito aero-
náutico, decorrentes de acordos, convenções e demais atos referentes à
Aviação Civil Internacional;
e) A promoção junto aos órgãos competentes, do cumprimento
dos atos internacionais sobre Aviação Civil Internacional retificados pelo
Brasil;
f) O estudo e a proposição das medidas julgadas adequadas à
constante atualização da Política Aeronáutica de Transporte Aéreo, no
campo internacional, observando seus fundamentos jurídicos, técnicos,
econômicos e correlatos;
g) A apreciação sobre:
Pedido de aumento de capacidade que seja, por alteração de
frequência, mudança de equipamento ou configuração;
A inclusão ou suspensão de escalas constantes dos quadros de
rotas dos acordos sobre transportes aéreos firmados pelo Brasil, bem
como das concessões unilaterais;
A necessidade de se estabelecer limitações ao levantamento de
tráfego acessório, quando este não estiver sendo exercido na conformi-
dade dos acordos sobre transportes aéreos firmados pelo Brasil e das
concessões unilaterais.
h) h. O apoio contínuo e permanente à Delegação Brasileira à
OACI estudando, orientando, coordenando e controlando para que todos
os assuntos relacionados com a aviação civil internacional, da responsa-
bilidade ou interesse do Brasil, sejam devidamente instruídos para mai-
or agilização. Os estudos e pareceres são encaminhados diretamente à
delegação Brasileira junto àquela Organização, após a aprovação do
Ministério da Aeronáutica.
Os resultados dos estudos e pareceres elaborados que requeiram
ação junto aos Governos estrangeiros e organizações internacionais,
após aprovação do Ministério da Aeronáutica, são encaminhados à apre-
ciação do Ministério das Relações Exteriores para que sejam promovidas
as providências cabíveis.
A CERNAI, no desempenho de seus encargos, mantém ligação di-
reta com o órgão central e elos do Sistema de Aviação Civil e com a
Delegação Brasileira junto à OACI.
227
Assistente: exercido por um Coronel da Ativa da Aeronáutica,
tem como atribuição básica organizar e distribuir para as assessorias
todas as solicitações dirigidas à CERNAI. Tem sob subordinação, a divi-
são de apoio que fornece todo o suporte para o funcionamento da Co-
missão.
Plenário: aprecia e delibera sobre as matérias relacionadas com
a aviação civil internacional que lhe forem submetidas pelo Presidente
da Comissão. É constituído pelo Presidente da CERNAI e mais 18 mem-
bros efetivos, representantes de diversos órgãos do Comando da Aero-
náutica, do Ministério das Relações Exteriores e da Embratur. A critério
da comissão, poderão ser convidados a participar das reuniões do Plená-
rio, na qualidade de Assessores sem direito a voto, representantes de
Empresas de Transporte Aéreo do Brasil que servem ao mercado inter-
nacional, além de pessoas cujos conhecimentos e experiência possam
contribuir para o desenvolvimento dos trabalhos.
Assessorias Setoriais: compostas por oficiais e civis da Aeronáu-
tica com experiência nas áreas jurídica, de navegação aérea e de trans-
porte aéreo internacional. Tem por finalidade realizar estudos e dar
pareceres que serão submetidos ao Plenário da CERNAI.
228
irá atuar. Os atuais credenciados como INSPAC devem ser submetidos a
teste de capacitação para a concessão de nova credencial.
Todo INSPAC deve realizar curso de reciclagem, no máximo, a ca-
da três anos.
CREDENCIAL: Todo INSPAC é designado para atuar em uma área
específica e esta designação é discriminada na sua credencial.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
229
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
230
8. Segurança de Voo
Conceito
Mitologia
Orientações de Dédalo
Não voar baixo
demais
Motivo: molhar as
Penas
Não voar alto de-
mais
Motivo: Derreter a
Cera
Histórico
231
balão.
232
SIPAER
Atividades
Prevenção (Principal Atividade).
Investigação.
Estrutura
5 órgãos SIPAER,
Comitê de prevenção,
Elos executivos,
Elementos credenciados.
Órgãos SIPAER
CENIPA
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos:
Órgão central do sistema.
Elabora normas do SIPAER fundamentados nos padrões contidos
no Anexo 13 da OACI.
Promove a segurança de Voo no âmbito da aviação civil e militar
do País, normatizando, planejando, controlando, coordenando e super-
visionando as atividades dos Elos SIPAER.
SERIPA
Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aero-
náuticos:
Planejam, gerenciam e executam as atividades relacionadas à In-
vestigação de acidentes aeronáuticos em sua jurisdição.
SERIPA 1– Belém ...................– COMAR 1
SERIPA 2– Recife ...................– COMAR 2
SERIPA 3 – Rio de Janeiro – COMAR 3
SERIPA 4– São Paulo – COMAR 4
SERIPA 5– Canoas – COMAR 5
SERIPA 6– Brasília – COMAR 6
SERIPA 7– Manaus – COMAR 7
233
DIPAA
Divisão de Investigação e Pesquisa de Acidentes Aeronáuticos:
Investiga e supervisiona a investigação de acidentes aéreos ocor-
ridos em todo o território nacional;
Investiga os acidentes do transporte aéreo Regular (Empresas Aé-
reas);
Elabora relatórios finais (RF); (Prova);
Sede em Brasília.
SIPAA
Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos:
Pertencem as estruturas dos SERIPAS;
Investiga acidentes de aviação Geral (aviões de Pequeno porte);
Sede nas Bases Aéreas.
GGIP
Gerência Geral de Investigação e Prevenção:
Pertence a estrutura da ANAC;
Apoia as atividades do SIPAER (não investiga, só acompanha).
CNPAA
Comitê nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos:
Entidade interministerial, integrada por representantes de di-
versos Ministérios e de todos os segmentos da Aviação Civil.
CIAA
Comissão de Investigação de Acidentes Aeronáuticos:
Grupo designado para investigar acidentes aeronáuticos especí-
ficos, devendo ser adequado às características desse acidente.
234
organizações;
Devem manter forte ligação com os órgãos SIPAER.
Fatores Contribuintes
Fator Humano
Aspecto Fisiológico: Participação de variáveis físicas e fisiológi-
235
cas que possam ter interferido no desempenho da pessoa envolvida, na
sua atividade.
Aspecto Psicológico: Participação de variáveis psicológicas a ní-
vel individual psicossocial e organizacional que possa ter interferido no
desempenho da pessoa envolvida.
Fator Material
Deficiência no projeto: Projeto da aeronave ou componentes
por inadequação do material estabelecido – controles, luzes, instrumen-
tos devido interferência induzido pela sua forma.
Deficiência de fabricação: Deficiência no processo de fabricação
por deficiência de montagem no material empregado ou no manuseio
deste durante o processo
Deficiência manuseio material: Participação do material devido
a falha prematura decorrente do manuseio, estocagem ou por utilização
sob condições inadequadas até sua entrada em operação ocasionando
alterações no seu comportamento previsto pelo projeto.
Fator Operacional
Deficiente manutenção: Participação do pessoal de manutenção
por inadequação dos serviços realizados, preventivos ou corretivos e do
trato de interpretação de relatórios, boletins ou ordens técnicas.
Deficiente supervisão: Participação de pessoas que não tripulem
por falta de supervisão, inadequada no planejamento ou na execução
das operações, a nível administrativo, técnico ou operacional.
Condições meteorológicas adversas: Participação de fenômenos
meteorológicos, interferindo no voo, e conduzindo a voos anormais.
Pouca experiência de voo na aeronave: É o erro cometido por
ocasião inadequada decorrente de pouca experiência na atividade aé-
rea, na aeronave, ou na operação.
Deficiente aplicação de comandos: Erro cometido por pilotos
por uso inadequado dos comandos da aeronave, em condições para as
quais estava habilitado.
Deficiente planejamento: Erro cometido por piloto decorrente
da inadequada preparação para o voo.
Deficiente julgamento: Erro cometido pelo piloto decorrente da
inadequada avaliação de determinados aspectos, estando qualificado
para aquela operação.
Deficiente instrução: Participação do processo de treinamento
recebido, por deficiência quantitativa ou qualitativa, que não atribuiu
ao instruído à plenitude das condições técnicas necessárias para o de-
sempenho da atividade.
Deficiente infraestrutura: Participação de todos os serviços de
infraestrutura aeronáutica incluindo as condições físicas operacionais
do aeródromo.
236
Indisciplina em voo: Desobediência intencional pelo piloto das
regras de tráfego aéreo, normas operacionais ou regulamentos, sem que
haja justificado motivo para tal.
Investigação
Inicia-se:
1º Relatório Preliminar – RP
2º Relatório de Investigação de Acidentes Aeronáuticos – RELIAA
3º Relatório Final – RF
Quando no curso de uma investigação de incidente ou acidente
aeronáutico houver indícios de transgressão, crime, ou contravenção o
comando investigador poderá mandar instalar em paralelo, sindicância,
inquérito policial militar (IPM) ou inquérito administrativo. Ou ainda
solicitará à autoridade civil a abertura de inquérito policial.
“No caso de aeronaves experimentais o acidente ou incidente não
será investigado pelo CENIPA ou SERIPA, e sim por autoridade policial,
com abertura de inquérito criminal”.
237
Relatórios
Acidentes Aeronáuticos
238
(trem de pouso).
Incidente Aeronáutico
Incidente Grave
Quando o acidente quase aconteceu.
A diferença entre incidente grave e acidente são as consequên-
cias.
Ocorrência de Solo
Clandestino a Bordo
239
mais tarde, já na madrugada de sábado (26).
Ciclo de Prevenção
Vistoria de Segurança
Pesquisa de fatores de potencial perigo.
Identifica situações insatisfatórias, registra, analisa e propõe
medidas preventivas ou corretivas.
Registra o fato, e não o agente (impessoal).
Programas Educativos
Reciclagem ou aperfeiçoamento de pessoa.
Pode ser fruto de recomendações provenientes de Vistoria de
Segurança ou de análise de Relatórios de Prevenção e Incidentes.
Análise de Tendências
Observação de equipamentos deteriorando, sua performance
perdendo rendimento ou não está atingindo níveis desejados.
Permite antecipar o problema.
Feita através de indicações provenientes de Vistoria de Segu-
rança e de Análise de Relatórios.
240
Relatório de Prevenção (RELPREV)
Responsabilidades
Comandante da Aeronave
Ao Comandante da Aeronave ou ao membro mais graduado da tri-
pulação que não estiver incapacitado, compete comunicar, pelo meio
mais rápido, sobre o acidente à organização do Comando da Aeronáuti-
ca. Deve promover:
Socorro imediato.
Relacionar testemunha capaz de informar fatos do acidente.
Operador
Notificação dos acidentes, incidentes e ocorrências de solo.
Prestar todas as informações solicitadas nos processos de inves-
tigação dentro dos prazos estabelecidos.
Manter ou providenciar guarda da aeronave acidentada ou de
seus destroços, bens nela transportados e de terceiros na superfície,
atingidos pelo acidente.
Comunicar diretamente os familiares das vítimas (os primeiros a
serem informados) e ao público em geral a ocorrência do acidente e a
relação de passageiros e tripulantes.
Ressarcimento de danos decorrentes da ocorrência.
Transportar / providenciar transporte aos sobreviventes, de a-
cordo com as condições exigidas pelo estado físico e de saúde.
241
Transportar/providenciar transporte dos restos mortais ao local
designado pela família.
Prover treinamento e aperfeiçoamento aos tripulantes quanto à
ação pós-acidente até a chegada das equipes de salvamento.
Divulgar a todos os operadores de equipamentos similares os fa-
tos significativos dos ensinamentos decorrentes da investigação.
Remoção da aeronave após da liberação do pessoal credenciado.
242
BLOCO III
Cabeça
Crânio
Topograficamente podemos delimitar o crânio como uma região a
partir dos supercílios para cima e para trás. É uma caixa óssea que abri-
ga o cérebro, cerebelo, a protuberância, o bulbo cerebral, os olhos e os
ouvidos. A parte principal dele, onde se situa o cérebro, chama-se caixa
craniana. Ela é formada pelos ossos frontais, temporais, occipitais, et-
moidais e esfenoidais.
Cérebro: é o componente central do sistema nervoso central
(SNC) que ocupa a parte superior e anterior da caixa craniana de onde
se originam os 12 pares de nervos cranianos, entre os quais, serão obje-
to de nosso estudo os nervos olfativos, óptico e auditivo.
Cerebelo: localiza-se postero-inferiormente ao cérebro, e tem
como função a coordenação Motora, participando também na manuten-
ção do equilíbrio portural.
Bulbo Cerebral: é seguimento mais inferior do SNC, que em dire-
ção ascendente dá continuidade a medula espinhal, estando situado
adiante do cérebro. Nele situam-se importantes centros vitais que con-
trolam a respiração e os batimentos cardíacos.
Aparelho Auditivo
É constituído essencialmente por três partes:
1. Ouvido Externo: é forma-
do pelo pavilhão auricular, e pelo
conduto auditivo externo. O pavi-
lhão tem estrutura cartilaginosa do
tipo hialina, revestida de pele, e
destina-se a captar os sons e ruídos.
Continua-se com um canal revestido
internamente de pele, dotado de
pelos e glândulas que fabricam a
cera ou cerúmen, o conduto auditi-
vo externo, que se limita interna-
mente pela membrana.
243
2. Ouvido Médio: também chamada de caixa do tímpano, é uma
cavidade cheia de ar, onde encontramos a membrana do tímpano, que
separa do ouvido externo. No ouvido médio estão localizados três ossí-
culos que se articulam entre si, o martelo, a bigorna e o estribo, Esse
último, o menor osso do corpo humano. Comunicando o ouvido médio
com o meio externo, encontramos a trompa de eustáquio, cuja princi-
pal função é igualar a pressão do ar sobre as superfícies da membrana
timpânica. O ouvido médio tem como função a transmissão das ondas
sonoras do ouvido externo ao ouvido interno, da sua cadeia de ossícu-
los.
Face
É determinada pelos super-
cílios para baixo, e pelos pavi-
lhões auriculares para frente. Seu
esqueleto é formado pelos ossos
maxilares, zigomáticos, nasais e
mandíbula.
Na face, nos maxilares, as-
sim como nos ossos frontal, et-
moide e esfenoide, localizam-se
importantes cavidades aéreas,
denominadas seios paranasais.
Em número de oito, os frontais (2), os maxilares (2), os etmoidais
(2) o os esfenoidais (2), servem para aquecer o ar inspirado que vai para
os pulmões, para tornar a cabeça mais leve, atuam como caixa de res-
sonância de voz, e ainda para igualar a pressão do seu interior com a
ambiental. Para o nosso estudo, nos interessa os seios frontais e os ma-
xilares por serem mais amplos, não tuberculados.
Aparelho Visual
Também localizado na cabeça, o aparelho visual é formado pelo
244
globo ocular e seus anexos. O globo ocular é o receptor externo do apa-
relho visual. Os olhos são importantes órgãos dos sentidos. Eles reco-
lhem informações sobre o mundo à volta e as enviam ao cérebro, onde
elas são processadas para que possamos vê-las como imagens. Somente
a íris, a pupila e a córnea são visíveis externamente. Alojado nas cavi-
dades orbitárias, o globo ocular é constituído por três túnicas ou cama-
das, a saber:
Túnica externa, túnica fibrosa formada pela:
Córnea, porção mais anterior e menor, mais abaulada e trans-
parente.
Esclera, a arte branca do olho é maior e menos abaulada e o-
paca.
Túnica média, camada vascular, a úvea, formada pela:
Íris, com a abertura central circular da pupila.
Corpo ciliar, com o músculo ciliar, e os processos ciliares.
Coroide é a camada vascularizada do olho.
Túnica interna, constituída pela retina.
Faz parte ainda das estruturas do olho, o cristalino, que é uma
lente biconvexa, que divide o olho em duas câmaras; uma anterior,
onde circula o humor aquoso, e outra posterior, onde circula o humor
vítreo.
Os órgãos anexos do globo ocular são os supercílios, as pálpebras,
os cílios, o aparelho lacrimal, e os músculos extrínsecos do olho.
O corpo ciliar é um conjunto de músculos que inseridos na corói-
de, unem-se aos ligamentos suspensores do cristalino. A ação desses
músculos ocasiona o mecanismo da acomodação visual.
A íris é a parte colorida dos olhos. Dentro dela, existe um múscu-
lo circular chamado esfíncter, cujo movimento controla o diâmetro da
pupila. Alterando o diâmetro da pupila, a íris, regula a quantidade de
luz que entra no globo ocular. Ela reduz o diâmetro para evitar o ofus-
camento em ambientes muito claros; ou o aumenta para permitir que
se enxergue em locais mal iluminados. O ajuste do diâmetro da pupila
também ajuda a colocar em foco objetos, tanto próximo quanto distan-
tes.
A dilatação da pupila chama-se midríase. Quando ela se contrai
chama-se miose. Se as pupilas apresentam diâmetros iguais, diz-se que
são isocóricas. Caso contrário, se mostram diâmetros diferentes, são
ditas anisocóricas.
A retina é a região fotossensível do olho. É a membrana que re-
veste o fundo do olho em sua quase totalidade, onde estão localizadas
as células denominadas cones e bastonetes.
Os cones são responsáveis pela visão de cores, e os bastonetes,
pela visão noturna. A imagem formada na retina é invertida. Todavia,
no córtex cerebral a decodificação nos permite enxergar os objetos em
posição normal.
245
O globo ocular é
opticamente compara-
do a uma máquina
fotográfica comum,
visto que é dotado de
umsistema de lentes, o
cristalino, a córnea, o
humor aquoso e o ví-
treo; um sistema que
se assemelha ao dia-
fragma, a íris; e a reti-
na que corresponde ao
filme da máquina onde
as imagens são impres-
sas.
Tronco
CERVICAIS 7 VÉRTEBRAS
DORSAIS OU TORÁCICAS 12 VÉRTEBRAS
LOMBARES 5 VÉRTEBRAS
SACRAS 5 VÉRTEBRAS
COCCIGIANAS 4 VÉRTEBRAS
246
vertebrais, existe uma estrutura semelhante a um disco, constituído de
cartilagem fibrosa na sua periferia, e de um núcleo pulposo central,
que serve como coxim amortecedor dos impactos que a coluna recebe,
denominado “disco intervertebral”. Eventualmente, por ação de um
brusco movimento da coluna vertebral, esse disco pode sair da sua posi-
ção normal, formando a hérnia de disco.
Ainda no tronco, dentro da cavidade torácica, encontramos ór-
gãos, pertencentes ao sistema respiratório e circulatório.
Sistema Respiratório
O sistema respiratório capta do ar o oxigênio e o remove do corpo
o dióxido de carbono. Ou seja, ele promove a troca gasosa entre os
níveis celulares no organismo e o meio ambiente. A respiração com-
preende três fases distintas:
Ventilação: é a fase do ar em movimento dentro e fora dos pul-
mões
Transporte: é a fase na qual o oxigênio, por difusão atravessa as
paredes alveolares indo ter à corrente circulatória entrando nas hemá-
cias.
Troca Gasosa: se processa durante toda a respiração, na qual o
oxigênio é transportado pelas hemácias até as células teciduais. O oxi-
gênio é utilizado e o dióxido de carbono é produzido.
