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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MATERIAIS
CURSO DE ENGENHARIA METALÚRGICA
FORTALEZA
2017
ARTHUR ALEX NUNES SALES
FORTALEZA
2017
ARTHUR ALEX NUNES SALES
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. –Ing. Jeferson Leandro Klug (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
MSc. Miguel Bentes
Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)
_________________________________________
Prof.ª Dr.ªJanaína Gonçalves Maria da Silva Machado
Universidade Federal do Ceará (UFC)
À minha mãe e avó que sempre estiveram
presentes nos momentos mais difíceis. Aos
familiares que me deram apoio e suporte, e aos
amigos que tornaram a jornada mais agradável
de ser vivenciada.
AGRADECIMENTOS
À minha mãe Gizélia Maria e à minha avó Maria da Penha que sempre estiveram
comigo em todos os momentos e apesar de todas as dificuldades foram exemplos de mulheres
fortes na minha vida.
À minha irmã Aline pelo companheirismo e por estar ao meu lado quando precisei
de um ombro amigo ou de um abraço.
Ao meu pai Carlos por nos prover de forma honesta, ao meu tio George que
sempre acreditou em minha capacidade e contribuiu para a minha educação e aos meus outros
familiares que me ajudaram direta e indiretamente nessa caminhada: meu avô Tarcísio e tia
Gilmara.
Ao meu orientador Dr. Ing. Jefferson Leandro Klug, a quem tenho grande
respeito, por sua disponibilidade, paciência, acompanhamento e por me incentivar a trabalhar
em um tema tão relevante.
Aos meus amigos de longa data Kayo Jonatha e Leandro Quirino pelos momentos de
descontração e por todos os anos de uma amizade que só aumenta, não sendo os únicos, mas
com toda certeza os mais presentes.
Aos meus amigos e companheiros da universidade e para a vida Josy Lima, Lucas
Kuchla, Adauto Santiago, Cindy Lima e João Vieira que apesar de serem de cursos
completamente diferentes, foram os primeiros e grandes exemplos de amigos que tive o
prazer de conhecer dentro do ambiente universitário e que me escolheram para ser parte
importante em suas vidas.
Aos meus amigos e colegas de trabalho Raquel Brito, Isabela Horácio, Igo
Albuquerque, Lara Lira, Bianca Bezerra, Deibyson Uchôa, Fábio Rabelo e Lucas Araújo por
me proporcionarem um ano maravilhoso dentro da universidade e por terem me ajudado a
evoluir como pessoa. Poucas vezes me senti tão querido em um grupo, o sentimento de
amizade e carinho que senti por parte de todos é inestimável.
The use of Mold Flux is of great importance in the process of continuous casting of certain
types of steels. However, it is necessary to study its effects on the process and its properties
according to its composition and thermodynamic conditions. The Thermal analysis is present
as one of the most important tools for this kind of study. The main objectives of this study are:
(I) to present the differential scanning calorimetry as a tool for the study of mold fluxes, as
well as the technical part regarding the calibration and use of the equipment, and (ii) to
provide an analysis of a sample of flowing powder based on the CaO- Al2O3-B2O3 using this
method. The methodology consists in the use of a thermal analyzer, considering all its
peculiarities, besides the analysis of the sample. A good overview of the use of differential
scanning calorimetry was presented, as well as a satisfactory study of the handling and use of
the equipment. Was also found through calorimetry that the powder sample with the
composition CaO-Al2O3-B2O3 seems very promising for its use in steels with high Al
content in their composition.
