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Anotações de Campo sobre o Folclore de Passos/MG e região

(ofereço a “Vitinho”, com perene e sincera gratidão)

Pesquisa e Texto Ulisses Passarelli

No mês de julho de 1997, durante duas semanas, estive na cidade Passos, no


sudoeste do estado de Minas Gerais, onde me foi oportuno enveredar em uma intensiva
pesquisa das manifestações folclóricas do lugar, despertada a partir da visão de mastros
juninos fincados diante das casas.
O acesso aos informantes (aqui abreviados em inf.), que tão bem me acolheram,
pelo que sou grato, só foi possível em diferentes bairros, porque primeiro conheci por obra
Superior, o sr. Vítor Claret Pereira, que carinhosamente tratavam de “Vitinho”, natural de
Campos Gerais. Ele agiu como um guia, levando-me a cada fonte de saber e ao mesmo
tempo também como informante. Não fosse esse homem minhas pesquisas naquela urbe
seriam infrutíferas. Tributo-lhe vitalícia gratidão e reconhecimento à bondade de seu
coração prestimoso.
O material de coleta _ compreendendo basicamente um caderno de anotações
manuscritas a caneta esferográfica, algumas gravações em fita cassete e fotografias (feitas
in loco e outras gentilmente cedidas para reprodução pelos informantes) _ esteve por anos
parado a espera de oportunidade de preparo e publicação.
Em parte, foi liberado este conteúdo em textos já publicados, como no caso das
contradanças, encomendações de almas, pastorinhas, mastros e mutirões. Ora segue o
restante que conservava inédito, sem mais ter o que esperar.
Resolvi reunir tudo numa sequência enumerativa, tal como anotei, apenas incluindo
algum comentário de maior necessidade, a título de observação (obs.). Como foquei meus
estudos nos Campos das Vertentes, não havendo tempo nem possibilidade de estender a
outras regiões, não faz sentido conservar engavetado este material de campo.
Segue pois em caráter de ativismo, a quem possa dar-lhe melhore destino como base
para pesquisa interpretativa ou aprofundar a de campo; para confrontação com a cultura
popular de outras terras ou mesmo daquela culta e hospitaleira cidade de Passos, que bem
merece ver reconhecida e preservada a sua riqueza cultural e humana.

FESTAS DO ROSÁRIO:

 Em Passos existem Reis Perpétuos (dão comida aos ternos de congado), um Rei da
Festa (mandato de 4 anos) e Rainhas de Promessa (até umas vinte por cada terno).
Os grupos eram rurais. Vinham das fazendas para a cidade trazendo num carro-de-
bois o material (farda, instrumentos). Em Passos houve 22 ternos. Hoje fincam
quatro mastros na Capela do Rosário do Bairro Casarão, dedicados a Nossa Senhora
do Rosário, São Benedito, Santa Efigênia e São Domingos.
Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento,  1912, em 23/07/1997.

 Na ocasião da pesquisa o número de ternos em Passos era o seguinte:


Moçambique: 2
- do Aparício (Rua do Valim)
- do Feliciano Batista da Silva (Rua Boiadeiros, Bairro Penha)

Congos: 5
- do Pascoal Amparado (no Santa Luzia)
- do Tijolinho (no São Benedito)
- do Maiête (no São Francisco)
- do Antônio da Cidoca (no São Francisco)
- do Jerônimo dos Santos (na Santa Casa)

Marinheiro: 2
- do Chicão (na Penha)
- do ... ? (no Santa Luzia)
Inf.: Jerônimo dos Santos, 69 anos. Morava na Rua Dr. Sepúlvida, no Bairro Santa Casa.
Obs.: as guarda de Marinheiros existem além de Passos em outros locais daquela região,
tais como Itaú de Minas, São Sebastião do Paraíso, Fortaleza de Minas e Arraial Novo.

MOÇAMBIQUE:

 Grupo pesquisado: o da Rua Boiadeiros, Bairro Penha.

 Suas caixas são todas artesanais, havendo grandes e pequenas, feitas de madeira de
tambori e bataia, cobertas de couro, ajustado em aro de unha de gato ou de
jacarandazinho.

