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Cidade e Relação - Revisão Prova;

Notas de Aula - Cidade e Relação

Cidade e relação

Aula 02 - Painel da formação da antropologia urbana brasileira: “Narradores urbanos”.

Texto: Eckert, Cornelia & Rocha, Ana Luiza. Etnografia de e na rua; estudo de antropologia
urbana.

[Prova] Cidade e Relação - Heitor Frúguli

http://www.biev.ufrgs.br/

Aula 3 – Caminhar e observar a cidade: espaços públicos, etnografia e gênero

1. Benjamin, Walter. Paris, a capital do século XIX

Dialoga criticamente com a idea de Indústria Cultura, Benjamin relativiza, fala que algumas
obras de arte e tbm desenvolvimento de técnicas podem gerar reflexão, não é só massificação.
Benjamin fala de Chaplin, por exemplo, que usa técnicas dessa indústria hegemônica, mas
têm fins político, é dialético, menos pessimista que Adorno. “Existe uma brecha em que o
Messias pode entrar”. Ideia de politização da arte (revolucionário) que pode combater a
estetização da política (facismo/capitalismo).

A ESTÉTICA DO CINEMA POR WALTER BENJAMIN | Paulo Niccoli Ramirez

Walter Benjamin: no texto ele passa pelas mudanças que aconteciam em Paris, desde a
arquitetura das galerias, ou o uso do ferro e novos jeitos de consumir. A indústria do luxo.
Dialogando com Marx, o autor discute a mudança que o valor e a mercadoria parecem ter no
mundo moderno, as coisas param de ser valorizadas pela sua utilidade, ele exemplifica com
os deslocamentos de trabalhadores pra ver as exposições universais, ou os colecionadores.
Além disso, a relação do homem moderno com o privado, a separação escritório e casa, a
casa como um lugar de expressar sua personalidade. O autor está atendo as dinâmicas de
poder e a luta de classe, por exemplo, ao explicar que as Boulevard foi pensada
principalmente para impedir guerra civil e desmobilizar trabalhadores, impedindo as barracas,
mas não coloca esses fatores como único ponto importante da análise. Ele firma: “O
Benjamin trabalha com uma crítica a essa arquitetura como uma forma de trabalhar a
privacidade burguesa.” O exemplo da fotografia mostra as disputas que estavam acontecendo,
a técnica e os antigos jeitos de comercializar a arte, nesse sentido, a questão econômica não
têm primazia.

2. Elkin, Lauren. Flâneuse-ando

Flâneuse, de Lauren Elkin


No texto a autora discute a figura do flaner como uma figura tipicamente masculina e
previlegiada, que se perde na multidão, que não têm responsabilidades. A autora retoma os
usos desse conceito e coloca como cada autor (e também artistas, membros da elite burguesa)
impria a ele seu próprio significado, era portanto, mutável. Se vendo como uma flâneuse em
Paris, ela passa a se perguntar de onde estão as mulheres que vagam pela cidade. Vários
personagens colocam como impossível essa figura, tanto pela invisibilidade que não é dada às
mulheres que caminhavam só por paris (sobretudo as ricas), quanto pela associação a
mulheres que vagavam/”livres” como as prostitutas (a autora inclusive descute que havia
naquela época uma série de regras que restringiam o movimento dessas mulheres, sendo
contraditório associar a liberdade). Elkin retoma rapidamente que as mulheres sempre
habitavam as ruas, eram elas que vendiam frutas nas bancas, as mulheres que já trabalhavam
e que as vezes eram lidas como sem moral. Mas a autora avança pouco no debate de classe, e
foca apenas nas mulheres burguesas. O que Elkin propôe é pensar esse conceito masculino de
flâuner dentro de outra lógica, a partir das experiências “de mulheres”. Com o andar da
carruagem, a primeira guerra, mais mulheres na indústria, as lojas de departamento, a
circulação de mulheres no espaço público passa a ser menos chocante.

Aula 04 - Escola de Chicago, estudos urbanos e novas referências canônicas

Frúgoli Jr., H. O urbano em questão na antropologia (2005);


Nesse texto o autor propõe estudar três momentos da antropologia urbana e sua interface com
a sociologia. Ele começa recapitulando os avanços da Escola de Chicago, que utilizando da
etnografia, estudou as sociedade modernas/complexas e conseguiu avançar a discussão
sociológica/antropológica no que diz respeito a perceber a diversidade da cidade e notar as
organizações (em seus mais variados modos) presentes no espaço urbano. Muito dos autores
da EC estudaram periferias, ou os guettos, o estudo etnográfico permitiu desmistificar o
modo como se olhava, tratando apenas no termo da intervanção com Políticas Públicas ou
como desorganização. A EC foi importante no processo de espacialização do social e
sociologização do espaço. Nessa época se desenvolve os primeiros estudos de uma
antropologia DA cidade, e não apenas NA cidade, que passa a ter na cidade um ponto central
de reflexão. O autor friza que mesmo, muita das vezes, trabalhando com objetos próximos, a
antropologia e sociologia usam da etnografia e têm abordagens distintas. Aprofundando essa
questão, na seção seguinte o Frúgoli dialoga como os estudos das periferias em SP nos anos
70 teve pontos distintos, enquanto na sociologia, próxima ao marxismo, focava-se nos
aspectos “macrossociais”, recebendo críticas de uma estrutura sem sujeito, a antropologia
focava-se no “microssocial”, dava ênfase a uma abordagem que estudava os modos de vida, a
sociabilidades, e recebia críticas por pensar o urbano distante da política, da economia e do
poder. A antropologia urbana, que buscava se firmar como campo do saber, apontava a cidade
como um espaço em que os atores poderiam ter diferentes funções sociais (especialmente
tratado por Gilberto Velho e Viveiro de Castro ao fim dos anos 70). Em São Paulo Durham
marcava como os moradores viam habitar a periferia enquanto processo para próximas
mudanças, em torno disso estava a centralidade da construção de casas e também da luta
auto-organizada por equipamentos urbanos, mas ao mesmo tempo ali floresciam outros
modos de sociabilidade, algo que os estudos marxistas não davam conta, o campo simbólico.
Na última seção o autor aborda como vem sendo tratada a periferia na antropologia urbana
mais recentemente, cita o processo de aumento do desemprego; expansão das áreas
periféricas; quebra da CEB; entrada da ONGs; do neopentecostalismo; do hip-hop; as críticas
ao projetos urbanisticos; às organizações criminosas; aumento do tráfico de droga; violências;
instituições paralelas ao Estado (ou regimes normativos);

