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RESUMO DO CONTO:
Garcia, Fortunato e Maria Luísa estavam quietos após terem conversado durante o dia
sobre o Catumbi, lugar onde o casal Fortunato morava, e de uma casa de saúde. Como os
três personagens estão mortos, dá pra contar a história tranquilamente. Tinham entrado em
mais assuntos além desses, cujo era tão sério que até os fez esquecer dos outros que já
haviam dito. A conversa foi constrangedora, inclusive Maria Luísa parece estar com os dedos
tremendo. Garcia estava com uma expressão ríspida, o que não é comum. Para entender, é
preciso contar a situação desde o início. Garcia se formou em medicina no ano de 1861. No
ano de 1860, ainda na escola, viu Fortunato, em frente a Santa Casa. Um entrando e o outro
saindo, foram se conhecer mesmo no segundo encontro, depois de alguns dias. Ele morava
na rua D. Manoel, as vezes ia no teatro de S. Januário, até que em uma noite, estava nas
cadeiras e então apareceu Fortunato, sentado em seus pés. A peça era cheia de dramas e
arrependimentos, mas Fortunato escutava com interesse. Nos momentos de angústia, sua
atenção aumentava, seus olhos ficavam tão ligados naquilo que o estudante suspeitou que
na peça havia lembranças pessoais de seu vizinho. Fortunato saiu antes que a peça acabasse
e Garcia foi atrás dele. Fortunato pegou vários caminhos e foi para os lados da praça da
Constituição. Garcia foi para casa sem saber o que tinha acontecido. Passaram semanas, até
que em uma noite, eram 9 horas e ele ouviu vozes vindo da escada de sua casa, saiu do
sótão onde morava e foi para o primeiro andar, cujo estava sendo ocupado por um
empregado do arsenal de guerra. Ele com ajuda de alguns homens, estava subindo as
escadas completamente ensanguentado. Garcia disse que precisaria chamar um médico. “Já
vem um”, dizia uma voz, Garcia se virou e viu que o dono daquela voz era o homem que ele
havia visto na Santa Casa e no teatro, pensou que talvez seria algum conhecido ou parente
do feriado, mas tirou essa ideia da cabeça assim que o preto disse que o ferido não tinha
família ou pessoa próxima. O mesmo pediu para que os estranhos se retirassem e assumiu o
controle da situação. Sabendo que Garcia era vizinho e estudava medicina, pediu para ele
ficar no intuito de ajudar o médico. E depois, contou o que aconteceu. Disse que ao voltar
do quartel, viu um grupo de capoeira, ouviu um barulho enorme e em seguida viu algumas
pessoas amontoadas. Parecia que tinham ferido mais uma pessoa, mas só viu aquele
senhor, que estava atravessando a rua quando um dos capoeiristas o golpeou com um
punhal. Achou melhor perguntar onde ele morava e o levou para casa. Garcia perguntou se
o homem o conhecia antes e ele disse que não, Garcia prontamente disse que era uma
pessoa do bem, empregado no arsenal de guerra, com o nome de Gouveia. O médico e o
cabeça e pensou que poderia ser uma oportunidade boa e resolveu aceitar. O plano dos
dois tinha começado a funcionar, porém, Fortunato não cuidou de nada, ele foi somente o
chefe e administrador dos enfermeiros. Comprava todos os matérias necessários,
examinava e ordenava. Garcia soube ver que o caso de um morador de rua chamado D.
Manoel, não era algo que acontecia por acaso, mas contribuía na natureza do homem.
Garcia via que ele servia como ninguém e que as pessoas ficavam pasmas pelas atitudes do
homem. Enquanto isso, Fortunato estudava e acompanhava as operações, e dizia que
nenhum outro curava os cáusticos, e afirmava ter muita fé neles. Garcia começou a ficar
mais íntimo e a frequentar mais o local, jantava todos os dias e também observava a vida de
Maria Luísa. E o mesmo, começou a sentir um sentimento quando a via, quando trabalhava,
falava, ficava quieta e quando tocava as suas músicas em seu piano. O amor entrou em seu
coração, mas quando deu conta, quis ignorar esse sentimento para não haver uma outra
relação com Fortunato que não seja amizade. Maria Luísa compreendeu ambas partes.
Fortunato entrou em aulas de fisiologia e anatomia, e em suas horas vagas rasgava e
envenenava cães e gatos, e mudou seu laboratório para casa. Maria Luísa sofreu com isso, e
um dia que não aguentava mais, foi ao médico e o pediu o fim das experiências de seu
marido. Maria Luísa disse que poderia achar que ela era uma criança pela sua decisão, mas
que queria ele como médico avisar que não era algo normal. Garcia fez com que Fortunato
acabasse com os seus estudos, e Maria Luísa agradeceu ao médico pelos animais e por ela.
Garcia insistiu em ver o pulso de Maria Luísa, porém a mesma recusou a mostrar. Garcia
ficou aflito com a situação e decidiu ficar de olho caso esteja acontecendo alguma coisa para
avisar ao seu marido. Dois dias depois, Garcia tinha ido jantar e disseram que Fortunato
estava no gabinete e resolveu ir até lá, foi quando Maria Luísa saiu bem nervosa. Ele
perguntou o que tinha acontecido, e ela respondeu "o rato! o rato!" e saiu o afastando.
Garcia o lembrou de Fortunato queixar sobre um rato, mas não esperava ver o que viu.
Fortunato estava sentado em uma mesa fazendo um experimento com o rato, com um
líquido flamejante. Garcia disse para o matar logo, porém Fortunato continuava fazendo. O
rato estorcia de dor e não morria, Garcia estendeu a mão para impedir de continuar, mas
não conseguiu. Fortunato cortou a última pata do animal, e ficou observando o rato meio
cadáver. Garcia conseguiu focar somente em Fortunato para ver as suas expressões. Garcia
apenas o ouvia, sem dizer nada e ficava relembrando os atos de Fortunato, sendo leve ou
grave, e achava a mesma resposta para todos eles. Maria Luísa quando voltou ao gabinete,
Fortunato foi rindo até ela e pegou as suas mãos dizendo que era fraca e depois voltando ao
médico, disse que desmaiou. Ela se defendeu dizendo que era medo e voltou a janela com
suas lãs e agulhas e com seus dedos ainda trêmulos. Os três ficaram calados, o marido
sentado olhando o teto e o médico estalando as unhas, e pouco depois foram jantar, mas
não tinha sido nada alegre. Ficaram na sala Fortunato e Garcia velando o cadáver, ambos
pensativos, e o médico disse para ir repousar que ele iria depois. Fortunato saiu e deitou no
sofá, vinte minutos depois acordou e quis dormir novamente, cochilou até que resolveu
levantar e ir até a sala. Caminhava nas pontas dos pés para não acordar a parenta da Maria
Luísa. Chegando à porta, ficou assustado com a ação de Garcia. Garcia tinha chegado ao
cadáver, levantou o lenço, e ficou admirando as suas feições, depois inclinou-se e deu um
beijo na testa. E foi nesse momento que Fortunato tinha chegado na porta, e ficou se
questionando sobre o beijo. Garcia voltou a beijar o cadáver, mas foi impedido pelas
lagrimas. E Fortunato ficou a porta saboreando a dor de Garcia.