Você está na página 1de 18

REVISÕES/REVIEWS

DOI: 10.5433/1679-0359.2014v35n4Suplp2513

Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para


cães e gatos

Immunomodulatory nutraceuticals with potential clinical use for


dogs and cats

Leandro Zaine1*; Mariana Monti2; Ricardo Souza Vasconcellos3;


Aulus Cavalieri Carciofi4

Resumo
Tem-se observado o uso crescente de nutracêuticos em medicina veterinária, para auxiliar no tratamento
clínico. Esta revisão teve como objetivo descrever alguns nutracêuticos que atuam sobre a imunidade
de cães e gatos e levantar os possíveis benefícios como tratamento adjuvante para determinadas
enfermidades. A ação de derivados de levedura tem sido bastante avaliada, especialmente da fração
beta-glucano, um potente imunomodulador, com ação já demonstrada em cães e gatos, sendo benéfico
no tratamento de algumas doenças. Os ácidos graxos poliinsaturados ômega-3, talvez os mais utilizados
atualmente, podem trazer benefícios no tratamento de hipertensão, doenças renais e cardíacas, artrites,
doenças autoimunes, doenças gastrintestinais e câncer. A vitamina E apresenta ação antioxidante e
imunomoduladora, podendo auxiliar no tratamento de doenças dermatológicas e hepatobiliares. O uso
de carotenoides, que tem ação semelhante à da vitamina E, pode ser interessante por serem potentes
antioxidantes, podem ajudar na melhora da resposta imune contra microrganismos e, também, na
prevenção do aparecimento de tumores. Apesar de ainda serem necessários mais estudos clínicos para se
entender os reais benefícios trazidos pela suplementação dos nutracêuticos em cada doença específica, a
compreensão dos mecanismos de ação destes indica que são promissores para uso clínico.
Palavras-chave: Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3, Beta-glucano, carotenoides, imunidade,
vitamina E

Abstract
The use of nutraceuticals in veterinary medicine is growing and is assumed that they could aid in
clinical treatment. This review aims to describe some nutraceuticals that act on the immunity of dogs
and cats and show the possible benefits as an adjuvant treatment for some diseases. The action of
some yeast derivates as immunomodulators, especially the beta-glucan fraction, was already proved to
occur in dogs and cats, being beneficial as an adjuvant therapy in many clinical conditions. Omega-3
polyunsatured fatty acids, possibly the mostly used nutraceuticals, can improve the condition in some
diseases, such as hypertension, renal, cardiac, gastrointestinal and autoimmune diseases, arthritis
and cancer. Vitamin E has antioxidant and immunomodulatory action and can aid in the treatment

1
Médico Veterinário Autônomo, Dr. em Medicina Veterinária, Clínica Médica Veterinária, Universidade Estadual Paulista UNESP,
Campus de Jaboticabal, SP. E-mail: lezaine@gmail.com
2
Discente de Mestrado em Medicina Veterinária, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Campus de Jaboticabal,
SP. E-mail: mariana_814@hotmail.com
3
Prof. do Deptº de Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá, UEM. Maringá, PR. E-mail: ricardo.souza.vasconcellos@gmail.
com
4
Prof. do Deptº de Clínica e Cirurgia Veterinária, UNESP, Campus de Jaboticabal, SP. E-mail: aulus.carciofi@gmail.com
*
Autor para correspondência
Recebido para publicação 08/09/13 Aprovado em 07/02/14
2513
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

of dermatologic and hepatobiliar conditions. The use of carotenoids, which have similar action to
vitamin E, can be of interest for being potent antioxidants and might be helpful for enhancing immune
response against microorganisms and also act preventing tumors. Despite it are still needed clinical
trials to better understand the real benefits of nutraceuticals supplementation in each specific disease,
the comprehension of the mechanisms by which they act indicates they are promising for clinical use.
Key words: Omega-3 polyunsatured fatty acids, beta-glucan, carotenoids, immunity, vitamin E

Introdução empregada (HAND et al., 2010). Acredita-se que


o uso de nutracêuticos, em associação a estas
A relação entre as pessoas e os animais de
dietas específicas, possa resultar em benefícios
companhia tem mudado bastante nos últimos anos.
adicionais aos pacientes. No entanto, para a maioria
Estes deixaram de ser apenas animais que viviam
das substâncias, ainda existe pouca informação
nos quintais e passaram a ser integrantes da família.
científica e muita controvérsia sobre sua eficácia
Essa mudança levou a cuidados maiores com a saúde
e dosagem adequadas. Estas informações são
e, também, com a alimentação. A partir do aumento
especialmente escassas para cães e gatos, para os
do uso de alimentos comerciais e nos cuidados
quais pouca pesquisa foi ainda produzida. Sendo
para a prevenção e tratamento de doenças, notou-
assim, o objetivo desta revisão é apresentar alguns
se aumento da longevidade de cães e gatos. Com
nutracêuticos com potencial efeito imunomodulador,
isto, têm sido relatadas maior ocorrência de doenças
discutir os dados científicos disponíveis para
degenerativas e associadas ao envelhecimento,
os mesmos e seus possíveis usos como terapia
surgindo interesse e necessidade de se explorar o
adjuvante para determinadas doenças.
alimento como alternativa de promoção de saúde
(CARCIOFI; GOMES, 2010). Além do papel
fundamental da dieta em suprir a necessidade Derivados da parede celular de leveduras
de energia e dos nutrientes essenciais, estuda-se
a possibilidade desta promover a prevenção de Muitos dos alimentos comerciais para cães
doenças ou, até mesmo, auxiliar no tratamento das e gatos produzidos no Brasil contêm derivados
mesmas com o uso de nutracêuticos. Estes podem de levedura. Estes são incluídos argumentando-
ser definidos como: “um alimento (ou parte de se benefícios ao sistema imune e ação sobre a
um alimento) que fornece benefícios médicos ou microbiota do trato gastrointestinal. Parecem
à saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento auxiliar nos mecanismos de defesa, na seleção de
de uma doença” (BROWER, 1998) ou “uma microbiota gastrintestinal benéfica, na promoção
substância produzida em uma forma purificada que, da saúde intestinal e aglutinação de patógenos
quando administrada oralmente a pacientes, tem para que sejam eliminados. Para cães e gatos, no
como objetivo prover a eles os elementos para sua entanto, melhor compreensão de sua efetividade e
estrutura e função normal, para melhorar a saúde e mecanismos de ação é ainda necessária.
o bem-estar” (BOOTHE, 1997). O modo de ação sobre a imunidade parece ser
Hoje se reconhece a importância do manejo particular a cada um dos componentes específicos da
alimentar para algumas doenças que induzem parede celular das leveduras, por isso é importante
alterações metabólicas e funcionais específicas. se entender a sua composição. A parede celular de
A dieta é formulada de modo a apresentar leveduras, como a Saccharomyces cerevisiae, é
composição nutricional que melhor se adeque às constituída principalmente por mananoproteínas,
modificações metabólicas induzidas pela doença e β-1,3 e β-1,6-glucano e quitina (LIPKE; OVALLE,
é ferramenta importante, que vem sendo largamente 1998). Enquanto os beta-glucanos e a quitina são

2514
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

responsáveis pela rigidez da parede celular e tolerado, pode auxiliar a melhorar a hematopoiese.
definem sua forma, as manonoproteínas e sua porção Além de melhorar a saúde, os pacientes que
de carboidrato (alfa-d-manano) são responsáveis receberam o composto relataram ainda sensação de
pelo reconhecimento e interações célula-célula, “bem-estar”.
interações com o meio e determinam a especificidade
Recentemente, três trabalhos avaliaram os
antigênica da levedura (RUIZ-HERRERA, 1992).
efeitos da administração oral de beta-1,3/1,6-
Ambos os tipos de polissacarídeos constituintes
glucano sobre a imunidade de cães saudáveis.
principais da parede celular, os beta-glucanos e
Stuyven et al. (2010) avaliaram o uso de beta-
alfa-mananos, têm sido reconhecidos como capazes
glucano obtido de Saccharomyces cerevisiae, na
de modular o sistema imune por meio de interações
forma de tabletes (225 mg por cão), por quatro
específicas com várias células imunocompetentes
semanas e encontraram efeitos sobre a imunidade
(MEDZHITOV; JANEWAY JUNIOR, 2000). As
humoral, com aumento de IgM sérica e diminuição
superfícies mucosas, incluindo a gastrointestinal,
de IgA no soro e nas mucosas. Haladová et al.
nasal e broncoalveolar, representam parte do
(2009) também estudaram o efeito de beta-glucano
corpo do animal que está permanentemente
sobre parâmetros imunológicos específicos e não-
exposta à agressão de patógenos e toxinas. Dessa
específicos na espécie canina, com o uso de uma
forma, a adequada manutenção do sistema imune
solução concentrada deste suplemento, a qual
associado às mucosas representa uma tarefa
foi fornecida a filhotes de cães de várias raças.
crucial na proteção da saúde (TLASKALOVÁ-
Observaram aumento de parâmetros imunológicos
HOGENOVÁ et al., 2002; KOGAN; KOCHER,
inespecíficos, tais como atividade funcional de
2007). A ação imunomoduladora do beta-glucano
fagócitos e linfócitos. Também foi notado aumento
tem sido relatada há mais de 40 anos (VETVICKA
no título de anticorpos contra o vírus da raiva, após
et al., 2008). Ele age por estimulação do sistema
vacinação. No primeiro estudo de inclusão de beta-
imune, desencadeando ações que parecem ter efeito
glucano em alimento extrusado para cães, efeitos
benéfico contra uma variedade de bactérias, vírus,
sobre a imunidade também foram notados (ZAINE,
fungos e parasitas (HUNTER JUNIOR; GAULT;
2010). Foi verificado que animais que receberam
BERNER, 2002; MANTOVANI et al., 2008),
esta substância tiveram aumento nas subpopulações
imunoestimulação que pode levar a aumento na
linfocitárias de células T totais (CD5+), T helper
proteção contra infecções oportunistas (CROSS et
(CD5+CD4+), T citotóxicos (CD5+CD8+) e
al., 2001).
linfócitos B (CD45+CD21+), aumento na resposta
Além de poder auxiliar na resposta contra de hipersensibilidade tardia a inoculação de vacina
infecções, trabalhos descrevem a sua ação como polivalente e aumento na produção da citocina
adjuvante na terapia anti-tumoral. Em revisão sobre TNF-α em sobrenadante de cultura celular de
a relação do consumo beta-glucano de diversas mononucleares de sangue periférico.
fontes sobre a incidência e o tratamento de tumores
Outros dois artigos recentes descreveram o uso de
em pessoas, Aleem (2013) conclui que seu consumo
beta-glucano em cães doentes. Beynen e Legerstee
a longo prazo pode reduzir a incidência de neoplasias
(2010) estudaram a suplementação de beta-glucano
e quando usado como adjuvante na terapia pode
em cães com osteoartrite e notaram que os animais
ajudar a melhorar a resposta dos pacientes contra
tiveram melhora no grau de atividade e redução no
os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia.
grau de claudicação e dor. Os autores sugerem que
Weitberg (2008) estudou o efeito do beta-glucano
o composto possa inibir a degradação do colágeno
em pessoas com neoplasias malignas recebendo
na matriz da cartilagem, com redução da inflamação
quimioterapia e concluiu que, além de ser bem
e sensação de dor. Rychlik et al. (2013) avaliaram
2515
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