247
Traqueia:
é um tubo de 12
cm de compri-
mento e 2,5cm
de largura que
liga a garganta
aos pulmões
através dos
brônquios. A
frente e as late-
rais da traqueia
são envolvidas
por 16 a 20 anéis
cartilaginosos
em forma de “C”
que a mantém
rígida evitando
seu colabamen-
to. Assim sendo
ela está aberta o
tempo todo para
a passagem de
ar. A parte interna é revestida por tecido epitelial ciliado, que com o
muco lá existente, atua na remoção das impurezas inspiradas. É nesta
região que é feito a traqueotomia como medida extrema.
Pulmões: são os órgãos da respiração. Localizados um de cada la-
do do interior da caixa torácica, ligados à traqueia pelos brônquios.
Com textura esponjosa e macia lhe permite distender e relaxar quando
respiramos. No seu interior vamos encontrar numerosas dilatações vesi-
culares semelhantes a cachos de uvas, os alvéolos pulmonares, onde se
processam as trocas gasosas.
Mecanismos da Respiração: separando a caixa torácica da abdo-
minal existe um músculo denominado diafragma. Na inspiração normal
o diafragma se contrai e se achata, fazendo pressão para baixo. Assim,
o volume torácico aumenta, tornando a pressão interna na cavidade
pleural menor (negativa) que a externa. Com isso o ar desce velozmen-
te pela traqueia, brônquios e bronquíolos até os alvéolos pulmonares. O
ar inspirado contem cerca de 21% de oxigênio e 0,04% de dióxido de
carbono. Na expiração normal, o diafragma relaxa e curva-se para ci-
ma, acentuando seu formato abaulado, isso reduz seu volume torácico,
tornando a pressão no interior da cavidade pleural (positiva) maior que
a externa. O ar então comprimido pelos pulmões sai pelo nariz. O ar
expirado contem cerca de 16% de oxigênio e 4% de dióxido de carbono.
A troca gasosa que se opera ao nível dos alvéolos pulmonares chama-se
hematose. A frequência respiratória no adulto jovem gira em torno de
20 movimentos por minuto. Diz-se que estamos diante de uma respira-
248
ção normal, normopneia ou eupneia. Dispneia é a dificuldade respirató-
ria, taquipneia é o aumento da frequência respiratória, bradpneia é a
diminuição da frequência e a parada respiratória é a apneia.
Sistema Circulatório
O coração é o órgão
central do sistema circulató-
rio, sendo basicamente uma
bomba muscular oca, que
funciona o tempo todo impe-
lindo o sangue através dos
grandes vasos que dele par-
tem e ali chegam (artérias e
veias) para todo corpo. Vasos
menores, em sua superfície,
abastecem-no de nutrientes e
oxigênio, e removem resí-
duos, como o gás carbônico.
O miocárdio é o músculo cardíaco que se contrai e relaxa graças
ao seu automatismo e localizam-se entre os dois pulmões, repousa so-
bre o diafragma, com cerca de 2/3 do seu volume no lado esquerdo do
tórax.
Divide-se em: de um lado ficam o átrio e o ventrículo esquerdo,
do outro o átrio e o ventrículo direito. O lado direito recebe sangue
pobre em oxigênio e o esquerdo sangue rico em oxigênio.
O sangue é um
tecido resultante de
uma combinação de
elementos sólidos flu-
tuando num líquido.
Os elementos sólidos
são as células sanguí-
neas, ou glóbulos,
(vermelhos e brancos)
e as plaquetas que
constituem até 45%
do volume total.
Os glóbulos vermelhos ou hemácias apresentam uma forma dis-
coide e são ricos em um pigmento (proteína) denominados hemoglobina
que encerra um alto teor de ferro e apresenta uma grande capacidade
de combinar-se com o oxigênio formando a oxihemoglobina e mais ain-
dacom o dióxido de carbono, formando a carboxihemoglobina ou car-
baminohemoglobina. Em número de 6.000.000/mm 3 de sangue, as he-
mácias conferem a cor vermelha ao sangue e têm como função o trans-
porte do oxigênio para todas as células do organismo e remover o dióxi-
do de carbono resultante do trabalho das células.
Os glóbulos brancos ou leucócitos, em número de 5.000/mm3 de
249
sangue, têm como função promover a defesa do organismo contra a
invasão de corpos estranhos e microrganismos causadores de doenças.
Eles possuem a capacidade de envolver e digerir esses organismos cau-
sadores de doenças, ocasionando a distribuição dos que exercem impor-
tante papel no nosso sistema de defesa imunológica produzindo anti-
corpos contra as diferentes doenças infectocontagiosas que nos acome-
tem.
As plaquetas ou trombócitos são fragmentos celulares que em
número de 300.000/mm3 de sangue têm como função atuar na coagula-
ção sanguínea.
As células do sangue são produzidas na medula vermelha dos os-
sos do crânio, coluna vertebral, bacia, esterno, costelas e na cabeça
dos ossos longos. Uma hemácia tem uma vida média em torno de 120
dias.
O sangue circula no corpo por duas rotas principais: entre o cora-
ção e os pulmões, para captar oxigênio – a pequena circulação – e entre
o coração e o resto do corpo para fornecer oxigênio e nutrientes as
células teciduais – a grande circulação.
Através de dois grandes vasos, a veia cava inferior e superior, to-
do o sangue do organismo, rico em gás carbônico, é levado ao átrio
direito do coração. Daí passa para o ventrículo correspondente. Desta,
pela contração (sístole) cardíaca o sangue vai até os pulmões através do
tronco arterial pulmonar, (artéria pulmonar D e E), onde, graças ao
fenômeno da hematose, cede gás carbônico e recebe oxigênio. Já oxi-
genado, o sangue retorna ao coração pelas 4 veias pulmonares D e E,
que se abrem no átrio esquerdo. Dessa câmara o sangue passa para o
ventrículo do mesmo lado, sendo em seguida impulsionado novamente
pela sístole cardíaca através da artéria aorta para todo o organismo.
O volume de sangue circulante no organismo é algo em torno de
5.000ml estando aí, inclusos, todos os líquidos presentes no nosso orga-
nismo. A esse volume líquido chama-se volemia. Quando por qualquer
motivo esse volume diminui (hemorragias, desidratação intensa, etc.),
diz-se que há uma hipovolemia.
Abaixo do diafragma, encontra-se a cavidade abdominal, onde de
encontram parte dos órgãos pertencentes ao sistema digestivo e a tota-
lidade dos órgãos que compõem os sistemas: urinário e o reprodutor
feminino e masculino.
Membros
Superiores
Cintura escapular: compreende as escápulas (antigas omopla-
tas), as cabeças dos úmeros correspondentes, e as clavículas, que se
250
articulam na frente com o esterno.
Braço: cuja estrutura óssea é formada por um único osso, o ú-
mero.
Antebraço: formado por dois ossos, o rádio e a ulna.
Mão: dividida em carpo (com 8 ossos dispostos em duas fileiras),
metacarpo (com 5 ossos), e dedos ou quirodáctilos, subdivididos em
falanges e falangetas (com 14 ossos).
Inferiores
Cintura pélvica: formada pelos ossos da pelve, as cabeças dos
fêmures e a coluna sacrococcigiana, com a qual se articulam.
Coxa: cujo esqueleto é formado por um único osso, o fêmur,
que é o maior osso do corpo humano.
Perna: cuja estrutura óssea é representada pela tíbia e fíbula.
Pé: subdividido em tarso ou tornozelo (formado por 7 ossos),
metatarso (formado por 5 ossos), e dedos ou pododáctilos, subdivididos
em falange, falanginha e falangetas (com 14 ossos).
Movimentando os diferentes segmentos e componentes do orga-
nismo, existem os músculos, que de acordo com sua natureza, temos:
músculos esqueléticos ou voluntários (bíceps, tríceps), presos aos ossos
que constituem o esqueleto, movimentam-se de acordo com a nossa
vontade. Músculos lisos ou involuntários, que constituem a maior parte
dos nossos órgãos internos (estômago, intestinos, útero), e funciona
independente da nossa vontade. E o músculo cardíaco que embora seja
estriado, tem seu automatismo próprio. Um músculo apresenta na sua
constituição células, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e fibras nervo-
sas.
Pele
251
organismo contra estímulos lesivos que podem ser físicos, químicos elé-
tricos, térmicos ou ainda biológicos.
Quando íntegra, a pele bloqueia organismos patogênicos, não
permitindo sua entrada no corpo, e, mesmo tempo, evita a perda ex-
cessiva de água, eletrólitos e proteínas para o meio externo.
Para podermos utilizar com segurança os kits de primeiros socor-
ros, devemos conhecer algo sobre os parâmetros clínicos.
Higiene e Saúde
252
na).
Normas de Vacinação
Atualmente a única doença contra a qual se exige certificado in-
ternacional de vacinação é a febre amarela. As autoridades sanitárias
poderão exigir o certificado de vacinação antiamarílica a todo passa-
geiro que, estando em uma área infectada, desejar empreender uma
viagem internacional ou a todo passageiro internacional que chegue a
uma área infectada.
O Brasil adota as seguintes exigências de vacinação para entrar
no país:
Febre amarela: é exigida a vacinação dos passageiros proveni-
entes de áreas infectadas e que chegam ou se destinam à área de Be-
lém do Pará.
Poliomielite: é exigida a vacinação de crianças de três meses a
cinco anos de idade quando é solicitado vista de entrada no Brasil e a
criança é de nacionalidade brasileira.
Tétano, difteria coqueluche, tuberculose e sarampo: obrigatória
para todos os menores de um ano, residentes no país.
Vigilância Epidemiológica
O controle das doenças transmissíveis é dentre os Programas de
Saúde do Governo, o que deverá ter maior prioridade. Inúmeras são as
atividades requeridas para que seus objetivos e metas sejam cumpridos,
tais como:
Vacinação;
Saneamento básico;
Melhoria da habitação;
Educação para a saúde;
Investigação e epidemiológica;
Controle de doentes e comunicantes.
A notificação de doenças, um dos elementos fundamentais no
controle das doenças transmissíveis e contribui de dois modos distintos.
1. Possibilidade de descoberta de novos casos de doenças, e o
desencadeamento da investigação e das ações de controle dos comuni-
cantes e do meio ambiente;
2. Permite, graças as informações decorrentes das notificações e
investigações, análise do comportamento epidemiológico das doenças, a
avaliações dos programas elaborados e a fixação de novas metas e prio-
ridades.
Assim sendo, podemos conceituar Vigilância Epidemiológica como
sendo o alerta permanente e responsável em relação à ocorrência e
distribuição das doenças e dos fatores ou condições que propiciem o
aumento do risco de transmissão ou da gravidade das doenças.
São, portanto, de notificação compulsória as autoridades sanitá-
253
rias os casos suspeitos ou confirmados de:
Doenças que podem implicar em medidas de isolamento ou qua-
rentena, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI);
Doenças constantes da relação elaborada pelo Ministério da Sa-
úde para cada Unidade da Federação, a ser atualizada periodicamente.
As doenças abaixo relacionadas são objeto de notificação compul-
sória em todo o território nacional, bem como de investigação epidemi-
ológica.
Febre amarela;
Cólera;
Tuberculose;
Tétano;
Doenças meningocócicas e outras meningites;
Febre tifoide;
Leishmaniose (vísceral e cutaneomucosa)
Encefalite por arbovírus;
Esquistossomose;
Malária;
Doenças de Chagas;
Sífilis;
Gonorreia;
AIDS.
Enfermidades
Malária
É uma doença causada por uma das espécies de protozoário do
gênero plasmodium. Seu período de incubação é, em média, de 12 dias.
No Brasil, ocorre malária por plasmodium falciparum, causador de terçã
maligna e plasmodium vivax, causador de terçã benigna. Raramente
pelo plasmodium malarie.
A transmissão ocorre através da picada de mosquito de gênero
anopheles. Para que a doença se propague, há a necessidade que o cicio
“homem doente – anofelino – homem são” se complete. Raramente a
transmissão ocorre por transfusões de sangue, e, excepcionalmente
pela via congênita. A morbidade é elevada em região com vegetação
exuberante e clima quente e úmido. No Brasil a Malária é endêmicana
Região Amazônica e Centro-Oeste. Em São Paulo verificou-se casos iso-
lados de malária no Vale da Ribeira e em pontos da fronteira com o
Mato Grosso (Pantanal Matogrossense). O paciente apresenta febre alta
e intermitente acompanhada de intenso calafrio, que o acomete a cada
24, 36 ou 48 horas. Na forma maligna os sintomas são bem mais inten-
sos, podendo a febre chegar até 41°C. As complicações mais frequentes
são: insuficiência renal aguda, choque, encefalite, coma malárico, e
edema agudo dos pulmões seguido de morte. O encontro do parasita no
254
sangue do paciente dá o diagnóstico da doença.
Na terçã benigna a evolução é favorável. Pode se tornar crônica
em 20% dos casos em que o diagnóstico não é feito precocemente, ou o
tratamento é mal orientado, não combatendo as formas teciduais. Na
terçã maligna, a evolução é menos favorável, e depende da presteza
com que a doença for diagnosticada, o tratamento for estabelecido de
imediato, e não ocorram complicações. O tratamento é feito com o
emprego de antimaláricos, objetivando sempre combater as formas
periféricas e teciduais.
Febre Amarela
É uma doença aguda de início abrupto, caracterizada por febre
alta com calafrios, perda de albumina pela urina (albuminúria), e vômi-
to hemorrágico. Estes três sintomas caracterizam a doença, que é pro-
duzida por vírus.
A febre amarela pode ser encontrada no Brasil nos estados do AM,
PA, AC, RO, AP e MT. Com um período de incubação de 3 a 6 dias, fase
em que já se encontra o vírus no sangue do enfermo sua transmissão
ocorre pela picada de um mosquito. O Aedes aegypti leva cerca de 12
dias até se desenvolver e atingir a proboscídea do inseto, isto é, a parte
do organismo com a qual pica a vítima. Ao fazê-lo, ele injeta o vírus da
febre amarela, e se a pessoa estiver susceptível, contrairá a doença.
Existem dois tipos da doença: a febre amarela urbana e a silves-
tre. A forma urbana pode ser controlada pela erradicação do mosquito.
Já a silvestre é impossível de ser controlada, visto que o vírus é encon-
trado nas flores no seu reservatório natural que são certos tipos de ma-
cacos. O Aädes aegypti se desenvolve em águas limpas coletadas em
vasilhas expostas ao tempo, em xaxins, em pratos com água, etc. É um
pernilongo de hábitos diurno e domiciliar.
Como sintomas e sinais, os enfermos queixam-se de dor de cabe-
ça intensa, e fortes dores nas costas. Apresenta febre alta com pulso
lento, o que, em medicina se chama “sinal de Faget”, e icterícia, isto
é, a coloração amarelada da pele e das mucosas, fato que confere o
nome à doença. A icterícia se deve à destruição das células do fígado e
a passagem para a corrente de sanguínea de grande quantidade de bilir-
rubina. Surge também vômito de sangue escuro (hematêmese) e conse-
quentemente, evacuações de sangue também escuro (melena). Podem
surgir pontos hemorrágicos na pele, as petequeias e sangramento pelas
gengivas. Seguem-se hipotensão, delírio, choque, convulsões e coma. É
doença que deixa o paciente muito prostrado, podendo levá-lo ao óbito
em duas semanas. Os doentes que conseguem sobreviver ficam imunes
para toda vida. A mortalidade é alta, em virtude de não haver trata-
mento específico. Faz-se o tratamento sintomático com analgésicos,
antitérmicos, hidratação e com todos os cuidados de enfermagem.
255
Doença de Chagas
É doença sistêmica, infecciosa, endêmica, causada por um proto-
zoário, o Trypanosoma cruzi. Intensamente disseminada nos estados de
GO, MG, BA, SP, PR, RS, CE, PE e PB, a doença se apresenta de forma
endêmica. Mais conhecida como doença de chagas, a tripanossomíase
cruzi, é uma doença transmitida por insetos que durante o dia, vivem
escondidos nas frestas das casas de taipa na zona rural, conhecidos com
barbeiro ou chupança.
À noite, eles saem do esconderijo e picam as pessoas adormeci-
das, geralmente nas pálpebras e na região da barba. Decorrido o perío-
do de incubação que é de 5 a 14 dias, o enfermo apresenta febre, aste-
nia, falta de apetite e dor de cabeça. Pode ocorrer também adenome-
galia, hepatoesplenomegalia e edema. É a fase aguda da doença.
No entanto o maior problema da doença de chagas é a sua fase
crônica, quando o Trypanosoma cruzi se assenta no coração, esôfago e
intestino grosso, causando aumento de volume desses órgãos. No cora-
ção determina a miocardite chagásica com alteração elétrica das fibras
cardíacas, o que leva com frequência a morte súbita.
A profilaxia da doença de chagas consiste na educação sanitária,
melhoria da situação socioeconômica da população, e no combate ao
triatomídeo.
Quando ao tratamento, ainda não existe uma forma definitiva de
combate específico da doença. No comércio encontramos disponíveis os
medicamentos Nifortimox e Benzonidazol, ambos com sérios efeitos
colaterais.
Cólera
É uma doença aguda de início, causada por um bacilo, o vibrião
colérico, encontrado nas fezes. Originária da Índia, a doença expandiu-
se para o mundo todo. Uma das últimas pandemias de cólera ocorreu no
Egito em 1974, quando 10.265 pessoas morreram em apenas dois meses.
Deduz- se que a cólera coexista com populações de situação sócio eco-
nômica precária como doença endêmica.
O período de incubação é de 1 a 3 dias, e os sintomas iniciam
com o surgimento abrupto de diarreia líquida, em grande quantidade,
branco-acinzentada, contendo pedaço de muco. Não há cólicas abdomi-
nais, nem controle do esfíncter anal. Surgem também vômitos profusos.
Essa fase é chamada de período de evacuação, e dura de 2 a 12 horas.
Em seguida, em virtude da intensa desidratação, a pele se torna frouxa,
os olhos encovados, e o paciente apresenta um ar patético, e grande
ansiedade.
Como é grande a perda de eletrólitos e potássio, o enfermo passa
a ter câimbras intensas. O paciente não perde a consciência, mas seu
estado de prostração e astenia é muito grande. Chama- se essa fase de
período de colapso. Se o paciente sobrevive a esse estágio dramático da
doença, em quatro a cinco dias entra na fase de convalescença. É o
256
chamado período da reação.
Para prevenir-se de contaminações, recomenda-se que a pessoa
faça o tratamento da água que vão ingerir, seja pela ebulição ou com
tabletes de cloro ou de iodo. Não se devem ingerir alimentos crus. De-
ve-se ferver o leite ou usar o pasteurizado; selecionar os lugares de
estada de insetos, moscas, e onde os alimentos podem ser manipulados
por pessoas sadias.
Existe vacinação contra a cólera. Todavia, a Organização Mundial
da Saúde constatou que somente 50% das pessoas vacinadas adquiriram
imunidade, fato que levou à dispensa da vacinação, visto que havia o
perigo de, algumas pessoas, acreditando estarem imunes, se descuidas-
sem das medidas preventivas, chegando a contrair a doença. A cólera é
facilmente tratada com o emprego de antibióticos.
257
Febre Tifóide
É uma doença febril aguda transmissível e com grave comprome-
timento sistêmico, causada por um bacilo, Salmonella typhi. Sua inci-
dência é grande, nas áreas carentes de saneamento básico, e é transmi-
tida somente ao ser humano através do ciclo anal – fecal – oral, por
água e alimentos contaminados com excreções humanas, doente agudo
e portadores sãos. São pessoas que albergam no seu organismo a Salmo-
nella typhi, porém não apresentam os sintomas da doença, e, portanto,
capazes de transmiti-la a outras pessoas.
