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CIGUATERA - Intoxicação por peixe e mariscos

A ciguatera é um tipo de intoxicação alimentar causada pela ingestão de peixes que possuem
uma toxina dentro deles, que é causada por um pequeno organismo que vive em algas marinhas.
Este microorganismo é encontrado naturalmente no ambiente marinho.
A fonte mais comum de ciguatoxina é a espécie Gambierdiscus toxicus Adachi & Fukuyo,
um dinoflagelado capaz de produzir grandes quantidades daquela toxina e de compostos
similares (como a gambiertoxina e a maitotoxina).
A toxina é produzida por um dinoflagelado, um pequeno organismo que vive no plâncton que
é consumido por muitas espécies marinhas e acumula-se ao longo da cadeia alimentar, um
processo conhecido por bioacumulação. Isto significa que os organismos mais próximos do
topo da cadeia, os grandes predadores, como as garoupas, podem acumular maiores
quantidades da toxina. A toxina não é degradada pelo calor, não sendo inactivada nos processos
normais de cozinha.

1. Agente etiológico
Gambierdiscus toxicus

2. Descrição morfológica
Gambierdiscus toxicus foi descoberto em 1975 em material coletado em torno das Ilhas
Gambbier, onde ciguatera ocorre com frequência, e descrito em 1979. Como a maioria dos
dinoflagelados, é unicelular e coberto de placas rígidas formando uma estrutura chamada teca.
Vivendo na superfície de algas marinhas, especialmente algas marrons, o gambierdisco-tóxico
é ingerido por peixes que se alimentam das algas. Entre as principais toxinas produzidas
por Gambierdiscus toxicus estão ciguatoxinas e maitotoxina. Ciguatoxinas são poliéteres
lipofílicos que agem reduzindo o limiar de abertura de canais de sódio em sinapses do sistema
nervoso, o que causa despolarização, levando a paralisia. Por outro lado, a maitotoxina é uma
molécula hidrofílica que ativa canais extracelulares de cálcio e pode causar lise celular e
subsequente necrose. Não há antídoto conhecido ou tratamento efetivo contra a ciguatera.
Figura 1 – Forma da Gambierdiscus toxicus.

Figura 2 – Foto de um recife de coral.


3 Ciclo de infecção

Os peixes herbívoros comem as algas e se tornam tóxicos. Quando os peixes maiores comem
os peixes menores, eles também comem e acumulam a toxina. Peixes predadores maiores são
especialmente perigosos para as pessoas, à medida que a toxina se torna mais forte e mais
concentrada à medida que sobe pela cadeia alimentar, desde o peixe que come plantas até o
maior predador. O músculo é o tecido que normalmente intoxica o consumidor, mas outros
órgãos internos dos peixes são os mais tóxicos (Xgado e gônadas).

Figura 3 – Gambierdiscus toxicus, um plâncton marinho, pode produzir ciguatoxinas que


causam intoxicação por peixes ciguatera em humanos. As toxinas podem acumular-se na cadeia
alimentar e acabar causando doenças nos consumidores.

Figura 4 – Cadeia predatora da Gambierdiscus toxicus .


4 Modo de transmissão
Ingestão dos de peixes contaminados por Gambierdiscus toxicus.
A ciguatoxina é altamente resistente ao calor e não pode ser eliminada por cozedura,
mesmo a temperaturas elevadas, nem através da refrigeração, secagem ou sequer pela
acção do ácido hidroclórico presente no suco gástrico do corpo humano.

5 Quadro clínico
Apesar de uma variabilidade individual marcada, a ciguatera manifesta-se habitualmente por:
Sintomas gastrointestinais iniciais, em cerca de 5 horas.
Dores abdominais, náuseas e vómitos violentos, diarreia.
Manifestações neurológicas mais tardias e que persistem oito ou mais dias.
Alterações cardiovasculares transitórias.

6 Medidas de controle
Plano de controle em área endemicas.
Consumir peixes com origem controlada por órgãos oficiais.

7 Epidemiologia atual da doença


Quase todos os tipos de peixes de recife podem ser ciguatóxicos, mas alguns tipos de peixes
são mais frequentes ou mais severamente ciguatóxicos do que outros. Acredita-se que cerca de
400 espécies diferentes de peixes possam ser ciguatóxicas. Peixes grandes tendem a ser mais
ciguatóxicos do que peixes menores do mesmo tipo. No Pacífico, garoupas, macacos, pargos,
moreias e barracudas são comummente ciguatóxicos. Na zona atlântica, garoupa, lirio e anjova
são as espécies mais comuns atualmente. A intoxicação por ciguatera não foi relatada em peixes
de mar aberto, como atum, dourado ou marlim.
Embora em áreas endêmicas os peixes ciguatóxicos sejam encontrados em uma variedade de
lugares, incluindo barreiras costeiras e recifes, lagoas e manguezais, eles são às vezes
encontrados apenas dentro de uma passagem par6cular de recife ou apenas em uma área de uma
lagoa ou recife. Essas áreas ciguatóxicas podem mudar, e uma área segura hoje pode não ser
segura em um ano. O oposto também é verdadeiro: uma área que hoje é conhecida por ter peixes
ciguatóxicos pode ser segura para pescar. Às vezes, um 6po de peixe que é tóxico em uma área
estará seguro em outras partes das águas de uma ilha. Em áreas de expansão, como as Ilhas
Canárias, ainda não há um zoneamento claro de onde esses peixes são encontrados.
Figura 6 – Peixe Garoupa no mar.

Observe o vídeo de um Recife de coral.

https://planetabiologia.com/corais-o-que-sao-recifes-de-coral/

Você pode se surpreender!

8 Atividade de aprendizagem
a) Que animal transmite a a toxina Ciguatera?
b) Quais são os sintomas da intoxicação por Ciguatera?
c) Como se dá a transmissão da toxina para o ser humano?
d) Descreva a cadeia alimentar dos peixe predatores ligados ao consumo das algas.

9. Referências

Livros
NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2004.
CIMERMANN, B.; FRANCO,M.A. Atlas de parasitologia. São Paulo: Atheneu, 2004.

Sites
http://atlasparasitologia.sites.uff.br
https://www.infectologia.org.br/pg/959/teniasecisticercose
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doenças-infecciosas/nematódeos-vermes-
filiformes/infecção-por-ancilostom%C3%ADdeos
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Schistosoma%20mansoni.htm
https://www.saude.gov.br/noticias/934-saude-de-a-a-z/esquistossomose/11240-descricao-da-
doenca

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