o uso de uma ração contendo beta-glucano em et al., 2004; BIGGS; PARSONS; FAHEY, 2007;
pacientes com doença inflamatória intestinal e MIDDELBOS; FASTINGER; FAHEY JUNIOR,
encontraram melhora no quadro inflamatório após 2007; YANG et al., 2008), enquanto outros não
seis semanas de ingestão, com redução significativa corroboraram este fato (STRICKLING et al., 2000;
dos sinais clínicos. SWANSON et al., 2002a; WHITE et al., 2002;
MIDDELBOS et al., 2007; MORALES-LÓPEZ et
Foi encontrado somente um trabalho que
al., 2010).
avaliou a suplementação de beta-glucano em gatos.
Animais que apresentavam quadro de gengivite Além de seu potencial efeito no intestino, a
receberam petiscos contendo beta-glucano. Os suplementação de PCL pode resultar em outros
autores notaram redução da inflamação pela análise efeitos no sistema imune. Cães que consumiram
de citocinas e redução da perda de osso alveolar, este composto tiveram o aumento na concentração
apesar de não terem verificado melhora clínica no sérica de IgA e na porcentagem de linfócitos
quadro, pois o edema e eritema não foram reduzidos sanguíneos e quando consumido juntamente com
pela suplementação (VERBRUGGHE et al., 2012). frutoligossacarídeos encontrou-se também aumento
de IgA ileal (SWANSON et al., 2002b). No trabalho
Com relação à fração mananoligossacarídeos
de Gomes (2009), a quantificação imunofenotípica
da parede celular de levedura, acredita-se que
de linfócitos sanguíneos revelou aumento nas
ela possa ter efeito prebiótico. Existe alguma
populações de linfócitos CD5+ e CD21+. Outro
confusão no estudo do composto em relação ao
estudo também demonstrou efeito sobre a
ingrediente empregado. Na maioria das situações
imunidade celular, cães alimentados com dieta
não foi empregado mananoligossacarídeo, mas sim
contendo PCL apresentaram aumento na resposta de
parede celular de levedura produzida por spray
hipersensibilidade tardia a uma vacina polivalente,
dry (CARCIOFI; GOMES, 2010). Como existem
indicando estimulação da função de linfócitos T
neste, além de mananoligossacarídeos, quantidades
auxiliares (ZAINE, 2010). Em outras espécies estes
importantes de beta-glucano e mananoproteínas,
efeitos também já foram bastante relatados. Em
não se pode identificar o composto que realmente
leitões recém-desmamados, a suplementação com
apresenta efeito fisiológico nos estudos produzidos.
PCL levou à melhora da resposta imune específica e
Desta forma, na presente revisão, o composto
inespecífica, quando estes animais foram submetidos
será tratado como parede celular de levedura
a desafios antigênicos (NOCHTA et al., 2009).
(PCL). Apesar de bem estudada em suínos e
aves, poucos estudos estão disponíveis para cães A limitação que se encontra, no entanto, é que,
e a PCL está incipientemente estudada em gatos até o presente momento, não foram encontrados
(AQUINO et al., 2010). Esta não é digerida pelo artigos que avaliaram o uso de PCL em situações
organismo animal, sendo fermentada no intestino clinicas, com cães e gatos doentes para se confirmar
grosso propiciando formação de ácidos graxos de sua eficácia nesta condição. Apesar de se especular
cadeia curta (CALABRO et al., 2013). Apesar de quanto aos potenciais benefícios, devido ao efeito
a literatura sugerir que a PCL altere positivamente prebiótico, as doenças podem alterar a microbiota e o
a microbiota intestinal promovendo aumentos de sistema imune de forma que os efeitos demonstrados
lactobacilos e bifidobacteria e redução de salmonela em animais saudáveis podem não ser os mesmos
e E. coli, (CARCIOFI; GOMES, 2010), os estudos em pacientes com doenças gastrointestinais, sendo
em cães têm apresentados muita inconsistência ainda necessários estudos específicos em animais
de resultados, algum demonstrando tendência a doentes para validar e compreender sua efetividade
este efeito (SWANSON et al., 2002b; GRIESHOP (WHELAN, 2013).

2516
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 enzimas e o tipo de mediadores inflamatórios gerados


à partir da degradação de cada um deles é diferente,
Além de serem considerados nutrientes essenciais
explicando os efeitos de seu consumo alimentar
(NRC, 2006), outros benefícios do fornecimento de
no status inflamatório e balanço imunológico dos
ácidos graxos poliinsaturados da família ômega-3
animais (NRC, 2006). Foge ao escopo desta revisão
têm sido estudados. Confusão ainda se faz no
apresentar detalhadamente o metabolismo e ações
segmento veterinário quanto às possíveis ações
fisiológicas dos diferentes ácidos graxos ômega e
fisiológicas de dieta ou suplemento contendo estes
seus derivados eicosanoides. Informações mais
compostos, não se distinguido adequadamente as
completas sobre o assunto podem ser encontradas
ações dos ácidos graxos das famílias ômega-3 ou
nas referências citadas (DUNBAR; BAUER, 2002;
ômega-6. Dentro da família ômega-3, os ácidos
SIMOPOULOS, 2005; TREVIZAN; KESSLER,
graxos com ações fisiológicas são os ácidos alfa-
2009).
linolênico, eicosapentaenoico e docosaexaenoico.
Cada um destes compostos possui ações fisiológicas Dentro da família ômega-3, o primeiro ácido
diferentes e os ingredientes onde são encontrados graxo da cadeia é o alfa-linolênico. Sua denominação
não são os mesmos, o que deve ser considerado com molecular é C18:3 v3, o que indica que a molécula
cautela em seu uso prático. apresenta 18 átomos de carbono, 3 duplas ligações
e que a primeira dupla ligação está no terceiro
Os ácidos graxos são cadeias de hidrocarbonetos
carbono (v3). Pela ação das enzimas dessaturase e
com número variável de átomos de carbono, sendo
elongase os animais aumentam a estrutura química
classificados quanto ao número de carbonos na
da molécula, sintetizando o ácido eicosapentaenoico
cadeia, o número de ligações duplas e a localização da
(EPA; C20:5 v3) e o ácido docosaexaenoico (DHA;
primeira ligação dupla. É importante conhecer esta
C22:6 v3). Esta conversão, no entanto, é limitada
composição, pois a estrutura dos ácidos graxos está
no cão e não ocorre no gato, de modo que para uma
intimamente ligada aos seus efeitos no metabolismo
ação fisiológica correta deve-se suplementar na
celular (CARCIOFI; BAZOLLI; PRADA, 2002;
dieta destes animais carnívoros diretamente o EPA
FREEMAN, 2010). As famílias ômega-3 e ômega-6
e o DHA (BAUER, 2011). Também denominados
são assim denominadas pela primeira dupla ligação
ácidos graxos poliinsaturados derivados, o EPA
da cadeia estar entre o terceiro e o quarto carbono, ou
e o DHA somente estão presentes em tecidos
entre o sexto e o sétimo carbonos, respectivamente.
animais e algumas algas, de modo prático óleos de
Eles são considerados ácidos graxos essenciais, pois
peixe de águas marinhas frias são os ingredientes
os cães e gatos não podem sintetizá-los e devem ser
mais comumente disponíveis empregados para a
recebidos pela dieta (NRC, 2006; SIMOPOULOS,
suplementação destes compostos. Óleo ou semente
2005). No organismo, estes ácidos graxos são
de linhaça são por vezes empregados em alimentos
incorporados à membrana celular, tendo efeitos
industrializados ou rações. Estes contém apenas
sobre sua integridade e fluidez, atuando também
o ácido alfa-linolênico. Embora este ácido graxo
na sinalização celular (TORREJON; JUNG;
apresente funções orgânicas, estas não se relacionam
DECKELBAUM, 2007; CALDER, 2008).
com imunomodulação e produção de eicosanoides,
Quando liberados das membranas celulares pelas aspectos restritos ao EPA e DHA, motivo pelo qual
fosfolipases, estes ácidos graxos são transformados não será abordado na presente revisão.
pelas enzimas lipoxigenase e cicloxigenase
Efeito cardioprotetor, ação sobre o
no interstício, formando os eicosanoides
desenvolvimento neurológico, estrutura e função
prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos. Neste
da retina, modulação da resposta inflamatória,
processo os ácidos graxos são substratos para estas
controle de proteinúria e progressão da doença
2517
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

