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A Guerra do Sul

A saga dos Pampas


Prólogo

- finalmente chegamos- disse Garcia enquanto desmontava do cavalo e


olhava as belas paisagens dos pampas gaúchos, estava vestido uma jaqueta
militar cor verde com uma camiseta branca suja de lama e poeira também,
embaixo da camiseta um colete a prova de bala, usava também uma
bombacha marrom suja de lama com botas negras, isso tudo cobrindo por
uma capa longa e pesada negra, na jaqueta tinha nos ombros a patente de
capitão e também o brasão da republica sulista junto com o brasão de sua
cidade natal são Joaquim em santa Catarina. Junto com ele vinha José
decarditto e seu filho jovem Joaquim decarditto, vestindo os mesmos trajes
do capitão porem com o brasão de laguna, logo atrás vinham uma carroça
com dois soldados armados com fuzis e outra com barracas, comida e
remédios, a carroça com a carga de fuzis estava coberta, pois dentro havia
toneladas de armas para os independentes do Rio grande que estavam
reunidos em Uruguaiana com varias tropas para a tomada do poder
apoiados pelos republicanos sulistas dos três estados.
- Vamos montar acampamento aqui, estamos longe de qualquer ameaça no
meio dessas terras- disse José enquanto se esticava depois de um longo dia
De cavalgada. Para não serem percebido pelos soldados do governo, Garcia
e seus homens decidiram ir a cavalo para Rio Grande para assim entregar
os produtos, saíram de Rio do Sul para Uruguaiana com quartose homens
porem continuaram apenas Capitão Garcia e seis homens de confiança para
assim não levantar suspeitas Durante a travessia da fronteira.
Com o sol se pondo o acampamento estava já de pé, no meio tinha uma
fogueira onde estavam sendo assada costela de boi e picanha, também ao
lado estava em cima de uma grade de ferro sobre uma segunda e pequena
fogueira uma chaleira para fazer o chimarrão. Sentado ao lado da fogueira
estava Joaquim e Capitão Garcia tomando Mate e pegando pedaços de
carne com seus punhais. – Guri tu não eis jovem demais para a guerra?-
disse o Capitão enquanto comia um pedaço da picanha.
- Meu pai me disse que eu já era homem para acompanhá-lo e também lutar
ao lado de Cap. Garcia o herói de São Joaquim que defendeu suas terras
contra um exército do Governo... -parou para tomar um gole de
chimarrão-... É uma honra imensurável. – Disse enquanto sentia o sabor
amargo do mate em sua boca.
- Então seu pai quer um filho na guerra do que um filho numa faculdade-
Disse ao garoto.
- Nunca foram meus fortes os estudos, eu sempre era chamado a secretaria
e expulso varias e varias vezes e também eu nasci para estar no campo de
batalha, batalhando contra o governo que nos oprime e faz nosso povo
como escravos com impostos altos e leis favorecendo aos corruptos.- Disse
enquanto enchia de novo a cunha com água quente.
- Então tu deves ser um grande guerreiro que já batalhou certo?
- Na verdade não
- Tu sabes manusear uma arma de fogo guri?
- Sim, meu pai me ensinava atirando contra garrafas e latas.
Cap. Garcia pegou mais um pedaço de carne e olhou para o guri. – Tu Já
atiraste em alguém?
- Não senhor
- Então não sabes batalhar- Colocou sua Cunha no chão e tirou de seu
cinturão sua pistola e mostrou ao garoto.
- Um homem sabe batalhar quando tu atiras em alguém e sai vivo não em
latas e alvos pintados, mas sim no seu inimigo, ele não ficara na sua frente
parado para tu atirar, ele irar se proteger e se desviar pois uma coisa que
temos em comum é o medo de morrer, porem sabemos que só um de nós
sairá do campo de batalha vivo enquanto o outro será feito de comida aos
vermes com o titulo de herói por ter morrido na guerra.- Disse enquanto
pegava de volta a pistola.- Esse será sua única lei durante a guerra se
desviar não por ser covarde mas sim por ser um herói vivo- O garoto se
levantou pegou sua cunha e disse. – Capitão se for preciso irei me jogar na
sua frente para protegê-lo.- O capitão deu um sorriso e olhou pro guri.- Não
seja bobo guri, tu é mais precioso do que um velho guerreiro como eu.- Se
levantou colocou a Mão no ombro de Joaquim e disse.- Pegue seu cavalo,
volte para Santa Catarina, estude, se apaixone e tenha filhos, nenhum
jovem foi feito pra guerra.- Joaquim olhou com um olhar de raiva pegou
um ultimo pedaço de carne e disse- Não irei abandonar a guerra para ir para
dentro de uma sala como um covarde, com sua licença irei dormir.-
Colocou sua capa para trás e foi em direção para a sua barraca, Cap. Garcia
se sentou de novo na fogueira e retomou a tomar o chimarrão.
Depois de um tempo vários homens foram para suas barracas dormirem
teriam um longo dia pela frente, as brasas da fogueira estavam diminuindo
e o céu estava claro pelas estrelas e a lua cheia estavam iluminado mais o
céu dos Pampas, ao longo dos rochedos via as sombras perfeitamente e a
noite estava quieta, dava para ouvir as cachoeiras e as cigarras era perfeito
este lugar, longe dos barulhos da cidade grande, longe de seus problemas e
sua soluções sem nexos. Enquanto o Capitão admirava a noite, José estava
vindo ao seu encontro com um mate na mão.
- Boa noite Capitão- disse José enquanto se sentava ao seu lado.
- Horas José, tu me conheces á muitos anos não venha com esse Capitão
- Mas tu tens merecimento deste titulo, tu deverias ser chamado assim.
- Não sou de merecimento nenhum José sou apenas um cão velho que não
tem mais forças para continua- disse enquanto tomava um gole do seu
mate.
- Hora não diga isto, tu estas tão velho como eu e eu tenho muito a
batalhar. - disse José com um sorriso na cara.
- Tu nunca se muda José sempre de sorriso na cara e vendo o lado bom das
coisas, não sou mais o mesmo antes eu podia ir a guerra sem qualquer
êxito, mas agora não posso nem mais ir a frente das tropas sem pensar em
minha esposa e meus filhos.
- Por isso te nomearam capitão, para colocar nós a sua frente- disse José
dando gargalhada
Garcia não agüentou e deu gargalhada junto.
- Tu és Garcia Del Torre um dos capitães das tropas de Humberto Gaspar
presidente da Republica Sulista ainda não declarada. - disse José com o
orgulho na voz. - tenho orgulho de ser seu amigo e batalhar ao seu lado.
- Ao contrario meu amigo, eu que tenho orgulho de lutar ao seu lado. -
disse enquanto se levantava. - porem que as honras fiquem para amanha,
irei me retirar, quero aproveitar este silencio para dormir, boa noite meu
amigo.
- Boa noite capitão. – disse José que estava se preparando para a primeira
guarda.