Figura 6 Diagrama ternário para uma escória do sistema CaO - SiO2 – Al2O3................. 13
Figura 12 Gráfico de cristalização a partir de uma amostra fundida obtida por DSC....... 24
% Porcentagem
τ Tensão de cisalhamento
η Viscosidade
T Temperatura absoluta
K Kelvin
A Constante de Arhenius
R Constante universal dos gases
E Energia de ativação
Cp Capacidade Calorífica
µVs Micro Volt segundo
mW Miliwatt
mg Miligrama
Tg Temperatura de transição vítrea
Pa.S Pascal Segundo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
1.1 Descrição do problema....................................................................................... 1
1.2 Motivação............................................................................................................ 1
2 OBJETIVOS....................................................................................................... 3
2.1 Objetivos Gerais................................................................................................. 3
2.2 Objetivos Específicos......................................................................................... 3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 4
3.1 Lingotamento Contínuo..................................................................................... 4
3.1.1 Histórico do Processo......................................................................................... 4
3.1.2 Síntese do Processo............................................................................................. 5
3.1.3 Lubrificação do Molde....................................................................................... 7
3.2 Pós fluxantes para Lingotamento Contínuo.................................................... 7
3.2.1 Funções dos Pós Fluxantes................................................................................ 8
3.2.1.1 Lubrificação....................................................................................................... 9
3.2.1.2 Transferência de Calor....................................................................................... 10
3.2.1.3 Isolamento Térmico........................................................................................... 11
3.2.1.4 Proteção contra Reoxidação.............................................................................. 11
3.2.1.5 Absorção de Inclusões........................................................................................ 11
3.2.2 Composição Química dos Pós Fluxantes.......................................................... 12
3.2.3 Viscosidade.......................................................................................................... 14
3.2.4 Temperatura de Cristalização........................................................................... 15
3.2.5 Comportamento de Fusão................................................................................. 16
3.2.6 Interações Termoquímicas entre os fluxantes e o aço..................................... 16
3.2.6 Problemas e Defeitos Relacionados aos Pós Fluxantes................................... 17
3.3 Análise Térmica................................................................................................. 18
3.3.1 Definição de Análise Térmica........................................................................... 18
3.3.2 Métodos de Análise Térmica............................................................................. 19
3.3.2.1 Termogravimetria (TG)..................................................................................... 19
3.3.2.2 Análise Térmica Diferencial (DTA).................................................................. 20
3.3.2.3 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)................................................. 21
3.3.3 Importância e Utilização da DSC na Caracterização de Pós Fluxantes........ 22
4 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................. 25
4.1 Preparação da amostra de fluxante CaO-Al2O3-B2O3..................................25
4.2 Análise Térmica das amostras utilizando a DSC............................................ 26
4.2.1 Equipamento utilizado....................................................................................... 26
4.2.2 Calibração do Equipamento.............................................................................. 28
4.2.2.1 Calibração para cadinhos de Pt........................................................................ 28
4.2.2.2 Calibração para cadinhos de Al203..................................................................................................... 30
4.2.3 Análise da amostra preparada e utilização do equipamento......................... 31
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................... 36
5.1 Resultados da calibração para o cadinho de Pt............................................... 36
5.2 Termograma DSC da amostra de escória fluxante CaO-Al2O3-B2O3......... 41
5.2.1 Interpretação do Termograma.......................................................................... 42
6 CONCLUSÃO.................................................................................................... 47
7 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS................................................. 48
8 REFERÊNCIAS................................................................................................ 49
1
1. INTRODUÇÃO
1.2 Motivação
Tendo como base os problemas enfrentados na utilização de pós fluxantes tradicionais
em aços com alto teor de Al, se faz necessário um estudo para o desenvolvimento de novos
tipos de fluxantes que atendam a essas demandas específicas, assim como a busca de métodos
efetivos para esses estudos.
Para reduzir a reatividade do Al nos aços com alto teor desse metal durante o
lingotamento, foi sugerido substituir os pós fluxantes baseados em Cal-Sílica por outros com
base em Cal-Alumina, sendo o B2O3 um dos candidatos a substituir o SiO2 com a vantagem de
não necessitar de fluoretos em sua composição. Tentativas de se utilizar pós fluxantes
baseados no sistema CaO-Al2O3-B2O3 têm sido promissoras em comparação aos tradicionais
com sistema CaO-SiO2, melhorando assim a performance e diminuindo a ocorrência de
defeitos. (2,3).
