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PLANEJAMENTO

FINANCEIRO
PLANEJAMENTO
FINANCEIRO

FINANÇAS PESSOAIS

Orçamento e Fluxo de Caixa


Na gestão financeira e constituição de patrimônio, dois exercícios são fundamentais para que
qualquer indivíduo possa maximizar seus resultados, sejam eles ter equilíbrio financeiro ou
constituir patrimônio. O primeiro exercício consiste na elaboração de um orçamento pessoal ou
familiar, onde o objetivo principal é estabelecer um fluxo de caixa que permita o cumprimento
dos compromissos mensais ou, ainda melhor que isso, estabelecer um fluxo superavitário
que permita a geração de poupança. O outro exercício consiste na construção de um balanço
patrimonial, cujo objetivo é demonstrar as posições patrimoniais do indivíduo.
O orçamento pessoal engloba dois tipos de informação, as entradas de recursos, ou seja, os
rendimentos, salários e outras receitas auferidas e as saídas de recursos, gastos diversos,
aplicações ou custos em geral. Um bom orçamento deve estabelecer metas e objetivos para
que as entradas de recursos sejam maiores que as saídas. Pra isso é importante que exista
um planejamento onde serão definidas necessidades e prioridades onde o indivíduo possa
estabelecer os seus hábitos de consumo dentro da renda disponível.
Alguns passos importantes para elaboração de um orçamento consistente:
1. Criar uma planilha mapeando todas as entradas e saídas de recursos dos últimos doze
meses. Pra isso podem ser usados como fonte de informação extratos bancários, canhotos de
cheques, extratos dos cartões de crédito. O ideal é que a planilha já seja criada separando as
diferentes categorias de gastos, fixos, variáveis, obrigatórios, facultativos, etc.
2. Fazer um levantamento dos gastos futuros (12 meses), considerando também despesas
sazonais, como férias e outros. Nesse ponto já é possível identificar gastos que poderão ser
reduzidos ou eliminados.
3. Orçar despesas imprevistas, é importante reservar uma parte dos recursos para eventos
inesperados.
4. Estimar custos que podem ser sofrer alteração em virtude de algum reajuste, como por
exemplo o aluguel que costuma ser reajustado pelo IGPM
5. Após determinar os valores mensais por categoria, calcular os custos como um percentual
da receita líquida.
6. Projetar também as receitas mensais estimadas para os próximos 12 meses.
7. Determinar o total de despesas e em quais meses irão ocorrer despesas maiores, como
impostos, seguros ou outras despesas com recorrência anual.

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8. Projetar o orçamento completo para os próximos 12 meses ajustando eventuais desencaixes


para que as obrigações de cada mês possam cumpridas.
9. No decorrer dos meses, fazer o comparativo entre as despesas reais e as projetadas, fazendo
os ajustes necessários para cumprimento dos objetivos propostos
10. Fazer uma análise contínua do que pode ser otimizados nas diferentes categorias de
despesas sobre as quais é possível ter algum controle e, se possível, por que não, pensar em
alternativas que permitam criar novas fontes de receitas e ampliar o poder de poupança.

Informações que costumam fazer parte de um orçamento:


Entradas Saídas
Aplicações mensais
Salário
(Investimentos, Previdência)
Custos fixos obrigatórios
- Despesas de moradia (aluguel, financiamento, água, luz, etc)
- Despesas com veículo (prestação, seguro,
Receitas de alugueis
estacionamento, combustíveis, manutenção)
- Impostos
- Seguros
Custos fixos facultativos
Dividendos - Internet, Serviços de streaming, telefone, etc
- Academia/clube
Custos variáveis obrigatórios
Receitas de juros
- Alimentação
Custos variáveis facultativos
Reembolso de impostos - Lazer
- Férias
Outras receitas Fluxo de caixa líquido = Entradas – Saídas

O orçamento doméstico se refere nada mais é do que uma previsão de entradas e saídas
de um indivíduo ou família durante um determinado período. Já o fluxo de caixa relaciona
as movimentações financeiras (entradas e saídas) por seus valores reais e na data em que
efetivamente ocorrem. Se o orçamento se concretizar, o fluxo de caixa será composto pelas
mesmas informações, porém organizadas por data e com detalhamento maior. Importante
também planejar um orçamento que permita reservar uma parcela das receitas para poupança
e investimentos.

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Exemplo de Orçamento

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As contas do Balanço Patrimonial Pessoal


O balanço patrimonial é uma demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e
qualitativamente, a posição patrimonial e financeira de uma empresa em determinada data.
Podendo também ser utilizado para verificar as posições patrimoniais e financeiras de uma
família ou indivíduo. No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas conforme os
elementos patrimoniais registrados e agrupados de modo a facilitar o conhecimento e análise
da situação financeira.
O balanço patrimonial pessoal pode ser considerado também uma fotografia da situação
patrimonial da pessoa em determinado momento. Ele aponta o que foi feito com a renda
percebida ao longo da vida e indica se os recursos foram utilizados de forma construtiva,
visando formar um patrimônio. Considerando que essa situação sofre alterações ao longo do
tempo, é preciso refazer esse balanço periodicamente (pelo menos uma vez por ano). A época
de entrega da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) é ideal para analisar
a evolução patrimonial do ano de referência, já que, no formulário, são reportados os ativos
(bens e direitos) e os passivos (dívidas e obrigações). A soma de todos os ativos (valor atual de
mercado), descontadas as dívidas (saldo devedor), resultará no patrimônio líquido do indivíduo,
que é a riqueza formada até aquela data.

Ativos
Todos os bens e direitos, como imóveis, veículos, investimentos, dinheiro guardado, direitos
a receber de terceiros, seja por serviços prestados, seja por devolução de empréstimos são
considerados ativos. É importante registrar o valor de mercado dos bens, isto é, o valor que o
mercado estaria disposto a pagar por aquele bem. No caso de investimentos, considerar o valor
líquido, após pagamento de taxas e impostos.
Ao elaborar o balanço patrimonial, é interessante distinguir os ativos de uso pessoal, (que
geram despesas), e os ativos que geram renda. O imóvel residencial, a casa de campo ou de
praia e os veículos da família são considerados ativos de uso pessoal. Proporcionam conforto,
bem-estar, entretanto, são fontes de despesa. Aplicações financeiras e imóveis adquiridos para
locação ou venda futura são exemplos de ativos que geram renda. Essa parte do patrimônio
será fundamental para gerar renda complementar na aposentadoria, por exemplo.

Passivos
São as dívidas contraídas, tanto de curto como de longo prazo.

Dívidas de curto prazo


São consideradas dívidas de curto prazo as parcelas de empréstimos vincendos em até 1 ano,
tais como crédito rotativo (limite do cheque especial e cartão de crédito), crédito consignado,
empréstimo pessoal, crediários etc.

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Dívidas de longo prazo


Parcelas vincendas em prazo superior a um ano, tais como financiamento imobiliário,
financiamento de automóvel e empréstimos em geral.

Patrimônio líquido
O Patrimônio Líquido, resultante do total de ativos menos o total dos passivos, indica a
riqueza de uma pessoa, sendo um dos mais importantes indicadores das finanças pessoais, e o
monitoramento de sua evolução evidencia se estamos construindo ou destruindo riqueza. Se
boa parte ou toda a renda é dispendida em consumo, não haverá crescimento patrimonial. O
ideal é que parte da renda seja destinada à expansão do patrimônio.