No dia seguinte Cap. Garcia acordou com tiros, e viu varias sombras
através do tecido da barraca, quando der repente Jose entrou em sua barraca
com um olhar apavorado. – Capitão, estão nos atacando! – disse José
enquanto pegava alguma trouxa de roupa para o capitão vestir- Mas
homem, que esta nos atacando?
- Soldados Brasileiros meu capitão, estão em maior número e dois dos
nossos estão feridos. – disse enquanto o capitão se levantava, estava
vestindo sua bombacha e suas botas de couro negro, colocou por cima sua
jaqueta militar e sua capa negra, pois estava muito frio que parecia que ia
nevar, também colocou seu cinturão que tinha junto seu revolver e seu
facão. Ao sair da barraca viu seus homens atrás de uma carroça virada para
utilizar como abrigo para os tiros, estavam em desvantagem, havia apenas 2
homens para batalhar e seus outros dois estavam ferido gravemente, viu
que Joaquim filho de José estava encostado atrás de uma arvore e atirando
sem se quer virar para ver seus inimigos. Os soldados brasileiros estavam
em um numero muito maior, uns 20 ou 30 soldados, todos sendo liderados
por um general de aparência velha e gorda que tinha um bigode grisalho e
seus cabelos brancos e compridos. – meu deus José, isto não é uma batalha
mas sim um massacre!- disse ao soldado enquanto pegava uma
metralhadora e atirava nos soldados brasileiros. Ao ouvir isso José fez uma
cara de raiva, foi até a carroça de armamentos e retiro de lá uma arma que
foi prometida aos revolucionários de Rio Grande, uma metralhadora
giratória junto com uma caixa enorme cheia de balas grandes suficiente pra
fazer um grande estrago. José instalou a metralhadora na frente da carroça
pediu para saírem da frente e gritou- Morram!- e começou a disparar.
Com um único ciclo, José matou mais de 11 soldados e ferido mais de 5,
ao virar a metralhadora começou atirar em alguns inimigos que viam aos
oiujkilados como emboscada porem não acertou ninguém mas fez que os
soldados se escondesse atrás de um enorme pedra.- Viva a revolução!-
gritou para todos com um sorriso na cara, Cap. Garcia ao ver o amigo
matar o inimigo com tanta alegria, ganhou incentivo e começou a ir pra
cima dos soldados com sua metralhadora, em apenas uma apertada no
gatilho, Garcia já tinha matado mais de três soldados e ferido dois. O
general brasileiro ao ver a situação, percebeu que estava perdendo muitos
homens, principalmente os que o soldado José estava atirando.- me de meu
rifle de mira soldado.- disse ao soldado ao seu lado.- esta na hora de
terminar essa estupidez.- disse enquanto pegava o rifle, ao mirar percebeu
uma linha perfeita entre ele e o soldado. Ao perceber a mira em José, Cap.
Gaspar gritou alto- José!- porem foi tarde demais o tiro atravessou o peito
de José e fez um enorme estrago, ao cair da carroça com as roupas já
encharcada pelo sangue, Joaquim seu filho olhou para ele e gritou- Pai!- e
correu até seu encontro ao velo correndo sem preocupação, Garcia deu
proteção enquanto ele atravessava o campo.- parem de atirar homens- disse
o general ao ver a vitoria a sua frente.
- Joaquim... me ajude a me botar de volta na metralhadora antes que eles
venham- disse enquanto tentava se levantar.- pai não se esforce pai, tu estas
muito ferido- disse ao pai tentando acalmá-lo. Ao ver a situação do pai,
Joaquim gritou par a o capitão, que estava vindo em sua direção- José, tu
estas bem?!- disse enquanto se ajoelhava perante o amigo ferido. – horas
capitão, isso não é... nada, estou bem- disse ao capitão, ao tentar se levantar
sentiu uma dor forte e caiu de novo. – acalmasse pai, o senhor esta muito
ferido!- disse seu filho
- O guri tem razão pare de lutar homem- disse o capitão