renal, alívio da dor associada a artrites, controle cutâneas de cães e gatos (MILLER; SCOTT;
da inflamação cutânea em processos alérgicos e WELLINGTON, 1992; HARVEY, 1991; SCARFF;
câncer estão entre os potenciais usos do óleo de LLOYD, 1992; BOND; LLOYD, 1994; LOGAS;
peixe para cães (CARCIOFI; BAZOLLI; PRADA, KUNKLE, 1994). Scott et al. (1997) relataram
2002; FREEMAN, 2010; BAUER, 2011). As doses melhora de 8 (44,4%), dentre 18 cães estudados
empregadas nos estudos são bastante variáveis e com prurido atópicos, somente com a utilização de
imprecisamente definidas. Recomendação prática uma dieta comercial contento uma relação ômega-
de fornecimento de óleo de peixe tem sido de 1 6:ômega-3 de 5,5:1. Alguma imprecisão e confusão,
grama para cada 4,5 kg de peso corporal, pois para no entanto, existe nos estudos iniciais, pois algumas
exercerem efeito são necessários ao menos 50 a vezes o tipo de ácido graxo não foi considerado,
60 mg de EPA mais DHA por quilograma de peso somente sua família, o que não é suficiente pela
corporal (FREEMAN, 2010). Em nossa experiência necessidade estrita de se fornecer para cães e gatos os
prática a aceitação do óleo de peixe é bastante ácidos graxos poliinsaturados derivados EPA e DHA.
variável e alguns cães podem passar a rejeitar o
A suplementação também se mostrou benéfica
produto depois de algum tempo.
em pacientes cardiopatas. Em cães apresentando
Nos alimentos comerciais as quantidades cardiomiopatia dilatada, o fornecimento de 25 mg
adicionadas são também muito variáveis. Vários de EPA e 18 mg de DHA por quilograma de peso
produtos apresentam apenas linhaça na formulação corporal, em cápsulas de óleo de peixe, propiciou
como fonte de ômega-3, nesta condição a ausência melhora no quadro de caquexia e redução da
de suplementação de EPA e DHA torna improvável IL-1, sendo esta usada como um indicador do
algum efeito sobre a inflamação ou imunidade. Outra tempo de sobrevida dos pacientes, estando sua
consideração é que o potencial terapêutico do EPA redução relacionada à maior taxa de sobrevivência
e DHA reside na capacidade destes ácidos graxos (FREEMAN et al., 1998). Em cães com insuficiência
competirem uns com os outros pelas mesmas vias renal crônica experimentalmente induzida, a
enzimáticas envolvidas na síntese dos eicosanoides. administração de uma dieta contendo óleo de peixe,
Como não existe interconversão ente as famílias com dose equivalente a 760 mg de EPA e DHA
ômega-6 e 3, eles são incorporados aos fosfolípides por quilograma de peso metabólico (peso corporal
da membrana celular na dependência de sua elevado a 0,75), reduziu a proteinúria, preveniu
concentração no alimento (REINHART, 1995). Uma a hipertensão glomerular e também reduziu a
vez liberados pela fosfolipases estes vão competir produção de eicosanoides pró-inflamatórios
pela lipoxigenase e cicloxigenase e este balanço (BROWN et al., 1998). A suplementação também
irá determinar a produção de mediadores mais ou ajudou na resolução de um caso de hiperlipidemia
menos inflamatórios. Assim, além da quantidade em um cão e auxiliou na melhora de cães com
absoluta de EPA e DHA, sua relação no alimento osteoartrite (SCHENCK, 2006; ROUSH et al.,
com os ácidos graxos ômega-6, em especial o ácido 2010). Também se tem levantado a hipótese que
araquidônico é também bastante importante e deve esta suplementação seja benéfica para cães com
ser considerada na formulação do perfil de ácidos doença inflamatória intestinal (IBD) e para animais
graxos do alimento (VAUGHN et al., 1994). com câncer (BAUER, 2011).
Os assuntos nos quais provavelmente existam
mais estudos sobre a aplicação de EPA e DHA são
Vitamina E
nas doenças inflamatórias da pele. Vários estudos
demonstraram a eficácia da suplementação destes O organismo sofre constantemente efeitos de
ácidos graxos no manejo de doenças inflamatórias espécies reativas de oxigênio (ROS), formadas

2518
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

como consequência natural da atividade metabólica encontrados nos alimentos são a vitamina E,
e como parte da estratégia de atuação do sistema vitamina C (também produzida endogenamente),
imunológico para destruir patógenos. Além disto, carotenoides, oligoelementos (cobre, ferro, zinco,
o corpo está exposto à ação constante de fontes selênio e manganês), flavonoides, dentre outros
exógenas que levam a formação de radicais livres. (PHAM-HUY; HE; PHAM-HUY, 2008).
Estas moléculas instáveis prejudicam o organismo
O sistema imunológico é particularmente
de diversas maneiras, seja por danos ao DNA,
sensível aos efeitos do estresse oxidativo. As
desnaturação proteica ou peroxidação dos lipídeos
células deste sistema dependem fortemente da
de membrana e proteínas celulares (HUGHES,
comunicação célula-célula, particularmente via
1999). A oxidação de lipídios é um exemplo típico
receptores ligados à membrana, para trabalhar
de reação envolvendo radicais livres (ARAÚJO,
efetivamente. As membranas celulares são ricas
2001) e a velocidade da reação de oxidação depende
em ácidos graxos poliinsaturados, os quais quando
do grau de insaturação na molécula do ácido graxo,
oxidados, prejudicam a fluidez de membrana
assim, quanto maior o grau de insaturação, maior
e consequentemente a cascata de sinalização
será a susceptibilidade à oxidação. Desta maneira,
intracelular pela qual as células se comunicam
os ácidos graxos insaturados podem ser atacados
(HUGHES, 1999).
quimicamente pelo radical livre, fazendo com
que ocorra reação propagadora de auto-oxidação, Vitamina E é um termo genérico para os
na formação de novos radicais livres (BOOTH; derivados tocol e tocotrienol que exibem atividade
McDONALD, 1992; ARAÚJO, 2001). Sendo biológica do alfa-tocoferol. Todos os oito isômeros
as membranas biológicas ricas em ácidos graxos do tocoferol são isolados de alimentos de origem
poliinsaturados (ZALATA; DEPUYDT, 1998; vegetal. O alfa-tocoferol tem grupos metil nos
BAUMBER et al., 2000), estas tornam-se altamente carbonos 5, 7 e 8 dos anéis fenólicos do 6-cromanol
sensíveis aos ROS (COMHAIRE; MAHMOUD e seu sítio biologicamente ativo da molécula é o
et al., 1999). Afortunadamente, o organismo conta grupo 6-hidroxil no anel fenólico, o qual é capaz
com muitos sistemas de defesa contra os danos de doar hidrogênio na reação com os radicais livres.
causados pelos ROS, e estas defesas incluem No metabolismo normal, em contato com radicais
enzimas dependentes de minerais (superóxido livres, o alfa-tocoferol é reversivelmente oxidado
dismutase, catalase e glutationa peroxidase), ao radical alfa-tocoferil cromanoxi e posteriormente
proteínas com propriedades antioxidantes e os reduzido por agentes como a glutationa e ácido
antioxidantes de baixo peso molecular, como o ácido ascórbico. Desta forma, é importante que as
ascórbico, a vitamina E e os carotenoides, além de concentrações plasmáticas de ascorbato e glutationa
outros compostos produzidos endogenamente ou também estejam adequadas. Outro caminho seguido
adquiridos dos alimentos. pelo alfa-tocoferil cromanoxi é o seu metabolismo
hepático e posterior eliminação via suco biliar
Os compostos antioxidantes podem ser
(NRC, 2006).
classificados como enzimáticos (dismutases,
catalases, peroxidases ou redutases) ou não- A vitamina E é o maior antioxidante lipossolúvel
enzimáticos (endógenos ou exógenos). São no plasma, eritrócitos e demais tecidos, nos quais
antioxidantes não-enzimáticos e produzidos sua principal função é o sequestro de radicais
endogenamente, o ácido lipoico, arginina, coenzima livres para prevenir a oxidação dos ácidos graxos
Q10, melatonina, ácido úrico, bilirrubina, complexos poliinsaturados das membranas celulares, grupos
proteína-metais, ferritina, etc. Dentre antioxidantes tióis de proteínas e ácidos nucléicos. A vitamina E
adquiridos pela dieta, os mais comumente também apresenta funções na modulação da síntese