Exemplo de Balanço Patrimonial Pessoal

Depois de compreendermos os conceitos de orçamento doméstico, que relaciona receitas e


despesas e balanço patrimonial, que relaciona os ativos, passivos e patrimônio líquido, vamos
analisar um exemplo que engloba ambas as ferramentas:

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Considere as informações financeiras sobre uma família composta pelo casal Adriano e Taís e
sua filha Giovana:

Telefones (Gasto mensal) R$ 150,00


Restaurantes (Gasto mensal) R$ 1.000,00
Salário Líquido Mensal Taís R$ 5.000,00
Imóvel Residencial R$ 300.000,00
Saldo Aplicação CDB (Liquidez diária) R$ 150.000,00
Parcela Mensal Financiamento Imobiliário R$ 2.500,00
Saldo Acumulado VGBL R$ 50.000,00
Seguro Automóveis (Mês) R$ 400,00
Combustível (Gasto mensal) R$ 800,00
IPVA (Gasto mensal) R$ 400,00
Condomínio (Gasto mensal) R$ 500,00
Supermercado (Gasto mensal) R$ 2.000,00
Contas Mensais (Água, Energia, Telefone, Gás) R$ 500,00
Saldo Devedor Fin. Imobiliário R$ 100.000,00
Mensalidade Faculdade Taís R$ 500,00
Parcela Carro Adriano R$ 2.000,00
Estacionamento (Gasto mensal) R$ 200,00
Manutenção (Gasto mensal) R$ 300,00
Saldo Devedor Carro Adriano Parcelas Restantes: 10) R$ 25.000,00
Outras Despesas Pessoais R$ 1.000,00
IPTU (Gasto mensal) R$ 200,00
Internet/Serviços de Streaming R$ 200,00
Saldo Aplicação Ações R$ 50.000,00
Aporte Mensal VGBL R$ 1.000,00
Carro Adriano R$ 95.000,00
Carro Taís R$ 80.000,00
Mensalidade Escola Giovana R$ 1.500,00
Planos de Saúde (Gasto mensal) R$ 1.500,00

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Cálculo do orçamento doméstico


e o patrimônio líquido da família.
Primeiro passo é classificar todos os lançamentos conforme devem ser alocados no orçamento
e balanço:
• Orçamento Doméstico: agrupa as entradas e saídas de caixa que ocorrem com recorrência.
Exemplo: Salários, supermercado, manutenção automóveis, etc.
• Balanço Patrimonial: separa os ativos, ou seja, bens que podem ser transformados em
dinheiro, e passivos, itens para os quais será preciso despender de recursos financeiros
para quitação. A diferença entre ativos e passivos resulta no patrimônio líquido.
Reagrupamento dos lançamentos conforme classificação Orçamento/Balanço:

RUBRICA VALOR CLASSIFICAÇÃO DEMONSTRATIVO


Telefones (Gasto mensal) R$ 150,00 Saída Orçamento
Restaurantes (Gasto mensal) R$ 1.000,00 Saída Orçamento
Salário Líquido Mensal Taís R$ 5.000,00 Entrada Orçamento
Imóvel Residencial R$ 300.000,00 Ativo Balanço
Saldo Aplicação CDB (Liquidez diária) R$ 150.000,00 Ativo Balanço
Parcela Mensal Financiamento Imobiliário R$ 2.500,00 Saída Orçamento
Saldo Acumulado VGBL R$ 50.000,00 Ativo Balanço
Seguro Automóveis (Mês) R$ 400,00 Saída Orçamento
Combustível (Gasto mensal) R$ 800,00 Saída Orçamento
IPVA (Gasto mensal) R$ 400,00 Saída Orçamento
Condomínio (Gasto mensal) R$ 500,00 Saída Orçamento
Supermercado (Gasto mensal) R$ 2.000,00 Saída Orçamento
Contas Mensais (Água, Energia, Telefone, Gás) R$ 500,00 Saída Orçamento
Saldo Devedor Fin. Imobiliário R$ 100.000,00 Passivo Balanço
Mensalidade Faculdade Taís R$ 500,00 Saída Orçamento
Parcela Carro Adriano R$ 2.000,00 Saída Orçamento
Estacionamento (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento
Manutenção (Gasto mensal) R$ 300,00 Saída Orçamento
Saldo Devedor Carro Adriano (Parcelas Restantes: 10) R$ 25.000,00 Passivo Balanço
Outras Despesas Pessoais R$ 1.000,00 Saída Orçamento
IPTU (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento
Internet/Serviços de Streaming R$ 200,00 Saída Orçamento
Saldo Aplicação Ações R$ 50.000,00 Ativo Balanço

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RUBRICA VALOR CLASSIFICAÇÃO DEMONSTRATIVO


Aporte Mensal VGBL R$ 1.000,00 Saída Orçamento
Carro Adriano R$ 95.000,00 Ativo Balanço
Carro Taís R$ 80.000,00 Ativo Balanço
Mensalidade Escola Giovana R$ 1.500,00 Saída Orçamento
Planos de Saúde (Gasto mensal) R$ 1.500,00 Saída Orçamento

Organizando os itens do orçamento:


RUBRICA VALOR CLASSIFICAÇÃO DEMONSTRATIVO
Salário Líquido Mensal Adriano e
R$ 25.000,00 Entrada Orçamento
Taís
Total de Entradas R$ 25.000,00
Telefones (Gasto mensal) R$ 150,00 Saída Orçamento
Restaurantes (Gasto mensal) R$ 1.000,00 Saída Orçamento
Parcela Mensal Financiamento
R$ 3.500,00 Saída Orçamento
Imobiliário
Seguro Automóveis (Mês) R$ 400,00 Saída Orçamento
Combustível (Gasto mensal) R$ 800,00 Saída Orçamento
IPVA (Gasto mensal) R$ 400,00 Saída Orçamento
Condomínio (Gasto mensal) R$ 500,00 Saída Orçamento
Supermercado (Gasto mensal) R$ 2.000,00 Saída Orçamento
Contas Mensais (Água, Energia,
R$ 500,00 Saída Orçamento
Telefone, Gás)
Mensalidade Faculdade Taís R$ 500,00 Saída Orçamento
Parcela Carro Adriano R$ 2.000,00 Saída Orçamento
Estacionamento (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento
Manutenção (Gasto mensal) R$ 300,00 Saída Orçamento
Outras Despesas Pessoais R$ 1.000,00 Saída Orçamento
IPTU (Gasto mensal) R$ 200,00 Saída Orçamento
Internet/Serviços de Streaming R$ 200,00 Saída Orçamento
Aporte Mensal VGBL R$ 1.000,00 Saída Orçamento
Mensalidade Escola Giovana R$ 1.500,00 Saída Orçamento
Planos de Saúde (Gasto mensal) R$ 1.500,00 Saída Orçamento
Total de Saídas R$ 17.650,00
Saldo (Entradas – Saídas) R$ 8.350,00

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O saldo de R$ 8.350,00 evidencia que a família possui um orçamento superavitário, valor


este que pode ser poupado e investido mensalmente. Se o resultado encontrado tivesse sido
negativo, a família possuiria um orçamento deficitário. Nesse caso, precisa utilizar partes dos

Organizando as contas do Balanço Patrimonial:

