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A Artigo de Revisão

Freire TC & Araújo MLD

A utilização da arginina em pacientes com sepse


The use of arginine in patients with sepsis

Thayana da Conceição Freire1 Resumo


Maria Lúcia Diniz Araújo2 Introdução: A sepse é uma síndrome inflamatória sistêmica grave, de origem infecciosa, em
tecidos estéreis, e que pode determinar disfunção ou falência de um ou mais órgãos, devido a
sua intensa atividade inflamatória e ativação do complexo de coagulação, manifestando-se em
níveis distintos de gravidade. Objetivo: O objetivo deste trabalho é abordar os aspectos clínicos
e nutricionais do uso da arginina na sepse através de uma revisão da literatura, descrevendo a
síndrome e as características do aminoácido, verificando a prevalência da sepse no mundo e no
Brasil e abordando os possíveis benefícios e a quantidade recomendada que beneficie o paciente
diagnosticado com a síndrome. Resultados: Apesar dos progressos no diagnóstico e no trata-
mento, continua sendo uma das grandes causas de morbimortalidade em todo o mundo, cerca
de 30-80%. Em 2001, a Conferência Internacional de Definição da Sepse optou em ampliar a
lista de sinais e sintomas, determinando o diagnóstico da síndrome em exame clínico. Algumas
estratégias terapêuticas primárias são adotadas, mas vê-se a importância da terapia nutricional
adequada. A arginina, nutriente imunomodulador, é um aminoácido não essencial ao adulto
saudável, mas em algumas condições clínicas é classificada como semi-essencial, pois a sua
demanda é ainda maior e sua disponibilidade é reduzida. Atualmente, há discussão se a suple-
mentação de arginina deve ou não ser realizada em casos de sepse grave, já que pode resultar
em aumento da produção de óxido nítrico, levando ao dano tecidual, da mesma forma que ainda
não há um consenso em relação à quantidade fornecida.

Abstract
Introduction: The sepsis is a grave systemic inflammatory syndrome, of infectious origin, on sterile
tissues, and that may determine dysfunction or failure of one or more organs, due to its intense
Unitermos: inflammatory activity and the activation of the coagulatory complex, manifesting itself in distinct
Sepse. Fatores imunológicos. Arginina. levels of gravity. Objective: The objective is to address the clinical and nutritional aspects of the
use of arginine in sepsis through a literature review, describing the syndrome and the characteristics
Key words: of the amino acid, checking the prevalence of sepsis in the world and in Brazil and addressing
Sepsis. Immunologic factors. Arginine. the potential benefits and the amount recommended that benefits the patient diagnosed with
the syndrome. Results: Despite the progress achieved in diagnosis and treatment, it continues
Endereço para correspondência: to be one of the great causes of morbimortality all over the world, around 30-80%. In 2001,
Maria Lúcia Diniz Araújo the International Conference for the Definition of sepsis chose to increase the list of signs and
Rua Ferreira Lops, 401, apt° 1501 – Parnamirim – symptoms, determining the diagnosis of the syndrome on a clinical exam. Some primary thera-
Recife, PE, Brasil – CEP 52060-200
peutic strategies are adopted, but the importance of an adequate nutritional therapy is clearly
E-mail: mldinizaraujo@hotmail.com
visible. The arginine, an imunomodulator nutrient, is a non-essential amino acid to the healthy
Submissão adult, but under certain clinical conditions it is classified as semi-essential, for its demand is even
16/11/2011 greater and its availability is reduced. Currently, there is a discussion if the supplementation of
arginine should or not be executed in cases of grave sepsis, since it may result in the increase
Aceito para publicação of the production of nitric oxide, leading the tissue damage, in a similar manner, there isn’t a
28/3/2012 consensus regarding the quantity supplied.