 Eis alguns cantos coligidos na ocasião:

_ Ô moçambiquêro, BIS ele anda na rua puxando coroa!


dono da coroa!
_ Eu falei, _ O moçambiquêro desce morro,
dono da coroa, ôôô! desce morro sai lá na baixada!
_ Ôôô ... (etc.)
Ô minha Rainha
Já vamos’imbora Senhora do Rosário
Chegou a hora Chegou a hora vamos passear!
Já vamos’ímbora. Ôôô, vamos passear,
Senhora do Rosário,
Rainha de Deus Vamos passear!
Já vamos’imbora
Chegou a hora Eu falei, vamos passear,
Já vamos’imbora. Meu santo do Rosário
Vamos passear,
_ Ô moçambiquêro não anda à toa Chegou a hora vamos passear.
ele anda na rua puxando coroa!
_ Ôôô, ele não anda à toa
Senhor Rei mandou me chamar Êh! Moçambique,
Ôôô, mandou me chamar, Pisa devagar,
Senhor Rei mandou me chamar. Na porta do céu (“porta da igreja”)
Pisa devagar.
Ô senhor Rei, do santo Rosário,
Senhor Rei mandou me chamar! Seu vigário já quero chegar
Ôôô, etc... Na porta do céu já quero chegar.
Ô moçambiquêro, pisa devagar, Seu vigário já quero chegar
Moçambique pisa até chegar! Minha Rainha já quero entregar.
Ôôô, etc...
Ôôô ... meu cachimbo está no toco,
Ô moçambiquêro, do Reino da Glória, Mandei muleque buscar!
Vamos com Deus, Nossa Senhora! Ôôô ... no alto da derrubada,
Ôôô ... (etc.) Meu cachimbo ficou lá ...

Pai Joaquim, cadê Pai Mané? Pai Mané! O pilão de Moçambique - bis
Foi no mato panhá guiné... Ôê, ôê,
Diga a ele que quando vier, BIS Sol vai a lua vem,- bis
Que suba a escada não bate com o pé!. Para de noite alumiar.

Pisa, pisa, minha gente, Ôôô ... bendito, louvado seja,


Pisa no chão devagar, São as três palavras de Deus!
Que se não a tábua quebra, Ôlêrê-êh... com as três palavras de Deus!
Nós não pode mais sambar.
Senhor Rei manda me chamar,
Ô serena, gunga, serena! Nas horas de Deus manda me chamar.
Minha gunga serena devagar,
Minha gunga, deixa serenar! Minha Rainha vamos arrecolher,
Gunga serena devagar! Dia já acabou vamos arrecolher.

Êh... Pai Mané! Minha rainha chegou no palácio,


Foi no mato panhá guiné! BIS Ôôô chegou no palácio,
Deixa que panha, que panha devagar ... Dia já acabou
Foi no mato panhar guiné, Chega no palácio.
Panha folha por folha guiné!
Panha folha no mato Mané! Minha Rainha de Nossa Senhora
Dia já acabou, já vamos’imbora.
Minha rainha vamos’imbora! Minha rainha desce do palácio
Minha rainha vai chegar no céu! Chegou a hora já vamos’imbora!

Minha Rainha onde vai uma hora dessa? Êêê mata o boi!
Minha rainha vai cumprir promessa! Sangue tá taiado,
Tira ou couro,
Minha Rainha já chegou no céu (“igreja”) Mosca tá danado...
Ôôô nas horas de Deus!
(Moçambique Liso:)
Bate asa e avôa se Deus quiser!
Ô minha coroa Que tiver no seu ninho,
Sempre me guiou Faça ele avuá,
Linha de Deus S’inda não morrer
Sempre me guiou! Vou perder meu lugar,
Bate asa ...
Saí na rua, galo cantou,
Nas horas de Deus Ôôô, o lenço da preta velha
Sempre me guiou. Está estendido lá no chão,
O sinhô batia nela,
Ôôô, galo cantou era madrugada, A sinhá que sentia dor...
O galo cantou, sereno da noite Ôlêlê-rêrê, a sinhá que sentia dor!
É que me molhou...

Inf.: o capitão da guarda de moçambique, Feliciano Batista da Silva, 75 anos, natural de


Ponte Alta. 28/07/1997. Aparece na foto acima (data e autor não identificados), que
gentilmente cedeu, ao centro do grupo de moçambiqueiros, com bastão empunhado.

 Outros cantos de moçambique (peças soltas de coleta):


Oi, pisa no soalho,
Pisa devagar,
Que senão a tábua quebra
Nós não pode namorar.

Inf.: Henrique Américo Marques de Oliveira,  1903, Passos. Este canto não é de
moçambique. Foi absorvido. Refere-se a um baile de roça, no salão de uma fazenda.
Obs.: o capitão de congado Luís Santana em São João del-Rei conhecia uma versão e o
ouvi cantar no seu catupé, pelos idos de 1994: “Pisa, pisa, / pisa devagar! / Senão a terra
afunda, / o mundo pode acabar...” Dizia que era um canto muito antigo, de “preto velho”,
dos tempos do cativeiro.
Êi! Êi! Ôi, fica com Deus
Eu agora vou embora E Nossa Senhora!
Vocês fica aí com Deus... Ôi, fica com Deus
Eu vou com nossa Senhora! E Nossa Senhora!

Inf.: Jerônimo dos Santos.