Ativo Circulante Passivo Circulante


Saldo Aplicação CDB
R$ 150.000,00 Saldo Devedor Carro Adriano R$ 25.000,00
(Liquidez diária)
Saldo Aplicação Ações R$ 50.000,00 Exigível a Longo Prazo
Total Ativo Circulante R$ 200.000,00 Saldo Devedor Fin. Imobiliário R$ 100.000,00
Ativo Permanente Total Passivo (Exigível) R$ 125.000,00
Imóvel Residencial R$ 300.000,00 Patrimônio Líquido (A – P) R$ 600.000,00
Carro Adriano R$ 95.000,00
PASSIVO TOTAL
Carro Taís R$ 80.000,00
+
Saldo Acumulado VGBL R$ 50.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ 725.000,00
Total Ativo Permanente R$ 525.000,00
ATIVO TOTAL R$ 725.000,00

Ativos de uso e não uso


Através da análise do Balanço Patrimonial, é possível classificar também os ativos segundo a
sua utilização:
• Ativos de uso: são aqueles que com os quais a família ou indivíduo pode contar.
Ex: Aplicações financeiras de baixo risco e alta liquidez, automóveis utilizados no dia-a-dia, o
imóvel que a família mora, etc.
• Ativos de não uso: são ativos de menor liquidez ou sem previsão de utilização no curto
prazo.
Ex: Plano de previdência privada destinada a complemento de renda na aposentadoria, um
terreno não gerador de renda, etc.
Principais indicadores de análise de Balanço Patrimonial e Orçamento Familiar
Ainda mais importante que fazer o controle e organização para construção de um Balanço ou
Orçamento, é análise dos dados para que o Planejador Financeiro possa fazer recomendações
com propriedade.

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Entre diversos indicadores existentes alguns possuem maior relevância:


• Índices de Liquidez (Liquidez Corrente)
• Cobertura de Despesas Mensais
• Endividamento
• Poupança

Liquidez Corrente (LC)


LC = AC/PC
Indicador utilizado para mensurar a capacidade de pagamento no curto prazo e é calculado
a partir do quociente entre Ativo Circulante (AC) e Passivo Circulante (PC). Quanto maior a
liquidez corrente, mais recursos de curto prazo a família tem para fazer frente às dívidas de
curto prazo. Ou seja, um índice elevado de liquidez corrente reduz o risco de solvência, de não
possuir recursos para pagar dívidas. O problema disso é que, um volume elevado em ativos de
alta liquidez, também compromete a rentabilidade da carteira de investimentos, já que estes
aspectos costumam ter uma relação inversa.

Índice de Cobertura de Despesas Mensais


Cobertura de Despesas Mensais = Ativo Circulante/Despesas Mensais
Este índice mede a proporção das despesas mensais que podem ser cobertas com ativos
circulantes. É uma análise bastante importante, pois se a renda da família for interrompida
por algum motivo de forma repentina (Exemplo: demissão), são os ativos circulantes que serão
usados para honrar as despesas mensais, enquanto renda não for reestabelecida. Este índice
informa por quantos meses a família teria recursos para cobrir suas despesas.
Exemplo: Gustavo foi demitido e recebeu R$ 22.000,00 de rescisão. Tem despesas mensais de
R$ 7.500,00 e recursos na poupança no valor de R$ 10.000,00. Quantos meses ele consegue
sobreviver mantendo o padrão de vida atual?
Índice de cobertura = (22.000+10.000)/7.500 = 4,27 meses.
Gustavo consegue manter o padrão de vida por 4 meses. Esse é o tempo que ele tem para
se recolocar no mercado de trabalho e voltar a gerar renda. Assim que possível, o fundo de
reserva deve ser recomposto.

Índice de Endividamento
Endividamento = PE/AT
Este índice é calculado através do quociente entre o Passivo Exigível (PE), que é formado pelo
total de dívidas da família (Passivos Circulantes + Exigíveis de Longo Prazo) e o Ativo Total.

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Índice de Poupança
Poupança = Saldo Positivo do Orçamento Doméstico/Total de Receitas
O índice de poupança é obtido através da divisão entre o saldo positivo do orçamento doméstico
(disponível para investimento) e o total de receitas. Este índice pode ser calculado com relação
às receitas brutas (sem incidência de impostos) ou receitas líquidas (já deduzidos impostos e
descontos). Pensando-se em planejamento financeiro familiar. O formato mais adequado é
levar em consideração as receitas líquidas, pois é o valor que realmente estará à disposição da
família mensalmente.

IPS INDIVIDUAL
O IPS (Investment Policy Statement) ou Política de Investimentos é o documento que norteia o
processo de decisões de investimento. Pra isso os seguintes aspectos devem ser observados:
• Objetivos e restrições devem ser considerados quando estão sendo formuladas decisões
de investimento que beneficiarão o cliente de uma forma mais eficiente
• O processo é dinâmico e permite mudanças de acordo com as circunstâncias, possibilitando
um processo de decisão de investimento aderente ao cenário
• Uma política de investimentos deve ser bem escrita, pois representa os objetivos de longo
prazo do cliente e o impacto disso em sua vida
• Mesmo que aconteçam mudanças nas condições de mercado ou gestores de investimento,
gestores futuros devem ser capazes de tomar decisões conforme as metas e os objetivos
do indivíduo
O IPS também beneficia os gestores, pois ela serve como documento que estabelece
formalmente o entendimento e o acordo com seus clientes.
As etapas do processo de formulação de uma política de investimentos

Etapa 1: Planejamento
Tem por objetivos:
• Determinar e avaliar os objetivos de risco e retorno do cliente
• Determinar as restrições/limitações da carteira
• Definir a estratégia de investimento mais apropriada, baseada nos objetivos, restrições e
perspectivas de mercado

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Etapa 2: Execução
Nesta fase, o planejador de investimentos deverá determinar a alocação adequada de ativos
para alcançar os objetivos do investidor. Essa etapa engloba a alocação de ativos e seleção de
papéis.

Etapa 3: Realimentação
É a etapa de acompanhamento do que foi executado, onde ocorrem ajustes periódicos dadas as
mudanças nas circunstâncias do investidor que costumam acontecer com o passar do tempo.
Modificações e ajustes na carteira devem ser feitas sempre que necessário para garantir a
manutenção de objetivos e restrições originalmente estabelecidos.
Definição do Perfil Situacional (ou Financeiro) do Investidor
Para definição de objetivos de risco/retorno, a determinação do perfil do cliente é fundamental.
Esse processo envolve a classificação do cliente de acordo com seu ciclo de vida, circunstâncias
econômicas e características específicas de cada indivíduo. Outro ponto importante é
determinar a experiência passada do cliente com investimentos, pois muitas vezes é necessário
estabelecer um processo educacional a respeito das opções de investimento disponíveis.
Os pontos iniciais para definição de perfil do cliente são a fonte de riqueza, a medida de riqueza
e o ciclo de vida.

Fontes de Riqueza
Trata-se de como e quando os recursos dos clientes foram obtidos. Esse é um ponto importante,
pois certamente vai influenciar na disposição do investidor para assumir risco. As duas fontes
mais comuns são:
Riqueza criada por atividades empreendedoras: indica que o investidor tem maior
conhecimento e experiência com decisões de risco. Possivelmente também terá mais disposição
a correr riscos nos investimentos.
Riqueza obtida por meio de herança, algum evento único ou poupança acumulada ao longo
da vida laboral: pode indicar que são pessoas menos familiarizadas com atividades de risco e
por isso tendem a ser mais conservadoras.

Medidas de Riqueza
Nessa definição o principal fator a ser considerado é a percepção que o indivíduo tem em
relação ao seu nível de riqueza, a forma como o indivíduo percebe seu patrimônio é mais
relevante o tamanho absoluto do patrimônio. Geralmente existe uma correlação positiva entre
a percepção do tamanho da carteira e o nível de tolerância ao risco. Se o investidor vê seu
patrimônio como pequeno, tenderá a correr menos riscos.

