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Regulamentação:
Decreto 9.013 (RIISPOA) - atualizado pelo Decreto n° 10.468 de 2020
Não se pode vender nenhum produto para consumo humano sem que haja a devida
fiscalização. Se for para consumo próprio não há necessidade.
Classificação
Parasitas específico pra peixes: Anisakis sp. e Phylobotomum pacificum são os mais
importantes. Se se alimentar com peixes pescados pela própria pessoa é bom tomar um
bom vermífugo!
Quando o animal entra em rigor passa a ser diferente o aproveitamento para cada espécie -
em elasmobrânquios (raias e tubarões) o rigor é mais curto, por exemplo, visto que o
periósteo é substituído por cartilagem.
Moluscos bivalves: devem estar vivos (problema com toxinas), frescos, carne úmida, bem
aderida à concha e de aspecto esponjoso, com valvas fechadas e com retenção de água
incolor e límpida. Cor característica da espécie. Cuidado com as toxinas dos moluscos!
Moluscos cefalópodes (polvo e lula): pele lisa e úmida, olhos vívidos e dentro da órbita,
ausência de pigmentação estranha à espécie e odor característico.
- As lulas são mais esbranquiçadas, os polvos têm variação de cor conforme às
espécies.
Estabelecimentos:
Coloca-se os peixes em um caminhão com água, eles vão para o abatedouro, faz-se o
tempo de espera e são dessensibilizados por eletronarcose. Após a dessensibilização,
faz-se a sangria.
Depois que o congelamento é feito, os peixes passam por uma esteira à base de
congelamento por 30 segundos. O peixe sai extremamente congelado e com uma cobertura
branca. Depois disso, o peixe passa por um banho de ar, evita-se a perda de umidade
dessa forma.
Fraudes e adulterações:
1. Troca de espécies: atentar-se às características específicas da espécie.
2. Glaciamento: absorção máxima de 20% do peso. Em alguns casos, o glaciamento é
feito mais de uma vez e há maior absorção.
3. Adição de metabissulfito: máximo de 1,5% permitido. Os camarões tem uma mancha
(tipo melanina), decorrente do processo de deterioração ou estresse, que confere
coloração em X escurecida na carapaça.
a. É um produto muito tóxico, tem que usar muito pouco. Para não perder o
camarão deve-se limpar, tirar a cabeça e fazer o pré cozimento para
aumentar a vida de prateleira do produto.
b. A adição de metabissulfito retarda a troca de coloração da carapaça.
Inspeção de Mel
Regulamentação:
● Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017 - Regulamento da inspeção industrial e
sanitária de produtos de origem animal – RIISPOA - atualizado pelo Decreto n°
10.468 de 2020
● Portaria nº 06, de 25 de julho de 1985 – Normas Higiênico-Sanitárias e Tecnológicas
para Mel, Cera de Abelhas e Derivados;
● MERCOSUL/GMC/RES nº 15, de 03 de agosto de 1994 – Regulamento Técnico
Mercosul de Identidade e Qualidade do Mel
● Instrução Normativa n o 11, de 20 de outubro de 2000 – Regulamento Técnico de
Identidade e Qualidade do Mel
● Instrução Normativa n o 3, de 19 de janeiro de 2001 - Regulamento Técnico de
Identidade e Qualidade de Apitoxina, Cera de Abelha, Geléia Real Liofilizada, Polén
Apícola, Própolis e Extrato de Própolis
● Instrução Normativa n o 21, de 20 de junho de 2013 – Requisitos Zoosanitários dos
Estados Partes para a Importação de Abelhas Rainhas e Produtos Apícolas
Art. 414 do RIISPOA e IN 11/2000: Entende-se por mel, o produto alimentício produzido
pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores (mel floral) ou das secreções
procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores (melato) de
plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam,
combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos
da colméia.
