Você está na página 1de 58

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 1

ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL
Uma Afro Perspectiva
ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL
Uma Afro Perspectiva
Canal Afrofitness

Salvador - Bahia 2021


Copyright 2021 por Canal Afrofitness
Todos os direitos reservados

Título original
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva

Revisão
Canal Afrofitness

Diagramação e Projeto Gráfico


Vagné Lima | www.artmuv.com.br

https://canalafrofitness.com.br
25 de Agosto de 2021
Salvador - Bahia - Brasil

ver: a20212508
O Canal Afrofitness, é uma plataforma
digital inaugurada em 2021 com o objetivo
de produzir, divulgar e promover conteúdo
DePretoPraPreto relacionado aos diversos
campos da Saúde Preta, como treinamentos,
nutrição, atividade física, musculação,
consumo consciente, terapias e práticas
pessoais que conduzam o nosso povo a
escolhas positivas no sentido coletivo de viver
plenamente e com saúde.
Desde 2021, o Canal Afrofitness vem
desenvolvendo uma série de conteúdos
de vídeo em nosso canal no Youtube, e a
publicação do presente E-Book, marca um
momento de ampliação desse trabalho,
aliando ao que já vem sendo feito, o estudo
mais aprofundado dos fundamentos em que
nos baseamos.
Vamos Juntos, porque vem muito mais por aí!

Axé-Nguzo para Nós!

https://canalafrofitness.com.br
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 6

Anin Urasse

Orisà bi ikùn kò si ojójúmó ni o ngbà ebo.


Não há Orixá como o estômago, pois recebe sacrifícios diariamente.

SENEB,
UNIVERSO E
NATUREZA
Anin Urasse: Mãe. Mulher Preta Africana de Candomblé. Filha dos balantas de Guiné
Bissau e da Bahia. Militante pan-africanista de linha nacionalista. Afrocêntrica. Mulherista
africana. Tradutora inglês-português e espanhol-português. Fonoaudióloga. Estudante
de epistemologias africanas. Atualmente centrada nas traduções de autores africanos do
continente e da Diáspora para o financiamento de projetos coletivos voltados ao povo negro.
Autora do blog pensamentosmulheristas.wordpress.com
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 7

SENEB, UNIVERSO E NATUREZA

“ Se é verdade que uma infinidade de elementos externos influenciam o corpo,


os alimentos ocupam uma posição central”

O conceito de seneb foi amplamente utilizado em Kemet para representar saúde


e bem-estar. Juntamente com os conceitos de ankh (vida), djed (estabilidade), heheh
(eternidade), neter (deus, divino, divindade) e heri (amor, ser amado), seneb compôs a
base do pensamento filosófico africano antigo (ASANTE, 2000).
Segundo a tradição africana, estamos linkados ao cosmos de tal forma que sofremos
influências dos planetas, pensamentos, emoções, sons, luzes, cores, campos magnéticos,
estações, ciclos da lua, marés, trovões, ventos fortes, pessoas que nos rodeiam e até dos
espíritos dos nossos ancestrais. (SAWANDI, 2017). Assim, uma boa saúde não depende
somente de elementos materiais, mas da harmonia destes com elementos espirituais
(ASANTE e MAZAMA, 2009).

Mudanças no universo e no meio ambiente ressoam no corpo humano porque


nosso corpo físico é composto dos mesmos elementos que constituem o universo. Por
esse mesmo motivo, todo e qualquer elemento da natureza é um potencial remédio para
a cura de males que afetam o corpo físico e espiritual. Esse princípio será chamado na
medicina ayurvédica de “loka purusha samya siddhanta” e é a base da medicina dos
povos africanos. Na tradição bambara, por exemplo, diz-se “maa ye dinye meremin de
ye”: o homem é o universo menor (BA, 2010).

Mas, se é verdade que uma infinidade de elementos externos influenciam o corpo,


os alimentos ocupam uma posição central. A relação de povos africanos com o alimento
é tal que eles não só nutrem: sanam problemas espirituais e físicos, homenageiam os
ancestrais, representam linhagens, conduzem pedidos: “Sendo para Oxum Abotô ela
gosta mais da comida dela com azeite doce” (RÉGIS, 2010). Na nossa tradição, as comidas
possuem histórias e músicas. São cantadas, encantadas e sagradas.

Assim, se num cosmosentido1 africano uma alimentação balanceada é fundamental


para a saúde física, mental e espiritual, o descarrilhamento2 provocado pelo colonialismo
deturpou esta noção, obrigando-nos à adoção de padrões alimentares alheios à nossa
cultura e genética, impactando sobremaneira na qualidade e expectativa de vidas do
nosso povo. Este livro visa contribuir para reverter esse quadro.

1 O conceito de “sentido de mundo” africano em oposição à “visão de mundo” ocidental pode ser aprofundado em
Oyewùmí (2017).
2 Conceito de Wade Nobles. Ver: Nascimento (2009), capítulo 12.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 8

O QUE DIZEM OS DADOS ATUAIS

N o Brasil, diversos estudos demonstraram prevalências mais elevadas de


doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) - hipertensão, diabetes e acidente
vascular cerebral - e de seus fatores de risco (tabagismo, menor consumo de frutas
e hortaliças, consumo abusivo de álcool e inatividade física) entre o povo negro
quando comparado com os brancos (BRASIL, 2019).
Uma pesquisa por inquérito telefônico sobre fatores de risco e proteção
para DCNT no povo negro nas capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal
demonstrou que, entre os 28.008 entrevistados:
• A frequência de excesso de peso é de 57,3% entre homens negros e 55,8%
entre mulheres negras. Em ambos os casos, essa condição aumenta com a idade;
• No conjunto das 27 capitais, a frequência de adultos negros obesos é de 21,8%
entre as mulheres negras e 18,1% entre os homens negros;
• No conjunto da população adulta negra estudada, a frequência de consumo
regular de frutas e hortaliças foi de 23,9% entre homens e 34,7% entre mulheres;
• A frequência do consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana
em adultos negros foi de 17,7% em homens e 11,4% entre mulheres (11,4%).
• A frequência de consumo abusivo de bebidas alcoólicas (ingestão de quatro
ou mais doses para mulheres, ou cinco ou mais doses para homens, em uma mesma
ocasião dentro dos últimos 30 dias) foi de 27,1% entre homens negros e 12,1% entre
as mulheres negras.
(BRASIL, 2019)

A promoção de uma dieta e hábitos disfuncionais são, hoje, a principal arma para
o genocídio africano. Observando os dados provenientes do Sistema de Informação
sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS)3, por exemplo, identificamos
que o número de pessoas que faleceram por DCNT nos últimos anos supera em
cerca de 5 vezes o de pessoas assassinadas.

3 http://sim.saude.gov.br/
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 9

Ainda, de acordo com Afrika (2012), a tendência de gostar de certos tipos de


“alimentos” pode indicar problemas emocionais uma vez que a indústria apela para os
sentimentos, emoções e estilo de vida disfuncionais do povo africano para obtenção de
lucro. Em suas obras, o autor aborda a relação entre cultura, opressão branca e nutricídio4,
instigando seus leitores a adotarem uma relação mais funcional com a comida e apontando
o significado emocional por trás de alguns vícios que matam, como pode ser observado no
quadro abaixo:

A despeito das discussões de saúde da “população negra” 5 terem ganhado corpo a


partir da Marcha Zumbi dos Palmares ocorrida no ano de 1995, com a consequente criação
do Grupo de Trabalho Interministerial para Valorização da População Negra (GTI), do
Comitê Técnico de Saúde da População Negra (CTSPN)6 e do advento da Política Nacional
de Saúde Integral da Saúde da População Negra (PNSIPN), não observamos mudanças
significativas em nossas comunidades (SILVA, 2017), quer seja em relação à qualidade e
expectativa de vida, quer seja em relação a padrões alimentares.
Tendo como objetivo principal “promover a saúde integral da população negra,
priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à
discriminação nas instituições e serviços do SUS” (BRASIL, 2009), a PNSIPN não faz menções
diretas aos temas de “nutrição” e alimentação”.

