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Resenha Crítica

Discente:
Matrícula:
Obra: NETTO, Arthur Prado. COSTA, Orlando Santana. A IMPORTÂNCIA DA
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E SUAS TEORIAS PARA O CAMPO DO
ENSINO-APRENDIZAGEM. Fragmentos de Cultura, Goiânia, v. 27, n. 2, p. 216-224,
abr./jun. 2017.

A presente resenha consistirá em uma análise crítica acerca da funcionalidade do


behaviorismo radical e da psicologia da aprendizagem, como métodos científicos e
desenvolvedores de habilidades intelectuais, sociais e comportamentais no processo de
ensino-aprendizagem na área educacional.
Costa e Netto, 2017, iniciam suas reflexões definindo o conceito de aprendizagem
como um processo de aquisição de novos conhecimentos por meio de experiências sociais e
fatores genéticos, que apresentam uma modificação no comportamento humano em
conjunção aos fatores mentais, físicos e sensoriais ao longo do desenvolvimento previsto.
Observa-se então a existência de variadas teorias de aprendizagem que questionam
criticamente as práticas de professores em sala de aula, analisando a necessidade da
construção de vínculos entre o aprender e o ensinar a partir da cientificidade dos processos e
dimensões da pedagogia.
Para Costa e Netto, 2017, a Psicologia da Aprendizagem pode apresentar,
inicialmente, conhecimentos sobre a natureza humana e os padrões evolutivos normais de
desenvolvimento e aprendizagem que irão contribuir para o planejamento e execução de
programas de recuperação e assistência aqueles que se distanciaram dessa pretensa
normalidade na sociedade.
Portanto a Psicologia da Aprendizagem consiste em focar no indivíduo e em seu
desenvolvimento cognitivo perante problemáticas, avaliando seu desempenho e capacidade
de resolução. Já a Psicologia Experimental relacionada à educação procura normalizar
atitudes e ações que não se desenvolveram devido a alguma interferência interna ou externa,
dentro do esperado.
Costa e Netto, 2017, p. 217:

“Assim, é fundamental estudar a Psicologia da


Aprendizagem e suas teorias que tratam da sua
importância para o campo do ensino-aprendizagem e
das contribuições que ela pode dar para a área da
educação e conforme ressalta Bock et all (2008, p.
132), “assim, a Psicologia transforma a aprendizagem
em um processo a ser investigado” pela ciência.”

No desenvolvimento do artigo, os autores se dedicam a analisar o funcionamento das


teorias da aprendizagem na educação de maneira mais específica. Apresentam a ideia do
positivismo de Auguste Comte (1798-1857), que influenciou a construção do conhecimento
psicológico, delimitando um objeto de estudo que buscava compreender os processos
mentais, a razão, os sentimentos, as atividades psíquicas e todo o comportamento humano e
animal.
Costa e Netto, 2017, denotam a importância de se compreender que a Psicologia foi
tida como ciência de fato no século XX por meio do primeiro laboratório de psicofisiologia
criado por Wilhem Wundt (1832-1920) na Alemanha, voltando-se aos estudos básicos do
comportamento através de experiências com animais.Posteriormente Jean Piaget
(1896-1980), Wallon (1879-1962) e Vygotsky (1896-1934) são considerados como os
maiores representantes teóricos acerca da evolução da aprendizagem e conhecimento
humano, trabalhando com a construção histórica onde o sujeito interage com o objeto, para o
desenvolvimento de estruturas cognitivas na mente do ser humano.
O artigo também apresenta o objetivo das Teorias Interacionistas de Base Dialética,
abordando que o nascimento do conhecimento se dá a partir da interação entre sujeito e
objeto para que o mesmo desenvolva seu objeto posteriormente e professor se torne um
mediador deste processo. Segundo Lepre (2008, p. 313), “a teoria de Piaget é a matriz do
Construtivismo, linha teórica proposta pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para o
planejamento, execução e avaliação das atividades pedagógicas nas escolas brasileiras”.
Dessa maneira Emília Ferreiro e Ana Teberosky, 1985, p.28:

"a teoria de Piaget não é uma teoria particular sobre


um domínio particular, mas sim um marco de
referência teórico, mui- to mais vasto, que nos
permite compreender de maneira nova qualquer
processo de aquisição de conhecimento” onde o
professor é um mediador do desenvolvimento
cognitivo do educando para ampliacao da
aprendizagem."