Art. 413. do RIISPOA: Produtos de abelhas são aqueles elaborados pelas abelhas, delas
extraídos ou extraídos das colmeias, sem qualquer estímulo de alimentação artificial capaz
de alterar sua composição original.
- Nos períodos de seca, os apicultores optam por fornecer água com mel para as
abelhas, mas esse mel não pode ser comercializado.
Enzimas
Diastase: quebra o amido, sendo sua função na fisiologia da abelha ainda não claramente
compreendida, podendo estar envolvida com a digestão do pólen.
Invertase: transforma 3/4 da sacarose inicial do néctar nos açúcares invertidos glicose e
frutose. Sua ação é contínua até que o "amadurecimento" total do mel ocorra.
Mel não pode ser fornecido para recém-nascidos (até 2 anos), visto que pode ter esporos
de Clostridium botulinum e causar botulismo.
Produção do mel
Apicultor faz a retirada dos favos quando estes estiverem 80% operculados.
● Uso de roupa apropriada;
● Auxílio do fumigador – atentar-se à qualidade e temperatura da fumaça: a fumaça
fará com que as abelhas sintam-se em situação de perigo e consumam mel para
que possam fugir, caso necessário. Pelo peso do estômago após se alimentarem, as
abelhas acabam ficando presas dentro da caixa, evitando que ataquem os
apicultores;
● Transporte até a casa de mel: local onde é feito o processamento do mel;
● Abertura dos favos com garfo desoperculador;
● Centrifugação;
● Envase.
CLASSIFICAÇÃO DO MEL
Mel Floral: néctares das flores. Faz-se análise microscópica para avaliar a quantidade de
pólen de diferentes plantas.
- Unifloral ou monofloral: possui - majoritariamente - um único tipo de pólen;
- Multifloral ou polifloral: se tiver muitos pólens diferentes é mel de flores silvestres.
Melato ou Mel de Melato: secreção das partes vivas das plantas ou de excreções de insetos
sugadores (pulgões/cochonilhas) de plantas que se encontram sobre elas.
Existem tipos de méis diferentes. Por exemplo: mel de eucalipto, mel de laranjeira, mel de
flores silvestres.
CARACTERÍSTICAS DO MEL
Na cristalização algumas áreas do mel podem ficar com maior umidade possibilitando o
desenvolvimento de leveduras naturalmente presentes no mel, levando à FERMENTAÇÃO.
Por essa característica, não se tem fraudes por adição de água ao mel - diminui a vida de
prateleira. Dependendo do tipo de fermentação, tem-se o hidromel (bebida alcoólica feita
com duas partes de mel + uma parte de água + levedura) - fermentado por 30 dias.
Mel maduro:
● Umidade entre 18 e 25%;
● Nessa fase:
○ Abelhas promovem evaporação;
○ Desdobramento de sacarose;
○ Ácido fórmico: ação anti-séptica;
○ Ácido glucônico: anti-fermentação.
É difícil detectar fraudes referentes ao mel de abelhas Apis mellifera misturados com mel de
abelhas nativas.
COMO DETECTAR ADULTERAÇÃO DO MEL?
Art. 426. do RIISPOA: Para os fins deste Decreto, composto de produtos de abelhas com
adição de ingredientes é a mistura de um ou mais produtos de abelhas, combinados entre
si, com adição de ingredientes permitidos.
§ 1º O composto de produtos de abelhas com adição de ingredientes deve ser
constituído, predominantemente, em termos quantitativos, de produtos de abelhas.
§ 2º É proibido o emprego de açúcares ou de soluções açucaradas como
veículo de ingredientes de qualquer natureza na formulação dos compostos de
produtos de abelhas com adição de outros ingredientes.
Tipos de adulteração:
● Glicose comercial;
● Xarope de milho ou glicose;
● Solução ou xarope de sacarose;
● Melado;
● Solução de sacarose invertida;
● Água + suco de limão;
Análises físico-químicas
● Prova de Fiehe: prova qualitativa que determina se há altas concentrações de HMF.