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Estágio de Vida do Investidor


Aqui, geralmente, temos uma relação inversa entre a idade e a tolerância ao risco do investidor.
Os estágios ou ciclos de vida podem ser divididos em quatro fases:

Fase da Fundação da Riqueza


Nessa fase os indivíduos procuram acumular riquezas por meio do trabalho e poupança,
buscando educação ou iniciando um negócio. Nessa fase, normalmente os recursos são mais
escassos para investir, mas são as circunstâncias de cada um que vão determinar suas decisões.

Fase de Acumulação da Riqueza


Nessa fase o indivíduo já deu início na carreira profissional e é o momento onde se inicia um
acúmulo mais robusto de recursos. Também é uma fase em que o investidor pode correr mais
riscos por ser jovem.

Fase de Manutenção da Riqueza


Nessa fase a conservação do capital, os investidores ainda dispõem de um horizonte de tempo
relativamente longo, e por isso podem tolerar ainda algum risco, porém recomenda-se que as
carteiras passem a ser mais conservadoras do que na fase anterior, principalmente quando a
aposentadoria se aproxima. Aplicações geradoras de renda e formação de caixa também são
uma boa estratégia de alocação.

Fase de Distribuição da Riqueza


Distribuição ou Transferência de capital é o momento no qual o investidor já não deve correr
muitos riscos, pois possivelmente já estará utilizando parte dos recursos acumulados para
sustento na aposentadoria. As carteiras normalmente já possuem diversos instrumentos de
caixa e geração de renda em detrimento a ativos de crescimento.

Definição do Perfil Psicológico do Investidor


Os investidores podem ser classificados em quatro categorias de acordo com seu
comportamento nos investimentos:
Cuidadosos
• Avessos ao risco, desejam alto grau de segurança
• Não gostam de tomar suas próprias decisões nos investimentos e ao mesmo tempo podem
resistir à ajuda profissional
• Podem perder boas oportunidades de investimento por não conseguirem tomar decisões
• Tendem a fazer uma análise cuidadosa e demorada de suas aplicações

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Metódicos
• Pesquisam mercados, indústrias e empresas com potencial e utilizam relatórios de analistas
para pesquisa de investimentos
• Não desenvolvem relação afetiva com seus investimentos, são mais racionais
• Tendem a ser conservadores Individualistas
• Fazem pesquisas e são confiantes em suas próprias habilidades
• Questionam análises e recomendações profissionais
• Tomam decisões de forma independente
• Tendem a ser menos conservadores Espontâneos
• Ajustam suas carteiras com frequência, procurando constantemente por novas
oportunidades
• Admitem falta de conhecimento em investimentos e tendem a questionar conselhos
profissionais
• A performance costuma ser prejudicada por taxas e custos de comissão devido aos ajustes
constantes
• Retorno é o foco deste investidor, mesmo que isso represente mais risco
Podemos traçar diferentes perfis de investidor para alocação de ativos:
Investidor Conservador: é aquele que não está disposto a correr riscos e a aplicar dinheiro em
investimento com grande oscilação ou que possam ameaçar o capital investido.
Investidor Moderado: está disposto a correr um risco um pouco mais elevado para obter uma
rentabilidade maior, porém se restringe a aplicar apenas uma parte dos recursos em ativos que
apresentam oscilação mais acentuada e por consequência mais risco.
Investidor Agressivo: está disposto a correr riscos para conseguir a máxima rentabilidade,
mesmo que isso represente investir a maior parte de recursos em investimentos que
apresentam grande oscilação, destinando uma parcela mínima para ativos de baixo risco.

API (Análise de Perfil do Investidor)


O processo decisório e de avaliação de investimentos engloba variáveis fundamentalistas de
finanças, assim como fatores psicológicos, experiências pessoais, preferências e características
individuais. Por essa razão o uso de questionário para auxílio na identificação dessas variáveis
é fundamental. Esse tipo de questionário deve ser usado como um primeiro passo, pois o
resultado serve como ponto de partida na determinação dos objetivos e restrições.

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Capacidade de Poupança
A formação de poupança e o controle dos gastos fatores relevantes na elaboração de um
planejamento financeiro pessoal e devem ser priorizados tanto pelo planejador financeiro
quanto pelo seu cliente. Por isso é importante definir um % de capacidade de poupança
resultante de um superávit no orçamento doméstico.
Ex: Adriano recebe R$ 10.000,00 de salário e poupa R$ 2.000,00 por mês, seu poder de
poupança é de 20%.

Fundo de Emergência
Eventos, esperados ou não, requerem um planejamento de liquidez. A determinação do
valor adequado pode ser feita através de uma análise do orçamento doméstico. Costuma-se
recomendar que a reserva de emergência tenha um total acumulado correspondente a um
montante entre 3 e 12 meses dos custos mensais de uma pessoa. Esse valor além de alocado
em ativos de alta liquidez também deve ser direcionado a ativos de baixo risco.

Objetivos a serem estabelecidos em Política de


Investimentos

Objetivos de Retorno
Importante trazer para o cliente a diferença entre retorno requerido (necessários para alcance
dos objetivos de longo prazo) e retorno desejado (associado a objetivos e metas secundárias).
As carteiras podem também apresentar características específicas conforme os objetivos do
cliente que podem ser:
• Preservação de capital
• Geração de renda
• Crescimento de patrimônio
• Especulativo

Objetivos de Risco
Capacidade de Assumir Riscos: esse fator determina quanto de volatilidade que uma carteira
de investimentos pode assumir. Importante estabelecer que aqui é tratado o conceito de
capacidade em assumir riscos e não tolerância a riscos.

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Para medir essa capacidade é importante determinar:


• Os objetivos de curto prazo e longo prazo do investidor
• Prazos e importância dos objetivos do investidor
• A volatilidade máxima que a carteira pode ter antes de os objetivos principais serem
alcançados
Disposição de Assumir Riscos: é subjetiva e é determinada pelo perfil psicológico do investidor.
Exemplos de situações referentes à tolerância a risco, agregando tanto a capacidade como a
disposição:

Baixa tolerância ao risco


• Metas de curto prazo
• Necessidades de liquidez de curto prazo
• Proximidade da aposentadoria
• Grande parte da renda destinada a pagamentos de despesas
• Alterações de mercado causam ansiedade e desconforto

Alta tolerância ao risco


• Metas de longo prazo
• Reserva suficiente para casos de emergência
• Carreira em crescimento/início de carreira
• Menor comprometimento da renda
• Tranquilidade frente às mudanças de mercado

Restrições a serem explicitadas na Política de Investimentos


Existem cinco principais restrições para a política de investimentos individuais:
• Horizonte de tempo
• Liquidez
• Aspectos legais e regulamentação
• Impostos
• Circunstâncias únicas

Horizonte de tempo
Os objetivos devem ser separados de acordo com o horizonte de tempo:
• Até 03 anos – curto prazo
• De 03 a 10 anos – médio prazo
• Acima de 10 anos – longo prazo
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Os horizontes de tempo são períodos nos quais uma carteira é dividida e exige-se certa geração
de recursos para atender importantes objetivos do investidor nesse período.

Liquidez
As restrições de liquidez de uma carteira são associadas à capacidade de atender às
necessidades diárias do investidor, assim como aquelas inesperadas.

Regulamentação
As restrições regulamentares e legais que se aplicam aos indivíduos são principalmente
associadas aos impostos e transferência de patrimônio. As restrições específicas variam muito
de cada jurisdição e tipicamente requerem aconselhamento legal.