_ Ôlêlê, língua não compete,


Falei língua, língua não me entende ... _ Meus irmão vamos matitá,
_ Ôlêlê, língua não me entende! – bis Oi, meus irmão vamos matitá ...]
_ Ôlêlê, vamos matitá! – bis
_ Minha mãe mora no candjó,
Dia de hoje será melhor ... _ Periquito sobe no coqueiro,
_ Ôlêlê, será melhor! – bis Panha coco, desce devagar ...
_ Ôlêlê , desce devagar! – bis

_ Minha mãe mandou me chamar,


dia de hoje eu vou chegar lá ...
_ Ôlêlê, eu vou chegar lá! – bis

Obs.: “minha mãe” = Nossa Senhora; “candjó” = igreja; “matitá” = comer (chamada para o
almoço)
Inf.: capitão de Congo “Antônio da Cidoca” (Antônio Cândido de Sousa,  1922), Passos,
jul./1997.

CONGOS:

Minha Rainha de Promessa


Chegou hora de ir na festa!
Rainha de Nossa Senhora,
Chegou a hora, vamos embora!

_ Eu vou visitar ...


_ o nosso Rei! (ou: a nossa Rainha!)

Meu São Benedito


eu vou pedir,
Você me leva no céu
Eu quero ir!

Nossa Senhora do Rosário


Você vai me levar
Me leva no céu
Que eu quero salvar!
Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento.
Obs.: cantos antigos. Não lembrava de qual grupo.

 Cantos da guarda do capitão Jerônimo:

Vamos, meus irmãos, Var.: “lá vai irmandade”


Deus adiante, Pai na guia!
Vou pedir São Benedito Eu vou dar minha despedida
Ele é a nossa companhia! Não quero que ninguém chora!
Obs.: toque de “pancada e meia” Adeus São Benedito,
Nós agora vamos embora.
Vamos, meus irmãos,
Na hora de Deus, amém! Cai sereno, cai,
Deixa eu benzer meu corpo Deixa cair!
Pra livrar de algum porém ... Eu pedi São Benedito
Ele vai ter dó de mim!
Oi, viva meu São Benedito, aiuê!
Oi, viva meu São Benedito, aiuê! Você pensa que eu sou bobo,
Mas eu não sou bobo não;
Viva meu São Benedito, Tão comendo goiaba podre
Viva Santa Efigênia! Que o sabiá deixou no chão!
Viva a Senhora do Rosário,
Viva Santa Madalena! Ô meu São Benedito
Obs.: ponto de Tio da Costa Não quer que eu chore;
Chorar eu choro, eu choro,
Essa linha tem dendê, Eu choro!
Desata esse ponto que eu quero ver!
Meu São Benedito,
Coroado que vai na festa, É filho de Nazaré! BIS
Vai pagar a sua promessa! Ô meu São Benedito, BIS
Até o fim do ano se Deus quiser!
Coroado que foi na festa,
Já cumpriu a sua promessa! A Maria foi no munho (moinho)
foi no munho buscar fubá
Cheguei na porta da igreja, eu pus a cangalha nela,
Balancei pra lá, pra cá ... e ela demorou voltar...
Obs.: homenagem a Santa Efigênia
Eu mandei fazer um machado
Eu vi o sabiá cantar, Pra derrubar jequitibá,
No galho do beira-mar! BIS O toco vai pra serra
Eu agora vou embora, Os galhos eu mando queimar...
Vou parar pra descansar! BIS
Tira o sapato do pé, crioulo!
ô chorou papagaio, Pisa de meia-sola, crioulo!
Chorou periquito,
Viva a irmandade Vocês caminham pra frente
De São Benedito! Mas não quer olhar pra trás;
Tão querendo desmanchar Pro Natal!
Tudo aquilo que Deus faz...
Vou pedir meus amigos
Não tenho medo do rastro Pra me ajudar
Nem também do lobisomem Para a festa do Natal.
Você diz que o feitiço mata
Quero ver se o feitiço é homem. Ai, que povo bom,
Desse quarteirão, ai! BIS
Me tiraram dessa irmandade Vocês suspira só, gente, BIS
Tocado que nem cachorro, BIS Mas não chora não, ai!
É só os inocente, inocente... BIS
Pouco caso que faz da gente! Êh, Sábado eu fui nascido
Domingo eu fui batizado,
Mixirico, mixirico, óia lá! O nome que me puseram
Você pisa no chão devagar... Cravo-chita serenado!

Eu vou pedir
Eu vou ganhar
Minha oferta

Foto de autor e data não identificados, gentilmente cedida pelo informante Jerônimo dos
Santos, que aparece ao centro da foto, com o bastão de comando de sua guarda de congo
“fandango”.

Senhora rainha
É hora, é hora!
Acompanha congado
De Nossa Senhora!
Obs.: canto para ajuntar rainhas, Passos / MG.
Inf.: Sebastião Jeremias,  1926, natural de Carmo do Rio Claro.

