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Ricardo S.

Morais Atualizado às 16:57 de 15 de abril de 2023

ÁLGEBRA LINEAR

Lista de Exercícios 1 - 16/03/2023

Parte I
Fazer todos os exercícios da seção 4.8, da referência “BOLDRINI, J.L. [et al.] Álgebra Linear. 3.
ed. São Paulo: Harbra ltda,1986”.

Parte II

Exercício 1
Seja V = M(2, 2) e seja W o subespaço gerado pelo conjunto
( " # " # " # " #)
1 −5 1 1 2 −4 1 −7
⃗1 =
S= w ⃗2 =
,w ⃗3 =
,w ⃗4 =
,w .
−4 2 −1 5 −5 7 −5 1

(i) Obtenha uma base para W que seja um subconjunto de S.

(ii) Qual é a dimensão de W?

Exercício 2
Sejam U e W subespaços de um espaço vetorial V tais que U ∩ W = ⃗0 . Sejam {⃗u1 , . . . , ⃗ur } e
n o

⃗ s }, respectivamente, bases de U e W. Mostre que {⃗u1 , . . . , ⃗ur } ∪ {⃗


w1 , . . . , w
{⃗ ⃗ s } é uma base de
w1 , . . . , w
U + W.

Exercício 3
( por ⃗u1 = (1, 1, 1, 0) e ⃗u2 = (1, 3, 1, 0) e seja W o subespaço dado pelo
Seja U ⊆ R4 o subespaço gerado
x+y + 2w = 0
conjunto solução do sistema .
2x + y − z =0

(a) Encontre uma base para U ∩ W e uma base para U + W ;

(b) Existe um subespaço V ⊆ R4 tal que U ⊕ V = W ⊕ V = R4 ? Se sim, determine-o. Caso


contrário, prove que ele não existe.

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Exercício 4 n o
Mostre que o conjunto V = (x, y) ∈ R2 x > 0 e y > 0 (conjunto de todos os pares ordenados de
números reais positivos) é um espaço vetorial real com a adição e multiplicação por escalar

(x, y) ⊕ x′ , y′ = x x′ , y y′ e α ⊙ (x, y) = (xα , yα ) .


 

Exercício 5
Diga, em cada caso, por que o conjunto com as operações indicadas não satisfaz à definição de espaço
vetorial.

(a) R2 , com as operações:

(x, y) ⊕ x′ , y′ = x + x′ , y + y′ e α ⊙ (x, y) = (3 α x, 3 α y) .
 

(b) R2 , com as operações:

(x, y) ⊕ x′ , y′ = x x′ , y y′ e α ⊙ (x, y) = (α x, 0) .
 

(c) R3 , com as operações:

(x, y, z) ⊕ x′ , y′ , z′ = (0, 0, 0) e α ⊙ (x, y, z) = (α x, αy, α z) .




Exercício 6 n o
Considere W = A ∈ M(2, 2) − A = At . Mostre que W é um subespaço vetorial de M(2, 2) e
determine sua dimensão.

Exercício 7
Dos subconjuntos a seguir, quais são subespaços vetoriais?
n o
(a) W = p(x) ∈ P p(0) = p(2) .
n o
(b) W = p(x) ∈ P3 p′ (0) = 2 .
 R1 
(c) W = p(x) ∈ P 0 p(x) dx = 0 .
n o
(d) W = A ∈ M(n, n) det(A) = 0 .

Exercício 8
Considere dois vetores (a, b) e (c, d) no plano. Se ad − bc = 0, mostre que eles são LD. Se ad − bc , 0,
mostre que são LI.