2
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Uma panela é responsável por transferir o aço líquido do processo anterior para o
distribuidor, que é um aparato responsável por alimentar o(s) molde(s) através de tubos de
imersão. Ao entrar em contato com o molde resfriado, o aço inicia a formação de uma casca
sólida na interface, que deve ser suficiente espessa na saída do molde, para suportar a pressão
metalostática do aço que ainda se encontra em estado líquido, caso contrário, ocorrerá ruptura
da camada sólida e interrupção do processo. Para evitar a adesão da camada solidificada ao
molde, são necessários um sistema de lubrificação e um sistema oscilatório do molde. Esses
dois princípios são de extrema importância para garantir que o processo seja realizado.
Após o lingote abandonar o contato com o molde, ele é resfriado diretamente na sua
superfície através de sprays com água ou a mistura de ar e água, ao longo de uma sequência
de zonas de resfriamento nas quais a capacidade de extração de calor vai diminuindo
progressivamente. O lingote passa a ser guiado por rolos de suporte, sendo alguns deles
também extratores de calor. A solidificação geralmente se completa nessa região, e o
resfriamento continua por radiação livre, culminando com o corte do lingote que será guiado
para os processos seguintes. (4,5).
Um anel é formado pelo fluxante em contato com o molde resfriado a água ao nível do
menisco. Esse anel apresenta todas as diferentes fases de sólido a líquido. Esse incrustado
multifásico, dependendo de seu tamanho, pode exercer considerável influência nos processos
de transferência de calor que ocorrem no menisco. (6).
A camada de fluxante abaixo do menisco consiste em um filme sólido que se encontra
em contato direto com as paredes do molde e um filme líquido que está em contato com a
casca sólida do material lingotado. Não se sabe ao certo se a camada do fluxante cobre toda a
superfície das interfaces de forma contínua, ou se consiste em um fluxo mais intermitente,
onde o fluxo cobre apenas de forma parcial, deixando áreas sem a presença de fluxante. (6).
3.2.1.1 Lubrificação
O pó fluxante atua na lubrificação formando um filme entre a casca sólida em
formação e o molde resfriado. Esse filme é importante para a redução do atrito que ocorre
nessa interface de contato. (8).
No molde temos dois mecanismos de atrito: (i) a lubrificação líquida, que consiste no
atrito entre a casca solidificada, o molde e o filme de escória liquida que exerce atrito por sua
viscosidade; (ii) atrito sólido, que ocorre devido ao movimento relativo entre a parede do
molde e a camada de escória sólida. (9). É necessário que ocorra a lubrificação líquida por
todo o veio, uma vez que uma série de problemas podem ocorrer se a escória líquida
cristalizar completamente. (10).
Uma baixa viscosidade e ponto de solidificação são essenciais para fornecer uma
melhor lubrificação, ajudando a prevenir problemas de agarramento (stiking) na parede do
molde.
Com base nos estudos de Guilles et al. (11) com dados obtidos em moldes
instrumentados com células de carga, foram caracterizados cinco diferentes pós fluxantes
baseados na análise dos perfis da força de atrito.
10
Figura 5 – (a) Deslocamento, velocidade, aceleração e curvas de força; (b) deslocamento instantâneo e curvas de
força em um molde de lingotamento contínuo.
ao breakout. (12).
A condução do calor através da escória está diretamente relacionada à espessura e à
condutividade de suas camadas, que por sua vez, dependem de seu perfil de velocidade,
temperatura de cristalização, viscosidade e estado (vítreo, cristalino ou líquido). A
condutividade térmica da escória depende diretamente de sua cristalinidade. (13).
posteriormente. (16).
