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Trabalho de Português 31/01/2023

Trabalho sobre Machado de Assis

Conto: A causa secreta


Grupo: Barbara Belmonte, Yasmin Vieira e Lavinia Siston
Turma: 1201

RESUMO DO CONTO:
Garcia, Fortunato e Maria Luísa estavam quietos após terem conversado durante o dia
sobre o Catumbi, lugar onde o casal Fortunato morava, e de uma casa de saúde. Como os
três personagens estão mortos, dá pra contar a história tranquilamente. Tinham entrado em
mais assuntos além desses, cujo era tão sério que até os fez esquecer dos outros que já
haviam dito. A conversa foi constrangedora, inclusive Maria Luísa parece estar com os dedos
tremendo. Garcia estava com uma expressão ríspida, o que não é comum. Para entender, é
preciso contar a situação desde o início. Garcia se formou em medicina no ano de 1861. No
ano de 1860, ainda na escola, viu Fortunato, em frente a Santa Casa. Um entrando e o outro
saindo, foram se conhecer mesmo no segundo encontro, depois de alguns dias. Ele morava
na rua D. Manoel, as vezes ia no teatro de S. Januário, até que em uma noite, estava nas
cadeiras e então apareceu Fortunato, sentado em seus pés. A peça era cheia de dramas e
arrependimentos, mas Fortunato escutava com interesse. Nos momentos de angústia, sua
atenção aumentava, seus olhos ficavam tão ligados naquilo que o estudante suspeitou que
na peça havia lembranças pessoais de seu vizinho. Fortunato saiu antes que a peça acabasse
e Garcia foi atrás dele. Fortunato pegou vários caminhos e foi para os lados da praça da
Constituição. Garcia foi para casa sem saber o que tinha acontecido. Passaram semanas, até
que em uma noite, eram 9 horas e ele ouviu vozes vindo da escada de sua casa, saiu do
sótão onde morava e foi para o primeiro andar, cujo estava sendo ocupado por um
empregado do arsenal de guerra. Ele com ajuda de alguns homens, estava subindo as
escadas completamente ensanguentado. Garcia disse que precisaria chamar um médico. “Já
vem um”, dizia uma voz, Garcia se virou e viu que o dono daquela voz era o homem que ele
havia visto na Santa Casa e no teatro, pensou que talvez seria algum conhecido ou parente
do feriado, mas tirou essa ideia da cabeça assim que o preto disse que o ferido não tinha
família ou pessoa próxima. O mesmo pediu para que os estranhos se retirassem e assumiu o
controle da situação. Sabendo que Garcia era vizinho e estudava medicina, pediu para ele
ficar no intuito de ajudar o médico. E depois, contou o que aconteceu. Disse que ao voltar
do quartel, viu um grupo de capoeira, ouviu um barulho enorme e em seguida viu algumas
pessoas amontoadas. Parecia que tinham ferido mais uma pessoa, mas só viu aquele
senhor, que estava atravessando a rua quando um dos capoeiristas o golpeou com um
punhal. Achou melhor perguntar onde ele morava e o levou para casa. Garcia perguntou se
o homem o conhecia antes e ele disse que não, Garcia prontamente disse que era uma
pessoa do bem, empregado no arsenal de guerra, com o nome de Gouveia. O médico e o

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subdelegado chegaram um pouco mais tarde. Fizeram o curativo e começaram a pedir