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Resolução de alguns exercícios da Parte II

Ex. 1

(a) Precisamos verificar se há em S vetores que são combinações lineares dos demais. Para tanto, obteremos o conjunto solução da equação
⃗ 1 + x2 w
vetorial x1 w ⃗ 2 + x3 w ⃗ 4 = ⃗0, ou
⃗ 3 + x4 w
" # " # " # " # " #
1 −5 1 1 2 −4 1 −7 0 0
x1 + x2 + x3 + x4 = ,
−4 2 −1 5 −5 7 −5 1 0 0

x1 + x2 + 2x3 + x4 =0




−5x1 + x2 − 4x3 − 7x4 =0



. Resolveremos esse sistema pelo método de Gauss-Jordan. Escalonando a

que é equivalente ao sistema linear 



−4x1 − x2 − 5x3 − 5x4 =0

2x1 + 5x2 + 7x3 + x4 =0


matriz aumentada, obtemos:

 1 1 2 1 0  1 1 2 1 0
   
 
 −5 1 −4 −7 0  5 L1 + L2 → L2  0 6 6 −2 0  (1/6) L2 → L2
4 L1 + L3 → L3  −(1/2) L2 + L3 → L3
   
 −4 −1 −5 −5 0   0 3 3 −1 0
(−2) L1 + L4 → L4 −(1/2) L2 + L4 → L4
   
2 5 7 1 0 0 3 3 −1 0

 1 1 2 1  1 0 1 0  (−1) L2 + L1 → L1


4/3 0 
   
 0 1 1 −1/3  0 1 1 −1/3 0 
0 
    .
 0 0 0 0 0
 0 0 0  0 0 
  
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
| {z }
matriz escalonada reduzida

 −α − (4/3) β 


 
+ x3 + (4/3) x4 = 0  −α + (1/3) β 

 x1
, cujo conjunto solução é X =   , com α, β ∈ R. Consequente-

Daí, o sistema é equivalente a   x2 + x3 − (1/3) x4 = 0  α 
β

mente, (−α − (4/3) β) w ⃗ 1 + (−α + (1/3) β) w ⃗2 + α w⃗3 + β w ⃗


⃗ 3 = 0, α, β ∈ R. Em particular, para α = 1 e β = 0, temos w ⃗3 = w
⃗1 + w
⃗ 2 e, para
α = 0 e β = 1, w⃗ 4 = (4/3) w
⃗ 1 − (1/3) w⃗ 2 . Desse modo, toda combinação linear dos elementos de S é uma combinação linear dos vetores w ⃗1 e
⃗ 2 . Com efeito,
w
γ1 w⃗ 1 + γ2 w
⃗ 2 + γ3 w ⃗ 3 + γ4 w
⃗ 4 = γ1 w ⃗ 1 + γ2 w
⃗ 2 + γ3 w ⃗1 + w ⃗ 2 + γ4 (4/3) w ⃗ 1 − (1/3) w ⃗2
 
= (γ1 + γ3 + (4/3) γ4 ) w ⃗ 1 + (γ2 + γ3 − (1/3) γ4 ) w ⃗ 2.
| {z } | {z }
∈R ∈R

Portanto, W = w ⃗ 1, w
⃗ 2, w
⃗ 3, w
⃗4 = w⃗ 1, w
⃗ 2 . Além disso, como w
⃗1 e w
⃗ 2 não são múltiplos escalares entre si, {⃗ ⃗ 2 } é linearmente independente.
w1 , w
   
Assim, esse conjunto é uma base para W, que é um subconjunto de S.

w1 , w
(b) Como a base {⃗ ⃗ 2 } possui dois vetores, dim W = 2.

Ex. 2 Seja ⃗v ∈ U + W. Então existem ⃗u ∈ U e w ⃗ ∈ W tais que ⃗v = ⃗u + w ⃗ . Como S1 = {⃗u1 , . . . , ⃗ur } e S2 = {⃗ ⃗ s } geram U e W, respectivamente,
w1 , . . . , w
existem escalares α1 , . . . , αr e β1 , . . . , β s tais que ⃗u = α1⃗u1 + . . . + αr ⃗ur e w
⃗ = β1 w
⃗ 1 + . . . + βs w
⃗ s . Assim, ⃗v = (α1⃗u1 + . . . + αr ⃗ur ) + (β1 w
⃗ 1 + . . . + βs w
⃗ s ),
isto é, ⃗v é combinação linear dos elementos de S1 ∪ S2 . Portanto, U + W é gerado pelos elementos de S1 ∪ S2 .

Afirmamos que S1 ∪ S2 é um conjunto linearmente independente. De fato, consideremos a equação vetorial

x1⃗u1 + . . . + xr ⃗ur + y1 w ⃗ s = ⃗0.