2519
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

de prostaglandinas, regulação na síntese de proteína às recomendadas de vitamina E em alimentos para


quinase e síntese da xantina oxidase, no entanto, a animais adultos (AAFCO, 2010), apresentaram
função antioxidante parece ser a principal (NRC, elevação nas concentrações séricas de taurina e
2006). vitamina E, que foram associadas com menor dano
A quantidade de vitamina E exigida nos sofrido ao DNA, melhora na resposta vacinal e
alimentos depende da taxa de produção de radicais melhor atividade antioxidante do plasma sanguíneo
livres pelo organismo, da composição de ácidos (HEATON et al., 2002).
graxos poliinsaturados na dieta e outros compostos A absorção intestinal de alfa-tocoferol após
dietéticos como o selênio, por exemplo, necessário a ingestão oral em humanos varia entre 51-86%
para a síntese de glutationa peroxidase (NRC, (TRABER et al., 1998). No entanto, a absorção parece
2006). Apesar da recomendação da Association of estar relacionada também com a concentração na
American Food Control Officials (AAFCO, 2010) dieta, uma vez que se correlacionam inversamente.
mínima de 50 UI de alfa-tocoferol por quilograma Por este motivo, alguns autores verificaram que a
de alimento (UI/kg), demonstrou-se que a utilização ingestão de elevadas dosagens de alfa-tocoferol
de 100 UI/kg de alimento foi insuficiente para durante teste de tolerância à vitamina E em
prevenir a formação de lipofuscina, um pigmento humanos, foram capazes de elevar apenas em três
celular típico do envelhecimento celular, em filhotes vezes as concentrações plasmáticas deste composto.
de cães alimentados com dietas contendo elevadas O transporte plasmático da vitamina E é feito pelas
concentrações de ácidos graxos poliinsaturados. lipoproteínas e o fígado apresenta papel central
As informações sobre toxidade da vitamina E são na regulação das suas concentrações plasmáticas.
pouco estudadas em cães, no entanto, sabe-se que a A proteína transferidora de tocoferol (PTT) tem o
utilização de elevadas concentrações nos alimentos papel de seletivamente ligar as diferentes formas de
prejudica a absorção das vitaminas A e K, apesar de tocoferol (alfa, beta, delta, gama, entre outros) nas
estudos com dosagens extremamente elevadas em lipoproteínas para seu transporte para os tecidos,
cães terem falhado em demonstrar efeitos tóxicos. para finalmente exercer sua atividade biológica.
Em humanos, a ingestão de aproximadamente 75 Desta forma, as concentrações plasmáticas e
UI/kg melhorou a condição de saúde de pacientes atividade biológica desta vitamina dependem da sua
(DEVARAJ et al., 2007). forma química e capacidade de transferência das
Jewell et al. (2000) estudaram os efeitos da PTTs (TRABER et al., 1998). Traber et al. (1998)
suplementação dietética de alfa-tocoferol em cães suplementaram em humanos doses elevadas, de até
e gatos sobre indicadores da lipoperoxidação aproximadamente 10.000UI (10g), e verificaram
(malondialdeído e 4-hidroxinonenal) e verificaram aumento nas concentrações desta vitamina no
que as concentrações dietéticas de 445 UI/ plasma, evidenciando a necessidade de se conhecer
kg e 540 UI/kg de alimento para cães e gatos, as tolerâncias e respostas biológicas de indivíduos
respectivamente, foram eficientes em reduzir a em diferentes fases da vida. Devaraj et al. (2007)
formação destes compostos nas duas espécies. Os verificaram redução nas concentrações de F2-
níveis de alfa-tocoferol em alimentos comerciais isoprostanos urinários (produto final da oxidação do
para cães e gatos variam entre aproximadamente ácido araquidônico liberado da membrana celular) e
50-1100 UI/kg de alimento, embora a maior parte proteína-C reativa em humanos hospitalizados, com
apresente concentrações inferiores a 100 UI/kg. a suplementação de 1.200UI de alfa-tocoferol.

Cães adultos suplementados com um blend de Dentre os benefícios conhecidos com a utilização
antioxidantes, em dosagens quatro vezes superiores de vitamina E, Marangon et al. (1999) verificaram

2520
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

que a suplementação de indivíduos saudáveis com caroteno e o licopeno são exemplos de carotenos,
alfa-tocoferol reduziu a lipoperoxidação, vista enquanto a luteína e a zeaxantina são xantofilas
pela redução na produção de malondialdeído, F2- (AMBRÓSIO; CAMPOS; FARO, 2006). O beta-
isoprostanos e retardo na oxidação das lipoproteínas caroteno é o mais abundante em alimentos e o que
de baixa densidade (LDL). No entanto, a oxidação apresenta a maior atividade de vitamina A. Tanto
protéica parece não ter sido reduzida com a os carotenoides precursores de vitamina A como os
suplementação desta vitamina, sendo necessária a não precursores, como a luteína, a zeaxantina e o
suplementação com outros tipos de antioxidantes licopeno, parecem apresentar ação protetora contra
para a atuação neste tipo de oxidação. o câncer, sendo que os possíveis mecanismos de
proteção são por intermédio do sequestro de radicais
São poucos os trabalhos encontrados com
livres, modulação do metabolismo do carcinoma,
vitamina E na nutrição clínica de cães e gatos,
inibição da proliferação celular, aumento da
apesar de ser relatado seu possível uso como
diferenciação celular via retinoides, estimulação da
tratamento adjuvante para doenças dermatológicas
comunicação entre as células e aumento da resposta
e hepatobiliares (VANDEWEERD; CAMBIER;
imune (STAHL; SIES, 2003; CHEW; PARK, 2004;
GUSTIN, 2013). A suplementação desta vitamina
AMBRÓSIO; CAMPOS; FARO, 2006).
em pacientes com doença inflamatória hepática
crônica propiciou aumento no alfa-tocoferol sérico A ação imunorreguladora dos carotenoides
e hepático e uma possível melhora sobre o status está altamente correlacionada com a sua ação
oxidativo (TWEDT; WEBB; TETRICK, 2003). antioxidante. Os linfócitos, responsáveis pela
Kapun et al. (2013) demonstraram que em cães com imunidade adquirida, por serem células muito ativas,
dermatite atópica, os níveis plasmáticos de vitamina geram constantemente ROS (CHEW; PARK, 2004).
E estão diminuídos, sugerindo que sejam feitos As propriedades antioxidantes dos carotenoides são
estudos para avaliar a suplementação de vitamina estudadas devido à estreita relação entre a ingestão
E para animais com tal doença. Behera et al. (2011) destes compostos e redução na incidência de câncer
verificaram um efeito positivo da associação de em algumas populações humanas (HUGHES,
vitamina E, selênio e ivermectina no tratamento de 1999).
sarna sarcóptica, relatando resultados melhores do
Estudos sobre o papel dos carotenoides na função
que no tratamento somente com ivermectina.
imune demonstram que atuam na estimulação da
imunidade inata; sobre a resposta imune celular; na
produção de imunoglobulinas; regulam o sistema
Carotenoides
imune adaptativo e a hematopoiese. Também tem
Os carotenoides são um grupo de pigmentos que sido demonstrada a atuação dos carotenoides na
atuam em diversas e importantes funções em todos imunidade tumoral (PARK; CHEW; WONG, 1998;
os organismos vivos, sendo as funções principais CHEW; PARK, 2004).
antioxidante e imunorreguladora (DOMONKOS et
Dos carotenoides, o beta-caroteno é o mais
al., 2013). Foram isolados mais de 600 compostos
estudado e tem um importante papel na modulação
carotenoides diferentes advindos naturalmente
da imunidade e promoção da saúde para muitas
de plantas e outros organismos pigmentados. Os
espécies. Os primeiros estudos demonstravam
principais representantes dos carotenoides são os
efeitos antibacterianos e protetores contra
carotenos precursores da vitamina A e o licopeno
infecções. Recentemente, estudos em humanos
(HUGHES, 1999; CASTRO, 2008). As xantofilas
revelam que dietas ricas em beta-caroteno reduzem
são sintetizadas a partir dos carotenos, por meio
a incidência de cânceres de pulmão e mama
de reações de hidroxilação e epoxidação. O beta-

2521
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

(MASSIMINO et al., 2003) através dos seus A luteína é um carotenoide natural antioxidante
efeitos antitumorais. As doses de beta-caroteno encontrado em plantas e microrganismos e possui
empregadas nos estudos em humanos variam de ação antioxidante, protegendo a membrana das
15-180mg/dia e tem sido relatados efeitos sobre células contra danos oxidativos (MASSIMINO et
as subpopulações linfocitárias, especialmente de al., 2003). A luteína está presente nos olhos, soro,
linfócitos T auxiliares (HUGHES, 1999) e também pele, cérvix, cérebro e mamas (BIAN et al., 2012).
em células natural killers (SANTOS et al., 1996).
Em cães, é absorvida pela dieta e incorporada
A imunidade mediada por células é iniciada por
por linfócitos. A suplementação nessa espécie
células apresentadoras de antígeno, das quais os
resultou em aumento da resposta imune mediada por
monócitos fazem parte. Estas células apresentam
células e da imunidade humoral. Foi demonstrado
em sua superfície a molécula do Complexo de
efeito sinérgico positivo da luteína, beta-caroteno
Histocompatibilidade Principal de classe-II
e vitamina E na resposta imune. Cada nutriente
(MHC-II) o qual está diretamente relacionado
interagiu em diferentes partes do sistema imune,
à responsividade do sistema imunológico.
mostrando que a combinação possui efeito mais
Hughes (1999) investigaram pacientes humanos
forte e efetivo do que a suplementação de apenas
suplementados com 90mg/dia de beta-caroteno
um ingrediente (MASSIMINO et al., 2003).
contra um grupo controle e verificaram aumento
significativo na expressão de MHC-II e também da A luteína possui mecanismos consistentes de
molécula de adesão intercelular I (ICAM-I), a qual é ação inibindo o crescimento de tumor mamário
importante para promover a adesão entre as células em ratos. Nos animais que foram suplementados
na resposta imune primária. demonstrou-se uma redução da incidência do
desenvolvimento de tumor, em uma fase inicial
Em cães, o beta-caroteno é efetivamente
(PARK; CHEW; WONG, 1998).
absorvido no intestino. Nesta espécie, a
suplementação de 20 ou 50 mg/animal/dia de beta- A ação antitumoral e imunomoduladora
caroteno (aproximadamente 200-500 mg/kg de da luteína sugere também um envolvimento
alimento) propiciou maior número de células CD4+ na apoptose, angiogênese e regulação gênica.
e maior relação CD4+:CD8+, maior concentração Mostrou-se que a suplementação da luteína na dieta
de IgG plasmática e melhor resposta vacinal e diminuiu a apoptose nos leucócitos sanguíneos,
resposta antigênica, quando comparados aos grupos em ratos (CHEW; PARK, 2004). Por outro
que receberam menores doses de beta-caroteno lado, a apoptose nas células tumorais aumentou,
ou não suplementados (CHEW et al., 2000). Em sugerindo o aumento na morte de células tumorais.
outro estudo foi verificada melhora na resposta Sumantran et al. (2000), similarmente mostrou
imune humoral e celular em cães sênior após a in vitro que a luteína induz apoptose em células
suplementação de beta-caroteno (MASSIMINO et tumorais humanas.
al., 2003). Estudo feito por Kim et al. (2000a), mostrou
Nas cadelas, o beta-caroteno pode auxiliar na que a luteína na dieta modula a resposta imune
síntese do estrógeno e da progesterona, hormônios humoral e celular em gatos após quatro semanas
envolvidos nas mudanças de comportamento de suplementação. Estudo anterior demonstrou
durante o cio e na preparação do útero para a seu efeito na resposta proliferativa de linfócitos a
possível gestação. É possível que a dieta com beta- mitógenos em ratos (CHEW; WONG; WONG,
caroteno possa melhorar a função reprodutiva nos 1996). Outro estudo de Kim et al. (2000b) com cães
cães (WENG et al., 2000). conclui que a luteína também aumentou a resposta
de anticorpos a vacina, aumentou as populações de

