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EXPERIMENTO 01: EQUILÍBRIOS DE PRECIPITAÇÃO E DISSOLUÇÃO DE

COMPOSTOS POUCO SOLÚVEIS

OBJETIVO GERAL: Interpretar a dissolução de compostos pouco solúveis


devido à formação de espécies solúveis e mais estáveis.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

▪ Reconhecer a formação e dissolução de um precipitado.


▪ Prever a dissolução de um precipitado na presença de uma espécie que
conduz a formação de compostos solúveis e mais estáveis.
▪ Estabelecer a relação entre produto de solubilidade e a constante de
dissociação da espécie formada.

REAGENTES E MATERIAIS

Nome Concentração Fórmula


Ácido clorídrico 3,0 mol L-1
Amônia 0,10 e 1,0 mol L-1
Carbonato de sódio 0,10 mol L-1
Cloreto de bário 0,10 mol L-1
Cloreto de cálcio 0,10 mol L-1
Cloreto de sódio 0,10 mol L-1
Cromato de potássio 0,10 mol L-1
Hidróxido de sódio 0,10 e 1,0 mol L-1
Nitrato de chumbo 0,10 mol L-1
Nitrato de estrôncio 0,10 mol L-1
Nitrato de prata 0,10 mol L-1
Oxalato de amônio 0,10 mol L-1
Sulfato de cobre 0,10 mol L-1

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Equilíbrio de precipitação e dissolução de compostos pouco solúveis

1. Reações com Ag+


1.1-Num tubo de ensaio contendo 0,5 mL de água, acrescentar 2 gotas de
solução de nitrato de prata 0,10 mol L-1 e 2 gotas de solução de cloreto de
sódio 0,10 mol L-1. Agitar e observar. Preencher a Tabela 1.

1.2-Adicionar em seguida na solução 1.1 gotas em excesso de hidróxido de


amônio 1,0 mol L-1 e observar. Preencher a Tabela 1.

Questionamentos:
1.a – Qual é a condição necessária para a precipitação do cloreto de prata ?
Apresente a equação de equilíbrio e a expressão da constante de solubilidade
(Ks).
1.b - Discuta a dissolução do precipitado de AgCl em função da adição de
hidróxido de amônio. Apresente as equações de equilíbrio de precipitação e de
complexação, e determine a constante de equilíbrio simultâneo.

2. Reações com Pb2+


2.1- Num tubo de ensaio contendo 0,5 mL de água, acrescentar 2 gotas de
solução de nitrato de chumbo 0,1 mol L-1 e 2 gotas de solução de cromato de
potássio 0,1 mol L-1. Não agitar e observar após 1 min. Preencher a Tabela
1.
2.2- Num tubo de ensaio contendo 0,5 mL de água, acrescentar 2 gotas de
solução de nitrato de chumbo 0,1 mol L-1 e 2 gotas de solução de cromato de
potássio 0,1 mol L-1. Adicionar sob agitação 3 gotas de solução de amônia 0,1
mol L-1, agitar, observar após 3 min. Preencher a Tabela 1.
2.3 - Num tubo de ensaio contendo 0,5 mL de água, acrescentar 2 gotas de
solução de nitrato de chumbo 0,1 mol L-1 e 2 gotas de solução de cromato de
potássio 0,1 mol L-1. Agitar e observar. Adicionar hidróxido de sódio 0,1 mol
L-1 em vez de amônia e comparar os dois sistemas. Preencher a Tabela 1.

Questionamentos:

2a. O chumbo (II) forma complexos com os íons hidroxila? Apresente a


expressão de equilíbrio.
O Chumbo II forma um complexo solúvel com a hidroxila.

4NaOH + PbCrO4 → Na2CrO4 + Na2[Pb(OH)4]

2b. Calcule o valor da constante de equilíbrio simultâneo para a formação do


complexo a partir do cromato de chumbo com a adição de uma base forte.
Discuta o deslocamento do mesmo em função da adição de uma base forte.
2c. Por que não ocorre dissolução significativa do cromato de chumbo quando
amônia é adicionada ao sistema? Kps(PbCrO 4) = 1,8 x 10-14 Kf [Pb(OH)4 -] =
1,0 x 1014
3. Reações com Cu2+
3.1- Num tubo de ensaio contendo 0,5 mL de água, acrescentar 2 gotas de
solução de sulfato de cobre 0,10 mol L-1 e 2 gotas de solução de hidróxido
de amônio 0,10 mol L-1. Agitar e observar. Preencher a Tabela 1 (item 3).
Observar o que acontece ao adicionar excesso de hidróxido de sódio 0,1 mol L -
1
. Anotar as observações na Tabela 1.
3.2- Num tubo de ensaio contendo 0,5 mL de água, acrescentar 2 gotas de
solução de sulfato de cobre 0,10 mol L-1 e 2 gotas de solução de hidróxido
de sódio 0,10 mol L-1. Verificar o que acontece ao adicionar excesso de
hidróxido de amônio, após 4 min. Preencher a Tabela.