⃗ 1 + . . . + ys w

⃗ s . Mas, como U ∩ W = ⃗0 , concluímos que


n o
Então, x1⃗u1 + . . . + xr ⃗ur = −y1 w
⃗ 1 − . . . − ys w
| {z } | {z }
∈U ∈W

x1⃗u1 + . . . + xr ⃗ur = −y1 w ⃗ s = ⃗0.


⃗ 1 − . . . − ys w

Uma vez que S1 e S2 são conjuntos linearmente independentes, temos que x1 = . . . = xr = y1 = . . . = y s = 0. Daí, S1 ∪ S2 é também linearmente
independente.

Logo, o conjunto {⃗u1 , . . . , ⃗ur , w


⃗ 1, . . . , w
⃗ s } é uma base para U + W, pois gera o subespaço e é linearmente independente.

Ex. 3

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(a) Inicialmente, vamos obter uma descrição dos elementos de U em termos de um sistema de equações. Temos que (x, y, z, w) ∈ U se e somente
se existem α1 , α2 ∈ R tais que
α1 + α2 = x




 α1 + 3 α2 = y



(x, y, z, w) = α1⃗u1 + α2 ⃗u2 ⇐⇒  .




 α1 + α2 = z

0 α1 + 0 α2 = w

Escalonando a matriz aumentada do sistema, encontramos

 1 1 x  1 1 x
   
 
 1
 3 y 
 (−1) L1 + L2 → L2
 0
 2 y−x 
 .
 1
 1 z  (−1) L1 + L3 → L3
  0
 0 z−x 

0 0 w 0 0 w

−x +z =0




+z =0 w=0
 
−x
 


Portanto, (x, y, z, w) ∈ U se e somente se  . Desse modo, (x, y, z, w) ∈ U ∩ W se e somente se  .

 w=0 


 x+y + 2w = 0

2x + y − z =0


Escalonando a matriz aumentada, encontramos

 −1 0 1 0 0 (−1) L1 → L1  1 0 −1 0 0
   
 
 0 0 0 1 0  
0 0 0 1 0 
  L2 ↔ L4
L1 + L3 → L3 
 
 1 1 0 2 0  0 1 1 2 0 
2 L1 + L4 → L4
  
2 1 −1 0 0 0 1 1 0 0

 1 0 −1 0 0  1 0 −1 0 0  1 0 −1 0 0


     
  
 0 1 1 0 0   0 1 1 0 0   0 1 1 0 0 
      .
 0 1 1 2 0  (−1) L2 + L3 → L3
  0 0 0 2 0  (1/2) L3 → L3  0 0 0 1 0 
−(1/2) L3 + L4 → L4
   
0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

 α 
 
 −α 
Daí, o conjunto solução do sistema é X =   , α ∈ R. Logo, U ∩ W = {(α, −α, α, 0) | α ∈ R} e {(1, −1, 1, 0)} é uma base para o subespaço
 α 
0
U ∩ W. Vale notar que U ∩ W , ⃗0 e, por isso, U + W não é uma soma direta.
n o

Para determinar uma base para U + W, precisamos obter geradores para o subespaço W. Para tanto, vamos encontrar o conjunto solução
 x+y + 2w = 0


do sistema 
2 x + y − z :
=0

L2 + L1 → L1
" # " # " #
1 1 0 2 0 1 1 0 2 0 1 0 −1 −2 0
.
2 1 −1 0 0 (−2) L2 + L2 → L2 0 −1 −1 −4 0 (−1) L2 → L2 0 1 1 4 0

⃗ 1 = (1, −1, 1, 0) e w
Temos então que W = {(α + 2 β, −α − 4 β, α, β) | α, β ∈ R} e assim W é gerado por w ⃗ 2 = (2, −4, 0, 1).