Os sintomas iniciais são perda de apetite, prostração, dor de ca-
beça intensa e contínua, desconforto abdominal e náuseas. Nos casos
graves há confusão mental, delírio e coma. É muito comum diarreia
sanguinolenta; e a morte geralmente ocorre por perfuração intestinal e
hemorragias.
O diagnóstico da doença pode ser facilmente realizado através da
cultura de sangue, das fezes, ou por uma reação feita no soro do doen-
te denominada Reação de Vidal. É doença de notificação compulsória, e
o enfermo deve ficar em hospital de isolamento. O cloranfenicol é o
antibiótico de eleição no combate da Salmonella typhi.
Febre Paratifoide
Esta é muito mais frequente que a febre tifoide. Seus sintomas
são mais brandos, e é causada pela Salmonella oaratyphi.
Micoses Superficiais
São doenças causadas por fungos, microrganismos popularmente
conhecidos como “bolores”, que podem atingir a pele, as unhas e o
couro cabeludo das pessoas, independentemente de idade, sexo ou cor.
A doença se manifesta através de vermelhidão da pele, descama-
ção e prurido. Pode ocorrer dos fios do cabelo que se quebram próximo
à raiz; e deformidade e escurecimento das unhas. Entre outras, pode-
mos citar alguns tipos comuns de micoses superficiais como o pano
branco (ptiriase versicolo), a impingem do couro cabeludo (tinha capi-
tis), impingem da pele glabra (tinha córporis) e a frieira ou pé de atleta
(dartro).
A prevenção das micoses superficiais deve ser feita através dos
cuidados que se deve tomar com o corpo, como secar bem os pés após o
banho; evitar o uso de sapatos fechados, principalmente no verão; usar
meias sempre limpas e secas, bem como pó antisséptico nos pés.
O tratamento normalmente é feito a base de antimicóticos por
via oral ou tópica em forma de loções, creme ou pós. A persistência no
tratamento é a base do sucesso para a cura.
Dengue
É uma doença causada por vírus que pode se manifestar branda
ou hemorrágica. Desde 1986, no Rio de Janeiro, quando foi registrada a
258
epidemia, a doença é controla por ações dos Municípios, Estado e Uni-
ão.
A pior epidemia aconteceu em 1991, quando foram registrados
52.231 casos. A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito
Aedes aegypti. O inseto é a apenas um hospedeiro do vírus. Ele só
transmitirá a doença se houver picado algum portador de vírus. Existem
dois tipos de dengue:
Clássica: existem quatro vírus que transmitem quatro tipos clássi-
cos de dengue. No Brasil, só predominam os tipos 1 e 2.
Hemorrágica: quem já teve a dengue clássica, se contrair nova-
mente o vírus, pode desenvolver a dengue hemorrágica. A forma he-
morrágica ocorre a partir do contato do novo vírus com os anticorpos
criados na primeira contaminação.
Sintomas
Febre alta;
Calafrios e tremuras;
Dor de cabeça;
Fraqueza;
Falta de apetite
OBS: Nos casos de dengue hemorrágica, os doentes apresentam
também sangramento através da pele, intestinos, gengivas e narinas,
provocando a queda da pressão arterial, podendo levar a morte.
Tratamento
Ao sentir os primeiros sintomas, procure o Posto de Saúde mais
próximo.
Não se automedique. Os sintomas da dengue são parecidos com
os de uma gripe forte.
Não tome aspirinas ou AAS na tentativa de aliviá-los.
Como evitar
Não existe vacina contra a dengue. A solução é manter o quin-
tal livre de pneus, copos, latas e quaisquer recipientes que possam
acumular água e facilitar a reprodução do mosquito.
Mantenha os vasos de plantas secos. Nos vasos de plantas aquá-
ticas é preciso, depois de despejar a água, passar uma lixa ou esponja
áspera, por dentro, para garantir a remoção dos ovos que podem sobre-
viver até 450 dias.
Informações Importantes
Todas essas doenças antes mencionadas podem ser transmitidas e
contagiar as pessoas que entram em contato com portadores. E, para
que isso não ocorra, há necessidade do conhecimento e de técnicas
apropriadas para um convívio adequado às nossas necessidades.
Na aviação, é proibido ao portador de doença infectocontagiosa
259
viajar em aviões comerciais. O ideal seria transportar esses pacientes
em aviões ambulância. Mas, infelizmente isso não acontece e, nessas
horas, somos obrigados a ter conhecimentos que nos ajudem superar o
fato.
Todas as enfermidades infectocontagiosas têm um período que
vai, do momento em que houve o contato, até o aparecimento dos sin-
tomas. É o chamado período de incubação, o qual é bem variado, e
depende do agente infectante que pode ser um vírus, uma bactéria ou
outros patógenos. A seguir estão relacionados alguns exemplos de perí-
odos de incubação.
Assim sendo, existe tempo suficiente para que, se por ventura al-
gum tripulante entrar em contato com um passageiro doente, ter a
informação correta de como se prevenir, recorrendo ao departamento
médico de sua empresa.
Todavia deve-se enfatizar que a melhor prevenção contra essas
doenças é a vacinação. E as vacinas, quando existentes, são imuniza-
ções preventivas, com resultados probatórios. Assim sendo, é necessário
que sejam vacinados todos aqueles que entraram em contato com doen-
tes, ou mesmo o público em geral, principalmente quando existe a
possibilidade da ocorrência de surtos epidêmicos do deslocamento para
áreas endêmicas, ou a permanência em ambiente confinado, como é o
caso da aeronave.
Algumas vacinas são obrigatórias, por isso, é muito importante
perguntar aos pais, quais foram às doenças infectocontagiosas que ti-
vemos na infância e quais as vacinas tomadas; e, no caso de dúvida,
reforçá-las. Dependendo da localidade para onde o voo se realiza, exis-
te a necessidade de se fazer vacinação preventiva:
260
VACINAS OBRIGATÓRIAS NA AVIAÇÃO COMERCIAL
Febre Amarela
Tétano
VACINAS IMPORTANTES
DParotidite (Caxumba) Meningite Tipo B Cólera Rubéo-
i la
GVaricela (Catapora) Hepatite A e B Tuberculose
f
r
t
i Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)
e
p Gonorreia ou Blenorragia (Venérea)
r
e É uma doença através do contágio sexual, causada por uma bac-
i
téria,
a o diplococo denominado Neisseria agonorrheae. Após um período
de incubação de 2 a 5 dias, a doença se manifesta subitamente, cau-
sando no homem, desconforto uretral, seguido frequentemente de ar-
dor e dor à micção, e a eliminação de secreção purulenta pelo meato
uretral. É a uretrite anterior aguda que pode ascender e atingir à uretra
posterior, próstata, vesículas seminais e o epidídimo. Na mulher pode
causar uretrito e cervícites assintomáticas em cerca de 80% dos casos.
Algumas vezes ocorre secreção vaginal. A doença pode causar esterili-
dade, principalmente na mulher, bem como artrite, faringite e até en-
docardite e meningite. No recém-nascido, pode causar cegueira.
A doença é facilmente diagnosticada através da pesquisa dos go-
nococos em esfregaço da secreção purulenta. Seu tratamento é feito à
base de penicilina procainada na dosagem de 2.400.000
U.I em cada nádega, precedida de 1g de Probenecid por via oral,
uma hora antes. Para os sensíveis à penicilina, pode-se apelar para a
Tetraciclina ou Ampicilina.
261
lumosa e indolor.
Sífilis Secundária: caracterizada por uma erupção cutânea loca-
lizada ou generalizada, as roséolas sifilíticas, pequenas manchas aver-
melhadas e altamente contagiosas, que depois se infiltram passando; à
forma de sifilides papulosas, acompanhadas de queda do cabelo em
forma de clareiras, placas na mucosa da boca, altamente contagiosa
pelo beijo ou felação.
Sífilis Terciária: aparecem muitos anos após terem desapareci-
dos os sintomas e sinais da fase secundária. Nesta fase a doença atinge
órgãos nobres como a medula espinhal, o cérebro, os sistemas músculo-
esquelético e cutâneo, ocasionando dores intensas, paralisias, demên-
cia paralítica, a ortite sifilítica, estenose coronariana, perfuração do
palato mole, destruição do septo nasal, etc.
A doença é facilmente diagnosticada com a pesquisa do trepone-
mo em material colhido das lesões ou exames sorológicos (VDRL). E o
tratamento, é feito com penicilina benzatina 2.400.000 U.I, duas doses
de 7 em 7 dias.
Herpes Simples
É uma doença causada por um vírus, o Herpevirus hominis Tipo 2.
Trata-se de uma dermatose vesiculosa que de uma forma geral, disse-
mina-se através do contato sexual com um parceiro que na ocasião está
com herpes genital, ou pelo contato urogenital com uma pessoa porta-
dora de herpes labial em atividade.
Com um período de incubação que vai de 2 a 20 dias, inicialmen-
te surge um ardor tipo queimação, prurido (coceira) ou inchaço no pon-
to do órgão genital atingido. Depois vesículas que logo se rompem,
formando uma única úlcera bastante dolorosa, apresentando secreção
branco acinzentada, que tendem à cicatrização, sem deixar vestígios. É
comum a recidiva do processo, e quase sempre nos mesmos locais. A
doença é altamente contagiosa, mesmo que o paciente não apresente
ulceras e persiste por toda vida. A infecção neonatal parece ocorrer
quando a mãe esta com vesículas ou eliminando o vírus no momento do
parto. Evidentemente que com manobras obstétricas adequadas, o risco
de infecção pode ser reduzido a zero.
Os locais preferencialmente acometidos pelo herpes genital são,
no homem, a glande, o prepúcio, o escroto e o períneo. Na mulher, o
monte de vênus, períneo, pequenos e grandes lábios, clitóris, vagina e o
colo do útero. Antes das lesões surgirem, o paciente poderá sentir sin-
tomas prodrômicos, tais como sensação de queimação ou suave ardor na
área genital, nevralgia nas nádegas ou na região inguinal atingindo até
as coxas, que perduram por 24 horas.
262
nal (stress), e a fadiga. As lesões normalmente surgem do mesmo modo
que a herpes genital, localizando-se nos lábios, junto à borda vermelha,
e evoluem igualmente para a cura. A estomatite herpética ocorre com
bastante frequência após o contato urogenital.
Até o presente momento não existe tratamento específico para a
herpes. Recentes drogas antivirais aparentemente eficazes contra a
doença como o Zovirax (acyclovir), podem aumentar a possibilidade de
sucesso no tratamento desta doença.
263
Durante o verão ocorre uma maior incidência de hepatite B devi-
do à poluição do mar, águas contaminadas por esgotos, além de alimen-
tos como ostra e outros frutos do mar.
Os principais sintomas são mal-estar geral, enjoo, adinamia, vô-
mito após comer, febrícula, discreto desconforto e dolorimento no hi-
pocôndrio direto e icterícia, esta caracterizada pela pele e mucosas
amareladas, fezes claras e urina escura. Esses tipos de hepatite podem
ser, contudo, assintomáticas, o que torna o quadro mais perigoso, prin-
cipalmente quando se trata do tipo B, a mais grave. A determinação do
perfil hepático realizado no sangue do paciente permite ao médico
saber se o mesmo apresenta lesão no fígado, se tem ou teve hepatite,
ou ainda se ela está crônica.
Como medida de tratamento deve-se proceder ao isolamento do
paciente no seu domicílio, com o cuidado de manter utensílios de uso
exclusivo; uso de banheiro privativo, e todo material (seringas, agulhas
etc) descartável. Repouso relativo e uso de medicamentos é discutido.
Alguns preconizam o uso de chá de quebra-pedra, interfon, etc. Preven-
tivamente deve-se fazer o uso de vacinas, tanto para a hepatite A como
a B, já existente no Brasil.
Meningite
Apresenta sintomas como febre alta, rigidez na nuca, cefaleia in-
tensa (dor de cabeça e vômito em jato). Em caso de passageiro com
meningite a bordo, isolar nos últimos acentos e solicitar ao comandante
um pouso alternado.
264
1013.2 milibares. Á medida que se ganha altitude a pressão atmosférica cai.
Considera-se a pressão atmosférica como um total, entende-se que seu
peso corresponde ao da soma de cada uma das parcelas dos gases que a
compõem. Assim sendo, a pressão atmosférica é a soma da pressão parcial
de cada gás.
Pressurização
Despressurização
265
ria reduzido para menos de 1 segundo.
A despressurização é o maior risco que poderão enfrentam os o-
cupantes de uma aeronave nas grandes altitudes. E quando menor o
tempo de despressurização, maior serão os danos sofridos pelos passa-
geiros e tripulantes.
266
pessoa for extrovertida, ou depressão se for taciturna. Também depen-
dendo do temperamento, a lassidão pode ser substituída por irritabili-
dade, belicosidade ou hilaridade.
Começam a sentir hemianopsia (cegueira parcial), e leves desmaios.
Surgem depois sinais de cianose (arrocheamento da pele, unhas, lábios,
pois há falta de oxigênio). A capacidade de julgamento torna-se muito
limitada. Aparecem tremores finos nas extremidades, com diminuição
da coordenação motora e sensação de fadiga.
Caso não seja corrigida a quantidade de oxigênio no organismo,
os sintomas se acentuam o correndo convulsão e coma. Dependendo do
tempo de exposição, sobrevém a morte.
Portanto, quando a pressão do ar está muito baixa, para fazer com que o
oxigênio penetre na corrente sanguínea, a pessoa sofrerá de hipóxia.
A fadiga diminui a tolerância pessoal. A pessoa em boas condi-
ções físicas tem uma tolerância bem maior à altitude do que uma pes-
soa sedentária. Durante o período de tensão, o consumo de oxigênio de
pessoa não atlética é também muito grande.
Tempo Útil de
Altitude
Lucidez
22.000 Ft 5 a 10 minutos
25.000 Ft 3 a 05 minutos
30.000 Ft 1 a 02 minutos
35.000 Ft 30 a 60 segundos
40.000 Ft 15 a 20 segundos
45.000 Ft 9 a 15 segundos
267
Hiperventilação em Voo
Aerobaropatia Cavitária
268
atmosférica exercida sobre os gases cavitários do organismo humano
(seios da face e frontais, ouvido médio, intestino e estômago). O que
pode ocorrer é que devido às oscilações da pressão desses gases cavitá-
rios. Surgem compressões e até rupturas dos tecidos circunvizinhos, que
caracterizam o quadro clínicodas aerobaropatias cavitárias.
Aerobaropatia
Em virtude de a pressão diminuir no nível do mar, há uma dilata-
ção do ar contido no ouvido médio que procura escapar intermitente-
mente através da trompa de eustáquio. Quando a pressão externa dimi-
nui, a bolha de ar é forçada para o exterior, adquirindo a membrana do
tímpano a sua forma primitiva, pois se encontrava distendida em função
da maior pressão no interior do ouvido médio. Quando a bolha de ar
atinge o exterior, ouvimos um “click”, e pressões são igualadas para a
altitude em que nos encontramos. Durante a descida, a correção das
pressões não se faz automaticamente e a equalização das mesmas é
dificultada, devido ao fato do orifício faringiano da trompa, agir como
uma válvula oscilante, facilitando a saída de ar para o exterior e difi-
cultando a entrada do mesmo para o ouvido médio. O desconforto vai
progredindo até o ponto em que a dor surge.
A ventilação do ouvido médio deve ser ajudada por uma série de
manobras durante a descida, para que a equalização se faça sem mai-
ores problemas. Assim, devemos deglutir mais seguidamente, abrir a
boca, esticar o pescoço e forçar o ar através das narinas, mantendo-
aspinçadas com os dedos e a boca fechada (manobra de valsalva)*. Estas
manobras devem ser executadas repetidamente à medida que estamos
descendo. Todas as causas que provocam irritação nasal e da faringe,
como resfriados, amidalite, irritação da garganta e infecções de ouvido
médio, dificultam e até tornam impossível a ventilação do ouvido mé-
dio. Embora não se observe a regra de NÃO voar quando se está resfria-
do, a não ser em casos extremos, esta é sem dúvida a mais comum das
causas de entupimento da trompa e das aerotites em aeronautas, pela
possibilidade do transporte de germes para o ouvido médio durante a
equalização das pressões. Também, deve-se levar em conta que a difi-
culdade de equalização daspressões nas descidas predispõe a membrana
do tímpano a infecções crônicas da membrana (otitemédia barotraumá-
tica).
Aerosinusubaropatia
Localizado no seio maxilar e frontal, encontramos cavidades co-
nhecidas como seios. Estas cavidades são forradas por uma mucosa
chamada mucosa dos seios.
Em qualquer estado patológico que implique em congestão das
269
mucosas ou no entupimento dos orifícios dos seios, como nos casos de
resfriado, sinusites, estados alérgicos, e outros, surge imediatamente a
dor, pela impossibilidade das pressões internas e externas se igualarem.
Se, o seio atingido for o maxilar, a dor será sentida abaixo dos olhos,
simulando uma dor de dente, se for o frontal a dor será sobre os olhos
simulando uma cefaleia frontal.
A dor causada pela aerosinusobaropatia, embora se pareça com a
dor da sinusite comum, pode adquirir caráter muito mais severo e grave,
principalmente nas bruscas alterações de pressão provocadas por ascensões e
descidas bruscas. Essa situação poderá ser resolvida com a equalização
das pressões, que pode ser tentada através da deglutição, pelo ato de
abrir a boca ou mesmo soprar fortemente com a boca e o nariz fechado.
Manobra de valsalva.
Aeroodontobaropatia
Os dentes também podem produzir fenômenos dolorosos, durante
a permanência em grandes altitudes, sem, entretanto apresentarem
gravidade maior. As altitudes onde ocorrem as aeroodontalgias variam
de 10.000 a 15.000 Ft. A dor pode se tornar mais severa ou não, com o
aumento da altitude. A descida normalmente alivia os sintomas e a altitude em
que a dor cede corresponde aquela em que a mesma começou.
As causas mais comuns de aeroodontalgia são as cáries profundas
que atingem a polpa dental, a degeneração pulpar ou ainda a presença
de abscesso dento-alveolar. De modo geral, o melhor remédio para
estes casos, é uma boa higienização, controle da dieta e retorno perió-
dico ao dentista para manutenção.
Aerogastrobaropatia/Aeroenterobaropatia
Podem provocar, por distensão, cólicas de pouca importância,
que cessam rapidamente com a expulsão dos gases. Não merecem maior
estudo, pois não causam complicações mais sérias aos tripulantes.
Convém enfatizar, contudo, que uma alimentação sadia, evita a
formação excessiva de gases no aparelho digestivo, em consequência da
ingestão de: feijão, abóbora, cebola, repolho, couve, pepino, salsicha,
melão, bebidas gasosas, ovo, leite, etc.
Ruídos e Vibrações
270
40db, numa conversação70 db, numa cidade com grande tráfego 90
db, no interior de um quadrimotor a pistão 110 db e na cabine técnica
dos jatos modernos cerca de 85 db. O limiar do conforto auditivo está em 85
db. No avião, as vibrações de infrassons e ultrassom, penetram no
organismo pelos pés e pelo assento, se propagando por todo o orga-
nismo. Se forem exagerados podem trazer repercussões sobre a audi-
ção, sobre o sistema nervoso e sobre o aparelho circulatório. Normalmente,
nos voos comerciais, cooperam com os demais fatores estressantes para
afadiga aérea.