Questionamentos:

3a. Apresente as equações de equilíbrio para o cobre.


3b. Por que não ocorre dissolução hidróxido de cobre(II) com adição de uma
base forte e sim quando a amônia é adicionada ao sistema ?
Ks[Cu(OH)2] = 4,8 x 10-20; Kf [Cu(NH3)4]2+ = 1,1 x 1013

4.Reações com Ca2+, Sr2+ e Ba2+


4.1.Colocar em três tubos de ensaio 1,0 mL das seguintes soluções 0,1 mol L -1:
(I) cloreto de cálcio, (II) nitrato de estrôncio e (III) cloreto de bário. Adicionar a
cada um deles 1,0 mL de solução de carbonato de sódio 0,1 mol L -1, observar
após 5 min. Preencher a Tabela. Em seguida, adicionar ácido clorídrico 3 mol
L-1 observar e preencher a Tabela.

Questionamentos:
4.a.Explique a formação ou não de precipitado formado e a dissolução ou não
com a adição do ácido clorídrico.
4.b.Apresente as respectivas reações, expressão da constante de equilíbrio
simultâneo e calcule o seu valor (Consultar os valores das constantes em livros
da área).

Tabela 1. Equacionar os equilíbrios envolvendo simultaneamente, reações de precipitação, de


complexação e/ou formação de ácidos e bases fracas. Expressar a constante de dissociação
e/ou formação de complexo e determinar a constante de equilíbrio simultâneo.

Item Equilíbrios

1. (Ag+)
AgNO3 + NaCl → AgCl + NaNO3

Adição de NH3
AgCl + NH3 → [Ag(NH3)2]+ + Cl-

2. (Pb2+)
PbNO3 + KCrO4 → PbCrO4 + KNO3

Adição de NH3
Não há reação.

Adição de NaOH
PbCrO4 + NaOH → Na[Pb(OH)3] +
Na2CrO4

3. (Cu2+)

Adição de NH3
 4NH3 (aq) + CuSO4 (aq) → [Cu(NH3)4] 2+(s) +
SO42-.

Adição de NaOH
 2 NaOH (aq) + CuSO4 (aq) → Na2SO4 (aq) +
Cu(OH)2 (s) 

4. (Ca2+) CaCl2 + Na2CO3 → CaCO3 + 2NaCl


(Sr2+)
(Ba2+)
Adição de HCl
CaCO3 + 2HCl → CaCl2 + H2CO3

EXPERIMENTO 2: SOLUÇÃO TAMPÃO: PREPARAÇÃO E PROPRIEDADES

INTRODUÇÃO TEÓRICA

Uma solução-tampão consiste de um par ácido fraco/base conjugada que


resiste a variações no pH quando pequenas quantidades de ácidos ou bases lhe são
adicionadas ou quando ocorre diluição. Os químicos utilizam tampões toda vez que
necessitam manter o pH de uma solução em um nível constante e pré-determinado.
Os bioquímicos são particularmente interessados em tampões pois o funcionamento
dos sistemas biológicos é criticamente dependente do pH.
A equação central para as soluções-tampão é a equação de Henderson-
Hasselbalch, a qual consiste meramente em um rearranjo da expressão da constante
de equilíbrio Ka para a dissociação de um ácido,

Isolando [H+] e tomando o logaritmo da expressão resultante, obtém-se

Finalmente, usando as definições de pH e pKa , escreve-se

Se a solução é preparada com uma base fraca B e seu ácido conjugado, a equação de
Henderson-Hasselbalch tem a forma
Note que o pKa aplica-se às formas ácidas HA ou BH+.

Essa equação indica que o pH de uma solução que consiste de um par ácido
fraco/base conjugada pode ser calculado sempre que soubermos o pKa da forma
ácida e a razão entre as concentrações da base e do ácido conjugados.