2522
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

células T auxiliares e T citotóxicas e a expressão das inflamatório, por levar à diminuição na concentração
moléculas do MHC de classe II. da proteína C reativa em humanos (PARK et al.,
2010a) e cães (CHEW et al., 2011).
Pesquisas utilizando-se de luteína mostram que é
benéfica para a performance visual (KVANSAKUL Como imunorregulador, a astaxantina ajuda a
et al., 2006; SHANMUGAM et al., 2011). Dentre melhorar a função imune através do aumento das
600 carotenóides, tem se destacado pela sua células produtoras de anticorpos e do reforço ao
habilidade reduzir o risco de ocorrência de doenças sistema imune pela estimulação de células T. Seu
oculares, como por exemplo, a degeneração macular uso pode diminuir o risco de doenças infecciosas,
senil (BIAN et al., 2012). Exerce também papel no ajudando os animais a se manterem saudáveis
auxílio à redução de riscos de catarata (BROWN (PARK et al., 2010b).
et al., 1999; CHASAN et al., 1999), na saúde
cardiovascular (DWYER et al., 2001) e na saúde da
pele (STAHL et al., 2000). Considerações finais

A astaxantina é um carotenoide com potente A compreensão dos mecanismos pelos quais os


atividade antioxidante. A microalga Haematococcus nutracêuticos atuam sobre a imunidade é importante
pluvialis é a maior produtora natural deste pigmento para se considerar o seu uso potencial em situações
carotenoide responsável pela coloração avermelhada clínicas em que a resposta imune se encontra
na carne de camarões, salmões e outros organismos alterada. No entanto, somente com estudos clínicos
(CAVALHEIRO et al., 1999). específicos para cada doença é que se pode afirmar
que seu uso seja realmente benéfico.
Estudos mostram que a utilização desta
substância na dieta traz benefícios como redução O uso, principalmente, de ácidos graxos
no estresse oxidativo das células (CHEW; PARK, poliinsaturados ômega-3 já vem sendo amplamente
2004), redução dos danos no DNA em cães (CHEW feito na clínica de cães e gatos e abre-se a
et al., 2011), alta atividade antitumoral contra o possibilidade para seu uso como tratamento
fibrossarcoma (CHEW; PARK, 2004) e supressão adjuvante em outras situações.
de infecções bacterianas (BENNEDSEN et al., Destaca-se o potencial do uso de beta-glucano,
1999). substância há muito usada em medicina humana,
Park et al. (2011) por sua vez, demonstraram que já foi provada como imunomoduladora em cães
que gatos apresentam melhor absorção oral da e gatos e agora começa a ser usada para auxiliar
astaxantina do que cães, o que pode sugerir maior no tratamento de algumas enfermidades. Muitos
efetividade deste nutracêutico nessa espécie. trabalhos mostram seus benefícios no tratamento
de pacientes humanos com câncer, abrindo a
Como um antioxidante, a astaxantina parece
possibilidade que estudos com essa doença também
ser o carotenoide mais efetivo para reduzir a
sejam feitos em medicina veterinária.
peroxidação lipídica e o estresse oxidativo in vitro
e in vivo (BARROS et al., 2001). Esses dados A vitamina E e os carotenoides, com ação
corroboram o estudo de Chew et al. (2011), em principalmente antioxidante, também podem
que a suplementação de astaxantina reduziu a atuar sobre a imunidade, podendo auxiliar em
peroxidação lipídica em cães. Astaxantina também algumas situações clínicas. Especialmente, no
reduz danos no DNA em humanos e cães e atenua caso da vitamina E já se tem evidências que pode
os danos musculares durante o exercício em ratos ser efetiva no tratamento de doenças hepáticas e
(AOI et al., 2003). Sugere-se que possua efeito anti- dermatológicas.

2523
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

Uma questão recorrente é sobre qual seriam os permeability. Biochemical and Biophysical Research
benefícios desta suplementação em alimentos para Communications, New York, v. 288, n. 1, p. 225-232,
out. 2001.
animais saudáveis. Estudos em longo prazo seriam
necessários para verificar se o uso de nutracêuticos BAUER, J. E. Therapeutic use of fish oils in companion
animals. Journal of the American Veterinary Medical
poderia ajudar na prevenção do aparecimento de Association, Ithaca, v. 239, n. 11, p. 1441-1451, dez.
algumas enfermidades. No entanto, por não se 2011.
observarem efeitos adversos da suplementação BAUMBER, J.; BALL, B. A.; GRAVANCE, C. G.;
destes nutracêuticos nas doses usualmente MEDINA, V.; DAVIES-MOREL, M. C. THE effect of
preconizadas e pela possibilidade de um efeito de reactive oxygen species on equine motility, viability,
“fortalecimento” do sistema imune, talvez seja acrosomal integrity, mitochondrial membrane potencial,
and membrane lipid peroxidation. Journal of Andrology,
interessante esta utilização, mesmo em animais Philadelphia, v. 21, n. 6, p. 895-902, 2000.
saudáveis.
BEHERA, S. K.; DIMRI, U.; SINGH, S. K.; MOHANTA,
R. K. The curative and antioxidative efficiency of
ivermectin and ivermectin + vitamin E-selenium
Referências treatment on canine Sarcoptes scabiei infestation.
ALEEM, E. β-Glucans and their applications in cancer Veterinary Research Communications, Amsterdam, v.
therapy: focus on human studies. Anti-Cancer Agents in 35, n. 4, p. 237-244, abr. 2011.
Medicinal Chemistry, Amsterdam, v. 13, n. 5, p. 709-719, BENNEDSEN, M.; WANG, X.; WILLEN, R.;
jun. 2013. WADSTROM, T.; ANDERSEN, L. P. Treatment of H.
AMBRÓSIO, C. L. B.; CAMPOS, F. A. C. S.; FARO, Z. pylori infected mice with antioxidant astaxanthin reduces
P. Carotenóides como alternativa contra a hipovitaminose gastric inflammation, bacterial load and modulates
A. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, n. 2, p. 233- cytokine release by splenocytes. Immunology Letters,
243, mar./abr. 2006. Amsterdam, v. 70, n. 3, p. 185-189, dez. 1999.

AOI, W.; NAITO, Y.; SAKUMA, K.; KUCHIDE, M.; BEYNEN, A. C.; LEGERSTEE, E. Influence of
TOKUDA, H.; MAOKA, T.; TOYOKUNI, S.; OKA, S.; dietary beta-1,3/1,6-glucans on clinical signs of canine
YASUHARA M.; YOSHIKAWA,T. Astaxanthin limits osteoarthritis in a double-blind, placebo-controlled trial.
exercise-induced skeletal and cardiac muscle damage in American Journal of Animal and Veterinary Sciences,
mice. Antioxidants & Redox Signaling, Larchmont, v. 5, New York, v. 5, n. 2, p. 97-101, set. 2010.
n. 1, p. 139-144, fev. 2003. BIAN, Q.; GAO, S.; ZHOU, J.; QIN, J.; TAYLOR,
AQUINO, A. A.; SAAD, F. M. O. B.; SANTOS, J. P. A.; JOHNSON, E. J.; TANG, G.; SPARROW, J. R.;
F.; ALVES, M. P.; FERRAZZA, R. A.; MIRANDA, GIERHART, D.; SHANG, F. Lutein and zeaxanthin
M. C. M. G. Efeitos do extrato da parede de levedura supplementation reduces photooxidative damage and
na digestibilidade, no escore fecal e na palatabilidade modulates the expression of inflammation-related genes
de dietas para gatos. Arquivo Brasileiro de Medicina in retinal pigment epithelial cells. Free Radical Biology
Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 62, n. 3, p. and Medicine, New York, v. 53, n. 6, p. 1298-1307, set.
622-630, 2010. 2012.