4 Ver vídeo “Açúcar, Psicologia e Nutricídio” disponível no BlackFlix.


5 Neste texto, optamos pelo uso do termo povo negro em respeito ao entendimento diopista segundo o qual população
é o termo aplicável a um povo que perdeu seu conhecimento histórico. Ver Diop (2015).
6 O CTSPN e dezenas de outros conselhos foram dissolvidos pelo Decreto 9.759 de 11 de abril de 2019 do governo
Bolsonaro.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 10

PRINCÍPIOS DE MAAT E DIETA

T
“ udo o que os brancos comem – reclamava Godevile – vem em lata, até pedaços
de manga e abacaxi vem nadando em xarope, e as únicas bananas que nos servem são
bananas açucaradas para terminar a refeição, mas não é assim que a gente come banana.
Quando eu voltar para a casa nas férias, vou preparar com minha mãe banana de verdade.
Vamos acrescentar tudo o que pudermos: cebolas, óleos de palma, espinafres irengarenga
bem macios e folhas de isogi bem amargo, peixinhos seco nddagala. Vamos nos deliciar,
eu, minha mãe e minhas irmãs.
No liceu [escola colonial] elas só comem comida de branco. Não é bom para as
ruandesas, principalmente as jovens, dizem que elas podem ficar estéreis”.

Scholastique Mukasonga

A crise no modo de alimentação ocidental tem levado ao advento de uma série de


propostas “alternativas” de alimentação: low carb, i-tal, vegana, vegetariana, ovolacto-
vegetariana, crudívora, alcalina, plant based, orgânica, sem glúten, sem lactose,
ayurvédica...
Antes de defendermos esta ou aquela linha nutricional, entretanto, propomos
inicialmente a necessidade de um relação funcional com a comida, e os princípios de Maat
podem nos ajudar a resgatar a sacralidade da alimentação e do nosso copo.
Afrika (2012) nos orienta alguns princípios maáticos a serem observados na dieta, a
saber:

1. Verdade:  estou realmente com fome?


2. Justiça: a minha escolha de comida dá justiça nutricional para o
meu corpo?
3. Retidão: essa comida é boa para o meu corpo?
4. Harmonia: de que forma esta comida serve meu
corpo e beneficia meu bem-estar?
5. Ordem: este alimento tem a quantidade correta de nutrientes?
6. Propriedade: esta comida ajuda-me a eliminar ou diminuir minha ingestão de
comidas inadequadas?
7. Compaixão: tenho ciência que o meu bem estar soma-se à saúde da minha
comunidade e do meu povo?
8. Reciprocidade: estou usando comida para cometer suicídio, para punir
a mim mesmo ou para manter baixa minha auto-estima?

Assim, uma nutrição equilibrada inclui a observação de métodos de preparo, boas


Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 11

práticas de manejo e armazenamento, combinação e quantidade harmoniosas, adequação


do alimento às estações do ano, fases da vida e estado do indivíduo, horário adequado para
consumo, modo de produção do alimento, entre outros.
Chamamos atenção, ainda, para a necessidade de uma alimentação culturalmente
significativa, que respeite a história e o cosmosentido africano de mundo. O resgate desse
cosmosentido objetivamente já nos indica quais decisões alimentares tomar, pois se somos
cultuadores das águas, da terra e das folhas, por que tantos industrializados, embutidos e
enlatados?
Esperamos, pois, que esta obra contribua para o resgate de uma alimentação africano-
referenciada, baseada na premissa de respeito à natureza, ao nosso povo e à nossa
constituição física. Que possamos resgatar Maat na nossa alimentação e rotinas diárias,
melhorando as condições de vida e saúde do nosso povo começando por nós e pelas nossas
famílias.
Boa leitura! Boa mudança!

REFERÊNCIAS

AFRIKA, Llaila O. African holistic health. Eworld, 2012.


ASANTE, Molefi Kete. The egyptian philosophers: ancient african voices from Imhotep to Akhenaten. 2000.
ASANTE, Molefi Kete. MAZAMA, Ama. Encyclopedia of african religion. California: Sage, 2009.
BA, Amadou Hampatê. A noção de pessoa na África Negra. In: KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África I: metodologia
e pré-história da África. 2ª ed. Brasília: UNESCO, 2010.
BRASIL. Portaria nº 992, de 13 de maio de 2009. Institui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt0992_13_05_2009.html>. Acesso em: abr 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de
Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018 População Negra. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2018_populacao_negra.pdf>. Acesso em: abr 2021.
DIOP, Cheikh Anta. Civilización y barbárie: una antropología sin condescendencia. Barcelona: Edicions Bellaterra, 2015.
MUKASONGA, Scholastique. Nossa senhora do Nilo. São Paulo: Editora Nós, 2017.
NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Segundo
Selo, 2009.
OXÓSSI, Mãe Stella de. Òwe/Provérbios. Salvador, 2007.
OYEWÙMÍ, Oyèronké. La invención de las mujeres: uma perspectivaafricana sobre los discursos occidentales del género.
Colombia: Editorial em la Frontera, 2017.
RÉGIS, Olga Francisca. A comida de santo numa casa de queto da Bahia. Salvador: Corrupio, 2010.
SAWANDI, Tariq Q. African medicine: a complete guide to yoruba healing science and african herbal remedies.
Createspace Independent Publishing Platform, 2007.
SILVA, Daniela Marques das Mercês de. Cadê o SUS aqui?: discussões da equidade em saúde para o povo negro no âmbito
do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (2004-2014) da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Saúde Coletiva). Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível
em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/24263>. Acesso em: abr 2021
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 12

ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL – UMA
AFROPERSPECTIVA
COMUNITÁRIA
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 13

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
UMA AFROPERSPECTIVA COMUNITÁRIA

1. Introdução

Em sua sabedoria profundamente plena de ancestralidade, a Dra Marimba Ani esculpiu


com palavras, em palestra proferida na Morgan State University em 2008, a frase que abre
esse nosso livro e que se tornou sua citação mais conhecida no Brasil, muito reproduzida
em meios que vão desde os murais de redes sociais, até camisas, passando por trabalhos
acadêmicos.
Na palestra citada acima, de onde a frase foi retirada, a pensadora continua:

“...a cultura é um sistema imunológico, certo? E o que um sistema imunológico faz?


