Você está na página 1de 3

AP2 – História e Filosofia – Orientações – 2022.

- A AP2 será uma prova escrita, que será feita remotamente e será entregue pela plataforma,
na sala virtual da disciplina.

- A avaliação deverá ser entregue pela plataforma online, até o final do dia 12 de junho de
2022.

- Seguir a seguinte formatação: fonte Times New Roman; tamanho 12; espaçamento de 1,5;
margens automáticas. Não usar citações ou notas de rodapé. Cada questão deve ser
respondida entre 10 e 20 linhas.

- Solicito que façam um cabeçalho com as informações sobre o curso, sua identificação e a
identificação do pólo ao qual está vinculado.

- A prova é composta por três questões, cada estudante deve escolher DUAS questões para
responder.

- Nas respostas os estudantes devem fazer referências diretas aos autores estudados no curso,
contudo sem fazer citações diretas das obras estudadas. O diálogo com as ideias dos autores
estudados é fundamental para o desenvolvimento das questões.

Segue abaixo a prova:

● Questão 1 (5 pontos)

AP2 – História e Filosofia – 2022.

A existência das mulheres em sociedades patriarcais é atravessada por opressões,


mas as mulheres não têm as mesmas condições de vida e a maneira como cada uma
experimenta a dinâmica entre opressão e privilégio nos revela que elas não compartilham
uma experiência única e universal, pelo contrário, o machismo, o racismo e a exploração de
classe reforçam a “diferença dentro da diferença”. A filósofa francesa Simone de Beauvoir,
em 1949, lançou um livro que se tornou referência para os movimentos de mulheres e para os
estudos feministas. Ao pensar o feminino como o “segundo sexo”, ela afirmava que na nossa
sociedade patriarcal a mulher era o “Outro”. Décadas depois, a intelectual Grada Kilomba,
em Memórias da plantação, afirmou que em sociedades patriarcais e racistas a mulher negra
seria “o outro do outro”. Explique o que a categoria do “Outro” significa no pensamento de
Beauvoir e explique a crítica explícita no pensamento de Grada Kilomba, exemplificando seu
argumento.
Resposta: Observando a influência da dialética do senhor e do escravo de Hegel, Beauvoir
cunhou o conceito de Outro. Segundo o diagnóstico de Beauvoir, a relação que os homens
mantêm com as mulheres é de submissão e dominação. As mulheres estavam enredadas na
má fé dos homens que a veem e a querem como um objeto. Beauvoir mostra em seu percurso
filosófico sobre a categoria de gênero que a mulher não é definida em si mesma, mas em
relação ao homem e através do olhar do homem. Para Simone, a exposição da hermenêutica
do outro é o princípio da reciprocidade que tira o sentido absoluto da ideia de Outro e se
descobre a relatividade, por bem ou por mal os indivíduos e os grupos são obrigados a
reconhecer a reciprocidade de suas relações. Porém, se para Simone de Beauvoir a mulher é o
outro por não ter reciprocidade do olhar do homem, para Grada Kilomba, a mulher negra é o
outro do outro, posição que a coloca num local de mais difícil reciprocidade. Por serem nem
brancas, nem homens, as mulheres negras ocupam uma posição muito difícil na sociedade
supremacista branca. Nós representamos uma espécie de carência dupla, uma dupla
alteridade, já que somos a antítese de ambos, branquitude e masculinidade.

● Questão 2 (5 pontos)

O pensamento decolonial tem sido muito visitado ultimamente por intelectuais,


estudiosos e até mesmo artistas que buscam uma compreensão da realidade e do processo
histórico com um viés mais crítico, sobretudo no que diz respeito ao legado da colonização
europeia nas Américas. Dentre as características do pensamento decolonial podemos citar a
crítica ao eurocentrismo, inclusive como uma forma de afirmação das culturas e saberes
locais. Explique como Aníbal Quijano compreendia a colonialidade do poder e cite 3
características de seu funcionamento.

Resposta: Para Quijano, a globalização é uma derivação do padrão de poder


mundial, padrão que tem em seu eixo principal a classificação social, que foi difundida
através da ideia de raça, utilizada como uma forma de dominação colonial eurocêntrica. A
colonialidade global é estruturada de forma triangular nas interfaces do poder, saber e ser. Por
colonialidade compreende-se a continuidade de um padrão de poder articulado em
representações binárias e hierárquicas de construção de sentido. Pode-se afirmar que o grupo
Modernidade/Colonialidade integra-se na percepção da colonialidade do poder, saber e ser,
como estruturantes das relações políticas globais. Aníbal Quijano possui um papel de
destaque na teorização do grupo, definindo a colonialidade do poder. Sua primeira
característica de pensamento baseou-se na diferença entre colonizados e colonizadores,
situando os colonizados como inferiores, com a ideia de raças. Outra característica marcante
Após a configuração de raça surge à dominação pelo sexo, em uma sociedade patriarcal a
mulher era subjugada ao homem, porém se a mulher fosse branca e o homem negro, este seria
inferior à mulher branca. Por fim, pode-se citar Capitalismo hegemônico: envolvendo o
controle do trabalho, dos recursos e dos produtos; 2- Família burguesa: controlando o sexo,
seus recursos e produtos.

Você também pode gostar