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De Gabriel

História de Askellad o
coberto por cinzas
1475 começo de verão, ainda trabalhando para o exército, eu fui contratado para
emboscar, roubar e matar uma tripulação de humanos que haviam desertado do
exército real. Na cidade de Unthalass a éste do mapa mundial, consegui, com minha
tropa, localizar os humanos desertores. Em um rio que passava entre dois desfiladeiros
conseguimos ter um vantagem geográfica contra o inimigo, emboscando-os, meus
homens lidavam facilmente com eles, porém, um inimigo forte o bastante estava
dificultando o término de nossa missão, sabendo que iria vencer, ofereci a ele um
combate de um contra um, com duas condições, se eu ganhasse, poderia matar toda a
tripulação e pegar todos os bens, porém, manter o filho dele vivo, foi ai que me deparei
que havia uma criança a bordo do navio deles, e a outra condição, se eu perdesse a
disputa, eu e meus homens iriamos nos retirar sem ferir mais ninguém. Segundos antes
de começar o combate perguntei seu nome, Thors – ele disse, Thors tinha a melhor
habilidade em combate que já tinha visto em minha vida, eu provavelmente não iria
conseguir ganhar dele na força bruta, então decidi ser astuto, com meu machado
apontei para seu rosto refletindo a luz do sol, fazendo com que eu conseguisse uma
abertura para ataca-lo e então... derrota-lo com um golpe de cima para baixo no
ombro, fazendo com ele, que já havia lutado por bastante tempo, caísse e morresse em
frente a seu filho.
Jogando os corpos no mar e pegando a cabeça de Thors como garantia que iria
receber meu dinheiro, olhei para seu filho, um garoto pequeno, mais com um olhar
sombrio e frio, e ao mesmo tempo enfurecido, por um segundo eu me vi no rosto
daquele garoto, lembrando de minha infância.
Alguns anos se passaram e o garoto continuava vivendo atras de vingança contra mim,
sempre que podia ele me desafiava para uma batalha mano a mano, e como
consequência ele perdia todas as vezes, sem nem mesmo eu usar uma arma, thorfim era
o nome dele. Em um dia tenso de inverno no ano de 1480, onde eu estava em meio a
uma guerra de humanos contra anões, que lutavam pela posse do reino de mulptan,
Thorfim me desafiou mais uma vez, nesse dia um pouco mais cedo, eu batalhei em uma
batalha sangrenta contra todos os meus companheiros por conta de suas ganancias, no
mesmo dia Bjorn meu único amigo e companheiro, havia me traído, por consequências
do exército real, ele havia dito que eu estava lutando contra os princípios do exército e
me denunciado para a capital, com isso tive de mata-lo em uma luta sangrenta e difícil
mentalmente e fisicamente para mim. Depois de enterra-lo, já cansado, lutei contra
Thorfim sem me segurar e quase acabei matando o garoto e quebrando minha
promessa, depois de lutar me sentei em uma mureta, no nascer do sol o garoto acordou
assustado, então decidi contar a ele a forma certa de se vingar de uma pessoa, contei a
ele minha história.

Você é um idiota que perde por ser idiota – Eu disse. Normalmente, você sabe como
pensar enquanto luta, mas assim que perde sua cabeça tudo vai por água abaixo. Podia
dizer por onde olhava que iria atacar meu pescoço – Eu disse, perder a cabeça, gritar
alto, sair balançando sua espada por aí é como idiotas lutam. Me pergunto como todos
conseguem ser assim – continuei dizendo, não há beleza nisso, Bjorn pode estar certo,
eu odeio guerreiros, especialmente guerreiros reais.
O primeiro homem que matei era também um guerreiro real, um nobre do reino de
ormpetarr ele não era um guerreiro bondoso muito menos piedoso, ele era meu pai,
garoto.... - Eu disse, irei te ensinar algo como referência para o futuro, irei te dizer
como matar alguém que odeie....

