Por onde andam as pessoas interessantes?

Sim, faço o uso do nome de um livro

pra começar meu texto, pois talvez seja a questão que vai desenrolar tudo que
vier a ser escrito daqui pra frente.

A pouquíssimo tempo terminei meu namoro e senti que as coisas realmente

deram uma tremenda reviravolta. E positiva, pois era realmente como aquela
que eu procurava. Não demorou muito para que as coisas se acalmassem e eu
me encontrasse naquele estado de paz que nós costumamos achar que é raro e
inexistente. Durante esse período de paz, fiz muitas coisas que se relacionavam
somente a mim, talvez um pouco egoísta, eu sei, mas naquele momento não me
importava e até me sentia bastante confortável e feliz de não ter que me
importar com nada a não ser comigo mesma.

De uns tempos pra cá, posso dizer que não senti realmente nada por ninguém. E
você pode estar se perguntando o porquê disso, e minha resposta é simples.
Pelo simples motivo de que as pessoas não são mais interessantes. Elas
preferem mentir e criar uma máscara a ter que realmente se mostrar para as
outras. Talvez seja mais fácil mentir e criar um personagem, não sei. Mas juro
que queria entender onde está a graça em fingir ser alguma coisa para
conseguir algo em troca. Não consigo acreditar que o ser humano passou para
um estado onde só mostra um lado seu se tiver algo em troca. Um completo
jogo de interesses onde aquele que mostra menos é o vencedor é ser forte e
“fodão”.

Qual é a graça de se construir qualquer tipo de relação em cima desse eterno

jogo? Onde você não chega a conhecer as pessoas na sua verdadeira essência?
Talvez essa seja o real motivo da maioria dos relacionamentos de hoje em dia
serem fadados ao fim, e não me refiro apenas a relacionamentos de
namorados/casamentos. Refiro-me a todo e qualquer tipo de relação, seja
amizade, namoro ou o que quer que seja.

E olha que eu sempre fui do tipo que gostava de conhecer gente. Sempre tive
aquele coração mais vagabundo que se encantava ou até se apaixonava fácil
demais, que era só achar quem tratasse bem e já ficava grudada no celular
esperando resposta. E agora nada. Mas talvez seja por ter chegado a essa
conclusão, de que o ser humano deixou de ser interessante e passou a se
esconder atrás de um personagem.

Pergunto-me onde iremos parar com esse tipo de relação. Resta-me aqui
apenas indignação.