Aula IV - Pesca

Fiscalização de Recursos Pesqueiros
O Setor Pesqueiro e a administração dos recursos

oriundos da pesca e da aqüicultura são alvos
essenciais das políticas de meio ambiente,
portanto requer uma atenção especial no que se
refere aos instrumentos de orientação da
fiscalização nesta área.
• Federal
– Lei 9.605/1998 - Lei de Crimes Ambientais
– Lei 11.959/2009 – Lei de Aquicultura e Pesca
• Estadual
– Lei 9.096/2009 - Dispõe sobre a Política da Pesca no
Estado de Mato Grosso e dá outras providências.
– Lei 9.204/2009 - Dispõe sobre a Pesca subaquática
do Estado de Mato Grosso.
– Lei 8.464/2006 – Dispõe sobre Piscicultura em MT;
• O que é Pesca?
Art. 2° Lei 11.959/09 - Toda operação, ação ou ato tendente a extrair,
colher, apanhar, apreender ou capturar recursos pesqueiros.
Art. 36 Lei 9.605/98 - Considera-se pesca todo ato tendente a retirar,

extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou
não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies
ameaçadas de extinção constantes nas listas oficiais da fauna e da
flora.
• O que é ATO TENDENTE?
Art. 42 Dec. Fed. 6.514 de 22Jul08

§ único. Entende-se por ato tendente à pesca aquele em que o
infrator esteja munido, equipado ou armado com petrechos
de pesca, na área de pesca ou dirigindo-se a ela.
Obs: O início do ciclo de fiscalização se dá desde o “itinere” do

pescador.
• O que é Aquicultura?
– Atividade de cultivo de alevinos ou peixes em
ambientes naturais e artificiais com a finalidade
econômica, social ou científica.
– Lei 11.959/09
Art. 31. A fiscalização da atividade pesqueira abrangerá
as fases de pesca, cultivo, desembarque, conservação,
transporte, processamento, armazenamento e
comercialização dos recursos pesqueiros, bem como o
monitoramento ambiental dos ecossistemas aquáticos.
Parágrafo único. A fiscalização prevista no caput deste
artigo é de competência do poder público federal,
observadas as competências estadual, distrital e
municipal pertinentes.
- Fiscalização de Pesca;
- Fiscalização de Aquicultura;
Conselho Estadual de Pesca - CEPESCA
Órgão deliberativo, com composição paritária, é
responsável pelo assessoramento do Poder
Executivo na formulação da Política Estadual de
Pesca, sendo composto por diversos órgãos e
organizações.
Objetivos do CEPESCA
I - disciplinar as formas e os métodos de exploração dos organismos
aquáticos, bem como o controle dos procedimentos das atividades de
pesca, resguardando-se aspectos culturais da pesca artesanal;
II - proteger a fauna e a flora aquática e os seus mecanismos de
interação ecológica de forma a garantir a reposição e perpetuação das
espécies;
III - promover pesquisas para o aperfeiçoamento do manejo
sustentável dos organismos aquáticos;
IV - incentivar e apoiar programas de educação das comunidades,
objetivando capacitá-las para a participação ativa na defesa ambiental,
com ênfase para a conservação dos organismos aquáticos;
V - estabelecer normas de reparação de danos a organismos e
ambientes aquáticos.
Dos Crimes de Pesca (Lei 9605/98)
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca

seja proibida ou em lugares interditados por
órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou
multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou
espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou
mediante a utilização de aparelhos, petrechos,
técnicas e métodos não permitidos;
III - transporta, comercializa, beneficia ou
industrializa espécimes provenientes da coleta,
apanha e pesca proibidas.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:

I - explosivos ou substâncias que, em
contato com a água, produzam efeito
semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio
proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco. anos.
Pesca predatória
Pesca predatória é aquela que retira do meio

