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1. O primeiro subtítulo, “esse menino não tem jeito” terá o papel da crítica ao
cotidiano do modelo burguês de ensino público com o autor narrando sua trajetória
enquanto jovem tanto na escola quanto fora dela, nas ruas enquanto trabalhador,
enquanto “adulto precoce”, e a dificuldade naquele espaço consequente das
bagagens trazidas pela sua classe social e pelo discurso adquirido das ruas, tanto
com o cotidiano da favela da Rocinha quanto na vida laboral pelas praias do Rio de
Janeiro. Tais bagagens, tais discursos, colidiram com as demandas
comportamentais das escolas das quais Torquato era consequentemente,
cotidianamente, ora formalmente ora pelas entrelinhas, rechaçado, denotando,
portanto, a dificuldade da escola em assimilar diferentes discursos, demandas e
realidades trazidas pelo estudante, muito devido, em grosso resumo, a uma
necessidade deste modelo educacional, em fazer com que este estudante para
adaptar-se, precise cumprir com o papel de aluno no sentido de uma certa
passividade frente a linguagem, a doutrina e a rotina da sala de aula contrárias
àqueles que são frutos ou habitantes deste entre-lugar onde, em um lugar há uma
demanda prática e ativa pela existência e em outro há esta demanda escolar
protocolar da cartilha comportamental passiva, “não transgressora”.
Com a junção dos dois subtítulos nessa conclusão, Torquato alcança através
da citação de Quijano, o que considera ser o epicentro do problema: A criação de
um modelo de produção intelectual formal colonialista moderno capitalista e
eurocentrado.
A partir daí, finalmente Torquato atinge seu objetivo com este artigo: Propor
reflexão a respeito das realidades e das consequências dos processos de exclusão
e fracasso sistemáticos dos pertencentes as classes trabalhadoras na vida escolar,
além de trazer à realidade propostas de rompimento com este modelo de educação
pública liberal burguesa.