1. Graduada em nutrição pela Faculdade Maurício de Nassau (FMN), Recife, PE, Brasil.
2. Docente do curso de Nutrição da FMN, mestre pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

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A utilização da arginina em pacientes com sepse

INTRODUÇÃO SEPSE
Na Grécia Antiga, o termo Pepse era atribuído ao A sepse é uma síndrome inflamatória sistêmica grave, de
método de fermentação do vinho e ao processo de digestão origem infecciosa, em tecidos estéreis, e que pode determinar
da comida, indicando vida e boa saúde. O termo Sepse, disfunção ou falência de um ou mais órgãos, devido a sua
por sua vez, foi aplicado aos casos onde havia putrefação, intensa atividade inflamatória (na fase aguda principalmente)
associando-se com morte e doença1. e ativação do complexo de coagulação. Manifesta-se em
níveis distintos de gravidade e, caso o diagnóstico não seja
Grandes progressos no conhecimento da fisiopatologia da
logo determinado, levando a demora do tratamento, pode
sepse apenas começaram a surgir após a II Guerra Mundial,
levar o indivíduo à morte. A sepse não está restrita apenas
onde pacientes com infecções graves morriam rapidamente,
à síndrome inflamatória sistêmica relacionada à infecção
pois os antibióticos estavam apenas começando a ser usados bacteriana, mas àquela resultante de qualquer microrga-
e aqueles com falência múltipla dos órgãos não podiam ser nismo (fungos ou vírus) e/ou suas toxinas4,11-13.
mantidos vivos. Foi quando Beecher publicou seus estudos
É uma condição aguda ocasionada pela liberação de
a respeito de estados hipovolêmicos, propondo a reposição mediadores inflamatórios associada a um fluxo sanguíneo
rápida do volume perdido como terapêutica1, 2. inadequado nos tecidos e ativação generalizada do endo-
O conhecimento da fisiopatologia continua crescendo, télio, gerando quebra da homeostase com comprometimento
mas ainda com muitas questões em aberto decisórias ao resul- e disfunção de órgãos distantes do foco primário, além da
tado final, pois a gravidade do quadro depende de fatores, depressão miocárdica, redução do volume intravascular
como: a virulência do organismo agressor e pontos-chave e metabolismo aumentado. É reflexo do grau de estresse
relacionados ao hospedeiro, dentre os quais idade, influência orgânico, podendo associar-se a diversas condições clínicas,
genética, sítio de infecção e presença de comorbidades3. como: trauma, queimaduras, pancreatite aguda grave (na
Apesar dos progressos no diagnóstico e no tratamento, ausência de uma identificação de origem infecciosa), inter-
venção cirúrgica, terapia transfusional e infecção4,13.
a sepse continua sendo uma das grandes causas de morbi-
mortalidade em todo o mundo, cerca de 30-80%. A sepse O termo sepse é empregado quando a resposta sistê-
é uma causa importante de hospitalização e a principal mica é clinicamente relevante, mas pode se manifestar
causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTI)4-6. por uma variedade de situações, com uma complexidade
crescente (Tabela 1). Por essa variedade, os termos foram
Alguns nutrientes imunomoduladores, como os ácidos
sendo erroneamente utilizados, concretizando a falta de
graxos de cadeia média e curta, nucleotídeos e aminoá-
homogeneidade e dificultando comparações e investi-
cidos arginina e glutamina, têm a capacidade de interferir gações epidemiológicas. Não é mais considerada uma
tanto na resposta inflamatória quanto na resposta imune doença de definição específica, mas um grupo de doenças
e promover a redução da frequência de infecções e suas com base na predisposição do paciente, na gravidade do
complicações, além da diminuição no tempo de internação, insulto, na resposta fisiopatológica do hospedeiro e na
que também leva ao decréscimo do número de infecções7, 8. quantidade de órgãos envolvidos1, 3, 11, 14.
Atualmente, discute-se se a suplementação de arginina
deve ou não ser realizada em casos de sepse. De modo geral, EPIDEMIOLOGIA DA SEPSE
os benefícios são encontrados, porém alguns autores já não
acreditam nesses efeitos, demonstrando até aumento na taxa de Apesar dos progressos no diagnóstico e no trata-
mortalidade quando comparado ao uso de fórmula padrão9,10. mento, a sepse continua representando um pesado fardo
para os sistemas de saúde. A disfunção de múltiplos
O objetivo deste trabalho é abordar os aspectos clínicos
órgãos contempla parte da responsabilidade da elevada
e nutricionais do uso da arginina na sepse através de taxa de mortalidade, pois é o resultado dos distúrbios
uma revisão da literatura, descrevendo a síndrome e as cardiovasculares que comprometem a oferta de oxigênio
características do aminoácido, verificando a prevalência aos tecidos4- 6.
da sepse no mundo e no Brasil e abordando os possíveis
Nos Estados Unidos, é a causa de 2 a 11% de todas
benefícios e a quantidade recomendada que beneficie o
as admissões hospitalares e, em estudo epidemiológico no
paciente diagnosticado com a síndrome.
país, nos últimos 20 anos, a incidência da sepse aumentou
Dessa maneira, foi realizada uma revisão bibliográfica de 82,7 para 240,4 casos para cada 100 mil habitantes,
com ênfase nos últimos anos (no período entre os anos bem como as mortes relacionadas a ela, mesmo havendo
de 1993 e 2010), fundamentado nas fontes de dados redução da taxa de mortalidade geral entre os pacientes
LILACS, SciELO, Medline, PubMed, revistas indexadas e com sepse. Estudos feitos na Europa, Austrália e Nova
sites governamentais, com base nos seguintes descritores: Zelândia relataram que as taxas de prevalência de sepse
sepse, imunomoduladores e arginina. variavam de 5,1% a 30%3, 6, 11.
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Tabela 1 – Complexidade crescente para sepse.