Majoritariamente, os pós fluxantes são compostos por: CaO - SiO2 - Al2O3 – Na2O,
mas ao optarmos por uma visão mais generalizada sobre o assunto, podemos dizer que cerca
de 70% a 95% do teor mássico dos óxidos presentes se constituem de CaO + SiO2 + Al2O3 +
MgO. (17). Essa generalização se baseia na literatura, não levando em consideração a
infinidade de patentes de fluxantes protegidas por segredos industriais.
O carbono presente no fluxantes é adicionado (1 a 25%) como um agente exotérmico
utilizado para o controle da taxa de fusão do fluxantes.
A composição dos pós fluxantes pode estar sujeita a alterações, principalmente em
aços acalmados a alumínio ou com alto teor desse elemento, nesses casos o teor de alumina
pode ser elevado entre 3% e 15%. (18).
Dentre as matérias primas mais utilizadas na confecção de pós fluxantes, podemos
destacar a wollastonita, bauxita, cinzas volantes etc. Além disso podem ser adicionados
Fluorita CaF2 e carbonato de sódio Na2CO3, geralmente utilizados para diminuir a temperatura
liquidus e a viscosidade. (5).
13
Figura 6 – Diagrama ternário para uma escória do sistema CaO - SiO2 – Al2O3.
3.2.3 Viscosidade
Viscosidade pode ser definida como a resistência ao escoamento apresentada por um
fluido quando submetida a uma força externa. Newton propôs que a tensão de cisalhamento
(τ) gerada pelo resultado do movimento relativo de duas camadas adjacentes em um líquido, é
proporcional ao gradiente de velocidade perpendicular à força aplicada. O fator de
proporcionalidade η dessa relação é a viscosidade do fluido, como é destacado na Equação 2.
τ = η(dv/dx) (2)
A grande maioria dos pós fluxantes vítreos obedecem à Equação 1, e por isso são
considerados como fluidos newtonianos. Naturalmente um fluxante mais viscoso precisa de
mais força para atingir um dado gradiente de velocidade. (19).
A viscosidade é uma propriedade crítica para o desempenho dos pós fluxantes pois
tem influência direta sobre três principais aspectos: (i) homogeneidade da infiltração líquida
entre o molde e o aço; (ii) lubrificação da casca em metálica em decorrência do consumo de
pó; (iii) aprisionamento da escória (relacionada ao aumento da sua viscosidade). A
composição química exerce um papel fundamental na viscosidade do fluxante juntamente
com a sua temperatura, como podemos ver na Equação 3:
η =A.exp(E/RT) (3)
principalmente com Al2O3, pois como já foi mencionado anteriormente, há uma reação do
alumínio presente no aço com a sílica do fluxante, que podemos representar na Equação 4,
genérica abaixo. (23).
(capacidade calorífica) de um material, que também pode ser medida quantitativamente desde
que os valores sejam obtidos a pressão constante. Tradicionalmente a sua medida é feita a
partir da subtração da linha de base a partir da curva de calor. Também podemos determinar a
entalpia de um material e a energia necessária para aquecer esse material até uma dada
temperatura. (28).
Como foi dito anteriormente, essas medidas nos permitem encontrar e medir as
transições que podem ocorrer na amostra, mais especificamente, as chamadas transições de
primeira ordem que são caracterizadas por apresentarem variações de entalpia (endotérmicas
ou exotérmicas) dando origem a formação de picos nos gráficos gerados.
Como exemplos de eventos endotérmicos, podemos citar:
Fusão;
Perda de massa da amostra;
Dessorção;
Reações de Redução.
Figura 12 – Gráfico de cristalização a partir de uma amostra fundida obtida por DSC.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: http://www.hydrateweb.org/dsc
A partir dos dados obtidos para os compostos padronizados, a calibração será realizada
utilizando o software do equipamento, no caso, o TemperatureCalibration para a calibração
de temperatura e o SensitivityCalibration para a sensitividade, ambos fazem do pacote
Proteus disponibilizado pela NETZSCH.