Baixa Umidade do Ar
271
Radiações
272
As viagens aéreas que afetam o ritmo circadiano são as que cru-
zam a superfície da terra de leste para oeste ou de oeste para leste. Só há
manifestação por parte do organismo, se forem ultrapassados mais de quatro
meridianos, isto é, se houver diferença de mais de 04 fusos horários. Em
geral, são necessárias 48 horas para se adaptar ao novo fuso ou 2 a 3 dias.
As repercussões se fazem sentir sobre a função digestiva, o sono
e o criticismo (capacidade de avaliar uma situação antes de tomá-la). Isto é,
enfraquece o rigor com que o indivíduo é capaz de desaprovar certos
padrões sobre os quais deve opinar julgar ou decidir. Os aeronautas da avia-
ção comercial, ou buscam uma progressiva adaptação, quanto às refeições e o
sono, ou então, se a retorno ocorrer nos 2 ou 3 dias imediatos, mantêm
o fuso de onde vieram(origem) e para o qual logo retornarão.
Fadiga de Voo
Sintomas
Conduta profissional: há o decréscimo na execução de tarefas conti-
nuadas, omissão de serviços menores, displicência e falta de precisão no
caráter pessoal ou no trabalho de equipe, necessidade de maior estímu-
lo para a mesma reação e frequentes faltas ao serviço.
Subjetivos: inicialmente cefaleia, anorexia, policiuria (micção
frequente), diarreia. Tardiamente surgem perturbações visuais e auditi-
vas, dores precordiais e palpitações, dispneia neurótica, ardor à mic-
273
ção, prisão de ventre, distensão intestinal, dores nas extremidades,
insônia, queda da habilidade individual, baixa capacidade de concentração e
redução no interesse pela atividade sexual.
Objetivos: inicialmente temores, abuso do álcool e fumo, interesse
aumentado pela atividade sexual, irritabilidade, sarcasmo, ansiedade, pre-
ocupação evidente e inconformidade. Tardiamente aparecem fobias,
confusão, depressão, ressentimento contra os colegas, que dano inte-
resse pela profissão, diminuição na eficácia do serviço de bordo, redu-
ção da atenção, falta de memória, má apresentação pessoal, espasmos
ou tiques faciais, palpitações, alucinações, emagrecimento e incompa-
tibilidade com os familiares e companheiros.
Consequências
Mau atendimento aos PAX, quanto à cortesia na conversação;
Queda de eficiência nas tarefas de serviços de bordo, referentes
à perfeição, comportamento e discrição no exercício das mesmas;
Desperdício de materiais, por desinteresse e falta de atenção;
Nas emergências, inibição ou pânico, com esquecimento dos itens a
cumprir no esquema de segurança de bordo;
Má apresentação pessoal, com repercussão sobre a imagem da
empresa e com reflexos negativos sobre o próprio conceito.
Mal-do-Mar
Sintomas
O mal-do-ar traduz a resposta do organismo a uma excitação vi-
olenta e anormal do labirinto, do sentido visual e da sensibilidade muscular
profunda.
Sonolência, sentimento de insegurança e ansiedade, palidez,
sudorese, salivação intensa, vômitos, cefaleia, estado vertiginoso, bai-
xa temperatura, micção frequente, ritmo cardíaco acelerado ou não.
O mal-do-ar se manifesta nos indivíduos predispostos, exigindo
condições particulares do organismo.
Os pacientes suscetíveis apresentam: náuseas fáceis, palidez
frequente, prisão de ventre, instabilidade cardiovascular, hipotensão
arterial, tendência à salivação abundante, à fadiga fácil, à depressão,
às vertigens e à sonolência.
Medidas Preventivas
Aeração suficiente, evitando confinamentos, odores de cigarros
274
e calor excessivo, redução ao mínimo dos ruídos e trepidações.
Iluminação suficiente, mas atenuada, inclusive com óculos a-
propriado.
Alimentação pouco abundante em gorduras e rica em açucares e
frutas. A refeição antes do voo deve ser leve.
As roupas não devem ser fechadas ou apertadas, capazes de di-
ficultar os movimentos de respiração.
Os cintos de segurança oferecem uma impressão de segurança,
firmando o abdome, reduzem os deslocamentos das vísceras abdominais,
ponto de partida de reflexos nervosos de ação vagotônica.
Distrações diversas, como leituras, jogos e conversação que dis-
traia, despertam confiança e acalmam a área psicológica. Junto ao centro de
gravidade da aeronave (ponto G), onde há menor amplitude dos movimentos
da aeronave, é o melhor local de permanência.
A melhor posição é deitada, com a cabeça para trás. Convém
evitar os movimentos bruscos e rápidos com a cabeça.
Colocar uma venda sobre os olhos.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
275
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
276
10. Primeiros Socorros na Aviação Ci-
vil
Atendimento Pré-Hospitalar
1. Salvar a vida
2. Evitar o agravamento das lesões
3. Encaminhar a vítima para o hospital
Biosegurança
277
Os EPIs básicos de um socorrista são:
Sinal
Sinais são detalhes que o socorrista pode descobrir fazendo uso
dos sentidos - visão, tato, audição e olfato - durante a avaliação da
vítima.
Exemplo:
Em lesões: sangramento, inchaço (edema), aumento de sensibili-
dade ou deformação. Em doenças: pele pálida ou avermelhada, suor,
temperatura elevada e pulso rápido.
Sintoma
Sintomas são sensações que a vítima experimenta e é capaz de
descrever ao socorrista. Caso a vítima esteja consciente, é importante
que o socorrista faça perguntas (se sente e localiza a dor) para definir a
presença ou ausência de sintomas.
Obs.: Dor intensa numa região pode mascarar outra lesão mais
séria, embora menos dolorosa.
Exemplos: Náuseas, Vertigem, Fraqueza, Sensação de mal-
estar...
278
Sinais Vitais
Respiração
É o processo pelo qual o oxigênio e dióxido de carbono são troca-
dos nos pulmões e nas células do corpo. Respiração e ventilação signifi-
cam a mesma coisa, ou seja, o ato de inspirar e expirar o ar.
A respiração normal é fácil, sem dor e sem esforço. A sua fre-
quência pode variar bastante e é denominada frequência respiratória
(FR).
O socorrista deverá avaliar a presença da respiração e a FR atra-
vés da técnica do VER, OUVIR e SENTIR (VOS) ou se for fácil, simples-
mente observando e contando os movimentos respiratórios. Normal-
mente no homem observam-se os movimentos do abdômen, e na mu-
lher, observam-se os movimentos do tórax.
Na respiração deve ser avaliada a qualidade da respiração (ron-
cos, sibilos e estertores) uso de músculos acessórios (intercostais, ab-
dômen e pescoço) e expansão do tórax (simétrica ou assimétrica) du-
rante os movimentos.
Pulso
É uma onda de sangue gerada pelo batimento cardíaco e propa-
gada ao longo da O pulso é palpável em qualquer área onde uma artéria
passe sobre uma proeminência óssea ou se localiza próxima à pele. Os
pulsos mais comumente utilizados são: nos adultos - carotídeo, radial e
femoral e, nas crianças - braquial.
O pulso deve ser avaliado quanto à sua frequência (batimentos
por minuto) e qualidade (força e ritmo).
Considerar:
Recém-nascido: até 28 dias
Lactente: de 28 dias a 1 ano
Criança: 1 a 8 anos
Adulto: acima de 8 anos
Taquicardia: pulso acima do normal
279
Bradicardia: 0 pulso abaixo do normal
Pressão Arterial
Também conhecida como pressão sanguínea, é definida como a
pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das
artérias.
A pressão arterial (PA) é aferida em dois níveis: a PA sistólica e a
PA diastólica. A sistólica, é a PA máxima à qual a artéria está sujeita
durante a contração do coração (sístole). A diastólica, é a PA remanes-
cente no interior do sistema arterial quando o coração fica relaxado, na
fase de enchimento de sangue (diástole). A leitura da pressão é feita
em milímetros (mm) de mercúrio (Hg).
A pressão arterial é determinada pelo aparelho determinado de
esfigmomanômetro, o qual é utilizado em conjunto com o estetoscópio.
Hipertensão: PA acima do normal: maior ou igual a
140X90mmhg
Hipotensão: PA abaixo do normal: menor ou igual a
90X60mmhg
Temperatura
A temperatura normal do corpo humano é de 37ºC (graus Celsius).
A regulação da temperatura se faz pela pele, por perda de calor irradi-
ado ou pela evaporação da água.
O socorrista estima a temperatura da pele pelo tato usando o
dorso da mão (sem luva) mas, em alguns casos específicos, ela poderá
ser aferida mais adequadamente com um termômetro clínico, colocan-
do-o diretamente na axila por cerca de 3 a 5 minutos.
Sinais Diagnósticos
Pupilas
As pupilas são normais quando possuem o mesmo diâmetro e pos-
suem contornos regulares.
280
Coloração da Pele
A cor da pele depende primariamente da presença de sangue cir-
culante nos vasos sanguíneos subcutâneos.
Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista
nas vítimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada
(cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de vias
aéreas, e também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver
uma cor vermelha em certos estágios do envenenamento por monóxido
de carbono (CO) e na insolação.
Estado de Consciência
Normalmente, uma pessoa está alerta, orientada e responde aos
estímulos verbais e físicos. Qualquer alteração deste estado pode ser
indicativo de doença ou trauma.
O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais se-
guro na avaliação do sistema nervoso de uma pessoa. Uma vítima pode-
rá apresentar desde leve confusão mental por embriaguez, até coma
profundo, como resultado de uma lesão craniana ou envenenamento.
Capacidade de Movimentação
A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhe-
cida como paralisia e pode ser o resultado de uma doença ou trauma-
tismo.
A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, a-
pós um acidente, pode ser o indicativo de uma lesão da medula espi-
nhal, na altura do pescoço (coluna cervical). A incapacidade de movi-
mentar somente os membros inferiores pode indicar uma lesão medular
abaixo do pescoço. A paralisia de um lado do corpo, incluindo a face,
pode ocorrer como resultado de uma hemorragia ou coágulo intraence-
fálico (acidente vascular cerebral).
Reação à Dor
A perda do movimento voluntário das extremidades, após uma le-
são, geralmente é acompanhada também de perda da sensibilidade.
Entretanto, ocasionalmente o movimento é mantido, e a vítima se quei-
xa apenas de perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades. É
extremamente importante que este fato seja reconhecido como um
sinal de provável lesão da medula espinhal, de forma que a manipula-
ção do acidentado não agrave o trauma inicial.
Avaliação Primária
281
A avaliação primária é sempre o primeiro passo do socorrista após
a verificação das condições de segurança no local do acidente. Podemos
conceituá-la como sendo um processo ordenado para identificar e corri-
gir de imediato, problemas que ameacem a vida em curto prazo.
O socorrista deverá posicionar-se ao lado da vítima e executar a
avaliação rapidamente, geralmente em um prazo inferior a 45 segun-
dos, para determinar as condições da vítima de TRAUMA nas seguintes
áreas:
ABC
1. Forme a impressão geral do paciente;
2. Verifique a consciência;
3. Vias aéreas e coluna cervical;
4. Respiração;
5. Circulação.
Em caso de vítimas de emergências clínicas existe uma altera-
ção na sequência para:
CAB
1. Avalie a consciência;
2. Respiração;
3. Circulação, se necessário faça compressões;
4. Abra a via aérea se necessário ou se puder inicie as ventila-
ções.
282
Qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência médica.
Avaliações Secundárias
Entrevista
Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com a vítima bus-
cando obter informações dela própria, de familiares ou de testemunhas,
sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevan-
tes.
Sinais Vitais
Respiração, pulso, pressão arterial e temperatura relativa da pe-
le.
283
4. Algum outro problema ou enfermidade atual?
5. Está em tratamento médico?
6. É alérgico a algum medicamento ou alimento?
7. Ingeriu algum tipo de droga, ou alimento?
Princípios da Reanimação
Para que a vida possa ser preservada faz-se necessário que man-
tenhamos um fluxo constante de oxigênio para o cérebro. O oxigênio é
transportado para os tecidos cerebrais através da circulação sanguínea.
O coração é a bomba que mantém esse suprimento e, se ele parar (pa-
rada cardíaca), sobrevirá a morte, a menos que se tomem medidas ur-
gentes de ressuscitação.
As manobras de reanimação cardiopulmonar resumem-se na se-
quência de origem norte-americana denominada “ABC da vida” para
trauma e o CAB para vítima de emergências clínicas.
284
2º Elo: RCP IMEDIATA, manobras de ressuscitação cardiopulmo-
nar (RCP) precoces que podem ser iniciadas por "observador" atuante,
treinado em um curso de "suporte básico de vida";
3º Elo: DESFIBRILAÇÃO, uma rápida desfibrilação é o elo da cor-
rente que provavelmente represente a maior chance de sobrevivência
numa emergência cardíaca. A Associação Americana do Coração reco-
menda que as manobras de desfibrilação externa sejam difundidas e
que organizações como os Corpos de Bombeiros sejam treinadas e equi-
padas com desfibriladores, de forma a possibilitar seu emprego no me-
nor espaço de tempo possível.
4º Elo: CUIDADOS AVANÇADOS SEM DEMORA, este último elo,
diz respeito às manobras de suporte avançado, providenciadas no local
da cena por médicos ou paramédicos para o tratamento do problema
cardíaco de forma mais efetiva.
Conceitos Importantes
Parada respiratória: Supressão súbita dos movimentos respirató-
rios, que poderá ou não, ser acompanhada de parada cardíaca.
Cianose: Coloração azulada da pele e das mucosas, causada pela
falta de uma adequada oxigenação nos tecidos. É um sinal de insufici-
ência respiratória, mas se observa também em doenças cardíacas e em
intoxicação.
285
Técnicas de Abertura das Vias Aéreas
Ventilação de Resgate
Método Boca-Máscara
1. Abra as VA empurrando a mandíbula da vítima;
2. Posicione a máscara sobre a face da vítima, com o ápice sobre
a ponte do nariz e a base entre os lábios e o queixo;
3. Inspire e ventile através da abertura da máscara. Os dedos in-
dicador, médio e anular de cada mão seguram a mandíbula da vítima
em extensão, enquanto os polegares são colocados sobre a parte supe-
rior da máscara. A pressão firme dos dedos mantém a máscara bem
selada à face;
4. Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada
ventilação é o mesmo descrito na técnica de boca a boca.
286
Método Boca-Nariz
Utilizada em crianças e lactentes (bebês). A técnica segue os
mesmos passos da ventilação de boca a boca, incluindo no item 3 a
colocação da boca do socorrista sobre a boca e o nariz da vítima e em
seguida uma ventilação bem lenta.
Conceito de OVACE:
287
Desobstrução usada em lactentes
Inconsciência;
Ausência da respiração;
Ausência de batimentos cardíacos.
Conceitos Importantes
Parada Cardíaca: Supressão súbita e inesperada dos batimentos
cardíacos.
Morte Clínica: Uma vítima está clinicamente morta, quando ces-
sa a respiração e o coração deixa de bater.
Morte Biológica: Uma vítima esta biologicamente morta, quando
as células do cérebro morrem. Corresponde à morte encefálica.
288
Manobras para Realizar uma RCP
Hemorragias
289
vermelho vivo.
Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com
cor vermelho escuro.
Importante
Segundo as mais recentes orientações internacionais, devemos
ressaltar que o torniquete é uma técnica que esteve em abandono e as
pessoas devem ser encorajadas ao seu uso, apesar de ter sido abando-
nada, mas após pesquisas científicas ficou demonstrado que essa técni-
ca é fundamental à sobrevivência em determinados tipos de trauma.
Obs. A imobilização, apesar de não ser considerada uma das téc-
nicas padronizadas de controle de sangramento, pode ser utilizada para
auxiliar no controle de hemorragias.
Hemorragia Interna
Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois pode pro-
vocar choque e levar a vítima à morte
Palidez;
Pulso rápido e fino;
Sede;
Tonturas;
Confusão mental;
Sudorese;
Respiração rápida e superficial;
Pressão baixa;
Frio;
Tremores;
Tratamento Pré-hospitalar
1. Alertar o SEM;
2. Abrir as VA e vigiar a respiração e a circulação;
3. Tratar o choque;
4. Manter membros inferiores elevados;
5. Manter a temperatura corporal;
6. Afrouxar roupas apertadas;
7. Estar preparado para o vômito;
8. Não dar nada de comer ou beber;
9. Ministrar oxigênio suplementar.
290
Estado de Choque
Resulta de uma hipoperfusão dos tecidos devido à perda de líqui-
dos ou a uma vasodilatação generalizada.
Ferimentos na Face
Revisar a boca procurando objetos soltos (dentes, corpos estra-
nhos, sangue);
Manter VA permeáveis;
Se necessário para conter hemorragia, colocar gaze por dentro
e por fora da boca;
Se houver objeto penetrante nas bochechas, empurrar de den-
291
tro para fora e cobrir com compressas interna e externamente;
• Se necessário, transportar a vítima lateralizada para drenar o
sangue da boca;
• Ter cuidado se houver lesão associada de pescoço. Manter posi-
ção neutra da cabeça.
Ferimentos no Pescoço
• Aplicar compressão direta com a mão para cessar hemorragias;
• Aplicar curativo compressivo com uma bandagem, sem compri-
mir ambos os lados do pescoço;
• Tratar o choque (O2, etc.);
• Observar respiração;
• Manter posição neutra da cabeça.
292
• Nas contusões usar bolsa de gelo ou água fria.
Nas Amputações
• Controlar as hemorragias e o choque;
• Cobrir as partes amputadas com compressas, limpar e mantê-las
refrigeradas;
• Guardar e conduzir as partes amputadas junto com o paciente
até o hospital.
Trauma em Ossos
Funções do esqueleto humano
Sustentação;
Proteção;
Reserva de íons;
Locomoção;
Produção de células sanguíneas.
Sistema Esquelético
Classes de Fraturas
Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades
ósseas.
Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou e-
xiste uma ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a
293
pele.
Entorse
É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu
grau normal de amplitude, perda do contato temporário entre os ossos
que formam uma articulação.
Luxação
É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação
fazendo com que as superfícies articulares percam o contato entre si.
294
fraturados ou dos ossos de uma articulação luxada ou com entorse.
Prevenir ou Minimizar
• Lesões futuras de músculos, nervos e vasos sanguíneos pelos
fragmentos ósseos;
• Rompimento da pele e conversão de uma fratura fechada em
aberta (mais perigosa devido à contaminação direta e possível infec-
ção);
• Diminuição do fluxo sanguíneo como resultado da pressão exer-
cida pelos fragmentos ósseos sobre os vasos sanguíneos;
• Sangramento excessivo para os tecidos ao redor do local da fra-
tura causado pelas extremidades ósseas instáveis;
• Paralisia das extremidades como resultado de uma lesão da me-
dula espinhal por vértebras fraturadas ou luxadas.
Métodos de Imobilização
• Talas moldáveis;
• Talas infláveis;
• Talas de tração;
• Colares cervicais;
• Coletes de imobilização dorsal;
• Macas rígidas;
• Bandagens triangulares;
• Auto imobilização.
295
Obs.: Uma imobilização deve obedecer ao princípio de conter
uma articulação antes e uma após a fratura.