Boa noite, ai! Boa noite, gente BIS


Boa noite, ai! eu cheguei agora!
Povo dessa rua, Ai!Ai!Ai! BIS
Boa noite, ai! Cadê meu cachinho de amora?

A bandeira do Rosário
Chegou na porta e parou; BIS
Está pedindo uma esmola BIS
Que Jesus Cristo mandou!

Inf.: o capitão da guarda de moçambique, Feliciano Batista da Silva, 28/07/1997.


Obs.: não informou qual o grupo de congo pertencem os versos supra.

 Batidos de pancada e meia:

Ora vamos rezar Pai Nosso Eu vou embora,


Junto com Ave Maria, BIS Não chora não! BIS
Ai, meu povo, BIS Ai, ai, meu povo, BIS
Tá chegando nosso dia! Tô doente do coração!
Ai, ai, moçada,
vamos’imbora! BIS Eu vou embora
Já chegou o nosso dia BIS É cedo ainda! BIS
Já chegou a nossa hora. Ai, a lua é cheia, BIS
Ai, a noite é linda!
Ai, meu povo,
tá no dia, tá na hora, BIS Oi, foi na lagoa,
eu vou pro lado de lá BIS Que me ensinou a nadar, BIS
visitar Nossa Senhora! Foi, foi, foi, moreninha BIS
Foi os peixinhos do mar!
Boa tarde, sinhô Rei,
Nós tamo chegando agora, BIS Cheguei na porta da igreja
Nós somos filhos de Deus BIS Balancei pra lá pra cá, BIS
Filho de Nossa Senhora. Enxerguei São Benedito BIS
Sentadinho no altar.!
Ai, sinhô Rei,
estou cumprindo obrigação BIS Nossa Senhora do Rosário
Ai, meu povo, BIS É a Rainha do Céu BIS
É tempo da revisão! Menino de Deus BIS
Foi coberto por um véu.
Ai, ai, seu Rei
Tá na hora vamos’imbora! BIS Ai, eu acordei!
Vamos levantar o mastro BIS Tá no dia, tá na hora, BIS
De São José e Nossa Senhora! Vamos com Deus adiante BIS
Junto com a Nossa Senhora!
Pisei no tição, o tição rolô; Chuva choveu, goteira pingou, Saí na rua pra passear,
Rola, rolô, é roladô... Pergunta os papudo, se o papo molhou! Tirando oferta pro Natal!

Marcha:
Quando eu era soldado do exército
Me tiraram da cavalaria,
Mas quando eu morrer
Me enterra na terra fria ...

Inf.: Capitão de Congo “Antônio da Cidoca” (Antônio Cândido de Sousa,  1922)

MARINHEIROS

Com Deus adiante, Bendito, louvado seja,


Vamos passear; É o Santíssimo Sacramento!
A Senhora do Rosário Os anjos, todos os anjos,
Vai me ajudar! Louvando a Deus para sempre, amém!

Oi, pega o chapéu de sol, ô rainha,


Vamos lá na glória!

Ô meu rei está no hora, Quando eu era soldado do exército


Vamos embora! Eu contratei uma cavalaria BIS
A Senhora Rainha já chamou Contratei o meu São Benedito BIS
E a hora já chegou! Pra ser gerente desta romaria!

Eu vou dar minha despedida Meu São Benedito mandou me chamar


Não quero que ninguém chora BIS Minha Santa Efigênia mandou me dizer
Adeus, ó minha gente, BIS Que a Senhora do Rosário queria ver
Até o fim do ano se Deus quiser! É o som do meu bumbo gemer!

Eu vou dar minha despedida Eu vi preto velho de Angola


Não quero que ninguém chora BIS Eu vi a sereia do mar, BIS
Adeus, ó minha gente, BIS Preto velho também vai dizendo BIS
Marinheiro vai embora! Tira areia do fundo do mar.

Eu sou marinheiro
Moro na beira do mar BIS
O navio está navegando BIS
Minha barca quer travessá!

Boa noite, minha gente, Oi, viva meu São Benedito


Eu agora vou embora, BIS E minha Santa Efigênia
Vocês fica aí com Deus BIS Oi, viva a Senhora do Rosário
Eu vou com Nossa Senhora! E Maria Madalena, oi, ai, ai, ai!
Inf: gravação do terno de Marinheiros do “Chicão” (Francisco Franco da Silva), que
ofertou gentilmente a foto abaixo, de data e autor não identificados. 1º Capitão: Adão dos
Reis Júnior; 2º Capitão: Antônio de Pádua Natal. O fundador desse terno foi segundo
informações orais o “Negro Cana Verde”. Bairro da Penha, Passos.