Ele tem os linfócitos, as células T, que se tornam guerreiros, certo? O trabalho deles é
reconhecer os antigênos, os antigênos são os corpos estranhos que ameaçam a saúde do
todo. O trabalho deles é neutralizar e eliminar de qualquer forma a doença, o veneno, esses
antigênos que estão trabalhando contra a saúde. Nós vemos a cultura dessa forma...”7

É preciso entretanto apontar uma pequena, porém significante dissonância existente


na tradução corrente da frase dita pela Doutora: “culture, is the imunne system of a
people”, o que poderia ser traduzido literalmente como “cultura, é o sistema imunológico
de um povo.”, o que sutilmente, nos empurra pra um significado coletivo-comunitário,
que parece ir para além do entendimento do “é o SEU sistema imunológico.”
Pensando assim, e trazendo para a temática aqui proposta, nutrição e saúde , uma
questão recorrente quando refletimos sobre o nosso ‘sistema imunológico’ coletivo é: “O
que fazer, quando o nosso próprio sistema imunológico, se volta contra o organismo que
deveria proteger?”
Em outros termos, o que fazer quando os nossos hábitos de forma geral, e os
nossos hábitos alimentares mais especificamente, são os principais causadores do nosso
adoecimento em lugar de serem elementos da nossa construção, equilíbrio, bem-estar e
(quando necessário) cura?
Antes de qualquer coisa, esse não é um trabalho técnico sobre nutrição e nem sobre
as vantagens nutricionais dessa ou daquela escola, mas uma reflexão sobre a nossa cultura
alimentar enquanto povo negro, sobre a nossa cultura do bem-estar físico e mental, bem
como um breve diálogo com outras reflexões anteriores e atuais sobre esse tema, sem
julgamentos ou sermões, mas compartindo um pouco da escolha apontada em entrevista
recente pelo pensador e “natural healer”, Dr. Aris Latham:
“Buscamos ter carros de luxo, ter casas de luxo, roupas de luxo. É melhor viver em um
corpo de luxo.”8

7 https://www.youtube.com/watch?v=ItHbLahuPBw
8 https://www.youtube.com/watch?v=zP7NUU6J_gY
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 14

E é daqui que iniciamos nossa conversa…

2. Uma afro-perspectiva histórica da relação entre alimentação e saúde

Como em outras áreas do conhecimento humano que ainda hoje se encontram em desenvolvimento,
o Continente Africano foi também pioneiro no que diz respeito à reflexão sistematizada :
sobre a alimentação,
sobre a saúde,
sobre a relação intrínseca entre a alimentação e a saúde,
a relação entre doenças e a má alimentação,
e o uso da alimentação enquanto meio de cura para doenças.
Sobre esse pioneirismo temos o testemunho do viajante grego Heródoto, que sobre o Egito
escreveu:

“Entre todos os Egípcios, os que habitam as imediações da região do país onde se cultivam os cereais
são, indubitavelmente, os que mais cultivam a memória, para o que seguem este curioso regímen:
purgam-se todos os meses durante três dias consecutivos e procuram conservar a saúde por 169 meios
de vomitórios e clísteres, persuadidos de que todas as doenças provêm dos alimentos. Aliás, depois dos
Líbios, não há homens mais sadios e de melhor temperamento do que os Egípcios.” 9

Heródoto se encontrou tão surpreso com o grau de racionalização dispendido pelos egípcios no
campo da saúde e alimentação, que pareceu confundir o conhecimento da higiene, com algum nível
de superstição religiosa, como podemos ver nos trechos um pouco mais longos apresentados abaixo:

“Muito mais religiosos que o resto dos homens, praticam os seguintes costumes: bebem em copos
de bronze, que têm o cuidado de limpar todos os dias, sendo este um uso geral, de que ninguém se
isenta; trajam roupas de linho, sempre bem lavadas, cuidado rigorosamente observado, e adotam
a circuncisão como princípio de higiene, dando maior atenção a isso do que à beleza. Os sacerdotes
raspam todo o corpo de três em três dias, para evitar que os piolhos ou outros parasitas os molestem
enquanto estão servindo os deuses. Não usam mais do que um traje de linho e sapatos de papiro, pois
não lhes é permitido usar outra roupa nem outro calçado. Lavam-se duas vezes por dia em água fria e
outras tantas vezes à noite; numa palavra: observam regularmente mil e tantas práticas religiosas.” 10

9 História de Heródoto, página 168


10 História de Heródoto, página 150
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 15

“A medicina está de tal maneira organizada no Egito, que um médico não cuida
senão de uma especialidade. Há médicos por toda parte. Uns, para a vista; outros, para
a cabeça; estes, para os dentes; aqueles, para os males do ventre; outros, enfim, para
as doenças internas.”11

Impressionante quando se pensa que o registro acima diz respeito a um período


tão longínquo12 da história, não? Se fossemos aprofundar ainda mais, e cruzando os
registros da Antiguidade com as descobertas arqueológicas dos últimos 300 anos até os
dias de hoje, encontramos no Kemet-Egito os primeiros livros de medicina incluindo
diagnóstico, tratamento e cura (como por exemplo o “Papiro de Ebers”, datado por
volta de 1500 a.C., e o Papiro Médico de Amen-Hotep, escrito mais de 2000 anos antes
do nascimento de Hipócrates), os primeiros instrumentos cirúrgicos, os primeiros
aparelhos dentários e de correção ocular. Mas não é essa a intenção desse trabalho, e
vamos nos limitar a instigar a curiosidade e o desejo de pesquisa.

Não vamos, do mesmo modo, tentar aprofundar cada uma das referências sobre
saúde e alimentação em todo o Continente Afrikano ( elas existem, são inúmeras, e
uma pesquisa afrocentrada sobre esse tema se faz indispensável!!) enorme e diverso.
Entretanto, alguns elementos se fazem importantes para o avanço dessa nossa
reflexão.
- A perspectiva Diopiana, (referente ao multi-pesquisador senegalês Cheik
Anta Diop) que demonstra que no mesmo universo amplo da diversidade afrikana,
existe um universo amplo e coeso de similaridades que podem ser observáveis como
“Unidade Cultural Afrikana.”
- A perspectiva de Chancelor Williams, que demonstra que no contexto das
sucessivas invasões asiáticas e européias sobre o Kemet-Egito intensificadas a partir
da 25a Dinastia, parte da população Egípcia se interiorizou para outras regiões do
Continente, levando consigo sua cultura e conhecimento.
- A análise dos registros históricos que nos permite afirmar sem muita polêmica,
que são de origem africana a maioria dos pressupostos alimentares-higiênicos
compartilhados nos textos fundamentais das três principais religiões asiáticas
(Judaísmo, Cristianismo e Islamismo), textos esses que se tornaram pedra angular
de suas civilizações e se disseminaram por todo o mundo (inclusive retornando em
alguns casos ao próprio continente africano como “prática estrangeira”) através dos
últimos dois milênios13.

11 História de Heródoto, página 170


12 Século V a.C.
13 O esforço coletivo de algumas editoras negras independentes, vem possibilitando que aos poucos, o
trabalho desses pensadores venha sendo traduzido, e aqui citamos as Editoras Medu Neter, Poder Afrikano,
Reaja, Ciclo de Estudos Marcus Garvey, entre outras que devem ser pesquisadas pelo leitor.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 16

Na convergência das três pontuações anteriores, a existência de perspectivas


sistematizadas de saúde e alimentação (e aqui incluímos os totens, tabus e restrições
alimentares de caráter sagrado), consistem em um exemplo evidente da similaridade e
recorrência contida no conceito Diopiano de Unidade Cultural Afrikana.

Poderíamos estender esse entendimento ao ponto de incluir nessa elaboração


as culturas alimentares e terapêuticas da Diáspora Afrikana nas três Américas??
As evidências parecem demonstrar que sim, também são sistemas que podem ser
analisados como continuidade dos sistemas africanos, em diálogo com os sistemas pré-
existentes dos nativos americanos e com as contingências impostas pelo escravismo e
colonialismo.
Guardadas as proporções, a nível de evidência, podemos citar a permanência nos
processos religiosos-iniciáticos das religiões de matriz africana , de tópicos relacionados
ao conhecimento de plantas e seus usos alimentares e terapêuticos, bem como a
reprodução de restrições totêmicas. Processos similares a aprendizados iniciáticos-
sociais encontráveis também no Caribe em todo o Continente Afrikano.