Impostos
A tributação é uma questão global e deve ser levada em conta na formulação de Políticas de
Investimentos. Os impostos são limitações na carteira de um indivíduo, porque afetam o retorno
do investimento. Por isso é importante se ter um bom planejamento tributário buscando a
elisão fiscal.

Circunstâncias específicas
Essa categoria engloba todas as demais situações não cobertas pelas outras categorias.
Informações variadas ou requisitos que devem ser considerados quanto o futuro de despesas
ordinárias ou investimentos indesejados devem aparecer nessa seção do IPS.

O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO DO


PROFISSIONAL CFP
Um bom planejamento financeiro é o que permitirá a um indivíduo ou a uma família a realização
dos seus objetivos, sejam de curto, de médio ou de longo prazo. Muitas vezes se observam
pessoas que têm uma renda alta, mas mesmo assim não conseguem ter organização financeira,
resultando em endividamento ou mesmo em situações onde não se tem o mínimo de reservas,
nem para uma eventual emergência.
No nosso país, infelizmente, são poucas as famílias/indivíduos que possuem um bom
planejamento financeiro, devido à baixa educação financeira que temos. O planejamento
financeiro deveria fazer parte da rotina de todos os indivíduos, independente da renda, pois
é ferramenta essencial na construção de patrimônio, organização financeira, construção de
reservas para emergências e, em última análise, gerador de qualidade de vida para quem o
realiza.

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Se for suficientemente preciso e bem elaborado, ele pode proporcionar uma vida financeira
pessoal saudável e equilibrada, ponderando as conquistas de metas de curto e médio prazo
com a necessidade poupar recursos para o futuro.

Etapas do Processo de Planejamento Financeiro

O profissional CFP deve, obrigatoriamente, seguir as seis etapas abaixo para a construção de
um planejamento financeiro junto ao seu cliente:
1. Definir e Estabelecer o Relacionamento com o Cliente
Esse é a primeira etapa e nela o profissional CFP irá demonstrar e explicar para o cliente o
processo de planejamento financeiro e também as competências do planejador financeiro. Após
um primeiro contato, é importante o planejador financeiro entender se tem as competências
para satisfazer as necessidades do cliente, isso porque nem sempre o profissional terá todo o
conhecimento necessário para a solução de uma determinada demanda trazida pelo cliente.
Nesse sentido, deve o profissional CFP encaminhar para outro profissional, caso não tenha a
capacidade mínima.
Se identificar que possui a capacidade, deve-se então definir o escopo do relacionamento, ou
seja, o objetivo do trabalho, o tempo de duração do mesmo e também as responsabilidades de
cada um (planejador e cliente) na execução da demanda.
É muito importante que o profissional informe o cliente de forma detalhada e objetiva a respeito
do processo de planejamento financeiro que será colocado em prática no atendimento a esse
cliente.

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Definir a forma de remuneração do planejador financeiro


Existem diversas formas de remuneração que podem ser cobradas pelos planejadores
financeiros:
• Tarifas/Mensalidades: refere-se ao serviço de consultoria prestado pelo planejador,
calculado geralmente com base em horas trabalhadas. Esse formato de compensação
independe do volume investido ou administrado pelo profissional.
• Taxas de administração: o planejador pode ser remunerado também por meio do rebate de
taxa de administração cobrada por determinado fundo de investimento em que o cliente
investiu recursos.
• Comissões: o profissional pode também, eventualmente, intermediar a venda de produtos
e serviços a seus clientes, tais como Planos de Previdência e Seguros e, portanto, receber
comissões por isso.
• Taxas de performance: a compensação do profissional pode envolver também taxas de
performance, que seriam devidas em função da superação de algum resultado previamente
estabelecido.
• Composição das anteriores: é possível também ao planejador oferecer ao cliente uma
combinação de duas ou mais formas de cobrança. Por exemplo, um valor fixo cobrado
mensalmente mais o rebate que receber de um fundo de investimento em que o cliente
investir o dinheiro.

Responsabilidades do planejador financeiro,


do cliente e de outros assessores
São responsabilidades básicas do planejador financeiro:
• Proteger os dados e informações do cliente (confidencialidade);
• Analisar e respeitar o perfil de risco do cliente nas suas recomendações;
• Evitar potenciais conflitos de interesses e quando houver, informar os mesmos ao cliente;
• Ser claro, independente, objetivo e colocar sempre na frente os objetivos do cliente;
• Fazer estudos e análises de todo o cenário e características antes de apresentar as
recomendações ao cliente.
• Ser um bom ouvinte e fazer uma investigação profunda para conhecer o cliente
• Educar, explicar e explicitar formalmente as características básicas das aplicações, incluindo
riscos
• Informar o cliente sobre taxas e comissões
• Realocar a carteira quando necessário, observando benefícios e custos de tal
rebalanceamento
• Monitorar constantemente os investimentos

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São responsabilidades básicas do cliente:


• Explicitar dúvidas ao consultor;
• Ser claro e honesto em relação à sua situação econômica e patrimonial, incluindo origens
de recursos;
• Cumprir todas as demandas tributárias;
• Arcar com os custos do trabalho do planejador, conforme acordado;
• Ser claro honesto com relação ao entendimento e conhecimento dos produtos e cenário
econômico;
• Tentar seguir ao máximo as estratégias traçadas no planejamento financeiro;
• Entender as limitações de resultados de acordo com a situação atual do seu patrimônio.
É muito importante que num processo de planejamento financeiro de longo prazo se tenha
metas e objetivos, e mais que isso, foco para o atingimento. Evidente que poderão existir
alterações nas metas e objetivos e pra isso é muito importante definir um cronograma de
reuniões periódicas focadas em monitorar a aderência da estratégia aos objetivos de curto,
médio e longo prazo do cliente.
2. Coletar informações necessárias para elaboração de um plano financeiro e que permitam
uma visão completa do cliente.
Essa é a segunda etapa do planejamento financeiro e tem como objetivo que o planejador
consiga ter uma visão completa do cliente nos seguintes temas:
• Gestão Financeira;
• Gestão de Investimentos;
• Gestão de Risco e Seguros;
• Planejamento de Aposentadoria;
• Planejamento Fiscal;
• Planejamento Sucessório.
A partir dessa visão geral, deve estar identificado quais os objetivos pessoais e financeiros do
cliente, como comprar uma casa em alguns anos, viajar com a família, entre outros. Também
nessa etapa serão coletados dados quantitativos/documentos e também qualitativos (perfil de
investimento, por exemplo). Assuntos como padrão de vida, desejos, receitas e despesas, e
possíveis limitações são mais bem ilustradas nessa fase.
A coleta de informações costuma ser feita através de duas ferramentas principais com objetivo
de elaborar o perfil do cliente:
• Questionário: perguntas, normalmente fechadas, com objetivos de localizar e situar o
cliente numa faixa ou classificação específica com relação, por exemplo, a idade, renda e
patrimônio.
• Entrevistas: costumam trazer perguntas mais abertas, possibilitando ao planejador uma
avaliação global e mais qualitativa da situação, com obtenção de opiniões, reações e pontos
de vista do cliente.