FOLIAS DE REIS

 Mascarados: outrora havia a Catirina e o Pai João, além do Palhaço. Hoje só o


Palhaço, também chamado Marungo ou Másca (corruptela de máscara).
 “Santos Reis pede esmola, mas também pode dar” (verso cantado em casa
paupérrima, onde o morador nada pode ofertar à bandeira.
 A folia tem como prioridade a visita aos pobres.
 O destino da esmola coletada é ajudar a pobreza.
 Nas casas visitadas cabe ao palhaço convidar o morador para a festa da entrega.
 A folia anda de dia e de noite, pousando nas fazendas. Em Itaú de Minas só andava
de noite.
 Gerente: anotador de prendas.
 A folia possui um festeiro
 A regra da folia é a seguinte: 1 viola, 1 violão, 5 pandeiros, 1 caixa, 1 adufe, 1
sanfona, 1 bandeireiro, 2 palhaços.
 Décima declamada pelo dono da casa visitada por uma folia, quando é bom
conhecedor da tradição, para saudar a chegada da bandeira:
Que visita tão bonita
Que eu recebo nesse dia
Visita dos três Reis Santos
Com sua nobre companhia
Trazendo instrumentos de corda e de couro
Que quando batia a terra tremia!
Até o galo cantou
E os anjos com prazer e alegria
Abençoa São José,
Abençoa Virgem Maria!

Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento, que aparece tocando viola caipira, meia-regra,
artesanal, na foto acima, do autor, em 23/07/1997.

 Vozes da Folia de Reis em Mata do Ribeirão Grande (Delfinópolis/MG): 1ª


Embaixador, 2ª Segundo Embaixador ou Ajudante de Embaixador (duetam), 3ª
Contrato ou Contratêro, 4ª Tipo ou Contra-tala, 5ª Cacetêro ou Báxão, 6ª Tala, 7ª
Retinta ou Requinta, 8ª Turina.
Folia da Mata do Ribeirão Grande, em foto de data e autor não identificados,
gentilmente cedida pela sra. Luzenir Eurípedes.

 O palhaço se chama Matias e seu bastão enfeitado de fitas, marufo ou maruca. Sua
dança é a repicada.

 Se alguém prender dinheiro na bandeira, na saída da casa simplesmente retira-o e o


anexa aos demais valores, somando para a festa.

 Certo homem tomou para si o dinheiro da folia e terminou na mais completa


miséria, como castigo divino.

 Um fazendeiro disse que só receberia a folia se ela passasse pelo curral onde tinha
um boi bravo. Se conseguissem passar ilesos pelo touro, acreditaria no poder dos
Santos Reis. Então cantaram para o bicho no curral e ele ajoelhou. O homem
acreditou e então os recebeu.

Obs.: ouvi uma versão quase idêntica a essa narrativa do touro no povoado do Fé, em São
João del-Rei, do folião Mário Calçavara, em 1996.
Inf.: Denilson Donizete Marques (palhaço de folia) e José Benedito Marques (2º
Embaixador)
Forma de argila, usada para moldar em papel-machê máscaras de palhaços de folias de
Reis. Passos/MG. Foto do autor, jul.1997.

 Fazer simpatia com três copos de vinho no Dia de Reis.

 Existe naquela região folia que põe entre os participantes personagens figurando os
três Reis.

 A maruca do palhaço serve para ele desmanchar os cruzeiros de rosas que os


devotos põe no seu caminho. São montagens de flores naturais que fazem os
moradores fazem no chão, em forma de cruz, no caminho que passará a folia. Como
não podem pisar sobre uma cruz, o palhaço tem de pedir licença em verso e
dançando no ritmo, passa as fitas da maruca sobre as pétalas até desmanchar o floral
que sacraliza a via pública. É ao mesmo tempo um obstáculo e uma bênção.

Inf.: Vítor Claret Pereira.


Oficina do folião de Reis e capitão de congo Antônio Cândido de Sousa: conserta
instrumentos, faz máscaras de palhaço de folias, pinta bandeiras, esculpe imagens.
Passos/MG. Foto do autor, jul./1997.

 Versos de adoração. Segundo o informante a seqüência é maior. Está fragmentada


pois na ocasião não se lembrou do restante:

Diz a sagrada escritura Estrela nova brilhava


Que quando Jesus nasceu Mais que as outras porém
No céu fulgurante puro Caminhava, caminhava,
Uma estrela apareceu. Para Belém.

 Palhaço = Tenente = Alferes. Carrega um pau enfeitado de fitas com um


embornalzinho amarrado para guardar ofertas que ganha. É o guarda da folia.

 Capitão = Mestre

 Requinta = “Retinta”

 Ritual de prender os Palhaços na dispensa, feito pelos donos da casa: o que eles
pegarem é deles. Depois o Mestre canta pedindo paras soltá-los.

 Entrega: três arcos de bambu – cada arco significa uma coisa. No arco central usa-se
colocar dois cartuchos com guloseimas e ofertas no alto – significado simbólico:
enquanto ficam entretendo as pessoas na tarefa de retirá-los, a Sagrada Família foge
para o Egito para salvar o Menino Jesus.