Necessário reforçar que a presente reflexão não teria a possibilidade de aprofundar


aqui os temas elencados, restando a possível satisfação em motivar nos leitores o
desejo por esse aprofundamento, por essa pesquisa e por essa investigação, deixando
o alerta repetido pelo historiador Márcio Paim de que quando tratamos da história e
cultura afrikanas, estamos tratando de muito longo prazo e de muito amplo campo,
não deixando de ser entretanto, campo indispensável.

3. A importância da saúde física e mental como resposta às demandas atuais.


Autoconsciência corporal.

A reflexão que lemos anteriormente, nos conduz a duas conclusões, que antes de
serem encerramentos, são apontamentos de caminhos:
1 – O conhecimento a respeito das várias dimensões da saúde e da sua relação
com a alimentação, bem como dos processos terapêuticos necessários para o controle,
profilaxia e a cura das mais diversas enfermidades, está presente como característica
civilizacional africana desde o mais longínquo passado humano, e vem se mantendo
como patrimônio intergeracional através dos tempos, inclusive diante das mais trágicas
contingências dos períodos de invasão e diáspora forçada.
2- Considerando a importância dos sistemas nacionais de saúde modernos,
construção resultante das lutas populares por direitos de cidadania durante os últimos
séculos, O ENTENDIMENTO SOBRE SAÚDE, ALIMENTAÇÃO E OS PROCESSOS CORPORAIS
DE TERAPIA E CURA, NÃO É UM ENTENDIMENTO QUE SE POSSA TERCEIRIZAR, E NEM
UMA RESPONSABILIDADE QUE SE DEVA OU POSSA DELEGAR A TERCEIROS. É uma
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 17

responsabilidade individual e comunitária, que pode ser vista como patrimônio, como
legado, como privilégio, mas também como obrigação.

Assim como a química, a matemática e a gramática, o conhecimento sobre nutrição,


manutenção da saúde e do equilíbrio físico e mental, deveria ser estimulado de forma mais
consistente desde a primeira infância, a ponto de se tornar parte elementar do arcabouço de
conhecimento de todo adulto.

Esse ponto 2 que elencamos acima, a respeito da importância de tomarmos em nossas


mãos esse conhecimento, é amplamente comprovado quando trazemos para a reflexão os
dados correntes disponíveis sobre os números catastróficos14 relacionados às consequências
da nossa ignorância sobre esses conteúdos, refletidos em milhões de mortes, milhões de
adoecidos, milhões de acometidos pelas mais diversas enfermidades decorrentes da
“desnutrição super-alimentada”, do sedentarismo, do abuso de substâncias químicas e do
desequilíbrio cotidiano voluntário.

Obviamente, a presente reflexão não abre mão da análise histórica, não abre mão
da análise do contexto, não abre mão da consideração das limitações e contingências
socioeconômicas de um povo em diáspora forçada. Partimos em verdade de uma reflexão
individual com vetor comunitário que é mais ou menos assim: “Dentro das possibilidades
concretas, o que eu posso fazer e de quais instrumentos eu preciso me apropriar pra que
essas possibilidades sejam ampliadas?”
Voltamos então ao ponto 1 pra chegar a essa resposta evidente: O conhecimento é a
chave!
E não há conhecimento inerte. Conhecimento é processo, busca incessante. O problema
se instala quando se abre mão de buscar conhecer aquilo que é relevante pra nós mesmos.
A partir daí delegamos a terceiros a responsabilidade sobre as nossas escolhas, e aquilo que
deveria ser parte de uma escolha reflexiva baseada em avaliações fundamentadas, passa a
ser mera profissão de fé, reprodução de hábitos e comportamentos que obviamente, não
estão funcionando...

Não, isso não é uma pregação e nem um sermão, é um diálogo buscando ligar o que foi dito
anteriormente, ao que vem a seguir, que é uma análise de algumas entre as mais importantes
escolas negras de saúde e alimentação. Da mesma forma, não é uma recomendação dessa
ou daquela escola, mas somente um esboço para que possamos ter um panorama do que
tem sido construído nesse campo nos últimos 50 anos, o que podemos usar novamente para
impulsionar os nossos estudos e basear as nossas escolhas.

14 Perfeitamente apresentados na abertura da Pensadora Anin Urasse para o presente trabalho.


Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 18

Esses poucos homens e mulheres que elencaremos à frente, Mestres, Mestras, Doutores,
Doutoras, Healers, tomaram pra si a missão de estudar e compartir conhecimento a respeito
da saúde, da alimentação e da saúde através da alimentação. Dedicaram suas vidas à pesquisa
teórica e empírica, fazendo de si mesmos exemplos de suas proposições e por consequência
curando pessoas, transformando vidas e superando enfermidades para as quais a medicina
industrial não possui respostas.

4. Escolas alimentares pretas da atualidade

Não devemos pensar as perspectivas negras mais recentes sobre alimentação e saúde, sem
retornar a duas das correntes que vêm há mais tempo refletindo essas questões na diáspora
negra, o Rastafarianismo e o Islamismo da Nação do Islã.

Lançado pela Nação do Islã (NOI) ainda em 1930, o livro “How to eat to live” ( Como comer
para viver) do Hon. Elijah Muhammad, é possivelmente o primeiro registro sistematizado de
uma proposta negra para alimentação nos tempos contemporâneos, e baseou parte importante
dos debates afro-alimentares da segunda metade do século XX até os dias atuais.

Em relação ao Rastafarianismo, doutrina religiosa registrada na Jamaica desde as primeiras


décadas do século passado tendo Leonard Percival Howell como primeiro representante, tem
no I-Tal a sua perspectiva alimentar e medicinal, divulgada internacionalmente a partir do
boom da música jamaicana dos anos 1960.

É possível apontar de forma superficial, a influência das recomendações e restrições


diététicas estabelecidas por Moisés no Antigo Testamento ( como o repúdio à carne de porco
, a alguns crustáceos e peixes sem escamas) , nas duas correntes mencionadas, posto que essa
parte do Livro Bíblico é referência doutrinária para ambas. Mas podemos da mesma forma
perceber elementos próprios nas duas correntes, relacionados à disponibilidade regional de
alimentos, bem como a rejeição à carne vermelha, vista como definitivamente prejudicial. No
caso do I-tal, essa característica regional se destaca, tendo em vista os aspectos tropicais e a
característica pouco urbanizada das regiões jamaicanas onde o I-Tal se desenvolveu.

Dois pontos, entretanto, ligam definitivamente essas duas correntes às outras que
apresentaremos a seguir:

- A perspectiva Holística, que percebe a totalidade do indivíduo consigo e com o seu


entorno, vendo a alimentação, saúde, educação, convivência, espiritualidade, trabalho, etc,
como elementos indissociáveis. Uma perspectiva que busca primordialmente investigar e
tratar as causas dos desequilíbrios (doenças), e não somente tratar os seus sintomas.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 19

- A rejeição ao modelo branco-ocidental de alimentação e saúde, a rejeição à


indústria alimentícia e farmacêutica, a rejeição à medicina alopática e a convocação
imperativa para o estabelecimento de um novo modelo alimentar, adequado às
características culturais e fisiológicas do povo negro, tendo a preservação dos
diversos aspectos da saúde como parte integrante e importante dos processos de
luta por libertação e melhoria.