○ 5 g de mel num béquer
○ 10 ml de éter etílico
○ Colocar o líquido sobre um cadinho
○ Deixar o líquido evaporar
○ Adicionar 2 ml de solução clorídrica de resorcina
● Prova de Winkler
● Prova de Lund: avalia a presença de albuminóides (substâncias presentes
naturalmente no produto), detectando fraudes grosseiras. A tendência é que, com as
fraude, haja uma diminuição drástica dos albuminóides.
○ Erlenmeyer de rolha esmerilhada de 50 ou 100ml
○ 2 g de mel
○ 20 ml de água dest.
○ Transferir para tubo cônico graduado (50ml)
○ 5 ml de ácido tânico 5%
○ Completar o volume para 40 ml
○ Tampar e homogeneizar
○ Ler em 24h
● Umidade: uso de refratômetro de Abbé (20ºC)
○ Adicionar 3-4 gotas de mel entre os prismas;
○ Utilizar a Tabela de Chataway para interpretação dos resultados;
○ Valor máximo permitido 20%
● Atividade Diastásica: verifica a atividade da enzima diastase, avalia sensibilidade ao
calor.
○ 10 g do mel
○ 20 ml de água destilada
○ 10 ml em 2 tubos
○ 1 ml de solução de amido em cada tubo
○ 1 tubo em banho-maria (42-45oC) por 1 hora e outro em temperatura
ambiente por 1 hora
○ 1 ml de solução de iodo
● Acidez
Cada estado tem um padrão de rastreabilidade do mel, visto que - pela variedade de
biomas brasileiros -, as abelhas consomem
diferentes alimentos.
OUTROS PRODUTOS
● Cera: construção de favos. Não se consome favo de mel, mastiga e joga fora.
● Pólen: gorduras, sais, vitaminas…
● Geléia real: existem favos específicos para a formação de geleia real. Gel para a
formação/alimentação da abelha rainha.
○ Abelhas jovens
○ Alimentação de larvas
○ Vitaminas complexo B
○ Fácil deterioração
● Própolis:
○ Substância resinosa - hastes ou botões de folhas
○ Revestimento de alvéolos
○ Propriedades antibióticas, analgésicas e anti-sépticas
● Apitoxina: alguns institutos produzem soro como antídoto para picadas de
abelhas/cobras/serpentes através da apitoxina.
○ Veneno das abelhas
○ Histamina - uso médico
Abate de Bovinos
Regulamentação:
● Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950, e Lei n° 7.889, de 23 de novembro de
1989: dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal;
● As leis anteriores foram regulamentadas pelo Decreto n° 9.013, de 29 de março de
2017;
● Lei nº 14.515, de 29 de dezembro de 2022: programas de autocontrole e
procedimentos que podem ser aplicados pelo serviço de inspeção oficial;
● Decreto nº 10.468, de 18 de agosto de 2020 – Revisão do RIISPOA;
● Portaria nº 365, de 16 de julho de 2021. “Regulamento Técnico de Manejo Pré-abate
e Abate Humanitário e os métodos de insensibilização autorizados pelo MAPA”;
● Circular nº 463/DCI/DIPOA/2004 - MATERIAIS DE RISCO ESPECIFICADO – MRE;
● Inspeção de bovinos – Padronização de técnicas instalações e equipamentos.
FLUXOGRAMA DO ABATE SIMPLIFICADO
Normas regulamentares:
A empresa deve ser informada 24 horas antes sobre a recepção de animais para que possa
planejar o seu cronograma de abates do dia. O planejamento do cronograma diário é
obrigatório para o abatedouro.
● Art. 89 do RIISPOA: O estabelecimento deve apresentar, previamente ao abate, a
programação de abate e a documentação referente à identificação, ao manejo e à
procedência dos lotes e as demais informações previstas em legislação específica
para a verificação das condições físicas e sanitárias dos animais pelo SIF.