informações do ocorrido. O homem desconhecido falou que se chamava Fortunato Gomes
da Silveira, disse ser capitalista, solteiro e que morava no Catumbi. A ferida foi considerada
grave, enquanto faziam o curativo, Fortunato ficou como um criado, segurando a bacia, a
vela, os panos, sem perturbar, olhando para o ferido, que estava gemendo de dor. Quando
acabou, levou os até a escada e disse ao subdelegado que estava pronto para ajudar nas
pesquisas da polícia. Os dois saíram, ele e o estudante ficaram no quarto. Garcia ficou
surpreso quando olhou para ele e o viu sentado calmamente, com as mãos nos bolsos das
calças e reparar nos olhos do ferido. Os olhos eram claros, moviam se lentamente e uma
expressão dura e fria. Rosto magro e pálido. Aparentava ter uns quarenta anos. De vez em
quando se voltava para o estudante e perguntava algo sobre o ferido, mas imediatamente
olhava de novo para ele enquanto o menino respondia sua pergunta. O aluno sentiu
curiosidade, não podia negar que estava vendo um ato de dedicação e se era
desinteressado como aparentava, não havia mais que aceitar o coração humano como um
poço de mistérios. Antes de uma hora, Fortunato saiu. Voltou dias depois, mas a ferida se
curou rapidamente, e antes de completa, sumiu sem dizer aonde morava. O estudante que
havia lhe dado informações como indicações do nome, rua e número. Voltou para o
Catumbi após 6 dias. Fortunato o recebeu e ouviu o agradecimento. Gouveia, sentado e
calado, sem saber o que dizer. Depois de dez minutos, pediu licença e saiu. “Cuidado com as
capoeiras”. Disse o dono da casa, rindo. O pobre coitado saiu humilhado, lutando para
esquecê-lo, explicá-lo ou perdoá-lo para que só ficasse no coração lembranças boas. Mas o
esforço foi em vão. O sentimento era de ressentimento. Isso assombrou o Garcia. Este moço
tinha a capacidade de decifrar homens, adora a análise, tem prazer nela, que diz ser
suprema, penetra em tantas camadas morais que toca nos segredos de um organismo. Por
curiosidade, pensou em ir até o cara do Catumbi, mas percebeu que ainda não havia
recebido um oferecimento oficial da casa. Ele precisava de uma desculpa, mas não
conseguiu encontrá-la. Depois de um tempo, já formado e morando na rua de Matacavalos,
encontrou Fortunato em uma Gôndola, depois de se verem algumas vezes Fortunato
convidou-o para ir no Catumbi visitá-lo. Disse que estava casado e o convidou para almoçar
no domingo. No domingo, Garcia foi para lá, jantou, conversou, estava em boa companhia.
Sua figura não havia mudado. Maria Luísa tem personalidade, uma mulher bonita, tinha
vinte e cinco anos e não aparentava ter mais de dezenove. Na segunda vez que Garcia foi
para lá, percebeu que entre o casal haviam divergências e modos que passavam do respeito.
Um dia Garcia perguntou para Maria Luísa se a mesma sabia como ele havia conhecido seu
marido, ela não respondeu e Fortunato de prontidão disse que não valia a pena, o médico
insistiu e disse que ela veria se valia a pena.
Começou a contar a história da Rua de D. Manoel, a moça ouviu espantada. Depois, contou
a visita que o ferido lhe fez. Maria Luísa tinha ficado chateada pela forma de seu marido
zoar da situação, porém o médico insistiu em dizer que por ele ser tão bom enfermeiro,
talvez iria criar uma casa de saúde e convidá-lo. Fortunato achando que era sério, tinha
agradecido o médico pela proposta, porém não tinha se passado de uma brincadeira do
mesmo, e ele insistiu a dizer que seria uma boa ideia, e que ele teria uma casa ideal para
uma clínica. Garcia tinha recusado a ideia de Fortunato, mas não conseguia tirar da sua