Ossos da cabeça
• Ossos do crânio (caixa craniana) – O crânio é composto de vá-
rios ossos planos que se fundem formando uma cobertura que protege o
encéfalo (Cérebro, Cerebelo e Ponte), estrutura do Sistema Nervoso
Central (SNC) que controla todas as funções voluntárias e involuntárias.
O cérebro e a medula espinhal são recobertos e protegidos por camadas
de tecidos, denominadas meninges e pelo líquido cefalorraquidiano
(liquor). Este líquido fornece nutrição para as células nervosas e atua
como amortecedor, protegendo o SNC contra traumas. O crânio é bas-
tante resistente em adultos, mas um golpe de alta energia pode fratu-
rá-lo. Mesmo sem fratura craniana pode ocorrer lesão do cérebro em
decorrência de um traumatismo.
296
que se prove o contrário. Em potencial, todo paciente com traumatismo
de crânio, pode ter fratura de coluna (cervical), associada.
Lesões Específicas
Traumatismos Crânio-encefálico
Fraturas de Crânio
As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que re-
ceberam impacto na cabeça. A severidade da lesão depende do dano
provocado no cérebro. São mais frequentes as lesões graves do cérebro,
nos traumatismos sem fratura.
As fraturas poderão ser abertas ou fechadas:
Tratamento Pré-hospitalar
1. Corrigir os problemas que ameaçam a vida. Manter a permea-
bilidade das VA, a respiração e a circulação. Administrar oxigênio (con-
forme protocolo local);
2. Suspeitar de lesão cervical associada, nos casos de acidenta-
dos, e adotar os procedimentos apropriados;
297
3. Controlar hemorragias (não deter saída de sangue ou liquor
pelo ouvidos ou nariz);
4. Cobrir e proteger os ferimentos abertos;
5. Manter a vítima em repouso, lateralizada e não deixar que se
movimente;
6. Proteger a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão;
7. Monitorar o estado de consciência, a respiração e o pulso;
8. Tratar o choque e evitar a ingestão de líquidos ou alimentos.
Traumatismos de Face
O perigo principal nas lesões e fraturas faciais são os fragmentos
ósseos e o sangue que poderão provocar obstruções nas vias aéreas.
Sinais e Sintomas
• Coágulos de sangue nas vias aéreas;
• Deformidade facial;
• Equimose nos olhos;
• Perda do movimento ou impotência funcional da mandíbula;
• Dentes amolecidos ou quebrados (ou a quebra de próteses den-
tárias);
• Grandes hematomas ou qualquer indicação de golpe severo na
face.
Tratamento Pré-hospitalar
É o mesmo tratamento utilizado no cuidado de ferimentos em te-
cidos moles. Sua atenção deve estar voltada para a manutenção da
permeabilidade das vias aéreas, controle das hemorragias, cobertura
com curativos estéreis os traumas abertos, monitoramento dos sinais
vitais e estar preparado para o choque.
298
ta exclusivamente pelo diafragma;
• A lesão medular provoca dilatação dos vasos sanguíneos, poden-
do se instalar o choque (neurogênico).
Tratamento Pré-hospitalar
1. Corrigir os problemas que ameaçam a vida. Manter a permea-
bilidade das VA, a respiração e a circulação;
2. Controlar o sangramento importante;
3. Administrar oxigênio (conforme protocolo local);
4. Evite movimentar o paciente, e não deixe que ele se movi-
mente;
5. Nunca mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos
que necessite RCP. Controle de sangramento que ameace a vida e/ou
remoção do local por risco iminente;
6. Imobilizar a cabeça e o pescoço com emprego do colar cervi-
cal, fixadores de cabeça e prancha rígida;
7. Monitorar os sinais vitais constantemente (cuidado com o cho-
que e a parada respiratória).
299
Ferimentos Penetrantes
São os traumas abertos de tórax, geralmente provocados por ob-
jetos que não se encontram cravados, assim como lesões provocadas
por armas brancas, de fogo ou lesões ocorridas nos acidentes de trânsi-
to, etc. Pelo ferimento é possível perceber o ar entrando e saindo pelo
orifício.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Tamponar o local do ferimento usando a própria mão protegi-
da por luvas;
2. Fazer um curativo oclusivo com plástico ou papel alumínio
(curativo de três pontas), a oclusão completa do ferimento pode provo-
car um pneumotórax hipertensivo e grave.
3. Conduzir com urgência para um hospital e ministrar O2 (ver
protocolo local).
Tratamento Pré-hospitalar
1. Controlar as hemorragias por compressão direta;
2. Usar curativos volumosos para estabilizar o objeto cravado, fi-
xando-o com fita adesiva;
3. Transportar o paciente administrando oxigênio suplementar
(ver protocolo local).
Causas
• Térmicas
• Químicas
• Elétricas
• Substâncias Radioativas
Classificação, Sinais e Sintomas
De acordo com sua profundidade:
300
Queimadura de 1º Grau – Atinge somente a epiderme (camada
mais superficial da pele). Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da
área atingida;
301
A severidade de uma queimadura deve sempre considerar os se-
guintes aspectos:
• Grau da queimadura;
• Percentagem da SCTQ;
• Localização da queimadura;
• Complicações que a acompanham;
• Idade da vítima;
• Enfermidades anteriores da vítima.
Queimaduras Menores
São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do
corpo, sem danos ao sistema respiratório, a face, as mãos e pés, aos
genitais e as nádegas.
Queimaduras Maiores
Qualquer queimadura de 3º grau, de 2º grau que cubra toda a á-
rea corporal ou áreas críticas, ou ainda de 1º grau que cubra todo o
corpo ou o sistema respiratório.
Exemplos
• Queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório ou
por outras lesões do tipo fraturas;
• Queimaduras de 2º ou 3º graus na face, mãos, pés, genitais ou
nádegas;
• Queimaduras que circundem todo o corpo.
302
cobrindo-os com curativo estéril úmido;
5. Cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com
curativos estéreis;
6. Prevenir o choque e transportar.
Tratamento Pré-Hospitalar
1. Remover a vítima para um local fresco e bem arejado;
2. Oferecer água pura ou com um pouco de sal (REPOSIÇÃO HI-
DROELETROLÍTICA);
3. Massagear os músculos com cãibras ou aplicar simples pressão
sobre eles;
4. Aplicar toalhas úmidas sobre os músculos mais doloridos, pro-
voca alívio extra.
Intermação
303
Situação que ocorre quando uma pessoa fica fechada em um am-
biente altamente aquecido.
Sinais e Sintomas
• Respiração rápida e superficial;
• Pulso debilitado;
• Debilidade física generalizada, às vezes convulsões;
• Tontura e às vezes inconsciência.
Tratamento Pré-Hospitalar
1. Esfriar rapidamente a vítima. Retirá-la do local, remover as
roupas, aplicar toalhas molhadas sobre a vítima. Devemos normalizar a
temperatura para evitar que suas células cerebrais morram;
2. Aplicar bolsas de gelo sob as axilas, nos pulsos e atrás dos joe-
lhos e também próximo aos lados do pescoço;
3. Se possível, providenciar a imersão da vítima em uma banhei-
ra d‟água e esfriar a água com gelo.
Resfriamento Generalizado
Sinais e Sintomas
• Calafrios;
• Sensação de adormecimento;
• Sonolência;
• Respiração e pulso lentificados;
• Perda da visão;
• Inconsciência;
• Congelamento de algumas partes do corpo.
Tratamento Pré-hospitalar
• Avaliar a vítima para determinar a magnitude do problema, re-
tirando-a do local de risco (frio);
• Manter a vítima seca;
• Aquecer a vítima com uso de cobertores, aquecedores, bolsas
quentes, etc. Banhos quentes também são de grande ajuda;
• Se estiver consciente, oferecer líquidos quentes;
• Transportar com monitoramento.
304
Resfriamento Localizado
Sinais e Sintomas
• Se o esfriamento for superficial, tende a desenvolver-se lenta-
mente. Geralmente é desconhecido pela vítima, que toma ciência do
problema pela coloração da pele, que fica branca;
• Insensibilidade na área afetada;
• Se o esfriamento for profundo, irão aparecer manchas na pele,
a qual alterará sua coloração de branca para amarela e finalmente azu-
lada;
Tanto a superfície como as partes mais internas do local estarão
duras ao tato.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Aquecer a área atingida aplicando uma fonte de calor externo;
2. Proteger a área lesada;
3. Não se deve friccionar estas áreas, para evitar a destruição
celular;
4. Secar bem a área e cobri-la com bandagens limpas e quentes,
para evitar um novo congelamento.
Intoxicação
305
• Por uma injeção (por penetração).
306
tes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas
ou qualquer indício que permita identificar a substância ingerida.
Sinais e Sintomas
• Queimaduras ou manchas ao redor da boca;
• Odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas vestes da vítima;
• Respiração anormal;
• Pulso alterado na frequência e ritmo;
• Sudorese;
• Alteração do diâmetro das pupilas;
• Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;
• Dor abdominal;
• Náuseas;
• Vômito;
• Diarreia;
• Convulsões;
• Alteração do estado de consciência, incluindo a inconsciência
Tratamento Pré-hospitalar
1. Acionar o SEM;
2. Manter as VA permeáveis;
3. Guardar em saco plástico toda a substância vomitada pela ví-
tima;
4. Conduzir com monitoramento constante;
5. Frente aos venenos em geral, o socorrista fica muito limitado
e necessita antídotos específicos, portanto o transporte deverá ser rá-
pido.
Sinais e Sintomas
• Picadas e mordidas visíveis na pele. Podem apresentar dor e in-
flamação no local;
• Ardor na pele e prurido (coceira);
• Choque alérgico;
• Hemorragias;
• Parada respiratória e/ou cardíaca.
A absorção dos tóxicos por essa via, poderá também produzir os
sinais e sintomas descritos anteriormente na intoxicação por ingestão.
307
Tratamento Pré-hospitalar
1. Remover a vítima para um local seguro. Se necessário, remo-
ver as roupas da vítima;
2. Acionar o SEM;
3. Manter as VA permeáveis;
4. Avaliar e, se necessário, realizar manobras de reanimação,
(não fazer boca a boca, utilizar sempre máscara de proteção);
5. Administrar oxigênio suplementar.
Sinais e Sintomas
• Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enri-
jecimento e queimaduras químicas;
• Inflamação;
• Coceiras (pruridos) e ardência na pele;
• Aumento da temperatura da pele.
A absorção dos tóxicos por essa via poderá produzir os sinais e
sintomas descritos anteriormente na intoxicação por ingestão.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Remover a vítima para local seguro, caso houver condições se-
guras para tal;
2. Acionar o SEM;
3. Remover as roupas e calçados contaminados e lavar a área de
contato com muita água corrente (mínimo de 15 minutos);
4. Guardar os materiais e roupas em sacos plásticos próprios;
5. Transportar com monitoramento constante.
Picadas de Serpentes
Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem
sinais e sintomas que variam bastante de acordo com o gênero do ani-
mal (serpente).
O socorrista deverá considerar todas as picadas de animais peço-
nhentos como venenosas, até que se prove o contrário.
308
Considere todas as picadas de serpentes como venenosas.
Sinais e Sintomas
• Marca dos dentes na pele;
• Dor local e inflamação;
• Pulso acelerado e respiração dificultosa;
• Debilidade física;
• Problemas de visão;
• Náuseas e vômito;
• Hemorragias.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Manter a vítima calma e deitada, removendo-a do local do a-
cidente;
2. Lavar com água e sabão o local da picada;
3. Retirar anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a
circulação na extremidade afetada;
4. Manter o local da picada elevada;
5. Prevenir o choque;
6. Transportar com monitoramento constante, e caso necessário,
realizar manobras de reanimação.
Não fazer curativo ou qualquer tratamento caseiro. Não cortar,
nem furar no local da picada. Não dar nada para beber ou comer. Não
fazer torniquete.
Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra,
quando aplicada de acordo com as seguintes normas:
• Soro específico;
• Dentro do menor tempo possível;
• Em quantidade suficiente.
Obs. O Instituto Butantan recomenda que para as serpentes, cas-
cavel e coral brasileira, deva ser realizado um garroteamento (espécie
de torniquete) no tratamento pré-hospitalar, desde que este garrote
não comprometa o fluxo sanguíneo arterial da extremidade afetada (o
garrote deve ser apertado sempre respeitando a presença de pulso dis-
tal – abaixo do local afetado). Estas espécies, quando nativas brasilei-
ras, apresentam um veneno típico e característico (de ação neurotóxi-
ca, ou seja, a intoxicação se produz nas terminações nervosas da região
muscular afetada) e não produzem reação com processo inflamatório,
cuja finalidade é a defesa local do organismo. Sendo assim, para estes
tipos de venenos o organismo humano não reagiria contra estas toxinas.
O uso do garrote é importante porque limita a ação do veneno na área
comprometida.
309
crônica grave com grande dano físico e mental. Uma pessoa sob os efei-
tos do álcool representa sempre um perigo para si e para os demais.
Se a vítima não colabora na realização da avaliação e da entrevis-
ta, a colaboração de testemunhas é de grande ajuda.
Um socorrista deve reconhecer as manifestações mais agudas da
intoxicação por álcool, as crises provocadas pela abstinência e o que
fazer nesses casos.
Sinais e Sintomas
• Odor de álcool (verificar se não é diabético);
• Apresenta-se cambaleante;
• Má articulação da fala;
• Visão alterada (dupla);
• Náuseas e vômitos;
• Enrijecimento da face;
• Alteração de conduta.
Tratamento Pré-hospitalar
• Assegurar-se que trata-se isoladamente de um caso de abuso de
álcool;
• Monitorar os SV;
• Proteger a vítima de lesões, sem usar ilegalmente meios restri-
tivos;
• Transportar para o hospital indicado pelo centro de operações
do SEM.
310
imediato para ela ou ainda, para outros, se não for feita a sua remo-
ção):
Exemplo:
• Fogo ou perigo de explosão;
• Derrame de produtos perigosos;
• Presença de fumaças ou vapores tóxicos;
• Impossibilidade de ganhar acesso a outras vítimas dentro de um
veículo;
• Ameaça de desabamento, etc.
---Considerações internas ao paciente (a velocidade como move-
remos a vítima dependerá das razões que tenhamos para movê-la):
Razões para a movimentação de vítimas
• É necessário reposicioná-la para prestar um socorro (RCP, con-
trolar um grave sangramento);
• O socorrista necessita lograr acesso até outra vítima (movimen-
tação de uma vítima sem lesão medular para que o socorrista alcance
outra vítima que necessita cuidados);
• Fatores do local que interferem no salvamento da vítima (calor
ou frio excessivo, algo no local que provoque reações alérgicas, etc.);
• A vítima insiste em movimentar-se (não podemos reter a vítima
contra sua vontade. Se insistir, ajudar para minimizar possíveis danos).
Após o término do tratamento do paciente na cena da emergên-
cia, a vítima deve ser removida de sua posição inicial para cima de uma
prancha rígida para iniciar o seu transporte. Deverá ser posicionada
corretamente, coberta e segura com cintos. A prancha deve ser, então,
colocada sobre a maca de rodas do veículo de transporte, e removida.
Na chegada ao ambiente hospitalar, a vítima é transferida para o setor
específico para seu tratamento definitivo.
311
• Transporte pelos membros:
• Dois socorristas transportam a vítima, segurando-a pelos braços
e pernas;
• Transporte com cadeira:
A vítima é posicionada deitada e debaixo dela, dois socorristas
colocam uma cadeira. O transporte é feito com os socorristas posicio-
nados lateralmente e a vítima na posição sentada. Muito usado na re-
moção de vítimas do interior de edifícios;
• Levantamento com 3 socorristas:
Utilizado para levantar do solo uma vítima sem lesão de coluna,
através do posicionamento de 3 socorristas em fila no lado da mesma;
• Levantamento com 2 socorristas:
Levantamento utilizado geralmente no interior de casas e edifi-
cações para remover a vítima de uma cama para a maca;
• Rolamento/imobilização sobre macas rígidas:
Técnica utilizada para posicionar a vítima com suspeita de lesão
na coluna, do solo para cima da prancha rígida. Realizada com no
mínimo 3 socorristas;
• Imobilização com outros tipos de macas (telescópicas, de vá-
cuo):
Técnica utilizada na imobilização de vítimas que possuem lesão
na bacia ou ainda, para evitar o agravamento de lesões ou aumento da
dor durante a manipulação (rolamento). Realizada com 2 ou 3 socorris-
tas;
• Remoção emergencial:
Usada nas situações de risco iminente. Um socorrista remove a ví-
tima utilizando o método da “Chave de Rauteck”.
312
Saco Amniótico: estrutura sacular que se forma no interior do
útero. É constituído por uma membrana que envolve o feto e o líquido
amniótico.
Líquido Amniótico: líquido presente dentro do saco amniótico.
Sua função é manter a temperatura do feto e protegê-lo de impactos.
Durante o parto concorre para formar a bolsa das águas e lubrificar o
canal do parto após a ruptura das membranas. Sua cor normal é clara
(branco opalescente), quando está ocorrendo anóxia e sofrimento fetal,
este líquido torna-se esverdeado ( mecônio).
Placenta: Órgão especial, formado durante a gravidez, constituí-
do por tecidos materno e do concepto, permitindo a troca de nutrientes
entre a mãe e o feto. Normalmente expelido ao final do trabalho de
parto. Tem formato discoidal ou ovular, com 15 à 20 cm de diâmetro,
com aproximadamente 3 cm de espessura e 500 g de peso, na gravidez
de termo.
Entrevista
O socorrista deverá realizar uma entrevista com a parturiente,
extraindo o maior número de dados possíveis.
1. Perguntar o nome e idade da mãe;
2. Perguntar se realizou exame pré-natal? Qual o nome de seu
médico? Perguntar o que disse o médico, se espera parto normal ou há
alguma complicação prevista;
3. Perguntar se é o primeiro filho. Se for primigesta, o trabalho
de parto demorará cerca de 16 horas. O tempo de trabalho de parto
será mais curto a cada parto subsequente;
4. A que horas iniciaram-se as contrações? Já houve a ruptura da
bolsa? (Perda de líquidos);
313
5. Sente pressão na bacia ou vontade de defecar, ou sente o be-
bê saindo pela vagina?
6. Socorrista deve avaliar as contrações quanto ao tempo que e-
las duram e o tempo entre uma contração e a seguinte;
7. Realizar a avaliação visual.
• Se as contrações duram de 30 segundos a 1 minuto em um in-
tervalo;
• De 3 a 5 minutos, o nascimento é iminente e o socorrista deve
preparar a parturiente e o ambiente para a realização do parto emer-
gencial;
• Se após a entrevista o socorrista achar que o parto não é imi-
nente, deverá proceder ao translado da parturiente para o hospital.
314
muco que estão na boca e nariz possam escorrer para o exterior.
Anote a data, hora e lugar do nascimento e o nome da mãe!
315
Emergências Médicas
Atenção!
Uma emergência médica pode produzir um trauma e ficar masca-
rada pelas lesões.
Exemplo 1: Um paciente com AVC perde a consciência, sofre
uma queda de nível e sofre lesões.
Um trauma pode produzir uma emergência médica.
Exemplo 2: O estresse de um acidente automobilístico poderá
produzir um IAM.