Nem de longe a pequena lista que apresentaremos a seguir, esgota o amplo


rol de homens e mulheres que pensaram e pensam perspectivas negras de
alimentação e saúde, ainda que sem dúvida estejam entre os mais destacados.

Como dissemos e repetimos, o presente artigo e reflexão, tem como meta


justamente semear o interesse pelo tema e fomentar as pesquisas, não advogando
essa ou aquela entre as escolas alimentares elencadas.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 20

Dr. Sebi
Alkalinismo
Com avós haitianos, nascido em Honduras
em 1933, o Dr. Sebi foi sem dúvida um
dos principais disseminadores de uma
perspectiva negra de saúde e alimentação
natural-vegetariana na segunda metade
do século XX exercendo suas atividades
na América Central e conquistando grande
influência nos Estados Unidos.

Autodidata, Dr. Sebi iniciou a sua jornada


na naturopatia em busca de cura para
suas próprias enfermidades, como asma
e diabetes que o acompanhavam desde a
infância. Consolidou os seus conhecimentos no que ficou conhecido como “Dieta Alcalina
do Dr. Sebi”, e fundou o Usha Institute, em Honduras, onde realizava cursos e produzia
medicamentos naturais que tiveram ampla aceitação nos mercados caribenhos e norte-
americano.

Dr. Sebi foi duramente perseguido judicialmente pelas autoridades da América Central e do
Norte, tendo respondido a diversos processos por prática indevida da medicina, posto que
Dr. Sebi afirmava ter curado diversos casos de AIDS e Câncer utilizando somente os seus
métodos de medicina natural. Tais processos nunca conseguiram incriminá-lo, tiveram o
efeito contrário de aumentar o seu prestígio público e a confiança em seus métodos.

Dr. Sebi foi preso em Honduras em 2016, acusado de transportar elevada quantia em
dinheiro vivo, e terminou vindo a falecer no mesmo ano aos 83 anos de idade, devido a uma
pneumonia causada pelas péssimas condições sanitárias da prisão onde esteve mantido.
Atualmente seus filhos e netos, bem como milhares de seguidores, dão continuidade
ao seu legado. Um documentário sobre os processos judiciais que enfrentou vem sendo
produzido.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 21

Dr. Llailla Afrika

Embora pouco se saiba a respeito dos primeiros


anos da vida do Dr. Llaila Afrika, muito se sabe
a respeito das ações que o mesmo construiu
durante sua longa vida como “Natural Healer”.
Autor de mais de 80 trabalhos sobre os mais
diversos tópicos referentes à nutrição ,
saúde e história do povo negro, Dr. Afrika foi
enfermeiro, professor de Yoga, acupunturista,
massagista, psicoterapeuta, historiador,
conselheiro familiar e nutricionista certificado,
entre outras qualificações adquiridas em
décadas de estudos continuados nos mais
diversos continentes, onde também ensinou e
praticou medicina holística.

A partir da denúncia veemente da adoção da


alimentação e outros hábitos culturais euro-
americanos, o que considerava como um grave “nutricídio”, o Dr Llaila apregoava a reflexão crítica
em busca do retorno a uma forma africana de viver, o que deveria inevitavelmente incluir a renovação
alimentar e mudanças comportamentais. Nesse sentido, o Dr. Llaila não se limitava ao denuncismo
contra o mundo branco, mas priorizava a “auto-responsabilização” individual e comunitária do povo
negro, na busca do que ele apontava como sendo a “revolução negligenciada”, que deveria integrar
definitivamente as lutas por liberdade e autonomia política e social. A busca de Maát15 na alimentação.

Faleceu em 2020, aos 74 anos de idade, tendo influenciado e modificado positivamente a vida de
incontáveis pessoas, muitos dos quais se tornaram também propagadores de suas idéias.

15 Esperamos para breve o lançamento de outro volume tratando da relação entre o conceito egípcio de Maát e o equilíbrio físico
através da alimentação e dos bons hábitos.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 22


Dr. Aris Lathan

Nascido no Panamá em 1947 no seio de uma


família jamaicana, esse Mestre aprofundou o
campo da alimentação natural adotando uma
dieta e culinária exclusivamente crudívora
( raw food), utilizando também a luz solar
(sunfired foods) como complemento possível
para o preparo dos alimentos.

Para o Dr. Aris Lathan, o processo de cozimento degrada o conteúdo enzimático dos
alimentos gerando toxidade e diminuindo o aproveitamento nutricional. Seu processo
culinário demanda basicamente o liquidificador, o processador e o desidratador que
utiliza a luz do sol. Atualmente comanda um restaurante bem conceituado em Nova
York, o Sunfired Culinary Institute e viaja pelo mundo ensinando suas técnicas e
compartilhando o seu conhecimento e sua perspectiva de que a alimentação seja o
próprio remédio.

Vivendo nos Estados Unidos nos anos 70, Dr. Lathan teve contato com a Macrobiótica
através do movimento hippie, mas posteriormente consolidou uma perspectiva alimentar
própria considerando as características fisiológicas africanas e afro-diaspóricas, sendo
considerado por alguns como importante representante da alimentação I-Tal na
atualidade.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 23

Queen Afua

Nascida e criada no Brooklyn (1953), Queen Afua


também encontrou seu caminho através da
alimentação natural aos 17 anos, buscando a cura
para suas próprias enfermidades, principalmente a
asma, que a atormentava desde a infância.

Queen Afua é membro da Loja de Ptah, e Sacerdotisa


Chefe do Templo de Nebt-Het e da Antiga Ordem
Afrikana.

Consolidando o seu aprendizado auto-didata, passou


a compartilhar os seus conhecimentos utilizando
os mais diversos meios, como palestrante, como
produtora de vídeos, escritora e professora. É
professora de Yoga, Natural Healer, tem muitos livros escritos, entre eles 6 bestsellers sobre
os mais diversos conteúdos relativos à alimentação saudável e a saúde holística, sendo
considerada uma das pioneiras do movimento da “comida verde”.

Queen Afua tem destaque especial no campo da saúde holística natural feminina, com
programas de detox específicos para os órgãos femininos e percepção da sacralidade feminina
a partir de uma perspectiva afrikana, alcançando mesmo o campo das relações familiares.

Podemos citar no Brasil as Chefs Emaye Ama e Caroline Costa, entre as pensadoras da saúde e
alimentação negra que reverberam em suas práticas, as influências dos trabalhos do Dr. Sebi,
do Dr. Llaila e de Queen Afua.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 24

Jorge Conceição
Geógrafo de formação e professor de geografia
em diversas universidades, escritor, cineclubista,
educador popular, pensador e produtor cultural,
o Professor Jorge Conceição foi um dos mais
importantes naturopatas brasileiros e pioneiro
no que diz respeito a pensar a naturopatia a partir
de uma perspectiva afro-diaspórica. Fundou
a UNIRAAM ( Universidade de Reconstrução
Ancestral Amorosa), e foi um dos fundadores do
Conselho de Entidades Negras ( CEN)

No campo da naturopatia, o Professor Jorge era


mestre culinarista, yogue, massoterapeuta, e
iridologista, tendo curado durante o seu tempo
de atuação, dezenas de pessoas do mundo
inteiro, inclusive algumas com enfermidades crônicas, utilizando abordagem holística
que incluía a reeducação alimentar, a prática do jejum e práticas corporais-curativas.

O Prof. Jorge Conceição também se aprofundou na naturopatia através da Macrobiótica,


não tardando, entretanto, em partir para a investigação de uma perspectiva alimentar
que estivesse relacionada às necessidades e características próprias da população de
descendência afrikana, uma “Afrobiótica”, amplamente lastreada na utilização de frutas
e verduras regionais e afrikanas. Faleceu em 2017, após controlar por mais de 30 anos a
enfermidade que o desafiava.