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cabeça e pensou que poderia ser uma oportunidade boa e resolveu aceitar. O plano dos
dois tinha começado a funcionar, porém, Fortunato não cuidou de nada, ele foi somente o
chefe e administrador dos enfermeiros. Comprava todos os matérias necessários,
examinava e ordenava. Garcia soube ver que o caso de um morador de rua chamado D.
Manoel, não era algo que acontecia por acaso, mas contribuía na natureza do homem.
Garcia via que ele servia como ninguém e que as pessoas ficavam pasmas pelas atitudes do
homem. Enquanto isso, Fortunato estudava e acompanhava as operações, e dizia que
nenhum outro curava os cáusticos, e afirmava ter muita fé neles. Garcia começou a ficar
mais íntimo e a frequentar mais o local, jantava todos os dias e também observava a vida de
Maria Luísa. E o mesmo, começou a sentir um sentimento quando a via, quando trabalhava,
falava, ficava quieta e quando tocava as suas músicas em seu piano. O amor entrou em seu
coração, mas quando deu conta, quis ignorar esse sentimento para não haver uma outra
relação com Fortunato que não seja amizade. Maria Luísa compreendeu ambas partes.
Fortunato entrou em aulas de fisiologia e anatomia, e em suas horas vagas rasgava e
envenenava cães e gatos, e mudou seu laboratório para casa. Maria Luísa sofreu com isso, e
um dia que não aguentava mais, foi ao médico e o pediu o fim das experiências de seu
marido. Maria Luísa disse que poderia achar que ela era uma criança pela sua decisão, mas
que queria ele como médico avisar que não era algo normal. Garcia fez com que Fortunato
acabasse com os seus estudos, e Maria Luísa agradeceu ao médico pelos animais e por ela.
Garcia insistiu em ver o pulso de Maria Luísa, porém a mesma recusou a mostrar. Garcia
ficou aflito com a situação e decidiu ficar de olho caso esteja acontecendo alguma coisa para
avisar ao seu marido. Dois dias depois, Garcia tinha ido jantar e disseram que Fortunato
estava no gabinete e resolveu ir até lá, foi quando Maria Luísa saiu bem nervosa. Ele
perguntou o que tinha acontecido, e ela respondeu "o rato! o rato!" e saiu o afastando.
Garcia o lembrou de Fortunato queixar sobre um rato, mas não esperava ver o que viu.
Fortunato estava sentado em uma mesa fazendo um experimento com o rato, com um
líquido flamejante. Garcia disse para o matar logo, porém Fortunato continuava fazendo. O
rato estorcia de dor e não morria, Garcia estendeu a mão para impedir de continuar, mas
não conseguiu. Fortunato cortou a última pata do animal, e ficou observando o rato meio
cadáver. Garcia conseguiu focar somente em Fortunato para ver as suas expressões. Garcia
apenas o ouvia, sem dizer nada e ficava relembrando os atos de Fortunato, sendo leve ou
grave, e achava a mesma resposta para todos eles. Maria Luísa quando voltou ao gabinete,
Fortunato foi rindo até ela e pegou as suas mãos dizendo que era fraca e depois voltando ao
médico, disse que desmaiou. Ela se defendeu dizendo que era medo e voltou a janela com
suas lãs e agulhas e com seus dedos ainda trêmulos. Os três ficaram calados, o marido
sentado olhando o teto e o médico estalando as unhas, e pouco depois foram jantar, mas
não tinha sido nada alegre. Ficaram na sala Fortunato e Garcia velando o cadáver, ambos
pensativos, e o médico disse para ir repousar que ele iria depois. Fortunato saiu e deitou no
sofá, vinte minutos depois acordou e quis dormir novamente, cochilou até que resolveu
levantar e ir até a sala. Caminhava nas pontas dos pés para não acordar a parenta da Maria
Luísa. Chegando à porta, ficou assustado com a ação de Garcia. Garcia tinha chegado ao
cadáver, levantou o lenço, e ficou admirando as suas feições, depois inclinou-se e deu um
beijo na testa. E foi nesse momento que Fortunato tinha chegado na porta, e ficou se

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questionando sobre o beijo. Garcia voltou a beijar o cadáver, mas foi impedido pelas
lagrimas. E Fortunato ficou a porta saboreando a dor de Garcia.

Análise e Características Machadianas no conto:


Machado de Assis, nos mostra um comportamento de uma pessoa normal, conhecida por todos pela
sua compaixão, pelo seu trabalho excepcional como médico, mas na realidade é um sádico,
apaixonado por sentir prazer no sofrimento. Além de sádico, Fortunato é apaixonado pela mulher de
seu amigo. A cena mais chocante é a que Garcia presencia Fortunado torturando um pequeno rato
sem demonstrar nenhum sentimento. É um conto naturalista que apresenta o psicológico de seus
personagens. Além disso, temos várias características machadianas, como por exemplo o triangulo
amoroso, a ideia de que a aparência se opõe-se radicalmente a essência.

Conexões com temáticas atuais:


A característica machadiana que está presente no texto de que a aparência se opõe radicalmente a
essência, está presente na nossa sociedade atual. Isso vem muito das redes sociais que todos
transparecem uma vida perfeita, o que todos sabemos que não é verdade. Essa vida perfeita,
principalmente transmitida pelas celebridades, é desfeita a partir de um erro, o que causa o
cancelamento do mesmo, assim nos mostrando que a realidade não é tão bonita quanto a pessoa
transparecia a todos. Além disso, a romantização da infidelidade entre casais está muito presente na
nossa sociedade, principalmente em músicas de funk, onde fala de traições ou intenções de trair de
maneira explicita e de forma que parece certo e legal, desconsiderando totalmente o sentimento
das pessoas.

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