Presença de bactérias viáveis na corrente sanguínea. Pode não ter relevância clínica e sua
Bacteremia
presença não é suficiente para o diagnóstico de sepse
Síndrome clínica caracterizada por resposta deletéria do hospedeiro a um processo infeccioso; infecção
Sepse acompanhada de resposta inflamatória sistêmica, com a presença de dois ou mais de alguns
critérios clínicos diagnosticados
Reação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou
não-infecciosa, caracterizada pela presença de dois ou mais critérios abaixo:
Síndrome da resposta inflamatória • Temperatura >38°C ou <36°C;
sistêmica (SRIS) • Frequência cardíaca >90 bpm (desde que o paciente não esteja em uso de drogas cronotrópicas negativas);
• Frequência respiratória >20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg;
• Leucócitos >12.000/mm3 ou <4.000/mm3 ou >10% de bastonetes
Sepse associada à disfunção de um ou mais órgãos (SNC, renal, pulmonar, hepático, cardíaco,
Sepse grave
coagulopatia, acidose metabólica)
Sepse com hipotensão arterial, mesmo após adequada reposição volêmica, associado com redução
Choque séptico
da perfusão, acidose lática, oligúria e alteração do estado mental
Adaptado de: Levy MM, Fink MP, Marshall JC, Abraham E, Angus D, Cook D, et al. 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. Crit Care Med.
2003;31(4):1250-615.
irpm: incursões respiratórias por minuto; bpm: batimentos por minuto; SNC: sistema nervoso central; PaCO2: pressão parcial de oxigênio arterial

No Brasil, as diferenças regionais foram relevantes para SINAIS E SINTOMAS DA SEPSE