No abate de búfalos, a força deve ser bem maior porque a pele é bem mais espessa.
Área de sangria: o operador que realiza a sangria reveza a cada animal com outro
profissional - são sempre 2 operadores revezando, porque tem muito sangue e precisam se
lavar entre uma sangria e outra. Todo operador tem uma chaira, uma faca amarela e uma
branca. Depois de realizar a sangria, os equipamentos são esterilizados. A média de
temperatura do esterilizador é de 82°C por 3 minutos.
Área de esfola:
Preparo para o primeiro transpasse: o animal fica preso pelo membro posterior pendurado.
● A mão que segura o couro/pele NÃO deve segurar a parte de dentro da carcaça
para não contaminar com pelos;
● Ao fazer a esfola, o operador não deve seguir a linha alba. Isso evita contato do pelo
com a carcaça na hora que o operador solta o couro, o que aumenta o tempo de
prateleira. A parte externa do animal tem muita contaminação, inclusive por fezes.
● Esfola mecânica: uso de equipamento semelhante à gesso, mas cortante.
● Cuidado ao retirar o pênis (vergalho) para evitar contaminação por urina.
● A cauda também deve ser devidamente esfolada.
● Fazer a oclusão e transfixação do reto - faz-se um empacotamento do reto com um
saquinho e joga pra dentro da carcaça.
Área do matambre “Rolete”: retirada da parte final do couro. Tem um aparelho que
funciona com uma corrente, o operados encaixa o couro nela - esticando a pele até onde
der e enrolando na máquina - e a máquina puxa o restante do couro. Deve ter um espaço
de 20cm entre a máquina e a carcaça - evita que a carcaça balance e encoste no couro.
Maturação da carne
- Carne embalada à vácuo sob refrigeração a 2°C por 21 dias - nessas condições, têm
enzimas que degradam a carne e a tornam macia.
- Dry Aging - tipo de carne maturada.
ÁREA LIMPA
Durante o processo de abate, retira-se algumas porções de tecido nervoso e essas porções
são encaminhadas para análise pelos órgãos responsáveis (LANAGRO). Cérebro - algumas
vezes uma porção é escolhida para análise-, olhos, medula, orofaringe, porção distal do
íleo. Para retirar esse conteúdo - faca azul ou verde!
● Deve-se retirar 70 cm da porção distal do íleo pela presença da placa de Peyer que
possui muito tecido nervoso e encaminhar para histopatologia.
● Os tecidos são encaminhados para análise e, caso negativados, são encaminhados
para:
○ Medula espinhal: graxaria ou consumo humano (cultural em alguns países).
○ Espelho nasal (cartilaginoso): antigamente era vendido para a Argentina,
misturavam com cartilagem de tubarão e vendiam como cartilagem.
Febre aftosa não tem tanto impacto na saúde humana, mas tem muito impacto na
economia. Se um caso de aftosa for confirmado, para toda a exportação!
Art. 126 do RIISPOA: A inspeção post mortem consiste no exame da carcaça, das partes da
carcaça, das cavidades, dos órgãos, dos tecidos e dos linfonodos, realizado por
visualização, palpação, olfação e incisão, quando necessário, e demais procedimentos
definidos em normas complementares específicas para cada espécie animal.
● Não é muito recomendado ficar cheirando as coisas.
Art. 127 do RIISPOA: Todos os órgãos e as partes das carcaças devem ser examinados na
dependência de abate, imediatamente depois de removidos das carcaças, assegurada
sempre a correspondência entre eles.
● Quando a evisceração é feita, tem-se a retirada da cabeça, das vísceras e
separação da carcaça. Depois disso, a linha de inspeção é dividida em três: uma
linha para avaliação da cabeça, uma para avaliar carcaça e uma para avaliar
vísceras. Todos os elementos do mesmo animal devem andar pareados nas três
linhas de inspeção e o abatedouro tem que se organizar de modo a garantir que
todas as partes pertençam ao mesmo animal.