Atualmente seu legado é conduzido de forma digna por seus filhos e alunos entre os
quais podemos citar Caena Rodrigues e Fábio Santana.
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 25

Rap e RBG FitClub


Plant Based
O RBG FitClub, foi fundado pelo Rapper SticMan do
clássico grupo DeadPrez e sua esposa Afya Ibomu em 2011,
com o objetivo de consolidar uma perspectiva de bem-
estar centrada no Hip-Hop, voltada para a consolidação da
saúde e do equilíbrio individual, familiar e comunitário.
Ainda adolescente, Afya buscava soluções para seus
problemas de saúde, e influenciada por músicas do Rapper
KRS-One, se tornou vegana, buscando aprender cada vez
mais sobre as vias naturais de cura e nutrição.
Já Stic, entregou-se aos cuidados e ensinamentos da esposa
após adquirir a doença inflamatória conhecida como
gota, resultante do acúmulo de ácido úrico no organismo.
Segundo Stic, condição de enfermidade provocada por uma
vida desregrada e inconsequente relacionada ao lifestyle
como músico. Posteriormente, o casal foi fortemente
influenciado pelo Dr. Llaila Afrika e pela Healer Queen
Afua.
Em trabalho solo, Stic , junto a outros artistas como Coach Nym e o grupo Outlawz, tem sido pioneiro
no que tem sido chamado de FitHop, que seria uma junção do Hip Hop com o FitNess. Os seus discos
Workout I e II são exemplos disso. Além disso, é autor do livro “Eat plant, Lift iron”, no qual conta sobre
as estratégias que encontrou enquanto vegano, para ganhar peso através do fisiculturismo sem incidir
em uma dieta de origem animal e nem na utilização de suplementação alimentar industrializada.
Afya é nutricionista e tem diversos livros de reflexão, receitas e terapias lançados, todos à venda na
página oficial do RBG Fit Club. Os dois mantêm ainda um podcast nessa mesma página, onde conversam
sobre os mais diversos temas relacionados à saúde e bem-estar.
A tempo, o “RBG”, que se refere inicialmente às cores da Unidade Afrikana estabelecida pelo Hon.
Marcus Garvey ( Red, Black and Green – Vermelho, preto e verde), é também entendido como
“Revolutionary But Gangsta”, “Revolucionário Mas Gangsta”, expressão que vem se disseminando no
meio rapper, e que diz respeito á aliança entre as perspectivas da vivência urbana do Hip-Hop, com
as perspectivas de transformação positiva comunitária, o que definitivamente inclui a reeducação
alimentar e mental no caminho oposto aos comportamentos auto-destrutivos tão comuns nesse meio.
Como lemas, o RBG FitClub adota os 5 Princípios: Conhecimento, Nutrição, Exercício, Restauração e
Consistência.
Como práticas, o RBG FitClub adota os 4 Pilares: Força (Calistenia), Flexibilidade (Yoga e alongamento),
Resistência (Corrida), Vitalidade (Meditação, Respiração e Descanso).
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 26

FRASES E
PENSAMENTOS
SOBRE
ALIMENTAÇÃO
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 27

“Pretos que comem uma dieta moderna estão sendo oprimidos e escravizados por
Caucasianos através de seus estômagos.” Dr. Llaila Afrika

“Uma sociedade que mantém a cura como segredo para que possa continuar a vender
medicamentos visando atingir altos lucros, não é uma verdadeira sociedade, mas sim um
grande asilo mental.” Dr. Sebi

“Continue em frente todos os dias. Lembre-se que progresso é progresso, não importa se
for pequeno.” Dr.Sebi

“O muco é a causa de toda a doença. Elimine o muco, que você elimina a doença.” Dr.Sebi

“A cura precisa ser consistente com a vida em si. Se não é, então não é cura. Os componentes
têm que ser da vida.” Dr. Sebi

“O cuidador do zoológico não alimenta o gorila com a comida do urso polar, não estou
certo? Porque então nós iríamos comer a comida de todo mundo?” Dr. Sebi

“ O intestino precisa ser limpo por desintoxicação antes que qualquer doença possa ser
revertida.”
Dr. Sebi

“ Você é feito de elementos. Use seu tempo para conhecer os alimentos com as mais altas
propriedades elementais, tendo em vista salvar sua saúde e seu corpo.” Dr. Sebi

“Emancipe-se a si mesmo da escravidão mental. Ninguém além de nós mesmo podemos


libertar nossas mentes.” Hon. Marcus Garvey

“O homem que não está apto a desenvolver e usar sua mente, está destinado a ser escravo
daquele q outro homem que usa sua mente.” Hon. Marcus Garvey

“Nunca se esqueça que a inteligência manda no mundo e a ignorância carrega o fardo.”


Hon. Marcus Garvey

“Se o negro não for cuidadoso, ele irá beber todo o veneno da civilização moderna, e
morrer devido aos seus efeitos.” Hon, Marcus Garvey

“Precisamos que a mente trabalhe pra nós, trabalhe a nosso favor, e não que seja nossa
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 28

inimiga. Nossa mente precisa ser nossa melhor amiga e proteger nosso corpo.”
Dr, Aris Latham

“Nós não fomos somente desconectados de nossa herança, em termos de riquezas do


nosso contine, minerais, cultura, e todo o legado ancestral do qual fomos separados.
Fomos separados também de nossa comida.”
Dr. Aris Latham

“Estamos vivendo em outro mundo. Se você está comendo comida artificial, então você é
artificial. Então temos que voltar à Terra. Nós temos que voltar à terra. Temos que fazer
nossas reconexões para que possamos retornar ao nosso lugar original no universo.” Dr.
Aris Latham

“Se é branco, não coma! Acúcar branco, Farinha branca, leite branco, arroz branco, sal
branco. São assassinos!” Dr. Llaila Afrika

“Imhotep estabeleceu escolas medicinais holísticas durante o regime do Faraó Zozer


(Djoser) na Quarta Era Dinástica.Os livros médicos produzidos por Imhotep (20 volumes)
espalharam o uso alopático, homeopático e naturopático de ervas e técnicas de diagnóstico
por todo o continente.” Dr. Llaila Afrika

“O preço da liberdade pode ser alto, mas o preço que nós pagamos por sermos aprisionados
e cortados das verdadeiras raízes do nosso ser , é ainda maior.” Queen Afua

“ As condições do útero de uma mulher, refletem diretamente as condições de suas mentes,


espíritos e ações. O útero é um receptáculo de todas as nossas emoções.”
Queen Afua

“ Você deve planejar e cultivar a boa saúde. Você deve se comprometer com a boa saúde.
Você deve viver a boa saúde porque isso vem de dentro de você. Isso vem do que você traz
pra sua vida: pensamentos positivos e empoderadores, orações e afirmações, companhias
enriquecedoras, e comida viva de alta qualidade. Pra ter uma excelente saúde, você
precisa investir tempo e energia na transformação do Templo que é o Corpo Sagrado. E
uma vez que você adquira uma saúde excelente, você deve mantê-la vigilantemente. Esse
é o verdadeiro desafio divino, um que você precisa cumprir.” Queen Afua

“A disciplina deixa as coisas mais fáceis para você organizar sua vida.” Dead Prez
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 29

“Quando a motivação está baixa, é hora da disciplina tomar o controle.” RBG FitClub

“A sociedade se tornou tão obcecada com o fitness como uma performance externa, ao
ponto de estarmos desconectados ao fitness como uma experiência interna.”
RBG Fitclub

“Cultive o hábito de ser grato!” Afya Ibomu

“ Me apropriar de minhas escolhas, significa pra mim que eu escolho crescer e não ficar
engessado em ações disfuncionais, ou modelos, maus hábitos, etc. Significa que eu aprendo
com minhas escolhas, construo reflexões e correções…e essa é A CHAVE – deixar partir o
que não pode ser mudado e seguir em frente” Stic Man

“Três coisas que um homem deve saber para sobreviver: O que é demais pra ele, o que é
pouco, e o que é adequado.” Provérbio Africano

“ A juventude é uma dádiva da natureza, mas envelhecer é uma arte.”