- Mas que diabo- disse soltando um rosnado de raiva e de dor.- Malditos
soldados brasileiros, Garcia eu não vou agüentar eles por muito tempo fuja
agora antes que se aproxime- disse José tentando alcançar o fuzil mais
próximo.- quieto homem, não irei te abandonar-disse o capitão enquanto
tirava sua capa pesada de seus ombros.
Ao se levantar para pedir ajuda, Garcia foi surpreendido pelo exercito
brasileiro ao seu redor. – jogue as armas no chão- disse um dos soldados a
sua frente- tu também garoto, levantasse e deixe a arma. O general saltou
do jipe que estava e foi em direção dos dois futuros prisioneiros do
governo. – Tu deves ser o Capitão Garcia de tanto ouvir falar- disse o
general enquanto tirava as luvas de couro- sou o General do primeiro
batalhão do Rio Grande do sul, General Carlos Monteiros- disse com um
sorriso maligno no rosto- Soubemos pelos boatos que um grupo pequeno de
homens estavam vindo a cavalo através dos pampas e que tinham brasões
dos rebeldes sulistas- disse o general. Para os governantes a revolução não
passava de uma besteira que eram seguido por rebeldes sem alguma se quer
noção de um país livre.
- Meus homens estão feridos, general por favor dei cuidados a eles e eu irei
me entregar pacificamente- Disse o capitão Garcia enquanto retirava seu
facão de seu cinturão.
- Cuidado- disse o general Monteiros com uma gargalhada- claro, homens
matem todos os feridos.
- Não!- gritou Cap. Garcia. Quando percebeu estavam todos assassinados
pelos soldados, ao olhar para seu amigo José viu ele sendo morto na frente
do filho- Pai!- gritou o pobre garoto- seus malditos!- disse o capitão
tentando acertar o general com o facão, porem o general se desviou e
rapidamente desarmou o capitão, depois pediu para os soldados algemarem,
Foram colocados atrás de um caminhão do exercito tampado com uma capa
de camuflagem, ao partirem viu que os corpos de todos os seus soldados
estavam sendo queimado sem respeito algum ao ver essa cena Joaquim
quase se deixou cair aos choros vendo seu pais sendo queimado, foi quando
então capitão Garcia fechou as cortina vendo que o garoto não agüentava
aquela cena.- malditos, irei matar todos, esses monte de bosta- disse o
garoto com a cara fechada- acalmasse guri, não adianta fazer nada agora
eles estão em vantagem, somos só prisioneiros agora.- disse o capitão ao
jovem.- tu não estas com raiva capitão, eles mataram meu pai, seu melhor
amigo, não entendo porque não estas com raiva.- disse o guri com um olhar
de menosprezo sobre o capitão. – cala-se guri, é claro que estou com raiva
e é claro que quero vingar-lo ele e meus homens, mas não adianta perder a
cabeça agora e fazer uma besteira.
Depois de um tempo sem se falar o capitão abaixou a cabeça e sorriu. – do
que tu tas rindo capitão?- disse o jovem. O capitão olhou para ele com um
sorriso e disse. – antes de entrar em campo de batalha mandei um dos meus
soldados mandar uma carta sobre o ataque para a republica sulista.
- e daí?
O capitão olhou com olhos de raiva para o guri e disse- imbecil, ao saberem
que nós fomos capturados iram mandar tropas para nos buscar guri.
- Daí finalmente nós nos vingaremos capitão
O capitão voltou a sorrir e disse- não só isso, com um exercito atrás de nós
ira começar uma guerra para nos salvar e assim haverá mais conflitos entre
a governo brasileiro e os revolucionários sulistas e começara a grande
guerra pela revolução e alem de tudo nós seremos o começo do estopim.
Capitão Garcia levantou a cabeça olhou nos olhos de Joaquim e disse
- Guri hoje nós começaremos uma nova historia e teremos participação,
hoje começara a grande guerra... A grande revolução do sul.

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