● Após avaliação nas linhas de inspeção, caso algo estranho seja encontrado, os
avaliadores marcam a alteração com algumas chapinhas coloridas (vermelha -
coração pulmão - ou prateada - carcaça) e o animal é encaminhado para o DIF
(Departamento de Inspeção Final), onde um médico veterinário irá confirmar a
suspeita.
Art. 128 do RIISPOA: As carcaças, as partes das carcaças e os órgãos que apresentem
lesões ou anormalidades que não tenham implicações para a carcaça e para os demais
órgãos podem ser condenados ou liberados nas linhas de inspeção, observado o disposto
em normas complementares.
Art. 129 do RIISPOA: Toda carcaça, partes das carcaças e dos órgãos, examinados nas
linhas de inspeção, que apresentem lesões ou anormalidades que possam ter implicações
para a carcaça e para os demais órgãos devem ser desviados para o Departamento de
Inspeção Final para que sejam examinados, julgados e tenham a devida destinação
● O médico veterinário no DIF abre alguns linfonodos específicos, corta porções
musculares - a depender da alteração - e avalia a possibilidade do aproveitamento
condicional da carcaça.
LINHAS DE INSPEÇÃO:
Tem que tomar cuidado na hora de abrir pra não ter extravasamento de leite e não
contaminar carcaça. O abate de animais gestantes é permitido, no terço final de gestação
recomenda-se que não se faça o abate, mas a decisão é do proprietário.
Cabeça:
● Inspeção visual;
● Incisão músculos masseteres (corte duplo para verificar se tem
cisticercose);
● Incisão linfonodos parotídeos e as glândulas parótidas (verifica
linfadenites).
● Principais achados: cisticercose, sarcosporidiose, actinomicose,
miosites, linfadenites e abscessos.
Língua:
● Inspeção visual;
● Palpação (exame tátil - avalia Actinobacilose/“Língua de Pau”);
● Incisão linfonodos retrofaringeanos, sublinguais e atloidianos;
● Principais achados: cisticercose, sarcosporidiose, actinobacilose,
linfadenites e abscessos.
Nesse primeiro momento a língua não é cortada. Mas se, por acaso,
encontra-se cisticercose na cabeça, o conjunto cabeça/língua, carcaça e
outras vísceras são encaminhados para o DIF. No DIF, a língua é seccionada em vários
pontos.
Linha C – Cronologia dentária: linha para identificar a idade do animal. Avalia a idade do
lote e verifica se há alguma mentira no histórico.
Coração:
● Exame pericárdio;
● Abertura dos grande vasos e exposição das câmaras cardíacas;
● Cortes longitudinais no miocárdio (avalia cisticercose);
● Principais achados: pericardites, endocardites, cisticercose,
hidatidose, hemorragias, atrofias, hipertrofias, miocardites, infartos.
Pulmão e traqueia:
● Expor a luz bronquial e o parênquima pulmonar;
● Incisão linfonodos apicais, traqueobrônquicos, esofageanos e
mediastinais;
● Principais achados: broncopneumonias, pneumonias, enfisemas,
aspiração de sangue ou ingesta, linfadenites, tuberculose,
actinobacilose, parasitoses (Dictyocaulus viviparus e Singamus
traquealis).
Linha I – Exame dos Lados Externo e Interno da Parte Cranial da Carcaça, Diafragma
e dos Linfonodos Correspondentes
● Exame visual;
● Linfonodos pré-peitorais e pré-escapulares - faz a perfuração do músculo, puxa o
linfonodo e faz a aberturas longitudinais;
● Principais achados: contusões, hematomas, abscessos, bursite, icterícia,
adipoxantose, tuberculose, linfadenite, aderência, neoplasias, pleural, cisticercose.
