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30/12/2022
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Rio de Janeiro, 30/12/2022


Aos Senhores
Elbia Gannoum
Associação Brasileira de Energia Eólica
Presidente Executivo

Rodrigo Lopes Sauaia


ABSOLAR
Presidente Executivo

ASSUNTO: Alteração de Premissas para Emissão de Informação e Parecer de Acesso.

Ref.: ABEEólica/ABSOLAR, Carta nº CT – 0111/2022, de 16 de dezembro de 2022.

Prezados Senhores,

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1. Inicialmente gostaríamos de agradecer os comentários efetuados conjuntamente pela
ABEEólica e pela ABSOLAR quanto ao posicionamento deste Operador em relação à

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emissão de Informação e de Parecer de Acesso, apresentado na reunião de 14 de
dezembro de 2022. Entretanto, julgamos oportuno esclarecer alguns pontos que foram
apresentados e informados e que, no nosso entendimento, não foram corretamente
percebidos por essas associações.
2. Na referida reunião, o Operador, reiterou a sua responsabilidade legal e indelegável sobre
as atividades de coordenação e controle da operação da geração e da transmissão de
energia elétrica integrantes do Sistema Interligado Nacional – SIN, mediante autorização
do poder concedente, destacando a otimização dos sistemas eletroenergéticos interligados
e a contratação e administração de serviços de transmissão de energia elétrica e
respectivas condições de acesso, visando a confiabilidade e a segurança operacional.
3. Como destacado na carta em referência, o ONS relatou de forma clara e transparente as
suas preocupações com relação ao descompasso entre a expressiva demanda por acesso
de geração atualmente verificada e a expansão da transmissão planejada, que na melhor
das hipóteses, deverá ocorrer somente a partir de 2027/2028, considerando que as
recomendações constantes nos estudos da EPE, realizados em 2021/2022, e incluídas nos
POTEE 2021 e 2022, sejam leiloadas em 2023. A esse respeito, esclarecemos que na
reunião de 14/12/2022, foi destacado o desafio que se apresenta para viabilizar o volume
expressivo de investimentos no segmento de transmissão, porém em momento algum esse
desafio foi vinculado às questões de acesso trazidas pelo Operador.
4. Ressalta-se que as análises realizadas pelo ONS seguem rigorosamente os critérios
constantes nos Procedimentos de Rede (Submódulo 2.3) e que, portanto, não procede a
alegação de que houve “mudança repentina nos critérios para a emissão de
Informação e Pareceres de Acesso” como declararam as associações em seus
comentários. Com efeito, este Operador, no uso de sua competência técnica, com o intuito
de viabilizar a maior quantidade de geração no sistema, lançou mão das chamadas
medidas operativas (Sistemas Especiais de Proteção - SEP, Inequações etc.) que são

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utilizadas nos estudos de curto prazo quando não se tem outro recurso, porém em estrita
observância dos critérios preconizados nos Procedimentos de Rede, de modo a garantir a
confiabilidade e a segurança na operação do SIN.
5. A decisão de incluir, na análise das condições de acesso, as obras recomendadas nos
estudos publicados pela EPE e consolidados pelo MME, ainda sem outorga, em vez de
incluir tão somente as obras já outorgadas, também deve ser considerada como uma
flexibilização, ou seja, um esforço do Operador, no exercício de sua competência técnica,
visando acomodar um conjunto maior de empreendimentos, com base na avaliação dos
riscos a que o sistema está submetido. Ressalta-se, contudo, que à época da adoção
desses procedimentos não houve qualquer questionamento, muito pelo contrário.
6. Todavia, em função da elevada demanda pelo acesso, como pode ser observado na figura
a seguir, os SEPs necessários para mitigar a ausência da ampliação na rede de
transmissão passaram a ter caráter sistêmico e não apenas local, apresentando maior
complexidade, envolvendo cortes de grandes blocos de geração e, por consequência,
comprometendo a confiabilidade e a segurança do SIN. Além disso, em muitos casos, não
é possível escoar toda a geração mesmo na condição normal de operação, havendo
necessidade de restrição prévia de geração para que o ONS possa evitar sobrecargas
inadmissíveis em equipamentos do sistema de transmissão e perda da capacidade de
controle de tensão. Por consequência, a prática de procedimentos menos restritivos na
análise das condições de acesso teve de ser interrompida.

