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Cidade e relação
Texto: Eckert, Cornelia & Rocha, Ana Luiza. Etnografia de e na rua; estudo de antropologia
urbana.
http://www.biev.ufrgs.br/
Dialoga criticamente com a idea de Indústria Cultura, Benjamin relativiza, fala que algumas
obras de arte e tbm desenvolvimento de técnicas podem gerar reflexão, não é só massificação.
Benjamin fala de Chaplin, por exemplo, que usa técnicas dessa indústria hegemônica, mas
têm fins político, é dialético, menos pessimista que Adorno. “Existe uma brecha em que o
Messias pode entrar”. Ideia de politização da arte (revolucionário) que pode combater a
estetização da política (facismo/capitalismo).
Walter Benjamin: no texto ele passa pelas mudanças que aconteciam em Paris, desde a
arquitetura das galerias, ou o uso do ferro e novos jeitos de consumir. A indústria do luxo.
Dialogando com Marx, o autor discute a mudança que o valor e a mercadoria parecem ter no
mundo moderno, as coisas param de ser valorizadas pela sua utilidade, ele exemplifica com
os deslocamentos de trabalhadores pra ver as exposições universais, ou os colecionadores.
Além disso, a relação do homem moderno com o privado, a separação escritório e casa, a
casa como um lugar de expressar sua personalidade. O autor está atendo as dinâmicas de
poder e a luta de classe, por exemplo, ao explicar que as Boulevard foi pensada
principalmente para impedir guerra civil e desmobilizar trabalhadores, impedindo as barracas,
mas não coloca esses fatores como único ponto importante da análise. Ele firma: “O
Benjamin trabalha com uma crítica a essa arquitetura como uma forma de trabalhar a
privacidade burguesa.” O exemplo da fotografia mostra as disputas que estavam acontecendo,
a técnica e os antigos jeitos de comercializar a arte, nesse sentido, a questão econômica não
têm primazia.
Os autores desenvolveram suas teorias próximos ao período da EC, mas não entraram no
cânone, ele negro, ela mulher. D. Bois estudava as desigualdades raciais inscrita em qualquer
área da sociedade e vai contra o desenvolvimento do racismo científico. Um metodólogo,
afirma a importância de pesquisas empíricas reais que utilizam de métodos qualitativos e
quantitativas. Ele ajudou a criar o espaço onde a explicação propriamente sociológica
floresceu, indo contra explicações biologizantes, ele ajudou a fundar uma escola. A
imbricação entre raça e modernidade é fundante, ele já afirmava que não dá pra falar de
modernidade sem pensar os mecanismos de desigualdade racial, eles são um componente da
modernidade. Du bois é um revisão sobre a narrativa da sociologia. Outros enquadramentos,
como Durkheim, ou Florestãn, pensam em passagem do antigo regime para um sociedade
competitiva de classe, o preconceito racial seria um resquício do passado, não algo
constitutivo estruturalmente. Du bois vê a raça como um marcador de diferenciação social.
e Janes Addams fez uma etnografia sobre a velhice. Figura importante na Assistência social,
no texto ela trata do conto do Diabo e porque isso interessa às idosas, um texto muito
etnográfico e sensível.
O texto de Lícia Valladares é uma resenha curta do livro “Sociedade de Esquina” (1943) , ela
descreve o livro como uma leitura obrigatória dos estudos urbanos, exemplar em mostrar
como se faz uma boa etnográfia. Lícia foca em fazer colocações metodológicas sobre a
pesquisa etnografica, indicando “10 mandamentos”. Ela marca a influência da Escola de
Chicago nos escritos de William Foote WHYTE e o coloca como um exemplo de etnografia
que não reduz as áreas empobrecidas a “ausências”, ou a miserabilidade, ou até mesmo ao
populismo. Lícia retoma a importância do DOC, os interlocutores intermediários (que são
sobretudo co-pesquisadores) para a inserção no campo, principalmente para permitir ao
pesquisador aprender os códigos, hierarquias e modos de proceder dentro desse novo
contexto. A autora aponta a necessidade de entender que o pesquisador é alguém de fora, e
deve assumir isso e se relacionar com o outro a partir desse pressuposto. O pesquisador está
sempre sendo observado, até mesmo com desconfiança, a “imersão total”, portanto, não faz
sentido. Lícia retoma a importância do tempo e da rotina para se realizar etnografias em
sociedades complexas, coloca ser imprescindível aprender como os erros, refletir sobre o
porque de alguma recusa.
Aula 06
Nesse texto o professor discute como foi feita sua etnografia no Bairro Alto Lisboa. Na
introdução do texto ele dá o contexto histórico de construção do bairro, um pouco da sua
arquitetura e também discute conceitualmente a ideia de “bairro”, nos sentidos de Latour,
como um lugar com “territorialidades mais intensivas e definida”, com diversas redes de
relações. Em uma seção ele traz a discussão sobre ter suposto que haveria uma alteridade
próxima por falar a mesma língua, no entanto, no campo o diferencial do país e ser lido
enquanto brasileiro era sempre marcado, ora contribuindo com a aproximação, ora
distanciando. A sua pesquisa foi se dando mais especificamente em uma Rua, a Barroca, lá
grupos heterogêneos socializam a noite e o autor quer mostrar como a presença residencial
dos idosos nos bairros não têm só tensões, mas também há relação “positiva” entre eles e
memórias sobre o bairro que são constantemente revividas. Além disso, o bairro, seus limites,
fronteiras e o simbólico sobre ele é algo construído continuamente. A proximidade com
interlocutores foi se dando a partir das redes que eram e já estabelecidas entre eles, uma bola
de neve, o autor conta que foi “escolhido” pelos interlocutores e não o contrário,
interlocutores que o levava a outros atores, o apresentavam enquanto “gente da gente”, nesse
sentido, a pesquisa só é possível porque ele segue redes de pessoas que mantinham uma
relação antiga com o bairro, que rememoram o passado-presente e as mudanças que essa
nova juventude traz ao bairro, saindo do “vinho tinto branco” para “caipirinhas, vodkas e
drogas ilícitas”. O central foi ver que ao não estar necessariamente fixo Frúgoli também
circulou por outras ruas, mesmo que com menos frequência.