a taxa de mortalidade, justificadas pela diversidade popu-
A sepse foi definida em 1991 pelo American College of
lacional, bem como pelas diferenças no acesso à saúde. O
Chest Physicians/Society of Critical Care Medicine Consensus
Estudo Brasileiro de Epidemiologia da Sepse (estudo BASES
Conference Committee como um conjunto de pelo menos
– Brazilian Sepsis Epidemiological Study) realizado em cinco
UTIs no sul e sudeste do Brasil com pacientes de doenças duas das seguintes manifestações, na presença de infecção:
distintas encontrou taxas de mortalidade que variaram febre ou hipotermia (temperatura corpórea >38°C ou <
entre 11% e 52,2%, em pacientes com SIRS, sepse, sepse 36°C, respectivamente); taquicardia (frequência cardíaca
grave e choque séptico. Em termos gerais, a mortalidade >90 batimentos por minuto); taquipneia (frequência respira-
teve maior relação com o evento infeccioso do que com a tória >20 movimentos por minuto) ou hiperventilação (pCO2
doença primária. Outro estudo brasileiro analisou dados <32 torr); leucocitose ou leucopenia (contagem de leucócitos
de 75 UTIs em regiões diferentes e encontrou taxas de >12.000/mm3 ou <4.000 mm3 de sangue, respectivamente)
mortalidade de 16,7% para sepse, 34% para sepse grave ou presença de mais de 10% de bastonetes. Essa definição
e 65,3% para choque séptico3, 6. extinguiu de uma vez o termo abrangente de septicemia13, 18, 19.
A expansão dos dados do estudo BASES para outras
Tais definições levaram os pesquisadores a seguirem uma
regiões brasileiras seria de relevante importância para
mesma linha de raciocínio, podendo realizar comparações
estimar com mais precisão a real incidência de sepse e a
morbimortalidade nas UTIs brasileiras. entre seus estudos. Porém, esses critérios apresentaram
pouca especificidade para um diagnóstico mais preciso. Foi
Koury et al.16, em estudo prospectivo, observacional
e com amostragem não-aleatória formado por 199 quando a Conferência Internacional de Definição da Sepse,
pacientes da UTI de um hospital particular do Recife, em 2001, contando com a experiência de pesquisadores de
classificados com sepse (1%), sepse grave (74,9%) e várias partes do mundo, optou em ampliar a lista de sinais e
choque séptico (24,1%), identificaram taxa de mortali- sintomas da sepse, como descrito na Tabela 2, determinando
dade de 36,3% para sepse grave e 63,8% para choque o diagnóstico da síndrome em exame clínico baseando-se
séptico, constatando associação entre a gravidade da em tais alterações11, 13.
sepse e o risco de morte16.
A resposta metabólica do organismo à sepse é muito
A maior incidência de sepse deve-se ao envelheci- semelhante à resposta de uma grande cirurgia ou trauma:
mento da população, a procedimentos mais invasivos, ao
aumento do gasto energético, catabolismo protéico e
uso de fármacos imunossupressores e a maior prevalência
oxidação dos lipídeos armazenados juntamente com altera-
de infecção por síndrome da imunodeficiência adquirida
(SIDA). Já Angus et al.17 afirmam em seu estudo que os ções significativas na capacidade do corpo para metabolizar
gastos maiores com sepse foram em lactentes, nos não carboidratos. Tudo isso desencadeia uma resposta endocri-
sobreviventes, nos pacientes de UTI, pacientes cirúrgicos nometabólica intensa, na qual as repercussões podem ser
e com falência de mais de um órgão6, 11, 17. desastrosas, a depender da intensidade da resposta14,19,20.
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A utilização da arginina em pacientes com sepse