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7. Ainda pela figura acima, podemos observar o expressivo crescimento da geração eólica e
solar, no período de 2022-2027. Nesse período, temos uma previsão da ordem de 74 GW,
já outorgados, destacando-se a geração com CUST assinado com o total de 31 GW;
pareceres de acesso emitidos com 21 GW; e pareceres de acesso em andamento
totalizando 17 GW, além da geração que entrou em operação de janeiro a novembro do
corrente ano no total de 5 GW.

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8. É importante observar que, desses 10 GW, que ainda não entraram em operação em 2022,
parte judicializou os seus contratos de uso e não está horando os seus pagamentos. No
início de dezembro, 128 empreendimentos eólicos e solares já haviam interpostos medidas
judiciais com o objetivo de afastar as obrigações estabelecidas nos contratos de uso do
sistema de transmissão, tendo o somatório dos montantes de uso dessas usinas se
aproximado de 6 GW. Trata-se de disputa judicial de elevada monta que poderá acarretar
ao sistema de transmissão risco de déficit de arrecadação da ordem de R$ 350 milhões
por ano, ameaçando a solvência de todo o segmento.
9. Também carece de fundamento a afirmação de que “as novas premissas adotadas pelo
ONS não tiveram uma discussão por parte da sociedade”. Conforme já apontado, as regras
vigentes para a avalição dos pedidos e emissão de Informação e Parecer de Acesso são
seguidas ipsis litteris, conforme consignadas nos Procedimentos de Rede vigentes. Nesse
sentido, as alegadas mudanças de premissas consistem basicamente na interrupção da
prática de se considerar flexibilizações relacionadas à aplicação de SEPs e à expansão da
transmissão, em razão de avaliações supervenientes quanto ao aumento do risco para o
sistema pelo expressivo volume de demanda por acesso. Ressalta-se, por oportuno, que
a descontinuidade da flexibilização teve divulgação junto aos agentes similar àquela
verificada quando da adoção das mesmas, sempre em observância à competência e
discricionaridade técnica próprias do ONS, em atenção aos normativos que regem a
matéria.
10. Pelo exposto anteriormente, não se sustenta a alegação de que exista uma “nova
sistemática de avaliação dos pedidos de informação e parecer de acesso, tomada por

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liberalidade do ONS ... a adoção de nova sistemática sem respaldo normativo equivale
à aplicação retroativa de nova interpretação da legislação vigente, além de violação do
princípio da legalidade o que é vedado expressamente pelo ordenamento jurídico

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brasileiro.”
11. No intuito de viabilizar a integração da maior quantidade de geração possível ao sistema
sem, contudo, impor maiores riscos ao SIN, entendemos ser possível, conforme pleito
apresentado por essas Associações, retomar, nas análises de acesso, a prática de incluir
as obras de transmissão ainda sem outorga, desde que constantes dos estudos de
planejamento publicados pela EPE, e consolidados pelo MME.
12. O fluxograma apresentado em anexo descreve o modo como as chamadas medidas
operativas adicionais, além de flexibilizações, no que diz respeito à outorga das obras de
transmissão, são utilizadas no estabelecimento das condições de acesso dos
empreendimentos de geração.
13. Quanto ao pleito das Associações para viabilizar a opção por parte do Agente em se manter
na fila de Acesso em caso de inviabilidade, informamos que o modelo vigente de análise
de acesso não comporta essa proposta. Todavia, entendemos ser pertinente aprofundar a
discussão de proposta de criação de fila de espera composta por pareceres de acesso
negados, com o objetivo de aprimorar o processo vigente.

Atenciosamente,

Christiano Vieira da Silva Marcelo Prais


Diretor de Planejamento em exercício Diretoria de TI, Relacionamento com Agentes
e Assuntos Regulatórios

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Anexo

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PROTOCOLO DE ASSINATURA(S)

O documento acima foi proposto para assinatura digital na plataforma Portal de Assinaturas ONS. Para
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O(s) nome(s) indicado(s) para assinatura, bem como seu(s) status em 03/01/2023 é(são) :

Christiano Vieira Da Silva - 866.429.794-00 em 03/01/2023 09:12


UTC-03:00
Tipo: Certificado Digital
MARCELO PRAIS - 810.878.377-15 em 02/01/2023 14:04 UTC-
03:00
Tipo: Certificado Digital

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