Departamento de Inspeção Final (DIF): é uma área à parte que contém um médico
veterinário oficial da AFFA e um agente de inspeção conveniado. O médico veterinário abre
o animal e verifica o processo solicitado. Ou seja, o veterinário do DIF irá conferir as lesões
encontradas e define se a carcaça será liberada para consumo ou se irá para
aproveitamento condicional, condenação parcial ou condenação total.
- É um desvio da linha normal de abate, faz-se a abertura de mais linfonodos,
musculaturas, regiões específicas da carcaça ou reavalia as vísceras. O
procedimento adotado depende da suspeita inicial.
Infecção intensa: No I, a avaliação ainda está nas linhas de inspeção - não foram
encaminhadas as amostras para o DIF. No II, as amostras foram encaminhadas para o DIF
e encontram-se em torno de oito cistos ou mais.
*O DIF é que determina o tipo de infecção e o que será feito com a carcaça. Sempre que a
linha de inspeção encontra o cisto, encaminha para o DIF fazer análises mais específicas.
\ 2. Tuberculose:
● Se o animal apresenta sintomatologia clínica; lesões generalizadas; lesões
miliares (pequenos nódulos que se dispersam pela carcaça toda); lesões
caseosas em linfonodos/serosas; ou linfonodos caseosos/edemacionados
em locais diferentes com aspecto raiado - CONDENAÇÃO TOTAL!
● Se o animal apresenta lesões caseosas discretas e localizadas em um único
órgão; lesões caseosas discretas e localizadas em cabeça ou carcaça; e
lesões em órgão pertencente à mesma cavidade - CONDENAÇÃO PARCIAL
- Tratamento pelo calor.
● Lesões calcificadas - LIBERADO PARA CONSUMO!
3. Outras lesões:
● Edema pulmonar
● Contusão - faz o folheamento, arranca a parte acometida e libera o resto.
● Traumatismo - arranca a parte acometida e libera o resto. Parte acometida vai para
graxaria
● Melanoma - incomum
● Carne fatigada - carne mais escura e seca
● Abscesso
● Peritonite purulente - CONDENAÇÃO TOTAL! Entende-se que há septicemia.
● Patologias de cavidade: glomerulonefrite, petéquias, metrite…
● Mastite
● Hidatidose - ainda é comum, especialmente em humanos.
● Sequela de febre aftosa: doenças vesiculares
Boa parte das legislações se repetem para as espécies, como, por exemplo: o Decreto nº
9.013 de 2017 (RIISPOA), o Decreto nº 10.468 de 2020 (atualização do RIISPOA) e a
Portaria nº 365 de 2021 (Abate humanitário).
Fluxograma do abate:
1. Insensibilização
2. Sangria
3. Chuveiro pós-sangria
4. Escaldagem: a carcaça permanece um tempo em água quente para facilitar a
remoção de pelos
5. Depiladeira: remoção de pelos
6. Toalete de depilação: raspagem final, caso necessário
7. Retirada dos cascos
8. Pendura
9. Chamuscamento
10. Toalete (retirada do ouvido médio)
11. Chuveiro
12. Exame da pele
13. Oclusão do reto
14. Abertura da cavidade torácica e remoção das vísceras
15. Linhas de inspeção: diferente de bovinos, separa em duas linhas, carcaça com
cabeça e vísceras
16. Meia carcaça
17. DIF: caso tenha anormalidades
18. Lavagem e carimbagem
19. Câmara de resfriamento
Inspeção ante-mortem:
● Avaliação da documentação: GTA e Boletim sanitário.
○ GTA: Guia de Trânsito Animal;
○ Boletim sanitário: contém informações sobre o histórico sanitário dos animais
durante o processo de criação. Ou seja, se teve alguma doença na granja,
vacinas administradas, tratamentos profiláticos ou terapêuticos realizados e
etc.
■ Animais contaminados são abatidos no final para não haver
contaminação cruzada no processo de escalda.