ARAÚJO, J. M. A. Química de alimentos: teoria e BIGGS, P.; PARSONS, C. M.; FAHEY, G. C. The Effects
prática. 2. ed. Viçosa: Editora UFV, Universidade Federal of several oligosaccharides on growth performance,
de Viçosa, 2001. nutrient digestibilities, and cecal microbial populations
in young chicks. Poultry Science, Oxford, v. 86, n. 11, p.
ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL 2327-2336, nov. 2007.
OFFICIALS - AAFCO. Dogs and cats nutrient profiles.
In: AAFCO official publication. Washington, D.C: BOND, R.; LLOYD, D. H. Combined treatment with
AAFCO, 2010. p. 169-183. concentrated essential fatty acids and prednisolone in
the management of canine atopy. Veterinary Record,
BARROS, M. P.; PINTO, E.; COLEPICOLO, P.; London, v. 134, n. 2, p. 30-32, jan. 1994.
PEDERSEN, M. Astaxanthin and peridinin inhibit
oxidative damage in Fe (2+)-loaded liposomes: BOOTH, N. C.; McDONALD, L. E. Farmacologia e
scavenging oxyradicals or changing membrane terapêutica em veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1992. 997 p.

2524
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

BOOTHE, D. M. Nutraceuticals in veterinary medicine, CHASAN-TABER, L.; WILLETT, W. C.; SEDDON, J.


part 1: definitions and regulations. Compendium on M.; STAMPFER, M. J.; ROSNER, B.; COLDITZ, G. A.;
Continuing Education for the Practicing Veterinarian, SPEIZER, F. E.; HANKINSON, S. E. A prospective study
New York, v. 19, n. 11, p. 1248-1255, jan. 1997. of carotenoid and vitamin A intakes and risk of cataract
extraction in US women. American Journal of Clinical
BROWER, V. Nutraceuticals: poised for a healthy slice
Nutrition, Bethesda, v. 70, n. 4, p. 509-516, out. 1999.
of the healthcare market? Nature biotechnology, New
York, v. 16, n. 8, p. 728-731, ago. 1998. CHEW, B. P.; MATHISON, B. D.; HAYEK, M. G.;
MASSIMINO, S.; REINHART, G. A.; PARK, J. S.
BROWN, L.; RIMM, E. B.; SEDDON, J. M.;
Dietary astaxanthin enhances immune response in
GIOVANNUCCI, E. L.; CHASAN-TABER, L.;
dogs. Veterinary Immunology and Immunopathology,
SPIEGELMAN, D.; WILLETT, W. C.; HANKINSON,
Amsterdam, v. 140, n. 3-4, p. 199-206, abr. 2011.
S. E. A prospective study of carotenoid intake and risk
of cataract extraction in US men. The American Journal CHEW, B. P.; PARK, J. S. Carotenoid action on the
of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 70, n. 4, p. 517-524, immune response. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 134,
out. 1999. n. 1, p. 257S-261S, jan. 2004.
BROWN, S. A.; BROWN, C. A.; CROWELL, W. A.; CHEW, B. P.; PARK, J. S.; WONG, T. S.; KIM, H.
BARSANTI, J. A.; ALLEN, T., COWELL, C.; FINCO, W.; WENG, B. B.; BYRNE, K. M.; HAYEK, M. G.;
D. R. Beneficial effects of chronic administration of REINHART, G. A. Dietary beta-carotene stimulates cell-
dietary omega-3 polyunsaturated fatty acids in dogs mediated and humoral immune response in dogs. Journal
with renal insufficiency. Journal of Laboratory and of Nutrition, Bethesda, v. 130, n. 8, p. 1910-1913, ago.
Clinical Medicine, St. Louis, v. 131, n. 5, p. 447-455, 2000.
maio 1998.
CHEW, B. P.; WONG, M. W.; WONG, T. S. Effects of
CALABRO, S.; CARCIOFI, A. C.; MUSCO, N.; lutein from marigold extract on immunity and growth of
TUDISCO, R.; GOMES, M. O. S.; CUTRIGNELLI, M. mammary tumors in mice. Anticancer Research, Athens,
I. Fermentation characteristics of several carbohydrate v. 16, n. 16B, p. 3689-3694, nov./dez. 1996.
sources for dog diets using the in vitro gas production
COMHAIRE, F. H.; MAHMOUD, A. M.; DEPUYDT, C.
technique. Italian Journal of Animal Science, Pavia, v.
E.; ZALATA, A. A.; CHRISTOPHE, A. B. Mechanisms
12, n. 1, p. 21-27, jan. 2013.
and effects of male genital tract infection on sperm quality
CALDER, P. C. The relationship between the fatty and fertilizing potential: the andrologyst’s viewpoint.
acid composition of immune cells and their function. Human Reproduction Update, Oxford, v. 5, n. 5, p. 395-
Prostaglandins Leukotrienes & Essential Fatty Acids, 398, set./out. 1999.
Edinburgh, v. 79, n. 3-5, p. 101-108, set./nov. 2008.
CROSS, G.G.; JENNINGS, H. J.; WHITFIELD, D.
CARCIOFI, A. C.; BAZOLLI, R. S.; PRADA, F. Ácidos M.; PENNEY, C. L.; ZACHARIE, B.; GAGNON,
graxos poliinsaturados n3 e n6 na alimentação de cães e L. Immunostimulant oxidized β-glucan conjugates.
gatos. Revista de Educação Continuada do CRMV-SP, International Immunopharmacology, Amsterdam, v. 1,
São Paulo, v. 5, n. 3, p. 268-277, jan. 2002. n. 3, p. 539-550, mar. 2001.
CARCIOFI, A. C.; GOMES, M. O. S. Dietary effects DEVARAJ, S.; TANG, R.; ADAMS-HUET, B.; HARRIS,
on gastrointestinal microbiota of aging dogs: potential A.; SEENIVASAN, T.; DE LEMOS, J. A.; JIALAL,
tools to health improvement. In: PROCEEDINGS OF I. Effect of high-dose α-tocopherol supplementation
THE COMPANION ANIMAL NUTRITION SUMMIT on biomarkers of oxidative stress and inflammation
- FOCUS ON GERONTOLOGY, 2010, Clearwater. and carotid atherosclerosis in patients with coronary
Proceedings… Clearwater, 2010. p. 62-67. artery disease. American Journal of Clinical Nutrition,
Bethesda, v. 86, n. 5, p. 1392-1398, nov. 2007.
CASTRO, I. A. Desenvolvimento de alimentos funcionais.
Disponível em: <http://people.ufpr.br/~erscta8/ DOMONKOS, I.; KIS, M.; GOMBOS, Z.; UGHY,
FUNCIONAIS.pdf>. Acesso em: 10 set. 2013. B. Carotenoids, versatile components of oxygenic
photosynthesis. Progress in Lipid Research, Oxford, v.
CAVALHEIRO, R.; RÖRIG, L.; FONTANA, J. D.;
52, n. 4, p. 539-561, out. 2013.
PESSATTI, M. Testes preliminares de crescimento
com uma cepa da microalga produtora de astaxantina DUNBAR, B. L.; BAUER, J. E. Conversion of
Haematococcus Pluvialis (Chlorophyceae, Volvocales). essential fatty acids by delta 6-desaturase in dog liver
Notas técnicas Facimar, Itajaí, v. 3, n. 1, p. 73-77, jan. microsomes. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 132, n. 6,
1999. p. 1701S-1703S, jun. 2002.