Sinais Indicativos de Emergências Médicas
• Estado de consciência (inconsciente, confuso, em coma);
• Pulso - Ritmo, intensidade e frequência (lento, rápido, irregu-
lar, fraco, forte);
• Respiração - Ritmo, amplitude e frequência (rápida, lenta, irre-
gular, superficial, profunda);
• Temperatura (alta, baixa);
• Pupilas - Tamanho, simetria e resposta à luz (midríase, miose,
assimetria e reflexos ausentes);
• Pele, lábios e mucosas - Condição e cor (seca, úmida, pálida,
cianótica e avermelhada);
• Hálito (alcoólico, cetônico);
• Abdômen - Pontos sensíveis, rigidez;
• Movimentos musculares (espasmos e paralisias);
• Hemorragias ou eliminação de líquidos corporais (salivação au-
mentada, sangue);
• Vômitos.
Sintomas Indicativos
• Dor;
• Sensação de febre (calor);
• Mal estar gástrico, náuseas, atividade anormal dos intestinos e
da bexiga;
• Tontura, sensação de desmaio ou sensação de morte;
• Falta de ar, dificuldade para respirar;
• Opressão no tórax ou no abdômen;
• Sede, sabor estranho na boca.
• Sensação de queimação.
316
Importante
Uma respiração abaixo de 8 mrm ou acima de 24 mrm indica uma
possível emergência médica para um adulto.
Uma pulsação acima de 120 bpm ou abaixo de 50 bpm indica uma
possível emergência médica para um adulto.
Considere toda queixa do paciente como válida. Se o paciente
não se sente bem, assuma que está tendo uma emergência médica.
Sinais e Sintomas
• Dor ou sensação de opressão no peito (frequentemente a dor se
irradia do peito para o pescoço e braços e estende-se para o braço es-
querdo);
• Pode apresentar dores torácicas que melhoram e pioram (in-
termitentes), por horas ou dias antes do IAM.
• Náuseas;
• Respiração rápida;
• Sudorese intensa;
• Fraqueza;
• Agitação, inquietude.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Assegure-se de que o SEM seja chamado. Não abandone o pa-
ciente, que pode desenvolver parada cardiopulmonar;
2. Coloque o paciente em repouso (geralmente se sentem mais
confortáveis na posição sentada ou semissentada);
3. Administre oxigênio suplementar;
4. Afrouxe roupas apertadas;
5. Promova apoio emocional;
6. Mantenha o calor corporal, mas cuidado para não aquecer em
excesso;
7. Monitorar os sinais vitais e transportar o paciente na posição
semissentada.
317
Atenção
Avalie se o paciente faz uso de medicamento coronário-dilatador,
quando tomou a última dose, qual a quantidade e o período de tempo
entre as ingestões. Caso seja autorizado, medique o paciente com a
dose prescrita do coronário-dilatador.
Angina do Peito
Dor caracterizada por uma sensação de intenso aperto no tórax. É
associada a um suprimento sanguíneo insuficiente do músculo cardíaco.
É agravada ou produzida pelo exercício e aliviada pelo repouso ou me-
dicamentos.
Sinais e Sintomas
O paciente sente dor no peito, sensação de opressão, que apare-
ce e aumenta com o esforço físico. A dor pode irradiar-se para a mandí-
bula e os braços.
Toda dor inexplicável no peito é uma indicação de possível angina
de peito.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Acionar o SEM;
2. Os pacientes conscientes de sua condição, geralmente, tomam
medicamentos (nitroglicerina) para aliviar a dor. O socorrista deve ori-
entar para que tomem a medicação conforme a prescrição médica;
3. O tratamento pré-hospitalar para estes pacientes é o mesmo
do Infarto Agudo do Miocárdio;
4. A dor poderá aliviar com o repouso (aproximadamente após
cerca de 10 min.).
Sinais e Sintomas
Os sinais são muito variados dependendo da localização e exten-
são do dano. De forma geral incluem:
• Dor de cabeça – talvez o único sintoma;
318
• Desmaio ou síncope;
• Alterações do nível de consciência;
• Formigamento ou paralisia, usualmente das extremidades e/ou
da face;
• Dificuldade para falar e respirar;
• Alteração visual;
• Convulsão;
• Pupilas desiguais (anisocoria);
• Perda do controle urinário ou intestinal.
Infelizmente muitos sinais de AVC podem ser vagos ou ignorados
pelo paciente. Como socorrista, você poderá procurar identificar um
AVC a partir de alguma das três técnicas/sinais que seguem:
Tratamento Pré-hospitalar
1. Acionar o SEM;
2. Manter via aérea permeável e estar preparado para ventilar ou
realizar manobras de RCP, se necessário;
3. Administrar oxigênio suplementar;
4. Manter o paciente em repouso;
5. Proteger áreas paralisadas ao mobilizar;
6. Oferecer suporte emocional;
7. Colocar o paciente em posição de recuperação;
8. Não permitir que o paciente superaqueça ou esfrie;
9. Não dar nada por via oral;
10. Monitoramento constante e prevenir o choque;
11. Transportar para o hospital.
Hipertensão
Pressão arterial que se mantém constantemente acima dos valo-
res normais.
Sinais e Sintomas
• Dor de cabeça (cefaleia);
319
• Náuseas;
• Ansiedade;
• Zumbido nos ouvidos;
• Escotomas (pontos de luz);
• Hemorragia nasal;
• Pressão arterial elevada;
• Formigamento na face e extremidades.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Acionar o SEM;
2. Manter a via aérea permeável;
3. Colocar o paciente na posição sentada ou semissentada;
4. Manter o paciente em repouso;
5. Oferecer suporte emocional;
6. Tratar a hemorragia, se houver;
7. Orientar para que tome a medicação habitual;
8. Transportar o paciente (posicionar o paciente com a cabeça,
pescoço e ombros ligeiramente elevados e a cabeça lateralizada).
Dispneia
Qualquer dificuldade respiratória. Caracteriza-se por respirações
superficiais, rápidas e curtas. Sensação de angústia e falta de ar, po-
dendo causar cianose (coloração azulada na pele e mucosas) provocada
pela falta de oxigenação adequada dos tecidos.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Acionar o SEM;
2. Remover o paciente da área contaminada, se a causa é inala-
ção de gases;
3. Manter a via aérea permeável;
320
4. Assegurar-se que o problema não é uma OVACE;
5. Administrar oxigênio suplementar;
6. Tranquilizar o paciente e mantê-lo em repouso;
7. Colocar o paciente em posição semissentada ou sentada;
8. Manter a temperatura corporal, evitar aquecimento;
9. Transportar para um hospital em posição sentada com monito-
ramento constante.
Asma Brônquica
Doença aguda ou crônica das vias respiratórias (especialmente os
brônquios) em que predomina uma dificuldade para a saída do ar dos
pulmões, devido ao espasmo de pequenos músculos que envolvem as
ramificações brônquicas. Caracteriza-se pela produção de um sibilo
conforme o paciente expira o ar. A asma pode ocorrer em qualquer
idade e geralmente é causada por problemas alérgicos.
Pode ser desencadeada por odores fortes, gases irritantes, fuma-
ça, etc.
321
Hiperventilação
Aumento da troca respiratória caracterizado por respirações rápi-
das e profundas. Suas causas podem ser alterações metabólicas, diabe-
tes e fenômenos emocionais (ansiedade, angústia, estresse).
Se a respiração do paciente é rápida e superficial ao invés de pro-
funda, o problema é bem mais sério que uma simples hiperventilação.
Não descarte a possibilidade de uma emergência médica circulatória
(IAM), uma intoxicação, ou outro problema clínico.
Tratamento Pré-hospitalar
Nestas situações, relativamente frequentes em emergências, o
socorrista deverá:
1. Tranquilizar o paciente; e
2. Fazer o paciente respirar dentro de um saco de papel. O saco
de papel deve ser posicionado sobre a boca e o nariz do paciente, de tal
forma que ele inale o ar expirado durante poucos minutos. Este proces-
so irá aumentar o teor de dióxido de carbono no sangue, permitindo
que o centro respiratório cerebral estabeleça o controle da respiração.
Se a respiração é rápida e superficial e não melhora com as me-
didas explicadas acima, assuma que o problema é mais sério que uma
simples hiperventilação.
Lipotimia (Desmaio)
Sinais e Sintomas
• Palidez;
• Sudorese;
• Pele fria;
• Náuseas;
• Vômitos;
• Visão turva;
• Tonturas.
322
Tratamento Pré-hospitalar da Lipotimia
1. Acionar o SEM;
2. Realizar avaliação primária;
3. Posicionar o paciente no chão ou sobre uma maca com os
membros inferiores elevados;
4. Afrouxar bem as roupas apertadas;
5. Proteger a privacidade do paciente e explicar-lhe que deverá
receber auxílio médico;
6. Oferecer suporte emocional e transportar para um hospital.
Convulsões
323
importante uma boa entrevista para averiguar antecedentes de traumas
na cabeça ou quedas.
324
diabético (coma hiperglicêmico – alto nível de açúcar no sangue e baixo
nos tecidos). Quando a quantidade de insulina no sangue é excessiva,
rapidamente esgotar-se-á a glicose do sangue, ocorrendo comprometi-
mento das células do sistema nervoso central, que utilizam como fonte
ou energia, quase exclusiva, a glicose, podendo conduzir ao choque
insulínico (coma hipoglicêmico – baixo nível de açúcar disponível no
sangue).
Sinais e Sintomas
• Dificuldade respiratória, as respirações são rápidas e profundas;
• Pele quente e seca (desidratada);
• Pulso rápido e débil;
• Hálito cetônico e boca seca;
• Diferentes graus de alteração do nível de consciência, até o
coma.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Acionar o SEM;
2. Manter o paciente em repouso;
3. Prevenir o choque e ofertar oxigênio suplementar;
4. Transportar para um hospital.
Sinais e Sintomas
• Respiração normal ou superficial;
• Pele pálida e úmida, frequentemente sudorese fria;
• Pulso rápido e forte;
• Hálito sem odor característico;
325
• Cefaleia e náuseas;
• Sensação de fome exagerada;
• Desmaio, convulsões, desorientação ou coma.
Tratamento Pré-hospitalar
1. Acionar o SEM;
2. Manter o paciente em repouso;
3. Oferecer açúcar (através de cubos de açúcar, mel, sucos ado-
cicados ou refrigerantes) se o paciente estiver acordado e orientado;
4. Prevenir o choque e ofertar oxigênio suplementar;
5. Manter vias aéreas abertas e estar prevenido para ocorrências
de vômito;
6. Transportar o paciente para um hospital.
Triagem
326
Classificação das Vítimas Segundo um Critério de Cores
Cor Vermelha - Significa primeira prioridade: São as vítimas que
apresentam sinais e sintomas que demonstram um estado crítico e ne-
cessitam tratamento e transporte imediato.
Cor Amarela - Significa segunda prioridade: São as vítimas que
apresentam sinais e sintomas que permitem adiar a atenção e podem
aguardar pelo transporte.
Cor Verde - Significa terceira prioridade: São as vítimas que a-
presentam lesões menores ou sinais e sintomas que não requerem aten-
ção imediata.
Cor Preta (CINZA) – Significa sem prioridade (morte clínica), le-
sões obviamente mortais ou para identificação de cadáveres.
Critérios utilizados no Método START
Este método utiliza fitas coloridas e baseia-se em três diferentes
critérios para classificar as vítimas em diferentes prioridades, a saber:
Respiração
NÃO = Se não respira, mesmo após a manobra de abrir as vias aé-
reas, é considerada vítima sem prioridade (cor PRETA).
SIM = Acima de 30 respirações por minuto (rpm) é considerada ví-
tima de primeira prioridade (cor VERMELHA).
Abaixo de 30 rpm, avalie a circulação.
Circulação
NÃO = Se o tempo de perfusão estiver maior que 2s, considerar
de primeira prioridade (COR VERMELHA).
SIM = Se o tempo de perfusão estiver maior que 2s, avalie status
neurológico.
Status Neurológico
Avaliar se a vítima é capaz de cumprir ordens verbais simples.
NÃO = Não cumpre ordens simples, considerar vítima de primeira
prioridade (cor VERMELHA).
SIM = A vítima pode cumprir ordens. Considerar como segunda
prioridade (cor AMARELA).
327
Primeiro passo
Assumir o comando da operação e dimensionar o problema. Em
seguida, solicitar o envio de recursos adicionais e iniciar o trabalho de
triagem das vítimas. Determine para que um socorrista de sua equipe
dirija todos os pacientes que possam caminhar (poderá ser utilizado um
megafone para isso) para uma área de concentração previamente deli-
mitada. Estas vítimas receberão uma identificação verde. Entretanto,
esse não é o momento de rotulá-las com etiquetas ou fitas, sendo que
tal providência será realizada posteriormente e de forma individual.
Segundo passo
Determine para que outro socorrista de sua equipe inicie a avali-
ação das vítimas que permaneceram na cena de emergência e que não
apresentam condições de caminhar. Deverá ser avaliada a respiração. A
respiração está normal, rápida ou ausente? Se estiver ausente, abra
imediatamente as VA para determinar se as respirações iniciam espon-
taneamente. Se a vítima continua sem respirar, recebe a fita de cor
preta (não perca tempo tentando reanimar a vítima). Se a vítima neces-
sita ajuda para manter as VA abertas e sua frequência respiratória é
superior a 30 rpm, receberá uma fita de cor vermelha (nesses casos,
tente conseguir voluntários para manter abertas as VA da vítima). Caso
a respiração esteja normal (menor de 30 rpm), vá para o passo seguin-
te.
Terceiro passo
O socorrista deverá verificar a circulação da vítima através da
palpação do pulso carotídeo na região do pescoço. Se o pulso carotídeo
está fraco/débil ou irregular, o paciente recebe fita de cor vermelha
(primeira prioridade). Qualquer hemorragia grave que ameace a vida
deverá ser detida nesse momento. Posicione o paciente com as pernas
elevadas para prevenir o choque (novamente tente conseguir voluntá-
rios para fazer pressão direta sobre o local do sangramento e prevenir o
choque). Se o pulso é forte passe para a avaliação do status neurológi-
co.
Quarto passo
Verificar o status neurológico da vítima. Se a vítima não consegue
executar ordens simples emanadas pelo socorrista, deverá receber uma
fita de cor vermelha. Se a vítima executa corretamente as ordens sim-
ples recebidas, receberá a etiqueta/fita de cor amarela.
328
BLOCO IV
Aeróstatos
São aeronaves mais leves que o ar, cuja sustentação é baseada no
Princípio de Arquimedes: “Todo corpo mergulhado num fluido, recebe
um empuxo para cima, igual ao peso do fluído deslocado”.
Balões e dirigíveis são aeróstatos. Nestes veículos, o empuxo é
controlado pelo piloto e pode ser igual, maior ou menor que o peso. A
direção do voo é controlável somente, no dirigível, o qual possui lemes
para esse fim.
329
Semirrígidos: tem o formato da bolsa de gás, possuindo porem
uma armação que reforça longitudinalmente a mesma.
Aeródinos
São aeronaves mais pesadas que o ar, cuja sustentação baseia-se
no Teorema de Bernouille e a terceira Lei de Newton (ação e rea-
ção).Teorema de Bernouille: Num fluído em movimento quando a velo-
cidade aumenta a pressão estática diminui. Os aeródinos classificam-se
em:
330
2. Grupo Motopropulsor: fornece a propulsão ou a força ne-
cessária ao deslocamento do avião no ar;
3. Sistemas: são conjuntos de diferentes partes destinadas a
cumprir uma determinada função.
331
Asas
Parte do avião responsável pela força de sustentação, também
usada na maioria dos aviões como deposito de combustível. As asas são
basicamente compostas por três partes:
Nervuras: Membro estrutural interno que tem como principal
função dar formato aerodinâmico a asa. Aumentam a resistência das
asas, absorvendo principalmente os esforços de compressão.
Longarinas: Membro estrutural interno que tem como princi-
pal função aumentar a resistência da asa, absorvendo esforços de fle-
xão.
Revestimento: Permitem o perfeito escoamento do ar ao longo
da asa e quando feitos de chapas de alumínio aumentam a resistência
das asas.
332
Classificação das Aeronaves:
Quanto ao Número de Planos
Monoplano: possui somente uma asa.
333
Posição das Asas à Fuselagem
Asa Baixa: asas situadas na parte inferior da fuselagem.
334
Formato da Asa
Asa Retangular
Asa Trapezoidal
Asa Elíptica
Asa Delta
335
Fuselagem
336
Quadriplace: Aviões com quatro lugares.
Multiplace: Aviões com mais de quatro.
Trem de Pouso
337
Escamoteável: aviões cujo trem de pouso é recolhido em voo
por um sistema hidráulico, elétrico ou mecânico a fim de diminuir o
arrasto. Não oferece nenhuma resistência ao avanço. Esconde-se total-
mente.
338
Anfíbios: pousam e decolam tanto em terra como em água.
Triciclo: possui duas rodas lado a lado, embaixo das asas e uma
terceira na parte dianteira do avião (nariz).
Empenagem
339
estabilidade lateral e estabilidade direcional. Existem diferentes tipos
de empenagem como o tipo como o tipo padrão, tipo V, Tipo extra e
tipo T. Consiste em dois perfis:
Estabilizador Vertical: leme de direção e compensador de leme
de direção.
Estabilizador Horizontal: profundor (leme de profundidade) e
compensador do profundor ou compensador do leme de profundidade.
Motores
Turbo-hélice: motores
compostos de compressor, câmara
de combustão e turbina, cujo mo-
vimento é transmitido a uma héli-
ce que dá tração ao avião. Utili-
zam o querosene de aviação como
combustível. Normalmente estes
340
motores equipam aeronaves de
médio porte. OBS¹: Em um motor
turbo-hélice, as turbinas giram
fazendo girar uma hélice metáli-
ca. OBS²: O motor turbo-hélice é
uma combinação do convencional
(hélice) e motor a jato (corpo).
TurboJato Turbofan
Principais Componentes
Duto de admissão: ordena o fluxo de ar para a entrada do mo-
tor.
Compressor: comprime o ar admitido e envia-o para a câmara
de combustão.
Câmara de combustão: mistura combustível (querosene de avi-
ação) ao ar comprimido e gera uma faísca que propicia a combustão,
expelindo os gases em alta velocidade.
Turbina: gira em alta velocidade, como um cata-vento, quando
da passagem dos gases queimados, acionando o compressor visto que
estão ligados pelo mesmo eixo.
A tração neste tipo de motor ocorre quando os gases escapam
em alta velocidade (ação) contra a atmosfera, que tende a empurrar o
motor (reação) para frente.
341
Sistemas
Sistema de reversão
(motores a jato) é o sistema
utilizado para reduzir a veloci-
dade do avião após o toque no
solo. Constitui-se de uma con-
cha que se abre atrás dos mo-
tores, invertendo o fluxo dos
gases, ou seja, quando o rever-
so é comandado, os gases saem
para frente, empurrando o avi-
ão para trás (freio).
342
o voo.
Sustentação
(L): força criada por
reações aerodinâ-
micas sobre a asa e
que tende a erguer
o avião.
Peso (W): força criada pela ação da gravidade sobre a massa do
avião e que tende a abaixá-lo.
Tração (T): força criada pelos motores do avião e que tende a
deslocá-lo para frente.
Arrasto (D): força criada pelo ar tentando evitar o avanço do
avião, tendendo a deslocá- lo para trás.
Alguns Conceitos
L = W: Quando o voo é reto e nivelado, ou seja, o avião não so-
be nem desce, podemos afirmar que a Sustentação é igual ao Peso.
