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RESOLUÇÃO SEDEST Nº 013/2020

Súmula: Estabelece período de 01 de outubro a 01 de


fevereiro, como defeso da piracema (proibido a pesca de
espécies nativas), no Estado do Paraná.

O Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, designado pelo Decreto


Estadual nº 1440, de 03 de maio de 2019, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei
Estadual nº Lei nº 19.848, de 3 de maio de 2019 e,

Considerando o inciso XX, art. 8º da Lei Complementar da União nº 140, de 08 de dezembro de


2011;

Considerando a deliberação plenária referente ao período defeso da piracema nos rios das bacias
hidrográficas do rio Paraná e suas sub bacias;

Considerando a Instrução Normativa nº 25, de 1º de setembro 2009 do Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente, que dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em período de migração e
reprodução;

Considerando que as espécies nativas da bacia hidrografica do rio Paraná estão em processo de
maturação e recrutamento antecipado;

Considerando que as lagoas marginais são áreas de proteção permanente e possibilitam a


conservação dos ambientes e garantem a sobrevivência pelo menos durante a fase inicial do
desenvolvimento das espécies ictíicas e que trata do defeso da reprodução dos peixes da bacia
hidrográfica do rio Paraná;

Considerando que uma sobrepesca no estoque desovante destas espécies suscetíveis pelo baixo
volume de águas do rio Paraná e seus tributários, pode provocar uma depleção de seus estoques
futuros;

Considerando como critério da pesca responsável o enfoque preventivo e de manutenção a


reprodução, o respeito ao comportamento migratório das espécies de peixes na bacia hidrográfica
do Paraná;

Considerando que este período da piracema já é aplicado nos países Limítrofes Paraguai e
Argentina;
Considerando o disposto na Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA n°
237, de 19 de dezembro de 1997.

RESOLVE:

Art.1º Estabelecer o período de 01 de outubro a 01 de fevereiro, como defeso da piracema (proibido


a pesca de espécies nativas), no Estado do Paraná, nos rios das bacias hidrográficas do rio Piquiri,
Ivaí, Tibagi, Cinzas e suas sub-bacias, o Rio Paranapanema e Paraná.

Art.2.ºProibir a pesca embarcada e desembarcada em:

I- Lagoas marginais;

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II - A menos de 500 m (quinhentos metros) de confluências e desembocaduras de rios e lagoas,
canais e tubulações de efluentes;

III - Até 1.500 m (um mil e quinhentos metros) a montante e a jusante das barragens de reservatórios
de usinas hidrelétricas, cachoeiras e corredeiras;

IV - Nos rios Iguaçu, Paraná, Tibagi, Pirapó, Cinzas e rio Laranjinha, Arroio Guaçu, Piquiri, Ivaí,
Ocoí, São Francisco Falso, São Francisco Verdadeiro, Chopim, São Bento e seus afluentes;

V - No entorno ou zona de amortecimento de unidades de conservação, respeitando o raio de 10


km ao redor desta ou a distância do entorno estabelecida pelos Planos de manejo das Unidades de
Conservação.

Art.3.º Permitir, nos rios das bacias hidrográficas do Paraná e suas sub-bacias e Ivaí e
Paranapanema, a pesca de subsistência, desembarcada.

Parágrafo único. Entende-se por pesca de subsistência aquela praticada artesanalmente por
populações ribeirinhas e/ou tradicionais, para garantir a alimentação familiar, sem fins comerciais.

Art.4.º Estabelecer a cota diária de três quilos e um exemplar de qualquer peso, por pescador, para
fins de subsistência, respeitado os tamanhos mínimos de captura estabelecidos pela legislação para
cada espécie.

Parágrafo único: Fica proibido o transporte e a comercialização do pescado proveniente da pesca


de subsistência, no período de que trata o art. 1º desta Resolução.

Art.5.ºFicam excluídas das proibições previstas nesta Resolução:

§1.º- A pesca embarcada e desembarcada nos Reservatórios localizados nos rios de domínio do
Estado do Paraná;

§2.º- A pesca tanto na modalidade desembarcada como na embarcada, nos locais onde seja
permitida, obedecendo aos seguintes critérios:

I- o emprego dos seguintes aparelhos:

a) linha de mão
b) caniço simples ou equipado com molinete ou carretilha;
c) o uso de Espingarda de mergulho, para captura de espécies exóticas e alóctones, desde que
utilizada sem aparelhos de respiração ou iluminação artificial.

II- Permitida a realização de torneios de pesca amadora, esportiva e subaquática, a captura e o


transporte de espécies não nativas (alóctones e exóticas) e híbridos tais como: apaiari (Astronotus
ocelatus); bagre-africano (Clariassp.); black-bass (Micropterus sp.); carpa (todas as espécies);
corvina ou pescada-do-Piauí (Plagioscion squamosissimus); peixe-rei (Odontesthis sp.); piranha
preta (Serrassalmus rombeus); tilápias (Oreochromis spp. e Tilapia spp.),tucunaré (Cichla spp.);
Acara, Cara ou zoiudo (Geophagus surinamensis e Geophagus proximus).

a) a pesca de espécies alóctones e exóticas fica autorizada o ano todo - sem limite de cotas nos
reservatórios de domínio da União e do Estado do Paraná.

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III- A pesca de caráter científico, previamente autorizada por Órgão Ambiental Competente; e

IV - A despesca, o transporte, a comercialização, o beneficiamento, a industrialização e o


armazenamento de peixes, com a comprovação de origem, provenientes de aquicultura ou pesque-
pague licenciados junto Instituto Água e Terra, bem como do pescado previamente declarado a que
se refere o art. 8º desta Resolução.

Art. 6º Fixar o segundo dia útil após o início do defeso da piracema (proibido a pesca de espécies
nativas) como prazo máximo para declaração ao Instituto Água e Terra, dos estoques de peixes “in
natura”, resfriados ou congelados, provenientes de águas continentais, existentes nos frigoríficos,
peixarias, entrepostos, postos de venda, restaurantes, hotéis e similares.

§ 1º A declaração de estoque de pessoa física e jurídica só será permitida ao pescador profissional


mediante apresentação da Declaração de Estoque de Pesca Individual, emitida em seu próprio
nome.

§ 2º A declaração de que trata este artigo se estende aos peixes vivos nativos da bacia para fins
ornamentais ou para uso como isca viva.

Art.7.ºTodo produto de pesca oriundo de outros estados ou países deverá estar acompanhado de
comprovante de origem sob pena de multa, perda de pescado e dos petrechos, equipamentos e
instrumentos utilizados na pesca.

Art.8.º O descumprimento das disposições desta Resolução, sujeitará o infrator às penalidades


previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outros dispositivos normativos
pertinentes.

Art. 9° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Curitiba, 20 de fevereiro de 2020.

MARCIO NUNES
Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo

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