2525
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

DWYER, J. H.; NAVAB, M.; DWYER, K. M.; HUGHES, D. A. Effects of carotenoids on human
HASSAN, K.; SUN, P.; SHIRCORE, A.; HAMA-LEVY, immune function. Proceedings of the Nutrition Society,
S.; HOUGH, G.; WANG, X.; DRAKE, T.; MERZ, C. London, v. 58, n. 3, p. 713-718, ago. 1999.
N.; FOGELMAN, A. M. Oxygenated carotenoid lutein
HUNTER JUNIOR, K. W.; GAULT, R. A.; BERNER,
and progression of early atherosclerosis: the Los Angeles
M. D. Preparation of microparticulate beta-glucan
atherosclerosis study. Circulation, Dallas, v. 103, n. 24,
from Saccharomyces cerevisiae for use in immune
p. 2922-2927, jun. 2001.
potentiation. Letters in Applied Microbiology, Reno, v.
FREEMAN, L. M. Beneficial effects of omega-3 fatty 35, n.4, p. 267-271, out. 2002.
acids in cardiovascular disease. Journal of Small Animal
JEWELL, D. E.; TOLL, P. W.; WEDEKIND, K. J.;
Practice, Malden, v. 51, n. 9, p. 462-470, jul. 2010.
ZICKER, S. C. Effect of increasing dietary antioxidants
FREEMAN, L. M.; RUSH, J. E.; KEHAYIAS, J. J.; on concentrations of vitamin E and total alkenals in serum
ROSS JUNIOR, J. N.; MEYDANI, S. N.; BROWN, D. J.; of dogs and cats. Veterinary Therapeutics: Research in
DOLNIKOWSKI, G. G.; MARMOR, B. N.; WHITE, M. Applied Veterinary Medicine, Trenton, v. 1, n. 4, p. 264-
E.; DINARELLO, C. A.; ROUBENOFF, R. Nutritional 272, jan. 2000.
alterations and the effect of fish oil supplementation in
KAPUN A. P.; SALOBIR, J.; LEVART, A.; KALCHER
dogs with heart failure. Journal of Veterinary Internal
G. T.; SVETE, A. N.; KOTNIK, T. Plasma and skin
Medicine, Philadelphia, v. 12, n. 6, p. 440-448, nov./dez.
vitamin E concentrations in canine atopic dermatitis.
1998.
Veterinary Quarterly, Amsterdam, v. 33, n. 1, p. 2-6, jan.
GOMES, M. O. S. Efeito da adição de parede celular 2013.
de levedura sobre a digestibilidade, microbiota, ácidos
KIM, H. W.; CHEW, B. P.; WONG, T. S.; PARK,
graxos de cadeia curta e aminas fecais e parâmetros
J. S.; WENG, B. B.; BYRNE, K. M.; HAYEK, M.
hematológicos e imunológicos de cães. 2009. Dissertação
G.; REINHART, G. A. Modulation of humoral and
(Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de
cell-mediated immune responses by dietary lutein in
Ciências Agrárias e Veterinárias. Universidade Estadual
cats. Veterinary Immunology and Immunopathology,
Paulista, Jaboticabal.
Amsterdam, v. 73, n. 3-4, p. 331-341, mar. 2000a.
GRIESHOP, C. M.; FLICKINGER, E. A.; BRUCE,
KIM, H. W.; CHEW, B. P.; WONG, T. S.; PARK, J.
K. J.; PATIL, A. R.; CZARNECKI-MAULDEN,
G. L.; FAHEY JUNIOR, G. C. Gastrointestinal and S.; WENG, B. B.; BYRNE, K. M.; HAYEK, M. G.;
immunological responses of senior dogs to chicory and GREGORY, A. Dietary lutein stimulates immune
mannan-oligosaccharides. Archives of Animal Nutrition, response in the canine. Veterinary Immunology and
Abingdon, v. 58, n. 6, p. 483-493, dez. 2004. Immunopathology, Amsterdam, v. 74, n. 3-4, p. 315-327,
maio 2000b.
HALADOVÁ, E.; MOJŽIŠOVÁ, J.; SMRČO, P.;
ONDREJKOVÁ, A.; VOJTEK, B.; HIPÍKOVÁ, V. The KOGAN, G.; KOCHER, A. Role of yeast cell wall
effect of β(1,3/1,6)d-glucan on selected non-specific polysaccharides in pig nutrition and health protection.
and specific immunological parameters in dogs after Livestock Science, Amsterdam, v. 109, n. 1-3, p. 161-165,
vaccination. Folia Veterinaria, Košice, v. 53, n. 1, p. 43- maio 2007.
46, jan. 2009. KVANSAKUL, J.; RODRIGUEZ-CARMONA, M.;
HAND, M. S.; THATCHER, C. D.; REMILLARD, R. EDGAR, D. F.; BARKER, F. M.; KÖPCKE, W.;
L.; ROUDEBUSH, P.; NOVOTNY, B. J. Small animal SCHALCH, W.; BARBUR, J. L. Supplementation with
clinical nutrition. 5. ed. Topeka, KS: Mark Morris the carotenoids lutein or zeaxanthin improves human
Institute, 2010. 1314 p. visual performance. Ophthalmic and Physiological
Optics, Oxford, v. 26, n. 4, p. 362-371, jul. 2006.
HARVEY, R. G. Management of feline miliary dermatitis
by supplementing the diet with essential fatty acids. LIPKE, P. N.; OVALLE, R. Cell wall architecture in
Veterinary Record, London, v. 128, n. 14, p. 326-329, yeast: new structure and new challenges. Journal of
abr. 1991. Bacteriology, Baltimore, v. 180, n. 15, p. 3735-3740, ago.
1998.
HEATON, P. R.; REED, C. F.; MANN, S. J.; RANSLEY,
R.; STEVENSON, J.; CHARLTON, C. J.; SMITH, B. LOGAS, D.; KUNKLE, G. A. Double-blinded crossover
H.; HARPER, E. J.; RAWLINGS, J. M. Role of dietary study with marine oil supplementation containing high
antioxidants to protect against DNA damage in adult dose eicosapentaenoic acid for the treatment of canine
dogs. The Journal of Nutrition, Bethesda, v. 132, n. 6, p. pruritic skin disease. Veterinary Dermatology, Oxford, v.
1720-1724, jun. 2002. 5, n. 3, p. 99-104, set. 1994.

2526
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

MANTOVANI, M.S.; BELLINI, M. F.; ANGELI, J. PARK, J. S.; CHEW, B. P.; WONG, T. S. Dietary
P.; OLIVEIRA, R. J.; SILVA, A. F.; RIBEIRO, L. R. lutein from marigold extract inhibits mammary tumor
Beta-Glucans in promoting health: Prevention against development in BALB/c mice. Journal of Nutrition,
mutation and cancer. Mutation Research, Amsterdam, v. Bethesda, v. 28, n. 10, p. 1650-1656, out. 1998.
658, n. 3, p. 154-161, mar./abr. 2008.
PARK, J. S.; CHYUN, J. H.; KIM, Y. K.; LINE, L. L.;
MARANGON, K.; DEVARAJ, S.; TIROSH, O.; CHEW, B. P. Astaxanthin decreased oxidative stress and
PACKER, L.; JIALAL, I. Comparison of the effect of inflammation and enhanced imune response in humans.
alpha-lipoic acid and alpha-tocopherol supplementation Nutrition & Metbolism, London, v. 7, n. 18, p. 1-10, mar.
on measures of oxidative stress. Free Radicals Biology 2010a.
and Medicine, New York, v. 27, n. 9-10, p. 1114-1121,
PARK, J. S.; KIM, H. W.; MATHISON, B. D.;
nov. 1999.
HAYEK, M. G.; MASSIMINO, S.; REINHART, G. A.;
MASSIMINO S.; KEARNS, R. J.; LOOS, K. M.; Astaxanthin uptake in domestic dogs and cats. Nutrition
BURR, J. Effects of age and dietary beta-carotene on & Metabolism, London, v. 7, n. 52, p. 1-8, jun. 2010b.
immunological variables in dogs. Journal of Veterinary
PARK, J. S.; MATHISON, B. D.; HAYEK, M. G.;
Internal Medicine, v. 17, n. 6, p. 835-842, nov./dez. 2003.
MASSIMINO, S.; REINHART, G. A.; CHEW, B. P.
MEDZHITOV, R.; JANEWAY JUNIOR, C. Innate Astaxanthin stimulates cell-mediated and humoral
immunity. The New England Journal of Medicine, immune responses in cats. Veterinary Immunology and
Boston, v. 343, n. 5, p. 338-344, ago. 2000. Immunopathology, Amsterdam, v. 144, n. 3-4, p. 455-
461, dez. 2011.
MIDDELBOS, I. S.; FASTINGER, N. D.;
FAHEY JUNIOR, G. C. Evaluation of fermentable PHAM-HUY, L. A.; HE, H.; PHAM-HUY, C. Free
oligosaccharides in diets fed to dogs in comparison to radicals, antioxidants in diseases and health. International
fiber standards. Journal of Animal Science, Champaign, Journal of Biomedical Science, Pomona, v. 4, n. 2, p. 89-
v. 85, n. 11 p. 3033-3044, nov. 2007. 96, jun. 2008.
MIDDELBOS, I. S.; GODOY, M. R.; FASTINGER, N. REINHART, G. A. Canine dietary fatty acid ratio and
D.; FAHEY JUNUOR, G. C. A dose-response evaluation tissue eicosanoid production. In: AMERICAN COLLEGE
of spray-dried yeast cell wall supplementation of diets OF VETERINARY INTERNAL MEDICINE, 13.,
fed to adult dogs: effects on nutrient digestibility, immune ANNUAL VETERINARY MEDICAL FORUM, 1995,
indices, and fecal microbial populations. Journal of Florida. Proceedings…Florida: ACVIM, 1995. p. 22-25.
Animal Science, Champaign, v. 85, n. 11, p. 3022-3032,
ROUSH, J. K.; DODD, C. E.; FRITSCH, D. A.;
nov. 2007.
ALLEN, T. A.; JEWELL, D. E.; SCHOENHERR, W. D.;
MILLER, W. H.; SCOTT, D. W.; WELLINGTON, J. RICHARDSON, D. C.; LEVENTHAL, P. S.; HAHN,
R. Treatment of dog with hip arthritis with a fatty acid K. A. Multicenter veterinary practice assessment of the
supplement. Canine Practice, New York, v. 7, n. 6. p. effects of omega-3 fatty acids on osteoarthritis in dogs.
6-8, jan. 1992. Journal of the American Veterinary Medical Association,
Ithaca, v. 236, n. 1, p. 59-66, jan. 2010.
MORALES-LÓPEZ, R.; AUCLAIR, E.; VAN
IMMERSEEL, F.; DUCATELLE, R.; GARCÍA, RUIZ-HERRERA, J. Fungal cell wall: structure,
F.; BRUFAU, J. Effects of different yeast cell wall synthesis, and assembly. Boca Raton, EUA: CRC Press,
supplements added to maize- or wheat-based diets for 1992.
broiler chickens. British Poultry Science, London, v. 51,
RYCHLIK, A.; NIERADKA, R.; KANDER, M.;
n. 3, p. 399-408, jun. 2010.
NOWICKI, M.; WDOWIAK, M.; KOŁODZIEJSKA-
NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient SAWERSKA, A. The effectiveness of natural and
requirements of dogs and cats. Washington: National synthetic immunomodulators in the treatment of
Academy, 2006. 398 p. inflammatory bowel disease in dogs. Acta Veterinaria
Hungarica, Budapest, v. 61, n. 3, p. 297-308, set. 2013.
NOCHTA, I.; TUBOLY, T.; HALAS, V.; BABINSZKY,
L. Effect of different levels of mannan-oligosaccharide SANTOS, M. S.; MEYDANI, S. N.; LEKA, L.; WU, D.;
supplementation on some immunological variables FOTOUHI, N.; MEYDANI, M.; HENNEKENS, C. H.;
in weaned piglets. Journal of Animal Physiology and GAZIANO, J. M. Natural killer cell activity in elderly
Animal Nutrition, Berlin, v. 93, n. 4, p. 496-504, ago. men is enhanced by beta-carotene supplementation.
2009. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 64,
n. 5, p. 772-777, nov. 1996.