 Entrega: as pessoas fazem no chão um desenho com flores em forma de estrela ou


de coroa. É um obstáculo. O Mestre tem de cantar pedindo licença para os Palhaços
desmancharem aqueles símbolos, para só então passar adiante.

 Diante de cada o arco a folia para e o Mestre tem de cantar pedindo para os
Palhaços pularem adiante. Então a folia pode passar.

 Ultrapassados os arcos seguem para a tolda (“tórda”), corruptela de toldo, no


sentido de barraca armada. É sorteada uma coroa de papelão enfeitada de papel azul
com estrelas brancas. O que a recebe é o novo festeiro. É coroado e recebe uma
faixa. Então rezam um terço e depois leiloam as prendas que coletaram e sobraram
ao consumo da festa, pois comem e bebem o dia todo a seguir.

 A folia não pode parar no portal nem rezar nele.

 O Palhaço é o capeta. Se morrer fardado fica sem salvação.

 Macuco: acompanhante da folia responsável por carregar e controlar as prendas.

 Vozes: primeira (Embaixador), segunda (responde em dueto com um ajudante),


contratêro, cacete, tiple, requinta ou tala, contra-requinta ou contra-tala, bandeireiro.

 Movimentação coreográfica: meia-lua.

 Versos cantados pela folia de meu informante quando encontra uma imagem de
Nossa Senhora Aparecida. Foi inspirada em um livrinho de rezas. Versos criados
pelo informante:
Máscara artesanal de palhaço de folia de Reis, em modelo típico do sudoeste mineiro,
moldada sobre forma de argila (que aparece em fotografia neste trabalho), em papel-
machê, pintado. Vista frontal e lateral. Foto e acervo do autor. Passos, jul.1997.

Viva a Mãe de Deus A Senhora Aparecida.


Sem pecado concebida Protegei a Santa Igreja
Viva a Virgem Imaculada Mãe Eterna compadecida
A Senhora Aparecida. Pelo povo brasileiro
A Senhora Aparecida
Aqui está vossos devoto
Cheio de fé encendida Graças damos a Senhora
De conforto e esperança Virgem por Deus escolhida
A Senhora Aparecida. Para Mãe do Redentor
A Senhora Aparecida.
No calvário junto à cruz
Com a alma de dor ferida Louvemos sempre a Maria
Jesus fez a nossa mãe Mãe de Deus, autor da vida,
A Senhora Aparecida. Louvemos com muita alegria
A Senhora Aparecida.
Protegei a Santa Igreja
Mãe Eterna compadecida Com a rosa entre espinho
Pelo povo brasileiro Cheio de graça enriquecida
Sempre foi pura sem mancha A Senhora Aparecida.
Se quisermos ser felizes Numa hora derradeira
Nesta e na outra vida Ao sairmos desta vida
Sejamos sempre devotos Imploramos a Deus
A Senhora Aparecida. A Senhora Aparecida.

Inf.: sr. Benedito Lourenço dos Reis (conhecido por “Dito Tendeiro”), 25 e 31/07/1997,
Centro, Passos / MG.

DANÇA DE SÃO GONÇALO

Mandei chamar São Gonçalo Ô que côre maravía,


que viesse a toda pressa Ô que côre maravía,
que viesse nessa casa Pra dançar pra São Gonçalo
receber uma promessa. Até amanhecer o dia!

Mandei chamar São Gonçalo São Gonçalo, São Gonçalo,


que viesse nessa hora Também já foi casamenteiro
que viesse nessa casa Hoje lá no céu
com a Virgem Nossa Senhora. é um santo verdadeiro!

São Gonçalo desceu do céu Pra dançar pra São Gonçalo


Com a viola no peito, não pode bater com o pé,
Pra dançar pra São Gonçalo Pai Nosso, Ave Maria,
dance com muito respeito. Pro divino São José!

Prenderam São Gonçalo,


No alto do cerradão
vou levar pra minha madrinha
a Virgem da Conceição!

Inf.: Henrique Américo Marques de Oliveira,  1903, Passos, jul./1997.


Obs.: “côre maravía” = cor de maravilha, púrpura.

COMPANHIA DE PASTORES

 Em Passos são dois grupos:


“do Menino Jesus”, sob o comando de Francisco Quitério (“Chiquinho Doceiro”), no
Jardim Bela Vista;

do “Zé Antônio da Francisca”, no Nossa Senhora das Graças.

 Existe também em Carmo do Rio Claro e na Barra Doce (Guaxupé). Este último é
feminino (só tem pastoras) mas feito no mesmo molde embora que com canto em
uníssono e não escalonado como os masculinos.

 A companhia tem treze foliões. Usa dois instrumentos: acordeon e violão, mas há as
que usam bandolim e violino (atual substituto da antiga rabeca).

 Cantam em dezembro, do dia 25 ao 30.