T = D:Quando o avião está com velocidade constante, ou seja,
possui aceleração, podemos afirmar que a Tração é igual ao Arrasto.
CG: Centro de Gravidade de um avião é o ponto de aplicação de
resultante de todas as forças, ou seja, é o ponto de equilíbrio de um
avião.
CP: Centro de Pressão de um avião é o ponto de aplicação da
resultante da sustentação, fica sempre atrás do centro de gravidade do
avião.
PMZC (peso máximo zero combustível): É o peso máximo de
um avião totalmente carregado faltando apenas o combustível.
PMD (peso máximo de decolagem): É o peso máximo permitido
para decolagem limitado pelas condições da pista (comprimento, resis-
tência de piso, etc) e pelas condições meteorológicas (altitude, tempe-
ratura, umidade, ventos e etc).
PMP (peso máximo de pouso): É o peso máximo para pouso li-
mitado também pelas condições da pista e meteorológicas.
Sistema de Pressurização
Sistema utilizado para garantir que a pressão interna do avião se-
ja a mais próxima possível da pressão ao nível do mar, garantido con-
forto aos passageiros. Para que isto aconteça, em voo, sempre a pres-
são interna do avião é maior que a pressão atmosférica externa.
343
Superfícies de Comando
São superfícies que permitem a dirigibilidade dos aviões e exis-
tem dois tipos básicos de superfícies, as primárias e as secundárias.
Superfícies Primárias
São os ailerons, profundor (leme de profundidade) e o leme de
direção, os quais veremos detalhadamente a seguir:
344
abaixar o nariz) chamamos de arfagem ou tangagem e ocorre em torno
do eixo lateral ou transversal do avião. OBS: o comando de subir o avião
também é chamado de cabrar e o de descer de picar.
Pedais: Dis-
positivo de coman-
do localizado na
frente do piloto,
próximo a seus pés,
que comanda o
leme de direção
paia direita ou para
esquerda. Pedal direito acionado o avião gira para direita, pedal es-
querdo acionado o avião gira para esquerda.
Superfícies Secundárias
São os chamados compensadores, que são pequenas superfícies
ligadas às superfícies primárias. Por isso, temos compensador do pro-
fundor, compensador do aileron e compensador do leme de direção.
345
Existem basicamente três tipos:
Fixo: ajustado no solo.
Ajustável: ajustado peto piloto em voo.
Automático: ajusta-se automaticamente.
A principal finalidade dos compensadores é corrigir pequenas
tendências de voo.
Eixos da Aeronave
A descrição dos movimentos da aero-
nave no espaço tridimensional se dá com
referência a três eixos que são perpendicula-
res entre si e passam pelo CG (Centro de
Gravidade) do avião.
Eixo Vertical (1)
Eixo Longitudinal (2)
Eixo Lateral ou Transversal (3)
Guinada e Eixo
Vertical. A guinada é o
movimento do avião em
torno de seu eixo verti-
cal. Esse movimento é
obtido pela utilização
dos pedais, que aciona o
leme.
346
Ele é obtido pela movimentação longitudinal do manche, o qual aciona
oleme de profundidade, ou profundor.
Dispositivos Hipersustentadores
Flaps
São localizados no bordo de fuga da asa. Estas superfícies aerodi-
nâmicas permitem aumento da sustentação, através de modificações do
ângulo de ataque e da curvatura do perfil. Tipos: simples, ventral, Fo-
wler e tipo com fenda.
Slot
O slot (fenda ou ranhura) é um dispositivo hipersustentador que
aumenta o ângulo de ataque crítico do aerofólio. Consiste numa fenda
que suaviza o escoamento no extradorso da asa, evitando o turbilhona-
mento, fazendo com que a asa possa atingir ângulos de ataque mais
elevados, isto é, produzir mais sustentação.
Sem Slot – ângulo crítico pequeno Com Slot – ângulo crítico grande
347
Freio Aerodinâmico
COMANDOS
Ailerons
SUPERFÍCIE DE CO- PRIMÁRIA Profundor
MANDO Leme de Direção
SECUNDÁRIA Compensadores
PRIMÁRIA
No bordo de fuga das asas
Ailerons
próximo às pontas
Na empenagem, no estabili-
LOCALIZAÇÃO Profundor
zador horizontal
Leme de Dire- Na empenagem, no estabili-
ção zador vertical
SECUNDÁRIA
1º Fixo (estático = que é ajustado em solo)
TIPOS DE COMPENSA- 2º Ajustável = que é ajustado em voo
DORES 3º Automático (dinâmico) = que ajusta-se
automaticamente
1º Alivia a pressão sobre os comandos
2º Tira as tendências indesejáveis da aero-
FUNÇÃO DOS COMPEN-
nave
SADORES
3º Estabiliza o avião em uma nova situação
de voo
EIXOS
Longitudinal vai do nariz à cauda
Transversal (Lateral) vai de ponta à ponta da
EIXOS IMAGINÁ-
asa
RIOS
Vertical Perpendicular à aeronave (90º com o
Transversal e o Longitudinal
Obs.: O ponto de encontro desses três eixos se dá no CG (Centro de
Gravidade) que é o ponto de equilíbrio do avião e que varia de acordo
com o posicionamento e peso dos passageiros, carga e combustível.
348
Rolagem ou Quando o pilo-
Rolamento to aciona o
Inclinação manche para
Lateral os lados uma
LONGITUDINAL AILERONS
superfície pri-
mária será
Bancagem
acionada, o
Aileron.
Quando o pilo-
to aciona o
Arfagem
manche para
trás (cabrar) e
para frente
TRANSVERSAL PROFUNDOR
(picar) uma
superfície pri-
Tangagem
mária será
acionada, o
Profundor.
Quando o pilo-
to aciona os
pedais, tanto
para esquerda
como para a
LEME DE DIRE-
VERTICAL Guinada direita, uma
ÇÃO
superfície pri-
mária será
acionada, o
Leme de Dire-
ção.
DISPOSITIVOS
Sua localização é
Flaps
DISPOSITIVOS HIPERSUS- facultativa
TENTADORES Sua localização é no
Slots
bordo de ataque.
Aumenta a sustentação
Freio aerodinâmico
FUNÇÃO DOS FLAPS Redutor de velocidade
Possibilita pousos e decolagens curtos
Aumenta o ângulo de subida
Aumenta a sustentação
FUNÇÃO DOS SLOTS Reduz a velocidade do avião
Aumenta o ângulo crítico da asa
349
Geometria do Avião
Superfícies Aerodinâmicas
São as que produzem pequena resistência ao avanço, mas não
produzem nenhuma força útil ao voo. Ex.: carenagem da roda, spinner
da hélice.
Aerofólio
São superfícies que produ-
zem forças úteis ao voo. Ex.: héli-
ce, asa, estabilizador.
Perfil
É o formato em corte do aerofólio. Existem dois tipos de perfis:
simétrico e assimétrico.
350
Extradorso: é a parte de cima da asa.
Espessura: é a maior distância entre o extradorso e o intradorso
da asa.
Vento Relativo
Teorema de Bernoulli
351
Tubo de Venturi
É um tubo com estreita-
mento onde fazemos passar um
pequeno furo, adaptando um
tubo plástico cuja extremidade
é mergulhada num copo d‟água.
Para demonstrar a diminuição da
pressão estática, passamos o
vento (ar sob pressão) pelo tubo.
No estreitamento, o ar sofre
um aumento de velocidade, onde irá aspirar a água do copo que será
pulverizada num fino jato. O Tubo de Venturi é exemplo da aplicação
do Teorema de Bernoulli.
Forças Aerodinâmicas
352
possível.
A única força produzida pela asa é a resultante aerodinâmica. A
sustentação e o arrasto são dois componentes da resultante aerodinâ-
mica e foram criadas simplesmente para facilitar o estudo. Os fatores
que influenciam no arrasto são:
Ângulo de Incidência
É o ângulo formado entre a corda e o eixo longitudinal do avião. É
um ângulo invariável.
Ângulo de Ataque
É um ângulo formado entre a corda (linha imaginaria reta que
une o bordo de ataque ao bordo de fuga da asa) e o vento relativo. O
ângulo de ataque é variável.
353
Ângulo de Atitude
Ângulo formado entre o eixo longitudinal da aeronave e a linha
do horizonte.
354
Tip Tank (tanque de ponta
de asa);
Asa de gaivota;
Winglets;
Arrasto Parasita
Guinada Adversa
Equilíbrio
Tipos de Equilíbrio
Existem três tipos de equilíbrio: estável, instável e indiferente.
355
Equilíbrio Instável: o avião tende a afastar-se mais do equilí-
brio;
Equilíbrio Indiferente: o avião continua fora do equilíbrio.
Estabilidade Longitudinal
É a qualidade que
faz o avião estável em
torno do eixo transversal
ou lateral. Deve-se basi-
camente à ação de três
forças: sustentação,
peso e força do estabili-
zador horizontal.
OBS: Para que um corpo esteja em equilíbrio, as suas forças têm
que ser anuladas.
A estabilidade longitudinal é a mais importante porque é nela
que se faz a distribuição da carga, distribuição dos passageiros e com-
bustíveis.
Estabilidade Lateral
É a qualidade que faz um avião estável em torno do eixo longi-
tudinal.Quando um avião sofre um desequilíbrio lateral, por exemplo,
através de uma rajada assimétrica, ele pode apresentar um dos três
tipos de comportamento:
1. Estaticamente estável: o avião tende a retornar ao equilíbrio
inicial;
2. Estaticamente instável: o avião tende a desequilibrar-se ain-
da mais;
3. Estaticamente indiferente: o avião tende a continuar fora do
equilíbrio.
356
Enfle-
chamento: É o
ângulo formado
entre a linha
do bordo de
ataque das asas
e o eixo trans-
versal ou late-
ral.
Durante uma glissada ou derrapagem, enflechamento faz com que uma
das asas seja atingida mais diretamente pelo vento lateral, produzindo,
portanto mais sustentação do que a outra. Isso influi na estabili-
dade lateral.
Efeito quilha: O vento lateral produz
forças sobre as superfícies laterais do avião,
podendo torná-lo:
Estável: quando a área lateral acima
do CG é maior do que a área lateral abaixo do
CG.
Instável: quando a área lateral abaixo do CG é maior do que a
área acima do CG.
Estabilidade Direcional
Refere-se ao equilíbrio de um avião em torno do eixo vertical.
Basicamente, existem dois fatores que influem na estabilidade direcio-
357
nal: enflechamento e efeito de quilha.
Se pressionarmos o pedal direito durante o voo, o nariz do avião
desviar-se-á para a direita. Quando a pressão for aliviada, o comporta-
mento do avião apresentará uma das características abaixo:
358
Balanceamento
M = VA ou TAS
VSOM
Onde:
M Número de Mach;
VA (Velocidade Aerodinâmica) ou TAS (True Airspeed) Veloci-
dade do avião no nível de voo;
VSOM Velocidade do Som no nível de voo.
359
Obs.: No nível médio do mar e com 15ºC de temperatura a velo-
cidade do som é de 340 m/s.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_____
360
12. Navegação Aérea
É a ciência que possibilita a um navegador conduzir uma aerona-
ve no espaço aéreo, com habilidade e segurança, em qualquer direção
sobre a superfície da Terra, podendo a qualquer momento determinar o
lugar onde se encontra.
Tipos de Navegação
Navegação
Visual ou por Con-
tato
É a maneira
de conduzir uma
aeronave com segu-
rança, através do
espaço, utilizando-
se de referencias
significativas na superfície terrestre (rodovias, rios, lagos, cidades,
montanhas, pontes), comparando o terreno com as cartas.
Navegação Estimada
É a maneira de conduzir uma aeronave de um lugar para outro,
valendo-se do resultado de cálculos pré-determinados e de alguns ins-
trumentos de bordo (bússola, velocímetro e relógio) para obter dados
sobre pontos ou posições e, a partir destas posições, estimar novos pon-
tos. O principal fator considerado é o vento, em sua direção e intensi-
dade.
Navegação Radiogonométrica
Consiste em determinar a posição geográfica e a orientação de
uma aeronave, utilizando-se ondas de radio emitidas por estações ter-
restres, captadas por instrumentos no painel da aeronave. Ex.: VOR e
NDB.
Navegação Eletrônica
É a navegação baseada em equipamentos eletrônicos munidos de
computadores, próprios para captar sinais de emissoras locais.
Navegação Astronômica
É o processo de navegação com dados obtidos através da obser-
vação de corpos celestes. Sempre foi utilizada pelos marítimos e, no
principio da navegação aérea transoceânica, era bastante utilizada.
361
Navegação por Satélite
Sistema mundial de determinação de posição de aeronaves pela utiliza-
ção de satélites. Ex.: GPS.
A Terra
Círculos
Temos duas espécies de
círculos que podem ser cons-
truídos numa esfera terrestre e
que auxiliarão na determina-
ção dos dois elementos básicos
da navegação, a localização e
a orientação.
Círculo máximo: É to-
do aquele cujo plano passa
pelo centro da Terra e a divide
em duas semiesferas iguais.
Ex.: Linha do Equador e o Me-
ridiano de Greenwich.
Círculo menor: É formado por um plano que não passa pelo
centro da Terra, dividindo-a em duas partes desiguais. Ex.: Todos os
paralelos menos a linha do equador.
Paralelos
São círculos formados por planos para-
lelos ao Equador e perpendiculares ao eixo
imaginário da Terra.
A linha do Equador é um círculo máxi-
mo cujo plano é perpendicular ao eixo ima-
ginário da Terra, dividindo-a em dois hemis-
férios: Norte e Sul. É o único paralelo que
forma um círculo máximo, os demais parale-
los são círculos menores.
Meridianos
São semicírculos máximos, limi-
tados pelos Polos, cujos planos contem
o eixo polar.
O Meridiano de Greenwich (me-
ridiano zero, primário ou primeiro me-
ridiano) tem este nome por passar pelo
laboratório naval de Greenwich, na In-
glaterra. Oposto a ele está o meridiano
180° que é conhecido também como
linha internacional de data.
362
Coordenadas Geográficas
Todas as linhas de paralelos e meridianos têm a sua posição in-
formada através de valores angulares. Estes valores angulares de letras
designativas de seu hemisfério fornecem as coordenadas geográficas,
expressas em graus ( º ), minutos ( ’ ) e segundos ( ” ).
1 º=60’ e 1’=60”
Latitude
É a distância angular com origem
no centro da Terra, cujo ângulo é lido
do plano do Equador até o paralelo de
um lugar, no sentido dos Polos. É ne-
cessário por um arco de meridiano.
As latitudes são expressas em
graus, minutos e segundos de um arco
de meridiano, lidas a partir do plano
do Equador até os Polos, ou seja, de
00° até 90°.
Longitude
É o ângulo, ou distância angular, medida a partir do meridiano de
Greenwich, no sentido Leste ou Oeste.
Co-Latitude
É a diferença, ou a distância
angular, lida no arco de meridiano
entre uma latitude e o Polo mais
próximo.
Antimeridiano
É a diferença, ou distância angular, lida no arco de paralelo, ou
seja, que possui uma diferença de 180° com o meridiano do observador.
Se o observador estiver no lado Leste, o antimeridiano estará no Oeste
e vice-versa.
363
180°= 179°59‟60” 180°=179°60‟ 180°
Ex.:
45°S e 35°N = 80°
64° 23‟ 20‟‟S e 25° 58‟ 35‟‟S = 38° 24‟ 25‟‟
364
Ex1: Ex2:
35°35‟40”S e 65°55‟40”N 40°N e 70°N
65°55‟40”N 40°N
- 35°35‟40”S + 70°N
(30°20„N)/2=15°10’N (110°N)/2=55°N
Ex1: Ex2:
135°35‟40”W e 165°55‟40”E 140°W e 070°W
165°55‟40”E 140°W
- 135°35‟40”W + 070°W
(30°20„E)/2=15°10’E (210°W)/2=105°W
Posição na Superfí-
cie Terrestre
É um ponto a ser,
ou já definido (plotado),
na superfície terrestre,
através das coordenadas
geográficas. Serve para
indicar aeródromos de
partida e destino, assim
como verificar posições ao
longo da rota.
365
Rosa dos Ventos
Direção
É o senso de o-
rientação para onde
alguém pretende ou
está se dirigindo, lida
em um valor angular
a partir do norte ver-
dadeiro, sempre me-
dido no sentido horá-
rio; ou abertura an-
gular lida no sentido
horário para onde se
deseja ir.
Magnetismo Terrestre
O espaço em torno de um imã, no qual sentimos sua força magné-
tica, é chamado campo magnético. Em qualquer parte do campo, a
força magnética tem uma intensidade e direção definidas. A Terra age
como um grande imã esférico, tendo suas propriedades características.
Como em um imã, o magnetismo terrestre em qualquer lugar é medido
366
pela determinação da direção e intensidade do campo magnético.
Magnetismo terrestre é a
atração natural existente em cer-
tos pontos da superfície da Terra.
Entre os vários pontos contendo
magnetismo natural, distingue-se
o polo norte magnético (PNM),
que está situado na ilha do prínci-
pe de Walles (Canadá), aproxima-
damente na latitude 73°00‟N e
longitude 100°00‟W, sendo para
este ponto que a agulha de uma
bússola sofre a atração da Terra.
O polo sul magnético (PSM) fica na
latitude 60°00‟S e longitude
144°00‟ na Antártida.
Os polos magnéticos não
são como os polos verdadeiros,
pois ficam exatamente um oposto
ao outro.
Inclinação Magnética
O campo magnético formado em torno da superfície terrestre faz
com que a agulha imantada de uma bússola fique alinhada na mesma
direção de suas linhas de força. Esta tendência de alinhamento da agu-
lha fará com que, em certas situações, tenhamos a direção horizontal
não coincidente com a direção da agulha. Esta diferença angular será
nula (0°) próxima do Equador e será máxima (90°) sobre os polos mag-
néticos. A este ângulo chamamos de inclinação magnética, responsável
pela inutilidade do uso da bússola magnética para navegar em regiões
polares.
367
Linhas Isoclínicas
São linhas que unem pontos de mesma inclinação magnética. Só
serão representadas em cartas de altas latitudes onde o uso não é acon-
selhável para a orientação.
Linhas Agônicas
São linhas que não apresentam declinação magnética ou que tem
declinação magnética nula.
Linhas Isogônicas
São linhas que numa carta indicam pontos de mesma declinação
magnética.
Bússola
É um instrumento cuja fun-
ção é indicar direções magnéticas.
Possui um conjunto de componen-
tes, entre os quais, uma barra de
aço imantada (agulha) que per-
manece atraída pelo norte magné-
tico. Funciona dentro de uma
câmara cheia de fluido que serve
como lubrificante do eixo e como
estabilizador da agulha. Na janela
da bússola, há um filete, no sen-
tido vertical, chamado
linha de fé, que serve como ponto referencial para indicar direções.
Desvio Bússola
É um erro na indicação da bússola, quando ela esta submetida a
influencia de objetos estranhos, que podem ser da estrutura da própria
aeronave (motor, parafusos de aço). Para estes já existem compensado-
res normais na própria bússola, mas a aproximação de outros campos
magnéticos causam erros na leitura da bússola.
368
Proa, Rumo e Rota
Fusos
369
do entre dois acontecimentos.
Hora verdadeira é a hora real com referência ao sol verdadeiro.