TRATAMENTO DA SEPSE por via sistêmica. Para fins terapêuticos em hospitais, pode ser
Apesar das grandes iniciativas quanto a investigações e prescrita na forma de peptídeos, tripeptídeos ou ionizada21.
diagnósticos precoces da sepse, a abordagem inicial continua Embora seja considerado um aminoácido não essencial ao
sendo o suporte clínico ao paciente. Caso nenhum outro rele- adulto saudável, havendo um equilíbrio no catabolismo e anabo-
vante evento não infeccioso seja detectado na suspeita de SRIS, lismo, a arginina tem importante participação durante as fases de
a conduta é orientada para sepse e outras medidas são tomadas crescimento (gestação, infância e adolescência), agindo por meio
de acordo com a gravidade da apresentação do quadro11. do ganho de massa muscular; no trauma (ganho de peso pós-
Algumas estratégias primárias são adotadas, como a trauma, com melhora da cicatrização de feridas pelo aumento
reperfusão tecidual e controle do foco infeccioso de forma na produção de colágeno e aumento na resistência cicatricial);
precoce, auxiliando na redução da mortalidade, apesar de síntese de poliaminas (cátions de baixo peso molecular impor-
na maioria dos casos ocorrer um atraso na determinação do tantes no crescimento celular) via ornitina; no sistema endócrino
diagnóstico da sepse, o que levaria a progressão de múltiplas (aumenta a liberação de GH, insulina e glucagon); no aumento
disfunções orgânicas e grave prognóstico do paciente13. da síntese protéica; biossíntese de outros aminoácidos; ciclo da
A terapia nutricional adequada durante a sepse e infecções ureia (desintoxicação da amônia) e na produção de óxido nítrico
graves é fundamental, pois desempenha um papel importante (NO). Além desses papeis, atua em situações clínicas especiais
na modulação da resposta inflamatória, manutenção da função (septicemia, trauma ou câncer), sendo, então, classificada como
imunológica, anulação do catabolismo muscular, cicatrização aminoácido semi-essencial, pois a demanda de arginina nesses
de feridas e manutenção da função da barreira mucosa14. casos é ainda maior e sua disponibilidade é reduzida, devido à
sua redução na ingestão alimentar, diminuição da síntese endó-
Inúmeros avanços no entendimento da fisiopatologia estão
gena da arginina, e aumento da sua utilização pelo organismo,
sendo determinados, aliados ao crescente potencial benéfico
principalmente para a produção de NO7,10,22,23.
de inúmeras alternativas terapêuticas como tratamento11.
A deficiência de arginina pode levar a sintomas como
astenia (sensação de fadiga e debilidade generalizada,
ARGININA: NUTRIENTE IMUNOMODULADOR
semelhantes à distrofia muscular) e diminuição da produção
A arginina, ou o ácido (L)-2-amino-5-guanidinovalérico, de insulina, alterando o metabolismo da glicose e do lipídeo
é um sólido de aspecto cristalino e branco, praticamente sem hepáticos. Por outro lado, sua toxicidade resulta em diarreia,
odor, de alto ponto de fusão, solúvel em água e sensível à luz dores estomacais e de cabeça, num nível de 50 a 500 vezes
(Figura 1). É mais bem metabolizada na forma hidrolisada a faixa de dose terapêutica, variando de acordo com o peso
por não necessitar de digestão, sendo absorvida diretamente do indivíduo e o grau de estresse orgânico21.

Tabela 2 - Critérios para diagnóstico da sepse.


*Leucocitose (contagem leucócitos totais >12.000/mm3 de sangue)
*Leucopenia (contagem leucócitos totais <4.000/mm3 de sangue)
Variáveis inflamatórias *Contagem de leucócitos totais normal com > 10% de formas imaturas
Proteína C- reativa no plasma > 2 DP acima do valor normal
Procalcitonina plasmática > 2 DP acima do valor normal
Hipotensão arterial (PAS < 90 mmHg, PAM < 70 mmHg, ou redução da PAS > 40 mmHg em adolescentes,
ou PAs / PAM < 2 DP abaixo do normal para idade)
Variáveis hemodinâmicas
Saturação de oxigênio venoso misto > 70% (não válido para crianças)
Índice cardíaco > 3,5 l/min (não válido para crianças)
Hipoxemia arterial (PaO2 / FiO2 < 300)
Oligúria aguda (diurese < 0,5 ml/kg/h)
Creatinina > 0,5 mg/dl
Variáveis de disfunção de órgãos Alterações de coagulação (INR > 1,5 ou KTTP > 60 s)
Íleo paralítico (ausência de ruídos hidroaéreos)
Trombocitopenia (contagem de plaquetas < 100.000 /mm3 de sangue)
Hiperbilirrubinemia (Bilirrubina total > 4 mg/dl)
Hiperlactatemia (> 1 mmol/l);
Variáveis de perfusão tecidual
Enchimento capilar reduzido ou moteamento
Adaptado de: Levy MM, Fink MP, Marshall JC, Abraham E, Angus D, Cook D, et al. 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. Crit Care Med.
2003;31(4):1250-615.
DP: desvio padrão, PAs: pressão arterial sistólica, PAM: pressão arterial média, PaO2: pressão parcial de oxigênio arterial, FiO2: fração inspirada de oxigênio, INR – International Normalized
Ratio, KTTP: tempo de tromboplastina parcial.
* Critérios mantidos do American College of Chest Physicians/Society of Critical Care Medicine Consensus Conference Committee, 1991.