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Ao final da coleta de dados é comum o planejador elaborar um elaborar um relatório com


objetivos de organizar as informações. Os dados coletados são fundamentais para se definir
a situação específica do cliente e iniciar as análises com vistas à elaboração do planejamento
financeiro.
3. Analisar e avaliar a situação financeira do cliente
A atividade de um planejador financeiro é muito abrangente, vai além da orientação sobre
investimentos. Para que a orientação multidisciplinar tenha sucesso, é fundamental ouvir o
cliente e entender seu contexto. Com base nas informações coletadas, o planejador deve ser
capaz de identificar:
• Os objetivos financeiros do cliente, por exemplo: gestão financeira, aquisição de imóvel,
troca de carro, projeções para a aposentadoria etc.
• Os objetivos pessoais (realização de viagens, fazer um MBA no exterior etc.).
• Situações específicas, tais como: divórcio, invalidez, doença terminal, filhos com
necessidades especiais etc.
Primeiro passo nessa etapa é a determinação da capacidade de correr riscos por parte do cliente.
Capacidade de correr riscos é uma medida técnica, calculada a partir do quanto a carteira/
cenário suporta de risco. Já a disposição para assumir riscos é uma definição psicológica, a
partir de cada investidor e como o mesmo lida com uma eventual perda.
Capacidade: Quanto o cliente pode correr de risco
Disposição: Quanto o cliente quer correr de risco
Importante:

Os principais objetivos de acumulação de capital costumam ser:


• Patrimônio: envolve algum plano de aquisição em um prazo futuro de um imóvel, títulos,
etc.
• Geração de Renda: envolve situação onde cliente deseja alguma renda no futuro para
ele ou para um herdeiro. Nesse caso o planejador precisa entender qual o percentual da
carteira precisa ser alocado para garantir a renda desejada pelo cliente.
• Aposentadoria: Envolve situação onde o cliente deseja alguma renda/retorno específico
para a sua aposentadoria. Normalmente, é o percentual da carteira que será alocado em
títulos com prazo maior.
Também é importante avaliar e identificar se o cliente possui exposição a riscos (vida,
patrimônio, saúde, responsabilidade, etc). Nesses casos, usualmente, o planejador indica
contratação de seguros (de risco ou de acumulação) para mitigar esses riscos.

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4. Desenvolver as recomendações de planejamento financeiro e apresentá-las ao cliente


Ao apresentar as recomendações, o planejador deve assegurar-se que o cliente tem um
adequado entendimento:
• dos fatores e premissas atuais que foram fundamentais para as recomendações;
• dos riscos da estratégia sugerida;
• do provável impacto das recomendações sobre a capacidade de o cliente atingir seus
objetivos, devendo evitar apresentar sua opinião como um fato.
Nessa fase, é importante informar que as recomendações de planejamento financeiro
provavelmente serão modificadas, à medida que mudem as condições pessoais, econômicas e
outras variáveis do cliente.
Antes de apresentar ao cliente, o planejador financeiro precisa desenvolver as estratégias do
planejamento financeiro. Com relação específica aos investimentos, a gestão pode ser de dois
tipos:
• Ativa: Tem como objetivo performar acima de algum indicador de rentabilidade, por
exemplo o CDI ou Ibovespa. Ou seja, essa carteira pretende ter rentabilidade melhor do
que a do mercado.
• Passiva: Tem como objetivo performar “indexado” a algum indicador de rentabilidade. Se
escolhe o índice que se deseja seguir e a rentabilidade deverá estar atrelada a esse índice.
Obs.: Alguns autores também tratam de uma terceira forma de gestão, que seria a semiativa,
que seria uma forma menos arriscada que a gestão ativa, estando indexado também a um
índice, porém, com um peso maior da carteira em setores que se acredita que tenham um forte
potencial no futuro.
5. Implementar as recomendações de planejamento financeiro
Após apresentar as recomendações, é necessário executar as possíveis alterações na carteira
do cliente. Nesse sentido, a responsabilidade pela execução das ordens de compra e venda para
reposicionamento da carteira pode ser de responsabilidade do próprio planejador financeiro,
como administrador de carteira ou do cliente, sendo o profissional CFP apenas um consultor.
A responsabilidade pela implementação do plano poderá ou não estar a cargo do planejador
financeiro, conforme acordado na etapa que definiu o relacionamento das partes. Se estiver a
cargo do planejador, um cronograma deverá ser definido e os passos da execução detalhados e
apresentados ao cliente para conhecimento e aprovação.
O envolvimento do cliente também será imprescindível nessa fase, uma vez que quaisquer
movimentações financeiras dependerão de autorização do titular. Com base no escopo
da contratação, o profissional de planejamento financeiro identifica e orienta em relação
a produtos e serviços apropriados que sejam consistentes com as recomendações de
planejamento financeiro aceitas pelo cliente e que atendam a seus objetivos, necessidades e
prioridades.
Caso haja previsão de alocação de parcela do patrimônio em fundos de investimento, diferentes
gestores poderão ser avaliados. A expertise na gestão, idoneidade do administrador e gestor,

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a consistência na entrega dos resultados e histórico de volatilidade são aspectos a serem


considerados.
Alocação em títulos de crédito privado deve ser feita considerando o risco de crédito do
emissor. Se necessário, o planejador deverá auxiliar o cliente na abertura de cadastro junto a
instituições fornecedoras de produtos selecionados e a corretoras.
6. Monitorar a situação do cliente
Mesmo com a implementação das eventuais mudanças, o trabalho do planejador financeiro
ainda não está concluído. Isso porque o último passo seria o monitoramento da situação do
cliente, após as alocações. Isso é importante por dois motivos, principalmente:
• Os produtos escolhidos podem estar performando abaixo do que era a expectativa inicial
e/ou abaixo da necessidade definida anteriormente.
• Houve alterações no perfil do cliente ou fatos novos (nascimento de um filho, perda de
emprego, etc) que irão impactar no balanceamento atual da carteira.
Via de regra, se aconselha a revisão do planejamento anualmente, mas nada impede que
revisões sejam feitas antes desse período, de acordo com fatos e acontecimentos novos que
possam surgir na realidade do cliente.
Nas reuniões periódicas de monitoramento será identificado se:
• As condições do cliente, estabelecidas originalmente, permanecem ou houve alterações
importantes de patrimônio, geração de renda, sucessão, saúde, metas, desafios,
necessidades e objetivos;
• O resultado obtido pela carteira de investimentos é condizente com o esperado;
• As condições de mercado para os diversos segmentos (renda fixa, ações, câmbio etc.)
mudaram desde a última revisão? Caso positivo, será necessário ajustar o portfólio em
razão das novas expectativas de mercado e do cliente.

RESPONSABILIDADE FIDUCIÁRIA E CONDUTA


PROFISSIONAL

Código de conduta ética e responsabilidade profissional da


Planejar
Aplicabilidade e Cumprimento
O Código de Conduta Ética e Responsabilidade Profissional da Planejar estabelece Princípios e
Regras aplicáveis a:
a) pessoas físicas certificadas para o uso das marcas CFP® (Planejadores CFP®);

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b) pessoas jurídicas e físicas não certificadas para o uso das marcas que sejam associadas à
Planejar (Associados). Tanto os Princípios quanto as Regras contidos neste Código constituem
normas de observância obrigatória. O descumprimento de quaisquer destas normas pelos
Planejadores CFP® e Associados acarreta a instauração de procedimentos disciplinares para sua
apuração, conforme previsto na seção IV deste Código.