Nesta experiência você irá inicialmente preparar a solução-tampão acetato que


consiste no par conjugado CH3COONa e CH3COOH. A seguir você testará as
propriedades dessa solução tampão (com respeito à adição de ácidos e bases e à
diluição), comparando-as com as de uma solução aquosa não-tamponada de pH
similar.
Na prática, quando misturamos as quantidades calculadas do ácido e da base
conjugados para preparar um tampão, o pH resultante não é exatamente o esperado.
A principal razão dessa discrepância é que o pH é governado pelas atividades do
ácido e da base conjugados, e não por suas concentrações. Por esse motivo, após
preparar o tampão com as quantidades calculadas, em geral faz-se necessário um
pequeno ajuste no pH (pela adição de uma solução básica ou ácida diluídas) para
obter o pH desejado. Nesta prática não faremos isto, pois o objetivo é entender como
o tampão funciona e não prepará-lo com o pH exato.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

I – Preparação das Soluções Tampões

A partir de ácido acético concentrado (98,8% p/p, 1,05 g/cm 3, 60,05 g/mol), cuja
concentração molar é 17,45 M, prepare 0,5 L de solução de ácido acético 1M.
Prepare 200mL de cada uma das seguintes soluções tampões acetato/ácido
acético e usando a equação de Henderson-Hasselbalch, calcule o pH esperado para
cada uma delas:

a) 0,020 M em CH3COONa e 0,580 M em CH3COOH


b) 0,100 M em CH3COONa e 0,500 M em CH3COOH
c) 0,300 M em CH3COONa e 0,300 M em CH3COOH
d) 0,500 M em CH3COONa e 0,100 M em CH3COOH
e) 0,580 M em CH3COONa e 0,020 M em CH3COOH
Utilizando o pHmetro determine o pH de cada uma das soluções.

II – Determinação da capacidade tamponante das soluções tampões

Para cada uma das 5 soluções tampões preparadas proceda conforme abaixo.

1) Adição de um ácido forte

Prepare 100 mL de HCl 0,5 M a partir de HCl concentrado (cuja concentração é


12,1 mol/L).
A uma alíquota de 50 mL da solução tampão preparada adicione 1 mL de HCl 0,5
M. Considerando o equilíbrio

calcule qual é o pH esperado da solução após a adição do HCl e complete a tabela


abaixo.
CH3COO- H+ CH3COOH
Mols Iniciais
Mols Finais

Meça o pH da solução resultante. Compare com o valor calculado e discuta os


motivos para possíveis diferenças.
Utilizando os valores experimentais de pH calcule qual foi a variação de pH da
solução tampão após a adição do ácido: pH = pH (final) – pH (inicial).

2) Adição de uma base forte

Tome outra alíquota de 50 mL da solução tampão preparada e adicione a ela 1


mL de NaOH 0,5 M. Considerando a reação de hidrólise do ânion acetato,

calcule qual é o pH esperado da solução após a adição do NaOH e complete a


tabela abaixo.
CH3COO- H+ CH3COOH
Mols Iniciais
Mols Finais
Meça o pH da solução resultante.
Compare com o valor calculado e discuta os motivos para possíveis diferenças.
Utilizando os valores experimentais de pH calcule qual foi a variação de pH da
solução tampão após a adição da base: pH = pH (final) – pH (inicial).
2) Efeito da diluição sobre a capacidade tamponante

Tome a solução tampão que apresentou a maior capacidade tamponante e a


partir dela prepare duas soluções diluídas, empregando os fatores de diluição 1:2 e
1:10.
Determine o pH das soluções diluídas e compare com o valor medido para a
solução original.
Discuta a razão para as possíveis diferenças, analisando as condições de
validade da equação de Handerson-Hasselbalch e a forma como todos os fatores nela
envolvidos podem ser afetados pela diluição.
Discuta o que ocorreria com o pH de uma solução não tamponada submetida
às mesmas diluições.

BIBLIOGRAFIA

1) A. Vogel, Química Analítica Qualitativa, Editora Mestre Jou, São Paulo (1981) Ver.
p. 60.
2) P. W. Atkins e L. Jones, Princípios de Química: questionando a vida moderna e o
meio ambiente, Bookman, Porto Alegre (2001). Ver Cap. 11.
3) J. B. Russel, Química Geral, Editora McGrawHill, São Paulo (1982) Ver. Cap. 16,
p.521.
4) D. A. Skoog, D. M. West e F. J. Holler, Fundamentals of Analytical Chemistry,
Saunders College Publishing (1997). Ver Chapter 10, p. 200.
5) D. Harris, Exploring Chemical Analysis, W. H. Freeman and Company, N. York
(1997) Ver. Chapter 10.

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