- Ver algo do sociedade de Esquina

Texto Du Bois e Janes Addams


W. E. B. Du Bois: um clássico da sociologia moderna? | Nexo Políticas Públicas

Os autores desenvolveram suas teorias próximos ao período da EC, mas não entraram no
cânone, ele negro, ela mulher. D. Bois estudava as desigualdades raciais inscrita em qualquer
área da sociedade e vai contra o desenvolvimento do racismo científico. Um metodólogo,
afirma a importância de pesquisas empíricas reais que utilizam de métodos qualitativos e
quantitativas. Ele ajudou a criar o espaço onde a explicação propriamente sociológica
floresceu, indo contra explicações biologizantes, ele ajudou a fundar uma escola. A
imbricação entre raça e modernidade é fundante, ele já afirmava que não dá pra falar de
modernidade sem pensar os mecanismos de desigualdade racial, eles são um componente da
modernidade. Du bois é um revisão sobre a narrativa da sociologia. Outros enquadramentos,
como Durkheim, ou Florestãn, pensam em passagem do antigo regime para um sociedade
competitiva de classe, o preconceito racial seria um resquício do passado, não algo
constitutivo estruturalmente. Du bois vê a raça como um marcador de diferenciação social.

e Janes Addams fez uma etnografia sobre a velhice. Figura importante na Assistência social,
no texto ela trata do conto do Diabo e porque isso interessa às idosas, um texto muito
etnográfico e sensível.

Aula 05 - Observação participante em contexto urbano: relações entre Whyte e Doc

O texto de Lícia Valladares é uma resenha curta do livro “Sociedade de Esquina” (1943) , ela
descreve o livro como uma leitura obrigatória dos estudos urbanos, exemplar em mostrar
como se faz uma boa etnográfia. Lícia foca em fazer colocações metodológicas sobre a
pesquisa etnografica, indicando “10 mandamentos”. Ela marca a influência da Escola de
Chicago nos escritos de William Foote WHYTE e o coloca como um exemplo de etnografia
que não reduz as áreas empobrecidas a “ausências”, ou a miserabilidade, ou até mesmo ao
populismo. Lícia retoma a importância do DOC, os interlocutores intermediários (que são
sobretudo co-pesquisadores) para a inserção no campo, principalmente para permitir ao
pesquisador aprender os códigos, hierarquias e modos de proceder dentro desse novo
contexto. A autora aponta a necessidade de entender que o pesquisador é alguém de fora, e
deve assumir isso e se relacionar com o outro a partir desse pressuposto. O pesquisador está
sempre sendo observado, até mesmo com desconfiança, a “imersão total”, portanto, não faz
sentido. Lícia retoma a importância do tempo e da rotina para se realizar etnografias em
sociedades complexas, coloca ser imprescindível aprender como os erros, refletir sobre o
porque de alguma recusa.

Texto - William Foote WHYTE

Aula 06

Aula 07 - Etnografia no Contexto Lisboeta

Frúgoli Jr., H. Relações entre múltiplas redes no Bairro Alto (Lisboa)

Nesse texto o professor discute como foi feita sua etnografia no Bairro Alto Lisboa. Na
introdução do texto ele dá o contexto histórico de construção do bairro, um pouco da sua
arquitetura e também discute conceitualmente a ideia de “bairro”, nos sentidos de Latour,
como um lugar com “territorialidades mais intensivas e definida”, com diversas redes de
relações. Em uma seção ele traz a discussão sobre ter suposto que haveria uma alteridade
próxima por falar a mesma língua, no entanto, no campo o diferencial do país e ser lido
enquanto brasileiro era sempre marcado, ora contribuindo com a aproximação, ora
distanciando. A sua pesquisa foi se dando mais especificamente em uma Rua, a Barroca, lá
grupos heterogêneos socializam a noite e o autor quer mostrar como a presença residencial
dos idosos nos bairros não têm só tensões, mas também há relação “positiva” entre eles e
memórias sobre o bairro que são constantemente revividas. Além disso, o bairro, seus limites,
fronteiras e o simbólico sobre ele é algo construído continuamente. A proximidade com
interlocutores foi se dando a partir das redes que eram e já estabelecidas entre eles, uma bola
de neve, o autor conta que foi “escolhido” pelos interlocutores e não o contrário,
interlocutores que o levava a outros atores, o apresentavam enquanto “gente da gente”, nesse
sentido, a pesquisa só é possível porque ele segue redes de pessoas que mantinham uma
relação antiga com o bairro, que rememoram o passado-presente e as mudanças que essa
nova juventude traz ao bairro, saindo do “vinho tinto branco” para “caipirinhas, vodkas e
drogas ilícitas”. O central foi ver que ao não estar necessariamente fixo Frúgoli também
circulou por outras ruas, mesmo que com menos frequência.

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