 Uniforme: calça preta, camisa branca de manga comprida, gravata preta, chapéu de
palha enfeitado de fitas, de aba batida na lateral, esquerda ou direita, conforme a ala
do dançante, enfeitado de fitas brancas, e ainda, rosa (fila da direita) ou verde (fila
da esquerda). Trazem uma faixa azul na cintura, adornada com zigue-zague branco.
Este detalhe varia conforme o grupo. O modelo de cajado também, mas são sempre
grandes (2 metros) e bem enfeitados de fitas e flores. Uma faixa cruza o peito da
direita para a esquerda.

 O responsável pela cantoria é chamado “Simeão”. Usa as duas cores (rosa e verde).
Vem na dianteira, entre as duas filas, cantando em primeira voz a que os outros
respondem em voz escalonada, à semelhança das Folias de Reis. Seu cajado é mais
curto (1 metro).

 Partes da apresentação: Chegada, Adoração, Pedido de Esmola, Agradecimento,


Despedida. A Adoração se desdobra em três partes: uma declamada (Adoração
propriamente dita), a seguir o Pequeno Trote (só com batido de pé, sem percutir
cajados), dançado em ritmo ligeiro, sem canto, em homenagem a Nossa Senhora e
por fim segue-se uma parte cantada de joelhos, o Ergo (em fá maior).

 Movimentos: Chegada – em “Forma de Entrada”, batem os cajados no chão e


dançam a meia-lua duas vezes.

 Histórico: o modelo veio de Nova Rezende para Passos a mais de um século. Em


Passos o grupo iniciou com Antônio Aureliano, que durante 40 anos o comandou.
Substituiu-o Joaquim Santana, que esteve duas décadas à sua frente. Na sequência
Sebastião Henrique, por outra década e depois João Madalena, com mais 40 anos de
comando. (Tempos aproximados). Após João Madalena houve uma cisão formando-
se os dois grupos atuais.

 A companhia tem um festeiro que é responsável pela festa da entrega. O arrecadado


vai para este evento. Se faltar dinheiro o festeiro tem de inteirar e se sobrar doa para
a igreja ou um asilo.

 Como uma folia, se alguém colocar um rosa na manjedoura, tem que fazer um verso
para se referir ao fato.

 Tem canto para agradecer pouso, esmola, café e por ter guardados os instrumentos
naquela casa.

Inf.:
Sebastião Alves Pereira, 57 anos, Bairro COHAB 1, Passos
Vicente Freire Bueno, 51 anos, Bairro Exposição, Passos
Fotos: de autores e datas não informadas. Gentilmente cedidas pelos informantes.
BENZEÇÕES

Jesus Cristo quando veio de Roma


o quê que trouxe de lá?
Trouxe água da fonte e ramo do monte,
Que tira dele (a) esse mal de ...

(opções para a reticência: cimioto, espinhela caída, ar das vistas, quebrante (o), vento
virado, lombriga assustada, sapinho, nervo torto, carne ofendida, osso rendido, veia
magoada)

Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento.

Nossa Senhora benzeu o filho dela para cheirar,


e benzo ... (fulano) para sarar.

Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento.

Três e três, seis; e três, nove.


Noves fora!
Assim como noves fora
O sapinho da boca da criança há de saí fora.

Sai de três vezes


Sai de seis
Sai de nove
E sai de tudo de uma vez.

Nossa Senhora Aparecida,


Assim como esse ramo seca,
O sapinho da boca da criança
Há de secar.
(1 PN e 3 AM)
Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento.

Cobreiro bravo,
O que corto?
Corto a cabeça e o rabo.
De quem corto?
De ... (fulano)
Pelo poder do Espírito Santo e Virgem Maria.

Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento.

 Benzeção contra quebranto:


(primeiro fala-se o nome da criança)
Eu te benzo, eu te curo, eu te benzo de que quebrante, mal olhado, inveja, de invição, com
o poder de São José, Santo André e São Tiago. Leve para o braço do mar onde não ofende
nenhum vivente. Amém!

Inf.: Luzenir Eurípedes dos Reis, 28/07/1997.

 Benzeção de ventre virado


(primeiro rezar um credo 3 vezes)

Coloca a criança no colo de bruço (decúbito ventral), passa sal em cruz na junta da perna
esquerda e no braço direito, puxando a mão da criança até a perna, formando uma cruz, 3
vezes.
Depois junta os pezinhos dá um tapa em forma de uma cruz.
Depois vira a criança de cabeça para baixo e dá 3 três sacalão, como se fosse deixar a
criança cair para que ela assuste.
Depois sopra na área do estômago.

Inf.: Luzenir Eurípedes dos Reis.

 Oração forte
(Faz uma cruz na testa)
Benzo meu corpo com o leite das virgens,
(Faz cruz na boca)
sacramento do altar,
sangue de Jesus Cristo me livra do inimigo pagão e do inimigo batizado,
do mais pequeno até o maioral
(Faz cruz no peito)

Inf.: Luzenir Eurípedes dos Reis.