ambiente, mais do que ele consegue repor,
diminuindo a população de peixes e mesmo de
plantas do ecossistema. A pesca predatória tem
consequências desastrosas, podendo limitar a
produtividade pesqueira, quer seja do ponto de
vista biológico, quer econômico.
- Estão descritos no Capítulo VI da Lei 9.096/09 -
Lei de Pesca de MT.
Pesca predatória - Lei 9.096/09
• Art. 25 É proibido extrair recursos pesqueiros do
estado de Mato Grosso:
I - nos lugares e épocas interditadas pelos órgãos
competentes;
Piracema ou Defeso - é o nome dado ao período de em
que os peixes nadam contra a corrente para realizar a
desova, de modo a poderem reproduzir-se. Tal evento
é fundamental para a preservação da piscosidade
(abundância de peixes) nas águas de rios e lagoas.
Neste período é proibida a pesca.
• Art. 25:
II - a 200m (duzentos metros) a jusante e a
montante de barragens, cachoeiras e corredeiras,
escadas de peixes e desembocaduras de baías de
acordo com a legislação vigente;
• Art. 25 :
III - a captura de iscas vivas e de peixes
nativos para fins ornamentais e de
aquariofilia, a 1.000 m (mil metros) de ninhais;
• Art. 25 :
IV - de espécies e tamanhos proibidos
pela legislação;
As medidas mínimas para a captura de peixes no
Estado de Mato Grosso serão definidas pelo CEPESCA
fundamentadas em estudos técnicos científicos.
• As dimensões dos peixes referidas nas tabelas
equivalem ao comprimento da ponta do
focinho à extremidade da nadadeira caudal
(comprimento total).
- Quanto ao tamanho é importante verificar a

bacia hidrográfica em que é realizada a
fiscalização, pois existe variação de medida
mínima.
• Bacia do Paraguai:
Nome Nome Científico Medida
Barbado Pinirampus pirinampu 60 cm
Cachara Pseudoplatystoma fasciatum 80 cm
Chimburé Schizodon borellii 25 cm
Curimbatá Prochilodus lineatus 38 cm
Dourado Salminus brasiliensis 65 cm
Jaú Zungaro zungaro 95 cm
Jurupensem Sorubim lima 35 cm
Jurupoca Hemisorubim plathyrhynchos 40 cm
Pacu Piaractus mesopotamicus 45 cm
Pacupeva Mylossoma paraguayensis 20 cm
Piau Leporinus ssp. 25 cm
Piavussu Leporinus macrocephalus 38 cm
Pintado Pseudoplatystoma corruscans 85 cm
Piraputanga Brycon hilarii 30 cm
• Bacia Amazônica, Araguaia e do Tocantins:
Nome Nome Científico Medida
Bicuda Boulengerella cuvieri 60 cm
Cachorra Hydrolycus armatus 60 cm
Caparari Pseudoplatystoma tigrinum 85 cm
Pacu Caranha Myloplus torquatus 45 cm
Pacu Prata Myleus ssp. 30 cm
Curimbatá Prochilodus nigricans 30 cm
Dourada Brachyplatystoma flavicans 80 cm
Matrinchã Brycon spp. 35 cm
Pintado Pseudoplatystoma sp. 80 cm
Piraíba/Filhote Brachyplatystoma filamentosum 100 cm
Pirapitinga Piaractus brachipomus 45 cm
Pirarara Phractocephalus hemiliopterus 90 cm
Trairão Hoplia 60 cm
• Art. 25:
V - Com qualquer aparelho, método ou
técnica e petrechos proibidos pela legislação
pesqueira.
a) Com utilização de armadilha tipo tapagem
Esta prática leva,

inevitavelmente, à escassez
de peixes e, a longo prazo, à
extinção de várias espécies,
pois captura peixes de todos
os tamanhos, inclusive jovens
que ainda não tiveram a
oportunidade de reproduzir-
se.
b) covo, pari e jiqui, exceto para captura de

iscas vivas;
Equipamento para capturar pescado
construído de bambu, tela metálica e outros
materiais que consiste numa armação de
forma tabular com pequeno orifício de
entrada, suficiente para a passagem do peixe,
que não consegue mais sair por onde entrou.

iscas vivas;

iscas vivas;

iscas vivas;
c) cercado e qualquer outro aparelho fixo,...