2527
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

SCARFF, D. H.; LLOYD, D. H. Double blind, placebo- acid. Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention,
controlled, crossover study of evening primrose oil in the Philadelphia, v. 9, n. 3, p. 257-263, mar. 2000.
treatment of canine atopy. Veterinary Record, London, v.
SWANSON, K. S.; GRIESHOP, C. M.; FLICKINGER,
131, n. 5, p. 97-99, ago. 1992.
E. A.; BAUER, L. L.; HEALY, H. P.; DAWSON, K. A.;
SCHENCK, P. A. Canine hyperlipidemia: causes and MERCHEN, N. R.; FAHEY JUNIOR, G. C. Supplemental
nutritional management. In: PIBOT, P.; BIOURGE, V.; fructooligosaccharides and mannanoligosaccharides
ELLIOTT, D. (Ed.). Encyclopedia of canine clinical influence immune function, ileal and total tract nutrient
nutrition. Aimargues: Aniwa SAS-Royal Canin, 2006. p. digestibilities, microbial populations and concentration
222-245. of protein catabolites in the large bowel of dogs. Journal
of Nutrition, Bethesda, v. 132, n. 5, p. 980-989, maio
SCOTT, D. W.; MILLER JUNIOR, W. H.; REINHART,
2002a.
G. A.; MOHAMMED, H. O.; BAGLADI, M. S. Effect of
an omega-3/omega-6 fatty acid-containing commercial ______. Effects of supplemental fructooligosaccharides
lamb and rice diet on pruritus in atopic dogs: results of and mannanoligosaccharides on colonic microbial
a single-blinded study. Canadian Journal of Veterinary populations, immune function and fecal odor components
Research, Ottawa, v. 61, n. 2, p. 145-153, abr. 1997. in the canine. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 132, n. 1,
p. 1717S-1719S, jun. 2002b.
SHANMUGAM, S.; PARK, J. H.; KIM, K. S.; PIAO,
Z. Z.; YONG, C. S.; CHOI, H.; WOO, J. S. Enhanced TLASKALOVÁ-HOGENOVÁ, H.; TUCKOVÁ, L.;
bioavailability and retinal accumulation of lutein from LODINOVÁ-ZÁDNIKOVÁ, R.; STEPÁNKOVÁ,
self-emulsifying phospholipid suspension (SEPS). R.; CUKROWSKA, B.; FUNDA, D. P.; STRIZ, I.;
International Journal of Pharmaceutics, Amsterdam, v. KOZÁKOVÁ, H.; TREBICHAVSKÝ, I.; SOKOL,
412, n. 1-2, p. 99-105, jun. 2011. D.; REHÁKOVÁ, Z.; SINKORA, J.; FUNDOVÁ,
P.; HORÁKOVÁ, D.; JELÍNKOVÁ, L.; SÁNCHEZ,
SIMOPOULOS, A. P. Omega-3 polyunsaturated. In:
D. Mucosal immunity: its role in defense and allergy.
CABALLERO, B.; ALLEN, L.; PRENTICE, A. (Ed.).
International Archives of Allergy and Immunology,
Encyclopaedia of human nutrition. Oxford, UK: Elsevier,
Basel, v. 128, n. 2, p. 77-89, jun. 2002.
2005. p. 205-219.
TORREJON, C.; JUNG, U. J.; DECKELBAUM, R. J.
STAHL, W.; HEINRICH, U.; JUNGMANN, H.; SIES,
n-3 Fatty acids and cardiovascular disease: actions and
H.; TRONNIER, H. Carotenoids and carotenoids plus
molecular mechanisms. Prostaglandins Leukotrienes &
vitamin E protect against ultraviolet light-induced
Essential Fatty Acids, Edinburgh, v. 77, n. 5-6, p. 319-
erythema in humans. American Journal of Clinical
326, nov./dez. 2007.
Nutrition, Bethesda, v. 71, n. 3, p. 795-8, mar. 2000.
TRABER, M. G.; RADER, D.; ACUFF, R. V.;
STAHL, W.; SIES, H. Antioxidant activity of carotenoids.
RAMAKRISHNAN, R.; BREWER, H. B.; KAYDEN,
Molecular Aspects of Medicine, Oxford, v. 24, n. 6, p.
H. J. Vitamin E dose-response studies in humans with use
345-351, dez. 2003.
of deuterated RRR-alpha-tocopherol. American Journal
STRICKLING, J. A.; HARMON, D. L.; DAWSON, of Clinical Nutrition, Bethesda, v. 68, n. 4, p. 847-53,
K. A.; GROSS, K. L. Evaluation of oligosaccharide out. 1998.
addition to dog diets: Influences on nutrient digestion
TREVIZAN, L.; KESSLER, A. M. Lipídeos na nutrição
and microbial populations. Animal Feed Science and
de cães e gatos: metabolismo, fontes e uso em dietas
Technology, Amsterdam, v. 86, n. 3-4, p. 205-219, ago.
práticas e terapêuticas. Revista Brasileira de Zootecnia,
2000.
Brasília, v. 38, n. 1, p. 15-25, 2009.
STUYVEN, E.; VERDONCK, F.; VAN HOEK, I.;
TWEDT, D. C.; WEBB, C. B.; TETRICK, M. A. The
DAMINET, S.; DUCHATEAU, L.; REMON, J. P.;
effect of dietary vitamin E on the clinical laboratory and
GODDEERIS, B. M.; COX, E. Oral administration of
oxidant status of dogs with chronic hepatitis. Journal of
beta-1,3/1,6-glucan to dogs temporally changes total and
Veterinary Internal Medicine, Philadelphia, v. 17, n. 3, p.
antigen 1 specific IgA and IgM. Clinical and Vaccine
418A, 2003.
Immunology, Washington, v. 17, n. 2, p. 281-285, fev.
2010. VANDEWEERD, J-M.; CAMBIER, C.; GUSTIN, P.
Nutraceuticals for canine liver disease: assessing the
SUMANTRAN, V. N.; ZHANG, R.; LEE, D. S.; WICHA,
evidence. The Veterinary clinics of North America. Small
M. S. Differential regulation of apoptosis in normal versus
Animal Practice, Philadelphia, v. 43, n. 5, p. 1171-1179,
transformed mammary epithelium by lutein and retinoic
set. 2013.

2528
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos

VAUGHN, D. M.; REINHART, G. A.; SWAIM, S. F.; WHELAN, K. Mechanisms and effectiveness of
LAUTEN, S. D.; GARNER, C. A.; BOUDREAUX, M. prebiotics in modifying the gastrointestinal microbiota for
K.; SPANO, J. S.; HOFFMAN, C. E.; CONNER, B. the management of digestive disorders. The Proceedings
Evaluation of effects of dietary n-6 to n-3 fatty acid ratios of the Nutrition Society, London, v. 72, n. 3, p. 288-298,
on leukotriene B synthesis in dog skin and neutrophils. ago. 2013.
Veterinary Dermatology, Oxford v. 5, n. 4, p. 163-173,
WHITE, L. A.; NEWMAN, M. C.; CROMWELL, G. L.;
dez. 1994.
LINDEMANN, M. D. Brewers dried yeast as a source of
VERBRUGGHE, A.; JANSSENS, G. P. J.; ROCHUS, mannan oligosaccharides for weanling pigs. Journal of
K.; PAAP, P. M.; VERHAERT, L.; POLIS, I.; COX, Animal Science, Champaign, v. 80, n. 10, p. 2619-2628,
E.; PETERS, I.; HESTA, M. Β-1,3/1,6-glucans down- out. 2002.
regulate whole blood NFκΒ and IL-1β mRNA expression
YANG, Y.; IJI, P. A.; KOCHER, A.; THOMSON,
and alveolar bone loss in feline periodontal disease. In:
E.; MIKKELSEN, L. L.; CHOCT, M. Effects of
CONGRESS OF THE EUROPEAN SOCIETY OF
mannanoligosaccharide in broiler chicken diets on growth
VETERINARY AND COMPARATIVE NUTRITION,
performance, energy utilization, nutrient digestibility and
16., 2012, Bydgoszcz. Proceedings… Bydgoszcz:
intestinal microflora. British Poultry Science, Edinburgh,
ESVCN, 2012. p. 52-52.
v. 49, n. 2, p. 186-194, mar. 2008.
VETVICKA, V.; VASHISHTA, A.; SARASWAT-
ZAINE, L. Avaliação do efeito de derivados de parede
OHRI, S.; VETVICKOVA, J. Immunological effects of
celular de levedura de cana-de-açúcar (Saccharomyces
yeast- and mushroom-derived beta-glucans. Journal of
cerevisiae) sobre a resposta imune de cães adultos.
Medicinal Food, Larchmont, v. 11, n. 4, p. 615-622, dez.
2010. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária)
2008.
- Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
WEITBERG, A. B. A phase I/II trial of beta-(1,3)/(1,6) Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.
D-glucan in the treatment of patients with advanced
ZALATA, A. A.; DEPUYDT, C. E. White blood cells
malignancies receiving chemotherapy. Journal of
cause oxidative damage to the fatty acid composition
Experimental & Clinical Cancer Research, Roma, v. 27,
of phospholipids of human spermatozoa. International
n. 40, p. 1-4, set. 2008.
Journal of Andrology, Copenhagen, v. 21, n. 3 p. 154-
WENG, C.; CHEW, B. P.; WONG, T. S.; PARK, J. S.; 162, jun. 1998.
KIM, H. W.; LEPINE, A. J. Beta-carotene uptake and
changes in ovarian steroids and uterine proteins during
the estrous cycle in the canine. Journal of Animal Science,
Champaign, v. 78, n. 5, p. 1284-1290, maio 2000.

2529
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014
Zaine, L. et al.

2530
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, suplemento, p. 2513-2530, 2014

Você também pode gostar