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glândulas endócrinas. É importante secretagogo do hormônio


do crescimento, prolactina e insulina. Estimula a liberação de
glucagon, polipeptídeo pancreático e catecolaminas adrenais,
além de atuar estimulando o metabolismo do nitrogênio e
efeitos benéficos na cicatrização, no mecanismo das defesas
anti-tumor e no metabolismo e crescimento tumoral. É descrita
como estimuladora do hormônio do crescimento hipofisário,
e tem sido relacionada ao aumento da atividade das células
Natural killler e células T-helper e ao estímulo da produção das
citocinas: interleucina-1 (IL-1), interleucina-2 (IL-2), receptor IL-2,
Figura 1 - Fórmula química da arginina. interleucina-6 (IL-6), e o fator alfa de necrose tumoral (TNF-
alfa), que são importantes mediadores na gênese da caquexia.
Também vem demonstrando melhora na condição clínica dos
METABOLISMO DA ARGININA portadores do Mal de Alzheimer, a partir do aumento dos níveis
de poliamina, fundamental na proliferação celular7, 9, 21.
O aminoácido arginina é bem absorvido no trato gastroin-
testinal, produzindo níveis plasmáticos máximos em aproxima- A arginina é precursora de nitritos, nitratos e NO. O NO
damente 2 horas após administração oral. Em uma alimentação é produzido no interior das células, através da reação entre
equilibrada, a arginina não é requerida para manutenção do L-arginina e oxigênio, utilizando como catalizador a NO
balanço nitrogenado, pelo fato da dieta oferecer a quantidade sintetase. No sistema imune, é responsável pela citotoxidade
necessária, mas durante períodos críticos, ocorre uma síntese dos macrófagos ativados e pela inibição da agregação dos
endógena a partir da citrulina, outro aminoácido resultado do neutrófilos. Além disso, é um importante vasodilatador e
metabolismo da glutamina no intestino, que é suficiente para agente oxidativo, danoso às células, devendo ter cuidado
a demanda corporal. A dieta ocidental contém, aproximada- com a suplementação em cardiopatas8,22.
mente, 5 gramas/dia de arginina, que provém principalmente O NO está envolvido em vários fenômenos fisiológicos e
do chocolate, germe de trigo, granola, derivados do leite (queijo fisiopatológicos, incluindo a regulação da pressão arterial, a
cottage, ricota, iogurte), castanhas (coco, nozes, amêndoas, neurotransmissão (função vital na dilatação e constrição de
amendoim), sementes (abóbora, girassol), carnes (frango, boi, pequenos vasos sanguíneos no cérebro), a síntese de proteínas
porco e peru), frutos do mar (lagosta, salmão, camarão, atum), hepáticas, o transporte de elétrons na mitocôndria, a redução
soja cozida e da síntese endógena da arginina pelos rins, a do crescimento bacteriano e tumoral (por mediação da enzima
partir da citrulina; não havendo, por isso, a necessidade de óxido nítrico sintetase), a imunidade mediada por células,
suplementação em casos de homeostase7,21. a hipotensão arterial induzida por septicemia e de algumas
Em casos de solicitação metabólica continuada da argi- doenças neuro-degenerativas, além de ter importante parti-
nina, existe uma neo-síntese nos túbulos proximais renais a cipação na redução da imunossupressão induzida-por-tumor.
partir da citrulina. Proteínas ingeridas são degradadas até Também aumenta os níveis de citrulina, que pode ser convertida
a arginina, que pode ser diretamente absorvida e utilizada para ornitina por fibroblastos, a qual é usada para formação da
no ciclo da ureia no tecido hepático, ou transformadas no prolina e para síntese de colágeno; e também pode ser conver-
epitélio intestinal em ornitina que, juntamente com a glutamina tida para arginina. Assim, níveis adequados de citrulina podem
secretada como glutamato, são convertidas em citrulina. A acelerar os estágios de cicatrização. O NO promove a retenção
citrulina absorvida se transforma em arginina no ciclo renal. A nitrogenada e participa nos metabolismos do nitrogênio e da
citrulina também pode ser convertida diretamente em arginina creatina e na síntese de poliaminas, processos importantes na
no citoplasma das células endoteliais e dos macrófagos. A transcrição do DNA e transdução do RNA7,21.
arginina é absorvida diretamente ou pode ser transformada
em ornitina e citrulina. A arginina absorvida diretamente vai ARGININA: INDICADA OU CONTRAINDICADA NO
para o ciclo da ureia. A citrulina é transportada para os rins, TRATAMENTO DA SEPSE?
onde é substrato da neo-síntese de arginina. Em algumas
células, como os macrófagos, há a transformação da citrulina Atualmente há uma discussão se a suplementação de argi-
em arginina. O rim apresenta grande concentração da enzima nina deve ou não ser realizada em casos de sepse grave, já
arginina sintase, enquanto que no fígado há muita arginase, que pode resultar em aumento da produção de NO, levando
resultando na formação de ureia e ornitina7, 23. ao dano tecidual. Nas situações de inflamação moderada,
a suplementação tem sido indicada10.
A quantidade recomendada diverge bastante entre os
MECANISMO DE AÇÃO DA ARGININA
autores. McCowen & Bistrian24 referem 17g de arginina
A arginina tem múltipla e potente atividade secretagoga por dia ou 2-4% do valor calórico total (VCT). Kreymann
(capacidade de aumentar o volume de secreção) sobre várias et al.25 recomendam doses acima de 12g por dia (0,3 a
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A utilização da arginina em pacientes com sepse