Minha mãe Lydia, era uma escrava, era a preferida do meu pai, porem um tempo se
passou ela ficou doente e não conseguia trabalhar, então ele a descartou como um
cachorro, por conta disso, desde que me lembro, quando estávamos no estabulo e
minha mãe me batizou de Lucios Artorius Castos em nome do seu ancestral. Eu
trabalhava na ferraria e no estabulo, meu corpo sempre estava coberto de cinzas,
carvão ou esterco de cavalo, e era sempre branco ou preto, daí vem meu nome
“Askellad” significa “o coberto por cinzas”, meu pai era de uma família poderosa em
Guarra valente, tinha muitos filhos e filhas, todos com diferentes feições pelo fato de
ele ter muitas esposas, porém todos eram bons guerreiros como o pai. Minha mãe me
contava a história do herói Artorius, que vivia em uma ilha onde as pessoas eram muito
felizes, havia muita comida e bebida, as pessoas eram muito felizes e se divertiam todos
os dias, minha mãe me falava que o herói Artoruis estava se curando depois da última
batalha que travou, e depois que se curasse, ele voltaria e salvaria todos da escravidão
e das doenças. Na época eu acreditei nessa história, mas depois de um tempo comecei
a ter dúvidas, continuei trabalhando e cuidando da minha mãe com medo de que ela
morresse ou enlouquecesse, até que meu medo se consagrou, um dia quando estava
trabalhando na ferraria retirando as cinzas do carvão, vi uma pessoa andando no meio
da rua com um lençol branco, achei estranho, no mesmo momento Olaf meu “pai”
havia chegado de uma caçada, quando estava passando pela rua a pessoa com o lençol
parou em frente ao cavalo, e no primeiro grito meu coração já havia se apertado,
minha mãe, soltando seu lençol ao chão ajoelhando e gritando o nome do herói
Artorius, ali eu já havia percebido que ela havia enlouquecido e achou que, logo meu
pai, era o herói da história, ele desceu do cavalo com um olhar de desprezo e sacou
sua espada, eu rapidamente peguei uma espada corri em direção a eles, quando meu
pai estava prestes a cravar sua espada em minha mãe, eu travei minha espada com a
dele, tentei acertar seu rosto mas não tive êxito pois ele era maior e tinha mais
habilidade, mesmo eu não sabendo e nunca tendo pego em uma arma antes, a espada
se encaixava muito bem na minha mão, e eu sabia como manuseá-la, lutando contra
meu pai, como esperado fui derrotado, olhando para min no chão, descobrindo ali que
eu era seu filho bastardo, ele olhou para min e disse “você tem potencial, irá morar no
salão a partir de hoje”.
Morando no salão eu treinava com todo tipo de armas, tinha 5 irmãos com quem eu
treinava todos os dias, e sem que ninguém soubesse eu saia todo dia para levar comida
para minha mãe. Cada irmão meu tinha sua arma com seu nome escrito na lamina,
consegui a confiança deles em menos de um ano, fazendo deles todos meus amigos,
todos gostavam de min, e depois de 2 anos em uma noite no aniversário do meu pai,
depois da festa ele foi com uma mulher para a quarto, quando os dois terminaram e
dormiram, com a espada de um filho de meu pai, um filho que não se dava muito bem
com ele, eu o matei dormindo na cama, eu via um rosto assustado, um rosto indignado
e irritado, como se ele estivesse me amaldiçoando, um dia depois o 3° filho dele havia
sido acusado pela morte de meu pai e enforcado em uma das arvores perto da aldeia
com sua espada cravada em seu abdômen.
Depois de ter me vingado fui ver minha mãe, ela estava piorando a cada dia que
passava, como seu último pedido eu a enterrei na em sua terra natal Guarra valente no
topo de uma linda colina, a partir dali eu decidi me exilar.