d) aparelho tipo elétrico, sonoro (sonar) ou

luminoso;
e) fisga, gancho (exceto garatéia quando fizer

parte do corpo da isca artificial), arpão e
espinhel;
- Espinhel: equipamento constituído de um cabo
principal no qual são presos vários rabichos
(pequenos pedaços de linhas) possuindo em sua
extremidade anzóis com iscas.
e) fisga, gancho (exceto garatéia quando fizer

parte do corpo da isca artificial), arpão e
espinhel;
f) tarrafão, rede de qualquer natureza (exceto
rede de arrasto para captura de peixes
ornamentais);
- Tarrafão: equipamento constituído de uma rede em
forma circular e que em suas extremidades possuem
correntes ou cabos com chumbos, sua finalidade é
capturar peixes ou crustáceos. Sua utilização pode ser
feita através de embarcação ou não, e consiste em
arremessar a rede de forma que a mesma se abra em
grande círculo sobre determinado espaço aquático.
- Tarrafão
- Rede de pesca: Equipamento fixo ou móvel

colocados ou utilizados em locais propícios
para passagem ou permanência de peixes.
Uma forma de verificar se o
pescado foi capturado por redes
ou tarrafas é observar suas
laterais logo após a cabeça,
porque a luta do peixe para
escapar da rede lhe provoca
marcas facilmente percebidas.
g) colher ou isca artificial quando utilizadas

com embarcações motorizadas em
movimento (corrico);
g) amoladinha
• Art. 25 :
VI - com substâncias tóxicas;
Bater timbó é um tipo de pescaria
muito comum entre diversas
populações indígenas. O timbó é um
cipó, que quando batido na água
libera uma substância venenosa para
os peixes que, quando não morrem
de imediato, ficam atordoados e são
facilmente flechados ou pegos.
• Art. 25:
VII - Com explosivos;
A pesca com explosivos é

considerada de alto valor
destrutivo, afetando a
fauna, a flora e o substrato
de fundo.
• Art. 25:
VII - Com explosivos;
• Art. 25:
VIII - Por meio de derivação de cursos
d'água ou esgotamento de lagos de domínio
público.
IX - Cevas fixas permanentes ou com uso de
equipamentos mecânicos irregulares para
pescaria colocados no leito do rio.
Fiscalização de Pesca
• Modalidades de Pesca permitidas em MT:

– Científica;
– Amadora;
– Desportiva;
– De subsistência;
– Subaquática;
– Profissional Artesanal;
Classificação de Pesca
• Pesca científica
– é aquela exercida unicamente com fins de
pesquisa por instituições ou pessoas devidamente
habilitadas para esse fim;
Ex.: pesquisa de reprodução de peixes por
universidades.
• Pesca científica
– Licença: Licença Especial de Pesca;
• Estabelece o local de captura;
• Forma de captura;
• Espécie autorizada (objeto da pesquisa);
• Quantidade;
• Época (validade da licença);
• Pesca Amadora
– Entende-se por amadora aquela praticada com a
finalidade de consumo e lazer, sem finalidade
comercial;
• Pesca Amadora – Categorias:

– Desembarcada
– Embarcada
– Subaquática
• Pesca Amadora
– PETRECHOS PERMITIDOS: linha de
mão, puçá, caniço simples, caniço
acoplado com molinete ou carretilha,
anzóis simples ou múltiplos
empregados em caniço simples, com
carretilhas ou molinetes, providos
de isca natural ou artificial ,
espingarda de mergulho.
• Pesca Amadora
• Estão dispensados de licença de pesca os pescadores amadores

desembarcados que utilizem somente linha de mão ou vara, linha e anzol .
•Estão dispensados do pagamento de taxa, facultada a obtenção da

licença de pesca amadora os aposentados , os maiores de 65 anos
(homens) e 60 anos (mulheres) .
• Pesca Amadora
– Licença: Carteira de Pescador Amador;
– Cota: 5kg + 1 exemplar de qualquer peso;
– Atentar para:
• Medidas mínimas das espécimes;
• Petrechos de pesca utilizados;
• Épocas e locais interditados;
• Espécies autorizadas;
• Pesca Desportiva
– é aquela exercida com finalidade de lazer ou
desporto sem a intenção de consumo, com a
prática do “pesque-solte”;
• Pesca Desportiva
– Cota: 0 (pesque-solte);
– Atentar para:
• Pesca de Subaquática
– Categoria e modalidade de
pesca amadora, praticada por
meio do mergulho livre ou de
apneia e mediante a utilização
de espingarda de mergulho ou
arbalete, realizada com ou sem
o auxilio de embarcações, sendo
vedado o emprego de aparelhos
de respiração artificial;
• Pesca de Subaquática
– Cota: 5kg + 1 exemplar de qualquer peso;
– Atentar para:
• Pesca de Subsistência
– Quando exercida por
pescadores de comunidades
tradicionais ou pescadores
ribeirinhos, sem fins
lucrativos, com finalidade de
complementar o suprimento
alimentar;
• Pesca de Subsistência
– Licença: Não exigível;
– Cota: não estabelecida na lei, sendo o suficiente
para o suprimento alimentar individual;
– Atentar para:
• Pesca Profissional
Pescador Profissional: pessoa física maior de dezoito
anos e em pleno exercício de sua capacidade civil,
que faz da pesca sua profissão ou meio principal de
vida podendo atuar no setor pesqueiro artesanal ou
industrial:
• Pesca Profissional Artesanal