Termos e Expressões (Seção I)


Quando utilizados neste Código e em seu anexo, os termos e expressões abaixo terão o
respectivo significado a eles atribuído conforme esta seção:
Planejar
Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.
Associado
Qualquer pessoa física ou jurídica associada à Planejar, ainda que não seja certificada como
Planejador CFP®.
Planejador
Qualquer profissional atualmente certificado pela Planejar, sendo-lhe autorizado o uso das
marcas CFP®.
Cliente
Qualquer pessoa, física ou jurídica, que contrate um Planejador CFP® e associado para lhe
prestar serviços profissionais de planejamento financeiro. Quando os serviços são prestados a
uma pessoa jurídica, o cliente é a própria pessoa jurídica, agindo por meio de seu representante
legal.
Código
O presente Código de Conduta Ética e Responsabilidade Profissional da Planejar.
Conflito de interesses
Situação ou circunstância em que o Planejador CFP® e associado obtenham ou possam obter,
para si ou para terceiros, vantagem indevida e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo
para seus clientes, ou que impeça ou restrinja sua capacidade de prestar aconselhamento,
recomendações ou serviços de forma isenta.
Processo de planejamento financeiro pessoal ou processo de planejamento financeiro
Compreende a análise de dados dos clientes, tais como objetivos, perfil de tolerância ao
risco e avaliação da situação financeira para o correto desenvolvimento e monitoramento de
recomendações e/ou alternativas de planejamento financeiro.
Remuneração
Significa todo e qualquer ganho do Planejador CFP® ou Associado no desenvolvimento de suas
atividades junto aos clientes, contemplando todas as fontes e formas, pecuniárias ou não, diretas

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e indiretas, de remuneração, independentemente da denominação utilizada, que configurem


benefício econômico, tais como taxas, comissões, honorários, “rebates”, entre outras.
Suitability
Análise cuidadosa da situação financeira, experiência e objetivos do cliente, para fins de
apresentação de aconselhamento financeiro. Para a definição do perfil do cliente, devem ser
analisados, no mínimo, os seguintes aspectos: (I) experiência em matéria de investimentos; (II)
horizonte de tempo; (III) objetivos; e (IV) capacidade de tolerância ao risco.

Princípios (seção II)


Princípio 1: Cliente em primeiro lugar
Colocar os interesses do cliente em primeiro lugar e não considerar ganhos ou vantagens
pessoais acima dos interesses do cliente.
Princípio 2: Integridade
Agir com integridade, observando, não apenas o conteúdo, mas também o espírito do Código. A
confiança depositada pelos clientes pressupõe atuação honesta, íntegra e transparente. Agindo
com integridade, o Planejador CFP® e associado mantêm e aprimoram a imagem pública do
uso das marcas CFP® e o compromisso de bem servir.
Princípio 3: Objetividade
A objetividade requer honestidade intelectual e imparcialidade na atuação no âmbito do
escopo de serviço acordado. As recomendações devem ser feitas de forma pragmática, isenta,
transparente e respaldada em princípios técnicos.
Princípio 4: Imparcialidade
A imparcialidade traduz-se na identificação, informação e administração de possíveis conflitos
de interesses envolvidos no processo de planejamento financeiro. O Planejador CFP® e
associado devem informar clientes e colegas de forma imparcial sobre seus direitos e deveres,
assim como tratá-los como gostariam de ser tratados.
Princípio 5: Profissionalismo
O profissionalismo exige comportamento digno e respeitoso com clientes, colegas, instituições
vinculadas ou concorrentes e órgãos reguladores, sempre em conformidade com a legislação
vigente e o Código. O profissionalismo pressupõe o espírito de cooperação e requer que
posicionamentos públicos sejam feitos com moderação.
Princípio 6: Competência
A competência exige atingir e manter um nível adequado de habilidades, capacidades e
conhecimentos para o fornecimento de serviços profissionais de planejamento financeiro
pessoal. Inclui, também, sabedoria e maturidade para conhecer suas limitações e situações
em que a consulta ou o encaminhamento para outro(s) profissional(is) sejam apropriados. A
competência requer compromisso constante com a educação continuada.

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Princípio 7: Confidencialidade
Proteger a confidencialidade de todas as informações dos clientes, de forma a permitir acesso
apenas às pessoas autorizadas. Um relacionamento de confiança com o cliente só pode ser
construído sob o entendimento de que as informações serão tratadas de forma discreta e
segura, sem revelações inadequadas.
Princípio 8: Diligência
Fornecer serviços profissionais de forma diligente. A diligência exige que o Planejador CFP e
Associado atendam aos compromissos profissionais com zelo, dedicação e rigor, cuidando e
supervisionando adequadamente a execução dos serviços profissionais de acordo com o
escopo, condições e prazos acordados com o cliente.

Regras (seção III)


Regra 1 – O planejador CFP deverá assegurar que suas preferências ou interesses pessoais não
afetem de forma adversa os serviços prestados ao cliente.
Regra 2 – O planejador CFP não deve omitir a clientes ou terceiros os potenciais benefícios
gerados em proveito próprio pelos serviços prestados.
Regra 3 – O planejador CFP não deve fornecer, direta ou indiretamente, informações falsas ou
enganosas relacionadas às suas qualificações ou serviços.
Regra 4 – O planejador CFP não deve incorrer em conduta desonesta, fraudulenta, enganosa ou
falsa.
Regra 5 – O planejador CFP deve exercer julgamento prudente ao oferecer e prestar serviços.
Regra 6 – O planejador CFP não deve adotar conduta que possa impactar negativamente a
imagem das Marcas CFP e da profissão de planejador financeiro.
Regra 7 – O planejador CFP deve comunicar todos os fatos relevantes para evitar que clientes
ou partes relacionadas sejam induzidos a erros ou enganos.
Regra 8 – O planejador CFP deve fazer e/ou implementar recomendações adequadas
(suitability) a seu cliente.
Regra 9 – O planejador CFP deve acordar com seus clientes os serviços e remuneração a serem
fornecidos, necessariamente, antes de implementá-los.
Regra 10 – O planejador CFP deve comunicar-se de forma a garantir que o cliente compreenda
as recomendações de seu planejamento financeiro e tome decisões conscientes.
Regra 11 – O planejador CFP deve segregar o patrimônio do cliente do seu patrimônio individual,
de seu empregador ou de quaisquer outros, a menos que tal procedimento seja legalmente
previsto e/ou expressamente autorizado por escrito entre as partes.
Regra 12 – O planejador CFP não deve tomar dinheiro emprestado do cliente ou emprestar
dinheiro ao cliente, exceto se:

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a) O cliente tiver relação de parentesco até o segundo grau com o Planejador CFP ou, ainda,
quando for seu cônjuge ou companheiro;
b) O cliente for uma instituição pertencente ao Sistema Financeiro Nacional e o empréstimo
não estiver relacionado com os serviços prestados.
Regra 13 – O planejador CFP deve respeitar as diretrizes e regras do Guia de Uso das Marcas
CFP.
Regra 14 – O planejador CFP deve cumprir e respeitar os procedimentos da Planejar, incluindo
as obrigações de educação continuada, para manter o direito de uso das Marcas.
Regra 15 – O planejador CFP que receber notificação de instauração de processo judicial ou
administrativo relacionado à sua atividade profissional deverá notificar a Planejar por carta ou
e-mail com Aviso de recebimento (AR) ou protocolo em até 30 dias corridos do recebimento da
notificação. Após a conclusão do processo, a Planejar deverá ser informada sobre o resultado.
Regra 16 – O planejador CFP deve manter atualizados seus dados cadastrais no sistema da
Planejar, em até 30 dias corridos da alteração.
Regra 17 – O planejador CFP deve assessorar os clientes apenas naquelas áreas de sua
competência. Nas áreas em que não forem competentes, o Planejador CFP deve buscar
consultoria e/ou encaminhar os clientes para profissionais qualificados.
Regra 18 – O planejador CFP deve realizar análise técnica e imparcial dos produtos e serviços
a serem recomendados aos clientes, podendo valer-se da análise de terceiros de reputação
comprovada.
Regra 19 – O planejador CFP deve manter seus conhecimentos atualizados em todas as
áreas que envolvam o processo de planejamento financeiro e cumprir todas as exigências de
educação continuada da Planejar.
Regra 20 – O planejador CFP deve conhecer e observar os seguintes documentos da Planejar,
disponíveis no site:
a) Perfil de competência do planejador financeiro;
b) Melhores práticas de planejamento financeiro.
Regra 21 – O planejador CFP deve tratar as informações do cliente como confidenciais, exceto
se tiver que:
a) Responder a processos legais;
b) Satisfazer a legislação e regulamentação oficiais vigentes;
c) Atender a obrigações para com empregadores ou sócios;
d) Defender-se contra acusações de conduta irregular em disputa civil ou criminal;
e) Prestar serviços profissionais em nome do cliente com sua autorização por escrito.
Regra 22 – O planejador CFP deve agir com prudência para proteger as informações e a
propriedade do cliente, incluindo a segurança de informações armazenadas, seja ela de forma
física ou eletrônica.