Andando por uma floresta sem ter um mapa ou comida, para minha tristeza começou a
nevar, consegui andar por algumas horas antes da neve me cobrir até a cintura, pelo
que me lembro desmaiei tentando usar o resto de força que tinha para subir em uma
arvore e então cai e bati com a cabeça.
Acordei deitado ao lado de uma lareira, ainda não tinha muita força então continuei
deitado apreciando o som do fogo e o estalar da madeira queimando pouco a pouco,
até que ouvi um caminhar lento, porém pesado, que vinha com uma batida de madeira
no chão, quando me virei vi uma senhora mais precisamente uma draconata Branca,
ela veio até mim com aquele caminhar lento com sua muleta me perguntou, com uma
voz roca e velha, -- está com fome? já mostrando uma tigela com carne de porco e pão,
sem nem mesmo responder a ela peguei a tigela e comi, eu já havia passado fome
quase toda minha vida, mas por algum motivo me vi chorando encima da comida, todo
o tempo que comi ela não parava de me olhar, quando recobrei a consciência
perguntei a ela com um tom adulto, onde eu estou?, me respondendo com um tom de
sarcasmo ela disse, -- na minha casa hora, que pergunta idiota.
Depois disso nos sentamos na mesa e ela me explicou o que havia acontecido, por
algum milagre ela me encontrou desmaiado na floresta, me trouça para uma aldeia de
draconatos, em que eu dormi por 3 dias, nesses três dias todos conversavam sobre o
que fazer comigo, afinal eu ainda era jovem, no final todos concordaram que a
senhorita Myltha cuidaria de mim até que eu alcançasse a maior idade, Bom eu não
tinha muito o que fazer, então aceitei a proposta.
Pouco tempo se passou e myltha me tratava como seu filho, eu sabia que ela gostava
daquilo, ela me dizia que eu lembrava o filho dela, me pergunto como, pois, somos de
cores muito distintas, ela me ensinou bastante coisa que não sabia sobre mim e minha
raça, me explicou sobre a aldeia e de como as pessoas ainda eram inseguras comigo
por perto, por que eu era “diferente”, depois de um tempo eu decidi sair de casa e ver
como era a aldeia, uma aldeia simples porém bem organizada para draconatos,
diferentemente da que eu vivia antes as pessoas não viviam como animas, passando em
frente a uma ferraria vi um lindo machado duplo um pouco maior que eu, entrando na
loja um sujeito veio até mim com um avental de couro preto sujo de ferro respingado e
cinzas, com uma voz grossa e roca, percebi que se tratava de um velho, que não
aparentava ser velho por conta de sua aparência física, conversamos sobre armas e
como usar cada arma que havia no mostruário, o tempo voa e continuamos
conversando até que ele me oferece uma oportunidade de eu trabalhar na ferraria, já
brincando com o fato de eu ser estranho para as outras pessoas, eu aceitei sem sombra
de dúvidas, afinal gostaria de retribuir a ajuda que Myltha me deu, voltando para casa
naquele mesmo dia cheguei com Myltha preparando o jantar, enquanto comíamos
contei sobre meu dia na aldeia, ela me ouvia sem dizer nada com um sorriso de
felicidade e surpresa e ao mesmo tempo insegura, depois de eu terminar de contar
avisei a ela que iria começar a trabalhar na ferraria, no começo ela não aceitou muito
bem, mas depois de um tempo ela cedeu e meu deu boa sorte.