Em ambos os softwares, o processo de cálculo é semelhante, devemos eliminar as
entradas com compostos que não utilizamos, definir as condições de aquecimento e gases
utilizados para então inserirmos os dados obtidos. O objetivo final de cada software é gerar
um gráfico (para a calibração o TemperatureCalibration irá gerar o referente à temperatura e o
SensitivityCalibration referente à sensitividade), comparativo entre os resultados encontrados
em experimento e os esperados, calculando o ajuste necessário da calibração.
Aquecimento 20 a 340°C
Resfriamento 340 a 130°C
231,9°C
Estanho (Sn) Aquecimento 130 a 340°C
Resfriamento 340 a 130°C
Aquecimento 130 a 340°C
Aquecimento 20 a 380°C
Resfriamento 380 a 170°C
271,4°C
Bismuto (Bi) Aquecimento 170 a 380°C
Resfriamento 380 a 170°C
Aquecimento 170 a 380°C
Aquecimento 20 a 480°C
Resfriamento 480 a 320°C
419,6°C
Zinco (Zn) Aquecimento 320 a 480°C
Resfriamento 480 a 320°C
Aquecimento 320 a 480°C
Aquecimento 20 a 760°C
Resfriamento 760 a 560°C
660,6°C
Alumínio (Al) Aquecimento 560 a 760°C
Resfriamento 760 a 560°C
Aquecimento 560 a 760°C
Aquecimento 20 a 1150°C
Resfriamento 1150 a 950°C
1064,4°C
Ouro (Al) Aquecimento 950 a 1150°C
Resfriamento 1150 a 950°C
Aquecimento 950 a 1150°C
5. Ligar o lifting device para subir o forno e expor as hastes onde serão colocados os
cadinhos. Há um botão de segurança na lateral do equipamento que deve ser
pressionado ao mesmo tempo dos botões de descida e subida do forno.
Obs 1.: Caso seja necessária uma medição de DTA a haste deve ser trocada, no
entanto, como isso nunca foi necessário, a haste utilizada para DSC já se encontra no
local apropriado.
Obs 2.: A haste deve estar centralizada em relação ao radiation shield , como mostra a
Figura 19. Caso a haste esteja tocando o radiation shield ou pendendo para um lado,
ela deve ser delicadamente centralizada com uma pinça ou utilizando luvas.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na Tabela 6 temos os dados que foram extraídos dos gráficos previamente plotados
para os quatro compostos. Como foi dito no item 4.2.2.1, para o CsCl, K2CrO4 e BaCO3, os
valores de energia e de temperatura, são uma média dos valores encontrados no segundo e
terceiro pico de aquecimento em seus respectivos gráficos.
Figura 24 – Gráfico referente à calibração de temperatura mostrando a relação entre temperatura nominal
esperada e a temperatura experimental.
Nesse gráfico, temos uma curva que passa pelos pontos de sensitividade esperada para
cada temperatura, ou seja, no eixo y temos a sensitividade para cada temperatura encontrada
no eixo x. A sensitividade consiste na relação entre a área do pico (energia calculada
experimentalmente) e a entalpia esperada para aquele determinado evento termodinâmico
representado pelo pico.
Tabela 8 – Diferenças entre a sensitividade calculada e a esperada, assim como valores de entalpia e de energia
calculados.
Sensitividade Sensitividade
Temp. nominal Área do Pico
Composto Entalpia (J/g) Experimental Calculada
(°C) (µVs/mg)
(µV/mW) (µV/mW)
compostos Ag2SO4 e do CsCl, no entanto, esse erro também é esperado e não afeta
significativamente o nosso propósito.
Com ambas as calibrações feitas e gráficos avaliados, salvamos os arquivos com os
dados de temperatura e sensitividade e finalizamos a calibração. Os arquivos contendo os
dados serão carregados a cada medição posterior, logo, o equipamento já se encontra
apropriado para futuras medições e análises até a necessidade de realização de uma nova
calibração.
podemos concluir que essa perda de massa está simplesmente relacionada à evaporação de
óxidos como o Na2O e B2O3 ao chegarem a uma temperatura crítica.