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PLANEJAMENTO FINANCEIRO | EA BANKING SHOOL

Regra 23 – O planejador CFP deve devolver documentos ou qualquer outro bem do cliente
mediante sua solicitação, assim que possível, ou em conformidade com os prazos estabelecidos
com o cliente.
Regra 24 – O planejador CFP deve, sempre que aplicável, documentar, identificar e manter
atualizadas as informações do cliente sobre as quais exerça qualquer tipo de supervisão.
Regra 25 – O planejador CFP deve supervisionar ou direcionar, de forma prudente e responsável,
quaisquer subordinados ou terceiros a quem deleguem responsabilidades por quaisquer
serviços para o cliente.

Procedimentos Disciplinares (Seção IV)


O eventual descumprimento dos Princípios e Regras contidos neste Código será objeto de
apuração pela Planejar, seja de ofício ou mediante o recebimento de denúncia, devendo o
respectivo procedimento disciplinar ser conduzido de acordo com o estabelecido no documento
“Normas Disciplinares e Procedimentos Para Apuração de Descumprimentos às Regras do
Código de Conduta Ética e Responsabilidade Profi-ssional da Planejar”, anexo a este Código.
Serão assegurados, na condução do procedimento disciplinar, a ampla defesa e o contraditório,
sendo observadas também a celeridade, a razoabilidade e a simplifi-cação dos atos
(informalidade). Na hipótese de reconhecimento da irregularidade atribuída ao Planejador
CFP® e Associado, serão aplicadas as penalidades também previstas no documento “Normas
Disciplinares e Procedimentos Para Apuração de Descumprimentos às Regras do Código de
Conduta Ética e Responsabilidade Pro-fissional da Planejar”.

Melhores práticas (seção V)


Recomenda-se que o planejador CFP:
a) Desenvolva mecanismos para formalizar com seu cliente o escopo do trabalho, os custos
envolvidos, a remuneração pelos serviços, os prazos acordados e outros itens que as partes
julguem necessários;
b) Comunique ao cliente qualquer informação que possa afetar sua decisão de contratá-lo;
c) Informe ao cliente que a Planejar é o canal oficial para reclamações.

PERFIL DE COMPETÊNCIAS DO PLANEJADOR FINANCEIRO


A Planejar traduziu e publicou uma brochura denominada “Perfil de Competências do
Planejador Financeiro”, elaborada pelo Financial Planning Standards Board (FPSB).
O material visa informar ao público e a todos os interessados na atividade de planejamento
financeiro pessoal as habilidades, os atributos, as competências e as atitudes esperadas de um
planejador financeiro certificado pela Planejar.

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PLANEJAMENTO FINANCEIRO | EA BANKING SHOOL

A figura mostra o Perfil de Competências do Planejador Financeiro, composto por capacidades,


habilidades profissionais e conjunto de conhecimentos.

Capacidades do planejador financeiro: coleta, análise e síntese


O material “Capacidades do Planejador Financeiro” descreve as diversas tarefas que os
profissionais de planejamento financeiro devem ser capazes de realizar no decorrer dos
trabalhos de planejamento financeiro para clientes, qualquer que seja o tipo, o contexto ou sua
localização.
O profissional de planejamento financeiro utiliza uma ou mais capacidades, além de habilidades,
atitudes, juízos e conhecimento relacionados ao trabalho, para fornecer com competência um
planejamento financeiro aos clientes. Cada capacidade descreve
determinada tarefa que o profissional de planejamento financeiro certificado executa ao
fornecer o planejamento financeiro a um cliente.
O FPSB classificou as capacidades do planejador financeiro em três funções:

Coleta
Durante a coleta, o profissional de planejamento financeiro obtém as informações necessárias
para preparar um plano financeiro. Essa fase vai além da simples reunião de informações,
incluindo também a identificação de fatos relacionados, por meio de cálculos requeridos e a
ordenação das informações do cliente para análise.

Análise
Durante a análise, o profissional de planejamento financeiro identifica e considera problemas,
faz pesquisa financeira e avalia as informações resultantes para poder formular estratégias para
o cliente.

Síntese
Durante a síntese, o profissional de planejamento financeiro sintetiza as informações para
formular e avaliar estratégias para criar um plano financeiro.
Habilidades profissionais do planejador financeiro: responsabilidade profissional, prática,
comunicação e cognição
O FPSB classificou as habilidades profissionais requeridas de um profissional de planejamento
financeiro em quatro áreas:
Responsabilidade profissional
• Demonstrar discernimento ético, honestidade intelectual e imparcialidade;
• Reconhecer os limites de sua competência;
• Reconhecer o papel de interesse público da profissão.

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PLANEJAMENTO FINANCEIRO | EA BANKING SHOOL

Prática
• Cumprir com as leis e os regulamentos do mercado financeiro como também com o Código
de Conduta Ética na prática da profissão;
• Fazer julgamentos adequados em campos não abordados pela legislação de regulação da
prática profissional;
• Manter-se atualizado com as mudanças nos ambientes econômicos, políticos e regulatórios;
• Aprender continuamente para assegurar a atualização dos conhecimentos e habilidades;
• Fazer pesquisas adequadas durante a realização e o desenvolvimento de estratégias;
• Exercer autonomia e iniciativa no desempenho das atividades profissionais.
Comunicação
• Ouvir o cliente;
• Estabelecer um bom relacionamento com o cliente e outras pessoas;
• Comunicar verbalmente informações e ideias de forma compreensível;
• Construir boa comunicação escrita;
• Apresentar raciocínios lógicos e persuasivos;
• Lidar eficazmente com objeções e reclamações;
Cognição
• Aplicar métodos ou fórmulas matemáticas, conforme a necessidade;
• Analisar e integrar informações de várias fontes para chegar a soluções;
• Usar raciocínio lógico para avaliar pontos fortes e fracos de eventuais linhas de ação;
• Tomar decisões fundamentadas perante informações incompletas ou inconsistentes;
• Demonstrar capacidade de adaptação de seus pensamentos e comportamentos.
A Planejar acredita que o Planejamento financeiro transforma a vida das pessoas e entende
que estabelecer o relacionamento com o cliente, entender seus valores, sonhos, objetivos
e momento de vida, além de realizar a coleta de todas as informações pertinentes, são
imprescindíveis para elaborar um bom planejamento financeiro.

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