Depois de um bom tempo trabalhando na ferraria consegui a confiança das pessoas na
vila, o velho Apolo já me via como um amigo próximo, um dia perguntei a ele sobre seu
nome, a pergunta besta do dia a dia o levou a contar a história de sua vida, o nome
dele significava “arte” por assim dizer, ele realmente era um artista com suas criações
de armas, ele contou que muito tempo atras a família dele era a melhor e mais
conhecida por seus ferreiros esplêndidos, que desde a época em que os draconatos
ainda estavam em guerra pela dominância mundial sua família já fabricava armas
para os soldados, e seu nome era passado de geração em geração para ser gravado na
história.
alguns anos se passaram e eu continuei trabalhando na ferraria, conseguia dinheiro o
suficiente para ajudar em casa, porém, meu dinheiro não compra o tempo, em um dia
quente myltha havia adoecido, chamei médicos da aldeia mas não conseguiram fazer
nada pois se tratava de magia, depois de falar com Apolo ele convocou um mago de
muito longe para ver o estado de myltha, porém não conseguil fazer nada pois disse
que se tratava de uma maldição imposta a ela por anos que estava degradando os
orgão internos dela, com um olhar triste o médico se aproxima de mim e diz que no
máximo ela tera um ou dois dias de vida, fiquei ao lado dela até seu ultimo momento de
vida, depois de tres dias ela faleceu quieta, calma e com uma feição pura. Todos da
cidade a conhecia por esse motivo essa foi a perda mais sofrida que a aldeia já teve,
alguns me culpavam pelo acontecimento, outros me elogiavam por estar com ela
quando mais ninguem estava.
No mesmo dia do enterro depois de algumas horas em um dia de chuva já de noite, eu
me peguei saindo da porta de casa e vendo o caus na aldeia, um exercito de humanos
estava atacando, sem pensar duas veses corri em direção ao único amigo que tinha,
correndo em direção a ferraria sujando as botas de lama e sendo banhado pela chuva,
vi a vitrine de sua loja quebrada, e de fundo um grito, correndo em direção a porta vi
Apolo golpeando um soldado humano com o machado duplo, o mesmo machado que eu
havia amado muitos anos atras, sem perguntas ou perda de tempo ele joga o machado
para mim e pega uma espada longa atras de seu balcão com seu nome entalhado nela,
juntos lutamos contra um grande numero de soldados, eu me via balançando aquele
machado duplo pra la e pra ca arrancando pernas e braços facilmente como cortar
pão, derrotando os inimigos já muito machudo e sangrando, eu procurava por Apolo
em todos os lugares mas não o encontrava, poe fim passei em sua loja corri em direção
ao lugar que ele mais amava, e ali encontrei ele sentado no chão encostado na bigorna
com uma espada empalada no peito, corri em direção a ele retirando a espada e
tentando fazer com que o sangue parasse, desejei muito ter conhecimento médico
naquele momento, empurrando minha mão para longe ele disse, “Estou bem garoto,
pegue seu machado e va la matar mais homens”, ele sabia que não o deixaria ali,
olhando para mim com um olhar de satisfação me disse, “Você é um bom ferreiro
garoto, leve meu nome adiante, faça com que o mundo nunca se esqueça do nome
Apolo e... mais uma coisa, pode ficar com o machado, eu já iria dar ele a você no seu
próximo aniversário, e lembre-se garoto, viva a vida como ela tende a ser, mesmo que
você sofra, mesmo que viva feliz, depois de morrer saberá que nada foi em vão, fico
feliz de ter conhecido alguem com quem eu pudesse ter conversas assim”, tossindo e já
soando frio ele morre em paz encostado na bigorna.
Continuei lutando até que fui nocalteado e desmaiei, acordei em uma sela fedorenta
com um guarda gritando na porta para que eu acordasse e o seguisse, com as mão e
pés algemados não podia arriscar uma saida, seguindo-o subimos as escadas da
masmorra caminhamos por um salão até que chegamos em uma sala com uma porta
duas veses maior que eu, abrindo-a me vi em um tipo de sala de conselho, uma
parecida com a que tinha no castelo de meu pai, com um olhar de despreso sem nem
mesmo perguntar meu nome, o rei me deu duas opções, ou eu escolheria como
morreria ou como iria ajudar em seu exercido, e foi apartir dai que começei a fazer
parte do exercito de real, mesmo odiando-os pelo que causaram a minha vida.

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