0,5 g/kg/dia) ou de 4% a 6% do VCT. Heyland et al.26 confiança = 0,1, 5,1; p = 0,04), e a permanência hospitalar
defendem uma dose diária de 2% do VCT, cerca de 30 (2,9 dias, intervalo de confiança = 1,4, 4,4; p = 0,0002) em
g/dia para um adulto de 70 kg. Já para doses acima de relação a dieta enteral padrão, porém não alterou a mortali-
4% do VCT, afirmam que levam a perda dos efeitos bené- dade, provavelmente devido à inclusão de populações muito
ficos (imunológicos, retenção nitrogenada, dentre outros), diferentes nos estudos31.
aumentando a mortalidade na sepse. Mas até o ano de Heyland & Samis32, na discussão de três estudos envol-
2004, o National Research Council’s Food and Nutrition vendo subgrupos de pacientes doentes críticos que aparen-
Board ainda não havia estabelecido a recomendação diária temente pioraram com o uso de dietas imunomoduladoras
ou o Requerimento Mínimo Diário (RDA – Recommended suplementadas com arginina, afirmam que esse nutriente seja
Dietary Allowance) de arginina, pois há necessidades dife- responsável pelos danos, capaz de promover um aumento na
rentes de doses suplementadas entre os indivíduos, afetadas produção de NO através do aumento na produção de óxido
pelo tipo de dieta, sexo e ambiente8, 21. nítrico sintetase podendo ter um efeito adverso nos pacientes
Lorente et al.27 avaliaram os benefícios da suplementação doentes críticos. Por estimulação de um desequilíbrio na libe-
da arginina isolada em sete pacientes com sepse, recebendo ração de NO, a arginina pode intensificar a inflamação sistê-
administração endovenosa de arginina isolada, numa dose mica nos pacientes sépticos e em outros grupos de pacientes
de 200 mg/kg/dia. Foi observada ação benéfica sistêmica, onde a óxido nítrico sintetase está acima do normal32.
com vasodilatação pulmonar com consequente aumento no Bertolini et al.33, em análise íntegra de 39 pacientes com
consumo de oxigênio e rendimento cardíaco28. septicemia, de um subgrupo analisado de um grande estudo
No entanto, a suplementação de arginina isolada não é em 237 pacientes, que fizeram uso de uma dieta imuno-
comum na prática clínica, sendo mais ofertada em combi- moduladora específica (IED), suplementada com arginina
nação com outros nutrientes na configuração de fórmula e ω-3, de forma precoce, observaram que a mortalidade
imunomoduladora. Galbán et al.29, em estudo clínico, em UTI foi significativamente maior no grupo que fez uso
prospectivo, randomizado e multicêntrico, utilizaram 181 de IED (44,4% x 23,8%; p = 0,179). Devido ao excesso de
pacientes com sepse admitidos em UTIs de seis hospitais mortalidade nesse grupo, o recrutamento de pacientes com
espanhóis, ofertando nutrição enteral imunomoduladora sepse foi prematuramente suspenso33.
precoce (iniciada 36 horas após o diagnóstico de sepse) Em pacientes com sepse, o uso de pacotes imunomo-
enriquecida com arginina, RNA (ácido ribonucléico) e ácido duladores com arginina pode ser benéfico, contando com
graxo ω-3 para 89 pacientes, e formaram o grupo controle poucos estudos a esse respeito. Mas há outros estudos que
com os 87 restantes. Os autores observaram redução na continuam a apontar os riscos da suplementação desse
mortalidade no grupo com dieta enteral imunomoduladora aminoácido e recomendam com critério o seu uso até que
(19%) em relação ao grupo controle (32%) (p < 0,05), estejam disponíveis maiores esclarecimentos28.
redução no número de pacientes com bactericemia (7,8%