Na Figura 28 temos as curvas de DSC, representadas pela linha azul. Percebemos uma
linha de base (baseline) praticamente paralela ao eixo x, que corresponde ao estado onde não
há variação de energia e do Cp, logo cada elevação, diminuição ou pico, representa uma
variação de energia da amostra em detrimento de algum evento termodinâmico. Como
podemos observar no termograma representado na Figura 28, esses eventos podem ser
exotérmicos ou endotérmicos no gráfico em questão, os eventos exotérmicos são
representados no sentido negativo do eixo y, enquanto os endotérmicos estão representados no
sentido positivo. Temos os picos nos quais podemos calcular a sua área para saber a energia
que foi absorvida ou transferida em um determinado evento térmico (caracterizando eventos
de primeira ordem) e variações na “altura” da baseline que representam a variação do Cp
(evento de segunda ordem, ver item 3.3.3).
Vidros podem ser definidos como sólidos não cristalinos que sofrem transição vítrea
durante a sua preparação. O super-resfriamento do líquido faz com que ele não sofra a
cristalização e se torne vítreo. Abaixo da temperatura de vitrificação a viscosidade é tão alta
que a estrutura atômica “congela”. Se o resfriamento é rápido o suficiente para evitar a
nucleação do cristal e seu crescimento, ao atingir a Tg os átomos permanecem “congelados”
em posições fixas e o vidro é formado. Se o material vítreo for termicamente tratado por um
longo período de tempo para tender a uma situação de equilíbrio em uma temperatura acima
da Tg, a desvitrificação iniciará, dando início a uma posterior nucleação. (31). O estágio de
vitrificação é encontrado em regiões do molde onde a taxa de transferência de calor é muito
alta.
Entre 29,8 e 37,2 min temos dois picos exotérmicos que indicam cristalização
(transição de primeira ordem). No primeiro pico pudemos calcular uma temperatura de
cristalização de 625,3°C, onde foi necessário despender uma energia de 9,237 mW/mg. O
segundo pico acontece em uma temperatura de 772,8°C despendendo uma energia
consideravelmente menor que o primeiro pico, 0,4196 mW/mg. Cada pico corresponde a uma
fase precipitada durante o aquecimento, entretanto, é necessária a identificação das mesmas
utilizando outros métodos de caracterização.
Por volta dos 80,2 minutos temos um evento de primeira ordem exotérmico
representado por dois picos “unidos”. Esse evento corresponde à energia necessária para a
cristalização do cristal, no caso, cada pico representa a energia de cristalização de uma
determinada fase formada pelo resfriamento do fluxante. Pudemos calcular a energia e a
temperatura de cristalização para cada uma das fases precipitadas. No primeiro precipitado
cristalino foi necessário despender uma energia de 5,792 mW/mg, possuindo temperatura de
cristalização de 1065,9°C (80,2 min). No segundo precipitado (segundo pico aos 81,1min)
registramos uma energia despendida de 20,17 mW/mg e uma temperatura de cristalização de
1048,9°C para o segundo precipitado cristalino.
Uma vez que o fluxante é fundido e se infiltra entre o molde e a superfície do metal, a
escória líquida será exposta a diferentes resfriamentos, e cada um dele irá colaborar ou não
com a cristalização. (30)
6. CONCLUSÃO
1. Análise DSC para mais amostras com variadas proporções nos teores de CaO,
Al2O3 e B2O3, fazendo assim um estudo comparativo da influência da composição.
4. Criação de um diagrama de fases mais completo para o sistema CaO- Al2O3- B2O3,
determinando a linha liquidus para um espectro de composição, variando o teor de
B2O3.
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Thermocouple Technique 2012. Tese (Doutorado em Engenharia) – Technische Universität
Bergakademie Freiberg, Freiberg.