– aquela exercida por pescadores profissionais que, com
meios de produção próprios, exerce sua atividade de
forma autônoma, individualmente ou em regime de
economia familiar, ou ainda com o auxílio eventual de
outros parceiros, sem vínculo empregatício;
• Pesca Profissional Artesanal

– Licença: Carteira de Pescador Profissional (RGP);
– Cota: 125 kg semanais ou 4000 iscas vivas;
– Atentar para:
• Declaração de Pesca
Individual - DPI:
– Documento expedido pela
SEMA e distribuídos pela
Federação de Pescadores ou
órgão conveniado, de porte
obrigatório de pescador
profissional na atividade de
transporte, armazenamento
e comercialização de
pescado.
• Declaração de Pesca Individual - DPI:
.
• O produto pesqueiro deve sempre estar

preservado de modo que permita sua fiscalização,
devendo os exemplares serem mantidos com
cabeça, escamas e/ou couro em local de fácil
acesso;
Art. 69 (9605/98) Obstar ou dificultar a
ação fiscalizadora do Poder Público
no trato de questões ambientais:
Pena - detenção, de um a três anos, e

multa
• Guia de trânsito e Controle de Pescado – GTCP

- Ao comerciante de pescado somente será
permitido o transporte, armazenamento e a
comercialização do pescado acompanhado da
Guia de Trânsito e Controle de pescado.
• Guia de trânsito e Controle de Pescado – GTCP
- A GTCP será expedida pela Secretaria Estadual

do Meio Ambiente - SEMA e fornecida a
Federação dos Pescadores Profissionais, a
órgãos conveniados, que gratuitamente será
fornecida aos interessados.
• Guia de Trânsito e Controle de Pesca/GTCP
• Em caso de CRIME:
– Dar voz de prisão para o responsável pelo
pescado;
– Apreender todo o pescado;
– Apreender todo material utilizado no
transporte (aeronave, embarcação, veículo
automotor, caixas térmicas, etc.).
– Conduzir o infrator e o material apreendido
para a delegacia;

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Fiscalização de Recursos Pesqueiros

O Setor Pesqueiro e a administração dos recursos

Art. 36 Lei 9.605/98 - Considera-se pesca todo ato tendente a retirar,

Art. 42 Dec. Fed. 6.514 de 22Jul08

Obs: O início do ciclo de fiscalização se dá desde o “itinere” do

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca

Art. 35. Pescar mediante a utilização de:

Pesca predatória é aquela que retira do meio

- Quanto ao tamanho é importante verificar a

Esta prática leva,

b) covo, pari e jiqui, exceto para captura de

b) covo, pari e jiqui, exceto para captura de

b) covo, pari e jiqui, exceto para captura de

b) covo, pari e jiqui, exceto para captura de

c) cercado e qualquer outro aparelho fixo,...

d) aparelho tipo elétrico, sonoro (sonar) ou

e) fisga, gancho (exceto garatéia quando fizer

e) fisga, gancho (exceto garatéia quando fizer

- Rede de pesca: Equipamento fixo ou móvel

g) colher ou isca artificial quando utilizadas

A pesca com explosivos é

• Modalidades de Pesca permitidas em MT:

• Pesca Amadora – Categorias:

acoplado com molinete ou carretilha,

anzóis simples ou múltiplos

empregados em caniço simples, com

carretilhas ou molinetes, providos

de isca natural ou artificial ,

• Estão dispensados de licença de pesca os pescadores amadores

•Estão dispensados do pagamento de taxa, facultada a obtenção da

• Pesca Profissional Artesanal

• Pesca Profissional Artesanal

• O produto pesqueiro deve sempre estar

Pena - detenção, de um a três anos, e

• Guia de trânsito e Controle de Pescado – GTCP

• Guia de trânsito e Controle de Pescado – GTCP

- A GTCP será expedida pela Secretaria Estadual

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