● Recepção dos animais e descanso:
○ Pocilgas de chegada e seleção: recebimento, pesagem e classificação dos
animais;
○ Pocilgas de matança: considerados em condições normais, permanecerão
em descanso, jejum e dieta hídrica.
○ Pocilgas de sequestro: destinada exclusivamente ao recebimento de suínos
que, na inspeção ante-mortem, foram excluídos da matança normal por
necessitarem exame clínico e observações, mas acurados antes do abate.
■ Avalia se tem necessidade de abate de emergência.
● Segregação dos animais;
● Abate de emergência: pela tecnificação da produção, problemas não são tão
frequentes.
○ Abate normal: animal com lesões pequenas;
○ Abate de emergência imediata: animal com fraturas ou contusões
○ Abate de emergência mediata: contaminação cruzada, muitas fezes no
local…
○ Sacrifício: animais em sofrimento (múltiplos abscessos, caquexia). Faz o
sacrifício ligado com o abate de emergência imediato.
● Necropsia
● Relatório
Período de descanso dos suínos: dieta hídrica + jejum alimentar - tempo máximo de 18h
(Portaria 365).
● Ainda na granja, o animal entra em jejum para favorecer o processo. São, no
máximo, 18h de jejum no total, englobando desde o início do jejum na propriedade
e o transporte até a chegada do animal no abatedouro (jejum na granja + tempo de
embarque + tempo de transporte + tempo de espera no frigorífico).
● Os animais podem consumir água.
● Se o tempo for ultrapassado, os animais devem consumir o alimento que costumam
comer na propriedade e entrar em jejum novamente.
● Animais que viajam longas distâncias para chegar ao abatedouro tem maior tempo
de descanso.
O transporte geralmente é realizado de manhã ou de noite para os animais não sofrerem
muito com calor, evitando o estresse.
Anexos da pocilga
Sala de necropsia:
● Área mínima interna 20m²;
● Forno crematório ou autoclave;
● Armário de aço inoxidável (armazenar instrumentos);
● Luvas e botas;
● Pedilúvio
Sala de emergência:
● Artigos 105 a 111 único RIISPOA
O animal é suspenso pelo abdômen, entra em um túnel escuro e quando sai, recebe o
eletrodo.
FLUXOGRAMA DE ABATE:
Relembrando:
Art. 126 do RIISPOA: A inspeção post mortem consiste no exame da carcaça, das partes da
carcaça, das cavidades, dos órgãos, dos tecidos e dos linfonodos, realizado por
visualização, palpação, olfação e incisão, quando necessário, e demais procedimentos
definidos em normas complementares específicas para cada espécie animal.
● Não é muito recomendado ficar cheirando as coisas.
Os achados em suínos são mais esporádicos, visto que a produção é muito mais
tecnificada.
Coração: o consumo de coração suíno é pequeno como o bovino, então não se faz tantos
cortes.
● Exame visual e palpação;
● Exame pericárdio;
● Abertura dos grande vasos e exposição das câmaras cardíacas;
● Cortes longitudinais no miocárdio.
Pulmão:
● Inspeção visual;
● Expor a luz bronquial e o parênquima pulmonar;
● Incisão linfonodos apical, brônquicos e esofágicos.
Fígado:
● Exame visual e palpação;
● Incisar transversalmente e comprimir os ductos biliares - as vezes abre e comprime
os ductos para verificar se sai algum conteúdo;
● Incisão linfonodos locais.
Contaminação: se romper alça intestinal com fezes, condena-se toda a parte contaminada.
Linfadenites:
Art. 198. do RIISPOA: As carcaças de suídeos que apresentarem odor sexual devem ser
segregadas pelo estabelecimento para destinação industrial (atualizado pelo Decreto
10.468, 2020).
Atualmente, o Brasil
é livre de Peste
Suína Clássica e
Peste Suína
Africana. Caso tenha
um novo foco, as
exportações serão
fechadas.