Alguns autores afirmam observar benefícios da suplemen-
contra 21,8%; p = 0,01) e redução do número de pacientes
tação da arginina em pacientes cirúrgicos, com redução na
que apresentaram mais de uma infecção nosocomial (5,6%
taxa de mortalidade e rápida cicatrização das feridas. Porém,
contra 19,5%; p = 0,01)28.
quando é analisada uma população específica de pacientes
Em contrapartida, Heyland et al.26, em metanálise de 22 com sepse, há o aumento da mortalidade, comparados ao
estudos randomizados, incluindo 2.419 pacientes críticos ou grupo que fez uso de fórmulas padrão. Explica-se pelo fato da
submetidos a cirurgias eletivas, observaram que a nutrição enteral arginina aumentar a liberação de citocinas pró-inflamatórias
contendo arginina, glutamina, nucleotídeos e ácidos graxos ω-3, e NO, com aumento da resposta inflamatória, resultando
em relação à dieta padrão, diminuiu a infecção bacteriana (risco em hipotensão temporária, aumento do débito cardíaco,
relativo = 0,66; intervalo de confiança = 0,54, 0,80), mas não diminuição na resistência vascular e pulmonar sistêmica e,
alterou a mortalidade desses pacientes. Os autores sugerem além disso, maior custo. Devido a esse risco potencial, seu
que os resultados na evolução de doentes que sofreram cirurgia uso não é recomendado nesses pacientes9, 26.
eletiva não devem ser analisados juntamente com os de pacientes
críticos, porque o efeito do tratamento com dieta imunomodu-
ladora varia de acordo com a população de pacientes, a inter- CONSIDERAÇÕES FINAIS
venção e a qualidade da metodologia do estudo30. Apesar dos grandes avanços tecnológicos na área da
Resultados semelhantes foram encontrados por Beale et al.30, saúde, nos cuidados com os pacientes, principalmente os
na qual foram inclusos 12 estudos randomizados e controlados, graves em cuidados intensivos, e do vasto saber sobre as
que contaram com a participação de 1482 pacientes críticos. diferentes doenças que acometem esses pacientes, os dados
A dieta enteral imunomoduladora reduziu o índice de infecções epidemiológicos mostraram a alta incidência da morbimortali-
(risco relativo = 0,67, intervalo de confiança = 0,50, 0,89; p = dade daqueles que são diagnosticados com sepse ou alguma
0,006), o tempo de ventilação mecânica (2,6 dias, intervalo de de suas derivações (SRIS, sepse grave ou choque séptico).
Rev Bras Nutr Clin 2012; 27 (1): 36-42
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Freire TC & Araújo MLD

Algumas estratégias primárias são tomadas, mas vê-se na 13. Westphal GA, Feijó J, Andrade PS, Trindade L, Suchard C, Monteiro
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A arginina é um deles, vastamente encontrado nos Nutr. 2006;440-54.
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insuficiente para atender à grande demanda em resposta ao 16. Koury JCA, Lacerda HR, Barros Neto AJ. Características da popu-
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estresse, inicia-se a grande dúvida quanto a sua suplemen- terciário e privado da cidade do Recife. Rev Bras Ter Intensiva.
tação. Há grupos que defendem seu potente poder tóxico, 2006;18(1):52-8.
enquanto que outros afirmam que o aminoácido é deficiente 17. Angus DC, Linde-Zwirble WT, Lidicker J, Clermont G, Carcillo
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Local de realização do trabalho: Faculdade Maurício de Nassau, Recife, PE, Brasil.

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