370
Linha Internacional de Datas
O meridiano de 180° é a linha internacional de data. Quando o
Sol está sobre o meridiano 0°, nesse ponto são 12h e, em seu oposto, no
meridiano 180º, são 24h. Nesse momento, a data está mudando.
FUSOS DO BRASIL
Fuso O Fuso P Fuso Q Fuso R
-2 Horas -3 Horas -4 Horas -5 Horas
Fernando de Brasília e a mai- AM, MT, RO e
Acre
Noronha oria dos Estados PA.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
371
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
372
13. Meteorologia
A palavra Meteorologia deriva de duas raízes gregas: meteoro,
qualquer coisa que caia do céu (de meteoritos até chuviscos) e logos,
discurso, tratado. É a ciência que estuda a atmosfera, sua atividade e
fenômenos (qualquer variação ocorrida nos elementos da natureza).
A Meteorologia teve início como ciência com a invenção do Ter-
mômetro (Galileu Galilei – 1590) e do Barômetro (Torricelli – 1643).
Divide-se em:
Pura: estudo dirigido para o campo das pesquisas. Ex.: Climato-
logia.
Aplicada: estudo dirigido para o campo das atividades humanas.
Ex.: Meteorologia Aeronáutica.
A função da Meteorologia Aeronáutica é observar, analisar, pre-
ver e informar, a fim de realizarem-se voos mais econômicos e seguros.
Atmosfera
Albedo
É a relação entre o total de energia refletida e o total de energia
que incide sobre uma superfície. O albedo médio da Terra é de 10,35%
(35%). As superfícies que mais refletem a energia solar são os topos das
nuvens, neve, areia, superfície dos oceanos etc, ou seja, o Albedo é
mais elevado quanto mais branca, lisa e polida for uma dada superfície.
Camadas da Atmosfera
Troposfera
É a camada mais baixa, onde ocorre a maioria dos fenômenos fí-
sicos do tempo. A temperatura diminui com a altitude, na proporção de
0,65ºC/100m ou 2ºC/1000 pés. Estende-se na vertical:
07 a 09 km sobre os polos.
13 a 15 km sobre as latitudes médias.
17 a 19 km sobre o equador.
373
No equador incide maior quantidade de raios solares e o ar é me-
nos denso. Nos polos incide quantidade de raios solares menor e o ar é
mais denso.
No equador, como incide
mais quantidade de raios sola-
res, o resfriamento em altitude
é mais lento. Isso explica a
camada troposfera mais alta.
Nos polos, acontece o
inverso. Como incide menos
quantidade de raios solares, o
resfriamento é mais rápido.
Isso explica a troposfera mais
baixa.
Tropopausa
Estreita zona de transição que separa a troposfera da estratosfera (3 a
5km de espessura). Sua principal característica é a isotermia (tempera-
tura constante com a altitude).
Cessam os fenômenos meteorológicos comuns na troposfera, só
ultrapassada pelo topo de trovoadas. É mais fria sobre o equador por
estar mais alta nesta região.
Estratosfera
Inicia-se a difusão de luz solar (cor azul do céu). Dentro dessa
camada encontra-se a maior parte da camada de ozônio, responsável
pela absorção da radiação ultravioleta do sol.
Ionosfera
Camada eletrizada, que afeta a transmissão das ondas hert-
zianas. A ionização dessa camada é consequência da absorção dos
raios gama, X e ultravioleta do sol.
Exosfera
Estende-se verticalmente até cerca de 1000km de altitude. É a
camada que se confunde gradativamente com o espaço interplanetário,
é a mais rarefeita.
374
Temperatura ao nível do mar: 15ºC ou 59ºF;
Gradiente térmica: 0,65ºC/100m ou 2ºC/1000 pés;
Temperatura na tropopausa daISA: -56,5ºC.
Dados Importantes
HPA: Hecto-Pascal, unidade de medida da pressão atmosférica
Gradiente térmico: razão de perda de temperatura com altura
Gradiente bárico: razão de perda de pressão com altura
Nível de voo ou FL (Flight Level): plano paralelo ao nível do mar
Altitude: distancia vertical entre um ponto e o nível do Mar
Altura: distancia vertical entre um ponto e o terreno
Temperatura e Calor
Calor
É a energia manifestada pela maior agitação entre as moléculas
que compõem a matéria.
Temperatura
É a grandeza física que mede a quantidade de calor de um corpo.
A temperatura do ar é um fator meteorológico de suma importância e
de grande utilização na navegação aérea:
Quando a temperatura diminui com a altitude, denomina-se
GRADIENTE TÉRMICO POSITIVO.
Quando a temperatura aumenta com a altitude, temos uma in-
versão térmica, denominada GRADIENTE TÉRMICO NEGATIVO.
Quando a temperatura não varia ou pouco varia com a altitude,
temos uma isotermia, denominada GRADIENTE TÉRMICO NULO.
O instrumento usado para medir a temperatura chama-se ter-
mômetro.
O instrumento usado para registrar a temperatura chama-se
termógrafo.
Condução
É a passagem direta do calor de
molécula a molécula, feita gradativamen-
te. Este processo não forma nuvens.
375
Convecção
É o transporte do calor na vertical
(correntes ascendentes, convectivas ou
térmicas) mais comuns no verão, à tarde,
sobre a terra e, no inverno, à noite, sobre
o mar.
Advecção
É o transporte do calor na horizon-
tal, pelo vento.
Pressão Atmosférica
Sistemas de Pressão
Sistemas Fechados
Isóbaras: linhas que unem pontos de igual pressão, são traçadas
de 2 em 2 HPA, números pares.
Sistemas de baixa pressão (ciclones): sistema onde as menores
pressões se situam no centro e vão aumentando para a periferia. Asso-
ciado ao mau tempo. O vento é horário (no hemisfério sul) e convergen-
te.
Sistema de alta pressão (anti-ciclone): sistema onde as maio-
res pressões se situam no centro e vão diminuindo para a periferia.
Associado a bom tempo. O vento é anti-horário (no hemisfério sul) e
divergente.
376
Sistemas Abertos
Crista ou Cunha: prolongamento de alta pressão. Condições do
tempo semelhantes ao sistema de alta pressão.
Cavado: prolongamento de baixa pressão. Condições de tempo
semelhantes ao sistema de baixa pressão.
Há ainda, o colo, que é uma faixa entre duas altas e duas baixas
pressões, cuja principal característica é os eventos fracos e variáveis.
Variações de Pressão
As variações ocorrem pela variação da densidade do ar, que por
sua vez resulta da variação de temperatura.
1 Hpa 30 ft 9m
1 pol. Hg 1000 ft 300 m
1 mm Hg 36 ft 12 m
377
Vento
Velocidade
A velocidade do vento depende da diferença de pressão entre
dois pontos. Quanto maior a diferença, maior a velocidade do vento. A
unidade usada para medir a velocidade chama-se nós (knots - kt).
1 kt = 1 NM (milha náutica) = 1.852 m
378
Caráter
Fluxo contínuo ou descontínuo do vento.
Rajada
É considerada quando a velocidade aumenta de 10 kt ou mais da
velocidade média do vento, num curto espaço de tempo.
Vento de Través
Causa deriva lateral, exigindo correções pelo piloto, principal-
mente nos pousos.
Vento de Cauda
Diminui a sustentação e exige aumento da velocidade no pouso e
mais pista para decolagem. Quando em voo nivelado, aumentando a GS,
economizando combustível e diminuindo o tempo de voo.
Circulação Superior
É caracterizado pelo retorno em níveis elevados do ar equatorial
para os polos. Dentro da circulação superior, destaca-se a “JET STRE-
AM” (corrente de jato), apresenta ventos mínimos de 50kt e velocidade
média de 100kt, sopram de oeste para leste, e estão associados a
frentes frias. Provocam a CAT (Clear Air Turbulence). Estes ventos são
considerados ventos de altitude, são mais intensos, pois estão livres do
atrito com o solo.
Brisas Marítimas
São mais densas no verão, à tarde. Sopram do mar para terra.
379
Brisa Terrestre
São mais intensas no inverno, de madrugada. Sopram da terra pa-
ra o mar.
Monções
Semelhantes às brisas, porém mais fortes. Variam suas direções
com as estações do ano. Dividem-se em:
Monções de verão: são quentes e úmidas. Sopram do mar para o
continente
Monções de inverno: são frias e secas. Sopram do continente pa-
ra o mar.
Ventos de Vale
Sobem as encostas dos vales profundos, pela manhã.
Ventos de Montanhas
Descem as encostas das montanhas, à noite.
Umidade do AR
Fusão
Passagem da água do estado sólido para o estado líquido.
Vaporização
Passagem da água do estado líquido para o estado gasoso.
Condensação
Passagem da água do estado gasoso para o estado líquido.
380
Solidificação
Passagem dá agua do estado líquido para o estado sólido.
Evaporação
Passagem da água de estado líquido para o estado gasoso.
Sublimação
Passagem da água do estado de vapor direito para o estado sólido
ou vice-versa.
Hidrometeoros
São fenômenos atmosféricos formados pelo elemento água. Eles
começam na formação do vapor d‟água, passam pelas nuvens e nevoei-
ros, pelas formas de precipitação como chuva, chuvisco, neve e outros,
e pelas formas depositadas como o orvalho, geada e etc.
Capacidade de retenção
Quantidade máxima de vapor d‟água que um dado volume de ar
pode reter.
Umidade relativa
É a relação entre a quantidade de vapor de água existente e a
capacidade de retenção, expressa em porcentagem.
Saturação
Quando a capacidade de retenção está totalmente preenchida
(UR=100%). Quando o volume de ar contém 4% de vapor de água está
saturado. A saturação ocorre de duas maneiras: por resfriamento e por
acréscimo de vapor de água.
381
Nuvens
382
fortes em altitude. São bastante brancas e de aspecto fibroso ou fila-
mentoso.
2. Cirrocumulus (Cc): Indica a presença de turbulência em ní-
veis elevados. Forma-se em ar instável.
3. Cirrostratus (Cs): Véu uniforme e transparente que encobre
total ou parcialmente o céu, produzindo o fenômeno do “HALO” e do
chamado “Fogo de Santelmo”, que causa pequenas centelhas em algu-
mas partes da aeronave (principalmente no para-brisa) devido ao acú-
mulo de energia estática causada pelo atrito dos cristais de gelo. Sua
presença também pode indicar possível mudança nas condições do tem-
po.
4. Alto Cumulus (Ac) Indica turbulência em níveis médios e não
produz precipitação capaz de atingir a superfície. É bem semelhante à
Cirrocumulus, porém, pode ser vista em menor altitude.
5. Altostratus (As): Véu espesso e uniforme que encobre total
ou parcialmente o céu. Pode produzir chuva leve (normalmente contí-
nua) e até neve. Não provoca o “HALO”. Se a aeronave voar dentro
desse tipo de nuvem pode estar sujeita à formação em sua fuselagem
do Gelo tipo ESCARCHA.
6. Nimbustratus (Ns): Nuvem escura de aspecto ameaçador.
Não é turbulenta em seu interior, mas pode produzir chuva moderada à
forte, inclusive, neve. A aeronave que voar dentro desse tipo de nuvem
também esta sujeita à formação de gelo tipo ESCARCHA.
7. Stratus (St): Nuvem muito baixa, em camadas uniformes e
suaves. Possui cor cinza e quando está rente à superfície é o nevoeiro.
Apresenta topo uniforme (ar estável) e produz chuvisco (garoa).
8. Strato-
cumulus (Sc): É
uma nuvem com
uma característica
especial: ela possui
dois equilíbrios (es-
tabilidade e instabi-
lidade). Só é turbu-
lenta em seu interi-
or e é a única que
se forma em equilí-
brio condicional.
Pode produzir chuva
fraca e neve.
9. Cumulus (Cu): Pode ser encontrada na forma de Cumulus
Humílis ou Cumulus de bom tempo. Não produz nenhum tipo de precipi-
tação. Sua estrutura é líquida e é de pequeno desenvolvimento.
10. Cumulonimbus (Cb): É a nuvem de maior desenvolvimento.
Tem em média 8 km de espessura e se forma normalmente entre 700 a
1.500 m. É a nuvem da trovoada, por isso é a mais perigosa. Quando
383
aparece esse tipo de nuvem pode-se esperar que ocorra um fenômeno
denominado de “WIND SHEAR”, que é extremamente prejudicial às
aeronaves. Pode também gerar queda de granizo.
Nevoeiros
Tipos de Nevoeiro
Massas de Ar e Frontais
Os nevoeiros de massas de ar dividem-se em:
384
Radiação: é o mais comum dos nevoeiros. Ocorre principalmen-
te no inverno. As condições para sua formação são:
Céu claro, radiação terrestre;
Ventos fracos à superfície;
Umidade relativa alta.
Advecção: massas de ar deslocando-se sobre superfícies com
temperatura e umidade em contraste. Divide-se em:
Nevoeiro de vapor: ar frio em contato com superfícies líqui-
das aquecidas. Forma-se sobre rios, lagos, etc.
Nevoeiro marítimo: ar quente em contato com superfícies li-
quida e fria. Forma-se sobre os mares.
Nevoeiro orográfico: formado pela elevação do ar ao longo
das encostas.
Névoas
Massas de Ar
385
Massa Quente
Quando o ar está se deslocando sobre uma superfície mais fria, o
ar resfriado ficará mais denso e estável. Teremos nuvens estratiformes,
precipitação leve, visibilidade restrita por névoas e nevoeiros.
Frentes
Frente Quente
Massa de ar quente, deslocando-se na direção de uma massa mais fria
ocupa o espaço da massa de ar frio. Deslocam-se de noroeste para su-
deste no hemisfério sul e sudoeste
para nordeste no
hemisfério norte. Os
fenômenos não são
tão intensos quanto
nas frentes frias e a
sua velocidade tam-
bém é menor. A vari-
ação da temperatura
e pressão será a mesma da frente fria, porém a variação é pouco acen-
tuada. As nuvens que precedem a frente quente são: Ci, Cs, As, Ns e St.
386
Frente Estacionária
Uma frente fria ou quente que pa-
rou o seu deslocamento. Há um equilí-
brio entre a massa quente e a massa
fria. As condições de tempo são seme-
lhantes às encontradas na frente que
perdeu deslocamento. O tempo associa-
do a ela persiste num área por vários
dias.
Frente Oclusa
Encontro de duas frentes de ca-
racterísticas diferentes, este encontro
ocorre associado a uma baixa pressão,
conhecida como ciclone extratropical.
Frente Quente
As operações de voo nas frentes quentes são muito difíceis por
causa da existência de tetos baixos e má visibilidade na superfície.
Normalmente pode-se esperar um voo suave entre camadas de nuvens
numa frente quente. Existem alguns CBs, mas possuem suas bases ele-
vadas, com relâmpagos de nuvem para nuvem, sem atingir o solo.
Trovoadas
387
1. Estágio de cúmulos ou formação
É o início do ciclo de vida. As bases são
horizontais, prevalecendo as correntesascen-
dentes. A precipitação raramente atinge o
solo. O diâmetro da nuvem neste estágio
varia entre 3 a 8 quilômetros e o topo situa-
se entre 5 e 8 quilômetros.
3. Estágio de dissipação
É a fase em que a trovoada começa a
dissipar. As correntes descendentes passam
a prevalecer. Ventos fortes dos níveis supe-
riores transformam o topo da célula em
uma grande massa de Cirrus em forma de
bigorna.
Tipos de Trovoadas
Trovoadas de massas de ar: são aquelas que ocorrem no interior
de uma mesma massa de ar. Dividem-se em:
Convectivas ou térmicas: formadas por convecção. O aqueci-
mento da superfície produz o aquecimento do ar e o ar aquecido se
eleva formando Cumulus que podem evoluir ate formarem uma CB.
Ocorrem mais durante o dia sobre a terra no verão e a noite no inverno
sobre o mar.
Advectivas (noturnas): formadas por advecção na horizontal. É
o ar quente e úmido, soprando pelo vento, ficando por baixo do ar frio,
causando instabilidade. Mais frequentes à noite e menos intensas que as
convectivas.
Orográficas: formadas a barlavento das montanhas, onde o ar
quente e úmido é forçado a subir ao longo das encostas. São estacioná-
rias e persistentes, pois duram enquanto soprar o vento que as formou.
388
Trovoadas Frontais ou Dinâmicas: associadas com as frentes.
Ocorrem em qualquer época do ano e a qualquer hora do dia. São co-
mumente encontradas na Zona de Convergência Intertropical (ITCZ). As
trovoadas dinâmicas associadas a frentes frias são sempre mais comuns
e intensas. Em frentes quentes são mais estáveis e raramente ocorrem.
As trovoadas formadas nas linhas de instabilidade são as mais violentas.
389
Tipos de Gelo
Claro ou Cristal: é o mais perigoso, pois adere com facilidade.
É duro e difícil de ser removido. Altera o perfil aerodinâmico das asas.
Predomina em ar instável, em nuvens Cumuliformes, na faixa de tempe-
ratura entre 0ºC e -10ºC. É brilhante e translúcido formado pelo conge-
lamento lento de grandes gotas super-resfriadas.
Opaco, Amorfo ou Es-
carcha: formado por minúscu-
los cristais de gelo, semelhante
ao formado nas paredes inter-
nas dos refrigeradores domés-
ticos. É mais leve e menos
aderente, fácil de ser removi-
do. Ocorre em ar estável, em
nuvens estratiformes, na faixa
de temperatura entre -10ºC e -
20ºC.
Geada
Cristais de gelo fino, em forma de agulhas ou escamas, deposita-
dos por sublimação direta do vapor d‟água, em condições semelhantes
às do orvalho, exceto pelas temperaturas da superfície do ar, que deve
estar iguais ou inferiores a 0ºC. Este tipo de gelo não pesa nem altera
os perfis das asas da aeronave, mas afeta a visibilidade do piloto.
Turbulência
Tipos de Turbulência
Turbulência Mecânica, de So-
lo ou de Atrito
Resulta ar que sopre perpendi-
cularmente a obstáculos da superfí-
cie. Mais comuns no verão, à tarde,
com ventos moderados a fortes sobre
grandes cidades e terrenos irregula-
390
res. Associadas às nuvens Cumulifor-
mes de base baixa.
Turbulência Orográfica
Também conhecida com ondas
de montanha, são resultantes do
fluxo de ar que sopra perpendicular-
mente a uma cordilheira. A barlaven-
to das montanhas o ar é forçado a
ascender. A sotavento é forçado a
descer estendendo seus efeitos sobre
o vale.
Turbulência Convectiva ou
Térmica
Está associada as variações
térmicas, ou seja, podemos con-
cluir que quanto mais quente esti-
ver à superfície, mais intensa será
a turbulência. É mais comum e
intensa:
No verão, à tarde, sobre
os continentes.
No inverno, à noite, sobre os oceanos. É formada pelo aqueci-
mento do solo ou da água.
Esteira de Turbulência
Quando uma aeronave inicia
a corrida de decolagem, uma es-
teira de ar começa a se formar
por trás dela. A partir do ponto de
decolagem, vórtices nas pontas
das asas surgem nas laterais da
esteira, formando um turbilhão
intenso e perigoso para as aerona-
ves de menor porte.
391
Windshear
Ocorre quando existe variação na velocidade do vento o em sua
direção dentro de uma curta distância. Oferecem grandes riscos à avia-
ção apesar do curto tempo e espaço.
Anotações:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
392