Titus Unlimited
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 30

Mayana Oliveira(Nutricionista)
@nutri.mayana

RECEITAS
INDICE DE RECEITAS

Café da manhã........................................32
Almoço.....................................................38
Jantar........................................................44
Pré-treino................................................50
Pós-treino................................................53

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 31


Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 32

café
da
manhã
omelete
Ingredientes:
- 2 ovos
- 2 fatias de queijo minas frescal
- 1/2 tomate picado
- 1/4 cebola picada
- Salsinha picada
- Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo:
- Junte o queijo, tomate e cebola picados.
- Bata os ovos.
- Despeje a mistura dos ovos sobre a frigideira pré-aquecida.
- Coloque os ingredientes sólidos por cima, adicionando a salsinha e os tempero
no final.
- Quando as bordas estiverem soltando da frigideira, dobre a omelete.
- Deixe por mais alguns minutos e sirva!

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 33


wrap
integral
proteico
Ingredientes
MASSA
50g de farinha de aveia
¼ xícara de água morna
1 pitada de sal

Modo de preparo:

Massa - Misture aos poucos a água com a farinha de aveia com as mãos até formar uma massa, se necessário
acrescentar um pouco de farinha/água até ficar ao ponto de soltar da mão. Esticar a massa até ficar redonda
e fina como uma pizza (quem não tiver o rolo para abrir a massa, use a coqueteleira girando na horizontal,
funciona muito bem). Colocar na frigideira antiaderente a massa e deixar dourar de um lado e do outro.
Depois da massa pronta, acrescente os ingredientes do recheio: use a criatividade! Exemplo: Passe o queijo
cotagge pela massa, acrescente alface e por último as rodelas de tomate, feito isso, enrole a massa e deixe no
teflon até chegar à consistência da qual desejar. Você também pode acrescentar orégano ou gergelim para
incrementar a massa!

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 34


ovo
frito
na
água
Ingredientes
1 ovo
½ xícara de água
Azeite de oliva
Sal

Modo de preparo:

Numa frigideira antiaderente coloque ½ xícara de água e 1 fio de azeite e deixe aquecer.
Coloque o ovo e deixe cozinhar mexendo p não grudar. Adicione sal a gosto.
Dica: Pode ser colocado curry, páprica, cheiro verde ou queijo branco para ir modificando o
sabor do ovo.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 35


pão
integral

Ingredientes:
- 03 xícaras de farinha de trigo integral (ou outra farinha que tenha em casa);
- 01 xícara de água morna;
- 01 ovo;
- 02 colheres de sopa de óleo de coco (ou óleo de sua preferência);
- 02 colheres sopa de açúcar demerara;
- Sal;
- 01 colher de sopa de fermento para pão;
- 02 colheres de sopa de aveia;
- 01 colher de sopa dos grãos que preferir (linhaça, chia, gergelim e aveia).

Modo de fazer
No liquidificador bater a água, óleo, açúcar e sal (dois minutos). Em outra
vasilha colocar a farinha integral, aveia, os grãos e o fermento de pão. Misturar
o liquido com os ingredientes secos. Colocar em assadeira untada e polvilhada.
Deixar descansar até a massa dobrar de volume. Levar para assar até dourar.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 36


bruscheta
de berinjela

Ingredientes:
3 Berinjelas em cubos
1 colher de sopa de Azeite de oliva extra virgem
1 cebola em cubos
1 tomate em cubos
2 dentes de alho picado
Manjericão
Salsa
Pimenta
Pão integral

Modo de Preparo:
Cozinhar a berinjela, tomate e cebola na água, temperar com
pimenta e alho. No final da cocção acrescentar a salsa. Passe
pasta de alho nas fatias de pão integral e asse. Colocar o refogado
emcima do pão e acrescentar manjericão.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 37


Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 38

ALMOÇO
lasanha
de berinjela

Ingredientes
04 berinjelas maduras
02 colheres de café de sal
04 colheres de sopa de azeite de oliva
03 xícaras de água
02 dentes de alho içado
04 tomates médios sem pele e sem sementes, picados
02 colheres de sopa de manjericão picado
Sal a gosto
Fatias de ricota ou queijo branco
Folhas de manjericão para decorar

Modo de preparo
Lave a berinjela, corte-as em rodelas de 2 cm de espessura e coloque
em um escorredor. Salpique sal e deixe por 20 minutos para perder
líquido. Depois coloque as berinjelas em uma panela com água fervente
e deixe por 10 minutos, ou até ficarem macias. Reserve.
Em uma panela aqueça o azeite, adicione alho e deixe dourar.
Acrescente então os tomates, o manjericão e o sal. Refogue
rapidamente, mexendo com cuidado.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 39


nhoque de
batata doce

Ingredientes
01 batata doce pequena
01 clara
01 colher de farinha de trigo integral

Modo de preparo
Cozinhe a batata doce e amasse em um recipiente. Junte a clara e a
farinha e misture, se ficar muito mole acrescentar mais 01 colher de
sopa de farinha de trigo integral. Faça um rolinho comprido e corte
em pedaços pequenos. Coloque o nhoque em água fervente e espere
subir.
Prepare um molho caseiro e seja feliz!

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 40


panqueca
colorida MASSA DE CENOURA
MASSA DE BETERRABA

MASSA DE CENOURA
Ingredientes RECHEIO DE FRANGO
1 xícara de leite
3 ovos Ingredientes
1 pitada de sal 4 colheres de sopa de azeite
½ xícara de cenoura picada 2 xícaras de frango cozido desfiado
8 colheres de sopa de farinha de trigo integral 1 cebola picada
1 colher de sopa de óleo 1 tomate sem pele e sem sementes picados
1 xícara de milho verde
MASSA DE BETERRABA ½ xícara de salsinha
Ingredientes
½ xícara de beterrada picada Modo de Preparo
Massa de espinafre Em uma panela, aquecer o azeite, dourar cebola e
½ xícara de espinafre picado acrescentar frango. Depois acrescentar os demais
ingredientes.
Modo de Preparo
Bater todos os ingredientes no liquidificador
até formar uma massa homogênea. Aqueça uma
frigideira com um fio de óleo, forre o fundo
da assadeira com a massa e asse os dois lados.
Reservar.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 41


papelote
de peixe

Ingredientes
2 postas de peixe
1 tomate pequeno em rodelas
½ pimentão em rodelas
½ cebola em rodelas
2 alhos amassados
1 pitada de sal
Suco de 1 limão
1 colher de azeite de oliva extra virgem
Pedaço grande de papel alumínio

Modo de Preparo
Temperar p peixe com limão, alho e sal, deixar no tempero por no mínimo 30
minutos. Após o descanso, colocar o peixe no meio do papel alumínio e por cima
colocar o pimentão, a cebola e o tomate cortados em rodelas e por cima o azeite.
Ir unindo as duas pontas do papel e fechando formando uma trouxinha. Colocar
numa assadeira e assar por 20 min. Cuidado ao abrir pois o vapor estará quente.