Posteriormente, as Teorias Comportamentais ou Behavioristas Radicais com uma


fundamentação empírica de Skinner, são apresentadas como um contraponto às Teorias do
Behaviorismo Metodológico de base positivista de Watson nos Estados Unidos, sendo aceita
por inúmeros psicólogos. A teoria constituída por Skinner demonstra como o ambiente,
dentre outros fatores, se torna crucial na aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo,
permitindo a mensuração de comportamentos e imediatamente podendo medi-los,
compará-los e avaliá-los, gerando as mais diversas ações e reações comportamentais no meio.
Aproximando-se ao final do artigo, Costa e Netto 2017, preocupam-se em dialogar
sobre as implicações teóricas das Teorias da Aprendizagem e do Behaviorismo Radical de
Skinner nas práticas pedagógicas, produzindo uma ponte de importância científica entre
ambas. Primeiramente, apresentam a escola como um ambiente de formação
pluridimensional, responsável por captar diferentes pensamentos, ideias, religiões, políticas,
culturas e comunidades. Tal ambiente exercerá forte influência na aprendizagem dos
indivíduos, através de uma colaboração construtiva existente na comunidade escolar.
Portanto as práticas pedagógicas irão se basear nas concepções teóricas mais
adequadas às situações-problemas enfrentadas pelo professor em um determinado momento,
auxiliando-o na preparação de suas aulas e na oferta de um ensino de qualidade. Para
Coutinho e Moreira, 1998, p.58-9, o Behaviorismo, no processo de aprendizagem e
conhecimento decorre da relação estímulo-resposta (S-R) e das ações praticadas pelas
crianças, tendo como objetivo a aquisição de novos comportamentos ou a mudança dos já
existentes; pois o ensino decorre da adap- tação e planejamento de reforços através dos quais
o aluno é levado a adquirir ou modificar uma conduta.
Para Piaget (1999), no Construtivismo a aprendizagem só ocorre mediante a
consolidação das estruturas de pensamento e consolidação de esquemas. Para Wallon, a
aprendizagem está relacionada com o desenvolvimento da individualidade como unidade
afetiva e cognitiva dos sujeitos. E segundo Vygotsky (1998), a aprendizagem sempre inclui
relações entre pessoas, ele defende a ideia de que não há um desenvolvimento pronto e
previsto dentro de nós que vai se atualizando com o passar do tempo.
Para Costa e Netto, 2017, a Psicologia da Aprendizagem proporciona que o
desenvolvimento da aprendizagem é a passagem pela qual a criança se apropria ativamente
do conteúdo da experiência humana, daquilo que conhece seu grupo social. Para que a
criança se integre num grupo de seres humanos maduros, é necessário o convívio com
pessoas adultas e com outras crianças mais experientes para uma troca de saberes individual e
coletiva.
Após a apresentação de inúmeras teorias e metodologias que cercam o
desenvolvimento humano e sua aprendizagem, os autores consideram que a compreensão
dessas práticas educativas atreladas a Psicologia da Aprendizagem Interacionistas e
Cognitivistas, contribuem de forma significante para o processo de ensino-aprendizagem dos
indivíduos, proporcionando-os aperfeiçoamento social, intelectual e comunitário, por
intermédio das técnicas e abordagens dos profissionais da educação.

Referência Bibliográfica
BOCK, Ana Mercês Bahia; FUTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psico-
logia da aprendizagem. In:_____. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14.
ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 132-149.

FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1985.

LEPRE, Rita Melissa. Contribuições das teorias psicogenéticas à construção do conceito de


infância: implicações pedagógicas. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.11, n.3, p.309-318,
set./dez. 2008.

PIAGET, Jean. Fazer e compreender. Tradução de Christina Larroudé de Paula Leite. São
Paulo: Melhoramentos Editora da Universidade de São Paulo, 1978.

PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
SKINNER, Burrhus Frederic. Sobre o behaviorismo. Tradução de Maria da Penha Villalobos.
10. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,


1998.

WALLON, Henri. Henri Wallon: a evolução psicológica da criança. Tradução Claudia Ber-
liner. São Paulo: Martins Fontes, 2007. (Coleção Psicologia e Pedagogia).

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