 ⃗u1
 

 ⃗u 
Por conseguinte, U + W = ⃗u1 , ⃗u2 , w
⃗ 1, w
⃗ 2 . Como o espaço gerado por ⃗u1 , ⃗u2 , w ⃗ 2 é o espaço linha da matriz  2
⃗1 e w
  , vamos reduzí-la a
⃗1
 w 
⃗2
w
uma forma escalonada (não necessariamente à versão mais reduzida):

 1 1 1 0  1 1 1 0  1 1 1 0


     
  
 1 3 1 0  (−1) L + L → L  0 2 0 0   0 2 0 0 
1 2 2  .
 (−1) L1 + L3 → L3 L2 + L3 → L3
    
 1 −1 1 0  0 −2 0 0   0 0 −2 1 
(−2) L1 + L4 → L4 3 L2 + L4 → L4
     
2 −4 0 1 0 −6 −2 1 0 0 0 0

Logo, {(1, 1, 1, 0), (0, 2, 0, 0), (0, 0, −2, 1)} é uma base para U + W, pois esse conjunto gera e é linearmente independente.

(b) Podemos completar as bases de cada um dos subespaços, U e W, de modo a obter uma base para o R4 . Se pudermos encontrar ⃗v1 e ⃗v2 tais que
⃗u1 , ⃗u2 , ⃗v1 , ⃗v2 e w⃗ 1, w
⃗ 2 , ⃗v1 , ⃗v2 sejam bases do R4 , então, para V = ⃗v1 , ⃗v2 , teríamos U ⊕ V = W ⊕ V = R4 .
   

 ⃗u1   1 1 1 0 


   
 ⃗u   1 3 1 0 
Sejam ⃗v1 = (0, 0, 1, 0) e ⃗v2 = (0, 0, 0, 1). Podemos verificar facilmente que os espaços linha das matrizes  2  =   e
 ⃗v1   0 0 1 0 
⃗v2 0 0 0 1
 w ⃗ 1   1 −1 1 0  1 0 0 0
     
 
 ⃗ 2  =  2 −4 0 1  coincidem com o R4 , pois a forma escalonada de ambas é  0 1 0 0  . Consequentemente, ⃗u1 , ⃗u2 , ⃗v1 , ⃗v2
 w     
 ⃗v1   0 0 1 0    0 0 1 0 

⃗v2
  
0 0 0 1 0 0 0 1
⃗ 1, w⃗ 2 , ⃗v1 , ⃗v2 são bases para o R4 e assim U ⊕ V = W ⊕ V = R4 .

e w

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Ex. 6 dim W = 1.

Ex. 7

(a) W é subespaço de P.

(b) W não é subespaço de P3 .

(c) W é subespaço de P.

(d) W é subespaço de M(n, n).

Ex. 8

➢ Suponhamos ad − bc = 0. Se as componentes a, b, c e d são todas nulas, é imediato que os vetores (a, b) e (c, d) são LD. Admitamos então,
c c c
sem perda de generalidade, que a , 0. De ad − bc = 0, segue que d = b. Ademais, é evidente que a = c. Assim, (c, d) = (a, b), isto é,
a a a
um vetor é múltiplo escalar do outro. Logo, (a, b) e (c, d) são LD.

➢ Suponhamos agora ad − bc , 0. Se (a, b) = α (c, d), para algum α ∈ R, teríamos a = α c, b = α d e, por isso, ad − bc = (α c) d − (α d) c = 0.
Ocorre que a última igualdade contradiz a suposição inicial. Portanto, um vetor não pode ser múltiplo escalar do outro, ou seja, (a, b) e (c, d)
são vetores LI.

α1
" #" # " #
a c 0
➢ Alternativamente, temos que a equação vetorial α1 (a, b) + α2 (c, d) = (0, 0) é equivalente ao sistema homogêneo = ,
b d α2 0
" #
a c
que possui somente a solução trivial se e somente se det = ad − bc , 0. Desse modo, podemos concluir que os vetores (a, b) e (c, d)
b d
são LI se e somente se ad − bc , 0. Ou, equivalentemente, os vetores (a, b) e (c, d) são LD se e somente se ad − bc = 0.

Referências
[1] BOLDRINI, J.L. [ et al.] Álgebra Linear. 3. ed. São Paulo: Harbra ltda,1986.

[2] HEFEZ, A.; FERNANDEZ, C. S. Introdução à Álgebra Linear. Rio de Janeiro: Sociedade
Brasileira de Matemática, 2016.

[3] LATEX https://www.latex-project.org/

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