OBS: nessa forma de preparo podem ser utilizados frutos do mar e frango, além de
outros temperos e especiarias. Monte sua receita!

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 42


filé de peito
de frango
crocante
Ingredientes
1kg de filé de peito de frango sem pele
2 dentes de alho amassados
Sal e pimenta do reino a gosto
3 colheres de sopa de suco de limão
1 colher de chá de orégano
1 colher de sopa de manjericão picado
Gergelim a gosto
200ml de iogurte desnatado
Óleo para untar

Modo de Preparo
Tempere os filés com alho, sal, pimenta, suco de limão, orégano
e manjericão. Marinar o frango na geladeira por 1 hora. Passar o
frango no iogurte e depois no gergelim. Dispor os filés em uma
assadeira untada com óleo e levar ao forno pré-aquecido a 180
graus por aproximadamente 20 minutos ou até que dourem. Sirva
com salada de folhosos verde, opção: rúcula e acelga com manga e
molho de mostarda!

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 43


JANTAR
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 44
torta básica de
liquidificador

Ingredientes Modo de preparo


Massa básica: 1. Misture o recheio em uma vasilha e reserve.
3 ovos 2. Bata todos os ingredientes da massa (menos
1 xícara de água o fermento) no liquidificador. Quando estiver
1/4 xícara de óleo homogêneo, acrescente o fermento e bata mais
1/4 xícara de azeite de oliva uma vez apenas para misturar.
3. Despeje a massa (que fica bem líquida mesmo)
1 dente de alho grande
em cima do recheio e misture bem. Coloque
1 xícara de farinha de arroz
em uma forma untada com óleo e leve ao forno
1 colher de sopa cheia de amido de milho médio pré-aquecido por aproximadamente 40
1 colher de chá de sal minutos. Faça o teste do palito.
1 colher de sopa de fermento químico para bolos

Sugestão de recheio:
1 lata de atum conservado em óleo
1 cenoura grande ralada
1/4 xícara de azeitonas picadas
orégano para polvilhar

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 45


hamburguer
de frango
Ingredientes
300gr de peito de frango
02 colheres de sopa de farinha de aveia
01 colher de sopa de cheiro verde
Tempero a gosto

Modo de Preparo
Triture o peito de frango em um triturador ou liquidificador. Tome cuidado para não moer
muito o frango. Após isto, despeje a aveia e modele o frango no formato de hamburgueres.
Em seguida, aqueça uma frigideira antiaderente e grelhe o hambúrguer dos dois lados.
Obs: Pode ser feito no forno.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 46


sopa de
abóbora
com frango
Ingredientes
3 xícaras de abóboras em cubos, sem casca
2 xícaras de água
½ de cebola ralada
Curry e sal a gosto
1 fio de azeite
2 bifes de frango cozido desfiado
Tempero verde a gosto

Modo de preparo
Coloque a abóbora para cozinhar na água juntamente com o curry e o sal. Depois que
estiver mole, bata no liquidificador a abóbora com a água. Na mesma panela que cozinhou
a abóbora, refogar a cebola no azeite, colocar o frango desfiado, o creme, aguardar ferver e
desligar. Acrescentar o tempero verde.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 47


tomate
rechado com
ricota
Ingredientes
03 tomates médios
01 dente de alho amassado
03 colheres de sopa de ricota fresca
01 colher de sopa de iogurte natural
01 colher de sobremesa de cebolinha picada
01 colher de sobremesa de azeite
Sal e pimenta a gosto

Modo de Preparo
Corte cerca de 1 cm da parte superior do tomate, retire as sementes e tempere com sal,
azeite e alho. Amasse a ricota com o iogurte, salsinha e cebolinha e recheie os tomates.
Leve ao forno até dourar e sirva em seguida.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 48


kibe de forno
com recheio
de ricota e
tomate

Ingredientes Modo de preparo

1 xícara de trigo para quibe Coloque de molho o trigo para quibe em água
½ queijo ricota previamente liquidificada com metade da
1 xícara de salsinha picada cebola, salsinha e hortelã por 2h na geladeira.
1/2 xícara de hortelã picada Amasse a ricota tempere com sal, azeite e
pimenta preta e branca a gosto, junte o restante
1 cebola media picada
da cebola, salsinha e o hortelã. Escorra o trigo.
1 tomate em rodelas
Em uma travessa untada com azeite, coloque
Sal metade da massa de trigo, recheio com a ricota,
Pimenta preta e branca disponha o tomate e coloquei um fio de azeite,
Azeite finalize com o restante da massa de forma
que fique uniforme. Pré-aqueça o forno por 5
minutos, leve o quibe ao forno por 30 minutos
em fogo médio.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 49


Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 50

PRÉ-
TREINO
açaí

Ingredientes
01 polpa de açaí congelada
01 banana nanica
¼ abacate

Modo de Preparo
Bater tudo no liquidificador e beber com granola ou outras fibras.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 51


pudim
de chia

Ingredientes
300 ml de suco de uva integral orgânica
02 colheres de sobremesa de chia

Modo de Preparo
Colocar a chia no suco e levar a geladeira, quando virar um gel, misturar e beber.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 52


Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 53

PÓS-
TREINO
empada
de frango

Ingredientes
MASSA
2 ovos
3 colheres de sopa de goma de tapioca peneirada
5 colheres de sopa de leite desnatado ou de vegetais
Sal a gosto
RECHEIO
Frango desfiado
Creme de ricota

Modo de preparo
Coloque todos os ingredientes da massa em um recipiente e
misture com um garfo ou fouet. Em outro recipiente, misture o
frango e o creme de ricota para o recheio. Unte uma forma de
empada com azeite de oliva ou óleo, ou utilize uma de silicone,
pré-aqueça o forno na temperatura média. Na forma, coloquei
uma porção de recheio e complete com a massa, não coloque
a massa até o topo (metade já é o suficiente. Leve ao forno por
cerca de 45 minutos ou até dourar.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 54


bolo de banana
e maçã de
liquidificador

Ingredientes
3 ovos
2 colheres de sopa de óleo de coco ou azeite de oliva
4 bananas da prata grandes maduras
3 maçãs maduras raladas
2 xicaras de aveia em flocos
1 xicara de granola sem açúcar
Canela a gosto
1 colher de sopa de fermento em pó
Óleo para untar
Castanha do pará picada (opcional)

Modo de preparo
Liquidifique 2 maçãs, 3 bananas, ovos, aveia e canela até virar uma massa
homogênea. Em um recipiente
Recipiente, coloque a massa liquida, a maçã restante ralada, a banana em rodelas, a
granola e o fermento e misture tudo. Assar em forno pré-aquecido por 20 minutos
ou até dourar.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 55


bolinha de
queijo fit

Ingredientes
200gr de frango triturado
200gr de batata doce cozida e amassada
1 ovo
Temperos (sal, pimenta, etc)
Quadradinhos de queijo minas
Gergelim

Modo de preparo:
Misturar todos os ingredientes, menos o frango, até formar uma
massa homogênea. Forme bolinhas com a massa e coloque o queijo
cortado como recheio, e passe no gergelim. Asse em forno baixo até
dourar, em média 20 minutos.
Dica: Pode ser congelado.

Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva - Receitas | 56


www.canalafrofitness.com.br
Alimentação Saudável: Uma Afro Perspectiva | 58

www.canalafrofitness.com.br

Você também pode gostar