DERRUBADA (canto de trabalho em regime de mutirão)


1)
Ôh! Ôh-ôh!Ôh-ôh!
Piriquito deu no milho, ai!
As folha do mato cai ... Ai! Ai! Ai!
Ai! Ai! Ai! BIS Papagai’ deu no pendão, ai!
Os bicho do mato come, ai...
Sinhore dono da roça, ai!
Já en’vém chegando o tempo, ai! Ai! Ai! Ai!
Ai! Ai! Ai! BIS Tá intregue o mutirão, ai!
Da mulher tratá dos home, ai!

Obs: por vezes canta “Ah! Ah! Ah!” ou “Ah! Ah! Ai”
2)
Ôh! Laranjeira ramaiô! Ô-ai! Tô querendo andar de novo
Ôh! Ôh-ôh! Ôh-ôh... BIS Ôh! Ôh-ôh! Ôh-ôh... BIS
Tira o ramo do caminho, ai! Tenho medo dos espinho, ai!

Inf.: Feliciano Batista da Silva, 28/07/1997. Rua Boiadeiros, Bairro Penha, Passos.

1) Papagaio de cor de ouro – bis – oi ... Vancê me mandou cantar – bis – oi ...
Quem te ensinou a cantar, ai, ai! Achando que eu não sabia, ai, ai!
Foi Maria, foi Isolina, - bis – oi ... Eu tenho jornal em casa – bis – oi ...
Sabiá de beira mar, ai, ai! Canto verso todo dia, ai, ai!

Quando eu saí lá de casa – bis – oi ... Lá no céu tá trovejando, - bis – oi ...


Minha mãe me encomendou, ai, ai! Mais não é para chover, ai, ai!
Veja lá como é que canta – bis – oi ... Meu amor está doente, - bis – oi ...
No meio dos cantador, ai, ai! Mas não é para morrer, ai, ai!

2) Agora eu vou cantar, ô dandá, oi!


Que ainda hoje eu não cantei, ai, ô dandá!
Vou experimentar meu peito, ai, ô dandá!
Se ainda está como eu deixei, ô dandá, oi!

3) Se mandar cantar eu canto, Cantada arrepiada (?)


Se mandar chorar eu choro, No terreiro onde eu moro
Se mandar entrar eu entro, Quando aperta a saudade
Na boca desta viola! Saio no terreiro e choro.

Inf.: Henrique Américo Marques de Oliveira,  1903, Passos, jul./1997.

1) Agora qu’eu vou cantar, ô laranjeira!


Que hoje eu ainda não cantei, ô laranjeira!
Eu quero exprimentar meu peito, ô laranjeira!
Se ainda está como eu deixei, ô laranjeira!

2) Ai, cadê o sinhô patrão,


Mas cadê o sinhô patrão, êêê ...
Sinhô patrão que eu ele não posso ver...
Ôôô ... êêê ...
Ôlê-larai, Êh!

Obs.: a resposta é escalonada (“ô laranjeira!” / “êêê, ôôô,” etc.), com cinco vozes: primeira,
segunda (cacete), contrato, requinta e contra-requinta.
Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento, 1912, Passos, 23/07/1997.
INFORMAÇÕES DIVERSAS

 Mesa dos Cachorros: era feita em Jacuí, por um tal “Quinho”.


 Reza-se em Passos os terços da Santa Cruz e do Divino.
 Para inflamações da boca usa-se bochecho de broto de goiaba, folha de batata doce
e água de bananeira.
 Existiram folias de São Sebastião em Passos.
 Existiram folias do Divino em Passos, Pratápolis e São Sebastião do Paraíso.
 O mastro fincado na festa de Santana (26 de julho) era baixado no dia 15 de agosto.
 Os mastros são enfeitados com rodilha de cipó de São João, pencas de laranja,
espigas de milho

Inf.: Manoel Teodoro do Nascimento.

 Folia do Divino ainda ativa: situa-se no Bairro Coimbras, Passos.

Inf.: Sebastião Jeremias.

 “Catita canhã! Imbumbe tazoa... Sefico ouai-ouaia. Imbamba! Imbamba!


Imbamba!”

Obs.: frase em dialeto africano, falada de maneira a que apenas quem o conhece entenda o
aviso – “Tá conversando demais! Toma cuidado senão você apanha!”
Inf.: Jerônimo dos Santos.

***

Para acesar outras informações do folclore do sudoeste mineiro já divulgadas veja:

 PASSARELLI, Ulisses. Contradanças. Revista da Comissão Mineira de Folclore, n.23, ag.2002. Belo
Horizonte. 183p. p.15-22.
 Achegas ao Estudo das Pastorinhas
 Mastros Votivos
 Encomendação das Almas: um rito em louvor aos mortos

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